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Diagrama morfológico Parte I: Instrumento de análise...

Cláudia Amorim

DIAGRAMA MORFOLÓGICO PARTE I: INSTRUMENTO


DE ANÁLISE E PROJETO AMBIENTAL COM USO DE LUZ
NATURAL

AMORIM, Cláudia Naves David

RESUMO consequences in the design have an important


dimension from the environmental, functional
O projeto de arquitetura deve, por
and qualitative point of view in the architectural
deÞnição, encontrar um “compromisso”
design. To include daylighting in the design
entre exigências de diversos tipos, dentre
process in a consistent way, optimizing its
as quais os requisitos funcionais, estéticos,
beneÞts and minimizing negative impacts
ambientais e econômicos que a obra
becomes crucial. This article presents the
arquitetônica deve resolver de maneira
“Morphological Diagram”, a synthesis tool of
satisfatória. Considerando as questões
fundamental parameters to the architectural
ambientais, hoje prementes no contexto
design related to daylighting, that can be used
mundial da arquitetura, pode-se dizer que
in the design process or in the description
a luz natural e todas as suas implicações
and evaluation of existent buildings from the
no projeto têm uma importante dimensão,
environmental point of view, emphasising
do ponto de vista ambiental, funcional e
daylighting. The tool and application are
qualitativo da arquitetura. Incorporar a luz
described, making evident the advantages of it´s
natural no processo de projeto de forma
use in development of critical sense of designers
coerente, otimizando seus benefícios e
and in the forming of an architectural reference
minimizando impactos negativos, torna-
repertory, basic for the designer and the quality
se crucial. O presente artigo apresenta o
of his projects.
Diagrama Morfológico, instrumento síntese
de parâmetros fundamentais para o projeto Key words: Morphological Diagram;
arquitetônico relacionados à luz natural, daylighting; environmental design
e que pode ser utilizado no processo de
projeto ou para descrição e avaliação de
ediÞcações existentes do ponto de vista 1. INTRODUÇÃO
ambiental, com ênfase nos aspectos de As crescentes necessidades surgidas nos
conforto ambiental e eÞciência energética últimos anos, relacionadas aos aspectos
através da luz natural. Descreve-se o ambientais do espaço construído,
instrumento e sua aplicação, evidenciando vêm abrindo caminhos cada vez mais
as vantagens de seu uso na formação e direcionados ao uso dos recursos naturais,
desenvolvimento do senso crítico dos como radiação solar, ventilação natural,
projetistas e na construção de repertório etc. A luz natural, proveniente da radiação
arquitetônico de referência, fundamental solar, utilizada de forma direta ou difusa, é
para o projetista e a qualidade de seus um importante quesito para atingir maior
projetos. qualidade ambiental (conforto ambiental
Palavras chave: Diagrama morfológico; e eÞciência energética, dentre outros


iluminação natural; projeto ambiental aspectos ) e a conseqüente sustentabilidade


nos espaços construídos.
ABSTRACT No entanto, várias pesquisas (AMORIM,
2001; GARROCHO, 2007; SILVA, 2007)
The architectural design must Þnd a
evidenciam a diÞculdade dos projetistas,
“compromise” between many requirements,
principalmente no contexto brasileiro,
as functional, aesthetics, environmental and
em atender de maneira consciente aos
economic ones. Considering environmental
requisitos de uma boa iluminação natural,
questions, very pressing in the global context,
equilibrando a entrada de luz e calor,
one can say that daylighting and all its
mantendo as demais preocupações de um

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projeto arquitetônico, ligadas aos requisitos op.cit., p. 11.1). Aspectos mais especíÞcos,
funcionais, estéticos, construtivos e que deveriam entrar na fase inicial, não
econômicos. são examinados nesta fase. Relacionando
com um exemplo ligado ao uso da luz
Baker et al (1993) e IEA (2000) mencionam
natural, por exemplo, questões relativas
algumas maneiras de persuadir os
à implantação e forma da ediÞcação, que
projetistas e incrementar o uso consciente


condicionam inteiramente a quantidade e


da luz natural: evidenciar as possibilidades
qualidade da luz natural, são geralmente
existentes através de estudos de caso
decididas em função de outros fatores.
exemplares, fornecer informações e análises
descrevendo os aspectos relevantes dos Por outro lado, mesmo um projeto muito
estudos de caso e, por Þm, disponibilizar bem resolvido sob vários aspectos é passível
aos projetistas instrumentos para auxílio de críticas e/ou melhorias, que podemos
no projeto ou análise de projetos. chamar de “processo de otimização”. Este
processo, a nosso ver, é inÞnito e indeÞnido,
conforme o olhar do observador ou
2. O PROCESSO PROJETUAL: conforme o parâmetro de avaliação. Esta
ANÁLISE E SÍNTESE situação teoricamente poderia levar a um
O projeto de arquitetura, apesar de ser um eterno “descontentamento” com o produto
processo técnico-criativo, onde entram em Þnal; no entanto, de qualquer maneira
jogo diversas questões de ordem muito é necessário ter parâmetros, ainda que
diversiÞcada, “não equivale à resolução de estes sejam parciais e variáveis conforme
uma equação matemática, na qual é possível a evolução da tecnologia e do nível de
individuar uma seqüência deÞnida de exigência, do contexto climático, etc.d
operações que levam a um resultado Þnal
único e incontestável; enquanto processo
3. PROJETO DE ARQUITETURA:
de síntese e de escolha, o processo permite
REPERTÓRIO E INSTRUMENTOS
um grande número de soluções possíveis,
que serão mais ou menos adequadas...” Os projetistas (principalmente arquitetos)
(ROGORA, 1997, p. 65). Isto implica, utilizam para o projeto, de maneira geral,
necessariamente, em um processo de referências baseadas em um repertório já
análise (dos condicionantes, do programa conhecido, visto ou visitado pessoalmente
de necessidades, etc.) e síntese, que poderá ou apreendido da bibliograÞa especializada
apresentar diferentes soluções. (livros, revistas e periódicos de arquitetura).
Em geral, trabalha-se com idéias de projeto
O processo de projeto arquitetônico
provindas de um repertório de formas de
tradicional, pode-se aÞrmar, apresenta uma
edifícios visitados ou vistos – alteradas
série de incertezas e fases conduzidas quase
e adaptadas segundo as exigências do
que somente pela intuição do projetista;
projeto especíÞco a ser executado.
além disso, normalmente, em um projeto
tradicional, “há uma ênfase ao desenho Neste sentido, alguns autores têm realizado
de uma só pessoa, geralmente o titular do trabalhos buscando reunir repertório de
escritório” (BAKER et al, op.cit., p.11.1). O arquitetura exemplar no uso da iluminação
esboço inicial do projeto, crítico para o uso natural e da adequação ao contexto
da luz natural e dos aspectos ambientais a climático (LAM, 1986; BAKER, 1993;
ela relacionados é quase sempre realizado TORRICELLI et al, 1996; FONTONOYONT,
em período de tempo relativamente curto, 1999; AMORIM, 2001), ou sistematizando
segundo critérios intuitivos, visuais e o processo de organização deste repertório
estéticos – neste sentido, a forma, massa, projetual (BAKER, 1993; ROGORA, 1998;
espaço e volume entram como elementos OLIVEIRA, 1998). Lam (1986), após teorizar
da composição. Isto gera quase sempre sobre o uso da luz direta do sol como
uma falta de oportunidade para que elemento de valorização arquitetônica
especialistas possam contribuir nas fases e eÞciência energética, apresenta vários
iniciais do processo projetual (BAKER et al, projetos de edifícios que

