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A Staatliches-Bauhaus (literalmente, casa estatal da construção, mais conhecida simplesmente

por Bauhaus) foi uma escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda que funcionou
entre 1919 e 1933 na Alemanha. A Bauhaus foi uma das maiores e mais importantes expressões
do que é chamado Modernismo no design e na arquitetura, sendo a primeira escola de design do
mundo.

A escola foi fundada por Walter Gropius em 25 de abril de 1919, a partir da reunião da Escola do
Grão-Duque para Artes Plásticas . A maior parte dos trabalhos feitos pelos alunos nas aulas-
oficina foi vendida durante a Segunda Guerra Mundial. A intenção primária era fazer da Bauhaus
uma escola combinada de arquitetura, artesanato, e uma academia de artes, e isso acabou
sendo a base de muitos conflitos internos e externos que se passaram ali.

Gropius pressentiu que começava um novo período da história com o fim da Primeira Guerra
Mundial e decidiu que a partir daí dever-se-ia criar um novo estilo arquitetônico que refletisse
essa nova época. O seu estilo tanto na arquitetura quanto na criação de bens de consumo
primava pela funcionalidade, custo reduzido e orientação para a produção em massa, sem
jamais limitar-se apenas a esses objetivos. O próprio Gropius afirma que antes de um exercício
puro do racionalismo funcional, a Bauhaus deveria procurar definir os limites deste enfoque, e
através da separação daquilo que é meramente arbitrário do que é essencial e típico, permitir ao
espírito criativo construir o novo sobre a base tecnológica já adquirida pela humanidade. Por
essas razões Gropius queria unir novamente os campos da arte e artesanato, criando produtos
altamente funcionais e com atributos artísticos. Ele foi o diretor da escola de 1919 a 1928, sendo
sucedido por Hannes Meyer e Ludwig Mies van der Rohe.

A Bauhaus tinha sido grandemente subsidiada pela República de Weimar. Após uma mudança
nos quadros do governo, em 1925 a escola mudou-se para Dessau, cujo governo municipal
naquele momento era de esquerda. Uma nova mudança ocorre em 1932, para Berlim, devido à
perseguição do recém-implantado governo nazista.
Bauhaus-Dessau Verbindung.JPG

Em 1933, após uma série de perseguições por parte do governo hitleriano, a Bauhaus é fechada,
também por ordem do governo. Os nazistas que se opuseram à Bauhaus durante a década de
1920, bem como a qualquer outro grupo que tivesse uma orientação política de esquerda. A
escola foi considerada uma frente comunista, especialmente porque muitos artistas russos
trabalhavam ou estudavam ali. Escritores nazistas como Wilhelm Frick e Alfred Rosenberg
clamavam directamente que a escola era "anti-Germânica," e desaprovavam o seu estilo
modernista. Contudo, a Bauhaus teve impacto fundamental no desenvolvimento das artes e da
arquitectura do ocidente europeu, e também dos Estados Unidos da América e Israel nas
décadas seguintes - para onde se encaminharam muitos artistas exilados pelo regime nazista. A
Cidade Branca de Tel Aviv, em Israel, que contém um dos maiores espólios de arquitectura
Bauhaus em todo o Mundo, foi classificada como Património Mundial em 2003.

O principal campo de estudos da Bauhaus era a arquitetura (como fica implícito até pelo seu
nome), e procurou estabelecer planos para a construção de casas populares baratas por parte
da República de Weimar. Mas também havia espaço para outras expressões artísticas: a escola
publicava uma revista chamada Bauhaus e uma série de livros chamados Bauhausbücher. O
diretor de publicações e design era Herbert Bayer.
Índice
[esconder]

* 1 Projeto de ensino
* 2 Curiosidades
* 3 Nomes ligados à Bauhaus
* 4 Ver também
* 5 Ligações externas

Apesar de ter passado por diversas alterações em seu perfil de ensino à medida que a direção
da escola evoluía, a Bauhaus, de uma forma geral, acreditava que os seus próprios métodos de
ensino deveriam estar relacionados às suas propostas de mudanças nas artes e no design. Um
dos objetivos principais da Bauhaus era unir artes, produzir artesanato e tecnologia. A máquina
era valorizada, e a produção industrial e o desenho de produtos tinham lugar de destaque.

