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01
Pele e apêndices
Irrigação vascular e drenagem linfática
A pele das pálpebras é fina e frouxamente ade-
rida aos tecidos subjacentes, o que permite, em As pálpebras são supridas por uma extensa ma-
situações de inflamação e sangramento, a for- lha vascular, a qual forma anastomoses entre ra-
mos originados da artéria carótida externa (pela drenado para linfonodos pré-auriculares e das
face) e da artéria carótida interna (pela órbita). pálpebras inferiores para os linfonodos subman-
Isso fornece excelente recuperação dessa região dibulares. Linfadenopatia é um sinal comum de
no pós-trauma. infecção das pálpebras e das conjuntivas (princi-
O fluido linfático das pálpebras superiores é palmente por vírus).
Formação
Retina
O humor aquoso (ou apenas “aquoso”) é pro-
duzido pelo corpo ciliar por ultrafiltração e por A retina converte a imagem luminosa em im-
secreção ativa. Sua composição é estritamente pulsos nervosos (Figura 4). É compreendida pela
regulada para excluir proteínas de alto peso mo- retina neurossensorial e pelo epitélio pigmentar
lecular e células, mas contém glicose, oxigênio e retiniano (EPR). O raio luminoso tem que passar
aminoácidos para a córnea e para o cristalino. através da retina interna para alcançar os fotor-
receptores (cones e bastonetes), os quais con-
vertem a energia luminosa em elétrica. A retina
Drenagem então tem que ser transparente. Neurônios co-
nectores (interneurônios) modificam e passam
O aquoso circula da câmara posterior para a câ- o impulso elétrico para as células ganglionares,
mara anterior pela pupila, deixando o olho pela cujos axônios correm ao longo da superfície reti-
niana e entram no nervo óptico. Os cones estão concentrados na mácula. Eles são
Uma região da mácula é responsável pela visão responsáveis pela acuidade visual e pela aprecia-
central. Em seu centro existe uma área altamente ção de cores. Os bastonetes estão relacionados
especializada denominada “fóvea”, a qual é res- com a visão em baixos níveis de luminosidade e
ponsável pela visão de alta qualidade. O restante com a detecção de movimento, estando distri-
da retina é responsável pela visão periférica. buídos por toda a retina (Tabela 1).
BASTONETES CONES
Função Visão no escuro, movimento Visão no claro, cores e definição
Número > 100 milhões 6-7.000 milhões
Concentração Periferia da retina Mácula
Os axônios das células ganglionares presentes Cada olho repousa dentro de uma cavidade óssea
na camada de fibras nervosas da retina chegam (a órbita), que o protege em todas as direções,
ao nervo óptico através do disco óptico, o qual com exceção da sua parte anterior. Os músculos
não possui fotorreceptores e corresponde, por- que movem o olho unem-se no ápice orbitário
tanto, a uma mancha cega fisiológica (Figuras 4 formando o cone muscular. Dentro da órbita ain-
e 6). A maioria dos discos ópticos tem uma ca- da encontramos os nervos motores, sensoriais e
vidade central, denominada “escavação”, a qual autonômicos do olho e de estruturas associadas.
é pálida em comparação com a coloração rósea O espaço orbitário é preenchido por gordura e
das fibras nervosas que a circundam. A perda das por uma complexa malha de tecido conjuntivo
fibras nervosas, que ocorre no glaucoma e em que ajuda na sustentação do globo ocular e na
outras patologias, resulta em um aumento dessa interação com os músculos extra-oculares.
escavação. O campo e a qualidade de visão são gerados pe-
Há aproximadamente um milhão de axônios no los dois olhos conjuntamente. Os nervos ópticos
nervo óptico. Atrás do globo ocular, esses axô- de cada olho são coordenados e conectados a
nios tornam-se mielinizados e o nervo óptico é outras áreas em nível cortical cerebral; disso re-
revestido pelo fluido cerebroespinhal do espaço sulta a visão. Determinados centros motores,
subaracnóideo, sendo protegido por uma bainha núcleos cranianos e conexões interligam os dois
contínua com as meninges cerebrais. olhos (como as rodas da frente de um carro) para
manter a visão binocular sem diplopia.
Os quatro músculos retos (Figura 6) têm uma O músculo levantador (inervado pelo III par cra-
adesão posterior comum no anel de tecido con- niano) projeta-se anteriormente na forma de
juntivo que circunda o canal óptico e que divide uma ampla aponeurose, ligando-se na placa tar-
a fissura orbitária superior em dois comparti- sal superior e na pele da pálpebra superior (Figu-
mentos. ras 1 e 6). Associadas a ele encontram-se fibras
de músculo liso inervadas pelo sistema nervoso
• Reto lateral: é inervado pelo VI par craniano simpático. A função do músculo levantador é a
(abducente). Sua contração move o olho lateral- de elevar a pálpebra superior.
mente e, portanto, sua paralisia gera um desvio
para dentro (convergente).
