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AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA GESTAO ESCOLAR: UMA

ÁNALISE DA ATUAÇÃO DO GESTOR NAS ESCOLAS PÓLOS DA


SEDE DO MUNICÍPIO DE TRACUATEUA-PÁ

PINHEIRO, Márcio Fernando Duarte 1 - IFPA

AVIZ, Fernanda Regina Silva de 2 - IFPA

Grupo de Trabalho - Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

Este trabalho traz como temática “As representações sociais da gestão escolar: uma análise da
atuação do gestor nas escolas pólos do município Tracuateua-Pá”, cujo foco é analisar as
representações sociais do gestor escolar a partir de suas atuações considerando os elementos
que subsidiam a gestão escolar. Para isto foi desenvolvida a pesquisa com enfoque teórico
metodológico da teoria das representações sociais. Para subsidiar este estudo, recorreu-se a
Moscovici (2007) Jodelet (2005), Luck (1999, 2005), Paro (2000) entre outros, que tratam dos
elementos das representações sociais, da gestão escolar e da gestão democrática. Como o
interesse era focar as representações da gestão escolar nessas instituições, definiu-se como
sujeitos da pesquisa os gestores educacionais das escolas pólos da sede do município. Para a
coleta de dados foi utilizado à entrevista semi-estruturada. O estudo permitiu observar que no
município de Tracuateua, ainda existe o apadrinhamento político, a ocupação dos cargos de
diretor se dá pela indicação política, exceção, na Escola Estadual de Ensino Médio Coronel
Pinheiro Júnior. Foi possível verificar que embora a gestão escolar tenha a consciência da
importância dos conselhos, da eleição para diretores, do projeto político pedagógico,
prevalece o distanciamento das categorias como pais, professores e comunidade no contexto
escolar.

Palavras-chave: Representações Sociais. Gestão Escolar. Gestão Democrática.

Introdução

Refletir o processo de gestão nas escolas da sede do município de Tracuateua, mas


especificamente nas escolas pólos da sede do município de Tracuateua-Pá tem se constituído

1
Graduando do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Pará, Campus Bragança. E- mail: marcioduarte101@hotmail.com
2
Graduanda do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Pará, Campus Bragança. E-mail:nanda_aviz@hotmail.com
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uma necessidade educacional, política e social por se tratar de fatos a cada dia presente dentro
do contexto escolar, como é o caso da atuação da maioria dos gestores nas escolas municipais
de Tracuateua. Uma atuação por indicação política, o que nos leva a questionar: Como os
gestores das escolas pólos da sede do município de Tracuateua analisam os mecanismos de
gestão democrática? Quais as representações do gestor escolar diante do modelo de gestão de
cada escola; Qual a relevância desses mecanismos dentro do contexto escolar?
Diante desses questionamentos, este trabalho procura analisar as representações
sociais do gestor escolar sobre a gestão democrática nas escolas pólos da sede do município
de Tracuateua- PÁ, visto que, essas representações têm papel fundamental na orientação de
condutas que se estabelecem nas mais variadas categorias e são palcos constituidoras de teias
de representações sociais, que marcam as atitudes e orientam as ações dos seres humanos.
Nesse sentido, este estudo parte do campo das representações sociais, conhecida
também como a teoria do senso comum, Jodelet (2005, p. 47) considera que “as
representações sociais se estabelecem como forma de conhecimento que parte do senso
comum e são socialmente elaboradas e partilhadas, tendo uma orientação prática, organizam e
dão sentido ao mundo em um dado conjunto social ou cultural”.
Cabe ressaltar que a opção pelo campo das representações se justifica na medida em
que compreendemos que investigar uma realidade social pressupõe contar com um conjunto
coordenado de representações, que dão sentidos e significados as informações e ações.
Dessa forma, para a coleta dos dados optou-se pela entrevista semi-estruturada que foi
aplicada para a categoria dos gestores que trabalhavam nas escolas pólos da sede do
município de Tracuateua-Pá. O período dessa pesquisa foi de seis meses, realizada entre
agosto de 2010 a Janeiro de 2011. Na análise das falas coletadas utilizou-se nomes fictícios,
pois não me foi permitido revelar a identidade dos entrevistados. O referencial teórico
metodológico das representações sociais foi pautado nas orientações de conteúdo da Anadón
(2003 p, 51):

A orientação de pesquisa centrada nos conteúdo privilegia as estratégias


metodológicas mais qualitativa, evidenciando a interação sujeito - pesquisador, a
subjetividade de um e de outro e a considerar o contexto. Assim, a observação
participante, as entrevistas livres ou semi-estruturadas, a análise de conteúdo e a
análise de discurso são os instrumentos mais utilizados.

