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Resumo
Este trabalho traz como temática “As representações sociais da gestão escolar: uma análise da
atuação do gestor nas escolas pólos do município Tracuateua-Pá”, cujo foco é analisar as
representações sociais do gestor escolar a partir de suas atuações considerando os elementos
que subsidiam a gestão escolar. Para isto foi desenvolvida a pesquisa com enfoque teórico
metodológico da teoria das representações sociais. Para subsidiar este estudo, recorreu-se a
Moscovici (2007) Jodelet (2005), Luck (1999, 2005), Paro (2000) entre outros, que tratam dos
elementos das representações sociais, da gestão escolar e da gestão democrática. Como o
interesse era focar as representações da gestão escolar nessas instituições, definiu-se como
sujeitos da pesquisa os gestores educacionais das escolas pólos da sede do município. Para a
coleta de dados foi utilizado à entrevista semi-estruturada. O estudo permitiu observar que no
município de Tracuateua, ainda existe o apadrinhamento político, a ocupação dos cargos de
diretor se dá pela indicação política, exceção, na Escola Estadual de Ensino Médio Coronel
Pinheiro Júnior. Foi possível verificar que embora a gestão escolar tenha a consciência da
importância dos conselhos, da eleição para diretores, do projeto político pedagógico,
prevalece o distanciamento das categorias como pais, professores e comunidade no contexto
escolar.
Introdução
1
Graduando do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Pará, Campus Bragança. E- mail: marcioduarte101@hotmail.com
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Graduanda do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Pará, Campus Bragança. E-mail:nanda_aviz@hotmail.com
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uma necessidade educacional, política e social por se tratar de fatos a cada dia presente dentro
do contexto escolar, como é o caso da atuação da maioria dos gestores nas escolas municipais
de Tracuateua. Uma atuação por indicação política, o que nos leva a questionar: Como os
gestores das escolas pólos da sede do município de Tracuateua analisam os mecanismos de
gestão democrática? Quais as representações do gestor escolar diante do modelo de gestão de
cada escola; Qual a relevância desses mecanismos dentro do contexto escolar?
Diante desses questionamentos, este trabalho procura analisar as representações
sociais do gestor escolar sobre a gestão democrática nas escolas pólos da sede do município
de Tracuateua- PÁ, visto que, essas representações têm papel fundamental na orientação de
condutas que se estabelecem nas mais variadas categorias e são palcos constituidoras de teias
de representações sociais, que marcam as atitudes e orientam as ações dos seres humanos.
Nesse sentido, este estudo parte do campo das representações sociais, conhecida
também como a teoria do senso comum, Jodelet (2005, p. 47) considera que “as
representações sociais se estabelecem como forma de conhecimento que parte do senso
comum e são socialmente elaboradas e partilhadas, tendo uma orientação prática, organizam e
dão sentido ao mundo em um dado conjunto social ou cultural”.
Cabe ressaltar que a opção pelo campo das representações se justifica na medida em
que compreendemos que investigar uma realidade social pressupõe contar com um conjunto
coordenado de representações, que dão sentidos e significados as informações e ações.
Dessa forma, para a coleta dos dados optou-se pela entrevista semi-estruturada que foi
aplicada para a categoria dos gestores que trabalhavam nas escolas pólos da sede do
município de Tracuateua-Pá. O período dessa pesquisa foi de seis meses, realizada entre
agosto de 2010 a Janeiro de 2011. Na análise das falas coletadas utilizou-se nomes fictícios,
pois não me foi permitido revelar a identidade dos entrevistados. O referencial teórico
metodológico das representações sociais foi pautado nas orientações de conteúdo da Anadón
(2003 p, 51):
de gerenciamentos dos recursos financeiros. Na pesquisa foi possível perceber que embora os
gestores considerem importante a gestão democrática há muitas lacunas na busca de uma
escola democrática e participativa, isso porque apesar dos grandes avanços legais, e o próprio
esforço de alguns gestores, no espaço escolar ainda prevalece a disputa de poder, onde o
diretor e os funcionários monopolizam os espaços de participação, limitando o espaço escolar
apenas como lugar de instrumentalização, resultando no desinteresse da maioria dos alunos e
na própria ausência da comunidade e família nas tomadas de decisões que eles diretamente
deveriam estar envolvidos.
