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ÍNDICE
PREÂMBULO............................................................................................................................6
CAPÍTULO I..............................................................................................................................9
A HISTÓRIA DO ADVENTISMO..........................................................................................9
CAPÍTULO II..........................................................................................................................10
A RESPEITO DO SÁBADO..................................................................................................10
CAPÍTULO IV .......................................................................................................................... 34
SOBRE O ALÉM-TÚMULO................................................................................................... 34
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4.1.2. II CORÍNTIOS 5.1-8 .................................................................................................. 35
CAPÍTULO V ........................................................................................................................... 40
CADEIA CIRCUNSTANCIAL?!............................................................................................40
CAPÍTULO VI .......................................................................................................................... 45
CAPÍTULO VII........................................................................................................................47
CAPÍTULO
VIII......................................................................................................................533
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8.1. CONTRA A POLÍTICA OU A FAVOR
DELA?............................................................533
EPÍLOGO .................................................................................................................................. 65
I. OBRAS EVANGÉLICAS...................................................................................................... 66
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PREÂMBULO
Muitas das heresias pregadas pelos adventistas, são heresias com “h”
minúsculo, isto é, infantilidades espirituais pequenas demais para desqualificá-los
como cristãos. A guarda do sábado semanal e a observância do cardápio judaico
(se não fossem apresentadas como condição imprescindível à salvação); a negação
do castigo eterno para o diabo, seus anjos e os homens perdidos; a chamada
“prisão circunstancial” para Satanás; o chamado “sono da alma”; a afirmação de
que o milênio será no Céu e outras mais desse nível, são erros que, não obstante,
podem ser tolerados. Afinal de contas, quem não erra? Qual é a igreja evangélica
que não comete alguns desvios doutrinários? Ninguém acerta tudo. Por este
motivo, durante muitos anos este autor considerou os adventistas como
evangélicos. A resposta que dávamos aos que nos consultavam sobre este assunto
era que o Adventismo seria uma igreja evangélica mal doutrinada. Isto se deu
porque não queríamos emitir juízo temerário; temíamos atuar como “juízes” de
pequenas causas. E, pior ainda, não fazer justiça nesse julgamento. Pensávamos
que o Adventismo, apesar dos seus desvios, não chegava a negar os pilares da fé
cristã. Assim pensávamos porque, em diálogos com amigos adventistas,
detectamos que eles não negam a triunidade de Deus; o nascimento virginal de
Jesus e a dualidade de natureza (divina e humana simultaneamente; inseparáveis,
porém distintas) na Sua Pessoa; a pessoalidade e divindade do Espírito Santo; a
inspiração verbal e plena das Escrituras Sagradas - a Bíblia; a pecaminosidade do
homem; a morte de Cristo na cruz e Sua ressurreição dentre os mortos; a segunda
vinda de Cristo; o arrebatamento da Igreja e outros pontos relevantes. Qual não foi,
portanto, a nossa surpresa, quando, enquanto pesquisávamos mais sobre este
segmento religioso, descobrimos que o Adventismo do Sétimo Dia, longe de falhar
somente em questões periféricas (ou banais) do Cristianismo, nega pontos
cardeais (ou fundamentais) da fé que, de uma vez por todas, foi entregue aos
santos (Jd 3). Altruisticamente, pois, elaboramos estas linhas, com os seguintes
objetivos: Glorificar a Deus, edificar a Igreja (qualitativamente) e bradar às vítimas
dos engodos religiosos que constituem o Adventismo, os quais, por sua vez, o
caracterizam como seita. Certamente este brado despertará a muitos dormentes, o
que contribuirá para a edificação quantitativa da Igreja do Senhor Jesus.
Não confunda Adventismo com adventistas. Este autor desdenha o
Adventismo, não os adventistas, que, geralmente são pessoas amáveis, dignas de
respeito. Esta informação é importantíssima, visto não serem poucos os
adventistas que se melindram, e, irados, arremetem com ímpeto contra os que
ousam ponderar suas crenças. Tenho recebido diversos e-mails desaforados,
vindos de adventistas revoltados, que me agridem moralmente, tachando-me de
demente, hipócrita, odioso etc. E tudo isso só porque refuto suas doutrinas e
advirto aos meus irmãos em Cristo, principalmente os Pastores, quanto ao
dissimulado proselitismo que os adventistas fazem junto às igrejas evangélicas,
visando nos conquistar para as suas fileiras. Eles o fazem com boas intenções, pois
nada mais querem que nos tirar do que chamam de igrejas falsas, hipócritas,
babilônias etc. Mas, como de pessoas bem intencionadas, o inferno já está cheio,
convém que não cochilemos. Olhemos, pois, por nós mesmos e pelo rebanho sobre
o qual o Espírito Santo nos constituiu Bispos, para que as ovelhas que o Sumo
Pastor nos confiou permaneçam sob o Cajado que Ele pôs na nossa mão (At 20. 28).
Livremo-las dos lobos, ursos e leões (1Sm 17. 34-36a; Mt 7.15). Longe de fugirmos
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à luta, encaremos os lobos e socorramos as ovelhas do Amo (Jo 10. 12). Levemo-las
às águas tranquilas e aos pastos verdejantes da sã doutrina (Sl 23), e lutemos para
que não comam “parra brava” (2Rs 4. 39-40). Demos “farinha” (2Rs 4. 41 [a
Palavra de Deus bem explicada]) aos que já se intoxicaram com a parra brava do
Adventismo (2Rs 4. 41).
Já informei que não raro os adventistas se melindram ante nossas refutações às
suas crenças; mas, como o leitor daqui a pouco verá, os itens 6, 7, 8 e 12, da lista
abaixo, não deixam dúvida alguma de que eles também tentam provar que as
igrejas evangélicas são falsas. Ora, ao réu deve-se, com justiça, o direito de defesa.
E é através destas linhas que elevo a minha voz em defesa das inverdades que
renomados adventistas têm proferido contra as igrejas evangélicas, tachando-as de
falsas. Mas, como é impossível se defender de uma acusação falsa, sem refutar a
mentira, qualificando-a como tal, este livro não é apenas defensivo, mas também
ofensivo. À verdade esposada pela fé evangélica, minhas apologias; e à frágil base
sobre a qual o Adventismo se apoia para nos tachar de igrejas falsas, minhas
refutações.
O leitor verá que o Adventismo, embora tenha muitos pontos em comum com
os evangélicos, simultaneamente nega não poucos pilares da genuína fé cristã,
portando, entre outros, os seguintes desvios:
7
White, escritos estes considerados como sendo tão inspirados por Deus
quanto a Bíblia;
15) Prega que os pecados dos verdadeiros cristãos serão castigados e
expiados na pessoa do diabo, etc.
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CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DO ADVENTISMO
9
CAPÍTULO II
A RESPEITO DO SÁBADO
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Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um
esteja inteiramente convicto em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para
o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem
não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive
para si, e nenhum morre para si. Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; se
morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos,
somos do Senhor. Porque foi para isto mesmo que Cristo morreu e tornou a viver,
para ser Senhor tanto de mortos como de vivos. Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou
tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o
tribunal de Deus. Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se
dobrará todo joelho, e toda língua louvará a Deus. Assim, cada um de nós dará conta
de si mesmo a Deus.
Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito
não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão. Eu sei; e estou certo no Senhor Jesus,
que nada é de si mesmo imundo a não ser para aquele que assim o considera; para
esse é imundo. Pois, se pela tua comida se entristece teu irmão, já não andas segundo
o amor. Não faças perecer por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu.
Não seja, pois, censurado o vosso bem; porque o reino de Deus não consiste no comer
e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo. Pois quem nisso
serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens. Assim, pois, sigamos as coisas
que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua. Não destruas
por causa de comida a obra de Deus. Na verdade tudo é limpo, mas é um mal para o
homem dar motivo de tropeço pelo comer. Bom é não comer carne, nem beber vinho,
nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece. A fé que tens, guarda-a contigo
mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo
naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o
que faz não provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado” (Rm. 14, Versão
Revisada)
Guardando ou não o sábado, se nos valermos unicamente da cruz de Cristo,
seremos salvos; e conhecemos muitos sabatistas que pensam assim também, e com
estes temos mantido plena comunhão espiritual. Por que não? Nenhuma
divergência pode, ou não deve, separar aqueles que convergem no Calvário (Sl
133). Não permitamos que os pontos de vista adversos separem aqueles que a cruz
de Cristo uniu; portanto, se os sabatistas, além da guarda do sábado e do cardápio
judaico por eles observado, quiserem guardar também a páscoa, o pentecostes, a
circuncisão, o jubileu, a lua nova etc., que o façam. Estas coisas, apesar de erradas,
não os levarão ao inferno, se não tentarem se salvar através delas ou de uma delas.
Porém, ao se valerem dessas coisas para se salvarem, serão condenados. E é a
Bíblia que ensina assim. Por exemplo, o apóstolo Paulo, não obstante haver
circuncidado Timóteo (At 16.1-5) e dito que a circuncisão e a incircuncisão são
ineficazes (ICo 7.18-19; Gl 5.6), assegurou que se os gálatas se circuncidassem
seriam condenados (Gl 5.2-4). Aparentemente este apóstolo foi incoerente. Sim,
porque se a circuncisão não tem valor algum, por que ele circuncidou Timóteo?
Também por que disse que se os gálatas se deixassem circuncidar, seriam
condenados? Timóteo se perdeu? E quem o pôs no caminho da perdição foi o
apóstolo Paulo? Como se explica estas aparentes contradições? A resposta é a
seguinte: Paulo circuncidou Timóteo tão-somente para não escandalizar os judeus
ignorantes e assim ganhá-los para Cristo (I Co 9.19-23), mas os gálatas se
circuncidavam para se salvar. Eles haviam sido enganados pelos que diziam: “...se
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vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (At 15.1b).
Isto é mais que suficiente para provar que, se dissermos que os sabatistas têm que
pararem de guardar o sábado para se salvarem, iremos para o inferno; e que os
sabatistas para o inferno irão, se disserem que estamos condenados, por não
guardarmos o sábado. O porquê de tudo isso é que não podemos ignorar duas
coisas, sob pena de sermos condenados para sempre; 1a.) Cristo salva; 2a.) Só
Cristo salva. Portanto, não nos basta apegarmos a Cristo, temos que fazer algo
mais, a saber, temos que apegarmos SÓ a Cristo. O Salvador não tem sócio (At
4.12); Ele não aceita nos dividir com pessoa ou coisa alguma. Ele nos quer só para
si; é tudo ou nada (Mt 12.30; Lc. 16.13). Logo, acautelemo-nos para não tentarmos
ser de Cristo e do sábado, ou de Cristo e do domingo.
A observância de um ou mais dias de repouso semanal pode ser, ou uma coisa
salutar, ou uma infantilidade, ou ainda um grave pecado. É uma coisa salutar ao
corpo e à alma, quando, sem atribuirmos a isso valor salvífico, o fazemos só para
descanso, adoração e proclamação do Evangelho; é uma infantilidade
relativamente inofensiva, quando pensamos que Deus mandou observá-lo, embora
admitamos paralelamente que a sua inobservância não conduza à perdição; e é um
grave pecado quando fazemos de um dia de guarda motivo de salvação ou de
perdição. Conformemo-nos, pois, às recomendações contidas em Rm. 14;
porquanto agir de outra maneira equivale a subestimar o precioso sangue de Jesus,
dando-lhe um coadjuvante. E esse ato é uma afronta à Trindade Santa que se
mobilizou para, por intermédio do sacrifício vicário de Jesus, mudar a nossa sorte e
nortear as nossas vidas.
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fato, quebrar um dos mandamentos da Lei, já que até acender fogo no dia de
sábado era proibido (Ex 35.3);
c) Os sabatistas adoram citar At 13.14,42,44; 17.2 e outras passagens
bíblicas, nas quais encontramos os apóstolos Paulo e Barnabé indo às sinagogas,
aos sábados, para evangelizar; pensam eles que o faziam aos sábados porque
guardavam o sétimo dia da semana em obediência à Lei de Deus. Mas a verdade é
que os apóstolos estavam aproveitando a oportunidade. Aos sábados os judeus se
reuniam nas sinagogas, e contatá-los lá era prudente. Além disso, os apóstolos
estavam dispostos a até mesmo guardar o sábado, se isso se fizesse necessário à
salvação dos judeus (I Co 9.19-23). A prova disso é que o apóstolo Paulo fez o voto
de nazireu, prescrito em Nm 6.1-21, isto é, ficou cabeludo (?) e depois rapou a
cabeça (At 18.18); circuncidou Timóteo (At 16.1-5); e esforçou-se para passar o dia
de Pentecostes em Jerusalém (At 20.16). Por que os adventistas não rapam suas
cabeças, não se circuncidam e observam a festa de Pentecostes, já que o apóstolo
Paulo fez todas estas coisas? À luz de I Co 9.19-23, Paulo fez isso para não
escandalizar os judeus ignorantes e assim ganhá-los para Cristo. Ora, Paulo não
guardou o sábado, mas se o tivesse guardado, ninguém poderia se valer disso para
dizer que é da vontade de Deus que a Igreja o observe ainda hoje.
d) I Jo 5.3; Ap 12.7. É verdade que o Novo Testamento diz que temos que
guardar os mandamentos, mas estes mandamentos não são os do Antigo
Testamento. Logo, esta “base”, sobre a qual os adventistas se apoiam, também não
é sólida;
e) II Co 3.14 diz categoricamente que o Velho Testamento está abolido por
Cristo; mas os adventistas citam Mt 5.17,18 para “provarem” que a Lei Moral está
de pé. A verdade, porém, é que Cristo aboliu toda a Lei, ou seja, todo o Pentateuco,
incluindo o Decálogo. Mas como entender isso? Da seguinte maneira: Quando Jesus
disse que “até que o Céu e a Terra passem, nem um i ou um til, jamais passará da
Lei até que tudo se cumpra”, não estava dizendo que a Lei não passaria e, sim, que
só passaria depois de cumprida. O sábado, a circuncisão, a páscoa, o Pentecostes, o
jubileu, a lua nova, etc., passaram, depois de Cristo os cumprir na cruz. Que
passaram está claro, pois até os sabatistas sabem disso, visto que eles também não
guardam os preceitos acima, com exceção do sábado, o que é incoerência;
f) Os sabatistas alegam que Mt 5.17,18 é uma referência à Lei moral, e não à
Lei Cerimonial; isto dizem para guardarem o sábado e o cardápio judaico, sem
observarem os demais preceitos da Lei e não passarem por incoerentes. Mas a
palavra “lei” na Bíblia se refere a todo o Pentateuco. Por exemplo, em Lc 2.23 se diz
que os sacrifícios de animais constam da Lei do Senhor; e este preceito é um dos
mandamentos morais?;
g) Em Ap 1.10 está exarado que o apóstolo João foi arrebatado no dia do
Senhor. Os adventistas acham que esse dia é o sábado, mas na verdade trata-se do
domingo. A questão é que, embora o Novo Testamento não determine nenhum dia
de guarda, os cristãos primitivos, por livre e espontânea vontade, decidiram
dedicar o primeiro dia da semana a Deus, em comemoração à ressurreição de
Cristo que, segundo a Bíblia, ocorreu no primeiro dia da semana (Mc 16.9).
O fato de a Bíblia mostrar os cristãos primitivos celebrando a Santa Ceia do
Senhor e separando suas ofertas aos domingos (At 20.7; I Co 10.1,2), é algo a que
apegarmos. Por que faziam isso aos domingos? O que há de especial nesse dia?