Assim, pode-se dizer que no município de Tracuateua prevalece à indicação política


para a ocupação do cargo de diretor, o papel dos conselhos escolares, acorre apenas em nível
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de gerenciamentos dos recursos financeiros. Na pesquisa foi possível perceber que embora os
gestores considerem importante a gestão democrática há muitas lacunas na busca de uma
escola democrática e participativa, isso porque apesar dos grandes avanços legais, e o próprio
esforço de alguns gestores, no espaço escolar ainda prevalece a disputa de poder, onde o
diretor e os funcionários monopolizam os espaços de participação, limitando o espaço escolar
apenas como lugar de instrumentalização, resultando no desinteresse da maioria dos alunos e
na própria ausência da comunidade e família nas tomadas de decisões que eles diretamente
deveriam estar envolvidos.

Referencial Teórico

O referencial teórico envolveu estudos sobre representações sociais, pautada em


autores como Moscovici e Jodelet (2007, 2005), onde essa forma de conhecimento que é a do
senso comum serve como guia das ações humanas. Outro ponto que importante envolve a
gestão democrática, que no construto teórico de Luck (2005, p.17):

O conceito de gestão está associado à mobilização de talentos e esforços


coletivamente organizados, à ação construtiva conjunta de seus componentes, pelo
trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um “todo” orientado por uma
vontade coletiva.

Da mesma forma que para Silva (2009, p.11) essa gestão democrática é resultado tanto
da ação individual quanto da coletividade:

Desse modo compreendemos que gestão democrática resulta da construção pessoal e


coletiva dos envolvidos no processo com suas idas e vindas, acertos e erros, sucesso
e fracasso, ganhos e perdas que fazem parte do educar democrático e participativo,
valorizando o modo crítico e o olhar diferenciado que o aluno terá sobre a sociedade
e a atuação dos educadores considerando o caráter e os valores que estão agregados
a cada indivíduo.

Assim deu-se atenção ao papel que as representações desempenham como construtoras


de atitudes e condutas, numa visão de gestão democrática nas escolas pólos de Tracuateua.

Metodologia

A pesquisa assume o enfoque da abordagem qualitativa, por se tratar da dinâmica


existente entre sujeito e objeto e por se constituir uma pesquisa sobre as ações e relações que
emergem no contexto social. Para Chizotti (1991) esse enfoque diz respeito à imersão do
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pesquisador na circunstância e no contexto da pesquisa, um mergulho na emoção, isso


significa pesquisar o relacionamento dos atos sociais a partir dos sujeitos que produzem
conhecimentos e práticas, no qual os resultados são compreendidos como fruto de trabalho
coletivo resultante da dinâmica entre pesquisador e objeto a ser pesquisado.
Assim, o que se pretende aqui não é apenas abordar o campo dessas representações do
gestor escolar, mas apresentar elementos que norteiam a atuação desse profissional nas
escolas pólos da sede do município de Tracuateua.

As construções das imagens e representações da gestão escolar: desafios e perspectivas

Considerando as dimensões do trabalho pedagógico e sua relação direta com a gestão


escolar esta pesquisa traz os elementos da gestão democrática analisada sobre o ponto de vista
dos gestores que atuam na rede municipal e estadual de Tracuateua. Dentre os elementos
pesquisados estão às representações sociais que os gestores possuem sobre a gestão
democrática, PPP, conselho escolar. Cabe frisar que todos esses elementos foram importantes
para traçar a teia que constitui as representações sociais da gestão escolar e os elementos da
gestão democrática. Portanto, os entrevistados são gestores que atuam nas escolas pólos da
sede do município conforme a figura 01:
Tempo de
Gestor Idade Sexo Escolaridade
Atuação
Gestora 01 34 anos Feminino Superior em Pedagogia, pós- 7 meses
graduada em Educação Infantil
Gestora 02 50 anos Feminino Superior em Pedagogia 2 anos

Gestora 03 47 anos Feminino Superior em Historia, pós em 2 anos


Supervisão, gestão e planejamento
educacional
Gestora 04 31 anos Feminino Superior em Letras 1 ano

Figura 1: Formação, Idade, Gênero e Tempo de atuação na Gestão Escolar


Fonte: Entrevista realizada com os gestores da sede do município de Tracuateua, no período de outubro a
novembro de 2010.
Fonte: Organizado pelos autores.

