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GUIA DIDÁCTICO DE BIOLOGIA

1. Introdução
1.1. A Andragogia: A Educação de Adultos

2. O Guia didáctico e a disciplina de Biologia

3. Objectivos Gerais da Biologia no 1º Ciclo do Ensino Secundário

4. A Metodologia e o Projecto Didáctico Integrado

5. Quadro do Planeamento Integrado de Biologia para os Projectos


Didácticos Integrados

5.1. Projecto: A Introdução às Ciências

5.1.1. Introdução

5.1.2. Objectivo da disciplina para o Projecto

5.2. Projecto: A Comunicação e a Cidadania

5.2.1. Introdução

5.2.2. Objectivo da disciplina para o Projecto

5.3. Projecto: A Dinâmica da Vida

5.3.1. Introdução

5.3.2. Objectivo da disciplina para o Projecto

5.4. Projecto: O Mundo e as Transformações

5.4.1. Introdução

5.4.2. Objectivo da disciplina para o Projecto


5.5. Projecto: De mãos dadas com a saúde

5.5.1. Introdução

5.5.2. Objectivo da disciplina para o Projecto

5.6. Projecto: Um novo olhar para descobrir o mundo

5.6.1. Introdução

5.6.2. Objectivo da disciplina para o Projecto

6. Orientações didácticas e metodológicas

7. Avaliação

Anexos
1. Introdução

A dar continuidade à concepção interdisciplinar de ensino concebida para a


Colecção Para Gostar de Ler e Escrever, destinada ao Ensino Primário de
Adultos, o Ministério da Educação - Direcção Nacional da Educação de Adultos
apresenta a Colecção de Guias Metodológicos para a aceleração das
aprendizagens, no 1º Ciclo do Ensino Secundário.

O Guia Didático de Biologia compõe a colecção de Guias Metodológicos que


serão utilizados pelos professores como norteadores do processo de ensino e
aprendizagem, de forma a subsidiar a construção de estratégias que permitam
as relações de interdiciplinaridade e contextualização, através de projectos
didácticos criados para a aceleração do 1º Ciclo do Ensino Secundário de
Adultos.

Para apoiar a aprendizagem progressiva dos conhecimentos e habilidades


inerentes a este Ciclo, a concepção metodológica adoptada parte do princípio
da construção de Projectos Didácticos Integrados, que levam em consideração
o equilíbrio harmonioso entre os conteúdos e os objectivos das disciplinas, para
este ciclo de ensino, assim como a relação entre as áreas de conhecimento e a
relevância do conteúdo para a formação geral do estudante.

Para consolidar a função social do Ensino Secundário, a saber o 1º Ciclo, os


Projectos Didácticos construídos visam sobretudo “... ao alcance de metas
mais exigentes de desenvolvimento técnico-científico dos programas e
conteúdos, tendo em vista, tanto quanto possível, a natureza sócio-cultural dos
estudantes”. Desta maneira, as temáticas que nortearão todo o percurso desta
etapa de ensino foram desenvolvidas a fim de garantir maior interacção das
áreas como melhor aprendizagem para o estudante.
1.1. A Andragogia: A Educação de Adultos

É importante contextualizar neste documento a diferenciação existente entre a


Andragogia e a Pedagogia para a utilização da linguagem específica e dos
princípios abordados por cada uma das ciências.

A Pedagogia etimologicamente vem do paido, que significa criança e agogus,


que significa educação. Tem o significado literal de: “ a arte e ciência de
ensinar crianças” . A palavra Andragogia etimologicamente vem do andros,
que significa homem e agogus, que significa educação. Tem, por sua vez, o
significado literal de “ a arte e ciência de ensinar homens”. São vertentes
diferentes da ciência da educação, já que têm um público diferente, a quem
destinam o seu foco e, principalmente, a sua abordagem.

A presente proposta de ensino levou em consideração os contributos estudado


pela Andragogia e por ela defendido. Mas qual o objecto de estudo da
Andragogia? O que a Andragogia pretende?

A Andragogia é uma teoria educativa que procurar compreender o adulto, em


suas mais variáveis componentes, como um ente psicológico, biológico, social
e cultural, frente as situações de ensino - aprendizagem.

Considerar a experiência como ponto de partida para a promoção da


aprendizagem é um dos fundamentos defendidos pela Andragogia. É a partir
das experiências do sujeito adulto que a escola deve propor processos que
estimulem e transformem as aprendizagens iniciais (míticas ou empíricas), a
partir de um conjunto de conteúdos escolares, de forma a impulsionar os
estudantes à reorganização do conhecimento anterior, a partir da assimilação
de novas estruturas de aprendizagem.

Para os jovens e adultos o aprendizado precisa ter significado, importância,


pois isso estimula a sua atenção dirigida e proporciona a integração das suas
informações prévias e iniciais, sobre certo aspecto da realidade, às novas
ideias. Desta forma o exercício da aprendizagem passa a ser muito motivadora
e desafiante.
Assimilação depende do nível de participação do adulto, ou seja ele aprender
enquanto faz, executa e participa activamente. É a experiência concreta e
significativa que promove a possibilidade de acelerar e integrar informações
para construir conhecimentos e competências.

No modelo andragógico o processo é orientado pelo facilitador (professor


mediador), com a participação activa do jovem e adulto, afim de que este possa
atingir a auto-realização e seja sujeito da sua própria trajectória.

O estudante jovem e adulto, busca através da experiência académica superar


desafios, solucionar problemas que impactarão directamente sobre suas vidas.
É uma mistura de realização académica, social, profissional e pessoal. A
aprendizagem flui melhor quando o assunto tem um valor (uma mais valia) que
pode ser imediatamente agregada em sua vida.

O currículo para a educação de adultos precisa ser estabelecido de acordo


com as necessidades dos estudantes e com as suas áreas de interesse. O seu
ambiente de aprendizagem deve caracterizar-se por um “ambiente adulto”. É
importante considerarmos que neste modelo de ensino, as relações são
horizontais, ou seja pautadas na parceria entre facilitador (professor mediador)
e aprendentes.

O ambiente de aprendizagem deve ser cooperativo e estimulante, de modo a


favorecer o desenvolvimento e manifestações de diferentes ideias,
pensamentos, hipóteses e estilos de aprendizagens. A sala de aula deve ser
vista como um espaço acolhedor, organizado, uma "oficina" de trabalho onde
professores e estudantes jovens e adultos cooperam para a construção de
saberes e de um modelo de comunicação em que todos se manifestam e se
comprometem tanto diante de si mesmo como em relação aos outros.
2. O Guia Didáctico e a disciplina de Biologia

O Guia Didáctico de Biologia atende especificamente à modalidade do 1º Ciclo


do Ensino Secundário de Adultos.

A partir das orientações nele contidas, espera-se contribuir para a qualidade da


aprendizagem dos estudantes nesta nova fase do ensino, uma vez que a
finalidade principal deste documento é socializar conhecimento metodológico
que gere estratégias que colaborem para a implementação e eficácia dos
Projectos Didácticos Integrados.

Ampliar as estratégias profissionais dos professores, possibilitando a


mobilização de múltiplos recursos e estratégias é o desafio a ser alcançado
nesta fase do Programa.

Para assegurar a plena inter-relação das áreas do conhecimento, é necessário


criar estratégias que ofereçam os melhores contributos para a consecução dos
resultados esperados ao longo do desenvolvimento dos Projectos Didácticos
Integrados. Desta maneira, é relevante contextualizarmos a disciplina na
perspectiva mais objectiva e ampliar a sua contribuição no âmbito da proposta
deste Guia.

O ensino da Biologia nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Secundário deve


reforçar uma formação mais centrada na cientificidade e na ampliação dos
conhecimentos que, até então, assentavam-se nas experiências e percepções
empíricas ou nas explicações culturais e míticas, sem fundamento lógico e
científico.

O termo Biologia tem formação através da conjugação do grego “bios” que


significa vida, com o sufixo “logia”, que significa “ciência de”, “ conhecimento
de” ou “ estudo de”.

No 1º Ciclo do Ensino Secundário de adultos os objectivos educativos para o


ensino de biologia precisam ultrapassar a transmissão de uma informação a
ser memorizada, para possibilitar a ampliação em termos da natureza das
informações tratadas, dos procedimentos e atitudes envolvidas, como em
termos das habilidades, competências e dos valores desenvolvidos.

Desenvolver um ambiente de aprendizagem participativo e significativo (a partir


das questões e problematizações do quotidiano), com a valorização da prática,
a busca de elementos que socializem os conteúdos trabalhados são
essencialmente acções que podem e devem ser empreendidas no sentido de
nortear uma prática de ensino unificada.

A consciência do carácter interdisciplinar, sem perder de vista os conteúdos


específicos de cada disciplina facilita, acelera, complementa e estimula a
percepção da inter-relação entre os fenômenos, essencial para a compreensão
das tecnologias, dos problemas ambientais e para o desenvolvimento de uma
visão articulada do ser humano em seu ambiente, como construtor e
transformador deste meio. Por isso, o aprendizado deve ser planificado a partir
de um tema interdisciplinar e os objectivos devem ser propostos e tratados a
partir de uma visão global, de forma a articular as competências que serão
desenvolvidas em cada disciplina e no conjunto das áreas.

O estudo da disciplina de Biologia tem como cenário a biosfera, que é um todo


articulado, inseparável das demais ciências naturais e sociais. É impossível
pensar nos ecossistemas actuais sem ir buscar nas demais ciências os
elementos necessários para compreende-los e para superar os desafios que se
erguem.

Cabe a equipa pedagógica da escola buscar elaborar um programa de ensino


que coadune os conteúdos elementares da disciplina de Biologia de forma a
dar resposta as inquietações do estudante jovem e adulto e que promova um
espaço, em sala de aula, para a reflexão crítica e ética sobre os temas e a
finalidade do estudo da Biologia.

A escola é o espaço de transformação, de aquisição do conhecimento, mas


também de questionamento, de dúvidas e de reflexão. Na perspectiva desta
Colecção solicita-se aos docentes uma mudança na perspectiva do modelo de
ensino, afim de promover uma aprendizagem mais significativa, reflexiva e que
se expressa na vida do estudante através de um comportamento mais
consciente, perante a si próprio e a colectividade e da melhoria da sua
qualidade de vida.

Este Guia Didáctico pretende colaborar no apoio aos professores para uma
prática de ensino mais criativa, significativa, interdisciplinar e uma visão mais
sistémica e prática dos conceitos e conteúdos de estudo.

3. Objectivos Gerais de Biologia no 1º Ciclo do Ensino Secundário

Representação e comunicação

• Perceber e utilizar os códigos intrínsecos da Biologia.


• Apresentar suposições e hipóteses acerca dos fenômenos biológicos em
estudo.
• Apresentar, de forma organizada, o conhecimento biológico apreendido,
através de textos, desenhos, esquemas, gráficos, tabelas, maquetes etc
• Conhecer diferentes formas de obter informações (observação, experimento,
leitura de texto e imagem, entrevista), seleccionando aquelas pertinentes ao
tema biológico em estudo.
• Expressar dúvidas, idéias e conclusões acerca dos fenômenos biológicos.

Investigação e compreensão

• Relacionar fenômenos, factos e processos em Biologia para elaborar


conceitos, identificar regularidades e diferenças e construir generalizações.
• Utilizar critérios científicos para realizar classificações de animais, vegetais
etc.
• Relacionar os diversos conteúdos conceituais de Biologia (lógica interna) na
compreensão dos fenômenos.
• Estabelecer relações entre parte e todo de um fenômeno ou processo
biológico.
• Seleccionar e utilizar metodologias científicas adequadas para a resolução de
problemas, utilizando, quando for o caso, de tratamento estatístico na análise
de dados colectados.
• Formular questões, diagnósticos e propor soluções para problemas
apresentados, a partir dos elementos de Biologia estudados.
• Utilizar noções e conceitos da Biologia em novas situações de aprendizado
(existencial ou escolar).
• Relacionar o conhecimento das diversas disciplinas para o entendimento de
factos ou processos biológicos (lógica externa).

Contextualização sócio-cultural

• Reconhecer a Biologia como um fazer humano e, portanto, histórico, fruto da


conjunção de factores sociais, políticos, económicos, culturais e tecnológicos.
• Identificar a interferência de aspectos místicos e culturais nos conhecimentos
do senso comum relacionados a aspectos biológicos.
• Reconhecer o ser humano como agente de transformações produzidas no
seu ambiente.
• Julgar acções de intervenção de forma a identificar aquelas que visam à
preservação e à implementação da saúde individual, colectiva e do ambiente.
• Identificar as relações entre o conhecimento científico e o desenvolvimento
tecnológico, a considerar a preservação da vida, as condições de vida e as
concepções de desenvolvimento sustentável.

4. A Metodologia e o Projecto Didáctico Integrado


Toda situação pedagógica escolar pressupõe que o estudante possua
capacidades para se automotivar a partir de condições favoráveis. Estudiosos
afirmam que a motivação é direccionada por emoções e surge da busca por
experiências emocionais positivas. Porém, o estímulo e a sensibilização à
aprendizagem ainda é um desafio nos tempos actuais. Para estabelecer o
vínculo significativo entre o sujeito que apreende e o objecto do conhecimento,
a figura do professor mediador, entre outros aspectos facilitadores, é de
grande importância.
Neste sentido, o êxito de uma proposta integrada de aprendizagem pauta-se na
identificação e coerência da metodologia escolhida para alcançar os objectivos
propostos. Entretanto, num processo de construção dinâmico e dialógico,
espera-se que o professor use de bastante sensibilidade no momento de eleger
a metodologia, considerando a quem se dirige, o significado que o objecto do
conhecimento tem e a correlação deste com a existência do estudante.

