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PCDs enfrentam dificuldades no transporte público brasileiro

A Constituição Federal, promulgada em 1988, prevê o direito de ir e vir a todos os cidadãos.


No entanto, no Brasil, essa realidade é diferente para as pessoas com deficiência. Nesse
sentido, essa matéria abordará algumas questões relacionadas ao direito de ir e vir no
transporte público.

Diante desse cenário, segundo o Instituto Locomotiva, 77% das pessoas com deficiência
(PCDs) já enfrentaram pelo menos uma situação preconceituosa e complicada durante seus
deslocamentos nas suas cidades. Esse número evidencia a incapacidade do poder público em
promover projetos e debates para discutir essa demanda.

Tais casos revelam o preconceito estrutural contra as pessoas com deficiência. Antes de
tudo, é importante ressaltar a lacuna de informações básicas nos coletivos já que essas
instruções, na maioria das vezes, passam batido na hora de analisar e abordar esse tema.
Aliás, a ausência de comunicação clara e acessível, como avisos sonoros ou informações em
Braille, impede que muitas pessoas com deficiência utilizem o transporte público de forma
autônoma.

Muitas vezes, elas dependem de acompanhantes ou da ajuda de terceiros devido à falta


dessas informações simples. Outrossim, que é importantíssimo de se mencionar é a
burocracia envolvida na emissão da carteira/ou cartão de gratuidade no transporte público
para PCDs.

É necessário passar por diversos procedimentos. Por isso, é preciso buscar informações
no setor responsável pelo transporte público da sua cidade para agendar sua consulta e tentar
garantir o seu direito. Contudo, essa gratuidade pode ser válida apenas na sua cidade, o que
dificulta o acesso a outras cidades ou estados.

Outro aspecto relevante é a carência de treinamento adequado dos funcionários do


transporte público. Eles precisam ser capacitados não apenas para utilizar os recursos
disponíveis, mas também para atender os passageiros de forma correta, como, por exemplo,
saber um pouco de libras a (língua brasileira de sinais), por que não?

Portanto, o preconceito também é estrutural contra as pessoas com deficiência e persiste,


como já mencionado anteriormente. É inaceitável que, em pleno século XXI, ainda ocorram
situações delicadas, tal como pessoas com deficiência física não conseguir subir no ônibus
devido à falta de conhecimento do motorista sobre o uso do elevador.

No entanto, é justo destacar o equivoco que não é somente deles, mas sim de seus
superiores, que não fornecem o treinamento adequado. Todavia, há problemas relacionados à
superlotação dos veículos, veículos antigos, falta de assentos preferenciais para idosos e piso
tátil para auxílio de pessoas cegas ou com baixa visão.

Infelizmente, essas modificações nos ônibus estão longe de serem implementadas devido
a diversos motivos, exemplificando o alto custo envolvido nas alterações. No entanto, mesmo
diante dessas dificuldades, é necessário cobrar ao menos algumas mudanças. Ir a “pé” de
cadeira de rodas não é uma boa opção, ainda mais, porque a falta de mobilidade urbana no
país é uma adversidade que afeta diretamente as pessoas com algum tipo de deficiência e que
também utilizam cadeiras de rodas.

Exemplo disso, são as calçadas irregulares, estreitas e obstruídas, esses são apenas
alguns dos problemas enfrentados. Embora esse não seja um problema diretamente ligada ao
transporte público, o descaso em relação à acessibilidade reflete a falta de atenção para
minimizar essa temática e leva a velhos conflitos em um outro assunto sério no Brasil, que
são as ruas cheias de buracos e obstáculos.

Dessa forma, é fundamental que os governos municipais, estaduais e federais discutam


projetos e propostas para mudar essa situação. A inclusão e a acessibilidade no transporte
público são direitos fundamentais das pessoas com deficiência, e é necessário um esforço
conjunto para garantir sua efetivação

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