Todos os entrevistados são do sexo feminino com idade entre 31 a 50 anos, são
sujeitos jovens, tanto na idade quanto no tempo de atuação, onde a variável está entre um a
dois anos de atuação na gestão. Quanto a sua formação é bem diversificada, onde temos um
Pedagogo especialista em Educação Infantil, um Pedagogo sem especialização, um Letrado
também sem especialização e um Historiador especialista em gestão e planejamento
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educacional. Com exceção de uma gestora que não têm o curso de pedagogia nem
especialização em gestão educacional, os demais têm formação na área de gestão escolar.
Portanto, a ideia que embasa a atuação de um gestor está além do que ele seja, mas do
que ele faz dentro do ambiente escolar, uma boa gestão percorre o caminho da satisfação das
pessoas envolvida, que participam do processo esperando resultados significativos, fruto de
um trabalho coletivo. Paro (2000) afirma que se é verdade que a educação não pode fazer
sozinha a transformação social, também é verdade que a transformação não se efetivará e não
se consolidará sem a educação. Para uma das gestoras entrevistadas, o conceito da gestão
democrática é assim definido:

“acredito ser fundamental para melhorar o ensino, o relacionamento escola-


comunidade e a participação dos alunos no processo ensino-aprendizagem. Acredito
ainda, que essa cultura é necessária para acelerar o desenvolvimento do país e
minimizar a falta de acesso a educação, a saúde, ao lazer, pois um povo que
participa exerce com mais consciência sua cidadania, conhece seus direitos e age de
acordo com seu dever [...] (Gestora 01).

“Vejo na gestão democrática um passo muito importante para melhorias na


educação e enquanto gestora tento desenvolver meu trabalho de forma democrática,
mais o que percebo é que na escola onde atuo alguns profissionais ainda não sabem
ou confundem o significado da palavra democracia, e isso não está internamente
ligado somente nos gestores, mas também nos professores, que tanto um como
outro, no nosso município ainda são apontados por políticos. Então a democracia
não funciona de fato no município, pois se existissem os gestores seriam escolhidos
através de eleição e não por indicação política”. (Gestora 03).

Percebe-se na fala acima que o conceito de gestão democrática envolve a inserção de


novos atores na busca de qualidade educacional, onde o papel da escola é oferecer espaço de
participação para a comunidade, família, alunos e demais segmentos da sociedade, na fala
acima a gestora aponta a gestão democrática como uma estratégia para maior acesso a
educação e desenvolvimento do país. Para Pontes (2007, p.61) a:

Gestão democrática implica participação intensa e constante dos diferentes


segmentos sociais nos processos decisórios, no compartilhar as responsabilidades,
na articulação de interesses, na transparência das ações em mobilização e
compromisso social em controle coletivo.

Portanto, falar de gestão democrática do ensino compreende relacionar os processos


de participação social resultando na formulação de políticas educacionais; na determinação de
objetivos e fins da educação; no planejamento; nas tomadas de decisão; na definição sobre de
recursos e necessidades de investimento; nos momentos de avaliação. Outro elemento que
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caminha paralelo à gestão democrática é o projeto político pedagógico das escolas, que
segundo nossa entrevistada:

É um processo de trabalho coletivo da escola levando em consideração o contexto


social e educativo. Por isso a elaboração de seus objetivos deve interagir com as
prioridades estabelecidas pela coletividade. Desse modo, a construção das ações
deve direcionar-se a uma nova realidade priorizando as dimensões pedagógicas,
política, administrativo-financeira e a jurídica, para que possa ser executável.
(Gestora 02).

