Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA – EST

LUANA FERREIRA SOUZA


NÁDIA LETÍCIA DO NASCIMENTO SOARES

COEFICIENTE DE ATRITO ESTÁTICO E DINÂMICO

MANAUS – AM
2019
1. OBJETIVOS
Determinar o coeficiente de atrito estático entre duas superfícies.
Analisar a dependência do coeficiente de atrito estático com a rugosidade,
com a área de uma superfície e com a força normal a ela.
2.TEORIA:
Quando aplicamos uma força em um determinado objeto, colocado sobre uma
superfície, afim de empurrá-lo ou puxá-lo, percebemos que existe uma certa
dificuldade ao tentar movê-lo. Essa dificuldade ocorre devido a força de atrito.
A força de atrito é uma força de resistência que se opõe ao movimento relativo
ente as superfícies. Ela existe por conta das rugosidades dos corpos em
contato, pois, mesmo que a olho nu as superfícies pareçam lisas,
microscopicamente elas não são (figura abaixo). Essas rugosidades se
interpenetram quando um corpo tenta deslizar sobre outro, tornando o
movimento difícil.

Outra razão para a força de atrito, são as forças de atração entre as moléculas
das superfícies que, nos pontos de contato formam minúsculas soldas que são
responsáveis pela aderência e resistência ao deslizamento.
O coeficiente de atrito é denominado dinâmico quando há deslizamento entre
as superfícies, e quando não há deslizamento entre as superfícies, é
denominado atrito estático.
ATRITO DINÂMICO
Também chamado de atrito cinético, ocorre quando um corpo desliza sobre
uma superfície. Para exemplificar, vamos considerar um corpo C apoiado sobre
uma superfície S. Quando aplicamos uma força ⃗ F em C, após um determinado
tempo, C atinge uma velocidade ⃗v , e quando paramos de aplicar a força, nota-
se que o módulo da velocidade vai diminuindo até anular-se e C parar. Isso
acontece por conta da força de atrito dinâmico que é oposta ao movimento.
(figura abaixo)


v0 ⃗
v1 ⃗v diminui ⃗v = 0

⃗ ⃗
F =0
F ⃗
F


F at ⃗
F at
S

A intensidade da força de atrito (⃗


F at) é proporcional à intensidade da ⃗
Fn
força normal (⃗
F n) entre os corpos em contato, isto é:

Fat =µd . Fn

F at
Onde a constante de proporcionalidade µd é denominada coeficiente de atrito
dinâmico.
O coeficiente de atrito µd é uma grandeza adimensional que depende dos
materiais em contato e de seu estado de polimento. No geral, seus valores são
menores que 1, no entanto, em alguns casos podem chegar a valores maiores
que 1, como 1,20.
A força de atrito dinâmico independe da área (macroscópica) da região de
contado entre o corpo e a superfície e também é independente da velocidade
do corpo C em relação à superfície S.

ATRITO ESTÁTICO
A força de atrito estático não possui um valor definido. Para entender como
isso ocorre, vamos considerar um corpo em repouso sobre uma superfície
horizontal. Ao aplicar uma força ⃗ F 1 ao corpo e ele permanecer em repouso,
isso significa que a força aplicada e a força de atrito estão em equilíbrio, ⃗
F=⃗
F
at.

Aplicando uma força ⃗ F 2 de intensidade maior que ⃗


F 1, na intenção de deslocar o
corpo, mesmo assim, o corpo não se move, ou seja, as forças continuam em
equilíbrio, ⃗
F2 = ⃗
F at. Percebe-se então que, enquanto não houver movimento,
conforme aumenta-se a força aplicada, a força de atrito também aumenta, ou
seja, a força de atrito possui um valor que varia em função da força aplicada, e
isso ocorre enquanto não houver movimento.

No momento em que a força de atrito atinge seu valor máximo, dizemos que o
corpo está em iminência de movimento, ou seja, qualquer aumento na força
aplicada ao corpo provocará a sua movimentação e a força de atrito passará a
ser força de atrito dinâmico.
A força máxima de atrito estático é dada por:

Fat, máx = µe . Fn
Onde µe é a constante de proporcionalidade chamada de coeficiente de atrito
estático.
O coeficiente de atrito estático, assim como no caso do atrito dinâmico,
também depende dos materiais em contato e do estado de polimento das
superfícies, mas não depende da área de contato entre elas. No geral, temos
µe > µd.
É possível determinar o coeficiente de atrito estático, através do seguinte
método experimental:
Ao apoiar um bloco em uma superfície inclinada S e ir aumentando o ângulo de
inclinação θ , verifica-se que em um determinado momento o bloco fica na
eminência de escorregar, isto é, a força de atrito estático atingiu seu valor
máximo:

Fat, máx. = µe . Fn = µe . P cosθ


Como o bloco está repouso:
Fat, máx. = P sen θ
µe . P cosθ = P sen θ
sen θ
µe = cos θ

µe = tg θ
3.PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Materiais usados:
1- Corpo de prova.
2- 4 pesos.
3- Balança
4- Planos inclinado com transferidor acoplado.

