São Paulo: grandes distâncias na terra das conexões

São Paulo, a cidade que tem a função de ligar o Brasil ao mundo, como já dizia o
cineasta e cronista Ugo Giorgetti. Mas como pode um lugar ser por um lado o coração
financeiro do país e por outro, ser tão grande que seus próprios habitantes não
conseguem acessar lugares quando necessário? Ou então até chegam ao seu destino,
mas depois de longas horas se deslocando em transportes públicos, na maioria das
vezes. Eis aí uma das grandes contradições da “terra da garoa”.
Em tese, essa grande cidade tem uma bela infraestrutura no setor dos transportes,
contendo trens, metrôs, ônibus, monotrilhos, carros, entre outros. Porém na prática, a
realidade é outra.
No dia a dia, as pessoas gastam um longo período em seus trajetos, o que nos
deixa claro um grande desperdício de tempo para que possam ter acesso ao que for, seja
educação, saúde, trabalho, ou até se encontrar com as outras. Isso se dá pelas longas
distâncias entre um ponto e outro, tornando a rota longa e cansativa.
Além do mais, os valores cobrados para ter acesso aos transportes públicos são
exorbitantes e algumas vezes, se tornam inacessíveis. Logo, exclui uma parcela da
população que não tem condições para tal e em maior parte, necessitam.
Não somente por estes pontos, há também a falta de segurança durante o
percurso. Por ser uma megacidade, precisaria de uma estrutura condizente com seu
porte. Mas, a realidade é que as pessoas sofrem com violência, agressões e até abusos
por vezes, sendo não somente um problema de transporte, mas se tornando também uma
questão de humanidade.
Portanto, a cidade de São Paulo, embora grandiosa, ainda apresenta problemas
graves num âmbito básico como é a locomoção de sua massa. Logo, questões como a
perca de tempo, cobrança excessiva e violência generalizada devem ser solucionados,
pois ferem o direito de ir e vir, assegurados pelo própria Constituição.
Isabelle Simões