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Colégio Diocesano de Ano Letivo 2019/2020

Nossa Senhora da Apresentação

Relatório Experimental

Atrito Estatico
e
Atrito Cinetico
Física 12º ano
Professor António Martins
Relatório elaborado por Camila Rumor, nº30, 12ºA

Calvão, dezembro 2019


ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Indice
Introdução teórica ...........................................................................................................3
Objetivos ..............................................................................................................................5
Material ................................................................................................................................6
Procedimento.....................................................................................................................7
Fórmulas ..............................................................................................................................8
Resultados obtidos e Tratamento estatístico ........................................................9
Erros experimentais ..................................................................................................... 11
Discussão .......................................................................................................................... 12
Conclusão ......................................................................................................................... 13
Bibliografia ...................................................................................................................... 14

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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Introdução teórica

As forças de atrito e as suas leis empíricas


As forças de atrito entre sólidos tendem a opor-se à tendência de deslizamento entre
superfícies em contacto. Dependem do material de que são feitos esses sólidos e do polimento
das superfícies em contacto.
Considerando um bloco num plano horizontal:
◦Se o bloco se manter em repouso ao aplicarmos uma força horizontal, é porque sobre o bloco
atua uma força de atrito com a mesma direção e intensidade da força, mas de sentido contrário,
chamada força de atrito estático (fig. 1).
◦Se a intensidade da força aplicada aumentar, a força de atrito aumenta até que há um
momento, para uma determinada intensidade da força, em que o bloco começa a escorregar, isto
é, inicia o seu movimento. Nesse instante, a força de atrito estático atinge o seu valor máximo,
designando-se por força máxima de atrito estático.

Fig. 1 – Bloco em repouso no plano horizontal


◦ Quando duas superfícies em contacto estão em repouso relativo, a intensidade máxima da
força de atrito estático é diretamente proporcional ao módulo da reação normal, sendo o
coeficiente de atrito estático, 𝜇 e , a constante de proporcionalidade.

Fae máx = 𝜇 e N
◦Quando o bloco começa a mover-se, a força de atrito diminui, passando a designar-se por
força de atrito cinético (fig. 2). O valor da força de atrito cinético passa a ser inferior ao valor
máximo da força de atrito estático, para as mesmas superfícies em contacto (fig. 3).

Fig. 2 – Bloco em movimento no plano horizontal

Fig. 3 – Gráfico da variação da intensidade da força


de atrito com a intensidade da força aplicada

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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

◦Quando duas superfícies em contacto estão em movimento relativo, a intensidade da força de


atrito cinético é diretamente proporcional ao módulo da reação normal e é independente da
velocidade, se esta não for muito elevada. A constante de proporcionalidade, 𝜇 c , chama-se
coeficiente de atrito cinético.

Fac = 𝜇 c N
Os coeficientes de atrito estático e de atrito cinético, 𝜇 e e 𝜇 c , dependem da natureza dos
materiais em contacto e do polimento das superfícies, sendo característicos de cada par de
materiais. As superfícies em contacto menos rugosas (mais polidas) apresentam menores
coeficientes de atrito.
Como a intensidade da força máxima de atrito estático é normalmente superior à intensidade da
força de atrito cinético, verifica-se que, em geral, é:

𝜇c < 𝜇e
Concluindo, a intensidade da força de atrito entre sólidos deslizantes ou na iminência de deslizar :
 depende da natureza dos materiais em contacto e do seu polimento;
 não depende da área (aparente) de contacto das superfícies;
 é diretamente proporcional à intensidade da reação normal.

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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Objetivos
 Identificar as forças que atuam num corpo quando ele é solicitado a mover-se mas continua
em repouso e após entrar em movimento.

 Calcular e comparar os coeficientes de atrito estático e cinético de um par de superfícies em


contacto.

 Avaliar os resultados experimentais confrontando-os com as leis empíricas do atrito.

 Justificar porque é mais fácil manter um corpo em movimento do que retirá-lo do repouso.

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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Material

 Bloco paralelepipédico


 Pesos de diferentes massas
 Roldana
 Suporte para a colocação dos pesos
 Calha
 Fio inextensível e com massa desprezável
 Balança digital
 Calculadora gráfica
 Régua
 Cronómetro digital

Fig. 4 – Materiais utilizados na atividade laboratorial

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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Procedimento
O primeiro passo da atividade laboratorial foi fazer a montagem necessária à sua realização, como
se mostra na figura 5.

Fig. 5 – Montagem da atividade laboratorial

Atividade 1 – Cálculo do coeficiente de atrito estático


Começámos por medir a massa do bloco e a massa do suporte.
De seguida, fomos acrescentando massas ao suporte até que fossem as necessárias para que o
bloco estivesse na iminência de se mover, medindo a massa total após a tentativa; realizámos mais
duas tentativas, medindo sempre a massa total de cada uma.
Depois, com o objetivo de obter maior rigor na atividade laboratorial, realizámos mais quatro
ensaios, aos quais íamos acrescentando mais massa ao bloco inicial, fazendo sempre o mesmo
procedimento.

