O documento discute o Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) e sua implementação no Brasil através da Norma Regulamentadora NR-26 e da NBR 14725. O GHS estabelece regras para a classificação de perigos químicos e comunicação desses riscos por meio de rótulos e Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQs). A adoção do GHS no Brasil teve o objetivo de proteger os trabalhadores e
O documento discute o Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) e sua implementação no Brasil através da Norma Regulamentadora NR-26 e da NBR 14725. O GHS estabelece regras para a classificação de perigos químicos e comunicação desses riscos por meio de rótulos e Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQs). A adoção do GHS no Brasil teve o objetivo de proteger os trabalhadores e
O documento discute o Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) e sua implementação no Brasil através da Norma Regulamentadora NR-26 e da NBR 14725. O GHS estabelece regras para a classificação de perigos químicos e comunicação desses riscos por meio de rótulos e Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQs). A adoção do GHS no Brasil teve o objetivo de proteger os trabalhadores e
Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de
Produtos Químicos, conforme estabelecido na Convenção 170 da Organização Internacional do Trabalho, assinado em 25jun1990, em Genebra/Suiça. O Brasil, como signatário da Convenção, internalizou o texto deste Ato Multilateral com o Decreto Legislativo 67/1995 e promulgou sua plena vigência em 03jul1998, por meio do Decreto 2.627, naquilo que se refere à segurança na utilização de produtos químicos no trabalho. O Ministério do Trabalho e Emprego inseriu em 2011 a obrigatoriedade da adoção do GHS, alterando a sua Norma Regulamentadora no 26 que trata de Sinalização de Segurança, incluindo classificação, rotulagem e fichas de segurança, porém não estipulou as regras para essas alterações nem datas limites para cumprimento. O Ministério do Desenvolvimento de Industria e Comércio (MDIC) coordenou um grupo de trabalho entre 2010 e 2011 com vários Ministérios, Indústrias e Sociedade em geral para implantação do sistema GHS, chegando a minutar um Decreto para isso. Essa proposta de Decreto, inclusive, elegia a ABNT para delinear todo o escopo em Normas Brasileiras de Regulamentação. Todavia, esse Decreto, até o momento, não foi transformado em Ato Governamental de fato. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaborou a NBR 14.725. A norma foi sub dividida em 4 partes (Terminologia, Classificação de perigo, Rotulagem e Ficha de Informações de Segurança). A NBR colocou prazos para o cumprimento, o que foi importante para que a indústria quebrasse a inércia. Hoje, grande parte dos produtos químicos perigosos, dos mais diversos setores, tem seus rótulos de acordo com a NBR. É importante frisar, ainda, que a NBR deixa claro que os setores produtivos já regulamentados em relação à rotulagem não devem deixar de atender à sua legislação. Assim, a data limite de 01dez2015 dada pela ABNT para que os rótulos de produtos formulados estejam na conformidade do GHS, não é auto-aplicável para os pesticidas agrícolas, porquanto estes obrigatoriamente devem atender a Lei 7.802/89 e o Decreto 4.074/02 em sua rotulagem. Cabe citar que o setor de pesticidas adaptou suas fichas de segurança à NBR 14.725, pois essas fichas não estão reguladas pela lei ou decreto citados. O sistema GHS gerencia a sinalização para o trabalhador e público em geral de acordo com a categoria e sub categorias de periculosidade do produto, obtida com testes toxicológicos e ambientais. Acertada sua sub-categoria em cada item de periculosidade, é necessário apresentar a palavra perigo (risco grave) ou atenção (risco menor), conforme o caso; frases de perigo definidas para aquela sub- categoria; frases de prevenção gerais ou para emergências ou para COMUNICAÇÃO DE PERIGO armazenamento; e, pictogramas quando forem necessários. Por exemplo: para corrosão/irritação à pele, um produto pode ser 1-A, 1-B, 1-C, 2 ou 3; e, para cada uma dessas categorias foram definidas frases atinentes àquela categoria em particular. O número de categorias varia em cada tipo de perigo analisado. Para lesões/irritação ocular as categorias são apenas três: 1, 2-A e 2-B. O importante é que, sendo um sistema mundial, as frases e as sinalizações são as mesmas em qualquer do mundo. No Brasil, a Lei 7.802/1989 já trazia norteamento para esses alertas ao trabalhador, usuário e público; e, seus Decretos Regulamentadores detalharam como seria essa sinalização do perigo, inclusive com modelo padrão para os rótulos dos produtos. O rótulo deve conter três colunas, uma para frases atinentes à saúde humana, outra com precauções ao meio ambiente e a do meio para identificação do produto. Além disso, o rótulo deve apresentar uma faixa em toda a sua extensão na parte inferior com a cor da classificação do produto. A cor deve ser de acordo com uma das 4 classificações adotadas: Vermelha, a de maior periculosidade; Amarela, com uma periculosidade média; Azul, que exige atenção; e, Verde, de menor periculosidade. Essa faixa colorida também serve de fundo para a colocação dos pictogramas necessários.