Deste modo, a metodologia que deverá ser identificada e planificada deve


sempre ter em conta o que se espera alcançar. A metodologia para o 1º Ciclo
do Ensino Secundário de Adultos deve romper com a fragmentação do saber,
ainda na fase da planificação dos professores, durante a construção colectiva
das linhas mestras do Projecto Didáctico Interdisciplinar.

Os seis Projectos Didácticos Integrados surgem para promover a melhor


relação entre o estudante (Jovem e Adulto) e o objecto do seu estudo
(conhecimento), intermediados pela intervenção e selecção criteriosa do
professor, no que se refere à metodologia escolhida.

A existência dos Projectos Didácticos Integrados não pode ser percebida como
uma inovação pedagógica destituída de compromisso com a aprendizagem,
ou ainda como a formação de um conjunto de conteúdos organizados
aleatoriamente. Pelo contrário, a envolvência dos professores especialistas na
definição dos conteúdos, na organização destes quanto à sua relevância e
comunicação, tornou viável a escolha das temáticas, bem definidas e
defendidas, para então surgir a proposta unificada de estudo baseada nos
Projectos.

Os Projectos Didácticos Integrados pretendem sobretudo promover a troca, o


diálogo e a participação, uma vez que os professores necessitarão de
desenvolver uma dinâmica de comunicação mais proximal dos seus pares, a
fim de fazer acontecer a integração dos conhecimentos.

É importante considerar que os conteúdos que estão distribuídos entre os seis


Projectos Didácticos Integrados têm como referência bibliográfica os
programas e manuais para este nível de ensino, concebidos pelo INIDE, para o
Ensino Geral. A inovação, que permite a aceleração das aprendizagens para
jovens e adultos, está na integração das áreas de conhecimento e na actuação
dos professores (estratégia de planificação e a metodologia participativa de
ensino), de modo a oferecer aos estudantes uma visão globalizante e
significativa do ensino, através dos Projectos desenvolvidos a cada trimestre.

5. Quadro do Planeamento Integrado de Biologia para os Projectos


Didácticos Integrados

5.1. Projecto: A Introdução às Ciências

5.1.1. Introdução

O Projecto Didáctico Integrado A Introdução às Ciências tem como objectivo


proporcionar a "entrada" do estudante no contacto com o conhecimento
científico, a partir das necessidades humanas para a organização e
compreensão da vida, da natureza e do mundo.

Quando consideramos a etimologia das palavras:

Introdução significa: entrada, começo, início, abertura.

Ciência, do latim scientia (conhecimento), o mesmo do verbo scire (saber).

Compreendemos o grande contributo e responsabilidades arrolados neste


Projecto Didáctico Integrado, que tem por objectivo iniciar o estudante no
âmbito do pensamento científico.

Este 1º Projecto pretende abrir o caminho (método) para encontrar respostas a


partir dos elementos da ciência.

A procura por respostas organizadas a partir da lógica, da relação entre causa


e consequência e do levantamento de hipóteses, paulatinamente, desvendou
várias situações e fenómenos, assim como possibilitou a classificação, a
análise, a comparação e a compreensão do funcionamento da natureza.

Compreendida como um meio de explicar e compreender “o mundo” e também


a nós mesmos, isso por meio da observação e da experimentação – método
científico – a ciência acaba por promover o desenvolvimento de novas
tecnologias para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Mas até atingir o status e definição actual, o “pensamento científico”, que teve a
sua origem na Grécia Antiga com os pensadores pré-socráticos, tem um longo
caminho ainda a trilhar.

Tudo se resume em: “Para um cientista a ciência é uma só, pois a natureza é
apenas uma". Sendo assim, as ideias da física devem complementar as ideias
da química, da biologia, da geografia e assim por diante. Embora a ciência
se divida em áreas, para facilitar o aprofundamento do estudo, ela ainda
continua sendo apenas uma.

A partir desta breve introdução é possível observar a grande e diversificada


oportunidade que será fomentada com a realização prática deste Projecto
Didáctico Integrado. As relações de descoberta, de fundamentação,
aprofundamento e construção de novos conhecimentos, motivarão e
aprimorarão os saberes dos estudantes, a fim de permitir, de forma mais
articulada, a integração de áreas de conhecimento e suas perspectivas.

Existe na organização dos conteúdos seleccionados para este 1º Projecto


Didáctico uma forte relação entre as 09 áreas de conhecimento, com
possibilidades de variadas actividades e estratégias, de modo a possibilitar
formas “integradas” de aprendizagem, assim como a iniciação dos estudantes
ao pensamento científico.

O estudante poderá relacionar conteúdos e práticas às mais diversas formas


de aprender. Caberá ao docente, neste processo de construção, ter a
fundamentação necessária para realizar as articulações com as demais áreas
de conhecimento. A escola deverá promover momentos de troca de
informações e planificação entre os docentes, a fim de consolidar de maneira
equilibrada os conceitos e a organização das ideias que permeiam este tema,
para facilitar a percepção por parte dos estudantes da integração dos
conteúdos e do Projecto que estarão a construir, a partir das diferentes
matérias.

O 1º Projecto Didáctico Integrado: A Introdução às Ciências, tem a missão de


estimular a intenção do estudante em procurar um conhecimento mais
sistematizado e organizado, que o ajude a dar resposta aos seus
questionamentos.

Este Projecto é sobretudo um espaço escolar que se abre aos jovens e adultos
que iniciam o 1º Ciclo do Ensino Secundário, pois propicia aprofundar os
conhecimentos primários e introduzir os elementos científicos propícios à
abordagem, neste nível de ensino.

Actividade de Consolidação:

PRODUTO FINAL: Jornal ou Painel Informativo

OBJECTIVOS:

1. Realizar uma síntese comunicativa para explorar os princiapais aspectos


estudado pela classe durante este projecto.
2. Analisar como os meios de comunicação escrito, tais como jornais, revistas
e livros tratam a informação e, a partir destes formatos eleger e elaborar um
jornal ou painel informativo como culminância de um trabalho conjunto de
toda a equipa escolar;
3. Despertar nos estudantes o interesse pela leitura e pela escrita;
4. Oportunizar que os estudantes sejam os realizadores da sua produção
científica e comunicativa;
5. Seleccionar informações significativas que necessitem ser “guardadas” e
que vão servir de suporte para futuros eventos e actividades escolares,
relacionadas com os temas em estudo no trimestre.
DURAÇÃO: 1º trimestre lectivo

RECOMENDAÇÕES:

 Os docentes deverão definir o tema de base para o Jornal ou Painel


Informativo, a partir dos objectivos e conteúdos das suas disciplinas, na
relação com o Projecto Didáctico Integrado;
 Considerar que o tema escolhido deve ser interessante e trazer
informações importantes e actualizadas para a comunidade escolar;
 As etapas de organização do Jornal ou Painel devem ser elaboradas no
início do trimestre (cronograma) com o envolvimento directo de todos os
professores das áreas e dos estudantes;
 Se na escola existir um número pequeno de turmas cada grupo poderá
escolher uma temática (por área da ciência) para compor o Jornal ou
Painel;
 Uma comissão de docentes deve fazer o acompanhamento (correção,
orientação e ajustes) ao longo do trimeste da produção dos textos;
 Definição do tipo de Jornal ou Painel que será produzido (mural), a
função de cada turma ou grupo e periodicidade de encontros para
organização da actividade.
 Poder-se-á elaborar uma versão preliminar do Jornal ou do Painel
Informativo para análise e ajustes e, só depois, apresenta-lo à
comunidade escolar.

5.1.2. Plano de Estudos de Biologia para o Projecto Didáctico Integrado:


A Introdução às Ciências

Objectivo da disciplina para o Projecto: Reconhecer nos conteúdos


trabalhados os contributos para a análise da origem da ciência,
especificamente os ganhos que a humanidade adquiriu com os estudos da
Biologia.

Conteúdos:
TEMÁTICA 1: Introdução e Estrutura e funcionamento dos ecossistemas I
1.1. Diversidade de ecossistemas
1.1.1.Ecossistemas aquáticos
1.1.2.Ecossistemas terrestres
1.2. Classificação dos seres vivo
1.2.1.A história da classificação: Aristóteles e Teofrasto
1.2.2.Critérios utilizados na classificação de seres vivos
1.2.3.Regras de classificação
1.2.4.Classificação dos vegetais
1.2.5.Classificação dos animais e chave dicotómica do reino animal

TEMÁTICA 2: Factores do ambiente


2.1. Factores bióticos
2.1.1.Relações intra-específicas
2.1.2.Relações interespecíficas
2.1.3.Relações tróficas – teias alimentares
2.1.4.Pirâmedes ecológicas
2.2. Factores abióticos
2.2.1.Influência da luz nas plantas
2.2.2.Influência da luz nos animais
2.2.3.Influência da temperatura nas plantas
2.2.4.Influência da temperatura nos animais
2.2.5.Solo

5. 2. Projecto: A Comunicação e a Cidadania

5.2.1. Introdução

A concepção do Projecto Didáctico Integrado A Comunicação e a Cidadania,


vem corroborar para a premissa principal da metodologia de ensino adoptada
para o 1º Ciclo do Ensino Secundário de Adultos, a partir da integração dos
objectivos e conteúdos das diversas das áreas de conhecimento.

A comunicação está presente em nossa existência desde os primórdios. A


palavra "comunicação" deriva do latim communicare que significa “tornar
comum”, “partilhar”, “conferenciar”.

A palavra "cidadania" tem origem latina, deriva da palavra "cidade" e denota o


direito que cada indivíduo tem de participar na vida pública, do seu local de
origem.

Cidadania é a condição do cidadão de participar e ver seus direitos garantidos


perante os órgãos públicos e a sociedade.

Este tema reforça a escolha acertada dos docentes envolvidos no processo de


construção deste material didáctico quanto ao aspecto mais relevante da
metodologia de ensino - aprendizagem participativa.

Ao longo dos anos, a comunicação passou a ser compreendida como um


processo que permite transmitir uma informação do individual ao colectivo,
embora não se esgote nesta noção, uma vez que é possível ao ser humano
comunicar consigo próprio.
Compreendida como um processo pela sua dinâmica e evolução, a
comunicação é essencial à socialização, à cultura, à cidadania e à
aprendizagem formal e informal - à educação dos indivíduos. É neste processo
dinámico de interacção, realizado pela troca de mensagens e experiências, que
os indivíduos, durante a sua vida, adquirem consciência de si e dos outros,
interiorizam os valores, as normas, os comportamentos, os conhecimentos e os
significados deste arcaboiço de “informações” que, por sua vez, são frutos da
produção humana (sócio-cultural) em que estão inseridos.

Para este Projecto Didáctico Integrado, são priorizados os mecanismos, formas


e conteúdos que favorecem o entendimento da comunicação como um
processo fundamental para a produção, reprodução e transmissão socio-
cultural e para o exercício da cidadania.

A percepção da evolução da comunicação (“troca de informações, mensagens


e experiências”) permite perceber, durante o estudo dos conteúdos, a relação
entre a produção do conhecimento e a sua socialização (tornar
comum/comunicar) do mesmo, ao longo da existência humana.

Um dos objectivos deste Projecto Didáctico é constatar a fluente “comunicação”


entre as áreas e os seus respectivos conteúdos, para reforçar nos estudantes a
necessidade de compreensão do processo de aprendizagem como algo
dinâmico, que deve ser promovido ao longo da vida e promover o exercício da
cidadania e das condições de vida de toda a comunidade.

Ao docente, mediador em todo o processo de construção da aprendizagem do


estudante, caberá revitalizar a prática pedagógica a partir de uma metodologia
que privilegia a comunicação, o diálogo, o respeito, a concórdia, a participação
e a reflexão.

O modo como aprendemos a comunicar é resultado de um processo de


aprendizagem ao longo da vida e que influencia e caracteriza o nosso
comportamento. Os professores devem reflectir que, ao comunicar a
mensagem ou conteúdo, a forma de comunicar é tão ou mais importante do
que, por vezes, o próprio conteúdo e isso é fundamental para o êxito do
processo de ensino-aprendizagem e para a melhoria da qualidade do
aproveitamento escolar.

Ao longo do desenvolvimento deste Projecto, diferentes situações de


comunicação e seus efeitos para a cidadania devem permear as aulas e os
conteúdos, para reflectir sobre as escolhas e as intenções de cada estratégia
de comunicação.

A comunicação, tão presente na nossa existência, é também um elo de


ligação do ser humano consigo próprio e com o mundo ao seu redor.

Actividade de Consolidação

PRODUTO FINAL: Exposição de Artes

OBJECTIVOS:

1. Realizar uma Exposição de Artes de forma a contemplar as mais variadas


manifestações artísticas (pintura, escultura, declamação, dramatização,
dança, música) a partir dos estudos desenvolvidos ao longo do Projecto;
2. Oportunizar aos estudantes a percepção da comunicação das ideias, a
partir das artes e sua influência na sociedade, para despertar o gosto pela
suas mais diferentes acepções;
3. Escolher um tema a partir das expectativas e inclinações dos estudantes e
do contexto da comunidade, de forma a nortear todas as produções que
forem concebidas;
4. Seleccionar, para as actividades de concepção das produções, materiais
viáveis e alternativos a fim de tornar ezequível a realização da actividade.
5. Oportunizar que os estudantes sejam realizadores da sua produção, a partir
de uma planificação atempada e acompanhada pelos professores.