• Reto medial: é inervado pelo III par craniano Nervos da órbita
(oculomotor). Sua contração move o olho nasal-
mente. Além dos nervos motores dos músculos extra-
• Reto superior e inferior: esses músculos não só oculares, a órbita contém nervos sensoriais e au-
movem o olho para cima e para baixo, respec- tonômicos (Figura 6).
tivamente, mas também têm ações adicionais, O principal nervo sensorial é o nervo óptico (II
ajudando na adução (movimento em direção ao par craniano), envolto por uma membrana contí-
nariz) e na rotação. Eles também são inervados nua com as meninges intracranianas, sendo que
pelo nervo oculomotor. o espaço subaracnóideo estende-se até o globo
• Oblíquo superior e inferior: o músculo oblíquo ocular. O suprimento sangüíneo é dado por nu-
superior se origina na região posterior da órbi- merosos vasos derivados da artéria oftálmica. Na
ta, sofre um desvio em um tipo de polia (tróclea) porção final dessa artéria (próximo ao globo),
situada atrás da rima orbitária súpero-nasal, e não existem anastomoses, de forma que um pro-
é então direcionado para trás, para se inserir cesso isquêmico, como arteriosclerose ou arte-
no globo ocular. É inervado pelo IV par crania- rite de células gigantes, tipicamente leva a uma
no (troclear). Age principalmente na rotação do perda visual severa.
olho, mas também contribui para o movimen- Ramos da divisão oftálmica do nervo trigêmeo
to lateral (abdução) e para alguma depressão fornecem a inervação sensorial para o globo ocu-
ocular. O músculo oblíquo inferior origina-se na lar (especialmente a córnea), para a conjuntiva e
rima orbitária inferior próximo à parede medial para a pele das pálpebras, com extensão para a
e passa lateralmente, e, posteriormente, para se fronte e o occipício. O nervo nasociliar dirige-se
aderir ao globo próximo à topografia da mácula. ao globo ocular, mas não termina nele. O nervo
Como o oblíquo superior, ele roda o olho e ajuda passa pela órbita junto à parede medial e emer-
na elevação e na abdução. É inervado pelo nervo ge ao lado do nariz. O herpes zoster ocular geral-
oculomotor. mente encontra-se associado a lesões cutâneas
nasais.
vista frontal
vista superior
tais fibras inervam o corpo ciliar (produção do O trato óptico estende-se do quiasma até o cor-
aquoso) e o músculo dilatador da pupila. Dila- po geniculado lateral, onde nervos que começa-
tação pupilar máxima pode ser conseguida pela ram como fibras na superfície da retina formam
administração tópica de um inibidor do sistema sinapses com neurônios, os quais seguem pela
parassimpático (como a tropicamida e o ciclo- radiação óptica para alcançar o córtex visual no
pentolato) ou de um agonista do sistema simpá- lobo occipital.
tico (fenilefrina). A pressão sobre o quiasma por um tumor hipo-
fisário leva a uma hemianopsia bitemporal. Atrás
do quiasma, uma lesão unilateral causa uma he-
Vias ópticas mianopsia no lado oposto.
O trato óptico e suas radiações são supridos por
Os nervos ópticos unem-se no quiasma óptico ramos da artéria cerebral média, e o córtex visu-
sobre a sela túrcica do osso esfenóide. A glân- al, pela artéria cerebral posterior. Cada mácula é
dula pituitária projeta-se inferiormente atrás do representada por uma área cortical em ambos
quiasma. As fibras nervosas da retina nasal (cam- os pólos occipitais, e tem um duplo suprimento
pos visuais temporal ou lateral) cruzam para sangüíneo (artérias cerebrais média e posterior).
o lado oposto do quiasma, sendo que as fibras Como resultado, a oclusão do suprimento arte-
pós-quiasmáticas do lado esquerdo represen- rial do córtex visual causa uma perda de campo
tam o campo visual do lado direito de ambos os bilateral, com preservação da visão central (cam-
olhos (e vice-versa). po macular).
Córnea
Aquoso
• Tecido altamente especializado.
• Principal função: refração e transmissão lumi- • Drenado pela malha trabecular, no ângulo da
nosa. câmara anterior entre a íris e a córnea.
• Formada por epitélio externo, por estroma avas-
cular e por monocamada de células endoteliais.
• O endotélio bombeia a água do estroma para Retina
a câmara anterior; sua falência leva à perda da
transparência. • Fotorreceptores convertem energia luminosa
em elétrica; transmitem a energia elétrica para
as células ganglionares via interneurônios.
Lágrima • Axônios das células ganglionares cruzam a su-
perfície da retina e deixam o olho pelo disco óp-
• Camada lipídica secretada por glândulas de Mei- tico.
bomius; camada aquosa, pelas glândula lacrimal • Os cones estão concentrados na mácula e são
e glândulas conjuntivais associadas; camada de responsáveis por visão de alta qualidade.
mucina, pelas células caliciformes conjuntivais.
a. esférica
b. piramidal
c. trapezoidal
d. em forma de elipse
a. VI par craniano
b. III par craniano
c. IV par craniano
d. VII par craniano