Nada, certamente, pois esse dia é um dia como outro qualquer; porém, nele
ocorreu algo mais importante do que a criação do Universo, a saber, o triunfo de
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Cristo sobre a morte e a nossa justificação (Rm 4.25). Porque Cristo ressuscitou no
domingo, eles tinham predileção por este dia; porque tinham predileção por este
dia, nele se reuniam; e porque nele se reuniam, a celebração da Santa Ceia e o
ofertório nele se concretizavam.
Como se pode ver, os adventistas estão “bem” calçados. Dividindo a Lei em três
partes (moral, sanitária e cerimonial) e dizendo que as leis morais e sanitárias
ainda estão de pé, eles conseguem ser incoerentes sem que aparentem sê-lo.
Guardam apenas uma parte da Lei e dizem que quem o faz somos nós, que não
guardamos o sábado; porém, a verdade é que nós não guardamos a Lei, nem
parcial, nem integralmente. Nós estamos noutra; nós estamos no Novo
Testamento. E o Novo Testamento não é o Velho Testamento remendado,
consertado, reformado, pintado, etc. Não! O Novo Testamento não é o Velho
Testamento transportado de lá para cá. O Novo Pacto é novo. Nós nos abstemos do
furto, do homicídio, da idolatria, da feitiçaria, não porque o Velho Testamento
proíbe estas coisas e, sim, porque o Novo Pacto que Cristo fez com a Igreja contém
estes deveres; caso contrario, seríamos tão incoerentes quanto os adventistas.
Saibam os adventistas que a Igreja tem um novo “não matarás” e um novo “não
adulterarás”. O “não adulterarás” do Novo Testamento é diferente do “não
adulterarás” do Decálogo. O “não adulterarás” do decálogo só proibia a cobiça à
mulher do próximo. O decálogo não proibia a um homem casado de namorar
outras mulheres - desde que estas fossem ou solteiras, ou viúvas, ou divorciadas -,
pedir suas respectivas mãos em casamento e casar com elas. Logo, o decálogo
permitia o que o Novo Testamento proíbe, sob pena de condenação eterna. Isto
prova que Deus nos deu sim, um novo “não adulterarás”, já que o primeiro não
retratava a vontade absoluta de Deus, e sim, a Sua vontade permissiva. Além disso,
o decálogo não dava às mulheres o direito de também se casarem com vários
homens simultaneamente. É óbvio que essa discriminação era uma adequação ao
sistema Patriarcal de então, demonstrando apenas a vontade permissiva do
Senhor. Salta, portanto, aos olhos que o Antigo Testamento, do qual o Decálogo era
parte integrante, era apenas a base de algo melhor que estava por vir: o Novo
Testamento. Neste, Deus não dá às mulheres o direito de ter muitos cônjuges, visto
que um erro não justifica o outro, mas tira do homem o direito de fazê-lo.
Temos também na Nova Aliança um novo “não matarás”. Deveras o “não
matarás” do Novo Testamento é diferente do “não matarás” do Antigo Testamento.
Na vigência da Lei de Moisés, matar pecadores como adúlteros, blasfemos,
feiticeiros, idólatras, profanadores do sábado, etc., não era homicídio. No Novo
Testamento, porém, quem executar qualquer desses pecadores, estará cometendo
assassinato e, portanto, pecando. Então, o nosso “não matarás” não permite o que o
“não matarás” dos judeus permitia. O Novo Testamento não privou o Estado de
usar a força policial, mas esta medida só é justificada quando em defesa da ordem
pública e/ou para manutenção da soberania nacional (Rm 13:1-7).
A Lei de Deus sempre foi santa, justa e boa, mas às vezes Ele não legisla sobre
um determinado assunto para, deste modo - creem renomados teólogos - levar o
homem a concluir por si mesmo que tal situação sobre a qual Ele se silenciou, não é
o melhor para nós. É o caso da poligamia e do concubinato que nunca foram
ordenados por Deus, mas tolerados durante séculos, até que Deus deu um basta a
essa permissividade. A partir daí, ter mulheres secundárias (isto é, concubinas),
sejam elas escravas ou cativas, como as tiveram Abraão, Jacó, Davi, etc., é ser
adúltero (1Tm 3:2; 1Co 7:2). Logo, o nosso “não adulterarás” proíbe o que o “não
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adulterarás” dos judeus permitia, o que prova que Deus não transportou para o
Novo Testamento, o “não adulterarás” da Lei, mas sim, que nos deu um novo “não
adulterarás”, distinto e diferente do “não adulterarás” do Velho Testamento. Sim,
distinto e diferente. Distinto porque não é o mesmo, e diferente por que não é
igual (perdoe-me esta redundância que só exibe o óbvio).
(No capítulo seguinte damos maiores informações acerca do que dissemos nos
últimos quatro parágrafos acima).
Os adventistas alegam que, se a Lei moral tivesse sido abolida de fato, os
evangélicos estariam livres não só para não observar o sábado, mas também para
matar, roubar, caluniar, prostituir etc.. Mas eles esquecem que a “Lei de Cristo”
(1Co. 9.21), sob a qual está a Igreja, proíbe a prática dessas coisas. Os cristãos não
se prostituem em obediência ao Pacto de Deus com os judeus e, sim, em obediência
à Nova Aliança celebrada entre Cristo e a Igreja (1Co 9.21; Hb. 12.24). Além disso, a
Lei de Cristo está plasmada na alma do cristão, tornando-se mais um princípio do
que um conjunto de normas.
Nenhum mandamento do Velho Testamento foi transportado para o Novo
Testamento. Muitos (não todos) foram repetidos, mas nenhum foi transportado de
lá para cá. Repetimos: “O Novo é novo”; os preceitos do Novo Testamento existem
independentemente de terem ou não existido no Antigo Testamento. Qualquer
semelhança é mera coincidência (veja maiores informações sob o cabeçalho O
Sábado e os Coríntios).
15
pobres, às quais novamente querem servir? Vocês estão guardando dias, meses,
tempos e anos, por julgarem estas coisas indispensáveis para salvação. Isto me faz
ficar receoso de haver perdido todo o trabalho que eu tivera para evangelizar e
doutrinar a vocês, pois este procedimento leva á perdição”.
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que se assim fosse, nenhuma necessidade haveria de o apóstolo Paulo dizer que
ninguém pode nos condenar, por não estarmos observando os dias de festa e os
sábados. Observemos que o apóstolo diz que ninguém pode nos julgar pelo que
comemos ou deixamos de comer, pelo que bebemos ou deixamos de beber, por
causa dos DIAS DE FESTA, ou de lua nova, ou de SÁBADOS. Logo, as festas e os
sábados sãos distintos, ou seja, uma coisa não é a outra. E se são coisas distintas
(embora seja verdade que as festas ou solenidades judaicas são chamadas de
sábados no original hebraico), os sábados aqui referidos por Paulo são,
necessariamente, os sábados semanais.
Os adventistas “respondem” a este argumento dizendo que “a lua nova
também era dia de festa, e, não obstante, o apóstolo destacou os dias de festa da lua
nova”. Querem dizer com isso que “assim como a lua nova era um dia de festa como
os demais dias festivos, mas o apóstolo a destacou dos demais, também os sábados
mencionados em Cl. 2.16 são as festas judaicas, não obstante estarem destacados
dos demais dias festivos”. Alegam que se trata duma repetição, para reforçar a
ideia. Por que a interpretação tem que ser essa? Essa “hermenêutica” é a única
admissível?.
A razão pela qual Paulo destaca a lua nova dos demais dias festivos é porque as
solenidades da lua nova se concretizavam todos os meses do ano. Ora, por mais
solene que seja, algo que se faz todos os meses não pode ser considerado festa, no
sentido pleno da palavra. Todos os assembleianos estão convictos que a festa
magna do Cristianismo é a Santa Ceia do Senhor. Não obstante, se o leitor for a um
de nossos templos em dia de Santa Ceia e nos perguntar: “Há festa hoje?” nós lhe
responderemos: “Não”. Embora em seguida o pastor possa anunciar do púlpito:
“Hoje estamos celebrando a maior festa do Cristianismo, a saber, a Ceia do Senhor,
a qual tem por finalidade fazer com que não olvidemos do que o nosso Redentor
fez por nós na cruz!”. E não há em tudo isso nenhuma contradição. Além disso, cada
culto é, a bem-dizer, uma festa, apesar de não sê-lo no significado maior desta
palavra. Sim, a Santa Ceia do Senhor é uma solenidade estupenda, mas como a
celebramos amiúde, isto é, duas vezes por mês, não a chamamos de festa, exceto
quando queremos salientar a sua importância.
Como já está claro, os sábados são chamados de sombras dos bens futuros. Os
sabatistas concordam que tudo quanto era sombra foi abolido por Cristo. Este é o
motivo pelo qual também não se circuncidam, não observam o ano sabático, não
sacrificam animais a Iavé, e assim por diante. Ora, só lhes falta agora abrirem mão
do sábado semanal, e do cardápio judaico, já que, segundo a Bíblia, as prescrições a
respeito das comidas, das bebidas, dos dias de festa, da lua nova, e dos sábados,
também são sombras dos bens futuros, isto é, tipos, que se findaram quando os
seus antítipos chegaram.
Os sabatistas alegam que o sábado semanal não pode ser sombra, pois foi
estabelecido antes da entrada do pecado no mundo (Gn 2.2-3). Quanto a isso,
porém, eles necessitam atentar para três coisas:
Primeira: Que os sábados eram sombras, é a Bíblia que o diz textualmente e,
portanto, não se trata de uma inferência ou dedução que possa ser julgada pelos
nossos interlocutores. A Bíblia dá, ou não, a ultima Palavra? Estamos sendo
norteados pela Bíblia ou pelas nossas próprias razões?
Segunda: Talvez o sábado não tenha sido sombra inicialmente, mas, sem duvida,
foi integrado ao conjunto de normas constituintes do Pacto firmado entre Deus e
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os judeus, como sombra; e é a Bíblia que o diz. Podemos refutar ao que está
claramente exarado nas páginas do Livro dos livros?
Terceira: Onde está escrito que Deus não poderia instituir uma sombra dos bens
futuros, antes da entrada do pecado no mundo? Os que respondem dizendo que
não está escrito, mas é óbvio, certamente ignoram que Deus é presciente e
previdente. A Bíblia, porém, deixa claro que a entrada do pecado no mundo não
pegou Deus de surpresa e desprevenido; senão, examine estas referências bíblicas:
II Tm 1.9; Ef 1.4; I Pe 1.2; Ap 13.8; 17.8; Is 46.l0; etc..
A maneira paulina de alistar os dias de festa, a lua nova e os sábados é antiga,
pois consta do Velho Testamento; para provar isso transcrevemos aqui I Cr 23.31,
II Cr 31.3 e Is 1.13-14, respectivamente:
“E oferecerem continuamente perante o Senhor todos os holocaustos, nos sábados,
nas luas novas e nas festas fixas, segundo o número ordenado”;
“A contribuição da fazenda do rei foi designada para os holocaustos: os
holocaustos da manhã e da tarde, os holocaustos dos sábados, das luas novas e das
festas fixas, como está escrito na Lei do senhor”;
“Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas
novas, os sábados, e a convocação de assembleias... não posso suportar a iniquidade e
o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as
aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer”.
Como se pode ver, lendo as transcrições acima, a lua nova, embora sendo
também um dia solene entre os judeus, sempre foi destacada das festas fixas.
Paulo não foi o primeiro a usar este critério, e um razoável motivo para as coisas
serem assim é o fato de que se tratava duma solenidade que se concretizava
amiúde: era um cerimonial mensal.
Certo adventista argumentou que o fato do vocábulo sábado estar grafado no
plural (sábados), prova não se tratar do sábado semanal, e sim das festas judaicas.
Não cremos que os líderes dos adventistas usariam um “argumento” tão frágil; isto
porque até hoje pronunciamos os dias da semana no plural, em frases como estas:
“O programa tal irá ao ar aos sábados, das 15:00 às 16:00 h”; “Sempre estaremos
aqui aos domingos pela manhã”; “Às quartas-feiras o Dr. Fulano estará atendendo
no hospital tal”.
Uma pergunta que certamente ajudará os adventistas a enxergarem que
realmente os sábados de Cl 2.16 são semanais é: Como um sacerdote do Velho
Testamento, séculos antes do nascimento de Cristo, interpretava I Cr 23.31? Ele
tinha que saber o certo, pois era ele quem tinha a incumbência de oferecer os
sacrifícios ali prescritos, segundo o número ordenado. Será que ele não estaria
equivocado se não oferecesse os holocaustos dos sábados semanais por achar que
os sábados, nesse caso, eram as festas fixas e as luas novas? Pensem nisso os
adventistas sinceros! Se o leitor perguntar aos rabinos se os sábados de I Cr 23.31
são semanais, seguramente dirão que sim. E cremos piamente que se esta pergunta
fosse formulada aos mais piedosos sacerdotes alguns séculos antes do nascimento
de Jesus, todos eles diriam o mesmo. Não é possível chegar-se a uma conclusão
contrária. Duvidaríamos da sinceridade daqueles que dissessem que, nas suas
opiniões, os sábados de I Cr 23.31 não são semanais. E se em I Cr 23.31 os sábados
são semanais, então os de Cl 2.16 também são. E se são, os sábados semanais eram
sombras; e, se eram sombras, passaram-se.
Cremos que a Bíblia deixou claro para todos nós que o sábado era sombra, e se
era sombra morreu na cruz, foi sepultado no pentecostes e jamais ressuscitou. Os
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sabatistas tentam reanimá-lo, mas ele não reage. E como amam-no
apaixonadamente, transportam sobre os ombros esse defunto tão pesado; mas este
livro tem por objetivo encorajá-los a sepultarem esse defunto que já foi velado em
demasia.
Em II Co 3.6-16 podemos ler o que se segue: “O qual nos fez também capazes de
ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra
mata, e o Espírito vivifica”. E, se o ministério da morte, gravado com letras em
pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na
face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será
de maior glória o ministério do Espírito? Porque, se o ministério da condenação foi
glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. Porque também o
que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória.
Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que
permanece.
Tendo, pois, tal esperança, usamos de muito ousadia no falar. E não somos como
Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem
firmemente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram
endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho
Testamento, o qual foi por Cristo abolido. E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está
posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então, o véu se
tirará” (Edição Revista e Corrigida).
No texto acima transcrito, o Decálogo é chamado de “ministério da morte” (7a)
e de “ministério da condenação” (9a); enquanto que o Novo Testamento é chamado
de “ministério do Espírito” (8) e de “ministério da justiça” (9b). Do Decálogo se diz
que “veio em glória” (7) e do Novo Testamento se diz que “é de maior glória” (8) e
que “excederá em glória” (9b). Do Decálogo se diz que “era transitório” (11a; 13b;
7b), isto é, estava de passagem, ou seja, era provisório; e do Novo Testamento se
diz “que permanece” (11b). Do Decálogo se diz que “foi por Cristo abolido” (14b),
mas do Novo Testamento se afirma, como dissemos e repetimos, “permanece”.
Esta porção das Escrituras Sagradas deixa os adventistas num beco sem saída.
