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A águia - uma lição de vida e renovação

TEXTOS: Isaías: 40.30:31


 
Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os
mancebos cairão, mas os que esperam no Senhor
renovarão as suas forças; subirão com asas como
águias correrão, e não se cansarão; andarão, e não
se fatigarão."
 
INTRODUÇÃO 
Só se renova algo que está velho, gasto,
deteriorado, necessitado e fraco. A vida e o
comportamento da águia nos revela grandes lições
a este respeito. Não apenas a águia simboliza
majestade como também força, porque é
extremamente forte. Por exemplo, uma águia pode
descer do céu subitamente, apanhar um animal do
chão que pesa tanto quanto ou mais do que ela e
voar com aquele animal em suas garras.

1) A ÁGUIA VOA ALTO


O caminho da águia é no céu. Ela não foi criada
para viver arrastando-se nos vales da vida e nas
depressões da terra. Deus a criou para as alturas.
Ela não é como o inhambu, presa fácil que vive
levando tiro na asa porque só voa baixo. Há
pessoas que vivem num plano muito inferior - voam
baixo demais - sofrem ataques por todos os lados
porque não saem da zona de perigo - vivem pisando
em terreno minado, com os pés no território do
adversário - por isso estão feridas, machucadas,
porque não voam mais para cima - estão na igreja
mas não se libertam do mundo - coração dividido,
quer servir a Deus mas não quer renunciar o mundo
- zombando do pecado Pv 14:9.  Exemplo: Sansão.
Quebrou os votos, ficou fraco. Não foi como águia,
ficou ciscando lixo e entulho, com os pés na lama
como galinha. Cl 3.1,2.
 
2) A ÁGUIA ALÇA SEU VÔO CADA VEZ MAIS
ALTO
O segundo vôo é mais alto do que o primeiro e o
terceiro mais alto do que o segundo. O crente não
deve viver sobre altos e baixos. Há crentes que são
instáveis, oscilam demais, hora estão animados
demais, hora estão desanimados com tudo,
inclusive com a Igreja; somente animam quando
recebem uma oração “forte” ou participa de um
congresso onde o pregador em nada aprendeu de
Jesus no que diz respeito à homilia. Deus não nos
chamou para o fracasso mas para o triunfo, 2 Co
2.14; vencedores Rm 8.37; a nossa dinâmica não é
5 passos para frente e 4 para trás mas, é de força
em força, sempre para frente, para o alvo que é
Cristo.

3) A ÁGUIA VOA ACIMA DA TEMPESTADE


Sempre que vê a tempestade, as nuvens escuras e
os relâmpagos riscando o céu, ouve o ribombar dos
trovões, ela se agiganta, voa com intrepidez, ganha
as alturas, paira acima da tempestade e sobrevoa
em perfeita bonança. É insensato vivermos abaixo
da tempestade sofrendo os seus efeitos
catastróficos se podemos voar alto e desfrutarmos
do refrigério e bonança nos braços do Deus vivo.
Jonas fugindo de Deus provocou um vendaval. O
avestruz ao ver o perigo esconde a cabeça na areia.
O segredo é voar um pouco mais alto e agasalhar-
nos nas asas do Deus onipotente. Ele é a nossa
torre de libertação, alto refúgio, esconderijo seguro,
abrigo no temporal.

4) A ÁGUIA VOA EM LINHA RETA


(É transparente). Como uma flecha, um projétil.
Seu vôo não é em circulo e nem sinuoso.  Os que
esperam no senhor devem voar em linha reta, ou
seja, precisam ser transparentes e íntegros. A vida
do crente não pode ter sinuosidade, nada escondido
e secreto; somos filhos da luz e devemos andar na
luz, sem máscaras e disfarce; nossa palavra é
sim,  sim, e não, não; temos que viver o que
pregamos. Há pessoas que tratam com polidez os
amigos, mas a família com brutalidade - são anjos
na igreja e demônios em casa - como Naamã são
heróis lá fora e doentes em casa - quando tiram a
máscara estão cheios de lepra - o maior obstáculo
para a igreja é a pessoa que vive uma vida
desordenada. O subcristianismo é pior do que o
anticristianismo. Um crente sem integridade é pior
do que um ateu. (Farisaísmo). A igreja precisa ter a
integridade de José, de Daniel e Neemias. O crente
não pode ser conivente com o erro; não pode ser
corrupto nem corrompido; seu caminho não pode
ser sinuoso; ele deve voar reto como a águia.