Para determinar o coeficiente de atrito estático foram feitos os seguintes


passos:
1. Pesamos o corpo de prova (269 g ±0,01).
2. Observamos que o corpo de prova tinha 6 lados.
3. Colocamos o lado esponjoso do bloco sobre o plano na horizontal e
lentamente suspendemos o plano até que o corpo começasse a se
mover para baixo. (TABELA 1)
4. Ao primeiro indicio de movimento, anotamos o ângulo de inclinação no
transferidor fixado ao equipamento.
5. Repetimos esse processo 10 vezes.
6. Colocamos o lado menor sem esponja do bloco sobre o plano na
horizontal e lentamente suspendemos o plano até que o corpo
começasse a se mover para baixo. (TABELA 2)
7. Colocamos o lado maior sem esponja do bloco sobre o plano na
horizontal e lentamente suspendemos o plano até que o corpo
começasse a se mover para baixo. (TABELA 3)
8. Colocamos o lado maior do bloco com 2 pesos sobre o plano na
horizontal e lentamente suspendemos o plano até que o corpo
começasse a se mover para baixo. (TABELA 4)
9. Colocamos o lado maior do bloco com 3 pesos sobre o plano na
horizontal e lentamente suspendemos o plano até que o corpo
começasse a se mover para baixo. (TABELA 5)
10. Colocamos o lado maior do bloco com 4 pesos sobre o plano na
horizontal e lentamente suspendemos o plano até que o corpo
começasse a se mover para baixo. (TABELA 6)
11. Após cada passo (6,7,8,9 e 10) também anotamos o ângulo de
inclinação no transferidor e repetimos 10 vezes.

MEDIDA ÂNGULO
1 34 ±1
2 32 ±1
3 32 ±1
4 33 ±1
5 32 ±1
6 31 ±1
7 31 ±1
8 31 ±1
9 32 ±1
10 29 ±1
11 29 ±1
12 30 ±1
Média 31,3 ±0,4
Tabela 1: Lado menor com esponja
MEDIDA ÂNGULO
1 24±1
2 21±1
3 19±1
4 23±1
5 25±1
6 26±1
7 18±1
8 23±1
9 24±1
10 25±1
11 23±1
12 20±1
Média 22,5±0,7
Tabela 2: Lado menor sem esponja

MEDIDA ÂNGULO
1 28±1
2 27±1
3 25±1
4 23±1
5 24±1
6 23±1
7 26±1
8 28±1
9 25±1
10 30±1
11 27±1
12 26±1
Média 26± 0,6
Tabela 3: Lado maior sem esponja
MEDIDA ÂNGULO
1 27±1
2 29±1
3 30±1
4 32±1
5 29±1
6 32±1
7 30±1
8 31±1
9 33±1
10 30±1
11 30±1
12 27±1
Média 30 ±0,5
Tabela 4: Lado maior com dois pesos
MEDIDA ÂNGULO
1 29±1
2 26±1
3 33±1
4 32±1
5 34±1
6 31±1
7 37±1
8 29±1
9 33±1
10 32±1
11 30±1
12 34±1
Média 31,7±0.8
Tabela 5: Lado maior com três pesos
MEDIDA ÂNGULO
1 29±1
2 31±1
3 29±1
4 31±1
5 30±1
6 30±1
7 22±1
8 26±1
9 29±1
10 31±1
11 29±1
12 27±1
Média 28,7±0,7
Tabela 6: Lado maior com quatro pesos
Após, a construção dessas tabelas, pegamos o dinamômetro de forma a puxar
o bloco lentamente para iniciar um movimento com velocidade constante.
Repetimos isso 12 vezes o procedimento e anotamos o valor da força indicada
em cada uma das vezes (tabela 7).

MEDIDA Força (N)


1 0,84±1
2 0,88±1
3 0,90±1
4 0,88±1
5 0,88±1
6 0,94±1
7 0,92±1
8 0,92±1
9 0,94±1
10 1,20±1
11 1,20±1
12 0,94±1
Média
Tabela 7
4.RESULTADOS E CONCLUSÕES
TABELA COEFICIENTE DE
ATRITO ESTÁTICO
µe
1 0,60800953
2 0,416259824
3 0,498581608
4 0,582013898
5 0, 617612587
6 0,545217699

FORÇA DE ATRITO COEFICIENTE DE


(N) ATRITO DINÂMICO
µd
0,95 ± 0,03 0, 360367195

Foi possível observar que quanto mais à superfície for áspera ou rugosa, maior
será o seu coeficiente de atrito, assim como está relacionado a seu peso uma
vez que, quanto maior o peso (força normal) sobre a superfície a ser atritada
maior será o seu coeficiente de atrito. A força de atrito não depende da área de
contato, mas apenas da natureza da mesma. Em vista que foi calculado o
coeficiente de atrito estático apenas tendo conhecimento do ângulo que o
corpo de prova começou a se movimentar foi observado que no plano
inclinado, pode-se perceber que ao mudar o valor da normal (variando o peso
do bloco que é colocado no plano inclinado), a variação do ângulo em que o
bloco entra em movimento quase não sofre alteração.
O coeficiente de atrito dinâmico foi menor que os coeficientes de atrito estático
das seis tabelas, visto que para colocar um objeto em movimento, é preciso
fazer mais força do que para mantê-lo em movimento.
5. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
FORÇA DE ATRITO, Disponível em:
https://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Dinamica/fa.php Acesso em:
19/04/2019 13:00
ESTUDO DO ATRITO, Disponível em:
https://www.mundovestibular.com.br/articles/224/1/O-ESTUDO-DOATRITO/
Paacutegina1.html 19/04/2019 Acesso em: 19/04/2019 13:25
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos da física,
volume 1: mecânica. 10ª. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
RAMALHO, F.; NICOLAU, G. F.; TOLEDO, P. A. Os Fundamentos da Física.
8ª edição, Vol. 1. São Paulo: Moderna, 2003.

Você também pode gostar