O Vorkurs - literalmente curso preparatório - era um curso exigido a todos os alunos e ministrado
nos moldes do que é o moderno curso de Desenho Básico, fundamental em escolas de
arquitectura por todo o mundo. Não se ensinava história na Bauhaus durante os primeiros anos
de aprendizado, porque acreditava-se que tudo deveria ser criado por princípios racionais ao
invés de ser criado por padrões herdados do passado. Só após três ou quatro anos de estudo o
aluno tinha aulas de história, pois assim não iria influenciar suas criações.
[editar] Curiosidades

Atualmente a Bauhaus de Weimar mantém a sua liderança como uma das melhores
universidades na Alemanha, leccionando sobretudo o ramo da arquitectura, mas estando
também integrada num núcleo de outros pólos de ensino ligado às artes e de onde se destaca
design, media, música, entre outros. O ensino da Bauhaus encontra-se intrínseco na própria
forma de leccionar da escola actualmente, baseando-se muito na experimentação prática de
ideias e na realização de seminários e workshops para confronto de conhecimentos.

O edifício inicial projetado por Walter Gropius sofrera inúmeras modificações após a Segunda
Guerra. Em 1994 inicia-se um processo de reforma visando restabelecer ao edifício sua
condição original. O empreendimento foi promovido pela Fundação Bauhaus e coordenado pela
arquiteta Monika Markgraf. Devido a inexistência do projeto original o trabalho foi árduo e
concluído somente em 2007. Ainda hoje é o edifício principal do pólo da universidade,
destacando-se o escritório de Walter Gropius, mantido inalterado.

"A arquitetura é a meta de toda a atividade criadora. Completá-la e embelezá-la foi,


antigamente, a principal tarefa das artes plásticas... Não há diferença fundamental entre o
artesão e o artista... Mas todo artista deve necessariamente possuir competência técnica. Aí
reside sua verdadeira fonte de inspiração criadora...

Formaremos uma escola sem separação de gêneros que criam barreiras entre o artesão e o
artista. Conceberemos uma arquitetura nova, a arquitetura do futuro, em que a pintura, a
escultura e a arquitetura formarão um só conjunto."

Tais palavras, que constam do primeiro manifesto da Bauhaus, redigido em 1919 por
Walter Gropius, definem as idéias básicas dessa escola de arte e do movimento desencadeado
por ela na Alemanha, entre 1919 e 1933. A Bauhaus congregou importantes criadores de
vanguarda, que fixaram algumas diretrizes estéticas que iriam prevalecer em todo o mundo
durante o século XX.

Período de Weimar.

Em 1919, o arquiteto alemão Walter Gropius integrou duas escolas existentes na cidade de
Weimar, a Escola de Artes e Ofícios, do belga Henri van de Velde, e a de Belas-Artes, do
alemão Hermann Muthesius, e fundou uma nova escola de arquitetura e desenho a que deu o
nome de Staatliches Bauhaus (Casa Estatal de Construção), com sede em um edifício
construído em 1905 por Van de Velde.

As origens mais remotas da Bauhaus provêm do movimento Arts and Crafts, do inglês
William Morris, que procurou restabelecer a dignidade medieval do artesanato e do artesão.
Todavia, o ensino da Bauhaus opunha-se às concepções de Morris, contrárias à revolução
tecnológica e à produção em série. Também não agradava a Gropius o estilo art nouveau,
devido a seu caráter decorativo e esteticista.

A ascendência mais próxima da Bauhaus está na associação Deutscher Werkbund,


fundada em 1907 por Hermann Muthesius para incentivar as relações entre os artistas
modernos, os artesãos qualificados e a indústria. Muthesius desejava criar o que chamava de
Maschinenstil (estilo da máquina). Gropius, que foi membro da Werkbund, materializou esse
objetivo, em grande parte, na Bauhaus.

A Bauhaus combatia a arte pela arte e estimulava a livre criação com a finalidade de
ressaltar a personalidade do homem. Mais importante que formar um profissional, segundo
Gropius, era formar homens ligados aos fenômenos culturais e sociais mais expressivos do
mundo moderno. Por isso, entre professores e alunos havia liberdade de criação, mas dentro de
convicções filosóficas comuns.

