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Neófito Alexandre Duarte Leite

Coven Mannaz

Sabbaths:

Nos tempos mais remotos o contato com a natureza era constante, a observação
dos aspectos e fenômenos naturais garantiam a sobrevivência em um mundo hostil e
perigoso. A vida dependia dos ciclos do sol e da lua, da mudança das estações, do clima
e da interação com as forças naturais (e sobrenaturais). Esses povos acreditavam que a o
movimento circular da terra em torno do sol (movimento de translação), afetava
diretamente suas vidas. Passou-se a perceber que a posição do céu influenciava as
plantações, a mudança das estações, o comportamento dos animais, etc. O movimento
que a terra fazia em torno do sol era percebido como uma grande roda ou um eterno ciclo
de nascimento e desabrochar, crescimento e florescimento, maturidade e frutificação,
envelhecimento e decadência, morte e decomposição e, por fim, renascimento da natureza
e, por consequência, da própria vida humana.
Durante sua trajetória anual através do céu, o sol pode afastar-se ou aproximar-se
da terra, atingindo assim, dois pontos de afastamento máximo em relação ao equador
celeste, tanto para o norte quanto para o sul. Esses pontos são chamados de solstícios, o
de inverno marcando o dia mais surto do ano e o de verão o dia mais longo1. Já os
equinócios são os pontos em que o sol se encontra exatamente sobre o equador celeste,
fazendo com que dia e noite tenham a mesma duração.2 Dividimos os equinócios em:
• Equinócio de primavera: é o ponto mediano entre o solstício de inverno e o de
verão.
• Equinócio de outono: é o ponto mediano entre o solstício de verão e o de inverno.

Os povos antigos costumavam celebrar estas transformações ocorridas na natureza


e as marcações da estação do ano por meio de festivais, nessas celebrações pedia-se aos
deuses que abençoassem as sementes e campos arados para que pudesse haver fartura e
saúde. Estas oito celebrações, chamadas Sabbaths, constituem os oito raios da Roda do
Ano.
Estima-se que os Sabbaths são celebrados das mais diversas formas e nos
mais diferentes lugares a mais de 12 mil anos, marcando a relação do ser
humano com seu meio ambiente telúrico, solar e cósmico. Os festivais solares,
ou de fogo, retomam o calendário agrícola, que determinava as épocas
favoráveis para o plantio e para a colheita.
Quatro deste Sabbaths coincidem com os solstícios e equinócios, enquanto
os demais sinalizam a passagem do tempo entre uma estação e outra. Nossos
ancestrais sabiam que o sol era importante para nosso sustento e o celebravam nessas
celebrações.

1
Cada uma das duas datas do ano em que o Sol atinge o maior grau de afastamento angular do equador,
no seu aparente movimento no céu, e que são 21 ou 23 de junho (solstício de inverno no hemisfério sul e
de verão, no hemisfério norte) e 21 ou 23 de dezembro (solstício de verão no hemisfério sul e de inverno,
no hemisfério norte).
2
Momento em que o Sol, em seu movimento anual aparente, corta o equador celeste, fazendo com que
o dia e a noite tenham igual duração.

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