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NOME: Letícia de Freitas Fernandes THAUIII

EXPERIÊNCIAS COM O ESPAÇO URBANO E ARQUITETÔNICO DE PALMAS

A cidade de Palmas, capital do Estado do Tocantins, é conhecida por ser uma cidade
universitária, devido as diversas instituições públicas. Porém, na prática, o que se
nota é uma cidade despreparada para os estudantes, pedestres e trabalhadores.
A dificuldade é evidenciada na precariedade de pontos de ônibus, no tempo de
percurso e suas distribuições desconexas, inseridas em locais de pouca
movimentação, que gera desconfortos em relação à segurança e dificuldade de
chegada a essas paradas de transporte.
As linhas que percorrem a cidade são exponencialmente insuficientes comparada à
necessidade da população, principalmente em horários de “pico”, onde o fluxo de uso
do transporte coletivo tende a aumentar. Um exemplo bastante comum é quando se
perde um ônibus por poucos minutos e precisa aguardar de 30 a 40 minutos para
ingressar no próximo ônibus, o que claramente atrasa os demais afazeres daquele
cidadão.
Essa mesma problemática se estende ao comprimento das quadras da cidade, que
não foram pensadas nos pedestres. Apesar da capital proporcionar ótimos locais para
a prática de esportes, principalmente ao ar livre, a caminhada é muito dificultada pelas
longas quadras à céu aberto, sem a presença de um paisagismo adequado que
preserve uma temperatura ideal diante de uma cidade quente.
As rotatórias possuem aspectos positivos e negativos; positivos ao âmbito
automobilístico pois facilita a transição e passagem dos mesmos de maneira rápida,
que incrivelmente impede que o trafego de carros chegue ao ponto de congestionar
as vias principais. Porém, reforçando o argumento anteriormente explicitado, a falta
de faixas de pedestres induz os cidadãos, muitas vezes, a atravessarem pelas
rotatórias, o que gera muita dificuldade e perigo.
Outro fator muito explícito em Palmas é o despreparo do planejamento da cidade
quando há chuvas. Aqui, tanto os automóveis quanto os pedestres são prejudicados,
pois as ruas não possuem escoamento adequado, assim, quando chove, muitas vias
ficam inundadas, gerando desconforto para quem está transitando a pé (Sendo
submetidos a imergir os pés nas inundações) e para quem está transitando com
algum tipo de veículo, podendo prejudicá-los mecanicamente.
O despreparo da cidade com os pedestres, com o transporte, com as chuvas e com
a falta de paisagismo impossibilita o andamento habitual da cidade no cotidiano,
gerando muitas frustrações diárias e impedindo o fluxo natural da rotina dos cidadãos
palmenses.
Outro ponto negativo é plano piloto, que aparentemente tinha uma intenção, mas na
prática se observa outra completamente diferente. O núcleo urbano central está muito
distante dos outros, há um vácuo entre o centro e a periferia e isso afeta quem mora
afastado do centro e trabalha nesse local. Apesar do planejamento, é como se
fôssemos cobaias de um experimento que não tem dado certo.
Um dos fatores positivos, é a disposição da cidade. Assim que se acostuma com os
termos e direções, entende-se uma lógica no mapa da cidade, o que a torna
organizada. Porém, o zoneamento, a separação literal de comércios, indústrias e
residências, afeta os palmenses principalmente pela distância, que combinado às
outras problemáticas inviabiliza a facilidade de acesso.
No contexto arquitetônico, a cidade possui alguns prédios admiráveis, mas são
poucos, ademais, por ser uma cidade muito nova e ainda estar em crescimento e
construção, ainda não é visível uma arquitetura própria e adequada.
Uma solução prática, que seja viável, na resolução da problemática dos transportes
coletivos que são por demanda, seria trocar essa logística por frequência, ou seja,
sempre terá ônibus circulando em um espaço de tempo de 10 a 15 minutos,
independente da demanda, subsidiados pelo Poder Público. Assim, as empresas de
transporte ganham por quilometragem rodada - e não por quantidade de passageiros
– e assegura escolha de espaço de tempo para os usuários que usam o transporte
coletivo diariamente.
Outras soluções para as problemáticas apresentadas seria designar pontos
estratégicos para a inserção de mais faixas de pedestres, principalmente próximas
aos pontos de ônibus; planejamento de arborização urbana adequada nas calçadas
e com a falta de planejamento de drenagem urbana, se faz necessário o piso
permeável drenante que permite a passagem e escoamento da água entre os vãos.
No geral, a cidade não é igual para todos, pois a concentração de equipamentos
urbanos é desigual. O espaço urbano de Palmas foi e ainda é espaço de práticas de
apropriação da elite da terra urbana e da própria cidade. Constata-se então, que a
formação urbana de Palmas se vinculou à segregação socioespacial.

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