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Você sabe como

funciona uma
faixa reversível
de trânsito?

Com o trânsito cada vez mais intenso nos grandes centros, algu-
mas cidades têm implementado faixa reversível em locais de
maior fluxo. Mas o que é faixa reversível? E será que elas realmen-
te são eficientes em “desafogar” o trânsito?

Para amenizar o aparente “caos” dos congestionamentos, sobretu-


do nos grandes centros, uma solução é a faixa reversível criada pela
engenharia de trânsito. Mesmo assim, dirigir é sempre um desafio.
Seja porque temos de sempre estar atentos aos perigos da via que
testam a nossa paciência.

Não fosse pela criação de soluções viárias, como os acostamentos, as


rotatórias, as faixas elevadas, os viadutos, os túneis, além de estraté-
gias de reversão de faixas de trânsito em estruturas já existentes,
nosso trânsito seria muito mais lento e caótico… o que não seria
nada bom!

Mas será que você sabe o que é uma faixa reversível de trânsito, e
qual é seu objetivo?

O que é uma faixa rever-


sível?
Pode não parecer, mas a questão das faixas reversíveis gera muita
curiosidade. Inclusive, foi tema de uma Dissertação de Mestrado na
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): Procedimentos para
implementação de faixas urbanas reversíveis. A peça, pesquisada
por Christiano Lima Machado, teve o objetivo de “contribuir sugerin-
do uma metodologia para adoção de procedimentos em futuras
implantações através do conhecimento do cenário mais adequado
para tornar estas operações eficientes e seguras.”

Respondendo à pergunta do tópico, faixa reversível nada mais é do


que uma faixa (parte da pista) que tem seu sentido (mão de direção)
alterado para melhorar o tráfego de veículos.

Essas faixas podem ser encontradas em uma rua, avenida ou estra-


da que teve seu sentido alterado, temporariamente. Elas mudam de
acordo com os horários onde o fluxo se concentra em uma direção
específica. Tais reversões são aplicadas, mundo afora, há várias dé-
cadas. Elas são bem eficientes na missão de tornar mais eficiente o
“ir e vir” diário do motorista.

Brasília: facilitando a ida ao


Plano Piloto
Em Brasília, a rodovia estrutural (DF-095) liga regiões metropolita-
nas muito povoadas, tais como, Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras
e Brazlândia, ao Plano Piloto. Na parte da manhã, as duas pistas,
cada uma com três faixas, ficam em sentido Plano Piloto. Deste
modo, todas as seis faixas são ocupadas por trabalhadores que saem
de suas cidades em direção à região central do Distrito Federal. O
resultado é que um trajeto que levaria 40 minutos é tranquilamente
vencido em 15 a 20 minutos – num dia sem acidentes.

Na parte da tarde, quando os trabalhadores voltam pra casa, aconte-


ce o inverso. Os moradores normalmente aprovam, afinal, quem não
quer chegar mais cedo em casa?

São Paulo: Rodovia dos Imi-


grantes
Na Rodovia dos Imigrantes, estrada que faz parte do Sistema An-
chieta-Imigrantes (SAI), ligando a cidade de São Paulo ao litoral pau-
lista, com 44 viadutos, 7 pontes, 14 túneis, 58,5 quilômetros de ex-
tensão, todas as suas pistas são reversíveis.

A administração do SAI reverte as pistas para um único sentido


quando o tráfego fica muito intenso. Isso ocorre normalmente na
véspera de feriados prolongados, deixando o sentido capital para
litoral. Ao fim desses feriados, o sentido fica litoral para capital.

Quando ela pode ser


usada?
Usar ou não a faixa reversível ficará sempre a critério da autoridade
de trânsito local. Lembre-se de que trafegar na contramão do fluxo
da faixa vai gerar punições graves. Ou seja, incluindo multa e perda
de ponto na CNH, além do claro risco de acidentes fatais!

Atenção com as infrações


Muita gente pensa que, nessas condições, os famosos “pardais” não
vão multar o carro em função de estarem virados para a direção
oposta. Pensando assim, muitos motoristas acabam sendo surpre-
endidos, em casa, quando chega a notificação de multa.

Por isso, é importante frisar que há, sim, multas sendo aplicadas
àqueles que desrespeitam a sinalização e os limites de velocidade.
Afinal, as mesmas regras que você observa numa pista normal, deve
observar na faixa reversível. No trânsito, não há exceções para infrin-
gir!

Pedestres, muito cuidado


De maneira especial, os pedestres precisam ficar atentos. Há o cos-
tume de atravessar aquela rua olhando só para um lado. Mas agora
lembre que, em determinadas horas, a direção da mão muda. Para
não ser surpreendido, pare, olhe atentamente para os dois lados.
Atravesse somente quando tiver certeza de que não tem nenhum
veículo próximo a você.

Para os motoristas, o recado é: cuide do pedestre! Entenda que, por


aquela faixa ser reversível, alguém pode se distrair com mais facili-
dade e atravessar sem a atenção devida. Como no trânsito “o maior
protege o menor”, sua responsabilidade tem que ser redobrada.

E então, as faixas resolvem de


vez o problema do trânsito?
Não é bem assim. Elas ajudam, e muito. Como diz o Christiano Lima
Machado, o autor do estudo que citamos, “mesmo havendo contro-
vérsias entre os especialistas em trânsito e transportes sobre a gran-
deza dos benefícios das faixas reversíveis, são evidenciados os bene-
fícios que estas operações podem proporcionar ao tráfego cada vez
mais saturado em grandes cidades.”

Mas dá para resolver o problema do trânsito nas grandes cidades.


Um alternativa para que tenhamos menos congestionados e mais
celeridade, é necessário mais investimento em infraestrutura viária.
Além de transportes públicos, como corredores para ônibus, mais
linhas de trem e metrô, etc.

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