DURAÇÃO: 2º trimestre lectivo

RECOMENDAÇÕES:

 Constituição da equipa de docentes que estarão responsáveis pela


orientação e acompanhamento das actividades relacionadas com a
organização da Exposição de Artes;
 Sensibilizar estudantes e comunidade escolar para a importância e o
apoio para a realização da actividade;
 Cada turma deverá produzir, colectivamente e/ou em pequenas equipas
de trabalho, as produções que serão apresentadas na Exposição de
Artes;
 O tema central da Exposição de Artes deve ser comum, de forma a
abranger todas as áreas de conhecimento e receber destas os
contributos necessários para a confecção das produções;
 Os estudantes deverão, juntamente com a equipa de docentes
responsável pela Exposição de Artes, elaborar um pequeno cronograma
de acções para serem cumpridas e acompanhadas até a culminância da
actividade;
 A Exposição deve ser aberta à comunidade onde a escola esta inserida,
a fim de proporcionar conhecimento sobre as actividades desenvolvidas
no âmbito da sua estrutura;
 As produções devem contemplar aspectos dos mais variados conteúdos,
abordados durante o trimestre lectivo, a fim de consolidar de forma
criativa as aprendizagens do período;
 Os docentes de Língua Portuguesa serão os responsáveis pelo
acompanhamento na elaboração dos textos explicativos que deverão
acompanhar todas as produções, assim como pelas correções e ajustes
necessários;
 As produções que serão expostas podem ser realizadas em horários
extra-classe, desde que sejam apresentadas, aos docentes, para o
devido acompanhamento do processo de produção;
 Cada turma ou equipa de trabalho constituída deve apresentar ao
docente orientador da actividade a sua proposta de produção, a fim de
ter o seu parecer e acompanhamento;
 Realizar convocatória para a comunidade escolar e criar meios para
convidar os familiares e/ou a comunidade do entorno escolar;
 Organizar a Exposição de Artes a considerar: espaço para a exposição
das pinturas e esculturas, espaço para apresentações teatrais
(dramatizações), espaço para os recitais de poesia e para execução das
músicas produzidas, entre outras actividades.

AVALIAÇÃO:
 Envolvimento dos estudantes nas etapas de organização e execução da
Exposição de Artes;
 Nível de desenvolvimento em relação às habilidades no trabalho de
equipa;
 Participação colectiva e individual nas apresentações;
 Intimidade dos estudantes com a produção apresentada;
 Organização do evento e mobilização da comunidade escolar e do seu
entorno;
 Atitudes de respeito e solidariedade para com os colegas, tanto na
elaboração do material, como na apresentação do mesmo.

5.2.2. Plano de Estudos de Biologia para o Projecto Didáctico Integrado: A


Comunicação e a Cidadania

Objectivo da disciplina para o Projecto: Compreender a estrutura e


metabolismo da unidade estrutural de funcionamento dos seres vivos e, assim
como a coordenação nervosa enquanto centro de controlo para a comunicação
de todas as informações, orgãos e sistemas do corpo humano.

Conteúdos:
TEMÁTICA 1: A célula como unidade estrutural e funcional dos seres vivos.
1.1. Estudo do microscópio óptico
1.2. A célula
1.2.1. Célula procariota
1.2.2. Célula Eucariota
1.3. Seres eucariotas unicelulares e pluricelulares
1.4. Metabolismo celular

TEMÁTICA 2: Coordenação nervosa


2.1. Organização dos sistema nervoso
2.2. Fisiologia dos sistema nervoso
2.3. Agressões do sistema nervoso
2.4.Doenças do sistema nervoso
5.3. Projecto: A Dinâmica da Vida

5.3.1. Introdução

O presente Projecto Didáctico Integrado, intitulado de A Dinâmica da Vida,


abre um espaço escolar na educação de jovens e adultos para reflectir sobre
os movimentos bio-químico, moral, ético, temporal e espacial que permeiam o
desenvolvimento dos seres vivos, com especial atenção ao Ser Humano.

A palavra dinâmica tem origem grega dynamike e que significa “forte” e a


palavra vida do latim vita, que tem amplos e diversos significados, mas pode
ser expressa pelas ideias de “processo em curso do qual os seres vivos são
uma parte"; "espaço de tempo entre a concepção e a morte"; "aquilo que faz
com que um ser vivo esteja vivo”.

A partir das ideias acima é fácil compreender o grande contributo dos


conteúdos arrolados neste Projecto Didáctico e a sua importância para a
compreensão acerca das mudanças, do desenvolvimento, do movimento, do
crescimento e da evolução da vida no nosso planeta.

O objectivo da articulação das variadas áreas de conhecimento envolvidas


neste Projecto é proporcionar ao estudante a inter-relação existente entre
diversos conteúdos e os contributos na perspectiva de uma visão mais
integrada.

Este Projecto Didáctico proporciona a comunicação directa entre algumas


áreas, o que corrobora para a superação das formas fragmentadas e
tradicionais de ensino. O estudante pode e deve perceber a relação directa
entre os conteúdos estudados nas suas mais diferentes áreas, dispondo assim
de maiores condições de articulação e diminuindo a distância entre o que se
estuda e a sua aplicação e uso prático.

Os conteúdos de Física, Biologia, Química e Educação Moral e Cívica, neste


Projecto Didáctico Integrado, assumem uma proeminência, mas também abrem
espaço à aproximação com as demais áreas de conhecimento, como a
literatura, a história, a geografia e as artes.
Entretanto, apesar do projecto absorver as áreas de conhecimento mais afins,
isso não significa pouca importância ou ausência das demais.

Caberá ao colectivo de professores o exercício de construir "pontes" entre as


disciplinas que visem a integração das áreas de conhecimento, para possibilitar
ao estudante a visão integrada da Dinâmica da Vida.

Neste 3º Projecto Didáctico Integrado, que finaliza o 1º ano do 1º Ciclo do


Ensino Secundário de Adultos, a ideia é reflectir de forma ampla e integrada
sobre A Dinâmica da Vida, a partir dos elementos científicos, éticos, artísticos,
históricos e culturais, já que a VIDA um evento temporal, definida por um início,
meio e fim, assim como é um processo sócio-cultural dinâmico, que envolve
marcos significativos da nossa existência pessoal (subjectiva) e colectiva.

Actividade de Consolidação

PRODUTO FINAL: Feira de Ciências

OBJECTIVOS:

1. Realizar evento de que promova o pensamento e a diversidade científica


nas escolas participantes, de forma a estimular os estudantes a dar
respostas científicas aos desafios e necessidades de sua realidade,
planear e executar trabalhos científicos;

2. Utilizar mecanismos para estimular os estudantes a planear e executar


projectos próprios ou sugeridos, com os recursos de que dispõem;

3. Efectuar a avaliação da realização e dos resultados obtidos nas diversas


actividades desenvolvidas na Feira de Ciências.

DURAÇÃO: 3º trimestre lectivo

RECOMENDAÇÕES:

 Definição de uma equipa interdisciplinar de docentes para orientar e


acompanhar a elaboração das etapas da Feira de Ciências;
 Sensibilização dos estudantes, desde o início do trimestre, para a
criação de uma Feira de Ciências ao final do trimestre lectivo;
 Organização de um calendário com actividades envolvendo quatro
momentos específicos: definição dos temas, organização das equipas
de trabalho, elaboração das actividades para realização da Feira de
Ciências e realização da Feira de Ciências e apresentação das
actividades;
 Realização da candidatura dos estudantes que devem participar das
equipas de trabalho de acordo com a sua inclinação pessoal para as
temáticas que serão definidas;
 Definição de que para cada área do conhecimento deverá ser gerado
uma temática a ser apresentada na Feira de Ciências pelos estudantes;
 Abertura do processo de inscrição dos temas e as referidas equipas de
trabalho;
 Acompanhamento aos estudantes pelos docentes que compõe a equipe
interdisciplinar durante a execução das actividades para elaboração da
apresentação da Feira de Ciências;
 Sensibilização da comunidade escolar, na Feira de Ciências, quando a
sua realização;
 Avaliação da realização da Feira de Ciências através de questionário
aplicado à comunidade escolar.

AVALIAÇÃO:

 Envolvimento dos estudantes com a actividade que deverá ser orientada


e supervisionada pelos docentes através do planeamento realizado
pelos estudantes para a execução da Feira de Ciências;
 Nível de desenvolvimento com relação as habilidades no trabalho de
equipa;
 Qualidade técnico/científica, relevância do tema, criatividade e inovação
para cada tema apresentado;
 Participação colectiva e individual na apresentação da Feira de Ciências
para a comunidade escolar e para os visitantes;
 Atitudes de respeito e solidariedade para com os colegas, tanto na
elaboração do material, como na apresentação do mesmo.
5.3.2. Plano de Estudos de Biologia para o Projecto Didáctico Integrado: A
Dinâmica da Vida

Objectivo da disciplina para o Projecto: Analisar o ciclo e a dinâmica da


vida humana, com ênfase na fase de desenvolvimento dos estudantes jovens e
adultos, assim como ressaltar os cuidados e as questões éticas e culturais que
permeiam o tema.

Conteúdos:

TEMÁTICA 1: Coordenação hormonal


1.1. Glândulas endócrinas
1.2. Glândulas exócrinas
1.3. Hormonas e respectivas funções
1.4. Doenças do sistema endócrino

TEMÁTICA 2: Função reprodutora


2.1. Estrutura do sistema reprodutor masculino e feminino
2.2. Fisiologia dos sistemas reprodutores (M/F)
2.3. Puberdade e maturidade dos órgãos sexuais
2.4. Controlo de natalidade

5.4. Projecto: O Mundo e as Transformações

5.4.1. Introdução

O presente Projecto Didáctico Integrado abre o 2º ano, do 1º Ciclo do Ensino


Secundário de Adultos, com uma proposta mais relacionada às produções e
transformações realizadas para e pelo homem, no decorrer da História.

O conceito de mundo vem do latim "mundus", definição mais utilizada que


remete a ideia de conjunto dos corpos celestes, firmamento, universo. Já o
conceito de transformação vem do verbo transformar que, em latim
"transformare", significa mudar de forma, de aspecto, metamorfosear,
converter, trocar, tornar diferente do que era.

Essas indicações demonstram a relevância do tema escolhido e das


contribuições importantes que acompanharão a execução deste Projecto
Didáctico. Reunir condições didácticas de aprendizagem e colaborar para a
interação entre os saberes, conferirá ao tema uma excelente oportunidade dos
estudantes perceberem quais os processos importantes de transformações
realizadas no mundo, através da acção humana ao longo da história.
A análise da condição humana actual permite avaliar os avanços, a evolução e
as inovações produzidas pelo homem, que são fruto das experiências,
necessidades e desafios de cada tempo e de cada contexto. Por outro lado,
permite reflectir sobre os impactos negativos que decorrem das produções
humanas e a necessidade de dar respostas aos desafios actuais.

As transformações tecnológicas e da natureza, aos poucos, também trazem


mudanças no modo de vida dos indivíduos e das comunidades. As actividades
humanas condicionadas a todas essas transformações começam a definir um
“modelo” de conhecimento e um “padrão” de habilidades.

Ao longo da história da humanidade o modo de produção, as disputas


ideológicas e as relações de poder, sociais, de causa e efeito, de escolhas e
consequências são elementos que estão na base das transformações sociais.

Actualmente, as transformações tecnológicas promovem mudanças socio-


culturais e económicas tanto a nível individual, local, colectivo e global. A
relação com o trabalho, com a família, com a sociedade e mesmo com relação
a si próprio sofrem os impactos positivos e negativos.

Relacionar as mais variadas produções no campo científico, co-relacionando-


as com os impactos para as transformações sociais, é o ponto de partida para
que os docentes reflitam com os estudantes, a partir do contexto da
comunidade escolar, os relfexos destas transformações, os benefícios e como
mitigar os efeitos negativos das mesmas, para encontrar um "ponto de
equilíbrio".

Ao considerar o público alvo das classes de aceleração do 1º Ciclo do Ensino


Secundário de Adultos compreende-se que a abordagem deve pautar-se na
aproximação mais contextualizada possível das vivências dos estudantes.

Mais do que “transmitir” informações sobre a nossa própria evolução, o


desdobramento deste Projecto Didáctico deve favorecer o reconhecimento da
nossa participação, como indivíduo colectivo ou singular nesta grande “trama”
de transformações que envolve a natureza e a sociedade como um todo.
Actividade de Consolidação

PRODUTO FINAL: Campanha de sensibilização “ Cuide do Ambiente”.

OBJECTIVOS:

1. Organizar uma campanha de sensibilização com a temática “Cuide do


Ambiente”, a fim de conscientizar a população do entorno escolar, dos
constrangimentos que envolvem o ambiente da comunidade e das possíveis
estratégias de superação.
2. Realizar três actividades distintas, dentro da campanha de sensibilização,
de modo a promover a maior eficácia da actividade: distribuição de material
produzido pelos estudantes; caminhada para sensibilização da comunidade
e palestra;
3. Possibilitar o trabalho interdisciplinar e favorecer a autonomia e criatividade
dos estudantes.