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ilustram os conceitos elencados. Baker arquitetos, mas também luminotécnicos)


(1993) reúne em um compêndio que se têm interesse, de maneira geral,
tornou um clássico da área, informações principalmente nos aspectos estéticos
teóricas sobre o uso da luz natural e da luz. O momento atual brasileiro, no
alguns projetos que ilustram o bom uso entanto, visto a carência de normas e
desta. Torricelli et al (1996) valem-se incentivos para projetos conscientes do


deste mesmo procedimento, apresentando ponto de vista ambiental , é de construção


projetos que “...colocam em evidência o e disseminação de conhecimentos através
aspecto criativo e a pesquisa arquitetônica de instrumentos que levem a projetos do
mais original ligada ao controle da luz espaço construído mais sustentáveis e
natural, levando em consideração o fato de maior qualidade ambiental (conforto
de que toda arquitetura deve ser avaliada e eÞciência energética, principalmente),
em relação ao seu contexto climático e facilitando a aplicação deste conhecimento
ambiental.” Fontoyonont (1999), dentro à comunidade de projetistas.


da estratégia de pesquisa da Task 21 da


Por este motivo, a ênfase do presente
International Energy Agency, apresenta
trabalho é unir em um instrumento os
uma coletânea de projetos arquitetônicos
aspectos relacionados ao uso da luz natural
de várias épocas, desde a antiguidade
no projeto arquitetônico e às conseqüências
até projetos contemporâneos, com
ambientais e energéticas diretamente
dados e informações coletadas segundo
ligadas a cada solução projetual. Pretende-
procedimentos especíÞcos. O resultado
se, desta maneira, realizar um recorte do
desta coletânea é um compêndio que
problema, que permite limitar o número
analisa os edifícios do ponto de vista da luz
de variáveis e facilitar seu aprendizado,
natural, despertando o olhar do projetista
relacionamento e a disseminação dos
para procedimentos, estratégias e detalhes
conceitos de qualidade ambiental e
signiÞcativos que podem ser utilizados em
sustentabilidade (especialmente ligadas a
outros projetos. Também Amorim (2001)
eÞciência energética e conforto ambiental)
ao analisar estratégias adequadas para a
ligados à luz natural.
luz natural em climas tropicais em edifícios
comerciais, apresenta alguns projetos
arquitetônicos exemplares, que utilizam 4. O DIAGRAMA MORFOLÓGICO
estas estratégias. É importante frisar que COMO INSTRUMENTO
o uso deste repertório catalogado também PROJETUAL E DE ANÁLISE
deve considerar o contexto climático
local, analisando e adaptando as soluções Das diversas maneiras para disseminar o
propostas. uso eÞciente da luz natural nos espaços
construídos, propostas por Baker et al.
O trabalho de Rogora (1996) baseia- (1993), uma delas propõe mostrar as
se na sistematização do que o autor possibilidades arquitetônicas através de
denomina “Gramática da Luz”, baseando- estudos de caso exemplares, fornecendo
se em aspectos Þsiológicos, biológicos e análises e informações que descrevem seus
psicológicos da relação da luz natural com aspectos relevantes. Os próprios autores
o projeto arquitetônico. Oliveira (1998), por desenvolveram o chamado Morphological
sua vez, identiÞca e sistematiza os chamados Box, que pode ser um instrumento bastante
efeitos lumínicos e propõe-se a corroborar útil para esta análise e catalogação de
com a criação de uma “linguagem da luz”, projetos arquitetônicos. Visto que a teoria
que teria o objetivo de auxiliar o projetista da composição arquitetônica desenvolveu-
no decorrer do processo de projeto. Ambos se como um instrumento de projeto
autores servem-se também da análise de cumulativo, o método, segundo os autores,
projetos existentes para evidenciar seus pode ser chamado de “método tipológico”,
pontos positivos e testar os métodos de com um repertório armazenado de formas
análise propostos. e tipos, estruturados em uma gramática
É certo que os projetistas (principalmente arquitetônica, que permite que estes

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modelos sejam adaptados a programas que pode gerar elementos do conjunto


especíÞcos. arquitetônico especíÞco daquele projeto.
A partir deste conceito, gerou-se novo O uso do Diagrama poderá tornar-se
instrumento, adaptado do precedente, um instrumento efetivo para a criação de
denominado então “Diagrama um repertório de soluções adequadas de
Morfológico”, que é um modelo para projeto e para a sensibilização na leitura
análise de projetos, que pode ser utilizado de projetos com especial atenção ao uso
também durante o processo projetual. Este da luz natural e aos aspectos ambientais
instrumento adapta o conceito original relacionados a conforto ambiental e
acrescentando categorias com base nas eÞciência energética.
especiÞcidades do contexto climático e
O Diagrama apresenta-se dividido em
construtivo brasileiro, além de ampliar
três Níveis (Espaço Urbano, Edifício e
a análise, originalmente restrita à luz
Ambiente Interno, que são considerados
natural, a outros quesitos ambientais,
suÞcientes para se caracterizar o edifício
como ventilação natural, integração com 

