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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS

QUELIMANE

Mestrado Em Gestão & Administração Educacional (MA)

Cadeira Curricular : Pedagogia

Dificuldades de aprendizagem de Leitura e Escrita após - Pandemia


da Covid-19.

Nome do Mestrando : Hortêncio Hortêncio Carvalho - Código do estudante :709210012

Docente: Eduardo Marcelo Fernando-PhD/Doutor em Humanidades.

Quelimane, Agosto 2021


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS

QUELIMANE

Mestrado Em Gestão & Administração Educacional (MA)

Cadeira Curricular : Pedagogia

Dificuldades de aprendizagem de Leitura e Escrita após - Pandemia da Covid-19.

Artigo Científico Submetido na Faculdade de Ciências


Sociais & Políticas da Universidade Católica de
Moçambique, como um dos requisitos para à obtenção do
Grau de Mestre Em Gestão e Administração Educacional.

Nome do Mestrando: Hortêncio Hortêncio Carvalho – Código do estudante : 709210012

Docente: Eduardo Marcelo Fernando-PhD/Doutor em Humanidades.


Quelimane, Agosto, 2021

Índice

Resumo.............................................................................................................................................................4
Abstract.............................................................................................................................................................5
1.1. Introdução.............................................................................................................................................6
1.2. Objectivos..............................................................................................................................................7
1.3.Objectivo geral............................................................................................................................................7
1.4. Objectivos específicos................................................................................................................................7
1.5. Breve Contextualização..............................................................................................................................7
1.6. Dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita após a pandemia da covid-19 em Moçambique.........8
1.7. Dificuldades na Escrita..............................................................................................................................11
1.8. A contribuição dos professores................................................................................................................12
1.9. Fundamentação teórica............................................................................................................................12
1.10. Metodologia...........................................................................................................................................15
1.11. O projecto para actividades não presenciais: uma tentativa para minimizar as perdas durante a
pandemia COVID-19........................................................................................................................................18
Considerações finais........................................................................................................................................22
Referências Bibliográficas................................................................................................................................24
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Nome do Mestrando: Hortêncio Hortêncio Carvalho

Curso: Licenciatura em Ensino de Física

Instituição: Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância- Delegação


de Quelimane, Ano de Conclusão: 2017

Contacto: 842614915 ou 868073517, Email: hortenciohortencioc@gmail.com:

Código : 709210012

Profissão: Docente na Escola Secundária Geral do 1º & 2º Ciclo de Namacurra.

Dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita após - pandemia da


Covid-19

Resumo
O presente artigo tem como objetivos analisar e compreender as dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita
após - pandemia da Covid-19. São abordadas neste artigo, questões pertinentes sobre o processo de ensino e
aprendizagem e as barreiras que decorre deste processo, com ênfase no contexto actual da crise da pandemia. A
pesquisa demonstra os obstáculos enfrentados pelos professores durante o processo de ensino e aprendizagem de
leitura e escrita por meio de uma pesquisa bibliográfica, de carácter qualitativa. A covid-19 é uma doença causada
pelo corona vírus SARS-COV-2. A sigla COVID significa corona vírus Disease (Doença do Corona vírus), enquanto
"19" faz referência a 2019, o ano em que o governo chinês a divulgou publicamente. Uma pandemia é um surto
global de uma doença . As pandemias são epidemias de larga escala que se espalham pelo mundo (Taylor, 2019). A
pandemia do novo corona vírus (Covid-19) é considerada uma grande emergência de Saúde Pública enfrentada por
diversos países.. Com elevada transmissividade, a covid-19 tanto pode ser assintomática , como também
apresentar diferentes sintomas com intensidades diversificadas como síndrome gripal, desconforto respiratório,
síndrome respiratório aguda grave , perda recente dom olfato ou paladar, dor muscular, cefaleta, entre outros, e
em alguns casos morte.

De salientar que o mesmo artigo está estruturado da seguinte maneira: Introdução, Objectivos, Fundamentação
teórica, Metodologia, considerações finais e a respectiva referência bibliográfica.

Palavra chave: Dificuldades da aprendizagem da leitura e escrita após - pandemia da Covid-19.


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Abstract
This article aims to analyze and understand reading and writing learning difficulties after the Covid-19 pandemic. In
this article, pertinent questions about the teaching and learning process and the barriers that arise from this
process are addressed, with an emphasis on the current context of the pandemic crisis. The research demonstrates
the obstacles faced by teachers during the process of teaching and learning reading and writing through a
qualitative bibliographic research. Covid-19 is a disease caused by the SARS-COV-2 corona virus. The acronym
COVID stands for Corona Virus Disease, while "19" refers to 2019, the year the Chinese government made it public.
A pandemic is a global outbreak of a disease. Pandemics are large-scale epidemics that spread across the world
(Tailor, 2019). The new corona virus pandemic (Covid-19) is considered a major Public Health emergency faced by
several countries. In addition to concerns about physical health, these other major concerns arise during the
months of confrontation. With high transmissivity, covid-19 can be asymptomatic, as well as presenting different
symptoms with different intensities such as flu syndrome, respiratory distress, severe acute respiratory syndrome,
recent loss of smell or taste, muscle pain, headache, among others, and in some cases death.It should be noted
that the same article is structured as follows: Introduction, Objectives, Theoretical foundation, Methodology, final
considerations and the respective bibliographical reference.

Keyword: Difficulties in learning to read and write after the Covid-19 pandemic.
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1.1. Introdução

O presente artigo tem como tema que trata das Dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita após -
pandemia da Covid- 19.

A actual crise da Covid-19, que parou a maioria das escolas, universidades e modificou a postura da
maioria das organizações institucionais em Moçambique e no mundo, ensinou e mostrou ao mundo,
que a sustentabilidade do planeta está chegando ao limite, ensinou-nos também que precisa investir
urgentemente em escolas, nos alunos, nos professores e em tecnologias educacionais, com destaque
aos computadores, internet e Laboratórios de Informática. A pandemia deve servir como alerta e
preparo para outras que virão num futuro próximo.

O professor trabalha em salas de aula pequenas e lotadas, não possui sala em ambiente adequada para
o preparo de aula, não possui bibliotecas com periódicos e revistas científicas de divulgação actualizadas
e permanentes, faltam livros actualizados nas diferentes áreas de formação, faltam, e a falta de
Laboratórios de Informática entre outros. É chegado o momento que almejamos um mundo pós-
pandemia, mais fraterno, solidário e cooperativo. Na educação, o professor é um dos profissionais mais
vulneráveis ao Covid-19, e, diante desse quadro, as aulas presenciais podem reiniciar usando
prevenção, uso correto das máscaras, lavagem constante das mãos, desinfeção das escolas, nas salas de
aulas e o governo devia dar um subsidio de risco e se for possível equipamentos de proteção aos
professores, uma vez que eles se deparam com os alunos diariamente. As escolas são espaços naturais
de aglomeração, e as salas de aula mais ainda. Já imaginou uma professora ou professor numa sala com
20, 30, 40 ou mais alunos? Um perigo! Se não estiverem todos muito bem protegidos, o risco de
contaminação é enorme.

A aprendizagem é um processo e como tal de nada adiantará querer retomar todo o conteúdo não
trabalhado em muitas horas, para compensar os dias perdidos presencialmente na Unidade Escolar.