Atividade 2 - Cálculo do coeficiente de atrito cinético


Na segunda parte da experiência, com uma régua medimos uma determinada distância,
marcando-a na calha.
Em cada ensaio, em que o bloco tinha uma certa massa, íamos tentando descobrir qual a massa
necessária para este entrar em movimento. Após sabermos, fizemos três tentativas para medir o
tempo que o bloco demorava a percorrer aquela distância, com a ajuda de um cronómetro.

À medida da realização das atividades íamos registando os resultados e outras observações.

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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Fórmulas

Atividade 1 – Determinação do coeficiente de atrito estático

Fig. 6 – Forças que atuam


no bloco em iminência de
se movimentar

Como Fae máx = 𝝁e N, o declive da reta é


igual ao coeficiente de atrito estático,
como se mostra no gráfico ao lado.

Atividade 2 – Determinação do coeficiente de atrito cinético

Fig. 7 – Forças que atuam


no bloco em movimento

Como Fac = 𝝁c N, o declive da reta é igual


ao coeficiente de atrito cinético, como se
mostra no gráfico ao lado.

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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Resultados obtidos e Tratamento estatístico


Atividade 1 – Determinação do coeficiente de atrito estático
𝑚(𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒) = (5,27 ± 0,01) 𝑔

M (± 0,01 g) m (± 0,01 g) m̅ (g) |Fae máx| (N) N (N)


1º ensaio 45,24
123,98 40,26 41,92 0,41 1,22
40,26
2º ensaio 65,18
174,01 60,20 63,51 0,62 1,71
65,16
3º ensaio 90,22
223,75 80,27 85,22 0,84 2,20
85,16
4º ensaio 80,17
273,69 90,14 85,26 0,84 2,69
85,46
5º ensaio 110,30
323,70 95,45 102,00 1,00 3,18
100,26

Tabela 1 – Tabela dos resultados obtidos e calculados da atividade 1

Gráfico 1 – Gráfico da força de atrito estático máximo em função da reação normal

Assim, após traçar o gráfico e fazer a sua regressão linear, é possível saber o valor do coeficiente
de atrito estático (declive da reta): 𝜇 e = 0,28 .
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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Atividade 2 – Determinação do coeficiente de atrito cinético


𝑚(𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒) = (5,27 ± 0,01) 𝑔
𝑑 = (60,00 ± 0,05) 𝑐𝑚

M (± 0,01 g) m (± 0,01 g) t (s) 𝐭̅ (s) |Fac| (N) N (N)


1º ensaio 1,53
124,05 40,09 1,54 1,51 0,307 1,22
1,45
2º ensaio 2,19
224,12 65,16 2,06 2,11 0,561 2,20
2,08
3º ensaio 2,32
324,13 85,46 2,43 2,36 0,750 3,18
2,34
4º ensaio 0,78
274,33 140,44 0,72 0,79 0,580 2,69
0,86
5º ensaio 1,08
294,30 150,57 1,60 1,41 1,209 2,89
1,55

Tabela 2 – Tabela dos resultados obtidos e calculados da atividade 2

Gráfico 2 – Gráfico da força de atrito cinético em função da reação normal

Assim, após traçar o gráfico e fazer a sua regressão linear, é possível saber o valor do coeficiente
de atrito cinético (declive da reta): 𝜇 c = 0,32 .

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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Erros experimentais
Atividade 1 – Determinação do coeficiente de atrito estático
Desvio Incerteza Desvio
m (± 0,01 g) m̅ (g)
absoluto absoluta percentual
1º ensaio 45,24 3,32
40,26 41,92 1,66 3,32 7,92%
40,26 1,66
2º ensaio 65,18 1,67
60,20 63,51 3,31 3,31 5,21%
65,16 1,65
3º ensaio 90,22 5,00
80,27 85,22 4,95 5,00 5,87%
85,16 0,06
4º ensaio 80,17 5,09
90,14 85,26 4,88 5,09 5,97%
85,46 0,20
5º ensaio 110,30 8,30
95,45 102,00 6,55 8,30 8,14%
100,26 1,74

Tabela 3 – Tabela dos desvios dos resultados obtidos da atividade 1

Atividade 2 – Determinação do coeficiente de atrito cinético


Desvio Incerteza Desvio
t (s) 𝑡̅ (s)
absoluto absoluta percentual
1º ensaio 1,53 0,02
1,54 1,51 0,03 0,06 3,97%
1,45 0,06
2º ensaio 2,19 0,08
2,06 2,11 0,05 0,08 3,79%
2,08 0,03
3º ensaio 2,32 0,04
2,43 2,36 0,07 0,07 2,97%
2,34 0,02
4º ensaio 0,78 0,01
0,72 0,79 0,07 0,07 8,86%
0,86 0,07
5º ensaio 1,08 0,33
1,60 1,41 0,19 0,33 23,40%
1,55 0,14

Tabela 4 – Tabela dos desvios dos resultados obtidos da atividade 2

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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Discussão

Esta atividade tinha como principal objetivo calcular os coeficientes de atrito estático e cinético
de um par de superfícies em contacto, o que foi alcançado, uma vez que obtivemos os valores de
0,28 e 0,32, respetivamente.

