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Confissão de Fé Batista de 1689

CAPÍTULO 1: AS SAGRADAS ESCRITURAS

1. O que é e para o que serve (item 1)


1.1. Revelação de Deus, por meio da qual, Se mostra ao homem de modo
que estes possam entender.

1.2. Deus não revela tudo, mas aquilo que julgou suficiente para o homem.

1.3. Teologia não estuda Deus, mas a revelação de Deus...o que Ele falou de
Sí mesmo. É impossível estudar Deus, dada a infinita distância entre Ele e o
homem.

1.4. Deus se revelou de 2 formas (Sl 19):


(i) revelação geral ou natural (Sl 19:1-6): proclama que Deus existe e é o
criador glorioso e Seus atributos (Rm 1:18). Não proclama nada sobre
como ser salvo ou como cultuá-lo; e
(ii) revelação especial (Sl 19:7-14): Lei, preceitos, juízos, testemunho etc = à
escrituras. Revelação escrita e verbal. Tem como pressuposto a
existência de Deus (não tem o objetivo de provar a existência de Deus).
Foco da escritura é tratar da salvação, exortação, admoestação e
santificação do homem (II Tm 3:14-17). Jesus é a forma mais perfeita de
revelação especial (Heb. 1:1-3)

2. O Cânon (itens 2 a 3)

2.1 Antigo testamento:


2.1.1 os judeus, antes de Jesus, já tinham seu cânon fechado, chamado
Tanah (palavra composta 3 letras que, em hebraico, significam: Lei,
Profetas e escritos). Essa divisão é citada por Jesus, por exemplo, em
Lucas 24:44. O Tanah possui exatamente os mesmos livros que o
antigo testamento da Bíblia protestante, porém, organizado em
outra sequência;
2.1.2 Paulo confirma que, aos judeus, as palavras de Deus foram
confiadas (Rm 3:2);
2.1.3 cerca de 250 anos a.C., a língua mais comum era o grego (como se
fosse o inglês hj) e, por isso, reuniram 70 judeus na cidade de
Alexandria para traduzir a Tanah do hebraico para o grego. Nesse
processo, alguns livros foram, aos poucos, sendo introduzidos e, o
resultado dessa tradução, chamado de “Septuaginta”, incluiu alguns
livros que os judeus não reconheciam. Nos primeiros séculos da
igreja houve certa confusão acerca desses livros, pois os cristãos
utilizaram a Septuaginta e alguns cristãos utilizavam esses livros
adicionais, enquanto outros não.

Na vulgata, tradução da bíblia para o latim que ocorreu em cerca de


450 d.C., Jerônimo incluiu esses livros, mas colocou uma nota
informando que tais livros não eram reconhecidos pelos judeus.
Entretanto, com o passar dos anos, esses livros foram incorporados
à Bíblia.

No período da reforma, Martinho Lutero traduziu a bíblia para o


Alemão e, nessa tradução, não incluiu esses livros, por entender que
não possuíam o reconhecimento dos judeus da época de Jesus como
autoridade divina. Os outros reformadores também não
reconheceram esses livros.

Em resposta ao movimento protestante, a igreja católica romana


realizou o concílio de Trento entre 1545 e 1564 e, nesse evento,
dentre outras decisões, manteve esses livros em seu cânon. Por isso,
o antigo testamento da igreja de Roma possui mais livros do que o
adotado pelos protestantes.

2.2. Novo Testamento:

2.2.1. Haviam exortações da litura pública dos escritos que hj compõem o


novo testamento (Col.4:16; I Tess. 5:27);
2.2.2. Pedro coloca as cartas de Paulo em pé de igualdade com as
escrituras (II Pe. 3:15 e 16);
2.2.3. A igreja do 1º século começou a colecionar e circular escritos com
os ensinos dos apóstolos;
2.2.4. Como os escritos começaram a se multiplicar no segundo século e
listas de livros aceitos e não aceitos começaram a circular, bem
como heresias começam a aparecer – como a de Marcião, que
negava todos os escritos judaicos, inclusive o velho testamento, e
fazia distinção entre o Deus do antigo e do novo testamento – os
pais da igreja, ao longo de 1 século, passaram a discutir quais livros
deveriam ser aceitos para ensino nas igrejas;
2.2.5. Após a 2º metade do 4º século, já havia concordância nos 27 livros
que temos hj...(as listas publicadas por Jerônimo em sua tradução
para o latim (383), Atanásio, o Concilio de Hipona (393), o 3º
Concílio de Cartago (397) e Agostinho (que morreu em 430),
coincidem exatamente com os 27 livros que temos hj.

3. A autoridade (itens 4 a 5)
4. Sua suficiência no cumprimento do seu propósito (itens 6 a 7)
5. Necessidade de ser estudada (itens 8 a 9)
6. Parâmetro para todas as coisas (item 10)

Adicionais:
A Igreja é edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas (Ef. 2:20)

Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a
palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas
(segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que
crestes. (1 Tessalonicenses 2:13 ) – inspiração e autoridade apostólica

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