e suas relações com o entorno ; cada


a luz artiÞcial e controles, visando uma
Nível apresenta diversos Parâmetros,
maior aplicabilidade do instrumento para
cada um deles podendo ser representado
uma análise do ponto de vista ambiental,
por algumas Variáveis. O “ambiente”
(principalmente conforto ambiental e
ou ”espaço” (externo ou interno) é visto
eÞciência energética) do projeto. Esta
como um conjunto de planos formando
ampliação baseia-se no fato de que o espaço
o piso, as paredes com aberturas,
construído, por deÞnição, deve equacionar
o teto, etc. A combinação de vários
os problemas térmicos, de iluminação e
planos produz muitos “ambientes”
outros, através de sua forma, invólucro e
diferentes; os planos que compõem este
aberturas, e portanto, as decisões de projeto
ambiente são os “PARÂMETROS” do
envolverão estes conceitos.
DIAGRAMA MORFOLÓGICO, e as várias
O Diagrama pode ser utilizado para possibilidades de conÞguração de pisos,
leitura e análise de um projeto existente, paredes, janelas são suas “VARIÁVEIS”. O
ou como auxiliar no processo de projeto. Quadro 1 apresenta os Níveis, Parâmetros
Neste exercício, pode-se preencher o e Variáveis do Diagrama Morfológico,
diagrama com as características do edifício descritos detalhadamente em seguida
identiÞcado como sendo um bom exemplo para melhor compreensão e utilização.
de projeto com a iluminação natural, ou Cada uma das Variáveis propostas nos
pode-se utilizá-lo para identiÞcar os pontos Parâmetros dos 3 Níveis é simbolizada
do projeto que necessitam de otimização. com um ícone, que auxilia no processo de
Este exercício tem como objetivo compreensão do signiÞcado e interpretação
sensibilizar o projetista para identiÞcar da mesma, e é utilizado no momento do
certos aspectos cruciais de projeto, criar preenchimento do Diagrama Morfológico
repertório projetual e aguçar seu senso de um determinado projeto. A seguir
crítico para a percepção das conseqüências apresentam-se todos os Níveis, Parâmetros
das escolhas projetuais (impactos das e Variáveis, explicando detalhadamente
decisões de projeto em todos os aspectos cada um e seus impactos no projeto, do
ambientais, principalmente de conforto ponto de vista da iluminação natural,
ambiental e eÞciência energética). conforto ambiental e eÞciência energética
(ver Quadro 1).
O Diagrama Morfológico é utilizado
para apresentar uma seleção de sistemas
e estratégias efetivos para a luz natural
em edifícios. Neste diagrama, através da
combinação de “Parâmetros” e “Variáveis”
pode-se representar uma série de soluções
de projeto. ConÞgura-se então uma
“Gramática tipológica arquitetônica” ,


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Quadro 1: Níveis, Parâmetros e Variáveis do Diagrama Morfológico

NÍVEL I – ESPAÇO URBANO


Parâmetro A: Desenho Urbano
Variáveis: (ver Figura 1) A1 - Pequenos quarteirões irregulares, A2 - Grandes quarteirões,
A3 - Quarteirões orientados em relação ao sol, A4 - Superquadras , A5 - Fachadas e

principais orientadas para NorteSul, A6 - Fachadas principais orientadas para Leste


Oeste, A7 - Fachadas principais com orientação intermediária, A8 - Blocos abertos, A9
- Torres, A10 - Torre isolada, A - 11 Outros . f

A - Desenho Urbano

A1 Pequenos A2 Grandes A3 Quarteirões A4 Superqua- A5 Fachadas A6 Fachadas A7 Fachada


quarteirões quarteirões orientados em dras principais principais principal
irregulares relação ao sol orientadas orientadas com orienta-
para Norte-Sul para Leste- ção
Oeste intermediária

A8 Blocos A9 Torres A10 Torre A11 Outros


abertos isolada
Figura 1: Variáveis do Parâmetro A – Desenho Urbano (Nível I – Espaço Urbano)

No caso do espaço urbano, a rua é considerada somente por sua inßuência na iluminação
natural do edifício. As implicações diretas do desenho urbano são a quantidade de
luz natural que chega no edifício, a porção do céu visível e a visão para o exterior e a
ventilação do edifício (ambiente interno e externo).
Estas variáveis conÞguram diversas possibilidades que propiciam diferentes desempenhos
do espaço urbano e do próprio edifício com relação à luz natural, desempenho térmico,
ventilação natural, desempenho sonoro e eÞciência energéticak. As 3 primeiras (A1, A2 e
A3) têm maiores implicações na quantidade de luz natural, radiação solar e ventilação

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que atingirá o espaço urbano e os edifícios. As variáveis A5, A6 e A7 têm implicações


na quantidade e qualidade de luz natural (direta ou difusa) que atinge a ediÞcação; e
as variáveis A8, A9 e A10 terão relações com a quantidade de luz natural atingindo
a ediÞcação. No entanto, todas as variáveis terão sempre relações e conseqüências no
desempenho térmico e sonoro do ambiente urbano e do edifício em si.
Parâmetro B - Reßetância das Fachadas
Variáveis (ver Figura 2): B1 - Alta, B2 - Média ou B3 - Baixa
B - Refletância das Fachadas

B1 Alta B2 Média B3 Baixa B4 Outros

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A reßetância das fachadas (ou grau de reßexão, relacionado diretamente à cor) está
relacionada basicamente à quantidade de luz natural reßetida para o entorno, que tem
conseqüências em relação ao conforto visual, térmicol, etc.
Parâmetro C: Especularidade das Fachadas
Variáveis (ver Figura 3): C1 - Alta, C2 -
C - Especularidade das Fachadas

C1 Alta C2 Média C3 Baixa C4 Outros

Figura 3: Variáveis do Parâmetro C – Especularidade das Fachadas (Nível I – Espaço


Urbano)
A especularidade das fachadas também está relacionada com a quantidade de luz reßetida
de maneira especular para o entorno do edifício. Caso o edifício tenha uma forma côncava
ou com pátio ou átrio internos, esta variável poderá apresentar conseqüências para o
próprio edifício. As implicações desta variável são principalmente a quantidade de luz
natural reßetida especularmente para o ambiente e a possibilidade de ofuscamento do
internom.
Parâmetro D: Ângulo máximo de incidência do sol na fachada do edifício
Variáveis (ver Figura 4): D1 - Ângulo menor que 30º, D2 - Ângulo de 30º a 60º, D3 -
Ângulo de 60º a 90º, D4 - Ângulo de 90º, D5 - Outros.

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D - Ângulo máximo de Incidência do Sol na Fachada do Edifício

D1 Ângulo D2 Ângulo de D3 Ângulo de D4 Ângulo de D5 Outros


menor que 30° 30° a 60° 60° a 90° 90°

Figura 4: Variáveis do Parâmetro D – Ângulo máximo de Incidência do Sol na Fachada


do edifício (Nível I – Espaço Urbano)
O ângulo de incidência do sol na fachada do edifício (com relação à base do mesmo)
informa sobre as condições de insolação no mesmo. As implicações destas variáveis
serão principalmente a luz natural que chega aos ambientes internos e a visão do céu.
Áreas urbanas com distâncias muito pequenas entre os edifícios, e consequentemente
reduzidos ângulos de incidência do sol na fachada, considerando a base do edifício,
proporcionam a obstrução da luz de luz natural e visão restrita do céu. Œ

4.2 NÍVEL II – EDIFÍCIO


Parâmetro E: Forma e Planta Baixa
Variáveis (ver Figura 5): E1 - Edifício com planta profunda, E2 - Edifício térreo, E3 -
Blocos unilaterais/bilaterais, E4 - Edifício com pátio interno ou átrio, E5 - Edifício sobre
pilotis, E6 - Edifício com pele dupla, E7 – Outros.

