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PROCEDIMEMTO PARA COLOCAR NÚMERO DE FOGO EM PNEUS

Os pneus são identificados logo após a sua fabricação, essas informações


são o seu registro de identidade e ficam localizadas na lateral. Pneus de mesmo
lote possuem a mesma numeração, e isso torna muito difícil diferenciá-los, mas
para fazer a gestão desses pneus é necessário identificá-los de alguma forma.
Além disso, a numeração de fábrica é extensa, dificultando o controle.

Sabendo da importância do controle de pneus, as próprias marcas


disponibilizam, em pneus de uso comercial de aro 17” ou superior, um espaço
para a numeração a fogo personalizada. Existe um espaço na lateral do pneu
dedicado a receber o número de fogo (“Brand tire here”/Gravar identificação
neste local).

Obs.: em pneus de passeio não é recomendado a utilização de número de fogo


por conta da espessura de borracha em menor quantidade nas paredes laterais.

O que é o número de fogo?

O número de fogo é uma marcação realizada no pneu por meio de um ferro


quente. Ele deve ser carimbado na área com o texto “Brand Tire Here” (em
português, “Marque o pneu aqui”).

Geralmente essas indicações vêm acompanhadas da logomarca ou das


iniciais da empresa para evitar falsificações ou troca por pneus de outra marca
quando o item estiver em manutenção ou recapagem.

Com uma marcação personalizada do pneu, é possível carimbar o logotipo e


codificação própria da frota com letras e números, facilitando a identificação de
cada pneu. Uma vez identificado (marcado), o pneu deve ter código e dados
cadastrados em uma planilha ou sistema, para monitoramento.

Local correto para “número de fogo” em pneus.

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Como fazer a marcação dos pneus com segurança

É necessário realizar a gravação de número de fogo com ferramentas


confiáveis, que não prejudiquem sua estrutura e não apresentem riscos durante
o manuseio:

• Caso a pressão seja demasiada e a marcação perfure mais que 1mm,


pode acabar comprometendo a lona, gerando um ponto frágil no pneu que
pode se romper ou estourar na estrada. A profundidade recomendada é
de 0,8 mm;

• Por segurança sempre fazer com o pneu desmontado e vazio ou por


questão de praticidade precise numerar os pneus montados na roda, “não
no veículo”, utilize a pressão de 50 % abaixo da capacidade máxima do
pneu ou menor. Ex.: se o pneu suporta 125 psi, ele deve estar no máximo
com 62,5 psi;

Marcação com pneu montado no veículo. (Procedimento não indicado).

• Utilize sempre epi’s: óculos, luvas, botas, máscara, protetor auricular,


uniforme apropriado. A fumaça proveniente do derretimento da borracha
pode causar riscos aos olhos e pulmões quando inalado e o manuseio
incorreto da ferramenta quente pode causar sérias queimaduras;

• O controle da temperatura é um fator essencial à segurança do operador


e pneu, como forma de garantir que a marcação seja feita corretamente.
Temperaturas altas podem facilitar a penetração da ferramenta e
temperaturas baixas dificultam a penetração da ferramenta.

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• No caso do marcador de fogo redondo deve-se limpar com uma escova
de aço a região marcada e o próprio marcador, removendo o excesso de
borracha para não borrar ou deixar a numeração ilegível. Hoje tem
disponível no mercado ferramentas de alto nível de precisão e
funcionalidade

Ferramentas para marcação de pneus.

• Priorizar marcação no espaço destinado a isso. Se necessário realizar


fora desse espaço, colocar o número próximo ao talão com a distância de
pelo menos 5 cm da área de assentamento, tomando cuidado para não
cobrir informações do pneu. Esta área dispõe de maior quantidade de
borracha.

Regiões com maior quantidade de borracha.

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• Nunca fazer a marcação próximo ao ombro ou no meio da lateral do pneu,
essas regiões são suscetíveis a roçamentos e avarias, fazendo os
números marcados desaparecerem, e possuem espessuras menores de
borracha, aumentando assim o risco de atingir lonas da carcaça, além de
serem regiões com facilidade de escorregamento da ferramenta de
marcação.

Marcação realizada em local inadequado.

• Em caso de pneus diagonais que não possuem área de marcação a fogo,


devemos colocar o número próximo ao talão com a distância de pelo
menos 5 cm da área de assentamento, tomando cuidado para não cobrir
informações do pneu.

• A ergonomia deve ser observada: posturas incorretas podem causar


danos a saúde, assim como prejudicar a marcação do pneu, fazendo a
ferramenta escorregar durante a penetração da borracha.

Marcação realizada com pneu montado.

• É importante antes de começar a marcação, escrever a sequência


numérica com giz, evitando a troca dos números.

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• O pneu deve ser marcado dos dois lados: esse procedimento facilita a
leitura na hora da inspeção e garante que o número esteja conservado no
caso de avarias.

Inspeção de pneus.

É relevante, também, que o processo seja realizado de forma prática, uma vez
que as frotas possuem grandes volumes de pneus a serem geridos.

Como o número de fogo pode prejudicar o pneu?

Reações químicas ocorrem durante o aquecimento da borracha


mudando as suas propriedades de elasticidade, porém, em regiões do pneu que
dispõem de uma maior quantidade de borracha a marcação a fogo só prejudica
a borracha de forma superficial por isso existem locais específicos para este
procedimento.
Outros riscos ao carimbar um pneu de forma inadequada, é o de
exposição de lonas da carcaça por penetração excessiva da ferramenta, assim
como riscar o pneu que é um procedimento feito após o pneu ter gastado a sua
borracha e chegar ao TWI, o risco é o mesmo. Em ambos os casos, a exposição
das lonas da carcaça ou cintas estabilizadoras comprometem toda estrutura
criando pontos de fragilidade.
Em pneus de passeio o risco se torna maior pois sua estrutura é menos
robusta do que a de um pneu de carga, agrícola ou fora de estrada, nesse
segmento os pneus são desenvolvidos para ter menos peso. Por esse motiva
não é indicado a marcação com número de fogo em pneus de carros ou
caminhonetes.
Obs.: em casos que as marcações foram feitas com profundidade de penetração
na borracha acima de 1mm, porém, não expondo lonas da carcaça e em locais
adequados os pneus não oferecerão riscos ao operador.
Material desenvolvido por Arthur Édico Matias da Silva, Engenheiro Mecânico,
Especialista em Engenharia de Manutenção, Inspetor de Engenharia de
Vendas Bridgestone.

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