5) A ÁGUIA NÃO VOA EM CIRCULO E SIM PARA


FRENTE
Ela voa reto porque tem alvo definido. Sabe de onde
veio e para onde vai. Não  vive sem rumo e sem
destino. Não está perdida. Não vive estagnada. Não
anda para trás e nem de lado como caranguejo.
Revela no seu vôo desenvolvimento, progresso,
crescimento e avanço. Há pessoas que diferente da
águia são como urubu.  O urubu não voa em linha
reta, mas em circulo, para lugar nenhum, sem
progredir, e quando progride, é porque encontrou
algum cadáver de animal em decomposição, menos
o de uma águia, porque não se vê por aí um
cadáver de águia,  onde os urubus tem acesso,
porque quando elas sentem que chegou a hora de
partir, procuram com os seus olhos os picos mais
altos e ali sem reclamar espera nas alturas o
momento de morrer. Normalmente os crentes não
são assim, voam como andorinha e urubus, em
bando e em torno de si mesmas. Entra ano sai ano
e estão voando, mas, sempre no mesmo lugar, o
que tem tudo a ver com a terra, com o que é
terreal, que gira sempre em torno de si mesma,
com os mesmos problemas e pecados, não saem do
lugar, como Sansão, por exemplo: (Jz 16.21). O
ramo que não produz vai para o fogo Mt 25.30.
 
O urubu sempre que voa em circulo, sobrevoa onde
há putrefação, mau cheiro, etc. Assim é a pessoa
que não procura crescer. Além de estagnado
começa a se deter nas regiões mal cheirosas. Sente
atração por tudo o que é fétido, envolvido com tudo
que cheira mal. Adoram uma piada, até mesmo
indecorosa, futricam a vida alheia, desconhecem as
recomendações de Paulo em (1Coríntios
15:33)  “Não vos enganeis: as más conversações
corrompem os bons costumes”. Essas pessoas
alegram-se com a ruína dos outros - a morte dos
outros é a sua vida. São como o urubu, quanto pior
para os outros, melhor para si. A igreja precisa
acordar, trabalhar e crescer. Devemos andar para
frente. Pois na Bíblia somos comparados à águia.
 
6) A ÁGUIA VOA NA DEPENDÊNCIA DO VENTO
Os cientistas descobriram que suas asas são
enormes, desproporcionais com relação ao tamanho
do seu corpo. Por quê? Em tudo Deus tem um
propósito. A águia pelo fato de fazer vôos muito
altos e longos, não poderia rufar as asas como o
beija-flor, porque se cansaria muito e não poderia
ficar no ar por muito tempo, por isso ela precisa de
asas grandes e fortes.
 
Assim quando ela galga as maiores alturas,
simplesmente abre suas asas e planando, deixa que
a força do vento a carregue. Se quiséssemos alçar
vôos altos e longos não poderíamos voar na nossa
própria força, porque assim, ficaríamos fatigados,
estafados, faríamos muitos ruídos, e por fim jamais
conseguiríamos. Nosso trabalho seria em vão e não
obteríamos fruto algum.
 
Se queremos atingir as alturas da comunhão com
Deus, precisamos voar na força do vento do
Espírito, guiados pelo vento e voar na direção do
vento, conforme o próprio Senhor disse a
Nicodemos e João 3:8  “O vento assopra onde quer,
e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem
para onde vai; assim é todo aquele que é nascido
do Espírito”. O Espírito de Deus é quem norteia a
direção do vento.
 
Não é por força nem por poder que avançamos, mas
pelo Espírito Santo de Deus. A igreja do Senhor é
um organismo vivo, e no sentido espiritual ela
independe de quaisquer recursos humano, mas no
sentido organizacional ela tem tudo, a saber:
métodos, estrutura, organização, material humano,
recursos financeiros, mas presa a estes recursos
necessários ela tem feito vôos muito baixos e curtos
e praticamente não alcança o objetivo necessário,
fica restrita a um grupinho, cada um “espiando” o
outro, dentro de uma forma regimental própria de
suas ideias.
 
Claro que a Igreja em tudo deve obedecer os
preceitos legais, desde que estes não conflitam com
os estatuídos nas Sagradas Escrituras. Jesus
recomendou: em Marcos 12:17  “E Jesus,
respondendo, disse-lhes: Dai, pois, a César o que
é de César e a Deus, o que é de Deus. E
maravilharam-se dele”.
 