Sempre que lhes mostramos que a Lei foi abolida por Cristo, eles alegam que “não
se trata da Lei de Deus, da qual o Decálogo é um resumo; e sim, da Lei de Moisés,
cujos preceitos são cerimoniais e, portanto, sombras das realidades porvir”. Mas
agora eles não podem dizer isto, visto que neste trecho da Bíblia o apóstolo Paulo
fala exatamente do Decálogo; sim, é o Decálogo que o apóstolo Paulo chama de
“ministério da morte”, “ministério da condenação” e afirma que ele era
“transitório”, isto é, ele não veio para ficar. Os seus dias estavam contados. Seu fim
se aproximava a passos galopantes.
Está mesmo o apóstolo Paulo falando aqui do Decálogo? Claro que sim, visto
que ele, ao falar a respeito do “ministério da morte”, acrescentou que o mesmo foi
“gravado com letras em pedras” (7a). Ora, o que foi “gravado com letras em
pedras” a não ser o Decálogo?
Muitos creem que “o ministério da morte, gravado com letras em pedras”
refere-se a uma “cópia da Lei de Moisés, a qual este escrevera” (Js 8.32); Esta
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conclusão, porém, é precipitada, pois está claro que são os Dez Mandamentos que
constituem o que o apóstolo Paulo chama de “o ministério da morte”; porquanto, II
Co 3.7 refere-se não ao tempo de Josué e, sim, ao tempo de Moisés. II Co 3.7 diz
claramente esta verdade. Vamos relê-lo para certificarmos desta verdade? “E se o
ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que
os filhos de Israel não podiam fitar olhos na face de Moisés, por causa da glória do
seu rosto, a qual era transitória...”
Sempre que mostramos este trecho da Bíblia aos adventistas, eles tentam sair
dessa situação embaraçosa citando Jr 31.31-32, que diz: “Eis que os dias vêm, diz o
Senhor, em que farei um pacto, com a casa de Israel e com a casa de Judá, não
conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os
tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles INVALIDARAM, apesar de eu os haver
desposado, diz o Senhor” (grifo nosso, Versão Revisada).
Citando os versículos acima transcritos, os adventistas apresentam o seguinte
“argumento”: A palavra original, traduzida em II Co. 3.7 por ‘transitória’, pode ser
traduzida também por ‘abolida’; Isto significa que os judeus, por causa da sua
desobediência, estavam invalidando ou ABOLINDO a Lei, isto é, estavam tornando-
a sem efeito em suas vidas, visto que ela só é eficaz na vida daquele que a obedece.
É disto que Paulo estava falando.
O “argumento” acima, aparentemente sólido, é um disparate que só serve para
revelar o desespero daqueles que, embora sabendo que o erro não presta, não
querem abandoná-lo, por estarem apaixonados pelo mesmo. Senão, raciocinemos:
Se o motivo pelo qual o apóstolo Paulo disse que o Decálogo era transitório, fosse
porque havia alguém transgredindo-o, ele não poderia contrastá-lo com o Novo
Testamento, afirmando que este, ao contrario daquele, permanece; visto que o
Novo Testamento é transgredido pela grande maioria da humanidade. Se o
Decálogo era transitório, porque não estava sendo obedecido por alguém, o Novo
Testamento transitório é, já que a maioria esmagadora não o vive também. E, como
sabemos, o Novo Testamento também só é eficaz na vida daquele que o aceita. E os
falsos cristãos apenas fingem aceitá-lo.
Concordamos plenamente que o original grego traduzido na ARC por “era
transitório” pode ser traduzido por “estava sendo abolido”; mas a “explicação” que
os adventistas dão desta passagem bíblica, não resiste um confronto com a Bíblia.
O trecho bíblico que estamos analisando neste tópico (a saber, II Co. 3.6-16)
pode, por si só, dirimir as dúvidas dum inquiridor sincero, pois diz sem rodeios
que o Decálogo era transitório, ou seja, estava sendo abolido, e que finalmente
sucumbiu com Cristo no Gólgota. Observemos que o versículo l6 diz abertamente
que o “Velho Testamento... foi por Cristo abolido” (ALMEIDA REVISTA E
CORRIGIDA).
Quando a Bíblia diz que o Decálogo “estava sendo abolido”, quer dizer com isso
que a Lei estava destinada a expirar no Calvário e que, portanto, a partir do
momento que ela veio à existência, seu fim se aproximava a cada minuto que
passava.
Por dizer a Bíblia que o Decálogo (ou seja, os Dez Mandamentos, como já
explicamos nas páginas anteriores) era transitório, a guarda do sábado semanal
transitória era, pois, como todos sabemos, a ordem para se guardar o sábado é o
quarto mandamento do Decálogo.
Os adventistas alegam que se o Decálogo tivesse sido abolido, poderíamos
matar, furtar, adulterar, tomar o nome de Deus em vão, adorar ídolos, desobedecer
20
aos pais, mentir, caluniar etc.; visto que, não havendo Lei, não pode haver pecado,
já que o pecado é a transgressão da Lei (Rm 4.14). Mas eles precisam saber de três
coisas:
1a.) Os ímpios, para quem a Lei foi feita, continuam sendo contemplados por
Deus “à base da Lei e os juízos que por ela resultam”; sim, pois I Tm 1.9-10 diz:
“Sabendo isto: que a Lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados,
para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e
matricidas, para os homicidas, para os fornicadores, para os sodomitas, para os
roubadores de homens, para o mentirosos, para os perjuros e para o que for
contrário à sã doutrina”;
2a.) O cristão não está debaixo do Decálogo (é verdade), mas também não
está sem Lei. O cristão está sob o jugo de Cristo (Mt 11.28-30). Conforme bem o
disse o apóstolo Paulo, estamos sob a Lei de Cristo (I Co 9.21);
3a.) Se o Decálogo não existe para o Cristão e sim para os ímpios, quando um
ímpio se converte a Cristo, deixa, simultaneamente, de ser contemplado por Deus à
base da Lei e os juízos que dela resultam e passa, automaticamente, a estar sob as
cláusulas do Novo Pacto que ele e Cristo firmam, no ato da conversão.
Relembramos aos adventistas que todos os preceitos morais do Decálogo
estão repetidos no Novo Testamento, menos o sábado; e isto é digno de nota, pois
este fato testifica que o sábado era sombra dos bens futuros.
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cerimoniais do Pacto de Deus com os judeus. E como a ordem para se observar o
sábado semanal é parte integrante daquele Pacto, os cristãos estão livres desse
jugo também. Exceto se este mandamento estivesse repetido no Novo Testamento.
Os adventistas dizem ainda que “livres da Lei diz respeito à absolvição da
condenação que pesava sobre nós, a qual foi removida por termos recebido a Cristo”.
Porém, à luz da Bíblia, os “livres da Lei” estão libertos não só da condenação da Lei,
mas também da obediência à Lei. Doutro modo teríamos que sacrificar animais a
Iavé até hoje. (maiores informações sobre esse negócio de Lei de Deus e Lei de Moisés,
que os adventistas inventaram, constam do capítulo 3, deste livro)
22
eternos e onipotentes de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Mt 11.28). Este é o
verdadeiro sábado e é ininterrupto.
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2.10. O Sábado na Eternidade
Is 66.23 diz “que, de uma festa da Lua Nova à outra e de um sábado a
outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR” ( Almeida
Atualizada, grifo nosso). Geralmente os adventistas se servem deste versículo
para “provarem” que o sábado será observado até mesmo na Nova Terra, ou
seja, na eternidade, o que, segundo eles, é evidência de que o sábado é um
mandamento eterno. Mas, o que este texto está dizendo é que na eternidade a
adoração será ininterrupta, e nada mais. Doutro modo teríamos que observar
a Lua Nova também, visto que o texto em questão afirma de igual modo que
os adoradores adorarão de “uma Festa da Lua Nova à outra”. A Bíblia diz, por
exemplo, que os perdidos serão atormentados de dia e de noite (Ap 20. 10).
Entretanto, disso não podemos inferir que vá existir dia e noite no inferno.
Todos entendemos que, neste caso, o trecho bíblico em pauta está apenas
dizendo que o tormento será contínuo.
24
questão não é simplesmente se... devo ou não devo guardar o domingo... O assunto é
muito sério. É uma questão de vida ou morte, de salvação ou perdição”. (Assim Diz o
Senhor, página 5, de Lourenço Gonzalez Silva, edição do autor, 1986). E ainda à
página 376 deste mesmo livro, o seu autor fez constar: “ ‘Nós cremos que Deus, na
sua infinita sabedoria, viu com clarividência, ao fazer do sábado a grande prova de
lealdade a Ele nestes últimos dias; e que antes de terminar o tempo da graça para
os habitantes do mundo, estes receberão o conhecimento desta verdade e terão de
tomar a sua decisão eterna’ ” ( O grifo não é nosso)
Como já vimos, esta postura intransigente, que caracteriza a maioria dos
adventistas do sétimo dia, não se harmoniza com Rm 14.
Que os adventistas compreendam que o Velho Pacto morreu no Gólgota e que
o Novo Concerto vive para sempre! Oxalá os adventistas troquem a hemorolatria
(adoração do dia) que eles sabadolatricamente tributam ao sétimo dia da semana,
pela Teolatria, isto é, pela adoração a Deus! Que eles, ao invés de guardarem este
ou aquele outro dia, guardem o contato com o nosso Amável Salvador e Benfeitor
Jesus Cristo, Autor da Nova Aliança, que jamais envelhecerá, a qual não manda
guardar dia algum, mas sim, a fé, a única medianeira da graça salvadora que há em
Cristo Jesus, nosso Senhor.
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CAPÍTULO III
O CARDÁPIO ADVENTISTA
Neste capítulo pretendo provar, que embora saibamos que antes da entrada do
pecado no mundo, ao homem foi dada a ordem de se alimentar só de vegetais: “...
Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham
sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê
semente: ser-vos-ão para mantimento” (Gn 1.29), mais tarde o próprio Deus deu a
seguinte contra-ordem: “Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento...”
(Gn 9.3a). Este novo mandamento era para Noé e sua família (Esposa, filhos, noras,
netos, etc.). Logo, Noé e seus descendentes não tinham por que observar nenhuma
restrição alimentar quanto ao consumo de carne, pelo menos até que Deus ditasse
o que consta de Lv 11 e outros textos correlatos. Além disso, há aqui outros pontos
dignos de nossa atenção. Vejamo-los:
2ª) era uma ordem dada aos judeus, milênios após a criação do homem, a saber,
quando a Lei veio, muitos séculos após Abraão (Gl 3.17). E, sendo assim, os demais
descendentes de Noé (no caso, as outras nações) não estavam sujeitos a isso.
3ª) uma das muitas provas bíblicas de que algumas das restrições feitas aos
judeus, não eram extensivas aos outros povos, é o que consta de Dt 14. 21, que diz:
“Não comerás nenhum animal que tenha morrido por si; ao peregrino que está
dentro das tuas portas o darás a comer, ou o venderás ao estrangeiro...” (Grifo
nosso). Aqui Deus proíbe os judeus de comerem um animal que não tenha sido
morto pelo homem, mas os manda doá-lo ao peregrino ou vendê-lo a um
estrangeiro. Estaria Deus autorizando os judeus a induzir os estrangeiros ao
pecado? De modo nenhum. Este caso é similar ao dos nazireus que, como todos os
que estudam a Bíblia sabem, não podiam comer uvas: (...”nem uvas secas ou frescas
comerá” [ Nm 6: 3b]). Esta proibição não era nem para todos os israelitas, mas
apenas para aqueles que, dentre os judeus, fizessem o voto de nazireu, e enquanto
o dito voto durasse. Logo, alguns mandamentos eram só para os judeus. E, como se
não bastasse, havia alguns mandamentos que eram só para alguns dos judeus;
4ª) ninguém deve estranhar o fato de o imutável Deus estabelecer para Adão uma
dieta à base de vegetais; depois, mandar Noé comer todas as carnes;
posteriormente, proibir algumas carnes aos judeus; e, atualmente, voltar a nos
dizer o mesmo que dissera a Noé: “Tudo quanto se move e vive vos servirá de
mantimento... ” como o veremos abaixo. Sim, pois o Deus da Bíblia é assim
mesmo. Só os que ignoram que há várias Dispensações, bem como diversos Pactos
(com Adão, com Noé, com Abraão, com os judeus, com Davi e com a Igreja), se
surpreendem com isso. Sim, conforme Deus firma com o homem um Novo Pacto,
coisas que haviam sido proibidas antes, podem ser liberadas e vice-versa. Veja os
exemplos abaixo:
26
• Deus proibiu matar Caim (Gn 4:15), mas mandou Noé executar os
assassinos (9:6). Isto significa que se Caim fosse contemporâneo de Noé, a
lei de talião lhe teria sido aplicada por ordem divina;
• Jacó casou com a sua cunhada (Gn 29: 21-31), mas aos judeu isso foi
proibido (Lv 18:18);
• Abraão, Jacó e tantos outros servos de Deus, que viveram antes e durante a
vigência do Antigo Testamento, além de serem bígamos e polígamos, se
relacionavam sexualmente com suas criadas (Gn 16:4; 29:32 - 30:24). Hoje,
porém, não se proíbe apenas o concubinato, mas se estabelece como Lei, sob
pena de condenação eterna, a monogamia. Por que Deus permitiu no Antigo
Testamento algumas coisas que Ele não permite hoje? Não posso tratar
deste assunto aqui, pois o mesmo foge ao escopo deste livro. Por ora quero
apenas observar que a nossa responsabilidade e obrigações diante de Deus
mudam de uma Dispensação para outra. Ademais, por razões não reveladas,
Deus nunca proibiu o homem de fazer todas as coisas erradas. Até hoje,
algumas coisas erradas são toleradas. Só para citar um exemplo, Deus nunca
proibiu os seus servos de terem escravos. Abraão, Jacó, e outros servos do
Senhor, os tiveram (Gn 22.3; 32.5). O Novo Testamento exige que os
senhores sejam humanos para com seus escravos (Ef 6.9), o que implica em
permissão para tê-los. Ora, todo o mundo sabe que a escravidão não é boa
coisa. Por mais que o amo seja humano, ser amo é ser desumano. Isto
significa que aquele crente que paga um salário miserável aos seus
empregados, embora esteja errado, e precise mudar quanto a isso, não
podemos tachá-lo de filho do diabo por isso, já que se ele pode até possuir
escravos, remunerar mal as mãos-de-obra a seu serviço seria dos males o
menor. Logo, Deus ainda nos tolera até hoje. Havia fervorosos servos de
Deus (Abel, Enoque, Noé ... ) antes de Abraão, mas só a partir deste patriarca
que a circuncisão entrou em vigor (Gn 17: 9 – 27). Ademais, a
Melquisedeque e a outros servos de Deus contemporâneos de Abraão, não
encontramos Deus dando a mesma ordem. A circuncisão era só para
Abraão, seus descendentes e os seus servos (Gn 17:27). Abraão era,
portanto, do Novo Testamento. Sim, em relação ao Pacto de Deus com Noé,
Abraão viveu uma espécie de Novo Testamento, tendo, pois, um dever que
os que o precederam _Abel, Sete, Enoque, Noé..._ não tinham: a circuncisão.