DURAÇÃO: 1º trimestre lectivo

RECOMENDAÇÕES:

 Constituir uma equipa de coordenação das actividades com docentes


das áreas do conhecimento envolvidas no Projecto;
 Elaborar um cronograma para realização das 3 actividades ao longo do
trimestre lectivo;
 A primeira actividade - os estudantes deverão, sob a orientação dos
docentes, elaborar o material para distribuir na comunidade escolar
(cartazes, folhetos) e no entorno da escola, a fim de sensibilizá-los
acerca do tema;
 A primeira actividade deverá envolver todos os estudantes participantes
do Projecto;
 O material produzido para a distribuição poderá ter várias versões e
deve ser apresentado aos professores coordenadores da actividade 3
semanas antes da data agendada para a actividade acontecer;
 Os materiais produzidos devem levar em consideração a realidade local
em que a escola está inserida, a fim de promover uma comunicação
eficaz de acordo com situações vivenciadas pela comunidade;
 A actividade deverá ser acompanhada por docentes, para observar o
domínio dos estudantes com o conteúdo apresentado, através da
utilização dos meios disponíveis e adequados para a actividade;
 Os docentes deverão ter uma cópia da produção final para fins de
avaliação.
 A segunda actividade – Caminhada de sensibilização – será
igualmente orientada pelos docentes coordenadores da actividade e tem
como objectivo levar a mensagem oral e as explicações do assunto à
comunidade;
 Será realizada a partir de dois momentos distintos: primeiro, os
docentes orientadores organizarão equipas de 5 estudantes e solicitarão
que estes identifiquem os locais, fazendo um mapa, onde estarão
distribuídos na caminhada de sensibilização; o segundo momento será
a realização de um croqui do percurso onde será realizada a Caminhada
– esta actividade auxilia os estudantes no desenvolvimento da
habilidade cartográfica;
 Com o mapeamento e o croqui prontos, os docentes orientadores
deverão traçar juntamente com os estudantes as formas de abordar a
comunidade durante a Caminhada;
 A data da realização da Caminhada deverá ser divulgada com
antecedência, com a finalidade de haver adesão de moradores da
comunidade;
 A Caminhada levará os participantes a todos os pontos mapeados e
identificados a partir do croqui;
 Cada equipa de estudantes ficará responsável pela apresentação no
local mapeado e pela abordagem do tema junto à população;
 Os docentes deverão acompanhar os estudantes durante toda a
actividade;
 Os registos e relatos serão utilizados em sala de aula como maneira de
socializar e avaliar a actividade;
 Deverá ser redigido um relatório final da Caminhada;
 A terceira actividade – Palestra – a actividade fechará o ciclo das
acções destinadas à sensibilização da comunidade;
 Deverá será planificada entre estudantes e docentes;
 Definir data e horário para realização da Palestra, a fim de realizar a
divulgação na comunidade;
 Solicitar aos estudantes um relatório individual de avaliação de todas as
actividades realizadas na consolidação do tema do Projecto.

AVALIAÇÃO:

 Envolvimento dos estudantes nas etapas de organização e execução


das actividades relacionadas com a Campanha de Sensibilização;
 Habilidades no trabalho de equipa e individual;
 Participação colectiva e individual nas actividades;
 Avaliação das produções colectivas (mapeamento e croqui) e individuais
(relatório);
 Domínio do tema apresentado durante as actividades;
 Envolvimento com a comunidade local;
 Criatividade na elaboração das actividades;
 Formas de mobilização do público a ser beneficiado com a actividade;
 Atitudes de respeito e solidariedade para com os colegas, tanto na
elaboração do material, como na apresentação do mesmo.

5.4.2. Plano de Estudos de Biologia para o Projecto Didáctico Integrado:


O Mundo e as Transformações

Objectivo da disciplina para o Projecto: Analisar a diversidade e a


organização da vida vegetal e animal, afim de avaliar o impacto das
transformações para o equilíbrio e manutenção do ambiente e dos
ecossistemas.

Conteúdos:

TEMÁTICA 1: Diversidade de plantas


1.1. Algas
1.1.1. Condições de vida
1.1.2. Estrutura
1.1.3. Actividade
1.1.4. Classificação
1.2. Fungos
1.2.1. Condições de vida
1.2.2. Estrutura
1.3. Liquenes
1.3.1. Condições de vida
1.3.2. Estrutura
1.4. Briófitas
1.5. Pteridófitas
1.6. Espermatófitas

TEMÁTICA 2: Organização das plantas


2.1. Estrutura e função dos tecidos vegetais
2.2. Estrutura e função dos órgãos vegetais
2.3. Fotossíntese

TEMÁTICA 3: Grandes diversidades animais


3.1. Invertebrados
3.2. Vertebrados

TEMÁTICA 4: Organização dos animais


4.1. Estrutura e função dos diferentes tipos de tecidos animais
4.2. Estrutura e função dos sistemas de órgãos dos animais

5.5. Projecto: De mãos dadas com a saúde

5.5.1. Introdução

O Projecto Didáctico Integrado De mãos dadas com a saúde tem com desafio
de tratar da temática de forma ampla, porém focada nos importantes
contributos e conteúdos para a formação de conceitos e práticas relacionadas
com a Qualidade de Vida.

Apresenta um tema muito importante para a formação pessoal, familiar,


colectiva e está impregnado dos mais variados conceitos.

A palavra qualidade, que vem do latim qualitate, é um conceito amplo e


subjectivo, relacionado à percepção do atendimento, satisfatório ou não, das
expectativas em relação a um produto ou serviço.

A palavra vida, como se viu no Projecto A Dinâmica da Vida, deriva do latim


vita, que tem amplos e diversos significados, mas pode ser expressa pelas
ideias de “processo em curso do qual os seres vivos são uma parte"; "espaço
de tempo entre a concepção e a morte"; "aquilo que faz com que um ser vivo
esteja vivo”.

A definição do termo "Qualidade de Vida" passa por uma reflexão e medição


das condições de vida de um ser humano. O nível de atendimento que o
indivíduo ou a população tem com relação às expectativas relacionadas ao
bem estar físico, mental, social, ambiental, assim como a acessibilidade aos
meios de promoção da saúde, educação, saneamento, entre outros, define o
grau ou nível de Qualidade de Vida.

Com o objectivo de compreender a qualidade de vida de maneira mais


abrangente, este Projecto Didáctico Integrado procura promover a
compreensão do conceito de Qualidade de Vida como a superação dos
desafios relacionados com a saúde. A temática remete-nos a questionamentos
sobre a nossa própria existência. A Qualidade de Vida promove o confronto de
questões como: “Qual o sentido da vida?”, “Quais os valores presentes nas
nossas vidas?”, “O que é paz, harmonia, beleza e felicidade?” " O que se define
por saúde?".

Compreender a saúde como o bem estar físico, mental, emocional e sócio-


cultural, fomentar acções estratégicas para a superação dos constrangimentos
que colocam a saúde indicvidual e colectiva em risco e possibilitar a
comunicação entre as áreas e os conteúdos que elucidam esta reflexão, é o
desafio dos docentes na operacionalização deste Projecto Didáctico.

A relação existente entre as áreas, tornar-se-á mais colaborativa com a


intervenção acertada dos docentes, na realização de “pontes” entre as áreas e
os seus diversos conhecimentos. A troca de informação e a acção planificada
dos docentes contribuirá para o objectivo do trabalho por Projectos – que
percebem que as áreas do conhecimento não estão em “caixas" ou "ficheiros"
isolados, mas só podem atingir os objectivos quando compreendidas como um
todo que se relaciona e se complementa.

A apreciação da qualidade de vida permite não só o aprendizado dos


conteúdos que permeiam este tema, mas motiva os estudantes a reflectirem
sobre a responsabilidade individual e colectiva na melhoria contínua da
mesma, como consequência da ampliação dos nossos conhecimentos e o
exercício da cidadania. Espera-se que, no desenvolvimento deste Projecto, as
várias formas de percepção acerca da temática sejam reveladas à medida que
as construções forem alicerçadas na compreensão do modo de vida.

Actividade de Consolidação

PRODUTO FINAL: Ciclo de Palestras

OBJECTIVOS:

1. Realizar um Ciclo de Palestras na comunidade escolar, com temáticas


variadas escolhidas a partir dos conteúdos estudados no trimestre lectivo;
2. Promover a discussão de temáticas relevantes para a comunidade escolar,
relacionadas com as áreas do conhecimento, através do Ciclo de Palestras;
3. Oportunizar que os estudantes sejam protagonistas da actividade, para
consolidarem e socializarem os seus conhecimentos.

DURAÇÃO: 2º trimestre lectivo

RECOMENDAÇÕES:

 Na escola, deverá ser criada uma comissão de docentes para a


supervisão geral do trabalho;
 A comissão de docentes deverá eleger subtemas para o ciclo de
palestras, sensibilizar e orientar os estudantes acerca da actividade;
 Os subtemas das palestras deverão estar relacionados directamente
com os assuntos estudados durante o trimestre lectivo, assim como com
as necessidades da comunidade escolar;
 Os estudantes deverão submeter à análise da comissão, a justificativa
que aponte a relevância do subtema escolhido;
 Depois de escolhidos os subtemas, os docentes deverão proceder com
a orientação aos estudantes das metodologias e meios para realizar a
apresentação;
 Caberá à escola a escolha do local de apresentação do Ciclo de
Palestras, assim como o dia e horário das mesmas. Caso hajam muitos
turmas e apresentações, a escola poderá fazer uma semana de
apresentações, no mesmo horário, e divulgar uma agenda na
comunidade para que as pessoas interessadas possam comparecer;
 A data para realização do Ciclo de Palestra deve ser agendada para
antes do término do trimestre lectivo para efeito das avaliações;
 Os docentes deverão considerar toda a envolvência dos estudantes,
desde a escolha do tema, a concepção da palestra e a apresentação;
 Os docentes deverão ressaltar que os estudantes que não participarem
no momento da palestra, na exposição do tema, deverão envolver-se em
outras actividades de organização da palestra;
 O Ciclo de Palestras poderá ocorrer durante uma semana completa com
cronograma dos temas e definição quanto ao público-alvo;
 Na semana que antecede à realização do Ciclo de Palestras, os
docentes deverão acompanhar os estudantes no ensaio para a
apresentação;
 Realizar divulgação para a comunidade escolar e criar meios para
convidar os familiares e/ou a comunidade do entorno escolar.

AVALIAÇÃO:

 Envolvimento dos estudantes nas etapas de organização e execução do


Ciclo de Palestras;
 Habilidades no trabalho de equipa e individual;
 Participação colectiva e individual nas apresentações;
 Domínio do tema apresentado;
 Criatividade na escolha da metodologia utilizada para a palestra;
 Organização do evento e mobilização do público a ser beneficiado com
a actividade;
 Atitudes de respeito e solidariedade para com os colegas, tanto na
elaboração do material, como na apresentação do mesmo.

5.5.2. Plano de Estudos de Biologia para o Projecto Didáctico Integrado:


De mãos dadas com a saúde

Objectivo da disciplina para o Projecto: Compreender a relação dos


alimentos para a manutenção e a qualidade de vida, assim como
perceber como se processa as funções digestiva, respiratória,
circulatória e urinária; e a importância do equilíbrio entre os sistemas
para a saúde individual e colectiva.

Conteúdos:

TEMÁTICA 1: Os alimentos e a manutenção da vida


1.1. Necessidades alimentares do organismo
1.2. Composição dos alimentos
1.3. Alimentos equilibrados

TEMÁTICA 2: Função digestiva


2.1. Anatomia do sistema digestivo
2.2. Fisiologia da digestão
2.3. Absorção intestinal
2.4. Higiene do sistema digestivo
2.5. Doenças do sistema digestivo

TEMÁTICA 3: Função respiratória


3.1. Anatomia do sistema respiratório
3.2. Movimentos respiratórios
3.3. Trocas gasosas e transporte de gases
3.4. Higiene do sistema respiratório
3.5. Doenças do sistema respiratório

TEMÁTICA 4: Função circulatória


4.1. Sangue e linfa
4.2. Anatomia do sistema circulatório
4.3. Circulação sanguínea e linfática
4.4. Mecanismos de defesa do organismo
4.5. Higiene do sistema circulatório
4.6. Doenças do sistema circulatório

TEMÁTICA 5: Função urinária


5.1. Anatomia do sistema urinário
5.2. Fisiologia do sistema urinário
5.3. Higiene do sistema urinário
5.4. Doenças do sistema urinário

5.6. Projecto: Um novo olhar para descobrir o mundo

5.6.1. Introdução

Este Projecto Didáctico Integrado, denominado de Um novo olhar para


descobrir o mundo, encerra o 1º Ciclo do Ensino Secundário de Adultos e
convida os estudantes a "manifestarem" os conhecimentos adquiridos e as
descobertas realizadas nos dois anos que estiveram a cursar este nível de
ensino.

O verbo Descobrir advém da palavra descoberta. Do latim, discooperio, -


descobrir, por a descoberto, destapar, mostrar, manifestar, revelar, inventar.

Abordar esta temática é, sobretudo, um chamado para que os estudantes


mostrem os conhecimentos cientificamente alicerçados e construídos a partir
de uma abordagem significativa e integrada dos conteúdos e objectivos
previstos para este nível.

A apreciação Histórica do mundo revela uma sequência de descobertas,


invenções e grandes realizações da humanidade, assim como as contribuições
dos povos, ao longo desta evolução histórica, através da expressão cultural e
das relações sócio-económicas. O conhecimento desenvolvido e socializado é
a materialização da necessidade que “empurrou” o homem na procura de
alternativas e de avanços.

Os avanços tecnológicos provocam mudanças na forma de perceber e interagir


no mundo, assim como novas concepções florescem e reformulam o modo de
constatar, pensar, comprovar e viver.

Todas as disciplinas escolares sofreram as influências directas do


desenvolvimento científico, de forma a permitir ultrapassar o pensamento do
mítico, empírico e linear.

O homem faz a História e a Ciência e sofre a influência da sua própria criação.

Actividade de Consolidação

PRODUTO FINAL: Circuito de desafios interdisciplinares

OBJECTIVOS:

1. Promover a integração da comunidade escolar;


2. Proporcionar a interacção social aliada ao aprendizado e ao entretenimento;
3. Valorizar a participação em equipa, a liderança e a disciplina;
4. Promover a interdisciplinaridade com o envolvimento das áreas de
conhecimento, nas actividades elaboradas.