Ao retornarmos da pandemia do Covid-19, será essencial focarmos nas competências, habilidades e


conceitos científicos essenciais. Não poderemos estar presos demais aos conteúdos programáticos.
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1.2. Objectivos
Dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita após - pandemia da Covid- 19.
O objetivo principal deste presente artigo visa encontrar as dificuldades de aprendizagem da leitura e
escrita nos alunos após-pandemia da covid-19

1.3.Objectivo geral
 Descrever as dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita após-pandemia da Covid-19

1.4. Objectivos específicos


 Abordar quais as estratégias podem ser usadas pelos professores para superarem as
dificuldades enfrentadas por seus alunos no que diz respeito à leitura e escrita;
 Identificar, organizar e registar as práticas de ensino elaboradas e implementadas pelos
educadores na rede de ensino, as quais tiveram por objectivo garantir os direitos de
aprendizagem dos alunos, durante o período da pandemia da covid-19, no qual foram,
suspensas aulas presenciais.
 Refletir sobre as dificuldades vivenciadas na modalidade de prática de ensino de leitura e da
escrita durante o período da pandemia de covid- 19.

1.5. Breve Contextualização


Dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita após - pandemia da Covid- 19.
A leitura e escrita são formas de aprender as palavras e suas combinações, compreendendo os seus
significados na construção de processo de interação verbal e não verbal entre o texto e o leitor.

A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho activo de compreensão e interpretação do


texto , a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que
sabe sobre a línguagem. Trata-se de uma actividade que implica estratégias de seleção, antecipação , é
um dos requisitos para obter conhecimento, A leitura promove e favorece um raciocínio claro, permite
questionar e formular argumentos bem fundamentados, melhora o aprendizado na capacidade
interpretativa, pois mantém o raciocínio, ajuda no desenvolvimento cognitivo. A leitura é uma forma de
interação entre o leitor e o texto, sendo que através do qual, o leitor busca atingir os objetivos pelos
quais está lendo, ou seja, é a criação de um diálogo entre o autor e o leitor onde este compreende os
pensamentos daquele.

De acordo com Foucambert (1998), podemos considerar que a leitura acontece quando o leitor utiliza o
que já sabe para criar significados para o que está escrito em determinado texto.

De acordo com (Silva, 2003,P.24), A escola é o ambiente ideal para se buscar conhecimento, e tem como
função formar cidadãos capazes de terem um olhar critico acerca de um mundo exterior, actuando de
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maneira competente e digna, condizente com seu meio social, e para isso, tanto a leitura quanto a
escrita desempenham papéis importante na formação de uma sociedade mais juntos e igualitária,
onde a busca pelo conhecimento é constante para o correto exercício de cidadania. Posto isto, vale
ressaltar a importância dos professores na criação do hábito da leitura e escrita nos alunos, onde os
profissionais devem criar condições e favorecer a busca pela leitura e escrita.

Alarcão (2000), destaca que a escola tem a função de preparar cidadãos, mas não pode ser pensada
apenas como tempo de preparação para a vida. Ela é a própria vida, um local de vivência da cidadania.
(Alarcão, 2000,P.18).Dessa forma, a leitura é um meio eficiente para se construir uma compreensão do
mundo, sendo o elo capaz de ligar as culturas, sendo por meio desse acto de ler que o aluno forma uma
visão critica . E no mesmo sentido segue a escrita, pois exteriorizar o conhecimento é de grande
importância para fixação do mesmo e sua disseminação , ou seja ,é através da escrita, dentre outras
formas que é possível demonstrar o que se aprendeu. O aluno deve sair da escola possuindo certo
conhecimento do mundo externo, e para isso a leitura e a escrita são de grande importância na
compreensão e interpretação dos textos. Com a leitura o aluno desenvolve melhor a linguagem, e se
torna um individuo mais comunicativo, inserido num grupo social que possui vida e histórias individuais.

1.6. Dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita após a pandemia


da covid-19 em Moçambique.

O presente trabalho procura mostrar as dificuldades que podem interferir no processo de aprendizagem
de leitura e escrita nos alunos após - pandemia da covid- 19. Nota -se que os pais e os profissionais da
educação , muito das vezes não sabem lidar com estas situações. A dificuldade de aprendizagem de
leitura e escrita pode estar ligada com disfunções neurológicas como a dislexia, que pode acarretar
lentidão na aprendizagem, dificuldade de concentração , troca de letras com sons ou grafias parecidas,
entre outros problemas. Insta salientar que a dificuldade de aprendizagem de leitura e escrita pode
estar também ligada a factores externos no ambiente escolar, como: sala de aula com muitos alunos, a
metodologia de ensino usada pelos professores, a falta de políticas públicas que promovam a formação
contínua de professores, tornando o processo de ensino aprendizagem muito das vezes obsoleto. Outro
factor que pode atrapalhar o processo de ensino e aprendizagem de leitura e de escrita é o ambiente
familiar, tendo em vista que os filhos espelham em seus pais, sendo assim, um ambiente familiar
conturbado pode atrapalhar substancialmente o referido processo, uma vez que pais que não
apresentam interesse em acompanhar o estudo dos filhos de certa forma também desmotivam os
mesmos. Um dos problemas na aprendizagem da leitura e escrita é a dificuldade em se expressar
oralmente, problemas na compreensão oral, ortografia inapropriada, dificuldades em leituras básicas,
problemas para compreender o que está sendo lido dentre outros. Um dos principais problemas
enfrentados pelos professores no ambiente escolar tem a ver com as dificuldades de aprendizagem dos
alunos, a dificuldade da percepção da fonética e na maneira de desenvolver o alfabeto, dificuldade em
reconhecimento das palavras, falta de estratégias de compreensão da leitura, dificuldade em se motivar
para a leitura e a falta de professores preparados nas instituições de ensino.
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Os problemas na leitura acarretam ainda na dificuldade que o aluno possui em recordar palavras vistas
anteriormente, dificuldade em soletrar palavras, troca de letras e palavras e vocabulário deficiente, o
que acaba por diminuir o interesse pela leitura que o aluno possui.

Nielsen (1999) esclarece que a leitura é de grande importância para a vida do ser humano,
independentemente do período, pois é através dela que se obtém novos conhecimentos, sendo preciso
verificar atenciosamente os sinais que podem facilitar a identificação de problemas nessa área do
aprendizado, pois é este elemento responsável pela formação de ideais , opiniões e posicionamentos
individuais.

A dificuldade de aprendizagem de leitura e escrita é um problema enfrentado por muitos alunos que
frequentam as escolas públicas e privadas em Moçambique, e tais dificuldades, comprometem de forma
significativa a trajectória estudantil. E nesse sentido, visando trazer um aprofundamento a essa
temática com possíveis caminhos para solução desse problema no ensino fundamental, utilizaremos
autores especialistas no assunto, como Garcia( 1998) , Fernandes (1990), Fonseca (1984), Cruz (2009),
Ajuriaguerra e Grajan ( 1995).