Aliás, até mesmo alguns de seus contemporâneos, como, por exemplo,
Melquisedeque e os seus súditos, estavam sob outra Aliança; dissemos e
provamos que Abraão era de um Novo Testamento. E o mesmo podemos
dizer de Moisés e seus liderados. Estes também receberam mandamentos
que nenhum servo de Deus havia recebido antes. A nenhum de Seus servos
que viveram antes do êxodo de Israel do Egito, mandou Deus observar o
Ano Sabático, o Jubileu, o Dia da Expiação, etc. Logo, Moisés e os demais que
com ele saíram do Egito também viveram numa espécie de Novo
Testamento. De certo modo, Moisés também podia dizer: “Abrão era do
Velho Testamento”. Dividir a Lei em moral, sanitária, cerimonial, etc., não
é errado, desde que o façamos com conhecimento de causa e para fins de
estudo, e não para ludibriar os incautos por intermédio desse
“malabarismo”. Informemos que este recurso é humano e não divino.
27
Mesmo sendo a dieta judaica da qual trata Lv. 11, uma Lei sanitária, o certo é
que os cristãos não estão sujeitos a esse cardápio, pois Rm 14.1-3 diz claramente
que estamos livres para comermos de tudo, e que aquele que acha que o cristão
deve comer só legumes, é fraco. Na Versão Revisada, Rm 14.2 está traduzido assim:
“Um crê que de tudo se pode comer, e o que é fraco, come só legumes” (Grifo nosso).
Medita também, ó leitor, em I Tm 4.1-5 e em I Co 10.25 que respectivamente
dizem:
a)“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da
fé dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia
de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência,
proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para
os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de
graças; porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo
recebido com ações de graças porque, pela palavra de Deus e pela oração, é
santificada”;
b) “Comei de tudo quanto se vende no açougue sem perguntar nada, por causa da
consciência”. (Este versículo é mais do que um retorno a Gn 9.3a. Trata-se da
repetição e manutenção da Lei dada aos gentios nos dias de Noé. É que aos gentios
Deus sempre permitiu o uso de todas as carnes na alimentação. E, quando nos
convertemos ao Senhor, este nos mantém na mesma liberdade quanto a isso, como
também, no passado, o fez a Noé, dizendo-lhe: “Tudo quanto se move e vive vos
servirá de mantimento... ”. Ou seja, Deus não insere no pacote das doutrinas que
constituem o Pacto firmado entre Ele e a Igreja, nenhuma novidade alimentar. E
quando o faz, fá-lo apenas por razões éticas, como no caso de At 15. 28-29.
O fato de a Bíblia reprovar a glutonaria (Gl. 5.21), prova que é da vontade de
Deus que cuidemos bem do nosso corpo. Daí os evangélicos absterem da maconha,
da embriaguez, da cocaína, do fumo, etc. Mas os sabatistas extrapolam, proibindo o
uso da carne de porco, bagre e outras carnes, conforme prescrito em Lv. 11, e
desaconselhando toda e qualquer carne em obediência às recomendações da
senhora Ellen White.
Não estamos nos levantando contra o cardápio dos adventistas, mas tão-
somente sugerindo que mostremos aos nossos discipulandos a distinção que há
entre o Cristianismo e o menu. E necessário informarmos a todos que a questão do
que se deve ou não comer, não é tema religioso; antes refere-se a questão de
ordem sanitária. É preciso informar que o Novo Testamento não preceitua nenhum
cardápio á Igreja, como já vimos. É importante observarmos que a proibição a
comer algumas carnes, consta só do Antigo Testamento; e que a sugestão à
abstinência de toda e qualquer carne não consta em parte alguma da Bíblia. Sim,
exageram os adventistas, quando desaconselham o uso do café e outros alimentos
que eles consideram proibidos por Deus.
Se o cardápio dos adventistas é ou não salutar, é discutível; e que os
nutricionistas se deem ao trabalho de fazê-lo. Mas adicioná-lo ao corpo de
doutrinas da fé cristã, é adulterar o puro leite espiritual (1Pe 2.20). Uma prova
disso é o fato de o apóstolo Paulo, que segundo At. 20.27, anunciou “todo o conselho
de Deus”, não ter registrado estes mandamentos nas suas epístolas.
É corretíssimo lavar as mãos antes das refeições; negligenciar isso pode ser
fatal. Mas o Senhor Jesus Cristo disse que isto não contamina o homem (Mt 15.1-
28
20). À luz das Palavras de Jesus, registrada em Mt 15.20 afirmamos, sem medo de
errar, que a única coisa “grave” que pode ocorrer a um cristão que come sem lavar
as mãos é o apressamento da sua ida para o Paraíso Celestial.
Embora Jesus tenha dito que comer sem lavar as mãos não contamina o
homem, ousamos dizer que contamina sim. E este paradoxo entre nós e Cristo se
explica assim: Comer sem lavar as mãos pode contaminar materialmente, mas
nunca espiritualmente. Isto prova que as obrigações do Ministério da Saúde não
foram confiadas à Igreja (embora, como indivíduos, os membros da Igreja possam
acatar e recomendar as orientações deste tão importante órgão).
Os adventistas alegam que é racional concluirmos que Deus quer que tomemos
medidas salutares para com o nosso corpo. E nós concordamos plenamente e
acrescentamos que, não obstante, Ele não nos lançará no Inferno, se não formos
extremamente negligentes quanto a isso. Caso contrário Jesus Cristo teria ensinado
heresia, quando sustentou que comer sem lavar as mãos não contamina o homem.
Ora, comer sem lavar as mãos pode não ser menos prejudicial à saúde do que
comer bagre, carne de porco, etc.
Seria bom se todos fôssemos vegetarianos? Há quem diga que sim, bem como
os que divergem. E que debatam sobre este assunto os que pelo mesmo se
interessarem. Porém, jamais admitamos que estas questões sejam incluídas no
corpo de Doutrinas da fé cristã, visto que fazê-lo colide com Êx 12.8 e Lv 11 onde,
respectivamente, Deus manda comer carne ao instituir a Páscoa, e alista os animais
que os judeus podiam comer.
Do que temos exposto, está claro que os adventistas creem que um bom cristão
é, necessariamente, um nutricionista que ensina e pratica uma boa dieta alimentar.
A este respeito, eles são mais “zelosos” do que Deus. Senão, vejamos: No Antigo
Testamento Deus proibiu comer certas carnes, mandou comer algumas e liberou
outras. No Novo Testamento Ele não proibiu, não mandou e nem desaconselhou o
comer quaisquer carnes. Mas os adventistas proíbem comer algumas carnes e
desaconselham outras. Esta atitude colide com a Bíblia, que diz que podemos
comer de TUDO quanto se vende no mercado (1Co 10.25-26) e que ninguém nos
pode julgar (ou condenar) pelo comer ou pelo beber (Cl 2.16). Isto não significa
que o cristão não possa abster-se de comer e/ou beber algo e, sim, que não é
necessário submetermos ao que a Lei (o Pentateuco) determina quanto a isso. O
corpo de doutrinas que norteia a Igreja é o que está contido em toda a Bíblia, do
Gênesis ao Apocalipse. Mas é aí mesmo que encontramos a informação de que só
são aplicáveis à Igreja, os mandamentos do Novo Pacto, embora todos os
mandamentos morais constantes do Velho Testamento estejam repetidos no Novo.
Como já dissemos, repetidos e não transportados.
Os adventistas adoram citar II Co 6.16-18 objetivando “provar” que as carnes
tidas por imundas no Antigo Pacto não podem ser saboreadas pelos cristãos. Mas a
verdade solene é que o apóstolo Paulo está tão-somente fazendo uma aplicação do
que está exarado em Is 52.11 e Jr 31.1,9. O que este apóstolo está dizendo é que
assim como na Velha Aliança, os judeus não podiam tocar algo que a Lei tachava de
imundo (uma mulher hemorrágica, por exemplo), o cristão não pode transgredir
os preceitos da Nova Aliança. Em outras palavras: Assim como os judeus não
podiam comer as carnes de animais imundos, não podemos desobedecer aos
mandamentos constantes do Novo Testamento.
Quando dizemos que a Lei foi abolida, não estamos afirmando que Gn 1.1, por
exemplo, tenha sido abolido, pois como todos sabemos, esta referência bíblica é o
29
registro de um fato histórico, e não uma Lei. Chamamos “Lei” aos mandamentos
constantes do Pacto que Deus firmou com os judeus. Estes foram todos abolidos.
Até os “não matarás, não adulterarás, não furtarás...” foram abolidos. O cristão não
se abstém do furto em obediência às determinações da Lei de Moisés e, sim, em
obediência à Lei de Cristo (I Co 9.21). E a Lei de Cristo e a Lei de Moisés são
distintas e diferentes. Muitos dos mandamentos da Lei de Cristo são iguais aos da
Lei de Moisés, mas isso se dá por mera coincidência. Lembremo-nos que o Novo é
novo, e não o Velho melhorado.
Como já dissemos, os adventistas tripartem a Lei em Lei moral, Lei sanitária e
Lei de Moisés. Afirmam que a parte cerimonial da Lei, como os sacrifícios de
animais, por exemplo, não é, em parte alguma da Bíblia, chamada de Lei de Deus; e
que essa é a Lei que Cristo aboliu, à qual não estamos sujeitos. Segundo eles,
sempre que o Novo Testamento diz que “Cristo nos libertou da Lei”, está, ou se
referindo à libertação da condenação da Lei, ou aludindo à Lei de Moisés, e não à
Lei de Deus. Acontece, porém, que em II Cr 31.3 e em Lc 2.24, os sacrifícios de
animais são chamados de “Lei do Senhor” ou “Lei de Jeová”, segundo os originais.
Ora, se a Lei de Deus não foi abolida, e os sacrifícios de animais constam da Lei de
Jeová, os adventistas devem sacrificar animais a Deus até hoje. Talvez os
adventistas retruquem dizendo que os sacrifícios de animais constam da Lei do
Senhor ou Lei de Jeová, e não da Lei de Deus; mas aí perguntaremos: Jeová e Deus
são duas pessoas distintas? O Senhor é uma pessoa e Deus é outra? É possível ser
de Jeová sem ser de Deus?
A Lei de Deus é chamada de Lei de Moisés porque este foi o seu medianeiro, ou
seja, Deus a deu por sua instrumentalidade; senão, compare os versículos 1 e 8 de
Ne 8.
Já deixamos claro que o Novo Testamento não prescreve um cardápio especial
para a Noiva de Cristo; mas como esta afirmação parece colidir com At 15.28-29,
esclarecemos que as restrições em questão eram de caráter provisório e se
destinava a facilitar o relacionamento entre os judeus e os gentios que haviam se
convertido à fé cristã. Nada mais era que uma demonstração de respeito às crenças
dos irmãos fracos na fé. Uma prova clara de que as coisas são assim, é que esta
passagem só proíbe quatro coisas. Por que isso? Só há quatro pecados? Por que
não se proíbe neste texto, a inveja, o roubo, a calúnia, a mentira, etc.? Será que
alcançaremos o Reino de Deus se guardarmos só estes quatro mandamentos?
Obviamente que não.
Esta passagem (At 15.28-29) pode ser parafraseada assim: “No que diz respeito
às leis judaicas (às quais não estamos sujeitos, pois as praticando ou não, seremos
salvos pela fé em Jesus), pareceu bem ao Espírito Santos e a nós, para não
escandalizarmos os nossos irmãos judeus, que vocês abstenham dessas quatro coisas:
Do sangue, das coisas sacrificadas aos ídolos, da carne sufocada, e do casamento com
os judeus, bem como do relacionamento sexual durante a menstruação. Não há
maldade alguma em fazer estas coisas, mas devemos fazer como fracos para
ganharmos os fracos, e como judeus para ganharmos os judeus”.
Uma prova de que esta conclusão está correta, é que esta passagem proíbe comer
algo que tenha sido sacrificado aos ídolos e, não obstante, o apóstolo Paulo deixa
claro, em 1Co. 8, que o cristão está livre para comer estas coisas, contanto que não
escandalize o irmão fraco. O erudito pastor Raimundo F. de Oliveira, em seu livro
intitulado Como Estudar e Interpretar a Bíblia, editado pela CPAD - Casa
Publicadora das Assembleias de Deus - página 139, argumenta: “Para Paulo, comer
30
carne sacrificada a ídolos não significa nada, mas por causa daqueles que estavam à
sua volta e que pensavam que isto implicava em pecado, ele não comia”.
A nosso ver, a interpretação acima é correta e que, portanto, 1Co 8 prova que
At 15.28-29 era uma medida de caráter provisório, objetivando tão-somente o
estreitamento da comunhão entre os irmãos. Assim pensa também a liderança das
Assembleias de Deus no Brasil, visto que segundo o livro Administração
Eclesiástica, da autoria dos pastores Nemuel Kessler e Samuel Câmara, também
editado pela CPAD, 2ª edição de 1.992, página 100, a CPAD não publica livro algum,
sem antes submetê-lo ao Conselho de Doutrina da Convenção Geral das
Assembleias de Deus, que examina se “nada contraria as doutrinas esposadas pelas
Assembleias de Deus.” Logo, a cúpula assembleiana aprovou o livro supracitado, da
autoria do pastor Raimundo. E, sendo assim, fica claro que pelo menos um dos
mandamentos constantes de At 15.29, não precisa ser observado (a não ser por
questão de consciência), segundo a alta liderança das Assembleias de Deus. Ora, se
um dos mandamentos registrados em At 15.29, não é moral, os demais
mandamentos registrados neste versículo também não podem ser morais, pois
tamanha falta de coerência ou associação de ideias constituiria insuperável
violência à Hermenêutica.
Salientamos que At 15.28-29 é, simultaneamente, cultural e transcultural,
temporal e eterno. É transcultural, pois em qualquer parte do mundo se deve
respeitar a consciência alheia; e é cultural, pois trata duma demonstração de
respeito à cultura judaica. É temporal, pois passou com o tempo; e é eterno, pois
sempre que se fizer necessário, o cristão deve abster-se de algo que possa fazer o
seu irmão inexperiente tropeçar.
Na nossa obra intitulada “Transfusão de Sangue Não é Pecado”, tecemos um
comentário mais profundo, em apreço a At 15.28-29. Lá mostramos que assim
como o apóstolo Paulo circuncidou Timóteo (At 16.1-5), fez voto de nazireu
(deixou os cabelos crescerem e depois rapou a cabeça, At 18.18) e ofereceu
sacrifícios, mas todos nós compreendemos que tais medidas eram provisórias,
assim devemos também encarar este texto em apreço, a saber, At 15.28-29.
O maior erro dos adventistas do sétimo dia quanto ao que se deve ou não
comer, não consiste no fato de se absterem de certos alimentos, nem tão pouco no
fato de nos aconselharem a fazermos o mesmo; mas sim, por afirmarem que
aqueles cujos cardápios diferem do deles estão indo para o Inferno. Senão, vejamos
o que diz o “pastor” adventista, Alejandro Bullón, um dos maiores líderes dos
adventistas, no prefácio do livro abaixo identificado: “A questão não é simplesmente
se posso ou não posso comer carne de porco... O assunto é muito sério. É uma questão
de vida ou morte, de salvação ou perdição...” (Transcrito do livro adventista
intitulado Assim Diz o Senhor, 3ª Edição, 1986, da autoria de Lourenço Gonzalez
Silva, edição do autor, página 5). O senhor Lourenço Gonzalez Silva, autor desse
livro infernal, que é prefaciado com elogios e recomendações pelo “pastor”
Alejandro Bullón, afirma às páginas 323-327 que as igrejas evangélicas que não se
abstêm de café, Coca-Cola, presunto, mortadela, salame, camarão, lagosta carne de
porco... são igrejas falsas, hipócritas, e que, portanto, estão indo para o Inferno.