Em Gálatas 3:12, Paulo afirma: “Ora, a lei não é da
fé, mas o homem que fizer estas coisas por elas
viverá”. É necessário que a Igreja como instituição
religiosa e divina (Artigo 44 Inciso IV da Lei 10.406
de 10/01/2002 e a Lei 10.825 de 22/12/2003)
tenha seu estatuto devidamente registrado em
Cartório competente, paralelamente deve ter um
regimento interno, deve estar devidamente inscrita
no CNPJ/MF – Cadastro Nacional das Pessoas
Jurídicas do Ministério da Fazenda, deve ter um
contador para manter sempre em dia sua
contabilidade, junto à Receita Federal, assim como
deve ter sempre contratado um advogado para que
lhe preste a assistência jurídica necessária,
observando também todas as posturas municipal.
Fazendo assim, ela cumpriu a Lei, mas, acima de
tudo, a Igreja deve saber que antes que a
Constituição Federal lhe conferisse o direito de ir e
vir, professar sua fé, Jesus, já a havia incumbido de
pregar a todo o mundo o Evangelho, as Boas Novas.
Face ao exposto, é dever da Igreja conciliar as duas
coisas, conforme disse Jesus: dar a César o que lhe
pertence e a Deus o que é dele. 

Mas, a Igreja hodierna está presa. A igreja precisa


de sair da teoria e ir para a prática. Ter pressa de ir
lá fora onde estão os pecadores. Não ser como a
tartaruga, mas sim como a águia. Deve ser
impulsionada pelo vento do Espírito, impetuoso que
soprou no Pentecostes para sair das quatro paredes.
Precisa receber aquele vento poderoso que soprou
no vale de ossos secos e espalhados, onde reinava a
morte, para que haja abundância de vida. O
albatroz, ao contrário da águia, inclusive por ser
uma ave marítima, tem dificuldade para voar. Seu
vôo é baixo, curto e dramático. A aterrissagem é
desastrosa. Ele chega até a se ferir na hora do
pouso. O problema é que ele tem o papo muito
grande então não consegue voar alto e nem pousar
direito.
 
Há crentes que não conseguem progresso porque
estão com o papo muito grande; está sempre se
elogiando; é autoconfiança demais; arrota uma
santidade falsa. Esse é carnal, é um albatroz e não
uma águia.  A Bíblia diz que Deus resiste ao soberbo
Tg 4.6. O que se exalta será humilhado, a exemplo
temos entre muitos, Nabucodonosor e Herodes. Há
um ditado que diz que lata cheia não faz barulho.
Mas lata vazia é só encostar e já está fazendo
estardalhaço. A espiga cheia, madura não fica
empinada, mas o restolho, chocho e vazio fica
empinado, soberbo. Que Deus nos dê a graça de
sermos como a águia que voa na força do vento e
não como o albatroz que não consegue voar porque
tem o papo grande.
 
7) A ÁGUIA TEM VISÃO INTEGRAL
Ela enxerga em todas as direções, ângulos e
perspectivas. Para frente, para os lados, e com um
leve esforço da cabeça também enxerga para trás.
360 graus. Sua visão é global, ela vê tudo, percebe
os detalhes e toma sempre a melhor direção.
Quando a Bíblia diz que somos como a águia, ela
tem algo a nos ensinar. Os que esperam no Senhor
precisam ter visão dilatada. O crente não pode ter a
mente estreita. Não pode enxergar apenas o seu
micro universo como se estivesse olhando por um
tubo. Ele deve ter uma visão integral das coisas. Ele
tem a mente de Cristo e deve olhar para a vida
como Deus olha. Exemplos:
 
EM RELAÇÃO À DOUTRINA (quando esta é
confundida com usos e costumes) - muitos são tão
zelosos da “doutrina” que se esquecem da prática
da piedade. Brigam pela verdade, mas se esquecem
de vivê-la. Outros se preocupam só com
experiências e não conhecem a Palavra. Jesus
condenou esse duplo extremismo Mt 22.29. Tem
muita gente perita em Bíblia mas analfabetas do
poder de Deus. Tem teologia, mas não tem vida,
tem palavra, mas não tem unção.
 
Por outro lado há aqueles que querem ser doutores
acerca do poder de Deus. Fazem barulho, prometem
milagres, mas não conhecem nada das Escrituras,
são analfabetos da Bíblia. Estes são míopes, vesgos,
não tem a visão da águia.
 
EM RELAÇÃO À LITURGIA - muitos defendem a
tese da liturgia solene, tradicional, mas acabam
caindo numa liturgia fria, gelada e morta. O culto
vira cerimonialismo, onde não se pode ouvir um
nenê chorar. Não pode sequer tossir ou espirrar, a
não ser que saia do recinto ou coloque a cabeça
entre as pernas. Não há espaço para o povo de
Deus abrir o coração e louvar com entusiasmo. Não
há liberdade para gritar Glória a Deus. Do outro
lado, outros brigam pela LITURGIA MODERNA –
extravagante, frenética, Esse tipo de pessoa só
extravasa suas emoções quando fala de dinheiro,
política, futebol, filmes, festanças, pregador
estardalhaçante, sistema de sonorização caríssima,
mas, sempre controlada por surdos, e pior:
incomplacentes.
 
