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ZOOLOGIA

Aula Prática

Classificação

Filogenia

Animal
Vamos refle0r sobre É"ca e Direito dos Animais?

O que você pensa sobre o fato do


homem fazer experimentos e
eutanasiar outros organismos vivos
p a r a d a r s u p o r t e a o
desenvolvimento de técnicas
cirúrgicas, medicamentos, fármacos
e necessidades comerciais em
benefício próprio e mesmo dos
animais?

Como você se posiciona em relação


à utilização de animais recém
abatidos para finalidades didáticas e
educacionais, como, por exemplo,
nas disciplinas durante seu curso de
graduação?
Chaves Taxonômicas Em Zoologia
As chaves taxonômicas nos auxiliam a classificar os animais em categorias taxonômicas
(Filo, Classe, Ordem, etc.), podendo, no caso de chaves de identificação, chegar até a
determinação da espécie.
Existem vários tipos de chaves utilizadas para estes propósitos, sendo as mais comuns as chaves
dicotômicas. Fazem parte deste roteiro três chaves dicotômicas de classificação zoológicas de
grande simplicidade: chave 1 e 2 (Invertebrados); chave 3 - (Vertebrados).
A chave dicotômica pode ser considerada como um artifício engenhoso utilizado na classificação
e/ou identificação de espécimes. As chaves taxonômicas de maior complexidade são destinadas
aos especialistas de determinadas áreas (p. ex., carcinólogo= crustáceos; entomólogo= insetos;
ictiólogo = peixes etc.) e, na maioria, possuem termos que requer um conhecimento prévio sobre a
morfologia externa do grupo animal objeto de estudo.

Exercícios

1. Você encontrará sob a bancada alguns espécimes animais. Observe atentamente cada um
deles, classificando-os primeiramente quanto a presença ou ausência de vértebras.
Posteriormente, classifique-os corretamente quanto ao táxon a que pertencem, utilizando a chave
de classificação apropriada. Vale ressaltar que as chaves taxonômicas somente indicarão a
classificação correta do exemplar analisado quando empregada corretamente. Para exemplificar,
se utilizarmos erroneamente a chave 3 para classificar uma lesma, ao invés da chave 1,
chegaremos à Classe Agnatha ao invés do Filo Mollusca.

2. Suponha que você seja responsável por uma coleção científica e que tenha que enviar um dos
exemplares para ser identificado por um especialista (determinador). Escolha um deles e faça uma
etiqueta com as informações necessárias para que a determinação seja precisa.
1 Sexo feminino.....................................2
1’ Sexo masculino...................................5

2. Cor de cabelo ruivo.................. Amanda


2’ Cor de cabelo não ruivo .....................3

3 Cor de cabelo loiro................... Renata


3’ Cor de cabelo castanho/escuro
.....................4

4 Usa óculos...............................Juliana
4’ Não usa óculos..........................Paula

5 Usa botas ...............................Rodrigo


5’ Não usa botas...................................6

6 Cor de cabelo loiro ................Frederico


6’ Cor de cabelo negro................... Hugo
CHAVE 1 - FILOS INVERTEBRADOS
1. Corpo com simetria radial ......................................... ........................................................................... 2
1'. Ausência do caractere acima .................................................................. ............................................. 3
2. Corpo mole tentáculos presentes ................ ........................................................................ Filo Cnidaria
2'. Corpo duro e áspero sem tentáculos ......................................................................... Filo Echinodermata
3. Presença de exoesqueleto................................................................................................................. ..4
3'. Ausência de exoesqueleto ........................................ ........................................................................ ..5
4. Apêndices articulados ..................................................................................................... Filo Arthropoda
4'. Sem apêndices articulados ... ...................................................... ..................................... Filo Mollusca
5. Corpo segmentado ............................................................................. .............................. Filo Annellida
5'. Corpo-não segmentado.............................. ......... ....................................................Filo Platyhelminthes

A B C

D E F
CHAVE 2 - FILO ARTHROPODA
1. Mais de5 pares de patas locomotoras .................................................................................................... 2
1'. Cinco pares de patas locomotoras ou menos ........................................................................................ 3
2. Um par de patas por segmento ..... .............................................................................. Classe Chilopoda
2'. Dois pares de patas por segmento .............................................................................. Classe Diplopoda
3. Presença de antenas ............................................... . ............................................................................ 4
3'. Ausência de antenas................................................................................................... Classe Arachnida
4. Um par de antenas ..................................................................................... ..................... Classe Insecta
4'. Mais que um par de antenas ...................................................................................... Classe Crustacea

A C
B

D E
CHAVE 2- SUB-FILO VERTEBRATA
1. Presença de pêlos ................................................................................................... . Classe Mammalia
1'. Ausência de pêlos ................. .............................................................................................................. 2
2. Presença de penas ................................................................................... ......................... Classe Aves
2'. Ausência de penas............................................................................................................................... 3
3. Presença de mandíbulas ................................... .................................................................................. 4
3'. Ausência de mandíbulas ................................................................................................ Classe Agnatha
4. Presença de nadadeiras pares ............................................................................................................. 5
4'. Ausência de nadadeiras pares .............................................................................................................. 6
5. Esqueleto ósseo ..................................................................................................... Classe Osteichthyes
5'. Esqueleto cartilaginoso ....................................................................................... Classe Chondrichthyes
6. Presença de escamas .....................................................................................................Classe Reptilia
6'. Ausência de escamas ........................................ .......................................................... Classe Amphibia

