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COMO LER RECEITA

DE ÓCULOS
NA SUA ÓTICA
INTRODUÇÃO

Quando o assunto são os óculos de grau, é muito importante que a sua loja esteja
sempre preparada para indicar o produto ideal e que atenda as necessidades de
cada pessoa. Afinal, essa é a melhor forma de garantir a satisfação dos clientes e au-
mentar as chances de fidelização deles com a sua ótica. Mas para que isso aconteça,
é fundamental que os vendedores saibam ler receita de óculos corretamente.

Quando os clientes chegam na loja com as receitas médicas bate aquela insegurança
em relação à interpretação correta das informações? Então não deixe de ler este ma-
terial até o fim. Nele vamos te mostrar tudo o que você precisa saber para conse-
guir ler as receitas médicas sem erro. Confira!
ENTENDENDO O SIGNIFICADO
DAS SIGLAS
Você sabe por que os receituários são constituídos por formações na ótica. Já pensou se fosse necessário
todas aquelas siglas, números e símbolos? Porque aprender a ler inúmeros tipos de receituários dife-
essa é uma linguagem universal que permite aos oftal- rentes? Certamente tornaria essa tarefa ainda
mologistas comunicarem o problema visual do pacien- mais desafiadora.
te de forma que a ótica possa compreendê-lo.
Portanto, para ler receita de óculos o primeiro
Mas o que isso quer dizer na prática? Que independen- passo é conhecer o significado das siglas que com-
te da cidade ou Estado que você tenha uma loja, as põem as prescrições. A seguir, criamos uma lista
prescrições médicas seguirão sempre o mesmo com todos esses significados que você precisa
padrão. saber para fazer bem essa leitura.

Além de unificar as receitas, essa padronização acaba


facilitando a vida de quem precisa interpretar essas in-
OD OE ODI DNP
OLHOS DIREITO DISTÂNCIA
OLHO DIREITO OLHO ESQUERDO
E ESQUERDO NASO-PUPILAR

DP CIL ESF AD
DISTÂNCIA PUPILAR CILINDRO ESFÉRICO ADIÇÃO

Além das abreviaturas, as receitas normalmente também vem com as seguintes palavras: eixo,
prisma, longe e perto. Elas são necessárias para complementar as informações representadas
pelas siglas e ajudar na explicação do problema visual do paciente.

No próximo tópico vamos mostrar como interpretar corretamente uma prescrição de óculos.
Siga com a gente!
INTERPRETANDO AS INFORMAÇÕES
DA RECEITA DE ÓCULOS

Agora que você já sabe o que significa as siglas, é hora de


aprofundar um pouco mais. Afinal, pouco adianta conhe-
cer as definições sem saber como aplicá-las na prática,
não é mesmo?

Sendo assim, criamos um passo a passo completo para


que seja possível ler receita de óculos de forma mais sim-
ples. Para isso, sugerimos uma interpretação a partir dos
quatro erros de refração (miopia, hipermetropia, astig-
matismo e presbiopia). Isso porque, eles são considera-
dos as causas mais comuns que levam as pessoas a
usarem óculos de grau.
A hipermetropia é uma doença que causa dificuldade para enxergar
com nitidez objetos que estão mais próximos da visão. Na receita, ela é
representada pelo sinal positivo (+) antes do número que mostra o
grau necessário para corrigir o problema. Além disso, o campo esférico
(ESF) e a distância perto são os itens que sempre estarão preenchidos

HIPERME
quando a prescrição indicar que o paciente é hipermétrope.

Veja a seguir um exemplo de receita de hipermetropia:

TROPIA ESF CIL EIXO


OD +1.75 - -
LONGE
OE +1.0 - -
OD - - -
PERTO
OE - - -
A miopia é uma doença que compromete a capacidade de enxergar
com nitidez objetos que estão mais longe da visão. Na receita, ela é re-
presentada pelo sinal negativo (-) antes do número que mostra o grau
necessário para corrigir o problema. Além disso, o campo esférico (ESF)
e a distância longe são os itens que sempre estarão preenchidos
quando a prescrição indicar que o paciente é míope.

MIOPIA
Veja a seguir um exemplo de receita de miopia:

ESF CIL ESF


OD -1.5 - -
LONGE
OE -1.75 - -
OD - - -
PERTO
OE - - -
O astigmatismo é uma doença que compromete a capaci-
dade de enxergar com nitidez tanto de perto quanto de
longe. Ele dificulta a percepção de linhas retas com exati-
dão e faz com que os objetos sejam vistos de forma emba-
çada.

Na receita, o astigmatismo é representado pelo sinal nega-

ASTIGMA tivo (-) antes do número que mostra o grau necessário


para corrigir o erro refrativo. Além disso, os campos cilin-

TISMO
dro (CIL) e eixo sempre estarão preenchidos quando a
prescrição indicar que o paciente tem esse problema.

E é aqui que muitas pessoas podem se confundir. Ao con-


trário do que acontece com a miopia e hipermetropia, o as-
tigmatismo exige uma informação adicional: o eixo. E por
que isso acontece? Porque é ele que determina em que
ponto a lente dos óculos deverá ser mais grossa.
Podendo variar de 1 a 180 graus, o eixo é medido pelo oftalmologista
durante a realização dos testes de visão. Portanto, sempre que você ver
uma prescrição com cilindro e eixo preenchidos, a indicação é de que o
paciente precisa de uma lente para corrigir astigmatismo.