De acordo com Garcia, dificuldade de aprendizagem (D.A), é um problema que está relacionado a uma
série de factores e podem se manifestar de diversas formas como : Transtornos, dificuldades
significativas na compreensão e uso da escuta, na forma de falar, ler, escrever, raciocinar e desenvolver
habilidades matemáticas. Esses transtornos são inerentes ao individuo, podendo ser resultantes da
disfunção do sistema nervoso central, e podem acontecer ao longo do período vital .Podem estar
também associados a essas dificuldades de aprendizagem problemas relacionados as condutas do
individuo, percepção social e interação social, mas não estabelecem, por si próprias, um problema de
aprendizagem, (Garcia,1998 ).

Enquanto Fernandes (1990), entende que as dificuldades de aprendizagem são , na verdade, falhas no
processo de aprendizagem, onde se relacionam quatro factores de grande importância, sendo eles, o
organismo, o corpo, a inteligência e o desejo.

Em contrapartida, Coll, Marchesi e Palácios, entendem que "nem sempre que o cérebro funciona mal é
por culpa de uma falha cerebral ;pode ser resultado de um ambiente nocivo" (Coll; Marchesi; Palácios,
2004,P.74).

Já Lite (1998), entende que os problemas escolares enfrentados pelos alunos no que diz respeito ao
aprendizado, estão directamente associados à realidade sócio-económica do mesmo, além de outros
factores internos das instituições de ensino, como por exemplo, falta de infraestruturas física , e ate
mesmo professores desmotivados. O individuo nasce preparado para aprender, contudo são necessários
incentivos externos para que ele desenvolva a capacidade de aprendizagem, que podem ser por
exemplo a necessidade de se inserirem socialmente, ou ate mesmo a percepção de que através do
estudo, pode-se alcançar uma melhor qualidade de vida. Neste sentido, o professor deve ser
responsável por mostrar aos alunos a importância do estudo na formação de uma pessoa ,não só apenas
no que diz respeito à formação académica, como títulos e especializações profissionais, mas como
cidadão, como ser capaz de exercer seu direito à cidadania com consciência de seus atos e
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conhecimento de seu papel dentro da sociedade. Uma dificuldade de aprendizagem, é necessária uma
avaliação do aluno, e somente através dos resultados dessa avaliação é que se deve elaborar algum tipo
de intervenção pedagógica no auxilio ao discente.

Levando em consideração o campo emocional das pessoas no período de pandemia, a leitura e escrita
pode ser vista como uma forma de explorar o mundo sem sair de casa, podendo aliviar o estresse e
trazer a sensação de felicidade.

É relevante destacar que a pratica da leitura e escrita pode contribuir e tem contribuído para muitos, no
que concerne a redução dos impactos, dores causadas, além de contribuir para o crescimento e
aperfeiçoamento de capacidades.

Profissionais indicam que se adote uma rotina de anotações diárias sobre qualquer temática que goste,
ou até mesmo suas emoções para aliviar os sentimentos, objetivando ajudar a processar as angústias,
aceitações, trabalhar as emoções e organizar os pensamentos.

Portanto, diante todas as dificuldades no contexto de isolamento social é importante que nos
preocupemos com nossas mentes e efetivar estratégias para passar por esse momento de forma
saudável, ler, escrever, ouvir música, desenhar, pensar, enfim apelar para tudo que ajude a entreter e
adquiri conhecimento ao mesmo tempo.

Os professores estão na primeira linha, a par das famílias, para combater o desinteresse pela leitura e
dificuldades associadas. E o Governo parece estar interessado em perceber melhor as metodologias
utilizadas pelos docentes, com objectivo de aferir quais as mais eficazes. Há professores que conseguem,
efectivamente, ensinar a ler e, simultaneamente, fomentar o gosto pela leitura. Mas às vezes temos
fenómenos de turma e as provas de aferição têm-nos mostrado isso em que, na mesma escola, turmas
lado a lado, com perfis socioeconómicos idênticos, alguns alunos da 2ªclasse estão a ler e outros não
estão. Significa que há aqui qualquer coisa que tem a ver com métodos e práticas frisou João Costa.
Conforme vários estudos já comprovaram, a leitura auxilia não só na habilidade de interpretação de
textos, mas também na compreensão de ideias e organização de linhas coerentes de pensamento; no
desenvolvimento de uma visão crítica e capacidade de argumentação, além do enriquecimento do
vocabulário. E na escrita, essa aquisição de novos conhecimentos, reflexões e visões de mundo
diferenciadas, tem promovido a produção de textos mais autorais e criativos.

Diante das incertezas existentes no cenário da pandemia, e nas experiências vivenciadas até o
momento, tudo indica que possamos sair desta crise com um sistema educacional melhor e mais forte.
Aprova disso, é que aprendemos com as dificuldades, nos adaptamos rapidamente, nos reinventamos e
nos moldamos ao ambiente no qual estamos inseridos, nossa casa. Em momentos assim, grandes
mudanças acontecem.

No actual contexto, os livros estão sendo acompanhadas, visto que o cenário convida à reflexão sobre o
momento gerador de incertezas e, não só o ato de ler, mas também o de escrever têm sido uma fuga e
possibilidade de ampliar, proporcionar e oportunizar conhecimentos.
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O problema da relação dos alunos com a leitura não se extingue, no entanto, no atraso das
aprendizagens dos mais novos em tempos de pandemia. É mais profundo e, aparentemente, tem-se
vindo a aprofundar, ao longo dos anos, desde logo com a preferência pelas plataformas digitais. João
Costa confirmou que “temos ainda muitos não leitores nas escolas”. E outro dos aspetos que preocupa o
governante é o facto de “muitos alunos não distinguirem factos de opiniões”. “Há um dado muito
inquietante do último PISA - Programa de Avaliação Internacional de Alunos, que mostra que nove em
cada dez alunos não distinguem factos de opiniões. Também mostra que, tendencialmente, desistem de
ler à primeira dificuldade que encontram e que não leem os itens até ao fim, antes de começar a
responder”, recordou o secretário de Estado Adjunto e da Educação.

Com a Covid - 19, o ensino adquiriu uma nova modalidade durante a pandemia. Essa nova modalidade
também Chamada de Ead – Ensino à distância exigiu que professores tivessem pleno domínio das TICs –
Tecnologias de Informação e Comunicação.

É chegado o momento que almejamos um mundo pós-pandemia, mais fraterno, solidário e cooperativo.
Na educação, o professor é um dos profissionais mais vulneráveis ao Covid-19, e, diante desse quadro,
as aulas presenciais podem reiniciar, usando todos os métodos de prevenção ,como uso correto das
máscaras, lavagem constante das mãos, distanciamento social, desinfeção das escolas e salas de aulas,
mas contudo é preciso que o professor tenha um subsídio de risco uma vez que ele se depara com os
alunos diariamente.

1.7. Dificuldades na Escrita

A escrita é uma ferramenta de comunicação de grande importância para todo o desenvolvimento do


aprendizado, pois tem uma actuação activa na vida em sociedade, sendo este um fator relevante para o
exercício da cidadania pelo indivíduo.