E - Forma e Planta Baixa

E1 Edifícios E2 Edifício E3 Blocos E4 Edifício E5 Edifício E6 Edifício E7 Outros


com planta térreo unilaterais/bila- com Pátio sobre pilotis com pele
profunda terais Interno ou dupla
Átrio

Figura 5: Variáveis do Parâmetro E – Forma e Planta Baixa (Nível II – Edifício)


A forma de um edifício e sua planta têm conseqüências nos aspectos de desempenho
térmico e energético , condicionando também a penetração de luz natural. Edifícios


com planta profunda têm menores possibilidades de uso da luz natural nos espaços
Ž

internos. No caso de edifícios térreos, esta profundidade pode ser compensada pelo
uso de zenitais, e no caso de edifícios com átrio ou pátio interno, otimiza-se o uso da
luz natural através do vazio interno. Edifícios unilaterais ou bilaterais são edifícios de 

forma alongada, com uma ou duas fontes de luz laterais, que garantem boa possibilidade
de uso da luz natural. Os edifícios com pilotis são uma variação do edifício bilateral ou
unilateral, que não inßuencia no uso da luz natural, mas tem conseqüências do ponto de
vista de desempenho térmico . E, por Þm, edifícios com pele dupla são ediÞcações onde
 ‘

se acrescenta uma outra camada de controle à pele (ou invólucro) existente, o que irá
condicionar as trocas térmicas, luminosas e energéticas e a ventilação.

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Parâmetro F: Taxa de Aberturas nas Fachadas


Variáveis (ver Figura 6): F1 - Até 25 % de aberturas, F2 - Entre 25 e 50 % de aberturas, F3
- Entre 50 e 75 % de aberturas, F4 - Mais de 75 % de aberturas.

Figura 6. Variáveis do Parâmetro F – Taxa de Aberturas nas Fachadas (Nível II


– Edifício)
A taxa de aberturas nas fachadas condiciona também as trocas térmicas, a quantidade
’

e qualidade de luz natural, a visão para o exterior e os aspectos energéticos do edifício.


Em geral, pode-se aÞrmar que mais de 50 % de aberturas envidraçadas em fachadas
pode consistir em um aspecto problemático para qualquer tipo de clima, frio ou quente
(BANNISTER et al apud BRAGA, 2005).
Parâmetro G: Distribuição de Aberturas nas Fachadas
Variáveis (ver Figura 7): G1 - Fachadas uniformes, G2 - Fachadas não uniformes com
relação à orientação solar, G3 - Fachadas não uniformes com relação ao espaço urbano,
G4 – Outros.

Figura 7. Variáveis do Parâmetro G – Distribuição de Aberturas nas Fachadas (Nível II


– Edifício)
A distribuição de aberturas nas fachadas terá conseqüências principalmente do ponto
de vista da entrada de luz (direta ou difusa), do controle solar e do controle térmico,
e consequentemente no consumo energético. Fachadas uniformes ou fachadas não
uniformes com relação ao espaço urbano não consideram as diferenças entre as diversas
orientações (para captação do sol, da luz e dos ventos), o que acontece no caso das
fachadas não uniformes com relação à orientação solar . “

Parâmetro H: Proteções Solares nas Fachadas


Variáveis (ver Figura 8) : H1 - Pórticos e Varandas, H2 - Brise-soleil, H3 - Cobogós, H4
- Beirais e Marquises, H5 - Pergolados, H6 - Vegetação, H7 - Outros.

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A presença de proteções solares nas fachadas irá condicionar a entrada de luz direta/
difusa, os ganhos térmicos e a vista para o exterior v. É extremamente desejável que as
proteções sejam projetadas segundo a necessidade de cada fachada.
Parâmetro I: Aberturas Zenitais
Variáveis (ver Figura 9): I1 - Clarabóia, I2 - Lanternim, I3 - Shed ou dente de serra, I4
- Zenital horizontal, I5 - Poço de luz, I6 - Não há, I7 - Outros.

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O tipo de aberturas zenitais , sua forma e inclinação irão condicionar a distribuição »

de luz natural, sua quantidade e qualidade (direta ou difusa) e os ganhos térmicos


da ediÞcação. De maneira geral, os zenitais com superfícies iluminantes horizontais
apresentam maiores ganhos térmicos e maior possibilidade de ofuscamento por reßexão,
permitindo a entrada de luz direta . Os zenitais do tipo lanternim, shed ou dente de serra ¼

apresentam maiores vantagens do ponto de vista do controle da luz natural. . ½

Parâmetro J: Mecanismos de Ventilação Natural ¾

Variáveis (Ver Figura 10): J1 - Cruzada, J2 - Cruzada adjacente, J3 - Efeito chaminé, J4


- Abertura única, J5 - Não há J6 – Outros.

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As implicações dos mecanismos de ventilação natural serão no conforto térmico,


salubridade do ar e consequentemente no consumo energético para climatização. Nem
sempre as aberturas para ventilação são as mesmas de iluminação, e pode ser desejável
separar estas duas funções para controlar melhor o desempenho global da abertura. Toda
abertura, de qualquer modo, tem conseqüências no desempenho térmico, luminoso e
acústico do edifício.
± Ä œ ´ Å ³ ³ ³ ¨ ¸ Â Æ ³ ´ ± Ç ´ ³ ± Ç ´ È ± É

Parâmetro L: Planta baixa


Variáveis (ver Figura 11): L1 - Unilateral, L2 - Bilateral, L3 - Profunda, L4 – Outros.

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Estas variáveis seguem o mesmo raciocínio do parâmetro E - Forma e Planta Baixa.


Têm implicações na penetração e distribuição de luz natural, principalmente. Se forem
aberturas também para ventilação, terão inßuência no desempenho e conforto térmico
do ambiente, e gasto energético para climatização.

Parâmetro M: Posição do Coletor de Luz


Variáveis (ver Figura 12): M1 - No centro do plano lateral, M2 - No centro do plano
zenital, M3 - Entre planos, M4 - Ao longo do canto entre planos, M5 - Parede aberta, M6
- Outros.

” • – — ˜ ™ ¿ Ë › œ ™ ˜ •  ž Ÿ • ¡ ¢ £ ™ ˜ ¤ ¥ Ÿ ¦ ˜ ¢  ¨ £ ¢ • © à ¢ ¡ ¢ Ì ¢ ¬ Ÿ ¦ ¢ ˜ ¡ Ÿ Å — Í ° ± ² ž Ÿ ¬ ³ ³ ³ ¨ ¸ ¥ ¹ • Ÿ ­ ¦ Ÿ ³ ­ ¦ Ÿ ˜ ­ ¢ ¶

A posição do coletor de luz (lateral ou zenital) terá inßuência na quantidade e distribuição


de luz natural, na possibilidade de ofuscamento, visão para o exterior e ganhos térmicos e
ventilação, caso sejam também aberturas para ventilação. De forma geral, janelas laterais
mais altas garantem maior profundidade de penetração da luz natural . Por outro lado, Î Î

é importante considerar a possibilidade de vista para o exterior, que as janelas altas não
permitem , e também possíveis problemas de ofuscamento devido à visão da abóbada
Î Ï

celeste.
Parâmetro N: Dimensão do coletor de luz
Variáveis (ver Figura 13): M1 - Abertura lateral de até 15 %, M2 - Abertura lateral entre
15 e 30 %, M3 - Abertura lateral maior que 30 %, M4 - Abertura zenital de até 15 %, M5
- Abertura zenital entre 15 e 30 %, M6 - Abertura zenital maior que 30 %.