Diante de Deus não se sentem liberdade plena; não
conhecem os glórias e aleluia de júbilo; não se
deleitam diante de Deus. Ec 9.4. Por outro lado há
igrejas em que a liturgia é uma confusão, uma
desordem, um emocionalismo exacerbado onde as
pessoas se alienam da razão. Em vez de
esclarecidas ficam mais perturbadas, em vez de
curadas ficam mais doentes.
 
Um grande problema que enfrentamos hoje é a
introdução dos modelos mundanos na igreja
(músicas, ritmos, moda, etc.). Precisa haver
equilíbrio. A liturgia precisa ser com ordem e
decência, mas também cheia de vida, entusiasmo e
calor. Liberdade do Espírito não é sinônimo de
confusão. Ordem e decência não são contrários à
liberdade do Espírito. É preciso discernimento nessa
área, nesses dias.

EM RELAÇÃO À OBRA MISSIONÁRIA - Devemos


ter o discernimento de John Wesley quando disse:
"A minha paróquia é o mundo". Jesus disse que o
campo é o mundo. Toda visão missionária que não
seja do mundo inteiro não é visão de Deus. Cristo
morreu para comprar com o seu sangue os que
procedem de todas as tribos, povos, línguas e
nações. Não podemos ficar limitados entre quatro
paredes; não podemos investir apenas na igreja
local. Temos que alcançar o mundo inteiro em cada
geração. É necessário uma visão abrangente da
obra missionária no mundo inteiro. Somos como a
águia.

EM RELAÇÃO AO AVIVAMENTO - É triste ver


pessoas colocando um muro de separação dentro da
igreja, rotulando os outros como tradicionais ou
avivadas. A rotulação quase sempre é
preconceituosa. Tradicional hoje é sinônimo de uma
pessoa irredutível, conservadora, incapaz de ver
qualquer coisa boa naquilo que difere de sua
posição; mas agarrada aos costumes, a tradição e
ao passado do que ao fluxo da vida nova em Cristo
que deve brotar dentro da igreja a cada dia. Torna-
se fechada à obra do Espírito. Nunca está aberta
para ouvir a voz do Espírito. Se fecha, se encolhe,
vive amargando uma aridez profunda na alma, uma
sequidão no coração, um agreste no espírito. Têm
medo do Espírito Santo, medo de perder o
referencial da tradição, medo de tornar-se avivadas.
 
 Por outro lado, há aqueles que, no afã de serem
avivados, não dão nenhum valor ao legado que
receberam no passado. Não gostam da história, não
têm raízes. Não querem compromisso com a
instituição. Só querem correr atrás de sinais e
prodígios. Só buscam milagres. Só estão atrás de
um evangelho de oba-oba, sem preço, sem custo,
sem cruz, sem discipulado.
 
A verdade não está nos extremos. Nós devemos ter
uma vida aberta ao Espírito de Deus. Ortodoxia e
piedade são verdades que se completam.
Precisamos de teologia com piedade; de ortodoxia
com unção; de doutrina com avivamento; de
conhecimento com poder. Uma das coisas mais
importantes que Jesus nos revelou foi o equilíbrio,
quando se manifestou cheio de graça e de verdade.
Devemos conhecer as Escrituras e o poder de Deus.
Não podemos ter uma visão estreita, tacanha,
bitolada e parcial. Somos como a águia.
 
8) A ÁGUIA TEM PLENO DISCERNIMENTO
A visão é um dos prodígios mais fantásticos e
extraordinários da criação. Segundo o oftalmólogo
John Wilson, temos mais de 60 milhões de fios
encapados em cada olho. Nosso olho é mais
sofisticado que qualquer câmara de imagens que o
homem já inventou. Podemos focar um ponto
específico sem perder a imagem global do cenário.
Isso se deve a um dispositivo que temos em nossa
rotina chamado Flórea. Os cientistas examinando a
águia, e a capacidade que ela tem para enxergar,
descobriram que ela tem não apenas uma, mas três
flóreas.
 
E mais, que uma flórea está apontada para cima,
outra para frente e outra para baixo, de tal maneira
que ela distingue, com clareza, ao mesmo tempo,
um alvo para cima, outro para frente e outro para
baixo. Isto é colossal e estonteante. Este fato nos
trás algumas lições.

PRECISAMOS TER UMA VISÃO CLARA DO ALTO


A águia é a única ave que pode mirar o sol de frente
sem ficar deslumbrada. Deus quer que seus filhos
vejam o que os outros não podem ver. Há pessoas
que sabem de tudo; dominam a ciência, a cultura,
mas não discernem um palmo das coisas lá do alto.
São analfabetas acerca das verdades eternas. Estão
em trevas espirituais. Estão cegas acerca de Deus,
do céu, da eternidade e da salvação de suas almas.