DURAÇÃO: 3º trimestre lectivo

RECOMENDAÇÕES:

 Constituir uma equipa de organização e execução e uma equipa


julgadora, com docentes das áreas de conhecimento envolvidas no
Projecto, para apoio a actividade;
 Elaborar um cronograma com a distribuição das actividades que serão
realizadas através do Circuito;
 A equipa de organização e execução deverá definir o número de
equipas e quantidade de estudantes que a devem compor, assim como
propor uma ficha de inscrição para controlo;
 Deverá ser criado um banco de dados com perguntas cujos aspectos
foram estudados no trimestre, pelas áreas envolvidas no Projecto
Didáctico para composição do Circuito;
 Proceder com a divulgação da inscrição das equipas de acordo com a
definição estabelecida pela equipa de organização e execução;
 A actividade deve ser agendada para uma data e na ocasião toda a
comunidade escolar deverá participar;
 Cada equipa inscrita pode constituir uma equipa de apoio para as
necessidades eventuais de auxílio, durante a realização da actividade;
 A equipa julgadora será responsavél pela avaliação do desempenho dos
participantes, além de controlar a pontuação das equipas durante a
realização da actividade;
 As equipas constituídas deverão criar momentos de estudo extra-classe,
a fim de fundamentar a sua participação na actividade. Para tal, deverão
em cada encontro (mínimo de 1 por semana) registar a presença dos
participantes através de uma lista;
 Divulgar com antecedência mínima de 3 semanas a data de realização
da actividade;
 A equipa de organização e execução deverá criar os meios para a
realização da actividade apoiada pelos estudantes – as orientações
gerais da actividade seguem em anexo;
 A actividade deverá ser assitida pela comunidade escolar e também
pode ter pessoas convidadas a participar.

AVALIAÇÃO:

 Envolvimento dos estudantes nas etapas de organização e execução


das actividades relacionadas com o Circuito de desafios
interdisciplinares;
 Habilidades no trabalho de equipa e individual;
 Participação colectiva e individual nas actividades;
 Domínio dos conteúdos durante a realização da actividade;
 Atitudes de respeito e solidariedade para com os colegas, tanto na
elaboração do material, como na apresentação do mesmo.

ORIENTAÇÕES GERAIS DA ACTIVIDADE:

Depois de constituídas as equipas e no dia da realização da actividade, o


responsável pela mediação do Circuito deverá proceder da seguinte maneira:

1. Realizar o sorteio para definição da equipa que irá iniciar a actividade;

2. Apresentar a pergunta e aguardar o tempo determinado para que a


resposta possa ser apresentada. A equipa, ao acertar a pergunta, avança
para a pergunta seguinte. Caso não responda deverá passar a vez para a
equipa seguinte;

3. Este procedimento deverá ser realizado até que a vez retorne para a equipa
que iniciou a actividade;

4. Errar na resposta das perguntas, constitui a penalidade de perder todos os


pontos adquiridos;

5. Errar na resposta das perguntas, sem que ainda tenha pontos, obrigará a
equipa julgadora a contabilizar pontos negativos para posteriores ajustes;
6. Apresentar as perguntas para as equipas numa sucessão crescente de
pontuação, que deve ser estabelecida previamente entre a equipa de
organização e execução e a equipa julgadora;

7. Apresentar as perguntas a cada equipa e, à medida que esta não conseguir


responder e passar a vez, o valor da resposta correcta da equipa seguinte
deve ser dobrado;

8. Definir que, para as perguntas mais complexas, podem-se apresentar 3


(três) opções de respostas às equipas;

9. Proceder com o registo de desempenho de cada equipa, a fim de auxiliar no


momento da avaliação dos estudantes.

5.6.2. Plano de Estudos de Biologia para o Projecto Didáctico Integrado:


Um novo olhar para descobrir o mundo

Objectivo da disciplina para o Projecto: Buscar relacionar os conteúdos


com as novas descobertas científicas que possibilitam a superação de doenças
e demais constrangimentos a saúde individual e colectiva.

Conteúdos:

TEMÁTICA 1: Estrutura e funcionamento dos ecossistemas II


1.1. Diversidade de seres vivos
1.2 Os vírus
1.2.1. Condições de vida
1.2.2. Estrutura
1.3. Bactérias
1.3.1. Condições de vida
1.3.2. Estrutura

TEMÁTICA 2: O Sistema Imunológico


2.1. O funcionamento e estruturas do sistema imunológico.
2.2. A Síndrome da Imuno-Deficiência Humana - HIV - SIDA.
2.3. As vacinas.
2.4. As Doenças endémicas: A malária, a tuberculose, a meningite, a
tripanossomíase e a hepatite.

6. Orientações didácticas e metodológicas


Este Guia é destinado a fortalecer as relações de ensino e aprendizagem e,
portanto, reservou um espaço para socializar algumas orientações didácticas, a
partir da metodologia participativa.

A palavra didáctica vem da expressão grega Τεχνή διδακτική (techné


didaktiké), que se pode traduzir como arte ou técnica de ensinar. A didáctica é
a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino,
destinados a colocar em prática as directrizes da teoria pedagógica. A didáctica
estuda os diferentes processos de ensino e aprendizagem.

No âmbito da didáctica faz-se importante reflectir não só nas técnicas e


estratégias que utiliza-se, mas, fundamentalmente, pensar sobre a
intencionalidade, os objectivos e os conceitos que estão na base de um
conjunto de práticas de ensino. Um conjunto de práticas de ensino elege um
caminho (uma metodologia) a percorrer e tem como objectivo favorecer a
construção de um determinado padrão de pensamento, conhecimento,
conduta, relações, indivíduos e sociedade.

Nenhuma técnica, prática ou estratégia está isenta de determinado objectivo


formativo implícito. As práticas de ensino para além de servirem como um meio
ou estratégia para atingir um fim, também, por si própria são um exercício de
aprendizagem de conduta (esquema) intelectual, afectivo, social e cultural,
guardando em si uma intencionalidade e um "conteúdo" subentendido.

Para apoiar novas práticas didácticas (métodos e técnicas de ensino), que


favoreçam sobretudo a aprendizagem de adultos neste ciclo, seguem-se
algumas técnicas que podem contribuir para o ensino, a partir de metodologia
participativa, e para a aprendizagem significativa.

6.1. A Aprendizagem Significativa

David Ausubel (1982) afirma que a aprendizagem significativa ocorre somente


quando o estudante é capaz de perceber que os conhecimentos escolares são
úteis para sua vida fora da escola. E, por isso, os professores precisam estar
sempre atentos e reflectirem sobre como ajudar os estudantes a
compreenderem e utilizarem no seu quotidiano os saberes escolares, de forma
a aplicá-los na vida em sociedade.
Aprendizagem significativa acontece quando novas ideias ou informações
relacionam se com conceitos relevantes e disponíveis na estrutura cognitiva
(de aprendizagem) do aprendente e, consequentemente, é assimilada por ele.

O mais importante num processo de ensino, é que a aprendizagem seja


significativa, ou seja, o conteúdo a ser aprendido pelo aprendente precisa fazer
sentido e, isto acontece quando a informação nova “ancora-se”, apoia-se, nos
conceitos importantes já existentes na estrutura cognitiva do aprendente.

Dessa forma a Aprendizagem Significativa é preferível a Aprendizagem


Mecânica, ou Arbitrária, porque constituí um método mais simples, prático e
eficiente. Muitas vezes um sujeito pode aprender algo mecanicamente e só
mais tarde percebe que este se relaciona com algum conhecimento anterior já
dominado. No caso ocorreu então um esforço e tempo demasiado para
assimilar conceitos que seriam mais facilmente compreendidos se
encontrassem uma “âncora”, ou um conceito anterior, existente na Estrutura
Cognitiva.

Uma aprendizagem é significativa quando as informações no plano mental do


aprendente se manifestam, através da aprendizagem pela descoberta e pela
percepção.

A aprendizagem é algo que provém de uma comunicação com o mundo e se


acumula sob uma forma rica de conteúdos cognitivos, ou seja, é o processo de
organização das informações e integração de tudo isto, pela estrutura
cognitiva.

Neste processo, a informação nova interage como uma estrutura de


conhecimento específica,

Para que ocorra uma Aprendizagem Significativa segundo Ausubel, é


necessário que:

• O material a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou


seja, tem que ser psicologicamente e logicamente significativo: o
significado lógico depende da natureza do material, e o significado
psicológico é uma experiência que cada sujeito tem. Cada aprendente faz
uma filtragem dos materiais que têm significado ou não para si próprio.

• Haja um conteúdo mínimo na estrutura cognitiva do indivíduo, com base


suficiente para suprir as necessidades relacionais, onde a nova
informação deverá "ancorar".

• A escola proporcione ao estudante um ambiente de aprendizagem em


que ele possa se manifestar, evocar conhecimentos anteriores, raciocinar,
levantar hipóteses e construir estratégias.

É muito comum que estudantes acostumados a métodos de ensino mecânicos


e arbitrários, exercícios e avaliação repetitivos e rigidamente padronizados
tenham medo ou dificuldade em se expressar. Caberá ao professor, construir
um ambiente em que, paulatinamente, o estudante possa sentir-se seguro para
se expressar, criando com o ensino e aprendizagem uma relação de confiança
e satisfação. Neste sentido, a opção por técnicas e estratégias baseadas em
metodologias participativas são fundamentais.

6.2. Sequência didáctica como instrumento para a planificação do


professor.

Para proporcionar a aprendizagem significativa, uma das estratégias é a


sequência didáctica. Dolz e Schneuwly (2004) defendem que as sequências
didácticas são instrumentos que podem nortear os professores na condução
das aulas e no planeamento das intervenções. Além disso, os autores
entendem que a sequência de actividades deve permitir a transformação
gradual das capacidades iniciais dos estudantes.

As actividades são concebidas com base no que os estudantes já sabem e, a


cada etapa, aumentar o grau de dificuldade, ampliando a capacidade desses
estudantes.

Neste sentido, segundo Vygotsky, os professores estarão a trabalhar, como


mediadores, na Zona de Desenvolvimento Proximal, ou seja, de modo a
avançar a fronteira da Zona de Desenvolvimento Real, definida como a zona
cognitiva onde o aprendente pode trabalhar sozinho. O ensinante deve
apresentar problemas que contenham elementos dentro da Zona de
Desenvolvimento Real, mas que contenham também elementos da zona
cognitiva que se encontra em fase de desenvolvimento, a Zona de
Desenvolvimento Proximal.

Como fazer isto?

O trabalho em grupo e cooperativo entre os aprendentes mais avançados (ou o


próprio ensinante) fará com que os mesmos avancem, transformando assim a
Zona de Desenvolvimento Proximal em Zona de Desenvolvimento Real.

Mas o que são sequências didácticas? Trata-se de um conjunto de actividades


concebidas e organizadas de tal forma que cada etapa está interligada à outra.
Ao planificá-la, o professor tem como objectivo ensinar um determinado
conteúdo, começando por uma actividade simples até chegar às operações
mais complexas. Ou seja, elas são elaboradas de modo a respeitar os graus de
dificuldade que os estudantes irão encontrar nas tarefas, tornando possível sua
superação.

Para isso, é importante que o professor tenha claro quais as expectativas de


aprendizagem ele deseja alcançar em uma determinada aula ou período
(semana, mês, bimestre etc.).

A definição de expectativas de aprendizagem está nos objectivos do ensino e


se baseia em critérios como: relevância social e cultural; relevância para a
formação intelectual do estudante e potencialidade para a construção de
habilidades comuns; possibilidade de estabelecer conexões interdisciplinares e
contextualizações, acessibilidade e adequação aos interesses da faixa etária
do estudante.

6.2.1.Etapa da sequência didáctica.

Para desenvolver uma sequência didáctica, é preciso planificar suas etapas de


acordo com a expectativa de aprendizagem. Eis alguns pontos que devem ser
levados em conta pelo professor:
a. Fazer o diagnóstico inicial.

A elaboracção de uma sequência didáctica prevê o diagnóstico inicial do


conhecimento do estudante e a definição clara de um objectivo de
aprendizagem. Além disso, o professor deve enxergar a avaliação como
instrumento norteador para a planificacção das suas futuras acções com a
turma.

Conhecimento prévio é um conjunto de concepções, representações e


conhecimentos adquiridos pelo estudante em experiências anteriores, que
podem ter acontecido dentro ou fora da escola. Esses conhecimentos prévios
determinam em boa parte o conjunto de informações que ele selecionará para
tentar resolver as actividades apresentadas na aula.

b. Compreender a situação-problema: ter clareza do que se pede no


enunciado da actividade.

Nesse momento, o professor poderá verificar o que os estudantes sabem ou


não sabem sobre o que se pede. Algumas pistas sobre as necessidades de
aprendizagem dos estudantes poderão ser identificadas, como dificuldades de
leitura ou interpretação e compreensão dos enunciados de problemas.

c. Identificar os conhecimentos que estão no cerne da situação-problema

O professor poderá observar se os estudantes reconhecem os conhecimentos


trabalhados que estão propostos na actividade. É importante que as tarefas
sejam elaboradas de tal forma que, em algumas delas, o estudante consiga
notar imediatamente o conceito necessário para resolver a questão, uma vez
que ele está explícito no enunciado. Em outras, o estudante precisa analisar o
enunciado e identificar o que está sendo pedido, pois não há indicação clara
sobre o conteúdo necessário para resolver a questão.

Para esclarecer, apresenta-se dois exemplos de actividade em Biologia:


Enunciado 1: Quais são as medidas preventivas para evitar as doenças
endémicas como a malária, febre tifoide, diarreias e cólera?