” • – — ˜ ™ ¿ Ð › œ ™ ˜ •  ž Ÿ • ¡ ¢ £ ™ ˜ ¤ ¥ Ÿ ¦ ˜ ¢ ± ¨ Ñ • ¥ Ÿ ­ à ¢ ¡ ¢ Ì ¢ ¬ Ÿ ¦ ¢ ˜ ¡ Ÿ Å — Í ° ± ² ž Ÿ ¬ ³ ³ ³ ¨ ¸ ¥ ¹ • Ÿ ­ ¦ Ÿ ³ ­ ¦ Ÿ ˜ ­ ¢ ¶

A dimensão do coletor de luz irá inßuenciar principalmente nos ganhos térmicos e


luminosos, podendo gerar problemas de ofuscamento e desconforto térmico. A dimensão
refere-se à porcentagem de área de abertura (envidraçada ou não) com relação à área
opaca.
Parâmetro O: Forma do coletor de luz

67
Diagrama morfológico Parte I: Instrumento de análise... Cláudia Amorim

Variáveis (ver Figura 14): O1 - Janela intermediária, O2 - Janela horizontal, O3 - Janela


vertical, O4 - Cortina de vidro, O5 - Abertura zenital horizontal, O6 - Abertura zenital
vertical (tipo shed), O7 - Teto envidraçado, O8 – Outros.

” • – — ˜ ™ ¿ Ò › œ ™ ˜ •  ž Ÿ • ¡ ¢ £ ™ ˜ ¤ ¥ Ÿ ¦ ˜ ¢ É ¨ ” ¢ ˜ ¥ ™ ¡ Ÿ Ì ¢ ¬ Ÿ ¦ ¢ ˜ ¡ Ÿ Å — Í ° ± ² ž Ÿ ¬ ³ ³ ³ ¨ ¸ ¥ ¹ • Ÿ ­ ¦ Ÿ ³ ­ ¦ Ÿ ˜ ­ ¢ ¶

A forma do coletor de luz irá inßuenciar principalmente na distribuição de luz natural


dentro do ambiente, na possibilidade de ofuscamento, na visão para o exterior e nos
ganhos térmicos . Î Ó

Parâmetro P: Controle da entrada de luz


Variáveis (ver Figura 15): P1 - Peitoril, P2 - Prateleiras de luz, P3 - Beirais ou toldos, P4
- Brises, P5 – Cobogós, P6 - Cortinas, películas ou vidros especiais, P7 - Outros.

” • – — ˜ ™ ¿ Ô › œ ™ ˜ •  ž Ÿ • ¡ ¢ £ ™ ˜ ¤ ¥ Ÿ ¦ ˜ ¢ £ ¨ Ì ¢ ­ ¦ ˜ ¢ ¬ Ÿ ¡ ™ ´ ­ ¦ ˜ ™ ¡ ™ ¡ Ÿ Å — Í ° ± ² ž Ÿ ¬ ³ ³ ³ ¨ ¸ ¥ ¹ • Ÿ ­ ¦ Ÿ ³ ­ ¦ Ÿ ˜ ­ ¢ ¶

O controle da entrada de luz pode ser realizado através de inúmeros aparatos , incluindo Î Õ

o próprio peitoril da janela, as prateleiras de luz, beirais, brises, etc. O uso destes
elementos irá inßuenciar na quantidade e qualidade da luz natural, na carga térmica
e na ventilação do ambiente. Esta proteção terá maior efeito com relação ao calor se for
externa, sendo que os elementos internos como cortinas têm maior efeito de controle da
luminosidade. As películas ou vidros de controle solar devem ser especiÞcados como
complemento da proteção externa . Î Ö

Parâmetro Q: Controle da ventilação natural × Ø

Variáveis (ver Figura 16): Q1 - Janela de correr, Q2 - Janela máximo ar ou basculante, Q3


- Janela pivotante, Q4 - Janela guilhotina, Q5 - Abertura com lamelas, Q6 - Abertura no
teto, Q7 Outros

” • – — ˜ ™ ¿ Ù › œ ™ ˜ •  ž Ÿ • ¡ ¢ £ ™ ˜ ¤ ¥ Ÿ ¦ ˜ ¢ Ú ¨ Ì ¢ ­ ¦ ˜ ¢ ¬ Ÿ ¡ ™ œ Ÿ ­ ¦ • ¬ ™ © à ¢ ± ™ ¦ — ˜ ™ ¬ ° ± ² ž Ÿ ¬ ³ ³ ³ ¨ ¸ ¥ ¹ • Ÿ ­ ¦ Ÿ ³ ­ ¦ Ÿ ˜ ­ ¢ ¶

O tipo de abertura (considerando-se a área de abertura e o funcionamento da esquadria)


inßuenciará enormemente no ßuxo de ventilação natural resultante, e em seu controle. É
importante que a abertura propicie o ßuxo adequado e permita o controle da ventilação,
dependendo das necessidades do clima local. Î Û

Parâmetro R: Controle e integração da iluminação artiÞcial × Ü

68
PARANOÁ - Cadernos de Arquitetura e Urbanismo

Variáveis (ver Figura 17): R1 - Onoff, R2 - Onoff com sensor, R3 - Dimming, R4 -


Dimming com sensor, R5 - Sensor de presença ou temporizador, R6 – Outros.

” • – — ˜ ™ ¿ Ý › œ ™ ˜ •  ž Ÿ • ¡ ¢ £ ™ ˜ ¤ ¥ Ÿ ¦ ˜ ¢ È ¨ Ç ™ Ê ™ ¡ Ÿ ¸ ¹ Ÿ ˜ ¦ — ˜ ™ ­ ™ ” ™ ® ¯ ™ ¡ ™ ° ± ² ž Ÿ ¬ ³ ³ ³ ¨ ¸ ¥ ¹ • Ÿ ­ ¦ Ÿ ³ ­ ¦ Ÿ ˜ ­ ¢ ¶

Este parâmetro avalia um aspecto importantíssimo para a eÞciência energética do


edifício: o controle e integração da iluminação artiÞcial com a luz natural. De fato, se não
houver esta integração, o ambiente terá maior conforto luminoso e qualidade ambiental
através do uso da luz natural, mas não necessariamente maior eÞciência energética.
O bom uso dos controles e da integração da luz artiÞcial poderá proporcionar maior
conforto luminoso, redução de contrastes e ofuscamentos e economia energética . Î Þ

Apresenta-se a seguir a legenda completa do Diagrama Morfológico (ver Figuras 18, Î ß

19 e 20) e em seguida considerações sobre os procedimentos para sua utilização para


análise de um edifício existente ou no processo projetual.