Veja a seguir um exemplo de receita de astigmatismo:

ESF CIL ESF


OD - -1.25 60
LONGE
OE - -0.75 100

OD - - -
PERTO
OE - - -

Lembrando que é possível que uma pessoa tenha astigmatismo e


miopia, por exemplo. Ou astigmatismo e hipermetropia. Nesses casos, o
receituário deverá estar devidamente preenchido nos campos esférico,
cilíndrico e eixo, como mostra o exemplo a seguir:
HIPERMETROPIA + ASTIGMATISMO
ESF CIL ESF
OD - -1.25 60
LONGE
OE - - -
OD +1.75 - -
PERTO
OE - - -

MIOPIA + ASTIGMATISMO
ESF CIL ESF
OD - -1.25 60
LONGE
OE -1.5 - -

OD - - -
PERTO
OE - - -
A presbiopia é um problema caracterizado pela perda gradual
da capacidade de focar objetos que estão muito próximos à
visão. Conhecida como vista cansada, ela é muito comum após
os 40 anos e decorre do processo de envelhecimento dos
olhos.

PRES Na receita, ela é representada pelo sinal positivo (+) antes do


número que mostra o grau necessário para corrigir o proble-
ma. Além disso, o campo esférico (ESF) e a distância perto são

BIOPIA os itens que estarão preenchidos quando a prescrição indicar


que o paciente tem presbiopia.

Porém, é importante ressaltar que quando uma pessoa tem


presbiopia somado a um outro erro de refração, é possível que
o médico preencha o campo adição para indicar o problema. A
seguir, vamos mostrar um exemplo que ilustra melhor o que
estamos dizendo.
PRESBIOPIA + MIOPIA

ESF CIL ESF


OD -1.25 - -
LONGE
OE -0.75 - -
OD - - -
PERTO
OE - - -

ADIÇÃO +2.0
A IMPORTÂNCIA DA DNP

Além das informações que mostramos até aqui, é comum


que as receitas apresentem ainda a sigla DNP. Conhecida de
distância naso-pupilar, essa medida aponta a distância
entre o nariz e as pupilas. E por que é tão importante ter
esse dado para ler receita de óculos corretamente? Porque é
ele quem vai te ajudar a montar o acessório respeitando as
medidas do rosto dos seus clientes.

Como o rosto de cada pessoa é único, é necessário que os


óculos sejam feitos sob medida. Isso ajuda na adaptação e
faz com que a pessoa se sinta mais confortável ao usar o
acessório. Nesse sentido, é fundamental que você tenha o
valor da DNP em mãos para entender qual é o deslocamen-
to que a lente deve ter no aro da armação para que fique ali-
nhada aos olhos.
Essa medida também influencia na espessura das armações,
visto que cada problema visual exige um tipo de preparação de
lentes. Para miopia, por exemplo, é preciso que as lentes sejam
mais finas no centro e mais grossas nas bordas. Sendo assim, é
essencial que a sua loja esteja preparada para conseguir ofere-
cer o melhor produto para cada caso.

Caso o médico não indique na receita um valor de DNP, é preciso


que você tire a medida na ótica. Para isso, o ideal é contar com
equipamentos específicos para essa função, como os pupilôme-
tros. Ao contrário do método manual, que usa uma régua
comum, esses aparelhos são mais exatos por serem digitais.
Logo, o resultado será mais preciso e a montagem dos óculos
mais segura.

Para saber mais sobre a DNP, acesse nosso conteúdo do blog:

Clique aqui
PRISMA

Por fim, o último termo que pode aparecer em uma receita


de óculos é o prisma. Quando esse campo aparece preen-
chido, significa que a pessoa tem estrabismo, distúrbio que
afeta o paralelismo entre os olhos. Nesses casos, caso seja
necessário, o oftalmologista faz a indicação do grau neces-
sário para a correção do problema.
TIPOS DE LENTE

Apesar de não ser uma regra, é possível que o médico prescreva


na receita o tipo de lente ideal para cada paciente. Quando isso
acontece, é provável que o cliente acabe seguindo as recomen-
dações médicas.

Entretanto, quando não houver menção a nenhum tipo de lente


específico no receituário, é preciso que você faça esse trabalho.
Procure entender as necessidades de cada pessoa e indique as
opções que mais se adequam a elas. receita
E lembre-se: quanto melhor for a adaptação dos seus clientes
aos óculos, maiores são as chances de que eles divulguem o tra-
balho da sua loja. Portanto, conhecer e saber oferecer lentes e
armações é uma tarefa fundamental dentro da ótica.
MITOS SOBRE
AS RECEITAS DE ÓCULOS
Existem alguns mitos que acabam sendo criados pelas pessoas quando
o assunto são as receitas de óculos. O primeiro deles é o fato de que
uma receita voltada para a confecção de óculos de grau pode ser trans-
formada para lentes de contato.

Esse é um serviço que não pode ser feito pela ótica. Isso porque, as in-
formações podem mudar completamente de uma receita para outra.
Logo, é imprescindível ter a prescrição correta em mãos para oferecer
um produto que realmente solucione o problema do cliente.

Outro mito é a ausência de data de vencimento nos receituários de


óculos. Apesar desse tipo de situação não acontecer com frequência, é
importante estar atento quanto a validade das receitas. Normalmente
elas são válidas por, no máximo, um ano. Caso alguém chegue na sua
ótica com uma prescrição vencida, alerte-o sobre a importância das con-
sultas regulares com o oftalmologista.

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