Os problemas na escrita estão directamente relacionados às dificuldades que os alunos possuem no


desenvolvimento das habilidades necessárias para a escrita (disgrafia ), e podem se apresentar desde
erros na soletração , chegando ate erros na sintaxe, formação e pontuação de sentenças , ou
organização de parágrafos. (Garcia,1998)

Existem alunos que possuem uma boa capacidade de se comunicarem oralmente, mas que enfrentam
dificuldades na escrita das palavras (disgrafia), ou vice-versa, neste caso, determinados alunos possuem
facilidade na escrita, mas dificuldade de se comunicarem via oral, e até mesmo alunos que enfrentam
problemas nas duas áreas , ou seja, escrevem com dificuldades e também se expressam mal, (Miguel;
Martin,1998).
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1.8. A contribuição dos professores.

A identificação do conhecimento se apresenta nas actividades que os alunos praticam com os objectos
e fenómenos ao seu redor. Para se concretizar a aprendizagem, é preciso que haja uma comunicação
prática e verbal com as pessoas que estão próximas, semelhante a um espelho que reflete as ações de
cada individuo. (Paiva; Baptista, 2013).

Para que o aluno supere essas dificuldades nessa época de pandemia, é preciso que os pais e
encarregados da educação reforcem e deêm acompanhamento durante o processo de ensino queira na
escola ou em casa, realizando sempre trabalhos constantes, dando exercícios ou T.p.c , utilizando- se de
estratégias diversificadas dentro da sala de aula, atreves do material disponibilizado pela própria escola
e também com textos trazidos pelos alunos, ou extraídos da convivência do meio social em que os
professores e alunos estão inseridos. É dever do professor inovar e pesquisar novas estratégias para a
aplicação dentro da sala de aula, buscando obter o interesse dos alunos na realização das atividades
propostas, pois, com isso, o aprendizado se torna mais interessante e atrativo.

Aprender a ler e escrever é um direito de todos, que precisa ser garantido por meio de uma prática
educativa baseada em princípios relacionados a uma escola inclusiva.

Em sala de aula há uma grande diversidade cultural e social entre os alunos e isso exige dos professores
estratégias diferentes de ensino de forma a tornar a pratica eficiente para todos os alunos ( Medina &
Marques, 2010).

1.9. Fundamentação teórica


Dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita após - pandemia da Covid- 19.

A covid-19 é uma doença causada pelo corona vírus SARS-COV-2. A sigla COVID significa corona vírus
Disease (Doença do Corona vírus), enquanto "19" faz referência a 2019, o ano em que o governo chinês
a divulgou publicamente.

Em 30 de Janeiro de 2020, a OMS, (Organização Mundial da Saúde ), caracterizou o evento, originado na


china, como uma Emergência de saúde Publica de Importância Internacional (ESPII), que conforme o
regulamento sanitário Internacional, seria este o mais alto nível de alerta da Organização.

Em 11 de Março de 2020, com mais 118mil casos registrados e 4.000 óbitos no mundo, a OMS, passou
então a caracterizar a Covid-19 como uma pandemia. O crescimento do número de casos de pessoas
que foram contaminadas com o vírus, vem aumentando exponencialmente no mundo todo.

Uma pandemia é um surto global de uma doença . As pandemias são epidemias de larga escala que se
espalham pelo mundo (TAYLOR, 2019). A pandemia do novo corona vírus (Covid-19) é considerada uma
grande emergência de Saúde Pública enfrentada por diversos países. Além das preocupações quanto à
saúde física, advém destas outras grandes inquietações que se evidenciam no decorrer dos meses de
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enfrentamento. Com elevada transmissividade, a covid-19 tanto pode ser assintomática , como também
apresentar diferentes sintomas com intensidades diversificadas como síndrome gripal, desconforto
respiratório, síndrome respiratório aguda grave , perda recente dom olfato ou paladar, dor muscular,
cefaleta, entre outros, e em alguns casos morte. O número de casos vem majorando de forma
demasiadamente crescente em diversos países. Atrelado aos casos infectados, está uma grande
percentagem de óbitos advindos da doença Covid-19.

Diante aos números em elevação , a OMS, mantem a orientação dada desde o principio da classificação
da doença como pandemia global, como avaliação dos recursos necessários para identificar, isolar e
cuidar de casos e impedir a transmissão , om uso correto de máscaras, lavagem constante das mãos,
obedecendo 1,5m de distanciamento e a necessidade de isolamento social, conforme a situação de cada
país. Como medida de contenção da transmissão da doença , foram adotadas inicialmente diversas
estratégias , sendo as principais o isolamento e quarentena, conceituados e considerados pela lei
Moçambicana 13/2020, em seu artigo 2ºcomo : I- Isolamento –Separação de pessoas doentes ou
contaminadas, ou de bagagens, meios de transporte, mercadorias ou encomendas postais afetadas, de
outros, de maneira a evitar a contaminação ou a propagação do corona vírus.

II-Quarentena- restrição de atividades ou a separação de pessoas suspeitas de contaminação das


pessoas que não estejam doentes, ou de bagagens, contêineres, animais, meios de transporte ou
mercadorias suspeitos de contaminação , de maneira a evitar a possível contaminação ou a propagação
do Corona vírus.

A realização de quarentena é uma medida comprovadamente eficaz contra a disseminação do vírus e


contribui para a diminuição de novos casos. A pandemia mudou a rotina de vida de todos e a adoção de
medidas preventivas para conter o avanço da doença, tem gerado grande impacto...

Estávamos com um mês de Marco do ano de 2020, a partir desse março passaram a acontecer diversas
mudanças desde uma reorganização familiar bastante séria, os filhos ficaram em casa, os pais não foram
para o trabalho, até o comércio fechou., e alguns dias de aula, quando fomos surpreendidos pelo
decreto do governo do estado de Moçambique ,suspendendo as aulas, 30 dias sem aula. A suspensão
das actividades escolares foi uma medida directa e rápida tomada , a fim de conter o avanço do vírus, é
na escola que acontecem as diversas formas de interação. “A sala de aula é uma grande rede de
interações sociais, e, para que essa organização funcione como instrumento de aprendizagem, é muito
importante que haja uma boa comunicação entre o professor e os alunos; pais e alunos; professor e
pais; aluno e alunos.” (Dayrell, 1999 p. 137) . As reações das pessoas foram desde pânico,
principalmente de mães e pais, que imediatamente foram até as escolas buscar seus filhos, os dois dias
que antecederam a data de vigor do decreto, as escolas estavam quase vazias. É preciso aprender a
enfrentar a incerteza, já que vivemos em uma época de mudanças em que valores são ambivalentes, em
que tudo é ligado” (Morin, 2007, p. 84). Caminhamos na direção de novas incertezas.

Outra questão foi, “como vamos recuperar tantos dias”, sendo que possuímos um calendário que não
nos dá essa condição. Mas também tivemos muito forte a questão de que é “impossível” trabalhar com
crianças na idade que atendemos, principalmente educação infantil e anos iniciais, se não for aulas
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presenciais todos se isolaram em suas casas. Não se via ninguém nas ruas, cada família no seu espaço
familiar. Todos com medo e inseguros. A pandemia nos colocou frente ao desafio de pensar a escola,
nos retirando a sala de aula, o ambiente que sempre foi o lugar de estabelecer os vínculos principais de
mediações de conhecimento. A função docente desempenhada dentro desse lugar, onde professores,
alunos e toda comunidade escolar se habituaram, já não é o espaço delimitado para essa função.