Mas os que esperam no Senhor têm uma visão clara


de Deus. Conhecem a Deus não apenas de ouvir
falar mas de forma íntima, profunda e pessoal,
numa relação estreita, mística e deleitosa. Têm
visão clara da eternidade. Não vivem pensando que
a vida é só aqui e agora e que a morte é o fim de
tudo. Não vivem oprimidos pelo medo do purgatório
nem na ilusão de uma reencarnação inexistente.
Sabem que viverão na eternidade com Jesus
desfrutando das bem-aventuranças.
 
PRECISAMOS TER UMA VISÃO NÍTIDA A
NOSSA FRENTE  
É triste ver como muitos cristãos vivem alienados
do mundo. Não se interessam pelos problemas que
atingem a humanidade. Tal como o avestruz,
enterram a cabeça na areia do comodismo e da
omissão. Pessoas assim não influenciam. São como
sal insípido e luz debaixo do alqueire. Como cristãos
não podemos ser pessoas alienadas. Somos um
povo de vanguarda. A vida cristã não é fuga, é
enfrentamento. Não é colônia de férias, é campo de
batalha. Não é para covardes, mas para aquele que
já renunciou à própria vida.
 
A Bíblia fala de homens santos que influenciaram na
história por que estavam envolvidos nos assuntos
seculares como José do Egito, Daniel, Neemias e
tantos outros. A igreja é a luz do mundo e não a
sombra da história. Precisamos estar nas alturas
sem ignorarmos os tantos problemas que temos
pela frente. Jesus é o nosso exemplo. Ele não viveu
somente dentro da sinagoga ou do templo, alienado
dos problemas do mundo. Ele viveu no meio do
povo. Tinha cheiro de gente. Percorria cidades e
aldeias, comia com pecadores escorraçados pelo
legalismo fariseu; conversava com prostitutas,
abraçava as crianças, tocava os leprosos, curava os
enfermos, libertava os oprimidos e possessos de
espíritos malignos. Seu ministério se deu na rua, na
praia, no campo, nos lares. Onde Ele estava o
ambiente era profundamente impactado. As pessoas
eram tocadas pela sua Palavra e pela sua ação
poderosa. Assim viveram os profetas e apóstolos.
Assim a igreja deve viver.
 
No século XVII os pietistas ignoravam as coisas
terrenas. Não podemos ser assim. Nossa visão do
alto não tolda a nossa visão para frente. Somos
como águia.
 
PRECISAMOS TER UMA PROFUNDA VISÃO
PARA BAIXO  
A águia, por mais longe que esteja, lá de cima,
avista suas vítimas Jó 39.29. Nossa visão de Deus
não pode tirar nossa visão dos vales onde há
pessoas enfermas, famintas, desesperadas, curtindo
a dor da miséria. Às vezes choramos diante de uma
situação mas somos incapazes de movermos uma
palha para ajudar a aliviar a dor alheia. O cristão
deve ser solidário e o seu amor, prático. Deve dar
pão ao que tem fome, vestir o nu, visitar o enfermo,
etc. Jó 29.15,16.
 
Não basta fazer belos discursos; temos que por a
mão na massa. Somos corpo de Cristo. Ele está
presente no que fazemos. No Brasil a realidade é
chocante. Não podemos fechar o nosso coração Mt
25.31-46. Devemos amar a misericórdia Mq 6.8,
exercitar o amor, levantar o caído, enxugar a
lágrima do aflito, ser um bálsamo para a alma do
desconsolado. Como a águia não podemos perder a
visão das regiões baixas onde há gemidos e gritos
de socorro.
 
9) A AGUIÁ NÃO ACEITA VIVER CATIVA
 Ela ama a liberdade, tem intimidade com as
alturas, não sabe viver em cativeiro. Não consegue
viver em gaiolas. Ela morre mas não fica cativa. Ela
não aceita outra condição para sua vida que não
seja a liberdade. Os que esperam no Senhor são
como águia. Nós fomos chamados para a liberdade
Gl 5.17; Cl 1.13; Jo 8.32,36. Vamos ver algumas
lições práticas:
 
O CRISTÃO Ñ PODE VIVER CATIVO COM MEDO
DO DIABO
Há crentes roendo as unhas, tremendo, assustados,
com medo do diabo. Perdem até a comunhão com
Deus de tanta preocupação. Há igrejas que falam
mais no diabo do que em Jesus. Tudo é culpa do
diabo. Uma dor de cabeça; o pneu furou; é obra
dele. As pessoas acabam superestimando o diabo e
fazendo o seu jogo. Veja 2Tm 1.7. A Bíblia não nos
manda temer, mas resistir ao diabo. Ele é das
trevas e não suporta a luz nem a verdade. Só
sobrevive com máscara. Todo o poder foi dado a
Jesus no céu e na terra, então não sobrou poder
para mais ninguém. O diabo não tem nem a chave
da sua casa Ap 1.17,18.
 
