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A maior cidade da América do Sul, como uma alegoria de outras, é, hoje, avessa
a arquitetura e urbanismo. Durante as últimas décadas, um planejamento urbano
perverso tornou São Paulo ainda mais suscetível e desigual. Uma clara
dicotomia pode ser colocada: uma periferia incompleta e uma dúzia de bairros
ricos. Dentro e entre estes extremos, não há espaços públicos. A cidade velha e
seus entornos próximos, apesar de uma completa rede de infra-estrutura e até
mesmo de equipamentos, está extremante deteriorada e perde população
rapidamente. Entretanto, ela preserva ainda a possibilidade de uma vida social
ativa e atraente.
A cidade nos últimos 100 anos se reconstruiu três vezes. Inevitável talvez seja
não pensar a história de São Paulo como uma história volátil, insípida. Uma
contemporaneidade sem vínculos com a história. Uma história que vai deixar de
existir em breve para dar lugar a outra. Projetemos enfim uma metrópole-cidade
possível onde todas as pessoas estão inseridas. Deixemo-as sentir o impacto de
atravessar a rua com mais duzentas pessoas, serem vizinhas da faculdade, do
trabalho, da escola e do parque, habitemos o imenso circo picadeiro!
O centro que queremos ver adensado não é o centro que já temos, nem o centro
de Manhattan, para além disso: para uma proposta de cidade futura, cidade com
qualidade, acessibilidade e densidade necessárias para sugar o crescimento da
cidade para si, como um grande imã.