Neste tempo de pandemia, a educação teve que reinventar-se, a moldar-se e até aperfeiçoar-se a uma
nova cultura, baseada no informacional” num mundo conectado em redes.

Estamos a vivenciando neste momento com as escolas em isolamento social, e ao mesmo tempo
precisamos pensar em como fazer a sala de aula acontecer em outros espaços e tempos, tornando-se o
grande desafio do momento. O que conhecíamos por sala de aula se alterou, precisamos pensar e fazer
escola a partir de outros formatos que para os quais temos inúmeros questionamentos. Neste contexto
fragilizado em que estamos vivendo, os professores se uniram para compartilhar actividades,
experiências, para aprender e trocar uns com os outros. Nunca antes tivemos uma experiência de tantos
professores juntos buscando novas formas de ensinar, novas ferramentas de mediação, unidos em prol
de uma educação mais significativa.

Em países desenvolvidos, o professor é um dos primeiros profissionais a ter o acesso às tecnologias


digitais, para oferecer mais ao aluno na aprendizagem. Em Moçambique, o professor e os alunos da
Educação Básica sofrem por serem os últimos. Sofrem nas escolas pela péssima qualidade dos
equipamentos, multimeios, internet e computadores de péssima qualidade. Além disso, sofrem nas suas
residências, por não acompanharem a evolução dos equipamentos, tecnologias e a internet, pela falta
de condições financeiras para adquiri-los, dificultando a pesquisa, a comunicação e a clareza dos
métodos necessários para a aprendizagem. Sobre a situação dos professores fora das escolas, o autor
Matijascic (2017, p.35), destaca ainda que “existem professores que se inserem em condições de
trabalho mais frágeis, e isso implica uma situação familiar dotada de carências e que requer atenção por
parte dos formuladores de políticas públicas, ainda que isso seja de limitada envergadura”.

A pandemia trouxe muitos desafios, mas trouxe inúmeras possibilidades de mudanças, podemos dizer
que vivemos em um tempo de ousadia. Uma jornada de trabalho intenso, todos querendo dar o seu
melhor, muitas dúvidas, ansiedades, preocupações, e também de muita entrega. Nossa função é de
acolher e apoiar, buscando aprender com eles os caminhos para esse novo modo de se relacionar com
os alunos e a comunidade escolar.

As actividades das aulas não presenciais estão acontecendo e estamos (re)pensando estratégias para
melhorar as interações com as crianças/adolescentes e famílias.

Instituímos a nível das escolas a elaboração e entrega de fichas de resumo dos conteúdos ou
apontamentos de cada disciplina que sejam realizadas pelos professores, para que nesse dia possam
tirar dúvidas, explicar as propostas e dialogar com as famílias, auxiliando em todo processo. Percebemos
que isso foi essencial para aproximar as famílias e encontrar alternativas para as dificuldades
apresentadas.
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1.10. Metodologia
A metodologia deste trabalho foi de cunho qualitativo, elaborado através de leituras feitas em livros e
pesquisas em sites oficiais actualizadas para melhor construção. As contribuições de Nóvoa ( 2020) ;
Vygotsky (2001), Taylor (2019), Bossa (2011,2009,2007), Santos (2010) ;Ciasca (2004), também foram de
grande relevância.

Para a construção desse estudo, foi utilizado também o procedimento metodológico da pesquisa
bibliográfica, em que de acordo com Gil (2002,p.44-5)," A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com
base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos". Contudo, a
pesquisa de carácter bibliográfico possibilita o aprofundamento do referencial teórico pesquisado, ou
seja, expande os conhecimentos e as análises estabelecidas. O artigo está organizado em capítulos, onde
inicialmente vem a descrição sobre a situação de pandemia causada pelo vírus SARS-COV-2 (Corona
Vírus) , analisando sua propagação inicial, bem como as múltiplas dimensões da crise, como seus
impactos na saúde física e mental , na economia, na política , nas relações sociais e na educação . Logo
em seguida dar-se –à ênfase sobre aprendizagem, que decorre em diversos espaços ao longo da vida.

É uma actividade individual que se desenvolve dentro de um sistema único e contínuo , operando sobre
todos os dados recebidos e tornando-os revestidos de significado. Este acto não é limitado à intenção ou
ao esforço para reter itens ou habilidades deliberadamente repetidas de momento a momento, mas se
amplia na qualidade do aprendido, no grau de abstração e com o transcorrer da idade.( Ciasca, 2004
P.24).

A aprendizagem deve ser vista como uma atividade de indivíduos e grupos, que acontece
continuamente e implica a acção de sistemas que intervém no sujeito, sendo estas acções inter-
relacionadas às relações , aos códigos culturais e linguísticos , que é desenvolvido à medida em que ele
se incorpora à sociedade( Bossa, 2007).

Alguns professores preparam o ambiente para receber seus alunos, deixando mais acolhedor, de forma
que se sintam acolhidos nesse espaço. Conforme Morais (2003), os ambientes desejáveis são aqueles
que se preocupam em resgatar e cultivar a alegria na escola, ambientes que contribuem para o
desenvolvimento de experiências óptimas de aprendizagem, onde as crianças possam se sentir mais
felizes e emocionalmente mais saudáveis.

Mesmo que no momento estamos trabalhando com aulas não presenciais, o espaço da escola, nesses
momentos em que são chamados para vir até esse local, precisam estar organizados de forma que todos
sintam essa energia de acolhimento. Segundo Maturana (1999) são as emoções que modelam o operar
da inteligência e abrem e fecham os caminhos para possíveis consensos a serem estabelecidos em nossa
vida

A chegada da pandemia trouxe a oportunidade de aprendermos muito, de nos tornarmos uma escola
diferente. Por mais que caminhamos na direcção de novas incertezas, com muitas dúvidas, acreditamos
que esse momento trouxe experiências significativas. Mesmo com grandes desafios, temos convicção
16

que estamos vivenciando um período de ruptura educacional, as mudanças estão acontecendo e vão
continuar.

Que tenhamos sabedoria e sejamos capazes de realizar transformações profundas no mundo que
vivemos e compartilhamos. Se queremos que o mundo se torne melhor e mais humano, teremos que
antes melhorar a nós mesmos, e nos tornarmos mais humanos

A pandemia reforçou que a sociedade, a escola e as famílias precisam reinventar-se a cada dia. Vivemos
num momento de muitas incertezas, em que escola e família precisam mais do que nunca estarafinadas
e alinhadas no processo educativo, formativo e emocional de todos os envolvidos. Mais do que nunca é
preciso que o aluno tenha autonomia, protagonismo, engajamento e equilíbrio emocional diante de
tantas incertezas.

São novos tempos, que exigem novas posturas se atitudes de todos. E a escola no meio desse processo
readaptou-se rapidamente, mostrando agilidade e flexibilidade.

Muitas lições certamente já tiramos do processo. Primeiro, verifica-se que os problemas, como já
destacamos, continuam a desafiar a escola, da mesma forma como no modo presencial. Outras lições
vamos ainda aprender. Para o professor, a constatação principal é que ele precisa sempre se reinventar.
Para o aluno, que ele precisa continuar sua formação, mesmo num outro formato. A escola, por fim,
constata e adota estratégias pedagógicas jamais imaginadas. E assim consegue planejar, conversar e
adaptar-se. Contudo professores e alunos reconhecem categoricamente a importância da presença: tão
logo a situação permitir, querem voltar à escola, querem conviver com as pessoas, com os desafios, com
os problemas, com as conquistas. Todos querem isso no espaço escolar, no chão da escola!