69
Diagrama morfológico Parte I: Instrumento de análise... Cláudia Amorim

A - Desenho Urbano

A1 Pequenos A2 Grandes A3 Quarteirões A4 Superqua- A5 Fachadas A6 Fachadas A7 Fachada


quarteirões quarteirões orientados em dras principais principais principal
irregulares relação ao sol orientadas orientadas com orienta-
para Norte-Sul para Leste- ção
Oeste intermediária

A8 Blocos A9 Torres A10 Torre A11 Outros


abertos isolada

B - Refletância das Fachadas

B1 Alta B2 Média B3 Baixa B4 Outros

C - Especularidade das Fachadas

C1 Alta C2 Média C3 Baixa C4 Outros

D - Ângulo máximo de Incidência do Sol na Fachada do Edifício

D1 Ângulo D2 Ângulo de D3 Ângulo de D4 Ângulo de D5 Outros


menor que 30° 30° a 60° 60° a 90° 90°

70
PARANOÁ - Cadernos de Arquitetura e Urbanismo

71
Diagrama morfológico Parte I: Instrumento de análise... Cláudia Amorim

Figura 20: Diagrama Morfológico - Legenda Parâmetros do Nível III – Ambiente Interno

72
PARANOÁ - Cadernos de Arquitetura e Urbanismo

5. DIAGRAMA MORFOLÓGICO: problemática quando utilizada em um


COMPILAÇÃO PARA ANÁLISE E edifício em clima tropical.
PROJETO
De maneira geral, o uso do Diagrama deve
O uso do Diagrama Morfológico para ser feito para a análise e a catalogação
análise de projetos existentes ou como de projetos considerados exemplares na
instrumento do processo projetual prevê a utilização da luz natural e na adequação
compilação dos dados em uma seqüência ao contexto climático. Isto possibilitará a
que parte do maior (o Espaço Urbano), criação de um repertório a ser armazenado.
passando pelo Edifício e chegando ao Ou, como dito anteriormente, para avaliar
Ambiente (que pode ser um único ambiente projetos em andamento (pode-se utilizar
do edifício, ou ambientes representativos o Diagrama na fase de anteprojeto, por
do edifício, que servem para caracterizá- exemplo, para checar as soluções já adotadas
lo) . O preenchimento inicia-se colocando
Î à e os possíveis problemas); posteriormente,
dados básicos da ediÞcação, como pode-se aplicar novamente o Diagrama
Tipologia, Localização (cidade, latitude, na fase de projeto executivo, quando já
longitude, altitude), Data de Construção, há mais detalhes. No entanto, mesmo
Arquiteto. Seguem-se dados sobre o Clima na catalogação e análise de um projeto
Local (pequena descrição elencando tipo considerado inicialmente exemplar, podem
de clima, temperaturas – média anual e emergir aspectos passíveis de otimização,
médias mínimas e máximas - radiação que Þcam mais evidentes ao examina-
solar, duração de insolação, ventos, lo atentamente com um instrumento de
chuvas, etc), e a carta solar local. A seguir análise mais detalhado.
uma planta mostrando a implantação
do edifício ou foto aérea mostrando a
inserção do projeto no contexto urbano; e 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
os Parâmetros e Variáveis de cada Nível As exigências ambientais para o projeto
(Urbano, Edifício e Ambiente), ilustrados arquitetônico vem crescendo de maneira
com fotos e desenhos signiÞcativos dos progressiva. Neste sentido, o papel da
aspectos que se deseja evidenciar .Î á

luz natural como critério de projeto para


No caso da avaliação de um projeto, maior qualidade ambiental (entendida
utiliza-se marcar em cor os aspectos que como conforto ambiental e eÞciência
são percebidos como pontos a serem energética, principalmente) é crucial. Por
ainda “otimizados” no projeto ou no outro lado, é fato que o processo de projeto
edifício existente, ou seja, aspectos que, na apresenta uma série de incertezas que
opinião do avaliador ou projetista, ainda podem diÞcultar a aplicação dos conceitos
necessitam de ajustes por apresentarem no projeto. Neste sentido, o Diagrama
problemas (no desempenho da luz Morfológico é proposto como instrumento
natural, térmico, sonoro ou de eÞciência para análise e auxílio na concepção de
energética). A visualização das marcações projetos, levando em consideração os
em fundo diferenciado (cinza ou outra cor) aspectos e as relações entre o Espaço
permite uma leitura rápida dos pontos a Urbano, Edifício e Ambiente com a luz
serem otimizados. natural e suas conseqüências ambientais
ligadas ao conforto ambiental e eÞciência
É importante lembrar que as avaliações energética do espaço construído.
efetuadas baseiam-se no conhecimento
das estratégias de projeto adequadas ao A proposta é que o Diagrama seja utilizado
clima local; as primeiras informações tanto para análise de edifícios considerados
preenchidas no Diagrama referem-se ao exemplares do ponto de vista da luz natural,
clima da localidade, percurso solar, etc, e quanto para auxílio no processo de projeto,
isto será a base para avaliação das soluções nas fases iniciais e Þnais do projeto.
projetuais. A mesma solução projetual Uma possível evolução deste instrumento
para uso da luz natural pode ser adequada poderá relacionar e criar escalas de valores,
em um clima temperado, mas considerada