A atitude radical do “pastor” Alejandro Bullón, de condenar os evangélicos que
comem carne de porco e outras carnes por ele proibida, não constitui um ato
isolado. Aliás, o adventista que não for tão fanático quanto ele, não estará sendo
um autêntico seguidor do Adventismo. Podemos dizer inclusive, que os adventistas
devem ser até mais radicais do que ele, se é que querem mesmo obedecer à papisa
31
Ellen White, visto que essa falsa profetisa teve a audácia de proibir o consumo de
toda e qualquer carne, chegando ao cúmulo de dizer que os que consomem
alimento cárneo não estão mantendo uma linha divisória com os ímpios e
seriamente comprometendo sua salvação eterna. Para que o leitor veja que de fato
as coisas são assim, vejamos as transcrições abaixo:
“...Há pessoas que devem ser despertadas para o perigo de comer carne,
que ainda comem carne de animais, pondo assim em risco a saúde física,
mental e espiritual. Muitos que são agora só meio convertidos quanto aa
questão de comer carne, sairão do povo de Deus, para não mais andar
com ele”. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 388, da autoria de
Ellen G. White, Casa Publicadora Brasileira - grifo nosso)
“...O regime cárneo é questão séria. Hão de seres humanos viver da carne
de animais mortos? A resposta, segundo a luz dada por Deus é: Não,
decididamente não”.(ibidem. Grifo nosso)
“... Foi-me mostrado claramente que o povo de Deus deve assumir
atitude firme contra o comer carne... Os que usam carne menosprezam
todas as advertências que Deus tem dado relativamente a esta questão.
Não possuem nenhuma prova de estar andando em veredas seguras. Não
têm a mínima desculpa quanto a comer a carne de animais mortos”.
(ibidem - grifo nosso)
32
Circuncidar ou não, era, segundo o apóstolo Paulo, algo de somenos
importância (I Co 7.19; Gl 5.6; At. 16.3). Mas como os gálatas o faziam para se
salvar (At. 15.1), ele asseverou que eles haviam caído da graça e que estavam
separados de Cristo (Gl 5.2-4). Isto prova que os escrúpulos dos adventistas só
poderiam ser tachados de infantilidade inofensiva se eles não fizessem disso
motivo de salvação ou perdição. Mas, como vimos acima, Ellen White e seus
discípulos afirmam que a dieta alimentar interfere na salvação. Sim, ao fanatismo
de Ellen White aquiescem até os expoentes da seita em questão, como Alejandro
Bullón, Lourenço Gonzalez, Floriano Xavier, etc.
Repito que se o cardápio dos adventistas é ou não salutar, é discutível; e que os
nutricionistas se deem ao trabalho de fazê-lo. E, pelo que me consta, o cardápio dos
adventistas já está sendo questionado por nutricionistas e gastronômicos. Estes já
estão recomendando o café. Sob o cabeçalho Café, a bebida do bem, numa revista do
ramo, consta o que se segue: "Além de ser delicioso, o café é ótimo para proteger o
organismo contra certas doenças. Previne contra o diabetes [e] ajuda a diminuir o
risco dos males de Alzheimer e de Parkinson, de cirrose e de cálculos da vesícula
biliar. [...] A cafeína evita a liberação do colesterol ruim no sangue e favorece a
queima de gordura, prevenindo doenças do coração. [...] funciona, também, como
antioxidante, combatendo os radicais livres" (Revista Ana Maria. São Paulo: Editora
Abril. 31 de agosto de 2007, p. 29). Bem, dessa briga posso me eximir, pois tenho
outros ofícios: evangelizar os perdidos e doutrinar a Igreja. E, para fazer muito
bem este trabalho, não preciso me formar em nutrição e gastronomia. Basta-me a
Teologia.
33
CAPÍTULO IV
SOBRE O ALÉM-TÚMULO
34
sabia o que escolher entre viver na carne ou partir; e também quando disse que
decidiu por ficar e que deste modo sabia que ficaria, ele não teria morrido e nem
morreria nunca, pois pertenceria ao grupo de salvos que estará vivo no dia da
vinda de Jesus (I Ts 4.17); mas isso não aconteceu, visto ter ele morrido e, assim,
podemos ver que para ele, morrer era viver fora da carne e partir para estar com
Cristo.
Depois de tudo que já dissemos, ainda nos resta, juntamente com o leitor,
analisarmos o versículo 26, no qual o apóstolo Paulo, depois de dizer no versículo
24 que julgava mais necessário, por amor aos irmãos, ficar na carne; e no versículo
25 que, por conseguinte, sabia que ia ficar, diz, no versículo 26, o objetivo disso:
“Para que a vossa glória abunde por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a
vós”. Está claro que o apóstolo Paulo está se referindo aí a não morrer tão cedo,
mas FICAR com os irmãos por mais algum tempo para poder fazer a eles mais uma
visita e, deste modo, contribuir para que a glória dos irmãos abundasse por seu
intermédio, em Cristo Jesus”. Sim, o texto bíblico transcrito e analisado neste
tópico prova cabalmente que Paulo chamou a morte de “partir para estar com
Cristo”, o que prova que ele acreditava na realidade duma existência consciente
entre a morte e a ressurreição.
Se Paulo estivesse se referindo ao arrebatamento, ele teria optado por não ser
arrebatado para ser útil aos irmãos, o que é um absurdo.
35
No versículo 6, ele diz que enquanto estamos presentes no corpo estamos
ausentes do Senhor; daí podermos deduzir que quando não estivermos presentes
no corpo, estaremos na presença do Senhor. Perguntamos: Que é estar presente no
corpo? Não é estar vivo? Se sim, quando estivermos ausentes do corpo, ou seja,
quando morrermos, estaremos presentes com o Senhor. Isto é óbvio, porque, “se
enquanto presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor”, necessariamente,
quando não estivermos presentes no corpo, estaremos presentes com o Senhor.
Claro como a luz do dia.
No versículo 7, Paulo abre parênteses para explicar o porquê dele haver dito
que enquanto estamos presentes no corpo estamos ausentes do Senhor. O porquê
disso é: “Andamos por fé e não por vista”. Ora, do fato do apóstolo afirmar que
enquanto estivermos presentes no corpo, isto é, enquanto não morrermos, como já
vimos, estamos ausentes do Senhor, se subentende que, quando estivermos
ausentes do corpo, estaremos presentes com o Senhor. E o fato dele haver dito
entre parênteses que o motivo pelo qual ele disse que enquanto estamos no corpo
estamos ausentes do Senhor é “porque andamos por fé e não por vista” revela que,
quando estivermos ausentes do corpo, deixaremos de andar por fé e passaremos a
andar por vista, ou seja, então veremos as coisas nas quais agora apenas cremos.
Isto fala duma existência consciente, e que os mortos estão com suas faculdades
mentais em perfeito funcionamento; sim, o apóstolo não poderia dizer que quando
um cristão morre deixa de andar por fé e passa a andar por vista, se o nosso
verdadeiro “eu” não sobrevivesse à morte do corpo.
Finalmente chegamos ao versículo 8, onde Paulo diz sem rodeios que desejava
deixar o corpo para habitar com o Senhor. Ora, o que é “estar ausente deste corpo”
ou “deixar este corpo”, como o diz o ALMEIDA REVISTA E CORRIGIDA, “para estar
presentes com o Senhor”? Já vimos, enquanto estudávamos juntos o versículo 1,
que quando do arrebatamento da Igreja, não deixaremos os nossos corpos; logo, o
apóstolo estava se referindo à morte, quando diz que desejava deixar o corpo para
habitar com o Senhor. É possível raciocinar e chegar a uma conclusão contrária?
36
dele. Ora, o que é ser arrebatado no corpo? E o que é ser arrebatado fora do corpo?
Ser arrebatado no corpo significa ter experiências iguais às que tiveram Enoque
(Gn 5.24; Hb. 11.5), Elias (II Rs 2.1,11), Jesus (At 1.9) e Filipe (At 8.39,40). E ser
arrebatado fora do corpo é ser arrebatado em espírito e significa ter experiências
similares às que tiveram Ezequiel (Ez 8.3) e João (Ap 1.10). Sendo assim, o espírito
humano pode sair do corpo, ir a um determinado lugar, retornar ao corpo e ainda
conservar lembranças do lugar visitado. Alguém talvez objete, alegando que o
arrebatamento no corpo pode ser apenas um estado de êxtase, que permite ao
arrebatado ter a impressão de que subiu ao Céu quando, na verdade, não saiu do
planeta Terra. Esta objeção é correta, pois realmente existe o arrebatamento de
sentido” (At 10.10 ALMEIDA REVISTA E CORRIGIDA). Mas, no que diz respeito ao
arrebatamento fora do corpo, sem dúvida se refere ao ato do espírito sair do corpo
e voar ao lugar determinado por Deus. Então, embora possamos admitir que ser
arrebatado no corpo não seja, necessariamente, ter experiência similar às que
tiveram Enoque, Elias, Jesus e Filipe, ser arrebatado fora do corpo implica em que o
espírito se separe do corpo. E isto prova que o homem tem o seu lado espiritual,
que este constitui o nosso verdadeiro “EU”; e que pode existir conscientemente à
parte do corpo, não dependendo deste para viver e que, portanto, sobrevive à
morte.
Certo testemunha de Jeová disse-nos que “é errado pregarmos a imortalidade
do espírito à luz de II Co 12.2-8 porque, nesta passagem bíblica, o apóstolo Paulo
não diz que ele foi arrebatado ao Paraíso fora do corpo. O que Paulo diz aí”, disse-
nos, “é que ele não sabia se tal arrebatamento havia sido ou não fora do corpo. Ora,
se Paulo não sabia se o referido arrebatamento se deu no ou fora do corpo, como
dizermos que este texto prova que é possível ser arrebatado fora do corpo?” Mas
lhe respondemos que nisto está a maravilha. Se o apóstolo não sabia se tal
arrebatamento se deu no ou fora do corpo é porque ele admitia ambas as
possibilidades; se ele admitia ambas as possibilidades, então é possível ser
arrebatado fora do corpo; e se é possível ser arrebatado fora do corpo, só nos resta
sabermos o que é isso. E o que é isso, senão o desprender-se o espírito do corpo e
voar?
37
de expressar-se não caracterizava o Senhor Jesus Cristo. Se a tradução correta não
fosse como se acha exarada nas versões clássicas, mas como querem os adventistas
e os jeovistas, a palavra “hoje” ali contida seria supérflua. É digno de nota o fato de
que Jesus não compôs nenhuma sentença similar à que os adventistas e os
jeovistas dizem que Ele formou. Por exemplo, não disse Ele a Nicodemos: “Em
verdade, em verdade te digo hoje: Se alguém não nascer de novo, não pode ver o
reino de Deus” (queira ver Jo 3.3). Não é curioso o fato de Jesus não ter usado uma
única vez a dição que dizem que ele usou em Lc 23.43?!
Esse argumento, cujo objetivo é defender uma doutrina fabricada pelos
homens, se fundamenta em duas bases não sólidas:
1a.) A pontuação é um recurso gramatical relativamente moderno, não
constando, portanto, nos manuscritos antigos. Por esta razão, os russelitas
(testemunhas de Jeová) e os adventistas se veem no direito de correr com a
pontuação a seu bel-prazer;
2a.) Dizem que, segundo o contexto bíblico, não há vida consciente entre a
morte e a ressurreição.
A primeira base seria sólida gramaticalmente, mas a segunda é um disparate
teológico, pois, como já vimos e continuaremos a ver, a EXTINÇÃO e o SONO DA
ALMA, pregados respectivamente pelos testemunhas de Jeová e pelos adventistas
não resistem a um confronto com as Escrituras Sagradas.
38
4.2.3.Entendendo Eclesiastes 3.18-19
“Disse eu no meu coração: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus
possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmo como os animais. Porque o
que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; a mesma
coisa lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e
a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade”.
Caro leitor, se um adventista lhe apresentar estes versículos com a finalidade
de “provar” que a alma não sobrevive à morte do corpo, diga-lhe que Salomão não
está dizendo que assim é, mas, sim, dizendo que ele um dia havia pensado essa
bobagem. Chame a sua atenção para o fato de que as primeiras palavras dos
versículos acima copiados são: “Disse eu no meu coração”, e que a interpretação é:
“Eu pensei”. Ora, quem diz “eu pensei” certamente não pensa mais.
Cremos ter deixado claro que quando a Bíblia diz que os mortos dormem no pó
da terra (Dn. 12.2), está dizendo tão-somente que o corpo (e não a alma) dorme. O
corpo dorme porque está inconsciente e destinado à ressurreição.
Quanto a Ez. 18.4, que diz que “a alma que pecar, essa morrerá”, é bom lembrar
que neste versículo a palavra alma significa pessoa. A palavra alma aparece na
Bíblia com vários significados. Além disso, todo aquele que ainda não aceitou a
Jesus como seu Salvador é uma alma morta, espiritualmente; porém, no versículo
em apreço (Ez. 18.4), Deus estava apenas mandando apedrejar os que pecassem.
Há outros textos correlatos a serem considerados, mas paremos por aqui e
oremos pelos adventistas. Nossas orações falarão mais alto do que os nossos
argumentos.
39
CAPÍTULO V
CADEIA CIRCUNSTANCIAL?!
Dialogando com os adventistas e lendo suas obras ficamos sabendo que eles
creem que após a Grande Tribulação terá lugar o arrebatamento da Igreja, quando
todos os salvos serão arrebatados ao Céu, onde passarão mil anos. Nesse dia os
ímpios serão mortos. Assim se pode ver que os adventistas não creem que o
Milênio será na Terra. Mas eles se esquecem que, se assim fosse, nenhuma
necessidade haveria de se prender o diabo durante o milênio (Ap 20.1-3,7, 8).
Raciocinemos: Se os salvos estarão no céu com Cristo, definitivamente livres dos
enganos de Satanás, e todos os perdidos mortos, para que prender o diabo,
objetivando tolher-lhe de enganar as nações? A esta objeção os adventistas
“respondem” dizendo que o diabo não estará preso numa cadeia literal e, sim,
numa cadeia circunstancial, isto é, ele não encontrará a quem enganar durante o
milênio. Ora, se quando a Bíblia diz que o diabo será preso durante mil anos, está
dizendo apenas que ele não terá a quem enganar nesse período, natural e
necessariamente, quando diz que ele será solto, está apenas dizendo que ele terá a
quem enganar novamente. E aí perguntamos: A quem enganará o diabo? E os
adventistas respondem: “Aos que morrerem no dia do arrebatamento da igreja, os
quais serão ressuscitados, no fim do milênio”. Ora, como enganar ainda aqueles
que morreram perdidos? Aquele que morreu perdido foi tão enganado que não
tem como enganá-lo mais; esta conclusão dos adventistas é um disparate tão
grande que não dispomos de um adjetivo capaz de qualificá-lo à altura de seus
méritos. Quanto à “prisão circunstancial” de Satanás, argumentamos que este
raciocínio é tão absurdo quanto matar todas as mulheres de um país e depois dizer
que prendeu o estuprador numa cadeia circunstancial, isto é, ele não terá mais a
quem estuprar. Todos os que pregam doutrinas contrárias à Bíblia, mais cedo ou
mais tarde terão que ou abandoná-las ou arranjar outras para justificá-las, pois
“um abismo chama outro abismo” (Sl. 42.7).
40
Muitos pensam que nós, os evangélicos, cremos que os salvos irão para o Céu,
os perdidos para o Inferno, e a Terra será destruída. Os que assim pensam,
certamente não examinaram nossos compêndios teológicos.
“Haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem
havido e nem haverá jamais” (Mt 24.21). Nós, os cristãos desta Dispensação, não
passaremos por essa grande tribulação que está por vir, pois a Bíblia diz que
seremos guardados dessa hora ( Ap 3.10), isto é, seremos arrebatados ao Céu
previamente. Portanto, Jo 14. 3; 1Ts 4. 16,17; 1 Co 15. 51,52; Hb 9. 28 etc., que
tratam da primeira fase da segunda vinda de Cristo para nos arrebatar ao Céu, se
cumprirão antes da grande tribulação. Muitos dos que não forem arrebatados ao
Céu, no dia do arrebatamento da Igreja, se converterão e serão martirizados
durante a grande tribulação (Ap 7. 14; 20. 4). São estes os integrantes da grande
multidão mencionados em Ap 7.9. Os membros dessa grande multidão também
irão para o Céu (Ap7. 9), o que prova que eles terão o mesmo destino da Igreja e do
povo de Deus do Antigo Testamento: a Nova Jerusalém (Fp 3. 20; Hb 11. 9, 10,12-
16; Ap 21. 2-22. 5). E os que morrerem sem se converter durante a grande
tribulação, para onde irão? Resposta: Nenhuma novidade. Suas almas irão para o
lugar que os ímpios sempre foram.
41
batalha, Jesus se manifestará em glória (Mt 24. 30), e destruirá o exército inimigo
dos judeus (Ap 19. 17, 18 , 21). Eis o Armagedom.
A manifestação de Jesus em glória, mencionada em Mt 24. 29,30, não deve ser
confundida com o evento do qual trata Jo 14. 3; e 1Ts 4. 16, 17; 1 Co 15. 51,52; Hb
9. 28 etc.. Veja que o arrebatamento da Igreja será antes da grande tribulação,
como já vimos; ao passo que o evento do qual trata Mt 24. 29,30, será, segundo
informou Jesus, “depois da aflição daqueles dias”, isto é, depois da grande
tribulação
5.4. O Milênio.
5. 5. O Juízo Final.
Quando o Milênio terminar, Satanás será solto por um curto espaço de tempo
(Ap 20. 3), e a seguir lançado definitivamente no lago de fogo, onde encontrará a
Besta, o falso profeta, e os bodes, os quais foram lançados lá antes do Milênio,
(como já observamos),com os quais será atormentado eternamente (Ap 20.10).
Com a derrocada final do diabo, coincidirá o Juízo Final, que é o momento em que
Deus ressuscitará todos os mortos, os julgará, e lançará os ímpios no lago de fogo
eterno (Ap 20. 11-13). Os que não forem condenados no Juízo das Nações, se
permanecerem fiéis durante o Milênio, bem como após o Milênio quando Satanás
for solto e os tentar, vão herdar a Terra.
42
5.6. A Purificação do Universo.
Até mesmo os hinos que cantamos em nossas igrejas, dizem que os evangélicos
creem na restauração da Terra, e que isto será efetuado com o propósito de torná-
la deleitosa àqueles que forem designados para habitá-la. Veja estes exemplos:
Ressuscitou! Ressuscitou!
E para o Céu Jesus tornou
Mas voltará, também de lá
E neste mundo então reinará
(Hino 188 da antiga Harpa Cristã, hinário oficial das Assembleias de Deus, grifo
nosso)
43
Nesse tempo Céu e Terra hão de ser a mesma grei
entoando aleluias ao meu Rei
(Ibidem, hino 3, grifo nosso)
44
CAPÍTULO VI
O vocábulo original (AIÔN) traduzido por eterno em Mt. 25.46 pode significar
ETERNIDADE, mas também longa duração. Os adventistas se servem disso para
inculcar nos incautos que o diabo, os demônios e os homens perdidos não vão
sofrer eternamente no lago de fogo. Mas este “argumento” não é respaldado pela
Bíblia, pois se trata apenas duma postura tendenciosa. Por não crerem que os
ímpios sofrerão eternamente, fazem AIÔN significar apenas longa duração. Mas
por que não dizem eles que a vida dos justos não será eterna, porém, apenas de
longa duração, já que o mesmo AIÔN que se usa para a vida dos salvos, se usa
também para o tormento dos ímpios? Mas, verdade seja dita, se AIÔN tem mais de
uma tradução, se faz necessário definirmos qual a sua tradução correta, quando se
refere ao tormento dos perdidos. E Ap. 20.10 é mais que suficiente para dirimir as
dúvidas de um inquiridor sincero, de que AIÔNAS AIONÔN não pode significar
outra coisa além da eternidade propriamente dita.
A Bíblia mostra claramente que o Anticristo e o falso profeta serão lançados
no lago de fogo antes do milênio e que depois dos mil anos, será a vez do diabo (Ap.
19.20). Diz então Ap. 20.10 que, quando o diabo cair lá, encontrará o Anticristo e o
falso profeta, com os quais será atormentado para todo o sempre. Diz o texto: “E de
dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos”, ou como já
transliteramos acima, AIÔNAS AIONÔN. Ora, se serão atormentados, é porque o
tormento deles ainda não havia cessado; se não havia cessado, é porque ainda não
haviam sido aniquilados; e se 1000 anos de tormento não foram suficientes para
extingui-los, perguntamos: Quando serão extintos? Assim se pode ver que os
adventistas estão achando a pena eterna dura demais; e, por este motivo, tentam
amenizá-la. Mas o castigo terá a durabilidade que tiver, e não a que gostaríamos
que tivesse.
Os adventistas estão certos, por dizerem que AIÔN é uma palavra elástica,
mas equivocados por darem à mesma, a definição que bem querem,
desconsiderando o contexto. Realmente esta palavra é elástica, e, portanto, tem
mais de uma definição. Mas, por qual delas devemos optar? Pela definição que mais
harmonia tiver com os nossos corações? Obviamente esta não seria uma boa
opção, uma vez que “enganoso é o coração...” (Jr. 17.9). Então, o que fazermos?
Estudemos a Bíblia com afinco, sob o influxo do Espírito Santo, e deixemos que ela
fale mais alto que os nossos corações.
A crença adventista de que os ímpios serão ressuscitados e lançados no lago
de fogo onde sofrerão até ser extintos, colide com Hb 9:27. Este versículo nos diz
que ao homem está ordenado morrer uma só vez. É bem verdade que a Bíblia fala
da segunda morte (Ap. 20:14); porém, esta morte não é física. Do contrário, a Bíblia
seria contraditória. Trata-se, pois, de uma morte espiritual, que é a eterna
definitiva banição da presença de Deus.
Crer ou não no sofrimento eterno dos perdidos, não interfere na salvação de
ninguém, visto que, obviamente, ao crermos em Cristo, recebemos a anulação da
pena reservada aos ímpios, sendo a mesma eterna ou não. Contudo, vale a pena
sabermos a verdade acerca deste assunto, pois é tema bíblico; e na Bíblia tudo é
muito importante. Por exemplo, quanto maior a perdição da qual Cristo nos salvou,
maior é o livramento que Ele nos deu, como também amplia o valor do Seu
45
sacrifício substitutivo. Se o Seu sacrifício nos livra de uma pena infinita, infinito é o
valor do seu sangue remidor.
46
CAPÍTULO VII
47
grande brado: ‘está consumado’, oficiavam os sacerdotes no templo...”. Com ruído
rompe-se de alto a baixo o véu INTERIOR do templo, rasgado por mão invisível,
expondo aos olhares da multidão um lugar dantes pleno da presença divina. Ali
habitava o shekinah. Ali manifestava Deus, sua glória sobre o propiciatório;
ninguém, senão o sumo sacerdote, jamais erguera o véu que separava esse
compartimento do resto do templo. Nele penetrava uma vez por ano para fazer
expiação pelos pecados do povo. Mas eis que esse véu é rasgado em dois. O
santíssimo do santuário terrestre não mais é um lugar sagrado...” (O Desejado de
Todas as Nações, pg. 564, grifo nosso). Ora, se o véu mencionado em Mt 27.51
refere-se ao véu interior, por que o véu abordado em Hb. 6.19-20 não pode ser
aquele mesmo véu? E se este véu é o véu interior, então Jesus entrou no Santo dos
Santos quando ascendeu ao Céu, no século I.
A estorieta da purificação do santuário a partir de 1844 presta-se tão-
somente para cobrir o vergonhoso passado dos adventistas do sétimo dia. Isto só
lhes é necessário até que assumam que erraram e se retratem, como bem o fez
Willian Miller, o fundador dessa seita.
Simplificando, a heresia acerca da purificação do Santuário Celestial nasceu
assim: Um pregador batista, interpretando erradamente Dn 8.14, concluiu que a
Terra, qual santuário profanado desde a queda de nossos primeiros pais (Adão e
Eva) no Jardim do Éden, seria purificada dentro de 2.300 anos, a contar do ano 457
a.C.; esta matemática leva ao 1844 d.C.. Assim: Do ano 457 a.C. ao ano 1 a.C. temos
456 anos. Do ano 1 a.C. ao ano 1844 temos 1.844 anos. E a soma destes valores
corresponde a 2.300 anos. Também, se subtrairmos 456 de 2300, obtemos 1.844. O
referido Miller concluiu então que Jesus voltaria à Terra em 1.844 para purificá-la
e transformá-la em paraíso como no princípio; chegou e se foi o aprazado ano, mas
Jesus não veio conforme o esperado. Miller reconheceu o seu erro e, arrependido,
reconciliou-se com sua ex-igreja, onde permaneceu fiel e humilde até a morte.
Porém, uma boa parte dos que haviam se unido a Miller começou a dizer que a
interpretação de Miller, errada quanto ao local, estava certa quanto à data.
Segundo eles, até 1.844, Cristo havia oficiado no primeiro compartimento celestial
chamado santo; a partir daí, Ele passou para o compartimento chamado Santo dos
Santos ou Santíssimo e se pôs a purificá-lo.
Sobre a matemática acima, os adventistas cometem os seguintes equívocos:
1º) Associam arbitrariamente Dn 8.14 com 9.25;
2º)pensam que o ponto de partida apontado pelo anjo em Dn. 9.25, que diz
que “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”, é o ano 457
a.C., mas a História Universal deixa claro que isto ocorreu em 445 a.C.. O que se deu
em 457 a.C. foi o embelezamento do templo bem como a restauração do culto, a
cargo de Esdras (Ed. 7). Basta lermos Neemias capítulo 2 para vermos que a ordem
para reedificar a cidade de Jerusalém verdadeiramente foi expedida no ano
vigésimo do rei Artaxerxes. E ainda estamos para ver uma enciclopédia que diga
que essa data não foi o ano 445 a.C.! Realmente, o evento do qual trata Esdras 7 se
deu em 457, mas o cumprimento de Dn 9.25, que serve de ponto de partida para a
contagem das 70 semanas ocorreu em Ne 2. O versículo 5 o diz textualmente: “...
peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a
edifique”. Assim, os adventistas cometem dois erros ao mesmo tempo: Erram por
associarem arbitrariamente os capítulos 8 e 9 de Daniel, e erram por acharem que
o ponto de partida do qual trata Dn 9.25 é o tema de Esdras 7, quando já vimos que
só o episódio de Neemias 2 satisfaz as exigências.
48
3º) Segundo os adventistas, as 2.300 tardes e manhãs equivalem a 2.300 dias
proféticos, isto é, 2300 anos. Ora, segundo Gn 1.5, uma tarde e uma manhã
correspondem a um dia; logo, 2.300 tardes e manhãs equivalem a 1.150 dias. Sim,
porque para 2.300 dias necessitamos de 2.300 tardes + 2.300 manhãs. Veja que Dn
8.14 tão-somente está dizendo que se somar as tardes às manhãs, chega-se ao
número 2.300. Ora, se uma tarde e uma manhã são um dia, então duas tardes e
duas manhãs, ou seja, quatro tardes e manhãs, correspondem a 2 dias. E se 4 tardes
e manhãs são 2 dias, desnecessário se faz sermos peritos em matemática para
sabermos que 2.300 tardes e manhãs são 1.150 dias. Deste modo, mesmo
adventistando estes dias, para que correspondam a 1.150 anos, e determinando
aleatoriamente que o ponto de partida é o referencial indicado em Dn 9.25, e
localizando-o equivocadamente em Esdras7, que data de 457 a.C. (e não
acertadamente em Ne. 2, que data de 445 a.C.) não chegamos a 1844 d.C., e sim, ao
ano 694 d.C.. Veja a aritmética abaixo:
1.150
-456
694
49
derramado sobre toda carne (2.28). Esta profecia se cumpriu há quase 2000 anos
(At 2.16). A promessa de enobrecer as terras de Zebulom e de Naftali foi feita para
os últimos tempos (Is 9.1-2). Não obstante, porém, cumpriu-se já há quase 2000
anos, segundo Mt 4.14-16.
A alegada purificação do santuário celestial que os adventistas teimam em
dizer que começou em 1844, como já sabemos, é rotulada também por eles de
Juízo Investigativo. Creem os adventistas que os pecados dos que morreram
fazendo a vontade de Deus, embora perdoados, não estavam cancelados, pois
permaneceram no livro de registros pelo menos até 1844. A partir daí, Cristo está
investigando caso a caso e, quando concluir esta investigação (a qual inclui todos
os vivos [cristãos e não-cristãos]), Ele virá buscar a Sua Igreja. Logo, Jesus ainda
não concluiu esse escrutínio, visto que, de outro modo, Ele já teria vindo. Assim se
vê que os adventistas têm uma ideia muito pequena da Augusta Pessoa de Jesus.
Pense nestas perguntas: 1) Será que o onisciente e onipotente Jesus levaria tantos
anos para examinar estes casos? Hoje são 11 de março de 2007, e, portanto, já faz
163 anos que tudo começou (2007-1844= 163); 2) Será que no Céu existe,
literalmente, uma pilha de livros? 3) Será que quando a Bíblia diz que todas as
ações dos homens estão sendo registradas em livros, livros estes que serão abertos
no Dia do Juízo, não quer dizer apenas que Deus está atento a todos os nossos atos,
que responderemos por todos os nossos feitos, e que o galardão será à base das
obras? Imaginar Deus de caderninhos na mão fazendo anotações (ou encarregando
os anjos de fazê-lo, como o supõem os adventistas), é ter uma péssima ideia de
Deus. Aliás, esse negócio de pecado perdoado, mas não cancelado, pregado pelos
adventistas em O Conflito dos Séculos, páginas 488-489, e Nisto Cremos, página
418, é doutrina estranha à fé cristã. Isso cheira a Catolicismo. Biblicamente não há
diferença entre perdão e cancelamento de pecado. Isso cheira a Santa Sé, não é
mesmo?
Como sabemos, os adventistas pregam que a purificação do santuário
celestial INICIOU-SE em 1844; mas o que está previsto em Dn 8.14 é a purificação,
e não o início da purificação. Não se diz lá: “Até duas mil e trezentas tardes e
manhãs, e INICIAR-SE-Á a purificação do santuário”. O que está escrito lá é que “até
duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado”, isto é, dentro
deste período, dar-se-ia a purificação do santuário. Logo, se as coisas fossem como
os adventistas pensam, o Juízo Investigativo teria iniciado em 457 a.C., e terminado
em 1844.