B C
A

D E
F

g
Passos para a construção de um cladograma

1 Selecione um grupo taxonômico para ser analisado, p. ex. um grupo de vertebrados;

2. Para cada membro do grupo, determine algumas particularidades observáveis (caractere) e


note seu “estado” (um caractere de “estado” é uma ou mais formas possíveis deste caractere). Por
exemplo, para a característica nadadeiras, os possíveis estados podem ser presente ou ausente.

3. Para cada caractere, determine qual é o estado ancestral (primitivo ou plesiomórfico) e qual é
derivado (apomórfico). Isso é geralmente feito por comparação com um organismo mais
distantemente relacionado chamado de GRUPO EXTERNO. É hipotetizado que particularidades
compartilhadas com o organismo mais distantemente relacionado é considerado primitivo ou
caractere plesiomórfico. Similarmente, particularidades que diferem do GRUPO EXTERNO são
consideradas como um ramo do ancestral comum e por isso são consideradas derivadas ou
apomórficas

4. Agrupe os táxons que compartilham características derivadas (sinapomorfias)

5. Quando em dúvida, escolha a árvore mais parcimoniosa. Mesmo sendo possível que estruturas
similares tenham se desenvolvido independentemente de um ancestral comum em linhagens
separadas devido à pressão seletiva (evolução convergente), isto é assumido como um evento
raro. Assume-se que a maioria das estruturas (olhos, chifres, caudas, pêlos etc) são características
desenvolvidas ou perdidas apenas raramente. Então, quando em dúvida, escolha o caminho que
minimiza o número de vezes que a característica foi postulada a aparecer (ou a perder)
separadamente.
Caractere Grupo Sapo Canguru Rato Tartaruga Humano
externo
(peixe
com
nadadeira
lobada)
Tubo nervoso sim sim sim sim sim sim
dorsal
Pernas não sim sim sim sim sim
Natureza do ovo requer requer Desenv. Desenv Casca dura Desenv.
água água dentro da dentro da previne a dentro da
mãe mãe desidratação mãe
Natureza do Em ovo Em ovo marsupial placentário Em ovo placentário
desenvolvimento
Pêlo não não sim sim não reduzido
Presença de não não sim não não Não
marsúpio
Postura bípede não não sim não não Sim

Grupo Externo
Características Grupo Arachnidae Merostomata Pycnogonida
externo

Número de pares de >4 4 4 4


pernas

Cefalotórax não sim sim não


proteção tipo-carapaça

Telson não não sim não


Apêndices abdominais presente reduzido ou presente presente
modificado

Traquéia ausente presente ausente ausente

1 - Pycnogonida
2 - Arachnida
3 2 3 - Merotostomata
1
4 - Cefalotórax; proteção tipo-
6 5 carapaça
5 - Traquéia; apêndices abdominais
4 reduzidos ou modificados
6 - Telson
Gr. Ext.
7 - 4 pares de pernas
7
Uniramia Cepholocarida Malacostraca Remipedia Maxillipoda Branchiopoda
(grupo externo)
Com mandíbula sim sim sim sim sim sim

larva Náuplio não sim sim sim sim sim

2a antena não sim sim sim sim sim


bifurcada
N° de muitos 11 segmentos, 6-7 Muitos < 8; corpo < 9; corpo
segmentos no segmentos: corpo está segmentos: segmentos: dividido em dividido em 3
abdômen corpo não está dividido em 3 corpo está corpo não 3 regiões regiões
dividido em 3 regiões dividido em 3está dividido
regiões regiões em 3
regiões
Carapaça não não presente mas não presente sim
presente reduzida mas
reduzida
Maxilípedes não não sim não sim não

1 - Branchiopoda
2 – Cepholocarida
3 - Remipedia
2 1 5 4
3 4 - Malacostraca
10 5 - Maxillopoda

7 6 – Corpo em 3 regiões; grande n° de segmentos


abdominais
9 7 – Presença de maxilípedes, redução do n° de
segmentos abdominais, redução da carapaça
6 8 – desenvolvimento naupliar, 2ª antena bifurcada
Gr. Ext. 8 9- presença de carapaça, redução em n° dos segmentos
abdominais
10 – redução em n° dos segmentos abdominais
Homalozoa (Gr. Equinoidea Asteroidea Crinoidea Holoturia Ofiura
Externo)
Sistema de água Sim Sim Sim Sim Sim Sim
vascular
N° de sulcos 3 5 5 5 5 5
ambulacrais
Madreporito Aboral Aboral Aboral Nenhum interno Oral
Sugadores Não nos pés Nos pés Nos pés Ausente Nos pés Nos pés
Sulcos ambulacrais Não Sim Sim Não Sim Sim
fechados