A pandemia mudou a rotina de vida de todos e a adoção de medidas preventivas para conter o avanço
da doença, tem gerado grande impacto. Nesse período, o isolamento social é fundamental e enfrentá-lo
de forma saudável não só fisicamente, mas também psicologicamente, têm sido um desafio, em meio a
tantos dilemas como, a incerteza do presente e futuro, as enxurradas de informações e o medo, dilemas
esses, que estão sendo enfrentados pela maioria da população de diferentes formas. Nesse
enfrentamento, a busca pela leitura e pela escrita, vem configurando-se como uma forma de amenizar
os impactos negativos da pandemia.

Tornaram-se imprescindíveis para fazer a informação e o conhecimento chegar a todos. Para Moran
(2000, p.32), “cada docente pode encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e
os muitos procedimentos metodológicos”.

Dar subsídios aos professores através de processos formativos foi a primeira preocupação dos governos
– secretarias. A partir daí também se viu o quanto essa classe carecia de formação. Défice aliado à
necessidade desafiou os gestores públicos a correrem contra o tempo e contra a pandemia, e à
distância, propiciar a formação continuada. Associado a isso, os educadores acompanharam mais de
perto outras realidades familiares como a falta de recursos tecnológicos nas famílias, como telefone
androide, computadores, recursos financeiros, o stress do isolamento destes e a dificuldade de aprender
17

a aprender gerenciar o tempo para estudar, fazer as actividades, participar das aulas online, retorno das
mesmas para os professores enfim.

Esse novo momento fez reuniões de planejamento ser distantes fisicamente, exigindo ainda mais de
cada um. Discutindo, reflectindo sobre esse ensino remoto em sua totalidade. Sem previsão nenhuma
do retorno das aulas presenciais, aquele antigo normal idealizado por muitos, está longe de voltar. E a
preocupação com a qualidade da aprendizagem é muito grande. Saúde mental e equilíbrio emocional
também devem ser levados em conta porque agora, mais do que nunca, estamos distantes fisicamente
e sequer conseguimos sentir nosso aluno. Esses fatores devem estar associados durante todo o período
do isolamento.

Se os adultos, pais e profissionais estão enfrentando dificuldades (física, emocional, financeira...),


imaginem nossos adolescentes e jovens, trancados em seus quartos, fazendo aquilo que mais gostam
nesse novo século que é estar ligado nesse mundo virtual. E desassistidos muitas vezes.

Escolas, redes que já planejavam ou tinham experiência com o uso das tecnologias, dentro das suas
realidades, conseguiram se mover mais rápido. E os alunos conseguiram se adequar mais facilmente.

Novas estratégias de transmissão de conteúdos, aulas online, aulas gravadas, planos de aula
diferenciados, o uso do watsapp na escola como forma de transmissão de alguns conteúdos nas
plataformas digitais permitiram a conexão imediata entre escola e família, transformando a educação.
Não perder o foco, deixar a saúde em dia e manter, ao máximo, a rotina são alguns dos pontos a serem
focados tanto para educadores quanto para alunos e suas famílias.

É o que afirma Libâneo (2007, p. 309) que “o grande objectivo das escolas é a aprendizagem dos alunos,
e a organização escolar necessária é a que leva a melhorar a qualidade dessa aprendizagem”. Basta
agora, buscar esse planejamento envolvendo todos os segmentos para então, dar continuidade a este
trabalho educacional.

Como o uso pedagógico do celular já era permitido no ambiente escolar, isso facilitou muito o processo
de adaptação.

Para melhorar a comunicação, foram criados grupos de cada turma no WhatsApp entre professores e
alunos, além dos grupos já criados no início do ano entre a equipe gestora e professores e equipe
gestora com os líderes das turmas. Todos os alunos possuem acesso à internet, porém, para alguns ,os
celulares são mais antigos e com pouca memória, o que dificulta na digitação de trabalhos e para baixar
os vídeos de explicações dos conteúdos encaminhados pelos professores. Para estes, as actividades são
impressas na escola e os alunos ou pais/responsáveis retiram quinzenalmente. Quando devolvem, as
mesmas são encaminhadas aos professores para a devida correção e registros. A situação de pandemia
na qual nos encontramos remete cada educador à necessária atitude de reinventar. A educação é assim.

Por ser histórica e política, ela não é um software que se adquire e se utiliza. Ela se dá na relação
educador-educando e se repensa todos os dias. O novo Coronavirus, também, nos dá a oportunidade de
ponderar sobre o modo como se compreende a educação nesse tempo. Não se perca essa oportunidade
18

As incertezas quanto à evolução do quadro da pandemia em todo o Estado conduziram ao


entendimento de que este período tenderia a ser prorrogado na medida em que órgãos de Saúde
Pública entendessem que a melhor prevenção para o COVID-19 seria o “distanciamento social”.

Nesse contexto os alunos, embora pudessem ser infectados, ainda representam uma camada da
população menos afetada. No entanto , ainda são considerados vetores da doença e, por essa razão, as
escolas poderiam ser as últimas instituições a retornarem a sua normalidade.

Diante dessa perspectiva, tornou-se imprescindível pensar novos arranjos para a reorganização do ano
letivo objetivando a manutenção da aprendizagem dos alunos e do vínculo com a instituição educativa.

Assim, diante da crise de saúde global que se instaurou a partir do alto índice de transmissão do
Coronavírus e que impulsionou a adoção de medidas de distanciamento social, que resultaram na
impossibilidade de realização de atividades educativas presenciais, os sistemas de ensino precisaram
sistematizar iniciativas para a realização de atividades não presenciais, propostas aos alunos em parceria
com as famílias.

Destaca-se que as interações que se estabelecem no universo escolar e que são consideradas
fundamentais para o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, dificilmente se efetivam com
distanciamento, posto que na instituição educativa são proporcionadas vivência sem espaços de vida
coletiva, mobilizando saberes que promovem as inter-relações e favorecem o convívio social.

1.11. O projecto para actividades não presenciais: uma tentativa para


minimizar as perdas durante a pandemia COVID-19

Actividades não presenciais são, aquelas a serem realizadas pela instituição de ensino com os
estudantes/alunos quando não for possível a presença física destes no ambiente escolar. A realização de
actividades pedagógicas não presenciais visa, em primeiro lugar, que se evite retrocesso de
aprendizagem por parte dos estudantes e a perda do vínculo com a escola, o que pode levar à evasão e
abandono.

A escola é o lugar da convivência ; é uma instituição de serviço público que se distingue por oferecer o
ensino como um bem público. Os espaços e práticas escolares sempre foram pensados para favorecer a
interação e o aprendizado a partir da experiência concreta. Pensar um projeto de actividades para os
alunos desenvolverem em casa, afastados de seus pares, sem o acompanhamento do professor, até
pouco tempo atrás era inconcebível para a educação básica.

No entanto, as circunstâncias geradas pela pandemia exigiram esse esforço que precisou ser pensado
em conjunto, levando em consideração todos os segmentos que compõem a comunidade escolar.