Referencial Teórico
Da mesma forma que para Silva (2009, p.11) essa gestão democrática é resultado tanto
da ação individual quanto da coletividade:
Metodologia
Todos os entrevistados são do sexo feminino com idade entre 31 a 50 anos, são
sujeitos jovens, tanto na idade quanto no tempo de atuação, onde a variável está entre um a
dois anos de atuação na gestão. Quanto a sua formação é bem diversificada, onde temos um
Pedagogo especialista em Educação Infantil, um Pedagogo sem especialização, um Letrado
também sem especialização e um Historiador especialista em gestão e planejamento
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educacional. Com exceção de uma gestora que não têm o curso de pedagogia nem
especialização em gestão educacional, os demais têm formação na área de gestão escolar.
Portanto, a ideia que embasa a atuação de um gestor está além do que ele seja, mas do
que ele faz dentro do ambiente escolar, uma boa gestão percorre o caminho da satisfação das
pessoas envolvida, que participam do processo esperando resultados significativos, fruto de
um trabalho coletivo. Paro (2000) afirma que se é verdade que a educação não pode fazer
sozinha a transformação social, também é verdade que a transformação não se efetivará e não
se consolidará sem a educação. Para uma das gestoras entrevistadas, o conceito da gestão
democrática é assim definido:
caminha paralelo à gestão democrática é o projeto político pedagógico das escolas, que
segundo nossa entrevistada:
Quanto ao projeto político pedagógico, ainda não percebo na escola que atuo sua
direção, primeiro porque não temos o projeto sistematizado (escrito), segundo
porque o primeiro projeto construído e sistematizado nunca foi posto em pratica.
Penso que uma proposta pedagógica deve partir do desejo coletivo em saber para
onde caminhar, que objetivo alcançar, porém confesso ser bastante difícil, confuso e
desordenado trabalhar sem uma proposta efetiva, onde uns querem e a minoria não
dão importância. A escola assim, perde sua autonomia e constantemente não percebe
os resultados alcançados, muito menos consegue suprir suas dificuldades (Gestora
01).
Conselho Escolar
Dessa forma, apesar dos conselhos terem um papel relevante dentro do espaço escolar,
percebe-se, nas falas acima uma grande distância entre teoria e prática, marcada pela
ineficiência nas suas atribuições, que ora se confunde com suas verdadeiras funções, segundo
Almeida (2006, p.54):
Entre suas competências, o Conselho Escolar tem como função deliberar sobre: as
diretrizes e metas da escola; alternativas de soluções para problemas de natureza
administrativa e pedagógica; projetos de atendimento Psico- pedagógico e material
ao aluno; programas especiais visando a integração escola-família-comunidade;
criação e regulamentação de instituições auxiliares da escola; prioridades para
aplicação de recursos da escola e das instituições auxiliares; indicação, a ser feita
pelo diretor da escola, assistente de direção quando este for oriundo de outra unidade
escolar; penalidades disciplinares a que estiverem sujeitos os funcionários,
servidores e alunos; elaboração do calendário e o regimento escolar, observadas as
normas do Conselho Estadual de Educação e da Legislação pertinente; apreciação
dos relatórios anuais da escola, verificando seu desempenho diante das metas
estabelecidas.
Portanto, destaca-se que entre as atribuições de um conselho escolar ativo, este seja
capaz de acompanhar as tomadas de decisões, sejam elas: pedagógicas financeiras ou
administrativas, presentes no contexto escolar.
Considerações Finais
Este estudo teve como objetivo refletir sobre as representações sociais da gestão
escolar nas escolas pólos da sede do município de Tracuateua-Pá, contextualizando as
demandas e os desafios enfrentados pelo gestor escolar, tendo como eixo norteador a gestão
democrática, projeto político pedagógico e o conselho escolar,
Constatou-se neste trabalho que os gestores escolares pesquisados, veem a gestão
democrática como elemento importante para melhorar a educação, desde que a escola esteja
aberta a novas ideias e a participação de novos atores, no entanto conforme uma de nossas
entrevistadas ainda que seja uma boa opção, a gestão escolar esbarra nos conflitos de
interesses, manipulação de grupos, falta de comunicação e desconhecimento de alguns temas
que deveriam ser esclarecidos com todos os envolvidos, impossibilitando que a mesma saia
do papel e alcance dimensões concretas e palpáveis.
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REFERÊNCIAS
CHIZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991.
LÜCK, Heloísa. Ação integrada: administração, supervisão e orientação educacional. 14. ed.
Petrópolis: Vozes, 1999.
LUCK, Heloisa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Petrópolis, RJ: Vozes,
2005.
PARO, Victor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. São Paulo: Ática. . 2000.
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PONTES, Edilene Aparecida Correia. Gestor escolar: demandas e desafios da gestão escolar
na rede pública estadual paulista universidade cidade de São Paulo. UNICID SÃO PAULO
2007.