Com Jesus somos vencedores 1Jo 3.8. Com Jesus
estamos só cumprindo tabela Cl 2.14,15; Lc 11.22.
Temos autoridade sobre os demônios Lc 9.1.
Devemos expulsá-lo pelo poder do nome de Jesus
Mc 16.17, sabendo que ele será esmagado debaixo
dos nossos pés Rm 16.20.
 
O CRISTÃO NÃO PODE VIVER CATIVO DO
PECADO
Hb 12.4 diz que o crente é aquele que resiste o
pecado até o sangue. Prefere morrer a ser cativo do
pecado. Prefere ir para a fogueira como os amigos
de Daniel a ser infiel a Deus. Prefere mofar atrás
das grades como José do Egito, mas com a
consciência tranquila, a capitular-se ao pecado.
Prefere ser apedrejado até a morte como Estêvão a
recuar-se no seu testemunho fiel. Prefere tombar no
campo de batalha degolado como Paulo a ceder às
pressões do pecado.
 
Quem está em cristo é nova criatura ou então, não
está em Cristo. Se somos de Jesus devemos andar
como Ele andou.  1Jo 2.6; 1Jo 3.9. O cristão não
vive com o pé no laço, o pescoço na coleira, em
cativeiro; ele é livre. É escandaloso ver como
muitas pessoas que se dizem crentes não
aparentam nenhuma diferença dos ímpios.
Frequentam a igreja mas estão cativos. Estão na
jaula do adversário.
 
O CRISTÃO NÃO VIVE CATIVO DA OMISSÃO
Há crentes que são agentes secretos de Jesus. Não
se identificam como embaixadores do Rei. Sua vida
é tão insípida que ninguém nota que eles são de
Jesus, se é que são. São determinados só para falar
de futebol, novela, política, moda, etc. mas não
abrem a boca para falar de Jesus. Evangelho é
proclamação de boas-novas. A fé vem é pelo ouvir.
Não  podemos ser omissos e nem guardar o tesouro
só para nós. Temos que gerar filhos. Temos que
tirar o perdido das trevas para a Luz porque o dia
do juízo se aproxima.
 
10) A ÁGUIA É FIEL  
Ela não é como as outras aves na área do
acasalamento. As aves domésticas não observam a
lei da relação restrita. O comportamento da águia é
diferente. Ela é fiel ao seu parceiro. A fidelidade é a
base de todo casamento estável e feliz. A
infidelidade destrói a confiança, sufoca o amor,
mata o respeito, acaba com a transparência, suscita
o ciúme, gera crises, destrói o casamento,
desestabiliza os filhos, afeta pessoas envolvidas,
abre feridas às vezes incuráveis, prejudica
sociedade, a igreja, e desagrada a Deus. Faz com
que as pessoas percam o rumo.
 
Via de regra a infidelidade desemboca no divórcio. E
aí é problema atrás de problema. O homem
moderno zomba de Deus, escarnece Sua palavra,
tripudia sobre os mandamentos das Escrituras.
Vivem para a carne, para o prazer, presos ao
cabresto do diabo. O mais triste é que essa prática
atinge os arraiais evangélicos. Virgindade hoje é
coisa rara. Vamos discutir o assunto infidelidade e
divórcio, olhando para a vida de um homem piedoso
mas que não vigiou e caiu, amargando terríveis
consequências. Esse homem é Davi (2Sm 11). Ele
matou um leão, derrotou um urso, venceu um
gigante, conquistou terras, venceu exércitos, mas
foi derrotado pelas suas próprias paixões. Vamos
ver os motivos:
 
I - SOLIDÃO v. 1 - A solidão torna a pessoa presa
fácil da tentação. Se Davi tivesse ido para a guerra
não teria sido laçado pela paixão.
 
II - OCIOSIDADE v.2 - Os soldados estavam na
guerra e Davi dormindo. Sem compromisso, sem
agenda. Este foi o primeiro degrau da queda.
 
III – A CONCUPSCIÊNCIA DOS OLHOS v. 2 - A
mulher era formosa. Davi a viu. Sentiu um desejo
incontrolável. A cobiça dos olhos foi o laço que o
diabo usou para derrubar Davi. Eva, Siquém, Acã, e
tantos outros caíram no mesmo laço.
 