Atentemos para o fato de que o versículo 14 do capítulo 8 de Daniel, é a
resposta à pergunta formulada no versículo 13; e a referida pergunta não foi:
“Quando se iniciará a purificação?...”. Mas sim: “Até quando durará... para que seja
entregue o santuário, a fim de serem pisados?”. É bom sabermos qual foi a pergunta,
pois facilita a compreensão da resposta. Além disto, a resposta não foi: “Iniciar-se-á
a purificação”, mas sim, “e o santuário será purificado”.
Os adventistas afirmam, como já sabemos, que Jesus esteve até 1844
oficiando no compartimento chamado “Lugar Santo” e que, a partir de então Ele
passou para o compartimento chamado "Lugar Santíssimo" ou "Santo dos Santos".
Ora, sabemos pela Bíblia que Jesus, ao subir ao Céu, assentou-se à destra de Deus
no seu trono (Mc 16.19, Ap 3.21). Ora, será que há no Céu algum lugar mais santo
do que o outro? E se há, será que há algum lugar no Céu mais santo do que o trono
de Deus? Obviamente que não, mas os adventistas querem pôr isto na nossa
50
cabeça, quando nos dizem que a partir de 1844 Cristo passou do Lugar Santo para
o Lugar Santíssimo.
Incoerência é o que há em fartura nos escritos de Ellen G. White. Já vimos que
ela afirmou que os pecados dos verdadeiros servos de Deus que morreram na
graça, estavam, estão e estarão perdoados, mas não cancelados, até que seus casos
sejam averiguados por Jesus, o que se dará durante o Juízo Investigativo que o
Senhor Jesus Cristo empreende desde 1844. Só então, os pecados serão cancelados
ou extintos. A esta altura, um leitor que não conheça todas as heresias dessa
mulher, poderá pensar que, até que enfim, a novela acabou. Porém, ledo engano,
pois ela sustenta que o diabo arrostará com os pecados dos verdadeiros penitentes
depois do milênio, quando então ele será lançado no lago de fogo. Ora, se os
pecados foram extintos durante o Juízo Investigativo, como lançá-los depois sobre
o diabo no dia final? Afinal de contas, o pecado foi extinto ao término do Juízo
Investigativo ou não foi? Lembre-se que os adventistas, inspirando-se nos escritos
de Ellen White creem que, ao término da purificação do santuário (ou Juízo
Investigativo), Cristo virá e arrebatará a Igreja ao Céu, onde ela passará mil anos.
Depois disso é que virá o juízo final, quando então o diabo arrostará com os
pecados que, segundo ela mesma disse, já haviam sido extintos mais de mil anos
antes. Dá para entender essa barafunda? Mas essa é a profetisa dos
“remanescentes”.
A “Revista Adventista” de março de 1973, alega que a profanação do
santuário causada por Antíoco Epifânio durou, na melhor das hipóteses, 1130 dias,
mas nunca, 1.150 dias, tempo este exigido pela profecia, se as 2.300 tardes e
manhãs correspondessem realmente a 1.150 dias. De fato, se formos rígidos
aritméticos, jamais acharemos o número exato, ao basearmos em I Macabeus 1.57;
e 4.52. Para este problema sugerimos duas possíveis soluções:
1ª) Macabeus, embora sejam livros históricos de grande valor, não gozam de
infalibilidade, visto que não foram escritos sob inspiração divina. Por conseguinte,
podemos até citá-los de passagem, sem nos esquecermos, porém, que o nosso
“cavalo de batalha” é a Bíblia Sagrada. É ela que dará a palavra final; 2ª) os
números na Bíblia são, às vezes, arredondados, ou para mais, ou para menos. Há
vários exemplos disso. Contudo, veremos agora somente um caso. Em Gn 15.13
Deus disse que os descendentes de Abraão habitariam no Egito por 400 anos. Mas
Ex 12.40, 41; e Gl 3.17, nos informam que o tempo exato foi de 430 anos.
Que o período da profanação aludida em Dn 8.13-14, são de 1.150 dias, é
posição defendida quase que por unanimidade pelos mais abalizados peritos
bíblicos. Por exemplo, os comentaristas da Bíblia de Estudo Pentecostal, explicam
Dn 8.14 assim: “a purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses depois de o
altar do Senhor ter sido removido por Antíoco. Cada par de ‘tardes e manhãs’
representa um dia literal (...) Assim, o período decorrido foi de 1.150 dias”.
Segundo Ellen White, é após a conclusão do trabalho de que trata o Juízo
Investigativo (o que implica, como eu já informei, em averiguar o caso de toda a
Humanidade (mortos e vivos), que Jesus voltará. Ela disse ainda, que haverá um
tempo não revelado a nós, entre o fim do Juízo Investigativo, e a vinda de Jesus
para arrebatar a Igreja. Nesse espaço de tempo, ninguém mais poderá se converter
e se salvar (Cf.: O Conflito dos Séculos, capítulo 28. Sugiro que você leia todo este
capítulo). É que, segundo ela, o tempo da graça terá, então, findado. Ora, se assim é,
talvez estejamos evangelizando em vão. A partir de 1844, já não há mais como
51
garantir ao pecador: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At
16.30), visto que podemos estar naquele espaço de tempo existente entre o fim do
Juízo Investigativo, e a vinda de Cristo para arrebatar a Sua Igreja, período este
que, segundo Ellen White, a porta da graça estará fechada. Mas, astuciosa e
incoerentemente, os chefões do Adventismo não passam essa insegurança em seus
sermões. E essa sonegação de informação é, sim, indício de desonestidade. É! Um
abismo chama outro abismo! Podemos considerar como genuinamente cristã, uma
"igreja" que não assegura a salvação dos que creem no Evangelho? Os poderosos
chefões do Adventismo dirão que eles não o fazem, mas há aqui as seguintes
dificuldades: 1) Se não o fazem, são hipócritas, o que também descaracteriza
qualquer associação que arrogue a si o título de cristã; 2) Fazem sim, e por escrito,
pois difundem o livro O Conflito dos Séculos, op. cit., fruto da maldita pena de Ellen
White, que garante que assim é. Este diabólico livro é apresentado ao público
ledor, como obra de grande valor, do qual se diz até que é tão inspirado por Deus
quanto a Bíblia (Veremos isso no capítulo IX).
Estribamo-nos em Gn. 1: 5, para mostrar que um par de “tarde e manhã”
corresponde a um dia. Mas, obviamente, as tardes e manhãs de Dn 8.14
correspondem às nove horas da manhã e às três da tarde, já que o contexto fala de
sacrifícios, e era nestes horários que se sacrificava a Iavé. Isto, porém, em nada
altera o nosso raciocínio anterior, segundo o qual 2300 tardes e manhãs
representam 1.150 dias; visto que, de qualquer forma, continuamos tendo 1.150
pares de “tardes e manhãs”.
52
CAPÍTULO VIII
53
CAPÍTULO IX
54
do Adventismo apelar para subterfúgio diante da acusação em questão, constitui
prova cabal de que eles, além de reconhecerem que verdadeiramente têm culpa no
cartório, não são suficientemente humildes para confessarem que falharam e pedir
perdão a Deus, bem como às pessoas que foram intoxicadas com suas parras
bravas.
Podemos considerar como evangélicos os que não fazem da Bíblia a sua única
regra de fé e vida?
Ora, sabemos que (de acordo com o contexto) quem, nesta passagem, se
dirige ao diabo, é o próprio SENHOR (“Anjo do Senhor”, segundo algumas
traduções), isto é, Jesus Cristo, de acordo com renomados teólogos
evangélicos. E, sendo assim, encontramos aqui o próprio Jesus pré-
encarnado, agindo tal qual Miguel agira, quando de seu embate com o
55
diabo. Isto constitui prova de que o fato de constar em Jd 9 que Miguel
disse a Satã, “o Senhor te repreenda”, não testifica contra a Deidade
natural e plena deste Arcanjo. Isto posto, ele pode, sim, ser Jesus, mesmo
se expressando deste modo. E a prova disso, repito, é o fato de Jesus ter
falado dessa mesma maneira em Zc 3.2. Doutro modo, o SENHOR (Iavé, no
original) falante, mencionado no texto em questão (Zc 3.2), seria alguém
inferior a Cristo; com o que, não só os adventistas, mas também os
evangélicos, discordariam.
Bem, quando coloquei que o fato de o arcanjo Miguel haver dito a Satanás “O
Senhor te repreenda” (Jd 9), prova que ele não é Jesus, estava apenas querendo
reforçar este parecer, visto que isto já ficou elucidado categórica e
peremptoriamente, quando explanei Dn 10. 13. Portanto, ainda que eu tivesse sido
infeliz ao recorrer a Jd 9 objetivando maior elucidação sobre esta questão,
permaneceria de pé a explicação que dei referente a Dn 10.13. Atente para o fato
de que o que eu disse sobre Jd 9, está sendo contestado com Zc 3.2, mas o que
afirmei acerca de Dn 10.13, emudeceu os oponentes. E, se o que queremos, não é
“sair vitorioso no debate, ainda que para isso tenhamos que procurar chifre em
cabeça de cavalo”, mas sim, a extração da verdade, assim como a sua exposição,
devemos concluir que deveras Dn 10.13 não deixa dúvida de que Miguel não é
Jesus; e que, quanto a isso, a conferência está encerrada, isto é, esta questão já não
mais está em discussão. E no que diz respeito à minha dissertação a respeito de Jd
9, podemos até divergir, e, concomitantemente caminharmos juntos para o Céu,
considerando que, de um jeito ou de outro, a heresia de perdição que leva para o
inferno, que é a falsa conclusão de que Jesus é apenas “um dos primeiros
príncipes”, já foi rechaçada.
Mas (verdade seja dita), uma vez que eu levantei uma questão à base de Jd 9,
por mais lógica que a mesma possa me parecer, não posso negar aos meus
interlocutores o direito de me refutar. E, confesso, a refutação ao meu colóquio
baseado em Jd 9, embora equivocada, tem uma roupagem de ortodoxia (ou seja,
uma aparência com a verdade) que só vendo. Realmente, este argumento calcado
em Zc 3.2, apresentado pelo aludido oponente, parece ser tão lógico e verdadeiro
quanto ao que eu dissera enquanto discorria sobre Jd 9. Todavia, como nenhum de
nós ignora, sempre que duas pessoas divergem sobre uma mesma questão, no
mínimo uma está errada. Isto significa que o leitor pode até ficar em cima do muro,
sem saber de que lado está a verdade, ou decidir a meu favor, ou ainda ombrear o
meu oponente, mas jamais poderá dizer que ambas as ideias estão certas. E, sendo
assim, quem é o errado? Bem, é princípio elementar da Hermenêutica que todo
texto tem que ser interpretado à luz do contexto. À parte do contexto, todas as
possibilidades são possíveis. Sugiro, pois, que o leitor leia Jd 9 à luz do contexto e
veja que Judas contrasta Miguel com os ímpios “que negam a Deus, único
dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo” (vv. 4), e “...rejeitam a dominação e
vituperam as dignidades” (vv. 8). Enquanto o arcanjo Miguel, embora superior a
tais arrogantes, foi comedido no trato para com Satã, limitando-se a dizer-lhe, “O
Senhor te repreenda” (vv. 9. Grifo nosso). Grifei “repreenda” porque quero que o
leitor atente para o tempo verbal. É claro que o leitor sabe que “repreenda” não é o
mesmo que “repreende”. Neste caso, o verbo está no presente do indicativo, e, por
isso mesmo, indica que a repreensão está acontecendo; mas naquele, o verbo está
no subjuntivo, e expressa apenas um anelo, com sabor de invocação a Deus, para
56
que este interviesse sem delonga, em seu (do arcanjo Miguel) socorro. Ora, é claro
que em jd 9, o contexto faz saltar à vista que o falante não é nenhum dos
integrantes da Divindade, visto que qualquer dos membros da Santíssima Trindade
pode sim, de per si, em Seu próprio nome, sem megalomania alguma, repreender o
diabo. O fato de Miguel não ousar a tanto, mas apelar para que Deus o fizesse,
evidencia que ele não se julgou à altura fazê-lo, o que prova, sim, que ele sabe que
há entre ele e Deus um intransponível hiato. E, se não é Deus, então não é Jesus, já
que Cristo o é. Até porque Jesus não agiu assim nem mesmo nos dias da Sua
humilhação, após se humanizar, durante o Seu Ministério terreno. Naquela época já
dizia Ele: “Vai-te, Satanás...” (Mt 4.10). Então, não só Ele, mas até os simples
mortais que se valiam do Seu nome, punham os demônios para correr (Mt 10.8; Mc
16. Lc 10.17). E isto prova que o nome de Jesus tivera, tinha e tem poder sobre o
diabo.
Mas, de um jeito ou de outro, não é verdade que em Zc 3.2 temos o próprio
Jesus, pré-encarnado, dizendo ao diabo “O SENHOR te repreende”? Sim, temos;
mas atente para o fato de que na Almeida Revista e Corrigida, o texto diz
“repreende”, e não “repreenda”.
É verdade que em algumas Bíblias consta “repreenda” em Zc 3.2. E não é
totalmente sem razão que alguns editores optam por traduzir assim, visto que o
original não é claro, gerando notável dificuldade de tradução. Só o contexto pode
levar um tradutor a se posicionar quanto a isso, e essas divergências certamente
perdurarão mesmo em meio a acirrados debates. Ora, já que na Bíblia há textos de
difícil interpretação (2Pe 3.16), que, por sua vez, geram dificuldades de tradução,
dificuldades estas que dividem os eruditos, obviamente nos é bom ouvir ou ler o
que esposam tais peritos bíblicos em defesa de seus ponto de vista. Apreciemos,
então, o que exararam os comentaristas da Bíblia de Estudo Pentecostal, em
consideração a Jd 9: “[...] o poderoso arcanjo Miguel recusou-se a insultar Satanás,
mas confiou no poder de Deus [...]”. Mas, de Zc 3.2, eles registram outra
observação. Queira ver: “[...] o próprio Deus resistiu a Satanás, e o repreendeu [...].”
Logo, neste caso, diferentemente do que disseram de Miguel em Jd 9, os eruditos
em questão não vêem um falante comedido, mas ousado. E, _ toma-se nota _, o dito
falante age, segundo os referidos comentaristas, em Seu próprio nome. E se Ele age
em Seu próprio nome, então a versão preferível deve ser “repreende”, e não
“repreenda”. E o porquê, nós já vimos acima, enquanto considerávamos os
respectivos tempos dos verbos em lide.
Além do que disseram os comentaristas da Bíblia de estudo supracitada, em
alusão a Zc 3.2, os elaboradores dos estudos constantes da Bíblia Vida Nova
registram o que se segue: “Deus responde a Satanás. Te repreende. [...]” (Grifo no
original).
Sabemos que a Trindade é tríplice quanto às pessoas que a integram, mas uma,
no que diz respeito à essência da Divindade. Logo, há um só Jeová, não há dois ou
três Senhores, nem tampouco mais de um Deus. E, sendo assim, Zc 3.2 exibe o
próprio Deus repreendendo ao diabo, já que nos diz que “O SENHOR disse a
Satanás: O SENHOR te repreende”. Ora, se há um só Senhor (Ef 4.5), então o falante
e o repreendedor são um só e o mesmo Deus. Deste modo, salta aos olhos que não
temos em Zc 3.2 um caso tal qual o de Jd 9. O contexto deste texto nos fala de um
ser recorrendo ao auxílio do seu maioral, mas o daquele nos mostra o próprio
Jeová peitando o Bicho Ruim. Sim, visto que nenhuma das Pessoas da Trindade se
limita a aspirar que Satã seja repreendido, nem tampouco necessita recorrer a
57
qualquer das outras duas Pessoas que compõem a Divindade, para se defender. O
Filho de Deus, uma vez humanizado, poderia fazer isso; mas antes de se
humanizar, não. Temo, pois, no versículo em análise, que Deus mesmo repreende
ao seu opositor.