Enunciado 2: Em 2009, as chuvas na província do Cunene causaram fortes


enchentes, causando muitos prejuízos a população local que teve que viver em
precárias condições durante algum tempo. Em razão das enchentes, os
técnicos de saúde manifestaram, na ocasião, temor pelo aumento dos casos de
doenças como, por exemplo, a malária, a febre tifoide, a diarreia e o cólera.

Nesta e em outras situações semelhantes, quais são as medidas que os


técnicos de saúde devem promover, junto a população afectada pelas
enchentes, para evitar o aumento das doenças mencionadas no texto?

c. Decidir os procedimentos necessários para encontrar a solução da


situação-problema

Uma vez que os estudantes identificaram os conhecimentos envolvidos na


proposta, eles adotarão os procedimentos necessários para encontrar a
solução. As observações e reflexões feitas pelo professor são essenciais para
orientar e esclarecer dúvidas relacionadas aos conceitos e procedimentos
adotados, que devem seguir determinadas regras para sua execução.

d. Verificar e/ou validar os resultados obtidos

Essa etapa é tão importante quanto as demais porque os estudantes precisam


verificar se a resposta encontrada de facto atende o que é pedido no
enunciado. Os estudantes que fazem essa validação deixam de agir de modo
"mecânico", apenas seguindo regras, e passam a ser indivíduos autônomos e
conscientes do que fazem com reflexão, análise e ponderação.

e. Promover a interdisciplinaridade, o bom ambiente de aprendizagem e a


vontade de aprender ao longo da vida.
As sequências didácticas também poderão articular outras actividades e
disciplinas, criando situações para pesquisa, leitura, interpretação, análises,
levantamento de hipóteses e tomadas de decisão e de validação.

Quando bem elaborada, a sequência didáctica privilegia os conhecimentos


prévios dos estudantes, permitindo que eles argumentem e apresentem
hipóteses, o que também favorece a boa interacção entre colegas e com o
professor. Essas actividades devem instigar a curiosidade e motivar o
estudante a aprender os novos conceitos.

6.2.2. A avaliação ajuda o professor a definir os passos seguintes

A avaliação tem papel importante porque ajuda o professor a refletir sobre os


avanços na aprendizagem dos estudantes. As aulas podem ser avaliadas de
várias maneiras, por meio de conversas realizadas durante o desenvolvimento
da sequência didáctica, de actividades escritas individuais ou colectivas ou de
observações feitas pelo professor, por exemplo.

É importante que o professor compreenda que as avaliações dos estudantes


expressam o que eles já aprenderam e apontam onde ainda precisam de
ajuda. É com base nessas informações que o professor poderá reorganizar
suas acções didácticas e ajudar os estudantes a superarem suas dificuldades.

6.3. Aula expositiva dialogada

Caracterização da técnica: é uma exposição do conteúdo, com a participação


activa dos estudantes, cujo conhecimento prévio deve ser considerado e pode
ser tomado como ponto de partida. O professor leva os estudantes a
questionarem, interpretarem e discutirem o objecto de estudo, a partir do
reconhecimento e do confronto com a realidade. Deve favorecer análise critica,
resultando na produção de novos conhecimentos. Propõe a superação da
passividade e imobilidade intelectual dos estudantes.

A técnica é útil para: Obtenção e organização de dados/ Interpretação/


Decisão/ Comparação/Resumo.
Como utilizar a técnica:
Professor contextualiza o tema de modo a mobilizar as estruturas mentais do
estudante para operar com as informações que este traz, articulando-as às que
serão apresentadas; faz a apresentação dos objectivos de estudo da unidade e
sua relação com a disciplina ou curso. Faz a exposição, que deve ser bem
preparada, podendo solicitar exemplos aos estudantes, e busca o
estabelecimento de conexões entre a experiência vivencial dos participantes, o
objecto estudado e o todo da disciplina. É importante ouvir o estudante,
buscando identificar sua realidade e seus conhecimentos prévios, que podem
mediar a compreensão crítica do assunto e problematizar essa participação. O
forte dessa estratégia é o diálogo, com espaço para questionamentos, críticas
e solução de dúvidas: é imprescindível que o grupo discuta e reflita sobre o que
está sendo tratado, a fim de que uma síntese integradora seja elaborada por
todos.

Avaliação: participação dos estudantes na contribuição para a exposição do


tema através de perguntas, hipóteses ou respostas e sínteses. Pela
participação do estudante acompanham-se a compreensão e a análise dos
conceitos apresentados e construídos. Podem-se usar diferentes formas de
obtenção da síntese pretendida na aula: de forma escrita, oral, pela entrega de
perguntas, esquemas, portfolio, sínteses variadas, complementação de dados
no mapa conceitual e outras actividades complementares a serem efetivadas
em continuidade pelos estudantes.

Observações pertinentes:
A aula expositiva dialogada é uma estratégia que vem sendo proposta para
superar a tradicional palestra docente. Há grandes diferenças entre elas sendo
a principal a participação do estudante que terá suas observações
consideradas, analisadas, respeitadas, independentemente do nível hipotético
e da procedência delas, em relação ao assunto tratado. O clima de
cordialidade, parceria, respeito e troca é essencial. O domínio do quadro
teórico relacional pelo professor deve ser tal que "o fio da meada" possa ser
interrompido com perguntas, observações, intervenções, sem que o professor
perca o controle do processo. Com a participação contínua dos estudantes fica
garantida a mobilização, e são criadas as condições para a construção e a
elaboração da síntese do objecto de estudo.

6.4. Chuva de ideias

Descrição: é uma possibilidade de estimular a geração de novas ideias de


forma espontânea e natural, deixando funcionar a imaginação. Não há certo ou
errado. Tudo o que for levantado será considerado, solicitando-se, se
necessário, uma explicação posterior do estudante.

Operação de pensamento (predominantes): Imaginação e criatividade/Busca


de suposições/Classificação.

Dinâmica da actividade:
Ao serem perguntados sobre uma problemática, os estudantes devem:
1.Expressar em palavras ou frases curtas as ideias sugeridas pela questão
proposta.
2.Evitar atitude crítica que levaria a emitir juízo e/ ou excluir ideias.
3.Registrar e organizar a relação de ideias espontâneas.
4.Fazer a seleção delas conforme critério seguinte ou a ser combinado:
 Ter possibilidade de ser postas em prática logo;
 Ser compatíveis com outras ideias relacionadas ou enquadradas numa
lista de ideias;
 Ser apreciadas operacionalmente quanto à eficácia a curto, médio e
longo prazo.

Avaliação: observação das habilidades dos estudantes na apresentação de


ideias quanto a: capacidade criativa, concisão, logicidade, aplicabilidade e
pertinência, bem como seu desempenho na descoberta de soluções
apropriadas ao problema apresentado.

Observações pertinentes:

Trata-se de uma estratégia vivida pelo colectivo da classe, com participações


individuais, realizada de forma oral ou escrita. Pode ser estabelecida com
diferentes objectivos, devendo a avaliação se referir a eles. Utilizada como
mobilização, desperta nos estudantes uma rápida vinculação com o objecto de
estudo; pode ser utilizada no sentido de colectar sugestões para resolver um
problema do contexto durante o processo de construção, possibilitando ao
professor retomar a teia de relações e avaliar a criatividade e a imaginação,
assim como os avanços do estudante sobre o assunto em estudo.

6.5. Seminário

Descrição: Trata-se de estudo de um tema a partir de fontes diversas a serem


estudadas e sistematizadas pelos estudantes, com o objectivo de construir uma
visão geral, como diz a palavra, "fazer germinar" as idéias. Portanto, não se
reduz a uma simples divisão de capítulos ou tópicos de um livro entre grupos.

Operações de pensamento (predominantes): Análise / Interpretação / Crítica


/ Levantamento de hipóteses / Busca de suposições / Obtenção de organização
de dados / Comparação / Aplicação de fatos a novas situações.

Dinâmica da actividade:
Três momentos:
1. Preparação - O professor deverá:
a) Apresentar o tema e/ ou seleccioná-la conjuntamente com os estudantes,
justificar sua importância, desafiar os estudantes, apresentar os caminhos para
realizarem as pesquisas e suas diversas modalidades (bibliográfica, de campo
ou de laboratório);

b)Organizar o calendário para as apresentações dos trabalhos dos estudantes;

c)Orientar os estudantes na pesquisa (apontar fontes de consulta bibliográfica


e/ou pessoas/instituições) e na elaboração de seus registos para a
apresentação ao grupo;
d)Organizar o espaço físico para favorecer o diálogo entre os participantes.

2. Desenvolvimento:
Durante a discussão do tema aponta-se os problemas formulados, as idéias-
chave, as soluções e as conclusões encontradas. Ao final o professor dirigir a
etapa de consolidação ao final de cada apresentação, organizando uma
síntese integradora do que foi apresentado.

3. Relatório:
Trabalho escrito em forma de resumo pode ser produzido individualmente ou
em grupo.

Avaliação: Os grupos são avaliados e exercem também a função de


avaliadores. Os critérios de avaliação devem ser adequados aos objectivos da
actividade em termos de conhecimento, habilidades e competências. Sugestão
de critérios de avaliação:
• clareza e coerência na apresentação;
• domínio do conteúdo apresentado;
• participação do grupo durante a exposição;
• utilização de dinâmicas e/ ou recursos audiovisuais na apresentação.

Observações:

A preparação do seminário e a garantia de funcionamento das diversas etapas


de sua realização constituem pressupostos importantes para um bom resultado
dele. Os estudantes precisam ter clareza prévia dos diversos papéis que
desenvolverão durante toda a dinâmica dos trabalhos.

Enquanto os grupos podem apresentar suas sínteses também por escrito, o


professor precisa, além de fazer o fechamento após a apresentação de cada
grupo, realizar síntese integradora ao final de todas as apresentações, a fim de
garantir o alcance de todos os objectivos propostos para o seminário.

No desenvolvimento dessa estratégia são atingidas as dimensões de


preparação ou mobilização para o conhecimento: a estudar, a lêr, a discutir a
base teórica e prática de sua pesquisa e, ao mesmo tempo, estabelece-se
relações e produz-se as possíveis sínteses.
6.6. Estudo do Meio

Descrição: É um estudo directo do contexto natural e social no qual o


estudante se insere, que tem por objectivo estudar uma determinada situação
de forma interdisciplinar. Cria condições para o contacto com a realidade,
propicia a aquisição de conhecimentos de forma directa, por meio da
experiência vivida.

Operações de pensamento (predominantes): Observação / Obtenção e


Organização de Dados/ Interpretação /Classificação / Busca de Suposições /
Análise / Levantamento de Hipóteses / Crítica / Aplicação de fatos a novas
situações / Planejamento de Projectos e Pesquisas.
Dinâmica da actividade:

1. Planeamento: os estudantes decidem junto com o professor o foco de


estudo, os aspectos importantes a serem observados, os instrumentos a
serem usados para o registo da observação e fazem uma revisão da
literatura referente ao foco de estudo.
2. Execução do estudo conforme planeado: levantamento de pressupostos,
efetivação da visita, da coleta de dados, da organização e
sistematização, da transcrição e análise do material coletado.
3. Apresentação dos resultados: os estudantes apresentam as conclusões
para a discussão do grande grupo, conforme os objectivos propostos
para o estudo.

Avaliação: O planeamento e o acompanhamento do processo devem ser


contínuos. Normalmente os objectivos estão em referencia directa com os
elementos estabelecidos no roteiro de observação e coleta de dados,
organizado no plano. As etapas de organização, análise e síntese devem ser
acompanhadas das correções necessárias. O relatório final pode contemplar as
etapas da construção ou se referir a elementos de extrapolação, dependendo
dos objectivos traçados.
Observações:

O estudo do meio possibilita aos envolvidos – professor e estudantes – uma


revisão, um reflectir sobre os dados da teoria que fundamentaram o objecto de
estudo. Possibilita também a vinculação do estudante à realidade, uma
discussão dos elementos teóricos que ainda respondem aos problemas e dos
que já se encontram superados. Como viabiliza a aplicação de fatos a novas
situações, a revisão de hipóteses, a organização e reorganização de dados,
prepara
o estudante para se flexibilizar, lidando com a abertura diante de novos e
inesperados elementos apresentados pela realidade dinâmica. A mobilização é
imediata, levando também à construção e à elaboração de sínteses cada vez
mais significativas, principalmente se os resultados dos grupos puderem ser
socializados e ampliados.

6.7. Ensino com Pesquisa

Descrição: é a utilização dos princípios do ensino associados com os da


pesquisa. Concepção de conhecimento e ciência em que a dúvida e a crítica
sejam elementos fundamentais;

Operações de pensamento (predominantes): Observação / Interpretação /


Classificação / Crítica / Resumo / Análise /
Hipóteses e busca de suposições / Decisão, comparação e imaginação /
Planeamento, obtenção e organização de dados / Aplicação de fatos a novas
situações.

Dinâmica da actividade:

1. Desafiar o estudante como investigador.


2. Estabelecimento de princípios: movimento e alteração do conhecimento,
solução de problemas, critérios de validação, reprodução e análise.
3. Construção do projecto:
 Definição do problema de pesquisa;
 Definição de dados a serem coletados e dos procedimentos de
investigação;
 Definição da análise dos dados;
 Interpretação / validação das suposições;
 Síntese e apresentação dos resultados;
 Revisões e recomendações.

Avaliação: O acompanhamento do processo deve ser contínuo em todas as


fases, assim como as correções e ajustes devem ser faseados e atempados,
antes do estudante iniciar a fase seguinte. As hipóteses incompletas, dados
não significativos, devem ser substituídas pelos mais adequados. Um
cronograma de fases e acções auxilia no autocontrole, pelo estudante ou
grupo.
Os critérios de valorização devem ser estabelecidos antecipadamente e, como
são critérios construídos, podem ser reformulados no processo.