IV - PERIGO A FRENTE, NÃO AVANCE v.3 - Davi
deu corda ao pecado. Caminhou na direção do
perigo. Flertou com a tentação. Abriu espaço para o
desejo lascivo. Agora está a um passo da queda. 
 
V - TAPANDO OS OUVIDOS PARA A
ADVERTÊNCIA DE DEUS v.3 - A informação que
Davi recebeu foi um aviso de Deus para ele não se
envolver no caso. Davi não ouviu. Não honrou a
Deus, nem ao seu fiel soldado, nem sua família,
nem a si mesmo. Tapou os ouvidos para as
trombetas de Deus.
 
VI - CAPTULANDO-SE AO PECADO v.4 - Davi
brincou com o pecado e foi vencido por ele. Brincou
com fogo e se queimou. Teve tantas vitórias pelo
poder de Deus e agora naufragou.
 
VII - O PREÇO DO PECADO v.5 - A mulher
mandou dizer "estou grávida". O prazer do pecado
dura pouco. Davi trocou algumas horas de prazer
por uma vida inteira de desgosto. O pecado não
compensa. A traição tem um custo alto demais. Daí
por diante é só problemas.
 
VIII - ESCONDENDO DO PECADO v.6-27 - Davi
tenta vários expedientes para encobrir seu pecado.
Tenta enganar Urias, marido de Bate-Seba vv. 6-13.
Manda matar Urias v.14-17. Tenta camuflar o
pecado v. 25. Casou-se com a viúva como se fosse
um gesto de grandeza v. 26-27. Deus reprovou a
atitude de Davi Gl 6.7.IX –
 
IX - O PESO DA MÃO DE DEUS - Sl 32 - O pecado
não fica sem julgamento. Davi escondeu seu pecado
mas a sua consciência ficou pesada. Seus ossos se
envelheceram v. 3. Ele gemia de angustia
diariamente v.3. Sentia o peso da mão de Deus v.4.
perdeu o vigor e a alegria v.4. No trono, ele resolve
os problemas dos outros mas sua vida é um inferno.
 
 X - AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO - A
criança morreu 2Sm 12.15-18. Davi foi
desmascarado publicamente 12.7-9,12. A espada
nunca mais se apartou de sua casa 12.1,11, Amnom
estupra Tamar, Absalão mata Amnom, Absalão
abusa das concubinas do Davi em público e tenta
matá-lo, Absalão morre, mais tarde Salomão mata o
irmão Adonias. Tudo isto são conseqüências de
algumas horas de prazer. Temos que entender que
os valores de Deus não mudam e por isso não
devemos ceder às pressões da sociedade. Não
podemos imitar o mundo. O cristão não deve se
conformar ou acostumar com o pecado, antes deve
repudiar o pecado.
 
É tempo de a igreja levantar a sua voz profética e
condenar, sem rodeios, a transgressão. Temos que
ser fiéis como a águia. Fidelidade é imperativo
divino.

12) A ÁGUIA BUSCA O QUEBRANTAMENTO E A


RENOVAÇÃO
Sl 103.5. A águia, quando começa a sentir que as
suas penas estão ficando velhas e enferrujadas; que
o seu bico já não está tão afiado e forte; que as
suas garras já estão enfraquecendo, toma uma
medida drástica, quase traumática. O que ela faz?

1º - INTERROMPE SUAS ATIVIDADES - Não


trabalha, não voa, não caça, não se aventura. Fecha
a agenda, cancela seus compromissos. Deus não
está interessado no nosso ativismo. Ele está mais
interessado no que somos do que naquilo que
fazemos. Ativismo sem santidade gera trovões mas
não trás a chuva fresca e restauradora. Os filhos de
Eli carregaram a Arca e ainda foram mortos.
Trabalho sem vida não produz frutos que agradam a
Deus Ml 1.10; Gn 4.5; Mt 5.24. Precisamos
aprender com a águia.
 
2º - ISOLA-SE NO ALTO DOS PENHASCOS - A
águia não voa em bandos. Quando está em
processo de renovação, ela alça o vôo, galga as
maiores alturas e se refugia no cume dos
penhascos. Ali ela fica sozinha, isolada, enfrentando
sua própria realidade. Há momentos em que a
gente precisa sair do meio da multidão e mergulhar
na nossa própria intimidade. Jesus, em meio a
trabalhos intensos, jamais deixou de ter momentos
a sós com o Pai. Ele se isolava do barulho das
multidões e ia para os montes onde ficava face a
face com o Pai, em deleitosa e solitária comunhão.
Precisamos gastar tempo com Deus para termos o
que dar. Temos que falar primeiro dos homens para
Deus e só então poderemos falar de Deus para os
homens.
 