Quanto ao projeto político pedagógico, ainda não percebo na escola que atuo sua
direção, primeiro porque não temos o projeto sistematizado (escrito), segundo
porque o primeiro projeto construído e sistematizado nunca foi posto em pratica.
Penso que uma proposta pedagógica deve partir do desejo coletivo em saber para
onde caminhar, que objetivo alcançar, porém confesso ser bastante difícil, confuso e
desordenado trabalhar sem uma proposta efetiva, onde uns querem e a minoria não
dão importância. A escola assim, perde sua autonomia e constantemente não percebe
os resultados alcançados, muito menos consegue suprir suas dificuldades (Gestora
01).

Portanto, como projeto político pedagógico, o que se busca é a construção coletiva de


planos e ações visando uma determinada realidade social, segundo Ribeiro (2004, p.23) “á
escola é permitida á adaptação à sua realidade, conforme proposta pedagógica elaborada com
a participação do pessoal da escola e da comunidade”.
Na segunda fala, a entrevistada aponta para as lacunas existentes na sua efetivação,
marcada, pela dificuldade, em colocá-lo em prática, ou mesmo pela falta de compromisso de
alguns, resultando na perda de autonomia.
Portanto, o PPP deve ser um documento que aponte para as dificuldades e avanços da
escola, para Ribeiro (2004, p. 52) complementa que “É um documento resultante do
planejamento escolar como um todo”. Deve expressar as orientações gerais da escola. Ele
antecipa acontecimentos, envolve estratégias e propostas práticas de ações.
Diante disso, o que se percebe é o reconhecimento desse elemento como diretriz que
embasa a proposta escolar, ainda que em muitos casos não se coloque em prática por vários
motivos presentes no cotidiano escolar, razão esta que dificulta a superação de problemas e a
percepção de resultados positivos para a melhoria da qualidade na escola pública.

Conselho Escolar

Assim como a conquista da gestão democrática, destaca-se também o surgimento


concomitantemente das representações de colegiados, e dentre eles cabe enfatizar o conselho
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escolar, que em sua composição abre espaço para a participação da comunidade no


gerenciamento da escola, visto que anteriormente, a escola era vista com sentimento de posse
de quem trabalhava nesse espaço, onde as decisões eram centradas na figura do diretor. Para
Almeida (2006, p.51) o conselho escolar:

Passou a ter poder de decisão sobre o aspecto administrativo, financeiro e


pedagógico da escola e a contar com uma composição paritária, ou seja, composto
por um número igual de pais, alunos, professores e funcionários. Pelo menos no
papel.

Essa administração colegiada se fundamenta na tomada de decisões coletiva, onde o


trabalho pedagógico deve ser pensado, discutido, sistematizado e desenvolvido na sua
coletividade, rompendo com os processos centralizadores, em que poucos pensam e outros
apenas executam. Dessa forma, o conselho escolar é o órgão responsável em fiscalizar,
consultar e deliberar, onde sua atuação ocorre por meio de eleição direta.
Seu caráter não se restringe apenas a deliberar recursos, como afirma nossa entrevista,
o maior problema dos conselhos é sua limitação como órgão deliberativo “percebo que a
atuação do conselho poderia ser mais participativa nas decisões escolares e deixar de ser
apenas gerenciador do recurso advindo do PDDE” (Gestora 01).
N o mesmo caminho as gestoras também apontam para as lacunas, presente na atuação
desse órgão em sua escola,

“Falando de conselho, na escola em que atuo existe, no entanto, não é atuante é


somente financeiro. É claro que eu gostaria que fosse atuante para que nos auxiliasse
na resolução dos problemas que ocorrem em uma escola”. (Gestora 03).

Denomino como o principal parceiro da escola, em muitos casos funciona apenas


como fiscalizador do dinheiro, eu creio que sua função não deva se limitar somente
o gerir recurso (PDDE), e sim participar ativamente da realidade da escola,
principalmente na resolução de problemáticas que afetam o ambiente escolar,
situações estas que constantemente a escola vivencia, portanto o conselho é um forte
aliado do gestor, sua decisão sozinha não tem força, no entanto com parceria, ele é
capaz de fazer muitas coisas que venha melhorar esse espaço. (Gestora 04).