Observações pertinentes:

O ensino com pesquisa oferece condições para que os estudantes adquiram


maior autonomia, assumam responsabilidades, desenvolvam disciplina, tomada
como habilidade de se manter o tempo necessário na busca da solução de
problemas até o esgotamento das informações, com treino de trabalho
intelectual a ser supervisionado pelo professor. No contexto do ensino com
pesquisa alguns princípios são fundamentais: o conteúdo é tomado como
provisório, datado e resultado de investigação; novos estudos podem
reformular o existente com novas perspectivas.
Os critérios para validação do conhecimento são os de probabilidade,
plausibilidade, demonstração, evidência lógica e empírica. Procura-se construir
com o estudante a disciplina
persistindo na busca de dados ou informações, na observação, leitura,
redação, análise e síntese, até esgotar o problema. Para isso, é necessária
uma busca de equilíbrio entre a reprodução das informações já existentes e as
novas que a pesquisa possibilita, no desenvolvimento de pensamento claro,
crítico, construtivo e autônomo. Difere do ensino para a pesquisa, próprio da
pós-graduação, no fato de que a autonomia do pesquisador já está mais
avançada, exigindo a mediação docente na construção das atitudes científicas
citadas.

6.8. Estudo de caso

Descrição: É a análise minuciosa e objectiva de uma situação real que


necessita ser investigada pelos estudantes.

Operações de pensamento (predominantes): Análise/ Interpretação / Crítica/


Levantamento de hipóteses/ Busca de
suposições/ Decisão/ Resumo.

Dinâmica da actividade:

1. O professor expõe o caso a ser estudado (distribui ou lê o problema aos


participantes), que pode ser um caso para cada grupo ou o mesmo caso para
diversos grupos.
2. O grupo analisa o caso, expondo seus pontos de vista e os aspectos sob os
quais o problema pode ser enfocado.

3. O professor retoma os pontos principais, analisando coletivamente as


soluções propostas.

4. O grupo debate as soluções, discernindo as melhores conclusões. Papel do


professor: selecionar o material de estudo, apresentar um roteiro para trabalho,
orientar os grupos no decorrer do trabalho, elaborar instrumento de avaliação.
Análise de um caso:

• Descrição do caso: aspectos e categorias que compõem o todo da situação.


Professor deverá indicar categorias mais importantes a serem analisadas;

• Prescrição do caso: estudante faz proposições para mudança da situação


apresentada;
• Argumentação: estudante justifica suas proposições mediante aplicação dos
elementos teóricos de que dispõe.

Avaliação: O registro da avaliação pode ser realizado por meio de ficha com
critérios a serem considerados, tais como:

• aplicação dos conhecimentos (a argumentação explicita os conhecimentos


produzidos a partir dos conteúdos);
• coerência na prescrição (os vários aspectos prescritos apresentam uma
adequada relação entre si);
• riqueza na argumentação (profundidade e variedade de pontos de vista);
• síntese.

Observações pertinentes:

A estratégia de estudo de caso oportuniza a elaboração de um forte potencial


de argumentação com os estudantes e refere-se tanto ao momento de
construção do conhecimento como da síntese. Os aspectos relacionados à
mobilização para o estudo são determinantes para o envolvimento de todos no
estudo e na busca de solução do caso proposto. O caso deve estar incluído no
contexto de vivência do estudante, ou em parte de uma temática em estudo.
Quanto mais desafiador for o assunto, maior a possibilidade de manter os
estudantes envolvidos. As soluções não devem ser comparadas com as dos
demais grupos, mas sim quanto ao esforço do próprio grupo.
6.9. Dramatização

Descrição: É uma representação teatral, a partir de um foco, problema, tema


etc. Pode conter explicitação de ideias, conceitos, argumentos e ser também
um jeito particular de estudo de casos, já que a teatralização de um problema
ou
situação perante os estudantes equivale a apresentar-lhes um caso de
relações humanas.

Operações de pensamento (predominantes): Decisão /Interpretação / Crítica


/Busca de suposições / Comparação
/Imaginação

Dinâmica da actividade:

Pode ser planejada ou espontânea:

1. No primeiro caso, o professor escolhe o assunto e os papéis e os distribui


entre os estudantes, orientando sobre como atuar.
2. No segundo caso o planeamento pode ser deixado inteiramente por conta
dos estudantes, o que dá mais autenticidade ao exercício.
3. É possível montar um círculo ao redor da cena para que todos observem
bem a apresentação.
4. O professor informa o tempo disponível e pede aos estudantes que prestem
atenção em pontos relevantes conforme o objetivo do trabalho.
5. No final, fazer o fechamento da actividade.

Avaliação: O grupo será avaliado pelo professor e pelos colegas. Sugestão de


critérios de avaliação:
• clareza e coerência na apresentação;
• participação do grupo observador durante a apresentação;
• utilização de recursos que possam tornar a dramatização mais real;
• criactividade e espontaneidade.
Observações pertinentes:
É uma estratégia que tem várias finalidades. Possibilita o desenvolvimento da
"empatia", isto é, a capacidade de os estudantes se colocarem
imaginariamente em um papel que não seja o seu próprio. Traz à sala de aula
um pedaço da realidade social, de forma viva e espontânea, para ser
observada e analisada pelos estudantes. Desenvolve a criatividade, a
desinibição, a inventividade e a liberdade de expressão. Em relação às
dimensões da construção do conhecimento, pode ser utilizada especialmente
para os momentos de mobilização e de síntese. Na mobilização, como
incentivo a mergulhar numa problemática real e, como síntese, para verificar o
alcance que o grupo realizou de uma problemática existente, em análise e/ou
discussão.

6.10. Painel Progressivo

1. Caracterização da técnica: Consiste no trabalho individual que progride


para o grande grupo através da formação sucessiva de grupos que se
constituem pela junção de grupos formados na etapa anterior, que vão
aumentando até se fundirem num só (plenário). Em cada etapa sucessiva os
grupos devem retomar as conclusões da etapa anterior a fim de desenvolvê-
las, harmonizando-as.

2. A técnica é útil para:

a) Aprofundar o conhecimento de um tema pelas diferentes visões e maneiras


de abordá-lo e tratá-lo.
b) Fazer com que os participantes entendam o tema.
c) Integrar o grupo.
d) Introduzir um conteúdo novo.
e) Obter a participação de todos os membros do grupo.
f) Obter conclusões do grupo acerca de um assunto-problema.
g) Prosseguir o debate sobre um assunto anteriormente apresentado sob a
forma de audiovisual, dramatização, palestra, etc.
3. Use a técnica quando:

a) Trabalhar com grupos de 15 pessoas, no mínimo.


b) For conveniente quebrar o formalismo do grupo.
c) Desejarmos obter o consenso grupal acerca do tema quer esteja sendo
estudado.
d) Desejarmos incrementar a discussão, possibilitando a todos darem a sua
contribuição.
e) As condições físicas do ambiente permitirem o deslocamento de cadeiras e
sua disposição em círculo.
f) Se pretender valorizar a contribuição pessoal de cada membro e a troca de
experiências.

4. Como usar a técnica:

a) Planei com antecedência a reunião em que aplicará a técnica, em função do


tema, do número de participantes, do tempo, etc.
b) Após a apresentação do problema ou distribuição das cópias do assunto a
ser discutido a todos os participantes, explique o funcionamento da técnica em
suas várias etapas, como pede:
c) Leitura individual do texto ou resposta por escrito a uma questão feita.
d) Grupamento de dois ou mais membros que analisam, discutem e elaboram
uma conclusão com base nas contribuições individuais.
e) Grupamento cujo número de membros seja múltiplo do número de
integrantes dos grupos anteriores, trabalhando as conclusões anteriores,
listando-as e aglutinando-as. Conclusões gerais do grupão (plenário).
f) Número de etapas e o tempo de duração de cada é limitado pelo número de
participantes e pelo assunto a ser debatido.

6.11. Entrevista
1. Caracterização da técnica: consiste num conjunto de perguntas feitas por
um entrevistador, que representa o grupo, a uma personalidade (que viveu
alguma experiência ou facto ou é um especialista em algum assunto) em
determinado assunto. Este, geralmente, não pertence ao grupo, ao contrário do
entrevistador que é membro dele. É menos formal que a preleção e mais formal
que o diálogo. O

2. A técnica é útil para:


a) Obter informações, factos ou opiniões sobre algum assuntos de importância
para o grupo.
b) Estimular o interesse do grupo por um tema.
c) Conseguir maior rendimento de um especialista que seja versátil ao falar
sozinho perante um grupo.

3. Use a técnica quando:


a) Quiser fazer um levantamento inicial ou aprofundar um tema já estudado
pelo grupo.

4. Como usar a técnica:


a) Convidar uma personalidade (que viveu alguma experiência ou facto ou é
um especialista em algum assunto) para vir a escola.
b) Os grupos (da turma) elaborarão uma lista de perguntas para a
personalidade.
c) Após a produção dos grupos, o professor fará uma plenária e,
colectivamente, com a turma, serão escolhidas as perguntas que farão
parte do Guião da entrevista.
d) Cada grupo indica um estudante para compor a mesa de entrevistadores,
sendo o professor o mediador da entrevista.
e) A entrevista deverá ser mantida em tom de conversa e as perguntas devem
ser formuladas de forma a evitar respostas do tipo "sim" ou "não".
7. Avaliação

7.1. Aspectos gerais

De forma complementar e integrada com as orientações previstas no Currículo


do 1º Ciclo do Ensino Secundário (2013), publicado pelo INIDE, 3ª edição,
Luanda, Editora Moderna, no que concerne a todas as orientações,
principalmente ao modelo de avaliação adoptado, a Educação de Adultos, em
sintonia com as orientações da Reforma Educativa, prevê para a Aceleração do
1º Ciclo do Ensino Secundário de Adultos que a avaliação das aprendizagens
tenha foco nos seguintes aspectos:

 Ênfase no processo de construção do conhecimento (avaliação contínua).

 Organização dos resultados e dos dados quantitativos para redefinir


estratégias de intervenção de ensino.

 Valorização das possibilidades formuladas por cada aprendente.

 Preparação e revisão para os exames.

 Auto-avaliação e avaliação do trabalho colectivo / de grupo (de


consolidação do projecto).

 Validação e certificação das competências.

A avaliação tem por objectivo acompanhar como o aluno pensa, compreende e


apresenta suas hipóteses frente aos desafios e problemas propostos. É um
processo de colecta e análise de dados tendo em vista verificar se os
objectivos propostos foram atingidos, sempre respeitando as características
individuais e o ambiente em que aluno vive e estuda.

Assim, no processo de avaliação da aprendizagem é importante diversificar e


combinar os instrumentos e técnicas para que esta seja criteriosa, justa e
adequada a cada um individualmente e/ou em grupo. Ou seja, fazer avaliações
orais e escritas, trabalhos práticos em grupo ou individuais.

O ato de avaliar fornece dados que permitem verificar directamente o nível de


aprendizagem dos alunos e também, indirectamente, determinar a qualidade
do processo de ensino, orientando novas acções e estratégias que visam
melhorar o processo de ensino e aprendizagem.

De acordo com os objectivos, o conteúdo, o grau de complexidade dos


conteúdos e a população alvo, deverá ser planeada uma avaliação que atenda
a diferentes níveis de aprendizagem, desde os níveis elementares de
compreensão do assunto até os de análise, síntese e avaliação.
Propõe-se assim, que seja privilegiada a avaliação processual ou formativa, de
modo contínuo, rejeitando qualquer abordagem de controlo manipulativo e ou
punitivo.

7.2. Modalidades e técnicas de avaliação

A avaliação intervém de maneira específica antes, durante e depois da acção.


As modalidades que se vão considerar são a diagnóstica, a formativa e a
sumativa.

Em cada modalidade são empregadas um conjunto de técnicas objectivas ou


subjectivas.

A nível individual: o diagnóstico inicial, a observação - orientação contínua, a


auto-avaliação, os testes (orais e escritos) individuais e as provas;

A nível colectivo: a observação - orientação contínua, os testes (orais e


escritos) e o trabalho final de consolidação do projecto.

A partir da definição da técnica elabora-se o instrumento que poderá ser: um


roteiro de observação, teste, prova, entre outros.

Para a aceleração do 1º Ciclo do Ensino Secundário, das avaliações deverão


constar:

7.2.1. Modalidade Diagnóstica:

 Diagnóstico Inicial

O diagnóstico inicial consiste numa actividade (ou no conjunto de actividades)


de levantamento dos conhecimentos iniciais e de base que dos alunos.

Permite ao professor identificar os pontos fortes e fracos da classe e


individualmente, com relação as habilidades básicas dos alunos numa
determinada área de conhecimento.

Com base nestas informações o professor ajustará a planificação da matéria e


os objectivos às necessidades de aprendizagens dos alunos e da classe.

7.2.2. Modalidade Formativa


 Quadro de Acompanhamento

O quadro de acompanhamento e avaliação é composto por critérios que têm


por objectivo desenvolver nos alunos determinados procedimentos e
habilidades necessárias à aprendizagem, tais quais: a organização dos
apontamentos e dos cadernos; a participação colaborativa e responsável nas
aulas e nos trabalhos em grupo e o desenvolvimento do auto-estudo (das
leituras indicadas e da execução das tarefas de casa).