O ensino era suficientemente elástico, com a participação, na pesquisa conjunta, de


artistas, mestres de oficinas e alunos. Para Gropius, a unidade arquitetônica só podia ser obtida
pela tarefa coletiva, que incluía os mais diferentes tipos de criação, como a pintura, a música, a
dança, a fotografia e o teatro.

De tal maneira a filosofia da Bauhaus impregnou seus membros que sem demora se
definiu um estilo em seus produtos despidos de ornamentos, funcionais e econômicos, cujos
protótipos saíam de suas oficinas para a execução em série na indústria. O estilo Bauhaus era
fruto do pensamento dos professores, recrutados, sem discriminação de nacionalidade, entre
membros dos movimentos abstrato e cubista.

Ao iniciar a Bauhaus, Gropius apoiou-se principalmente em três mestres: o pintor


americano Lyonel Feininger, o escultor e gravador alemão Gerhard Marcks e o pintor suíço
Johannes Itten. A eles se juntaram depois artistas da categoria de Oskar Schlemmer, Paul Klee,
Wassili Kandinski, László Moholy-Nagy e Ludwig Mies van der Rohe. Em 1925, Josef Albers e
Marcel Breuer passaram a fazer parte do grupo.

Mudança para Dessau.

Ameaçada de dissolução pela forte oposição dos conservadores a suas inovações, a


escola mudou-se em 1925 para Dessau, onde ficou até o advento do nazismo. Para abrigá-la,
Gropius projetou e construiu um conjunto de prédios que eram, em si mesmos, um manifesto de
arquitetura moderna e uma das mais extraordinárias obras da década de 1920.

As atividades da Bauhaus intensificaram-se em Dessau com o lançamento de publicações e a


organização de exposições. Uma clara mentalidade racionalista presidia à elaboração dos
projetos. Em 1928, Gropius passou o cargo de diretor ao suíço Hannes Meyer, abandonando a
escola, já então consolidada, junto com Moholy-Nagy e Breuer.

A nova direção deu realce ainda maior à arquitetura e assistiu à chegada das influências do
construtivismo russo. Em 1930, Meyer, cuja postura esquerdista não era bem vista pelas
autoridades, foi substituído pelo arquiteto alemão Mies van der Rohe. Este reorganizou a escola
e deu-lhe um novo impulso.

Últimos anos.

Em 1932, com a chegada dos nazistas ao poder em Dessau, a Bauhaus se transferiu para
Berlim, onde continuou a funcionar até seu fechamento definitivo em 1933. As possibilidades da
vanguarda alemã, com isso, se fecharam também, mas o ensino inovador da Bauhaus já havia
se difundido a essa altura nos principais centros de arte. Tal difusão tornou-se ainda maior
quando os grandes mestres da escola, devido às perseguições nazistas, passaram a emigrar,
principalmente para os Estados Unidos e a Inglaterra.

Em 1928, Sandor Bortink fundou em Budapest o Mühely, também chamado Bauhaus de


Budapeste, que existiu até 1938.

Em 1933, Josef Albers instalou um departamento do tipo Bauhaus no Black Mountain


College (Carolina do Norte, Estados Unidos) e depois na Universidade de Harvard.

Em 1937, Moholy-Nagy criou em Chicago a New Bauhaus, mais tarde incorporada ao MIT
(Massachusetts Institute of Technology). Gropius passou a lecionar em Harvard e Mies van der
Rohe tornou-se um dos principais arquitetos da remodelação de Chicago.

Em 1950 inaugurou-se em Ulm, na Alemanha, a Hochschule für Gestaltung (Escola


Superior da Forma), dirigida por Max Bill, ex-aluno da Bauhaus de Dessau. A essa última
instituição, em especial, coube dar seguimento programático às formulações da antiga Bauhaus
-- uma escola que se integrou perfeitamente no contexto da civilização do século XX para dar-lhe
uma visualidade própria.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil.

Bauhaus - Um centro de agitação criativa

Fonte: Enciclopédia Digital

A Bauhaus, mais que uma escola de artes e arquitetura, foi um centro de agitação de todas
as disposições criativas da época, que assinalou o início de uma nova fase na arquitetura
mundial.

Um de seus principais méritos consiste em ter alterado as relações entre desenho e arte
industrial. Além disso, as experiências pedagógicas de Klee e Kandisky acabaram sendo
publicadas em verdadeiros tratados sobre arte.