O projeto foi pensado para organizar as actividades a serem enviadas para os alunos durante o período
de distanciamento. A oferta de atividades não presenciais é uma prática normalmente desenvolvida nas
19

redes de ensino e compõem o que se conhece por “tarefas de casa”. Estas atividades são elaboradas de
acordo com os conteúdos desenvolvidos na aula presencial e se realizam ao longo do ano lectivo, sendo
que não compõem o rol de atividades obrigatórias, ou seja, cada professor as oferece conforme julgar
necessário. Entretanto, diante dessa situação de pandemia mundial e da impossibilidade de volta rápida
anormalidade das actividades presenciais na escola, a oferta de atividades não presenciais.

Houve formação remota para os gestores das instituições educativas para orientá-los quanto à
distribuição dos materiais impressos aos alunos como máscaras e os que não tem acesso a internet.
Nessa formação foram pensadas formas para a distribuição de modo que fossem observadas todas as
normas de distanciamento e higienização. Da mesma forma os professores receberam formação sobre o
uso das ferramentas disponíveis, puderam tirar dúvidas e trocar conhecimentos sobre esse novo modelo
de ensino.

Nesse momento discutiu-se sobre como se daria o processo de planejamento e envio das atividades, a
importância de ter em mente o contexto em que essas atividades seriam realizadas, a quantidade ideal
e o cronograma. Os professores também tiveram treinamento específico sobre o uso das ferramentas
tecnológicas para entender as diferentes formas de estruturação das atividades nessa modalidade, além
de discutir sobre quais seriam os conteúdos essenciais para esse momento.

Nesse “novo normal” os profissionais da educação precisaram repensar as formas de interação e


mediação a serem utilizadas no processo ensino-aprendizagem, uma vez que foram obrigados a se
reinventar e promover alternativas capazes de proporcionar aos alunos o acesso ao conhecimento,
numa tentativa desesperada de “salvar” o ano letivo. Os professores, cada um a seu modo foram
trazendo a lume suas práticas pedagógicas, uns tentando se reinventar, inovando suas práticas, outros
mantendo olhares atentos à sua própria concepção de ensino e de aprendizagem resistentes à
mudança, e outros ainda, perdidos e angustiados sem saber por onde começar. Mais uma vez, este
processo despiu e mostrou à sociedade uma realidade que vem provocando inquietações, angústias,
críticas e reflexões, mas, que ainda demanda ações efetivas no sentido de preparar a escola e seus
profissionais para enfrentarem situações tão imprevisíveis como a vislumbrada actualmente. A crise
instaurada pela Covid -19 produziu nas escolas um cenário de muitas mudanças.

A maior preocupação diante da pandemia é exatamente encontrar possibilidades e estratégias para


reduzir os efeitos negativos do isolamento temporário, mas precisamos ficar atentos às evidencias que
nos indicam lacunas de diversas naturezas que certamente serão criadas pela falta da interação
presencial. Santos nos chama atenção para importante discussão:

Não basta ter acesso ao computador conectado à internet. É preciso, além de ter acesso aos meios
digitais e sua infraestrutura, vivenciar a cultura digital com autoria criadora e cidadã. Saber buscar e
tratar a informação em rede, transformar informação em conhecimento, comunicar-se em rede,
produzir textos em várias linguagens e suportes são saberes fundamentais para a integrações autoria na
cibercultura. (Santos, 2014, p. 83).

O autor, no remete a necessidade de aprender a conhecer e a selecionar os recursos metodológicos


para que os conhecimentos possam efetivamente fazer a diferença na vida dos estudantes sendo
20

relacionados com a realidade que se vive. Entretanto, nesse tempo de transitoriedade em que nos
encontramos inseridos o professor mais do que ser o elemento propulsor de mudanças deve ter o
cuidado para que as tecnologias não se tornem apenas adereços pedagógicos de seu trabalho. O
professor tem papel fundamental nesse processo. Nada além de um enorme desafio, mas um caminho
de possibilidades que conduza os alunos a uma correta apropriação do conhecimento e sua aplicação a
situações práticas do cotidiano.

A função principal da educação não muda pelo facto de estarmos vivendo uma pandemia. Contudo,
salientamos a importância de que ao sair da crise da Pandemia Covid-19 possamos olhar para traz e
perceber que este tempo foi utilizado para nos reinventar. E mais que isso, que possamos nos
arrepender de escolhas equivocadas que fizemos, mas que jamais nos arrependamos de escolhas que
deixamos de fazer, por medo de assumir nosso compromisso com a educação em Moçambique.

As instituições educativas responsabilizaram-se pela logística de distribuição e coleta dos materiais


impressos a partir do mapeamento da realidade de cada comunidade escolar, levantamento do nome
dos alunos e de seus pais, bem como contato telefónico e endereço electrónico. Houve a necessidade
de elaboração de um cronograma com as datas de distribuição e coleta semanal do material impresso,
para evitar aglomerações.

Estamos diante do nosso maior desafio: utilizar os recursos tecnológicos nas aulas a distância e dar
continuidade em aulas presenciais, Quando tudo parecia estar tranquilo fomos instigados a fazer mais e
melhor, aprendemos a usar aplicativos, editar vídeos, e tantas outras ferramentas. No entanto, é
necessário fazer uso das tecnologias constantemente, no ensino a distância e também no presencial.
Assim, podemos dizer que superamos consideravelmente esta barreira, a pandemia oportunizou o
professor a aprender. A escola é um espaço de troca de saberes, em que o professor tanto ensina
quanto aprende. Esta relação de convivência que o meio escolar proporciona é algo insubstituível.

Na expectativa de que tudo isso irá passar, precisamos continuar a organizar nosso planejamento à
distância, entre erros e acertos, dificuldades e aprendizagens e nos preparar para uma nova realidade.

O “novo normal”, que pode ser considerado um novo padrão como garantia de nossa sobrevivência, nos
mostrando a cada dia ser possível uma nova forma de viver, reconhecendo o valor da nossa própria casa
e familiares, valorizando a Escola Especial e professores em busca de qualidade na educação de alunos
com deficiência.

Como resultado deste processo, estamos aprendendo a ser mais humildes, entendendo que precisamos
uns dos outros e, principalmente, percebendo que somos todos vulneráveis e suscetíveis, afinal não
temos o controle de tudo.

A escola nunca havia fechado as portas por tanto tempo. A pandemia do Covid-19 iniciou um processo
de deslocamento do espaço de aprendizagem da escola para a casa, transferiu responsabilidades,
reorganizou o espaço de estudo e pode estar modificando as estruturas de toda a rede de ensino daqui
pra frente.
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O modelo de ensino à distância, muito difundido em Moçambique nos últimos anos, é atrativo pois
facilita o acesso e amplia de oportunidades, no entanto há dúvidas quanto metodologia. Contudo, visto
a situação de instalação da pandemia, nem mesmo os especialistas em educação têm um consenso
sobre as aulas remotas nas redes de educação, tanto pública, quanto privada, tanto de ensino básico,
quanto superior. Os problemas nessa modalidade são diversos, mas neste momento é apenas isso que
oferece soluções, mesmo que distantes do almejado, o que cabe neste texto é reflectir sobre o processo
e pensar possibilidades.