VERDE AZUL AMARELO VERMELHO
A visualização brasileira é mais direta, clara e efetiva, porém o produto só pode
estar em uma das faixas. Explicando melhor: as regras elaboradas pela ANVISA definem que a Classe do produto (ou cor da faixa) será determinada pelo pior resultado que der em qualquer um dos critérios para classificação aguda (toxicidades oral, dermal e inalatória; e irritabilidades dermal e ocular). Se um desses resultados der Classe I (Vermelho), todo o produto será considerado Classe I; e, as específicas periculosidades de um produto são desprezadas. De maneira mais racional, o GHS respeita mais a individualidade de cada sub- categoria de perigo do produto, e, por isso não adotou faixas coloridas. Também, os critérios para delimitar cada categoria diferem significativamente entre os estabelecidos no GHS e os definidos no Brasil. Ver mais detalhes no quadro mais abaixo. O governo brasileiro tem feito algumas adaptações para acatar a classificação, os limites das categorias e as frases do GHS. Futuramente, poderá substituir a faixa do rodapé do rótulo, colorindo os “boxes ou janelas” das frases com a cor correspondente a cada sub categoria. Será uma rotulagem bem instrutiva e, ao mesmo tempo, mais fiel às periculosidades específicas dos produtos. Afinal o país é signatário da Convenção 170. COMUNICAÇÃO DE PERIGO
FISPQ FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS
O que é a FISPQ (Ficha de Segurança de Produtos Químicos)?
A sigla FISPQ significa Ficha de Informação de Segurança de
Produtos Químicos. É um documento normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) conforme NBR 14725-4.
Para que serve?
A FISPQ é um documento para comunicação dos perigos
relacionados aos produtos químicos. A FISPQ é o meio de o fabricante do produto divulgar informações importantes sobre os perigos dos produtos químicos que fabrica e comercializa.
Como temos acesso à FISPQ?
O fabricante/fornecedor deve disponibilizar as fichas junto
com o produto, pois trata-se de um documento obrigatório para a comercialização destes produtos. Ela um direito de quem adquire o produto. E deve ficar a disposição de todos os que trabalham com o produto. COMUNICAÇÃO DE PERIGO
Obrigatoriedade da FISPQ
O decreto 2657 de 03 de julho de 1998, responsável por
promulgar a Convenção 170 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), estabelece algumas responsabilidades referente ao Direito do Saber do Trabalhador. O que significa: “que o trabalhador tem o direito de conhecer os perigos dos produtos químicos manuseados na sua atividade de trabalho”. Para tal, foi necessário a adoção de um sistema de classificação de perigo dos produtos químicos.
No Brasil, o sistema adotado foi o GHS e sua
implementação está embasada pela Norma Regulamentadora NR-26 do Ministério da Economia (antigo Ministério do Trabalho) e a Norma da ABNT – NBR 14725. Neste contexto, a FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos) é um documento que tem como objetivo descrever os perigos dos produtos químicos. A ficha também deverá fornecer diversas informações, como: 1) Condições de manuseio; 2) Principais incompatibilidades químicas; 3) Condições adequadas para o armazenamento de produtos; 4) Atendimentos em casos de primeiros socorros, entre outros. Por isso, a elaboração do documento e disponibilidade para os trabalhadores que manuseiam produtos químicos é uma obrigatoriedade legal. COMUNICAÇÃO DE PERIGO
Quem pode elaborar a FISPQ?
Segundo a descrição da NR-26, a ficha fica sob a
responsabilidade da empresa fabricante ou importadora. Mas também pode ser elaborada por consultoria especializada em documentos de segurança química. Veja o que diz a legislação sobre o autor do documento e outros itens importantes:
“26.2.3 O fabricante ou, no caso de importação, o
fornecedor no mercado nacional deve elaborar e tornar disponível ficha com dados de segurança do produto químico para todo produto químico classificado como perigoso.” “26.2.3.1 O formato e conteúdo da ficha com dados de segurança do produto químico devem seguir o estabelecido pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.” “26.2.3.2 Os aspectos relativos à ficha com dados de segurança devem atender ao disposto em norma técnica oficial vigente.”
Quais os principais benefícios da FISPQ?
A FISPQ é um documento de extrema importância nas
medidas implementadas para a gestão do risco químico e preservação da segurança e saúde dos trabalhadores.
Dessa forma, deve-se ser exigido aos responsáveis pelo
fornecimento da FISPQ por documentos completos e com informações de qualidade, diante do impacto já mencionado. COMUNICAÇÃO DE PERIGO
Como é formada?
O documento é dividido por seções e contemplam
informações sobre vários aspectos do produto. Para esses aspectos, a FISPQ fornece informações detalhadas sobre os produtos e também sobre ações de emergência a serem adotadas em caso de acidente.
Como é a organização da FISPQ?
A FISPQ deverá estar de acordo com o preconizado na
Norma Técnica Oficial Vigente. Esta regra é estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, por meio da NBR 14725. De acordo com essa norma técnica, a FISPQ deverá apresentar as seguintes seções: 1) Identificação; 2) Identificação de perigos; 3) Composição e informação sobre os ingredientes; 4) Medidas e primeiros socorros; 5) Medidas de combate a incêndios; 6) Medidas de controle para derramento ou vazamento; 7) Manuseio e armazenamento; 8) Controle de exposição e proteção individual; 9) Propriedades físicas e químicas; 10) Estabilidade e reatividade; 11) informações toxicológicas; 12) informações ecológicas; 13) Considerações sobre destinação final; 14) Informações sobre transporte; 15) Informações sobre Regulamentações; 16) Outras informações.
Leia também: Assessoria de segurança química: o que é
Chemical Compliance e como se adaptar à legislação?