Estes critérios devem ser apresentados aos alunos no início do ano lectivo de
forma a perceberem a mais-valia que o desenvolvimento destas habilidades
lhes proporcionaram durante o processo de aprendizagem. Cabe ao professor
acompanhar e orientar de forma contínua o desenvolvimento destas
competências, tanto a nível individual, quanto colectivo.

 Auto-avaliação

A auto-avaliação é uma actividade avaliativa que permite ao aluno, a partir da


reflexão dirigida, desenvolver uma maior conscientização dos principais
aspectos de sua conduta escolar que podem facilitar ou prejudicar seu
processo de aprendizagem e a sua vida académica. Esta é uma actividade que
deverá ser apresentada no início do ano lectivo (apresentação dos critérios) e
que no final de cada projecto será desenvolvida a partir da reflexão individual,
em grupo e com a mediação do professor.

 Testes

O teste individual e/ou colectivo (avaliação dos professores) consiste em


actividade de verificação da aprendizagem de determinado conteúdo, assunto
ou competência. A sua finalidade é informar os alunos e os professores o grau
de domínio alcançado numa actividade de aprendizagem e realçar as partes
ainda não dominadas.

Quanto mais frequente for a aplicação dos testes de avaliação formativa


maiores são as possibilidades de sucesso educativo dos alunos. Assim, os
testes devem ser aplicados, no mínimo, no fim de cada subtema.

7.2.3. Modalidade Sumativa

Esta modalidade será aplicada no fim do trimestre e do projecto e tem como


finalidade verificar o resultado com vista à classificação dos alunos, assim
como na identificação dos objectivos que os alunos não atingiram de modo a
ajudá-los na próxima etapa lectiva (trimestre ou projecto). Deve incidir
essencialmente sobre os conteúdos básicos ou essenciais e fornecer dados
sobre a aprendizagem dos alunos relativamente aos objectivos considerados.

 Provas

Deverão ser estruturados em função da natureza da área, de acordo com a


capacidade cognitiva que se pretende avaliar e conforme os objectivos
estabelecidos para o trimestre. Podem ser de dois tipos:

 Orais e Escritas
 Abertas: de ensaio ou de resposta livre, prova prática ou de execução;
 Fechadas: prova objectiva.
 Mista: Com questões abertas e fechadas

Os testes e provas devem apresentar as seguintes características:

1. Controle periódico do progresso dos alunos, possibilitando avaliação


contínua;
2. Distribuição equitativa dos conteúdos evitando a sobrecarga de estudo
em determinadas datas. O estudo se realiza de forma sistemática, uma
vez que o objectivo é avaliar uma parte do conteúdo que terá sido
aprendido em determinado tempo;
3. Apropriação de aspectos fundamentais do conteúdo;
4. Actuação como elemento de comunicação bidirecional para correcção
dos erros com as orientações pertinentes;
5. Incentivo para melhorar a quantidade e qualidade do estudo futuro,
através do conhecimento do resultado, pelo aluno, e das
correspondentes orientações;
6. Reflexão e interpretação pessoal do aluno em determinadas questões;
7. Serve de estudo preparatório para outras avaliações;
8. Orientação aos docentes sobre as dificuldades de ensino em
determinados conteúdos;
9. Reflexão dos professores para averiguar onde estão as dificuldades
típicas do conteúdo, para que sejam traçadas novas possibilidades de
intervenção, bem como, reparar as possíveis falhas do processo.
10. Realização de provas obrigatórias (da escola) funciona como um
requisito administrativo, para prosseguimento do programa.
 Trabalho de consolidação do projecto

Trabalho pedagógico colectivo e interdisciplinar que tem por objectivo


consolidar as aprendizagens, de forma que os alunos coloquem em prática os
conhecimentos e competências desenvolvidas durante um trimestre (ou
projecto). No início do trimestre o docente apresenta o projecto a ser
trabalhado e propõe o trabalho de consolidação que deverá ser preparado e
orientado durante todo o trimestre e, no final do projecto (trimestre) os alunos,
organizados em grupo, apresentam o trabalho. Os critérios de avaliação
deverão ser elaborados pelos professores e comunicados aos alunos
atempadamente.

 Conselho de Turma

Reunião pedagógica que conta com a participação de todos os professores da


classe e com o director pedagógico da escola, no final de cada trimestre.
Destina-se a fazer um balanço do trabalho realizado tanto do ponto de vista da
aprendizagem, quanto do ensino. Nestas reuniões reflete-se sobre o
desenvolvimento da classe e dos alunos individualmente, de forma a identificar
dificuldades e potencialidades, assim como as estratégias a serem utilizadas
para o enfrentamento das situações. O produto final desta actividade é uma
Acta, assinada por todos, que deverá ser o ponto de partida do Conselho de
Turma do trimestre seguinte.

O Conselho de Turma do 3º trimestre (último trimestre do ano) reveste-se de


caracter especial por ter acrescido o objectivo de avaliar os alunos que deverão
progredir para o 2º ano da aceleração (ao final do 1º ano) ou os alunos que
finalistas do 2º ano que receberam a Habilitação Literária equivalente a
conclusão do 1º Ciclo do Ensino Secundário, estando aptos a matrícula no 2º
Ciclo do Ensino Secundário (10ª classe).

7.3. Etapas da avaliação

7.3.1. Avaliação diagnóstica

Conforme as Directrizes Administrativas do Programa de Alfabetização e


Aceleração Escolar, o perfil de saída dos alunos do Módulo 3, equivalente a 5ª
e 6ª classes prevê que ao final do Módulo 3 o aluno terá autonomia frente às
diferentes fontes de informação e situações de aprendizagem. Terá
desenvolvido competências sociais de participação e de trabalho em equipa,
para o exercício da cidadania, dos direitos e deveres políticos, civis e sociais,
demonstrando atitudes de respeito pelas liberdades fundamentais,
solidariedade, cooperação posicionando-se contra a todo tipo de discriminação
e preconceito, tendo em vista a consolidação da paz e a reconciliação nacional.

Em Língua, Linguagem Comunicação e Artes os alunos deverão:

 Interpretar e compreender o sentido e a intencionalidade implícita nos textos,


principalmente os informativos veiculados pelos meios de comunicação e de
carácter social.
 Ler com autonomia diferentes modalidades de textos previstos para o
Módulo, utilizando estratégias adequadas para abordá-los.
 Utilizar a linguagem para expressar sentimentos, experiências e ideias,
interpretando e
respeitando as diferentes ideias e interpretações.

 Produzir textos escritos, coesos e coerentes, dentro dos géneros previstos


para o Módulo e escreve-los com domínio da separação em palavras,
estabilidade de palavras de ortografia regular e de irregulares mais
frequentes na escrita e utilização de recursos do sistema de pontuação para
dividir o texto em frases.

 Revisar seus próprios textos, com ajuda do alfabetizador, e redigir as versões


necessárias até considerá-lo bem escrito para o momento.

Em Matemática, o aluno será capaz de utilizar procedimentos convencionais de


cálculo e de resolução de problemas contextualizados, dominando técnicas
relacionadas às exigências económicas e sociais da vida moderna. Com isso,
ao final do Módulo 3 os alunos deverão:

 Ampliar o significado do número natural pelo seu uso em situações –


problema e pelo reconhecimento de relações e regularidades.

 Construir o significado do número racional e de suas representações


(fraccionária e decimal), a partir de seus diferentes usos no contexto social.

 Interpretar e produzir escritas numéricas, considerando as regras do sistema


de numeração decimal e estendendo-as para a representação dos números
racionais na forma decimal.

 Resolver problemas, a partir das quatro operações fundamentais, em


situações que envolvam números naturais e racionais.

 Ampliar os procedimentos de cálculo pelo conhecimento de regularidades das


propriedades das operações e pela verificação de resultados.
 Estabelecer pontos de referência para interpretar e representar a localização
e movimentação de pessoas ou objectos, utilizando terminologia adequada
para descrever posições.

 Identificar características das figuras geométricas.

 Interpretar dados apresentados sob forma de tabelas e gráficos e valorizar


essa linguagem como forma de comunicação.

 Construir o significado das medidas, a partir de situações - problema que


expressem seu uso no contexto social e em outras áreas do conhecimento.

 Representar resultados de medições, utilizando a terminologia convencional


para as unidades mais usuais dos sistemas de medida.

 Demonstrar interesse para investigar, explorar e interpretar, em diferentes


contextos do cotidiano e de outras áreas do conhecimento, os conceitos e
procedimentos matemáticos abordados neste Módulo.

 Vivenciar processos de resolução de problemas, percebendo que para


resolvê-los é preciso compreender, propor e executar um plano de solução,
verificar e comunicar a resposta.

Em Ser Humano e Natureza o aluno apresentará noção de identidade pessoal


e colectiva, percebendo-se integrante e sujeito activo e transformador para a
melhoria e o desenvolvimento e da preservação do ambiente e da cultura
nacional. Assim como, valorizará hábitos saudáveis como um dos aspectos
básicos da qualidade de vida, agindo com responsabilidade em relação ao seu
papel no cuidado e na educação das crianças, no âmbito da família e da
comunidade.

É imperativo que os alunos que ingressam no Ensino Secundário de Adultos


reúnam as características acima e que no início do ano lectivo (na 1ª semana)
os professores procedam a actividades de sondagem e levantamento dos
conhecimentos prévios dos alunos, de forma a elaborarem uma planificação
que dê resposta às necessidades de aprendizagem dos mesmos. O objectivo é
verificar pontos que precisão de revisão e de reforço inicial (ex.: Cálculos,
regras gramaticais) ou contínuo (Ex.: Leitura, ortografia, produção de textos).

7.3.2. Avaliação mensal

Durante o mês o professor utilizará o quadro de acompanhamento (Ver anexo


1) e os testes no processo de avaliação de processo e contínua. Todas as
informações decorrentes destas actividades deverão ser registadas em pautas
mensais (Ver anexo 1).
7.3.3. Avaliação Trimestral

Ao final do trimestre o professor deverá reunir as pautas mensais (dos 3


meses) e consolidar os pontos obtidos pelos alunos na pauta do trimestre (Ver
anexo 2), assim como proceder as actividades de auto-avaliação, do trabalho
de consolidação de projecto e as provas da escola que também terão lugar de
registo na pauta do trimestre (Ver anexo 2).

Faz parte da avaliação do trimestre o Conselho de Turma.

7.3.4. Avaliação anual

No final do 1º ano os professores com base nas pautas dos 3 trimestres


elaborarão a pauta final (Ver anexo 3). Faz parte da avaliação do final do ano o
Conselho de Turma Final (do 3º trimestre).

Os alunos que por motivos diversos (elevado nº de faltas, baixo rendimento


escolar que possa comprometer o êxito no 2º ano) não alcançarem os
resultados previstos poderão ficar retidos no 1º ano, por decisão o Conselho de
Turma.

Cabe ao Conselho de Turma, tanto no 1º ano quanto no 2º ano da aceleração,


deliberar sobre a progressão ou não dos alunos tendo em vista os resultados
QUALITATIVOS e QUANTITATIVOS, sendo que o 1º se sobrepõe ao 2º. O
colectivo de professores deverá pondera sobre o perfil e características de
aprendizagem dos alunos de forma geral e frente as estratégias pedagógicas
que foram utilizadas durante o ano lectivo para a superação das dificuldades e
progresso dos alunos.

7.3.5. Avaliação final

A certificação de conclusão do 1º Ciclo do Ensino Secundário de Adultos, que


equivale a 7ª, 8ª e 9ª classes do Ensino Secundário Geral, será atribuída, ao
final de 2 anos, aos alunos que concluírem, com êxito, o 2º ano. Estes alunos
poderão efectuar matrícula no 2º Ciclo do Ensino Secundário (10ª classe).

Anexos
ANEXO 1

Aceleração do 1º Ciclo do Ensino Secundário de Adultos - Mapa de acompanhamento mensal da disciplina __________________________________.
PROFESSOR(A):_________________________________________ ESCOLA: _________________________________ MÊS: ________________________/2015.

Nome dos alunos(as) Tarefa de Participação Organização Participação Testes do professor Total Nº de faltas
casa nas aulas dos cadernos no grupo (0,0 - 10,0) (0,0 - 14,0) no mês
(0,0 - 1,0) (0,0 - 1,0) (0,0 - 1,0) (0,0 - 1,0) 1 2 3 4
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
ANEXO 2
Aceleração do 1º Ciclo do Ensino Secundário de Adultos - Pauta do ___º Trimestre - ____º Ano - Disciplina __________________________________.
PROFESSOR(A):_________________________________________ ESCOLA: _________________________________ TRIMESTRE: ______________________/2015.

Notas Subtotal TCP AUTAV. Média do


Nome dos(as) Alunos(as) 1º Mês 2º Mês 3º Mês 4º Mês Prova (0,0- 14,0) (0,0- 4,0) (0,0- 2,0) Trimestre Faltas
(0,0 - 14,0) (0,0 - 14,0) (0,0 - 14,0) (0,0 - 14,0) (0,0 - 14,0) (0,0 - 20,0)

TCP – Trabalho Consolidação do Projecto AUTAV – Autoavaliação Data ___/___/_____ Visto do Supervisor(a):

________
ANEXO 3
Aceleração do 1º Ciclo do Ensino Secundário de Adultos - PAUTA FINAL Director(a)
ESCOLA: _________________________________ DISCIPLINA: _________________________________
Sub-Director(a) Pedagógico(a)
PROFESSOR (A):____________________________________________ANO: ___º/ 2015

Notas por Trimestre Prova Observação


Faltas Nota
Nome dos (as) Alunos (as) de
Total Final
1ºT 2º T 3º T Média Exame

Sub-Director(a) Pedagógico(a)

(P1+P2+P3)/3=Média + EXAME/2= Nota Final

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