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28/07/2023 Produtos químicos: ficha de informação de segurança de produtos químicos e ficha de emergência

Produtos químicos: ficha de informação


de segurança de produtos químicos e
ficha de emergência
O desenvolvimento econômico depende em grande parte da produção
e do uso de diversos produtos químicos, porém, esses mesmos produtos
podem representar sérios riscos à saúde das pessoas e ao meio ambiente
caso sejam utilizados de maneira inadequada.

Um fator importante para a utilização segura dos produtos químicos é


a correta identificação de perigos inerentes e a organização das
informações que devem ser repassadas aos trabalhadores e usuários de
forma clara e objetiva.

O atendimento dessa demanda faz-se possível pela utilização de duas


ferramentas poderosas que são a Ficha de Informação de Segurança de
Produtos Químicos (FISPQ) e a ficha de emergência.

A referência para preenchimento da


FISPQ deve ser a NBR 14.725.
Informações relevantes podem ser

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retiradas do GHS (Sistema Globalmente


Harmonizado ou The Globally
Harmonized System), o qual pode ser
utilizado como base de consulta
acessória.

A NBR 14.725 apresenta todas as informações necessárias para a


interpretação, a análise e o preenchimento da ficha de informações de
segurança de produtos químicos, oferecendo as informações básicas em
relação aos produtos químicos e as indicações sobre transporte, manuseio,
armazenagem e ações de emergência.

A referência que devemos utilizar


para aplicar a padronização de utilização
da ficha de emergência e envelope é a
NBR 7503 (Ficha de emergência para o
transporte terrestre de produtos perigosos
– Características, dimensões e
preenchimento).

Ainda na maioria dos casos, há um descaso com o preenchimento de


informações e a ficha acaba sendo utilizada como uma ferramenta
meramente formal e burocrática de atendimento legal.

A FISPQ é uma ferramenta indispensável


quando falamos no gerenciamento dos riscos
químicos. Ela é uma excelente ferramenta para que o
técnico em segurança do trabalho reconheça os

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fatores de risco envolvidos na utilização de produtos


químicos na empresa. O correto preenchimento da
FISPQ é fundamental quando ocorrem acidentes ou
outros eventos indesejados.

Como futuro profissional da área de segurança e saúde do


trabalho, você deve ter conhecimento do caráter técnico das
informações constantes na FISPQ, além de realizar a escrita de forma
compreensível a todos os envolvidos nos processos de produção,
armazenagem, transporte e emergências.

Em 1992, a conferência da ONU (Organização das Nações Unidas),


que tratou sobre desenvolvimento sustentável e meio ambiente, identificou a
necessidade de padronização dos sistemas de classificação dos produtos
químicos, com o objetivo de executar a comunicação dos riscos por meio
das fichas de informação de segurança de produtos químicos, rótulos e
símbolos facilmente identificáveis. Com isso se criou o GHS.

O GHS foi consequência da necessidade de aumento da proteção da


saúde humana e do meio ambiente. Ele oferece um sistema de
entendimento internacional de comunicação de riscos, facilitando também o
comércio internacional de produtos químicos. Assim, os riscos foram
avaliados e identificados por meio de uma base de dados internacional.

Para fins de aplicabilidade da ficha de informação de segurança de


produto químico (FISPQ), é preciso conhecer algumas definições de
nomenclatura presentes nela, conforme os referencias da NBR. Confira.

Clique ou toque nos títulos para expandir o conteúdo.

Efeito aditivo

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Refere-se ao fato de que dois solventes industriais, embora


possam ser absorvidos por diferentes vias de penetração, com
frequência apresentam toxicocinética e toxicodinâmica
semelhantes, podendo provocar a mesma ação tóxica no mesmo
órgão, originando, por consequência, efeitos aditivos, como
depressão do sistema nervoso central.

Efeito sinérgico

Refere-se ao fato de que uma substância na forma de pó


dificilmente poderá penetrar e ser absorvida através da pele.
Porém, se houver exposição simultânea a um solvente industrial,
como no caso de lavagem de mãos com tíner, este poderá
dissolver a substância que estava na forma de pó sobre a pele e
a seguir ser absorvido, servindo de veículo para a substância.
Situação semelhante acontece com pomada medicinal, a qual
veicula o princípio ativo, aumentando muito o risco de absorção
quando há exposição simultânea a essas substâncias.

Efeito antagônico

Refere-se ao fato de que é possível ter duas substâncias


tóxicas que isoladamente produzem efeitos deletérios ao
organismo, mas, se absorvidas simultaneamente, podem reagir
entre si, com resultados diferentes e antagônicos. No caso de
intoxicações por metais, por exemplo, pode-se usar um antídoto,
como o EDTA-Ca (edetato de cálcio) ou o BAL
(dimercaptopropanol), que são igualmente substâncias tóxicas,
mas que, em doses corretas e sob supervisão médica, podem
complexar o metal, favorecendo a excreção deste por via
urinária com a consequente redução dos efeitos.

Controle de exposição

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Trata da totalidade das medidas preventivas para proteção


dos usuários de produtos químicos. São exemplos: medidas de
proteção utilizadas no transporte, carga e descarga de produtos
químicos como isolamento de área, sinalização de perigo,
sinalização indicadora de proibição, utilização de EPI e EPC,
disponibilidade de sistemas de combate a incêndio e medidas
educativas. Consideramos a totalidade dessas medidas como
controle de exposição.

Efeito de potenciação

Efeito que acontece quando um agente tem seu efeito


aumentado por agir simultaneamente com agente não tóxico.
Por exemplo, o ácido clorossulfônico, comumente utilizado em
produtos farmacêuticos, corantes, pesticidas, entre outros, reage
violentamente quando em contato com a água, tornando-se
venenoso e explosivo.