No entanto, ao longo da realização das atividades aconteceram algumas falhas que


influenciaram os resultados obtidos, como:
◦ Arredondamentos nas medições e nos cálculos.
◦ Erros na colocação das massas marcadas no suporte, na atividade do cálculo do coeficiente
de atrito estático, como a suavidade da pessoa a colocá-las e a aplicação de força para o bloco se
mover.
◦ Erros na medição do tempo, no cálculo do coeficiente de atrito cinético, devido ao tempo de
reação da pessoa e aos arredondamentos feitos pelo cronómetro.
◦ Como realizámos as atividades em vários dias, as condições em que as fazemos mudam, devido,
por exemplo, à meteorologia. No dia em que fizemos as medições para a determinação do
coeficiente de atrito cinético, estava imensa humidade no ar e a superfície poderia não estar
devidamente limpa, o que influenciou o movimento do bloco na calha, tendo sido muito difícil
colocá-lo a mover-se e, consequentemente, registar resultados aproximados.
Através dos desvios percentuais dos ensaios de ambas as atividades (apresentados na página
10) podemos verificar que a experiência não foi muito precisa, revelando a influência de todos
estes erros.
Apesar desses valores, a primeira atividade correu minimamente bem, sem nenhuma
complicação significativa. Já os erros ocorridos durante a segunda atividade interferiram
significativamente no resultado obtido do coeficiente de atrito cinético, pois as medições não foram
similares (de que é exemplo o 4º e 5º ensaio), levando a que o gráfico não correspondesse ao
pretendido.
Deste modo, não conseguimos verificar que o valor do coeficiente de atrito cinético é inferior ao
valor do coeficiente de atrito estático. Esta constatação permitiria justificar porque é mais fácil
manter um corpo em movimento do que retirá-lo do repouso.
Além disto, não conseguimos completar a atividade laboratorial devido à falta de material, como,
por exemplo, um plano de inclinação variável, o que não nos permitiu determinar o valor do atrito
estático por outro método. Nem conseguimos verificar, fazendo variar a área de contacto e o tipo
de material do bloco, se a intensidade da força de atrito entre sólidos depende da natureza dos
materiais em contacto e do seu polimento e da área (aparente) de contacto das superfícies.

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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Conclusão

Com esta atividade observámos que a força de atrito é uma força real que se opõe a uma força
aplicada.
Assim, é mais fácil manter um corpo em movimento do que retirá-lo do repouso: para retirar um
corpo de repouso é necessário vencer o atrito estático máximo; para manter um corpo em
movimento apenas é necessário aplicar uma força que vença o atrito cinético. Como o atrito
cinético é menor que o atrito estático máximo, a força necessária para manter um corpo em
movimento é menor que a força necessária para o retirar do repouso.
Conseguimos mostrar ainda que a intensidade da força de atrito entre sólidos deslizantes ou na
iminência de deslizar é diretamente proporcional à intensidade da reação normal.
Além disso, verificou-se que quando se aumenta o peso do corpo, maior vai ser a força existente
entre o corpo e a superfície e maior vai ser a força de atrito e, como há necessidade de continuar a
exercer uma força para que o corpo permaneça em movimento, conclui-se que as forças de atrito
estão presentes quando o corpo está em repouso e quando este está em movimento.
Concluindo, as forças de atrito têm uma grande importância em todos os processos que ocorrem
na natureza. O atrito está presente em quase todo o tipo de movimento e é muito útil em alguns
casos, como, por exemplo, caminhar (sem ele seria como andar numa pista de gelo) e inútil em
outro, pois podem, por exemplo, provocar a perda de energia em certos processos.

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ATRITO ESTÁTICO E ATRITO CINÉTICO

Bibliografia
 MACIEL, N., MARQUES, M.C., VILLATE, J.E., AZEVEDO, C., CAÇÃO, A. e MAGALHÃES,
A. (2018). Eu e a Física 12. 1ª Edição, Porto Editora.

 https://www.notapositiva.com/old/trab_estudantes/trab_estudantes/fisico_quimica/fisico_quimica_tr
abalhos/forcasdeatrito.htm

 https://moodle.fct.unl.pt/pluginfile.php/168037/mod_resource/content/0/F12_AL12_Atrito_Estatico_
e_Cinetico.pdf

 https://pt.slideshare.net/luisrita12/tl-i2-atrito-esttico-e-cintico-37135594

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