O embrião da Bauhaus foi a escola de artes aplicadas de Weimar, fundada em 1906 pelo
grão-duque de Sax-Weimar. Inicialmente foi dirigida por Henry Van de Velde (1863 - 1957), que,
quando deixa a Alemanha, indica Walter Gropius (1883 - 1969) como seu sucessor; assumindo a
direção em 1919, este reestruturou a escola e a batizou Bauhaus.

As idéias de Gropius baseavam-se fundamentalmente na combinação de um ideal


morrisiano (William Morris, que acreditava que o artista deveria desenhar e executar seu
trabalho) com a idéia da unidade entre o monumental, grandioso e os elementos decorativos.
Visava criar uma nova forma de arquitetura moderna.

O primeiro manifesto, influenciado pelos ideais do impressionismo, bastante em voga na


Alemanha pós-guerra, proclamava, em tom entusiasta, a união de artistas e arquitetos na
procura da melhor relação entre a forma e o material, forma e função e entre a forma e o modo
de produção:

"A Bauhaus almeja constituir em unidade o conjunto de disciplinas artísticas - escultura,


pintura, desenho e artes aplicadas - para incorporá-las a uma arquitetura de novo cunho".

O método da escola consistia basicamente em introduzir os estudantes aos princípios da


forma, instruí-los no trabalho com materiais, cores e texturas, orientá-los no estudo de obras
pictóricas e sobretudo procurava estimular a livre criatividade.

A instituição não estava empenhada na busca de um estilo próprio, pelo contrário, sua
postura era independente de qualquer modelo preestabelecido, não se caracterizando como uma
academia fechada.

A partir de 1923, cresce em importância para essa escola a figura do artífice e designer no
processo industrial de massa. O estilo Bauhaus, com forte influência de idéias socialistas, apesar
de impessoal e severo (bastante geométrico), possuía um elevado refinamento de formas e
linhas. Esse refinamento é creditado, de uma certa forma, ao ideal de economia dos materiais,
que exigia um profundo conhecimento de suas possibilidades.

Foi estabelecido um bom inter-relacionamento entre as "pesquisas" e conquistas obtidas


na escola e a própria indústria, que acabou por utilizar-se de muitos de seus produtos para a
manufaturação em larga escala.

A escola passa a exercer forte influência sobre a sociedade de Weimar, com suas utopias
sociais e idéias avançadas. Isso incomoda os setores conservadores locais que, em 1924, ao
vencerem as eleições, forçam a dissolução da escola.

Em 1926 a Bauhaus se estabelece em Dessau, aonde é construído o novo edifício da


escola, projetado por Gropius; um marco da arquitetura do século XX que estabelece um novo
princípio estético, com o uso de volumes limpos e definidos. Essa mudança marca o início de
uma nova fase, cuja produção se caracteriza pela simplicidade racional e pela preocupação com
a viabilização econômica dos projetos.

Nesse mesmo ano Hannes Meyer (1889 - 1954) assume o departamento de arquitetura da
instituição planejando intensificar as atividades sociais desta: "As necessidades das pessoas em
lugar das necessidades do luxo".

Em 1928 Gropius renuncia à direção da escola devido às dificuldades políticas que vinha
encontrando no cargo e nomeia Meyer como seu sucessor. Porém o crescimento político da
direita acaba por forçar a destituição deste em 1930.

Mies Van der Rohe assume cargo, porém, em 1932, a escola é novamente fechada e
dissolvida; durante seis meses ele ainda tenta continuar com a instituição em Berlim, agora como
um empresa privada mas esta é definitivamente desativada pelos nazistas em 20 de julho de
1933.
Esse fechamento da escola, porém, longe de tirar sua força, difundiu ainda mais seus
ideais, uma vez que os artistas que lá se reuniam espalharam-se por vários países. Acabaram
parando nas principais escolas de arte do Ocidente, fundamentando seu ensino nas conquistas
de Bauhaus.

Um bom exemplo disso é o professor da escola alemã no período de 1923 a 1928, László
Moholy-Nagy, que fundou o New Bauhaus, em Chicago (posterior Instituto de Desenho). O exílio
forçado de vários membros da Bauhaus propagou seus ideais, influenciando arquitetos por todo
o mundo, principalmente nos Estados Unidos, que fatalmente recebeu a maior parte daqueles
artistas e arquitetos.

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