Fornecedor

É o agente responsável pela disponibilização de um


determinado produto químico para usuários. Por exemplo,
podemos chamar de fornecedor uma determinada indústria que
fornece produtos químicos como matéria-prima para fabricação
de bens industrializados.

Receptor

Pode ser considerado receptor, por exemplo, o motorista do


caminhão que transporta o produto, o usuário final, inclusive
para fins de armazenamento, manuseio, embalagem ou
distribuição.

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Informações importantes:

A FISPQ apresenta algumas letras inseridas entre


colchetes (notações) e que estão associadas a alguns subtítulos,
indicando orientações para o correto preenchimento. São elas:

Preenchimento obrigatório [O]: associada a um


subtítulo indica que os dados e informações devem
ser indicados em todos os casos e para todos os
produtos, por meio do fornecimento de informações
completas. As afirmações “não disponível”, “não
aplicável” e “não relevante” não são permitidas
nesses casos.

Justificar [J], quando associada a um subtítulo,


indica que as informações devem ser dadas, mesmo
que o subtítulo correspondente não seja relevante ou
que a informação não esteja disponível. As
afirmações “não disponível”, “não aplicável” e “não
relevante” podem ser usadas se puderem ser
justificadas.

Aplicável [A], associada a um subtítulo, indica


relevância de informações para: produto
considerado, requisitos locais e segurança,
prevenção e proteção.
Quando as informações não estiverem disponíveis,
os subtítulos com notação [A] devem ser
suprimidos.

Não são permitidos subtítulos com informações irrelevantes


para quaisquer das situações [O], [J] ou [A].

Conteúdo e modelo da FISPQ

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A FISPQ fornece as informações sobre o produto químico por meio de


16 títulos padrão em que respectivas terminologias, numeração e sequência
não devem sofrer alterações.

São elas:

1. identificação do produto e da empresa;

2. composição e informações sobre os ingredientes;

3. identificação de perigos;

4. medidas de primeiros socorros;

5. medidas de combate a incêndio;

6. medidas de controle para derramamento ou vazamento;

7. manuseio e armazenamento;

8. controle de exposição e proteção individual;

9. propriedades físico-químicas;

10. estabilidade e reatividade;

11. informações toxicológicas;

12. informações ecológicas;

13. considerações sobre tratamento e disposição;

14. informações sobre transporte;

15. regulamentações;

16. outras informações.

Observações importantes:

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Devem ser disponibilizadas todas as informações


para cada um dos 16 títulos padrão. Se a informação
não estiver disponível, o motivo deve ser descrito.
Também não são permitidos espaços em branco
com exceção da seção 16 (outras informações).

Cada página da FISPQ deve incluir o nome do


produto conforme o rótulo, ser numerada e
apresentar a data. O sistema numérico deve inserir o
número de cada página junto com o total de páginas
do documento e a data deve ser a correspondente à
última revisão.

As 16 seções devem ser separadas de forma clara e


os títulos e subtítulos, apresentados de forma
visível.

Nas embalagens de alguns produtos, temos a indicação para busca de


informações por meio da ficha de segurança FISPQ, geralmente
disponibilizada pelo site da empresa que comercializa o produto.

Figura 1 – Embalagem de produto com orientações para pesquisa da FISPQ

A FISPQ deve ser disponibilizada a todos os


trabalhadores no ambiente de trabalho, especialmente nos
locais onde os produtos químicos são produzidos,

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manuseados ou armazenados. Cada fabricante ou


responsável pela importação do produto tem a obrigação do
fornecimento da FISPQ do produto correspondente aos
respectivos destinatários.
Você pode consultar a FISPQ de diversos produtos com uma
rápida pesquisa na internet. Os fabricantes que têm sites
disponibilizam esses documentos de maneira gratuita em
seus sites. Pesquise sobre um determinado produto químico
que você conhece e encontre sua FISPQ para avaliar a
aplicação prática do que foi apresentado até agora.

Ficha de emergência
A ficha de emergência é obrigatória apenas para o transporte de
produtos e resíduos perigosos.

Em caso de acidente, a ficha de emergência deve conter informações


que orientem o motorista com relação aos procedimentos em caso de
vazamento, risco de explosões, contato dos produtos com pessoas,
telefones úteis como bombeiros, emergência, órgãos de policiamento,
defesa civil e meio ambiente.

A ficha de emergência deve permanecer no veículo que


realiza o transporte, no interior de um envelope, para
transporte conforme padrão vinculado pela ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas).

A ficha de emergência deve conter as seguintes informações:

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expedidor;

telefone;

nome apropriado para o embarque;

número de risco do produto;

número de risco adotado pela ONU, classe ou subclasse de


risco;

descrição da classe;

aspecto do agente;

indicação de EPI;

descrição dos riscos;

medidas em caso de vazamento;

medidas em caso de fogo;

medidas em caso de poluição;

medidas em caso de envolvimento de pessoas;

informações ao médico e observações.

Resumindo

Podemos afirmar que a FISPQ e


a ficha de emergência são
ferramentas poderosas com que
todo profissional de segurança
deve estar familiarizado. A
principal vantagem é que elas
fornecem informações ao

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profissional a respeito dos


principais riscos dos produtos
utilizados, sugerindo medidas
abrangentes que enquadram
diversos cenários de
possibilidades.
No entanto, devemos saber que
FISPQ e ficha de emergência são
documentos distintos, devendo a
FISPQ ser utilizada no âmbito da
empresa ou local de trabalho,
disponibilizada a qualquer tempo
a todos os trabalhadores e a
ficha de emergência, somente
durante o transporte.

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