73
Diagrama morfológico Parte I: Instrumento de análise... Cláudia Amorim

tentando relacionar o uso de determinadas Roma “La Sapienza” (desenvolvida no


estratégias de projeto como sendo mais Politecnico di Milano), 2001.
adequadas segundo o tipo de clima. Desta
BAKER, N. & STEEMERS, K. Daylight
maneira, poder-se-ia criar uma escala de
design of buildings. London: James and
valores que daria indicações ainda mais
James Editors, 1998.
precisas aos projetistas quanto ao acerto
de suas soluções para aquele determinado BAKER, N.; FANCHIOTTI, A.; STEEMERS,
contexto. Koen. Daylighting in architecture: A
European Reference Book. Londres: James
O instrumento pode colaborar para a criação
and James Editors, 1993.
de repertório de projeto, além de apoiar
o próprio processo projetual, auxiliando BELL, J.; BURT, W. Designing buildings
no desenvolvimento do senso crítico com for daylight. London: BRE, CIBSE, 1995.
relação ao uso da luz natural, fundamental BITTENCOURT, Leonardo. Uso das cartas
para o projetista, a qualidade ambiental e solares – diretrizes para arquitetos. 3
sustentabilidade de seus projetos. ed. rev. Maceió: EdUFAL. Universidade
Federal de Alagoas, 2000.
7. REFERÊNCIAS BITTENCOURT, Leonardo. Ventilação
natural. Ed. Maceió: UFAL, 2006.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, Rio de Janeiro. BRAGA, Darja Kos. Arquitetura residencial
NBR 15215-2: Iluminação natural – Parte das superquadras do Plano Piloto de
1. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. Brasília: aspectos de conforto térmico.
Dissertação (Mestrado em Arquitetura e
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
Urbanismo). Programa de Pós-Graduação
NORMAS TÉCNICAS , NBR ISO 14050
em Arquitetura e Urbanismo, Universidade
– Gestão Ambiental – Vocabulário. Rio de
de Brasília, 2005.
Janeiro: ABNT, 2004.
CORBELLA, Oscar; YANNAS, Simos. Em
AMORIM, C.N.D. Iluminação Natural
busca de uma arquitetura sustentável
e EÞciência Energética – Parte I:
para os trópicos. Rio de janeiro: Ed. Revan,
Estratégias de Projeto para uma
2003.
arquitetura sustentável. Brasília: Periódico
eletrônico em Arquitetura e Urbanismo FONTOYNONT, M.(Ed.). Daylighting
Paranoá,Vol.4, 2002. Disponível performance in buildings. London: James
em http://www.unb.br/fau/pos_ and James,1998.
graduacao/paranoa/paranoa.htm.
GARROCHO, J. S. Luz Natural e
AMORIM, C. N. D. Sustentabilidade, projeto de Arquitetura: estratégias para
qualidade ambiental e iluminação natural iluminação zenital em centros de compras.
no espaço construído: conceitos básicos Dissertação (Mestrado em Arquitetura e
. Revista Paranoá. Brasília: PPG/FAU, Urbanismo). Programa de Pós-Graduação
Universidade de Brasília, 2007. em Arquitetura e Urbanismo, Universidade
de Brasília, 2005.
AMORIM, C. N. D. Recursos Físicos para
Luz Natural. Apostila da disciplina do FROTA, Anésia; SCHIFFER, Sueli R.
curso Projetos Luminotécnicos - Lighting Manual de conforto térmico. São Paulo:
Design. Universidade Castelo Branco, Rio Studio Nobel, 1999.
de Janeiro, 2006.
IEA -International Energy Agency.
AMORIM, C. N. D. Illuminazione Daylighting Design Tools. Results of
Naturale, Comfort Visivo ed EfÞcienza Subtask C. IEA SHC TASK 21 / IEA ECBCS
Energetica in EdiÞci Commerciali: ANNEX 29: Daylight in Buildings, 1999.
Proposte Progettuali e Tecnologiche in
IEA - International Energy Agency.
contesto di clima Tropicale. 2001. Tese
Daylight in buildings: a source book on
de Doutorado. Università degli Studi di

74
PARANOÁ - Cadernos de Arquitetura e Urbanismo

daylighting systems and components. A


report of IEA Task 21/ Ecbcs, Annex 29.
Agradecimentos:
2000.
Ao CNPq, pelos Þnanciamentos para esta
LAM, W. Sunlighting as a formgiver for
pesquisa através do programa CT-Energ e
architecture. New York: Van Nostrand
Edital Universal e ao PROCEL, através de
Reinhold Company, 1986.
bolsa para aluno de Iniciação CientíÞca.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L. e PEREIRA, â ã ä å æ

F. EÞciência energética na arquitetura. ç

A ISO 14050 deÞne meio ambiente como a


UFSC/Procel/ Eletrobrás, 1998. “circunvizinhança em que uma organização opera,
incluindo ar, água, solo, recursos naturais, ßora,
MOORE, F. Concept and practice of fauna, seres humanos e suas inter-relações”. O
architectural daylighting. New York : Van desempenho ambiental de um espaço construído
Nostrand Reinhold Company, 1985. (ediÞcação ou área urbana) é, portanto, o “resultado
da gestão desta organização (o espaço construído)
OLIVEIRA, Paulo Marcos. O céu estrelado sobre seus aspectos ambientais”.
ou Þrmamento: uma ambiência luminosa
è

A qualidade ambiental, segundo Piardi,


de referência. Cadernos Eletrônicos da Pós, apud AMORIM, 2002 considera as relações físicas,
FAU-UnB, 2000. materiais e energéticas entre a construção e o
ambiente que a circunda, relacionando parâmetros
OLGYAY, V. Arquitectura y clima - Manual como o conforto ambiental interno, o consumo
de diseño bioclimático para arquitectos y energético, a segurança, o impacto ambiental da
urbanistas. Barcelona: Gustavo Gilli. 1998 construção e do uso do edifício, entre outros. Os
aspectos da qualidade ambiental abordados no
SERRA, R. F. & COCH, H. R. Arquitectura âmbito deste artigo referem-se principalmente à
y energia natural. Barcelona: Edicions iluminação natural e itens a esta relacionados, como
por exemplo, conforto ambiental e uso de energia
UPC. 1991. é

Entende-se por projetista, para os Þns


ê

ROBBINS, C. Daylighting. Design and deste artigo, todos os envolvidos no processo de


analyses. New York : Van Nostrand projeto arquitetônico e complementares: arquitetos,
Reinhold C, 1986. engenheiros, luminotécnicos, etc. O conceito mais
amplo subtende que o processo de projeto seja
ROGORA, A. Luce naturale e progetto. executado de maneira integrada, abarcando todos
Rimini: Maggioli Editori, 1997. os proÞssionais em todas as fases, permitindo o
compartilhamento na tomada de decisões. Para o
ROMERO, Marta. Princípios bioclimáticos projeto que visa a uma maior adequação ambiental,
para o desenho urbano. São Paulo: Projeto, este seria o processo ideal, contemplando a
1988. multidisciplinaridade.
ë

Para este Þm, isto é, adaptar uma ediÞcação/


SILVA, Joene Saibrosa. A eÞciência do construção que não mais se adequa às exigências da
brise-soleil em edifícios públicos de modernidade, existem os processos de reabilitação,
escritórios: estudo de casos no Plano requaliÞcação, retroÞt ou reestruturação de edifícios
ou áreas urbanas. Estes processos contemplam
Piloto de Brasilia. Dissertação (Mestrado mudanças de uso do espaço, atendimento a novas
em Arquitetura e Urbanismo). Programa normas e exigências legais, assim como de resolução
de Pós-Graduação em Arquitetura e de problemas ligados ao envelhecimento das
Urbanismo, Universidade de Brasília, estruturas, instalações e materiais de construção.
2007. TORRICELLI, M. C; SALA, M.; SECCHI,
ì

S. La luce del giorno. Tecnologie e strumenti per la


TORRICELLI, M.C; SALA, M.; SECCHI, S. progettazione. Firenze: Alinea Editrice, 1996. p. 49.
í