Superfície aboral Não Sim Não Não Sim Sim


reduzida
Sulcos Ambulacrais Não Sim Não Não Sim Não
estendidos da
superfície oral para
a aboral
Endoesqueleto Altamente inflexível flexível Altamente Altamente Altamente
flexível flexível reduzido flexível

1 - Ofiura
2 – Equinóidea
3 - Asteroidea
4 - Holoturia
5 - Crinoidea

6 – Extensão dos sulcos ambulacrais da superfície oral para aboral


7 – 5 sulcos ambulacrais, superfície oral
8 – Endoesqueleto altamente reduzido, madreporito interno
9 - Sulcos ambulacrais fechados
10 – Superfície aboral reduzida
ORGANIZACÃO DE COLECÕES

Os exemplares deverão ser identificados utilizando-se chaves taxonômicas existentes na literatura, ou então
devidamente acondicionados e remetidos à especialistas na área para identificação.

Cada animal deverá possuir uma etiqueta de identificação apresentando os seguintes dados:

1) número de identificação (para facilitar elaboração de lista de identificação pelo sistemata;


2) datada coleta;
3) local da coleta (o mais completo possível: ambiente, cidade, estado, país, etc.);
4) coletor (citar o sobrenome, seguido pela abreviatura dos nomes anteriores (p. ex., PORTELLA, M.C.);
5) determinador;
6) observações gerais (associação com algum animal ou vegetal; fatores ambientais; sexo; etc.).

Após a identificação, a etiqueta definitiva deverá conter: nome do táxon, nome do identificador e o ano da
identificação
TÉCNICAS DE PRESERVAÇÃO

Objetivo da coleção : coleção didática, coleção científica, trabalho científico etc.

a) Via seca = O animal ou suas partes são postas para secar garantindo sua preservação. Utiliza-se esta
técnica para peças de difícil decomposição (peles, ossos, conchas e exosqueletos).

Taxidermia (aves e mamíferos): faz-se a secagem da pele e utiliza-se preservativos que garantem
maior durabilidade e resistência.

Ossos: descarnados, mergulhados em formol 10% e postos para secar. Depois recebem tratamento
com solventes a quente (p. ex., NaOH) e clarificação com água oxigenada.
.
Exosqueleto dos artrópodos: Espécimes de médio porte são desidratados e sustentados por
alfinetes entomológicos, enquanto as de menor porte são coladas em pequenos triângulos de cartolina
presos a estes alfinetes. Espécies de maior fragilidade, como as borboletas e mariposas, são mantidas
em envelopes de papel translúcido ou recebem um tratamento especial para manutenção das
características originais (forma, cor, etc.). No caso de insetos, a secagem do material deverá ser feita no
interior de placas de Petri à sombra. As coleções entomológicas recebem também cristais de formalina
ou naftalina para melhor prevenção de organismos necrófagos.

Devido ao seu exosqueleto mais espesso, os caranguejos, siris e lagostas, devem submersos em
formol 10% por um período de aproximadamente 15 dias. Posteriormente são montados a gosto sobre
isopor e postos a secar em local ventilado e sombreado. Os crustáceos que apresentam grande
concentração muscular deverão receber infiltrações de formol 10%, como é ocaso das lagostas.

b) Via úmida: Após fixação com formol 10%, o animal ou suas partes devem ser preservados em álcool
70%. No caso dos crustáceos, a não observância deste fato promoverá a perda .do material após algum
tempo, visto que seu exosqueleto, composto por quitina e carbonato de cálcio, reage com este fixador em
período prolongado de tempo. Na ausência do formol, o álcool 70% poderá ser utilizado como fixador e
conservador de material.
Enquanto a maioria dos invertebrados pode ser colocada diretamente submersa no fixador, outros
com apêndices retrateis, como as anêmonas e anelídeos, devem ser previamente anestesiados com
cristais de mentol em local escuro e só então fixados.
Animais com grande massa corpórea devem receber injeções de formol 10% para melhor
preservação interna (principalmente os vertebrados) e só então preservados em álcool 70%.
Bibliografia
•  HICKMAN C.P.; ROBERTS, L.S & LARSON, A. 2003 Princípios
Integrados de Zoologia. Guanabara Koogan. 11a Ed. 846p

•  PAPAVERO, N. 1994. Fundamentos Prá0cos de Taxonomia


Zoológica (Coleções. Bibliografia. Nomenclatura). 28ª Edição.
Editora UNESP/FUNDUNESP, São Paulo, 285p.

•  POUGH, F.H., HEISER, J.B., Mc FARLAND, W.N. 1999 A vida dos


Vertebrados. Ed. Atheneu São Paulo. 2a Edição. 798p.

•  RIBEIRO-COSTA, C.S. & ROCHA, R.M. 2002 Invertebrados: Manual


de aula prá0ca. Série Manuais Prá0cos em Biologia. Holos Editora.
225p.

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