Conforme observa-se nas falas das gestoras 03 e 04 a representação que o conselho


escolar assume, se limita a parte financeira, conforme Paro (2001, apud Almeida 2006, p.36)
“um dos maiores problemas existentes, é que os conselhos escolares, têm sido vistos como
órgão isolado no interior da escola, deslocado de uma política mais ampla e seria de
democratização dos espaços escolares.
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O conselho escolar é um exemplo de gestão democrática, pois é composto de pais,


alunos, professores e funcionários paritariamente. Todavia, os conselheiros ainda
não compreenderam ou ainda não tiveram a oportunidade de desempenhar suas
funções ou atribuições como deveriam. Nas escolas o conselho age apenas como
gerenciador dos recursos do PDDE, ou seja, faz as compras daquilo que a escolas
necessita (recursos e materiais). (Gestora 02)

Dessa forma, apesar dos conselhos terem um papel relevante dentro do espaço escolar,
percebe-se, nas falas acima uma grande distância entre teoria e prática, marcada pela
ineficiência nas suas atribuições, que ora se confunde com suas verdadeiras funções, segundo
Almeida (2006, p.54):

Entre suas competências, o Conselho Escolar tem como função deliberar sobre: as
diretrizes e metas da escola; alternativas de soluções para problemas de natureza
administrativa e pedagógica; projetos de atendimento Psico- pedagógico e material
ao aluno; programas especiais visando a integração escola-família-comunidade;
criação e regulamentação de instituições auxiliares da escola; prioridades para
aplicação de recursos da escola e das instituições auxiliares; indicação, a ser feita
pelo diretor da escola, assistente de direção quando este for oriundo de outra unidade
escolar; penalidades disciplinares a que estiverem sujeitos os funcionários,
servidores e alunos; elaboração do calendário e o regimento escolar, observadas as
normas do Conselho Estadual de Educação e da Legislação pertinente; apreciação
dos relatórios anuais da escola, verificando seu desempenho diante das metas
estabelecidas.

Portanto, destaca-se que entre as atribuições de um conselho escolar ativo, este seja
capaz de acompanhar as tomadas de decisões, sejam elas: pedagógicas financeiras ou
administrativas, presentes no contexto escolar.

Considerações Finais

Este estudo teve como objetivo refletir sobre as representações sociais da gestão
escolar nas escolas pólos da sede do município de Tracuateua-Pá, contextualizando as
demandas e os desafios enfrentados pelo gestor escolar, tendo como eixo norteador a gestão
democrática, projeto político pedagógico e o conselho escolar,
Constatou-se neste trabalho que os gestores escolares pesquisados, veem a gestão
democrática como elemento importante para melhorar a educação, desde que a escola esteja
aberta a novas ideias e a participação de novos atores, no entanto conforme uma de nossas
entrevistadas ainda que seja uma boa opção, a gestão escolar esbarra nos conflitos de
interesses, manipulação de grupos, falta de comunicação e desconhecimento de alguns temas
que deveriam ser esclarecidos com todos os envolvidos, impossibilitando que a mesma saia
do papel e alcance dimensões concretas e palpáveis.
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Outro desafio importante é dar significado ao PPP, visto que em virtude da


instabilidade política e da constante troca das direções das escolas, os projetos políticos
pedagógicos ficam engavetados, ou inacabados, fazendo com que muitos gestores trabalhem
de forma solta sem um eixo norteador, ou em alguns casos sem considerar o compromisso que
todos deveriam ter com o bem público. O gestor escolar diante do político e pedagógico deve
articular a relação entre escola e comunidade, a fim de se construir um projeto coletivo que
vise à transformação da escola em uma instituição verdadeiramente democrática e cumpridora
de sua função social que é a de ensinar a ler, escrever pensar e falar.
Assim a gestão democrática é representada como artefato fundamental, pois dá acesso
a inclusão das demais categorias no acompanhamento da proposta pedagógica, com ênfase na
participação da comunidade no interior da escola. Quanto à atuação dos conselhos escolares,
os diretores entrevistados apontaram para um grande problema que é a falta do exercício das
suas verdadeiras funções, limitando-se apenas como gerenciador, ressalto ainda que existem
grandes obstáculos que precisam ser superados, uma vez que a participação dos conselhos é
fundamental como legitimador da gestão democrática e participativa.

REFERÊNCIAS

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