3º - ARRANCA SUAS PENAS - Quando chega no
cume dos penhascos, ela começa a arrancar com o
bico uma a uma suas penas. Não poupa a si mesma
da dor intensa. Seu corpo vai ficando desfigurado.
Se quisermos ter uma vida nova com Deus,
abundante e cheia de vigor e poder, precisamos
descartar muito peso e muita bagagem inútil que
carregamos. Se queremos subir à presença de Deus
como Jacó, precisamos lançar fora os ídolos, as
vestes sujas do pecado Gn 35.1-3. É preciso ter
coragem para arrancar as penas velhas que nos
cobrem. Não há restauração sem reforma. Antes do
avivamento vem o quebrantamento. A águia, depois
que acaba de arrancar as penas, fica desfigurada.
Contudo, depois de alguns dias, nascem penas
novas, lindas e fortes. Tudo se faz novo. Ela ganha
nova aparência, fica encantadora, deslumbrante. Os
que esperam no Senhor se humilham e depois são
exaltados. Tiram as vestes sujas e trocam por
vestes alvas. Se despojam do velho homem e são
renovados para uma vida nova cheia de vigor e
poder.

4º - ESFREGA O SEU BICO NA ROCHA - A águia,


quando percebe que o seu bico já está ficando
fraco, ela o esfrega fortemente na rocha até ele
ficar em sangue vivo. Após este processo, ela fica
totalmente desfigurada, mas depois cresce um bico
novo e forte como o aço. Nós também precisamos
passar por esta experiência. Precisamos colocar a
nossa boca no pó. Remover as coisas velhas dos
nossos lábios. Nossa língua deve ser uma fonte a
jorrar palavras de vida e não um canal do veneno
ou arma da morte. Devemos ser verdadeiros
atalaias. Precisamos pedir a Deus que toque nos
nossos lábios com brasas vivas do altar. Devemos
ser a boca de Deus Jr 15.19 e a Voz de Deus Lc 3.4.
Mas para isso temos que esfregar o bico na rocha.

5º BATE AS SUAS GARRA NA ROCHA - Quando


percebe que as suas garras estão impotentes, a
águia bate as garras com força sobre a rocha várias
vezes até que a camada envelhecida seja
arrancada, ficando em carne viva. Ela fica toda
ensanguentada sob o flagelo de dores terríveis.
Após este processo, as garras começam a brotar
com toda pujança e vigor, fortes como ferro, e ela
fica completamente renovada.
 
Agora, remoçada e revitalizada, ela desce das
alturas para continuar sua vida e suas atividades.
Devemos afiar nossas garras. Com elas a águia
captura suas presas; são suas armas de combate.
Nós também precisamos estar afiados para encarar
o combate. Nossa vida é um campo de guerra e
nessa guerra não há trégua, nem cessar fogo, não
existe folga. A diferença é que nossas armas não
são carnais e sim espirituais. Temos armas de
defesa Ef 6.14-16 e armas de ataque Ef 6. 17-18.
Para usá-las com destreza, precisamos estar na
presença de Deus, nas alturas, porque Dele vem a
nossa restauração e a nossa força. É preciso subir
às alturas com humildade, com arrependimento,
com disposição de mudança, porque a
transformação vem de Deus. Só o Espírito Santo
pode refazer-nos. Só de Deus vem a nossa cura. Só
do Altíssimo brota a nossa restauração.
 
13) CONCLUSÃO - Depois desta palavra você está
melhor ou pior? Neutro você não pode estar. É
impossível. Sempre que ouvimos a Palavra de Deus
nos tornamos melhores ou piores. A Palavra é
espada de dois gumes. Talvez você esteja vivendo
escondido atrás das bagagens do complexo como
Saul 1Sm 10.22, ou fugindo, com a consciência
cheia de culpa pelos erros cometidos, como Caim
Gn 4.14. Quem sabe tomando um navio para Társis
como Jonas? Jn 1.3, ou caiu na rede como Davi 2
Sm 11.1-25. Quem sabe você tem negado a Jesus
como Pedro? Lc 22.54-62. Quem sabe você tem
sido como o filho pródigo, cuspindo no prato que
comeu? Lc 15.11-24. Quem sabe você está como o
jovem rico, perdido dentro da igreja? Lc 18.18-23.
Quem sabe você tem sido como Demas que põe a
mão no arado e olha para trás? 2Tm 4.10. Mesmo
que você esteja nessa condição, ainda há esperança
para você.
 
O que torna este pássaro tão régio e majestoso? O
que existe nele que nos impressiona tanto? E
porque, nas Escrituras, Deus comparou a Si mesmo
e a nós com a águia?

Não procure a renovação em movimentos religiosos


mas no seu intimo. Voe para cima como a águia.
Habite nas alturas com o Senhor. Você foi criado
para vencer.

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