Pode-se ver (à luz do contexto) em Jd 9 que Miguel concluiu não ser da sua
competência amaldiçoar o diabo em seu próprio nome, por cujo motivo apelou que
o Senhor o fizesse. Ora, a Santíssima Trindade não é uma escadinha de Deuses
formada por três degraus, antes os “três são um” (Jo 5.18; 10.30; 1Jo 5.7). Estaria o
Pai à altura de fazer algo que fuja da alçada do Filho? É o Pai mais ousado do que o
Filho?
O Filho de Deus, mesmo depois de humanizado, mandou que os Seus discípulos
expulsassem os demônios em Seu nome (Lc 10.17). Ora, se podemos expulsar os
demônios no nome de Jesus, desnecessário é dizer que Cristo o faz em Seu próprio
nome. Sim, do fato de se fazer algo em nome de alguém, subentende-se que o
mandante o faz em seu próprio nome. Douto modo o outorgante seria um falsário.
E, sendo assim, por que o não teria feito em Jd 9?
A palavra traduzida por “repreenda” (VEpitimh,sai) em Jd 9, é a mesma usada
pelos tradutores que elaboraram a Septuaginta, ao traduzirem Zc 3.2. Todavia,
certamente os adventistas não ignoram que nenhuma tradução goza da Inspiração
Verbal e Plena, própria da Escritura original. Todos os peritos bíblicos sabem que
muitos dos equívocos existentes até hoje em diversas traduções, nasceram na
Septuaginta e nos foram repassados pela Vulgata Latina, que, por sua vez se
inspirou na tradução latina levada a cabo em 170 d.C. Ademais, já notamos que há
eruditos sustentando que em Zc 3.2 o próprio SENHOR repreende ao Maligno, e
que não poderia ser diferente, já que há um só SENHOR.
O ponto alto de tudo que dissemos até aqui, independentemente de a tradução
correta de Zc 3.2 ser “repreende” ou “repreenda”, à luz de Dn 10.13 Miguel não é
Jesus, e que Jd 9 reforça esta ideia; e que apelar para Zc 3.2, intuindo provar que Jd
9 está sendo mal interpretado mim, é desconversar. Lembre-se que eu não sou
Deus e que, por isso mesmo, interpreto erradamente vários textos bíblicos. Mas, se
o que queremos, é ir para o Céu, precisamos parar de confundir o Criador com a
criatura, já que isso está induzindo os adventistas a negarem a singularidade de
Cristo. Ainda que tudo quanto eu disse de Jd 9 e Zc 3.2 esteja errado, isso não vai
impedir a minha entrada no Céu, visto que de um jeito ou de outro, não estou
degradando a Cristo. O mesmo, porém, não se pode dizer dos que sustentam que
Jesus é “um dos primeiros príncipes”. Não!!! Jesus é “O”!!!!
A errônea crença de que Jesus é Miguel, pregada pelos adventistas, foi ensinada
também pela senhora White. São dela estas palavras:
Moisés passou pela morte, mas Cristo desceu e lhe deu vida antes que
seu corpo visse a corrupção. Satanás procurou reter o corpo,
pretendendo-o como seu; mas Miguel ressuscitou Moisés e levou-o
ao Céu....Satanás maldisse amargamente a Deus, acusando-o de injusto
por permitir que sua presa lhe fosse tirada; Cristo, porém, não
repreendeu a seu adversário, embora fosse por sua tentação que o
servo de Deus houvesse caído. Mansamente remeteu-o a Seu Pai,
dizendo: ‘O Senhor te repreenda’ “(Primeiros Escritos. 3ª edição,1988,
página 164, grifo nosso).
58
Aqui, a senhora White está expondo o que Deus lhe teria revelado acerca de
Judas 9, que nos fala da mais que mencionada contenda que se deu entre o arcanjo
Miguel e o diabo. E como vimos, ela disse sem rodeios que o arcanjo Miguel é o
Senhor Jesus.
É fácil raciocinar à base da Bíblia e ver que Jesus não é Miguel. Mas, como essa
heresia é uma das obras da senhora White, mulher essa de grande prestígio entre
os adventistas, fica difícil convencê-los de que isso é heresia. Todavia, o que é difícil
ou até mesmo impossível aos homens, é facílimo para Deus. Não desistamos, pois.
Persistamos na oração e no ensino da Palavra, confiantes no poder do Espírito
Santo. “A semente do Evangelho, em vão não se semeia”.
59
9.3. O Adventismo é Exclusivista, Proselitista e Sorrateiro
9.3.1. Exclusivista
Os “pastores” adventistas Alejandro Bullón e Floriano Xavier dos Santos, este,
Presidente da União Este Brasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia, às páginas
3 e 5, respectivamente, apresentam e prefaciam com elogios o livro intitulado
“Assim Diz o Senhor”, o qual, às páginas 323 a 327 afirma sem rodeios que a única
Igreja de Cristo, a verdadeira Esposa do Cordeiro, é a que, guardando os Dez
Mandamentos, observa a guarda do sábado. E tacha de mentirosas, as igrejas que,
destoando disso, alegam ser de Cristo.
9.3.2. Proselitista
“Proselitismo” ou “pescaria de aquário” são, numa conceituação particular,
jargões evangélicos que designam os que hipocritamente tremulam bandeira
evangélica, no intuito de se infiltrar entre nós, a fim de, desse modo, nos conquistar
para as suas fileiras. Os adventistas são hábeis pescadores de evangélicos. Logo,
são o que chamamos de proselitistas. Senão, vejamos as evidências abaixo:
4ª) Este autor vem sendo assediado pelos adventistas desde quando era novo
convertido. Temos recebido cartas até da liderança dessa seita, convidando-nos a
participarmos de seus “Estudos Bíblicos” a fim de inteirarmos da Mensagem
Adventista. Ora, se são evangélicos, então não têm nenhuma novidade para nós; e,
se têm algo novo a oferecer-nos, então não são do nosso grupo. É como dizia o ex-
Padre Aníbal: “O diabo não consegue esconder o rabo”.
60
9.3.3. Sorrateiro
Primeira prova:
Faz parte da estratégia proselitista dos adventistas, dirigir-se às igrejas
evangélicas, oferecendo-nos seus livros. Chegam dizendo que tais obras são
neutras, isto é, não entram no mérito das divergências doutrinárias que há entre
nós. Pura hipocrisia! Na obra intitulada As Belas Histórias da Bíblia, volume 1, a
guarda do sábado é enfatizada. Além disso, eles “dão” um “brinde”, a saber, um
livro, no qual suas heresias são defendidas com ardor. Por exemplo (embora
mordendo e assoprando ao mesmo tempo), no capítulo 33 do livro O Grande
Conflito (com o qual, geralmente presenteiam os que compram suas obras
“neutras”), se insinua que nós, pastores evangélicos, somos agentes do diabo, por
pregarmos que: a) a alma sobrevive à morte do corpo; b) os homens que se
perderem, o diabo, e os demônios serão atormentados eternamente. É esse
alimento estragado que as ovelhas recebem, quando um pastor evangélico, que
ainda não saiba o quanto o Adventismo é perigoso, permite, às vezes até por
escrito, que esses lobos invadam seus apriscos e devorem as ovelhas que o sumo
Pastor pôs sob o cajado que Ele lhes confiou.
Essa estratégia “missionária” dos adventistas, além de não ser dispendiosa
(nós os pagamos para que nos “evangelizem”), é altamente rentável, visto que
desse modo a editora deles fatura alto sobre nós.
Segunda Prova
Na Revista Adventista de abril/98, os adventistas são aconselhados a não dizer
que eles são o único povo que tem a verdade, bem como a única e verdadeira
Igreja, caso haja não adventista por perto. Atentemos para o fato de que não se
proíbe dizer isso, mas tão-somente sugere que se evite expressar assim, na
presença dos que não são adventistas.
Terceira Prova
O grande apologista Aldo Menezes, referindo-se ao “pastor” Alejandro Bullón,
disse: “Quem ouve seus sermões cristológicos pensa tratar-se de um adventista
diferente, que prega exclusivamente a Cristo, e não a guarda da lei e de um descanso
sabático. Mas a coisa não é bem assim. Numa entrevista à Revista Adventista
(janeiro/97), p.17, perguntou-se a Bullón: ‘Parece que a comunidade evangélica tem
sido mais tolerante com a Igreja Adventista. Mudou a Igreja, ou mudaram as
pessoas?’ Ele respondeu: ‘A Igreja não mudou, a doutrina não mudou. Mudou a ênfase
que damos à mensagem. Antes, fomos ensinados a destacar os resultados da salvação.
Hoje, a ênfase está na causa da salvação que é Cristo. Quando pregamos a Cristo e o
evangelho, naturalmente, OS EVANGÉLICOS ABREM O CORAÇÃO À NOSSA
MENSAGEM’. Sua resposta é reveladora: Antes, enfatizavam o resultado da salvação,
que segundo a literatura adventista inclui a guarda do sábado e o reconhecimento do
‘espírito de profecia’ na pessoa de Ellen White etc.. Hoje, enfatizam o Salvador,
deixando o ‘resultado da salvação’ para depois. Com isso ficou mais fácil atrair o
coração dos evangélicos para a ‘mensagem adventista’ ” (Agir Notícias, órgão oficial
da AGIR - Agência de Investigações Religiosas - Ano II, número 6, maio/junho de
1998, página 1. Grifo nosso.). Você captou a mensagem? A estratégia atual é fazer
com que pensemos que eles são iguais a nós e assim nos atrair à seita deles para
depois nos intoxicar com suas heresias.
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Relembramos que o “pastor” Alejandro disse que “A questão não é
simplesmente se posso ou não posso comer carne de porco, se devo ou não devo
guardar o domingo...O assunto é muito sério. É uma questão de vida ou morte, de
salvação ou perdição...” (Assim Diz o Senhor, Lourenço Gonzalez, página 5,
supracitado).
Quarta Prova
Um cantor adventista, cujo nome omitiremos por não termos gravado sua
declaração, após ser por nós encurralado, nos disse: “Todo pastor que não prega as
doutrinas bíblicas pregadas pelo Adventismo do 7º Dia, é, das duas, uma: Ou um mal
informado ou um obstinado, visto que doutro modo, ele seria adventista”. Esse lobo
anda por aí, se infiltrando entre nós, no intuito de abocanhar uma ovelhinha
desprevenida. Esse “malabarista”, por não saber onde este autor congrega, se
oferecera a um de nossos diáconos para cantar na nossa igreja. O que ele pretende
com isso, já que ele nos considera como falsos profetas? Converter-nos ao
Adventismo, é a resposta.
Quinta Prova
Com quem os atuais adventistas aprenderam esse vergonhoso proselitismo?
Com a senhora Ellen White, é a resposta franca e sincera. Eis a prova:
“Temos uma obra a fazer por ministros de outras igrejas. Deus quer que eles se
salvem.
Nossos ministros devem buscar aproximar-se dos ministros de outras
denominações” (Testemunhos Seletos, Volume II, 2ª edição de 1956, página 386).
Esse malabarismo dos adventistas os torna mais perigosos do que os
testemunhas de Jeová, os mórmons e outros. É que estes batem de frente conosco,
tachando-nos de falsos profetas na cara. Mas os adventistas, embora pensem assim
também, não nos dizem isso nos primeiros contatos, a fim de não espantarem a
presa. Essas estratégias têm funcionado, pois é grande o número de evangélicos
que se deixam levar, ora afirmando que os adventistas são evangélicos, ora até
mesmo se filiando a essa agremiação herética, o que demonstra ter um fundo de
verdade o seguinte provérbio: “Que Deus me defenda dos meus amigos, porque dos
meus inimigos me defendo eu”.
Sexta Prova
Outra estratégia proselitista dos adventistas consiste em oferecer às igrejas
evangélicas palestras sobre dependência química, prevenção às drogas, Medicina
Natural etc.. Usam esses temas não religiosos para se infiltrar entre nós, conquistar
nossa simpatia e injetar o veneno. Não aceite essa “ajuda” do Inimigo. É preferível
convidar um ateu, a ouvir esses proselitistas.
Vigie, ó irmão!
Atentemos com mais diligência para a Palavra do Senhor que nos adverte:
“Acautelai-vos... dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas
interiormente são lobos devoradores” (Mt. 7.15). Na opinião deste autor, de todos os
lobos, os que melhor se vestem como ovelhas são os adventistas. É que eles
pregam tudo quanto nós pregamos, mais alguma coisa. E é aí que mora o perigo.
São como os gálatas, os quais, além de crer que Jesus é o Salvador, criam
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paralelamente que a circuncisão, a guarda do sábado e outros preceitos da Lei,
eram imprescindíveis à salvação, como já demonstramos em 2.3.
O que levou os adventistas à conclusão acima é o fato de Lv. 16.15-28 nos falar
de dois bodes, os quais, segundo a Lei de Moisés, eram apresentados ao Senhor
para expiação do pecado; o primeiro bode era sacrificado, mas o segundo enviado
ao deserto e abandonado à sua própria sorte (este era chamado de bode
emissário). Os adventistas concluíram, então, que o bode emissário tipificava
Satanás e daí deduziram que o diabo será lançado no lago de fogo onde sofrerá até
ser extinto. Crêem os adventistas que os pecados dos verdadeiros cristãos serão
lançados sobre Satanás e que, portanto, ele arrostará com as nossas iniqüidades lá
no inferno. Mas eles necessitam atentar para o fato de que o referido bode era
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apresentado perante o Senhor para expiação do pecado. Logo, esta interpretação
dos adventistas está errada por duas razões:
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EPÍLOGO
Obrigado por você nos ter dado a honra de ler este livro.
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P.S.:
NOTAS
BIBLIOGRAFIA
I. OBRAS EVANGÉLICAS
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7) OLIVEIRA, Raimundo F. de. Seitas e Heresias, Um Sinal dos Tempos.
8) PAXTON, Geoffrey F. O Abalo do Adventismo. JUERP
9) REIS, Aníbal Pereira. Dos. A Guarda do Sábado. Caminhos de Damasco.
10) RINALDI, Natanael e ROMEIRO, Paulo. Desmascarando as Seitas. CPAD.
11) Agir Alerta (Jornal editado pela AGIR, Agência de Informações Religiosas;
vários exemplares).
12) Bíblia de Estudo Almeida. SBB - Sociedade Bíblica do Brasil.
13) A Bíblia Vida Nova. Bíblia de estudo editada pela S.R. Edições Vida Nova
14) Bíblia de Estudo Pentecostal. – CPAD - Casa Publicadora das Assembleias
de Deus
15) ) Bíblia de estudo editada pela Edições Paulinas (editora católica)
16) Bíblia de estudo editada pelo CBC - Centro Bíblico Católico
17) Série Apologética, Volume III, ICP - Instituto Cristão de Pesquisas -
edição de 2002
18) Ana Maria (Revista). 31 de agosto de 2007. São Paulo: Editora Abril
I. LIVROS E APOSTILAS
Você pode obter muitas informações sobre seitas e heresias, acessando o site
acima.
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SOBRE O AUTOR:
prjoel@pastorjoel.com.br
Rio de Janeiro/RJ
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