La luce del giorno. Tecnologie e strumenti A questão ambiental neste artigo diz
per la progettazione. Firenze: Alinea respeito especialmente a eÞciência energética e
conforto ambiental no espaço construído. Com
Editrice, 1996. relação a isto, o Brasil conta ainda com poucas
VIANNA, Nelson Solano e GONÇALVES, normas de eÞciência energética em ediÞcações,
tendo iniciado há poucos anos a construção de uma
Joana Carla Soares. Iluminação e estrutura normativa . Desta maneira, é importante
arquitetura. São Paulo: Geros S/C Ltda, consolidar certos conceitos e tornar claro aos
2001. projetistas como utiliza-los.
g Segundo BAKER et al , uma Gramática
Tipológica Arquitetônica é um conjunto de regras

75
Diagrama morfológico Parte I: Instrumento de análise... Cláudia Amorim

de composição, que gera um repertório de tipos forma.


arquitetônicos. ü

Para uma classiÞcação e descrição dos


î

“Em tempos de desaÞos impostos pela vários tipos de proteções solares, consultar Baker et
ecologia e pela própria complexidade das cidades, al (1993).
a visão integrada é uma estratégia fundamental. w Os tipos de aberturas zenitais aqui
Precisamos ver o urbanismo como arquitetura numa apresentados seguem a nomenclatura apresentada
escala maior, o paisagismo como um urbanismo na Norma NBR 15215-2 parte 1, “Iluminação
permeável, a arquitetura como um urbanismo natural – parte 1: Conceitos básicos e deÞnições.”
especializado – um justiÞcando o outro como forma
de imbricá-los de maneira indissociável.” (Teixeira, ý

Em climas quentes, este é um aspecto que


Carlos M. “Outros olhares sobre a cidade. Urbanismo irá inßuenciar negativamente o consumo de energia
arquitetônico, paisagismo urbano, arquitetura para climatização. Recomenda-se que neste caso, a
paisagística” Revista AU abril 2007). Embora o superfície iluminante tenha no máximo 10% da área
Diagrama não envolva diretamente o paisagismo, do piso a ser iluminado (VIANNA e GONÇALVES,
este conceito retrata bem a idéia do mesmo. 2001, p. 180). Os zenitais horizontais também
ï

Esta variável foi proposta especiÞcamente apresentam maiores diÞculdades de manutenção e


pensando no espaço urbano do Plano Piloto de proteção solar.
Brasília, sendo peculiar a esta cidade. A superquadra
þ

Em latitudes de 24° a 32° S recomenda-


é conÞgurada num arranjo espacial típico, que tem se que as superfícies verticais iluminantes estejam
certas conseqüências similares às das variáveis A5 e voltadas para sul, de forma a receber maiores
A6 combinadas. quantidades de luz difusa durante todo o ano
(VIANNA e GONÇALVES, 2001, p. 177). A respeito
ð

A maioria dos Parâmetros inclui a


variável Outros, para permitir a inclusão de de projeto de zenitais, consultar também Robbins
situações não contempladas no Diagrama. (1986).
Variável não existente no Diagrama
ñ

A este respeito, consultar dentre outros


ÿ

Romero (1986) e Serra e Coch (1995). original, tendo sido acrescentada para avaliar
ò

Ver Frota e Schiffer (1998) e, Corbella e a possibilidade de uso da ventilação natural no


Yannas (2003). edifício.
A este respeito consultar Lam (1986),
ç ç

Ver Baker et al (1994).


ó

A visão do céu é um importante aspecto da Robbins (1986), Baker et al (1993) e Vianna e


luz natural, assim como a vista para o exterior, pois Gonçalves (2000).
è

Também as questões de privacidade do


ç

contribui para a percepção do passar do tempo e das


condições metereológicas, itens importantes para usuário devem ser contempladas, ao se posicionar
garantir a qualidade ambiental (BELL e BURTON um coletor de luz, principalmente lateral.
apud AMORIM, 2006). Em todos estes casos, também no ßuxo
ç ê

A este respeito, ver também Serra e Koch de ventilação, caso sejam aberturas também para
(1995) e Oliveira (1998). ventilação.
ë

Estes devem ser especiÞcados e projetados


ç

Considerando que como regra geral a luz


ö

natural pode penetrar até 2,5 vezes a altura máxima segundo a quantidade de radiação solar, luz natural
da janela (VIANNA e GONÇALVES, 2003) no caso difusa e/ou direta a ser controlada. A este respeito
de iluminação lateral, a planta profunda seria aquela ver Robbins (1986), Lam (1986), Baker et al (1993) e
cuja profundidade supera esta distância. Bittencourt (2000).
Vianna e Gonçalves (2000) apresentam um
ç ì

Entende-se por edifício unilateral o


÷

que tem somente uma entrada para luz natural e elenco de vidros com recomendações para escolha
bilateral o que tem duas entradas para luz natural, segundo as necessidades de cada situação.
í

em lados opostos. Isto tem também conseqüências Variável não existente originalmente, tendo
ç

na possibilidade de ventilação natural do edifício. sido incluída por representar importante estratégia
ø

O pilotis aumenta a superfície de contato de climatização passiva em climas tropicais.


da forma, pois estando a forma suspensa e não Neste caso, é importante que o projetista
ç

assentada, diminui a compacidade, propiciando faça, através de cálculos simpliÞcados, uma previsão
maiores trocas térmicas. A respeito da forma, ver do ßuxo de ventilação que poderá obter com aquele
Olgyay (1962), Serra e Coch (1995). tipo de abertura (BITTENCOURT, 2006; FROTA e
ù

Ou “double skin”, que signiÞca uma SCHIFFER, 1998).


î

segunda pele acrescentada ao invólucro original do Variável não existente originalmente,


ç

edifício. acrescentada pela sua importância na eÞciência


ú

Caso sejam aberturas também para energética do edifício.


ï

Ver IEA (1999) e, Bell e Burt (1995).


ç

ventilação, terão todas estas conseqüências; caso


contrário, sua inßuência será somente na entrada de ð

luz direta ou difusa. A formatação Þnal da legenda do Diagrama


ç

Este aspecto é extremamente desejável, Morfológico e todos os ícones foram desenhados


pois permite que o edifício adapte-se às diversas por Eduardo Cademartori, bolsista de Iniciação
condições conforme a orientação. Encontram-se, CientíÞca do Programa de EÞciência Energética do
no entanto, poucos edifícios são projetados desta PROCEL/Eletrobrás.

76
PARANOÁ - Cadernos de Arquitetura e Urbanismo
ñ

Sobre ambientes representativos, segue-


ç

se o mesmo raciocínio utilizado para o processo de


simulação computacional: o ambiente representativo
é um ou mais espaços que representam um padrão de
uso, ocupação e condição ambiental em um edifício.
Por exemplo, em uma tipologia escolar, avaliar duas
salas de aulas situadas em fachadas opostas pode
ser suÞcientemente representativo para caracterizar
o edifício.
ò

É importante lembrar que os desenhos


ç

(plantas, cortes, fachadas, detalhes) e fotos devem


ilustrar os aspectos que se deseja evidenciar no
projeto, positivos ou negativos. De preferência,
ilustrar os aspectos positivos para que estes auxiliem
na criação de um repertório projetual adequado.

77

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