Vigora, aqui, um princípio de cooperação entre o legislador e o juiz.
A determinação da privação da liberdade necessária no caso concreto é papel do
tribunal de execução de penas (art. 90º). É por ele que vamos saber o tempo de privação da liberdade, mínimo e máximo. Por via deste artigo, a execução da PRI ocorre, numa parte, segundo as regras de execução das penas e, noutra parte, segundo a regras de execução das medidas de segurança – por isto, é uma sanção de natureza mista, o que revela o caráter tendencialmente monista do nosso sistema. Se o individuo não fosse condenado em PRI, era condenado em 12 anos de prisão. Ao fim de 6 anos, saía em liberdade condicional. Mas estamos perante uma PRI – então, ele vai ser condenado numa pena num mínimo de 8 anos e máximo de 18. Como se passam as coisas? Artigo. 90º. No mínimo (8 anos), pode ser concedida a liberdade condicional – de acordo com os requisitos (art. 61º? 2/3 da pena de prisão), se se puder concluir que uma vez posto em liberdade não volta a cometer crimes. Remete-se, ainda para o art. 64º: a liberdade condicional pode ficar sujeita a cumprimento de deveres, etc. Se não for posto em liberdade condicional ao fim dos 8 anos, parte-se para a renovação anual da instância. Em suma, vamos executar esta PRI como se estivéssemos a executar uma pena normal de prião até aos 12 anos. A partir deste momento, até aos 18, executamos como se fosse uma medida de segurança. A medida de segurança cessa quando cessar a perigosidade criminal do agente (art. 93º). Por isto é que o sistema é tendencialmente monista: a partir de certo momento, a execução da PRI é feita de acordo com as regras das medidas de segurança. Pode suceder a seguinte situação: o art. 90º diz-nos que a liberdade condicional tem uma duração igual ao tempo que faltar para atingir o limite máximo da pena; mas não será nunca superior a 5 anos. Vejamos: se eu conceder no caso concreto a liberdade condicional aos 8 anos; 8 e 5 são 13; o agente está em liberdade condicional 5 anos – ultrapassa os 12. Continuamos a aplicar a pena como pena. Pode suceder que estejamos ainda a executar uma pena por força da duração. Zero sentido ou capacidade de português, só vibes. Relembremos o que estudamos quanto à determinação da medida concreta da pena: estes 12 anos que o tribunal aplicaria se ele não fosse condenado a PRI, em última instância (71º) são ditados por razoes de prevenção especial de socialização. É muito provável que, ultrapassados os 12 anos, ainda está esta privação legitimada à luz das regras das penas – isto é, se calhar, neste caso, a culpa do agente era superior a 12 anos. 4. Agentes com menos de 25 anos de idade Em razão da idade do agente, há uma atenuação do regime da PRI (art. 85º): os arts. 83º e 84º só são aplicáveis se o agente tiver cumprido prisão no mínimo de 1 ano. O limite máximo da PRI corresponderá a um acréscimo de 4 ou 2 anos relativamente à prisão que concretamente caberia ao crime cometido. O prazo de “prescrição da tendência” é de 3 anos, no caso de delinquência grave.