As aulas online passaram a incorporar grande parte do planejamento docente, pois além de ser um
formato totalmente novo e haver uma necessidade de adaptação, elas passaram as ser gravadas,
editadas e disponibilizadas na plataforma YouTube em um canal de qualquer disciplina vinculado à
conta institucional. Dessa forma, o formato do vídeo possibilita um acesso quase universal, já que todos
os dispositivos móveis oferecem a opção do aplicativo ininterruptas durante a pandemia.

Devido à não obrigatoriedade dos estudantes de fazer as lições em certos horários e em certas
disciplinas e pelas dúvidas que muitos apresentam, as mensagens no WhatsApp passaram a ser
frequentes e em horários inadequados. Sendo essa uma ferramenta de uso pessoal, a vida privada dos
professores passou ser atrelada de forma mais significativa à vida profissional, sem horários para
exercer a docência, ou melhor, exercendo a docência em todos os horários, inclusive em finais de
semana. Invasão de privacidade, preenchimento de documentação, indecisão acerca dos temas,
conceitos e conteúdos a se trabalhar, sobrecarga horária, incerteza sobre o alcance dos objetivos
educacionais, precariedade das ferramentas de trabalho, aliados com o distanciamento social debilitou a
saúde mental dos professores.

No que tange à questão do planejamento, organização do tempo e tarefas do ensino remoto, é


importante destacar o tempo elevado se tem utilizado para preencher plataformas, documentos,
Professor Online, em detrimento do tempo efectivo de planejamento, leitura e preparo de aula.
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Considerações finais

A pandemia provocada no início de 2020 pela Covid-19 agravou uma situação que já não era das
melhores no campo económico, social e educacional. As aulas presenciais foram suspensas e esse
direito passou a ser ofertado de forma remota, sobretudo, por meio de plataformas digitais. No entanto,
muitos alunos da escola pública não têm acesso a esses recursos, sendo que alguns são atendidos por
meio de actividades impressas, ou não estão sendo atendidos. A realidade educacional de alunos e
professores foi drasticamente alterada. Para que as aulas recomecem, é necessária a realização de um
protocolo, pois são muitos os desafios a serem enfrentados.

O primeiro desafio será o retorno gradual, com uma parte somente dos estudantes e tomando todos os
cuidados e as precauções com a saúde. Outro será o impacto emocional nos alunos e profissionais da
Educação, pois haverá muito mais trabalho e não estamos acostumados a nos encontrar e ter que nos
mantermos distantes, sem aquele aperto de mão, sem aquele abraço caloroso. Outros impactos
acontecerão com o abandono e evasão escolar, principalmente no Ensino Médio, pois muitos jovens já
entraram no mercado de trabalho ; teremos preocupações com a avaliação diagnóstica e recuperação
da aprendizagem; com as questões de ordem burocrática, e outras não menos importantes.

Todos estão ansiosos com o retorno, pois a aprendizagem não é a mesma nesse contexto, onde os pais
estão cumprindo um papel que não é deles, além da criança e do jovem se sentirem sozinhos, sem
ninguém para brincar e interagir.

Conforme Natasha Costa (2020), “a aprendizagem é uma acção que se dá na interação com o mundo,
necessariamente mediada pelo outro, pela linguagem e pelo contexto social. Qualquer tentativa de
isolar o processo de aprendizagem desses aspectos está fadada ao fracasso”. As famílias precisam contar
com a presença e o apoio da escola, pois é preciso manter o vínculo do aluno com a aprendizagem, seja
ela realizada na escola ou em casa.

Esse novo tempo abriu muitas possibilidades de transformação. A utilização das tecnologias em sala de
aula não era um ponto forte para muitos professores, que de uma semana para a outra tiveram cursos
de formação nessa área e em poucos dias, tiveram que aprender buscar, estudar e ainda aplicar com
seus alunos. Novas metodologias estão sendo utilizadas, as tais “metodologias activas” estão no auge.
Os professores viraram “youtubers7”, fazem lives gravam áudios, estão mais cooperativos uns com os
outros, planejam, trocam “as figurinhas”, “se viram nos trinta”... Tudo isso pensando na melhor forma
de ensinar seus alunos à distância.

Apesar de todos os riscos, de contrair o Coronavírus, de perder alguém da família, ou mesmo partir
desse mundo, podemos pensar em alguns aspectos positivos dessa pandemia. A escola e o professor
estão sendo mais valorizados pelas famílias, que agora percebem o quão árdua é essa tarefa de ensinar.
O fortalecimento da relação família-escola e de alguns valores como cooperação, solidariedade e
empatia. Percebemos um maior questionamento do modelo de sociedade baseado no consumismo e no
lucro a qualquer custo. A natureza está tendo a oportunidade de se regenerar, com a diminuição de
23

gases poluentes e, os animais, estão tendo um espaço maior para frequentar. Estamos com maior
oportunidade de reflexão e interiorização e temos a percepção que vivíamos numa correria insana sem
sentido. Mas o maior ganho para a educação é o aprimoramento de ferramentas digitais para o trabalho
e o ensino, especialmente à distância.

Diante de tudo isso, é necessário repensar o papel da escola e da sociedade na formação das novas
gerações a partir desse novo tempo em que estamos vivendo. Aquilo que faz sentido manter e o que
devemos transformar.

A expectativa é de que, terminada a pandemia, os professores e alunos voltarão diferentes ao ambiente


escolar, do que quando a deixaram. Devido ao isolamento, sacrifícios, regras, ritmos diferentes de
trabalho, descanso, disciplina, ansiedade, cuidados com a higiene, distanciamento entre as pessoas,
falta de perspectiva de aumento e valorização salarial e profissional, falta de ânimo, fará com que os
profissionais da educação e alunos estejam diferentes, ao menos do ponto de vista psicológico e
comportamental.

Precisamos urgentemente de uma revolução na educação em Moçambique , para enfrentarmos melhor


e com mais preparo outras pandemias e crises que vierem pela frente. A pandemia provocou, de início,
um desconforto geral porque as rotinas tiveram que ser adaptadas. As redes, as famílias, os alunos e os
professores não estavam preparados para o trabalho remoto. A particularidade dessa situação trouxe
desafios e insegurança sendo que as prioridades precisaram ser discutidas e revistas.

A escola é lugar para as interações sociais e aprendizagens, e por muito tempo a realidade tecnológica
vem tentando se estabelecer nas salas de aula, no entanto escolas e professores são indiferentes a esse
modelo educacional e não acompanham de modo satisfatório.

A suspensão temporária das atividades presenciais trouxe desafios que já estavam postos no cenário
educacional, no entanto tornaram-se mais evidentes, necessitando de adequação do ensino-
aprendizagem.

Estratégias de ensino remoto estão cumprindo um papel fundamental nesse novo cenário. Isso fez com
que professores trocassem suas aulas para formatos a distância (ensino remoto), disponibilizando aulas
ao vivo em redes sociais, vídeos gravados, envio de materiais digitais aos alunos, plataformas online,
entre outros.
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Referências Bibliográficas

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Leitura e escrita em tempos de pandemia.

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Piletti, C. (2004). Didáctica Geral, 23ª ed., Editora Atica.

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