Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FACULDADE DE DIREITO
TEMA
Luanda, 2021
i
[ii]
Eça de Queiroz
ii
[iii]
Integrantes do grupo:
iii
[iv]
AGRADECIMENTOS
iv
[v]
RESUMO
O presente trabalho estuda os três principais vetores de criação deste ramo, de modo a
analisar o quanto uniforme é esta criação. Primeiramente, averígua-se o papel das
organizações internacionais especializadas em criar normas uniformes sobre comércio
internacional e temas a fins. Essas organizações, por vezes privadas, por vezes compostas
apenas por Estados, funcionam não apenas como uma fonte de Direito, mas também como
fórum de debate entre os Estados. Posteriormente, verifica-se a função interpretativa e
harmoniosa das cortes arbitrais, novamente, especializadas no tema em tela. Por fim,
estuda-se, talvez, o principal vetor é a própria lex mercatoria traduzida como conjunto de
princípios criados pelos agentes econômicos no mercado internacional. Este conjunto de
princípios tem importância para comércio interfronteiriço desde seu surgimento, na Idade
Média, e ganha destaque, no presente trabalho, quanto a sua conciliação com o Direito
estatal.
Desta forma, conclui-se que a atuação de diferentes fóruns e agentes econômicos que vão
desde o Estado à empresa transnacional, numa complexa rede de interesses diversos, se
traduz no Direito do Comércio Internacional.
v
[vi]
SUMARIO
AGRADECIMENTOS ....................................................................................... iv
RESUMO............................................................................................................ v
SUMARIO ......................................................................................................... vi
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
DESENVOLVIMENTO ...................................................................................... 3
O DIREITO DO COMERCIOINTERNACIONAL ............................................... 4
A UNIFORMIZAÇÃO ...................................................................................... 5
BREVE HISTORICO DA EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL...... 7
DIPLOMACIA ................................................................................................. 8
O APERFEIÇOAMENTO DO COMÉRCIO ...................................................... 11
AS FORMAS COMERCIAIS MAIS MODERNAS ............................................ 11
O COMÉRCIO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS ..................................... 12
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 13
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ................................................................... 14
vi
[1]
INTRODUÇÃO
Não há dúvida que o comércio sempre ocupou importante lugar no seio da humanidade,
tendo papel fundamental no seu desenvolvimento,isso se apresenta hoje no grande
fascínio exercido pelo consumismo na vida das pessoas, o que, ajudado pelo avanço
tecnológico, facilita a aquisição de bens e serviços.
Diante dos grandes conglomerados econômicos que não param de se fortalecer, fica difícil
imaginar a vida sem a atividade mercantil, uma vez que, de um jeito ou de outro,
praticamente todos, cada um em sua medida, estão envolvidos na rede mundial de
consumo que se transformou o comércio.
Essa incrível participação das transações mercantis na vida moderna faz surgir várias
outras relações jurídicas, as quais necessitam de uma regulamentação própria em razão
de sua natureza específica. É aí que entra o papel decisivo do Direito do comercio
inernacional, ou empresarial como muitos já o definem.
Tal disciplina da atividade mercantil, que surgiu, como se verá mais detalhadamente no
decorrer deste trabalho acadêmico, dos usos e costumes da classe comerciante da Idade
Média, adquiriu grandes proporções e elevada importância, disciplinando toda a seara
mercantilista: operações de crédito, direitos do consumidor, celebração de contratos,
fusão de grandes empreendimentos, controle de práticas econômicas abusivas, consumo
de produtos importados, cheques sem fundos, circulação de bens e valores, entre muitas
outras operações executadas pela quase totalidade dos habitantes do planeta.
mas talvez tão ou mais utilizado que muitos, torna-se cada vez mais necessário se estudar
essa disciplina jurídica com a mesma atenção dispensada às demais é com essa
perspectiva que este artigo será desenvolvido.
[3]
DESENVOLVIMENTO
Direito, segundo Cláudia Lima Marques, Erik Jayme afirma tratar-se de tempos pós-
modernos caracterizados pela pluralidade, comunicação, velocidade, fluidez e
internacionalidade das relações privadas (MARQUES, 2008).
Neste contexto, deparamo-nos com uma diversidade não apenas cultural, mas também
legislativa, em que para o mesmo caso é possível aplicar mais de uma lei nacional, por
vezes, uma regra internacional, ou mesmo o Direito Consuetudinário. Conclui-se, desta
forma, que, cada vez mais, os diversos procedimentos de uniformização, a serem vistos
mais a diante, criam, na verdade, uma variedade tão rica e não centralizada de regras de
Direito do Comércio Internacional, que nos permite falar em uma uniformização
desuniforme.
O DIREITO DO COMERCIOINTERNACIONAL
Assim sendo, Irineu Strenger define o Direito Comercial como “o complexo de normas
jurídicas que regulam entre particulares relações que derivam da atividade comercial”.
Neste sentido, o autor entende que o Direito Comercial Internacional é parte do Direito
Internacional Privado, que tem por objeto “fixar os princípios que determinam a
competência das normas jurídicas dos Estados, pertencentes ao direito comercial”
(STRENGER, 2005, p. 757).
No entanto, o mesmo autor defende a autonomia deste ramo, ao explicar que o Direito do
Comércio Internacional, ainda em vias de consolidação, utiliza-se de meios técnicos mais
amplos que o Direito interno, justamente pela natureza internacional das suas relações
[5]
A UNIFORMIZAÇÃO
Como ressalta Jacob Dolinger, as diversidades fruto da cultura de cada povo são naturais
e necessárias. O direito uniforme, segundo o autor, é sempre bem-vindo, quando
espontâneo (DOLINGER, 2009). Oscar Tenório, seguindo a esteira de René David, cita
os principais fatores de influência para as legislações como sendo os aspectos geográficos,
raciais, lingüísticos, religiosos e
econômicos. Continuando o autor afirma: “Sem um sentido da realidade nacional não é
possível pensarmos em unificação” (TENÓRIO, 1976, p. 39).
[6]
oriente, principalmente com a Índia, mais tarde China. Com a morte de Alexandre o
Grande (323 a.C) e o declínio de seu império pelas divisões internas, marcam o inicio do
comércio marítimo desenvolvido por Atenienses (Grécia) e Fenícios (Líbano), novas
regiões ao longo do mediterrâneo são desenvolvidas, principalmente cidades com saídas
para o mar. Note sempre que com todo crescimento populacional as necessidades crescem
na mesma proporção e novas medidas têm que virem a serem tomadas.
No período conhecido por Idade Média, quase mil anos (começou no ano 476, quando o
Império Romano do Ocidente caiu nas mãos dos povos bárbaros, e se estendeu até perto
das Grandes Navegações, em 1453, quando Constantinopla foi tomada pelos turcos
otomanos), pouco houve de desenvolvimento nas relações comerciais e de produção,
período da história também conhecido por “Idade das Trevas”. Mas um fato, porém
marcou significativamente e é o precursor das relações de câmbio e bancárias dos dias de
hoje, o papel-moeda, nascido na China por volta do ano 900 d.C.
Com o desenvolvimento da indústria náutica da época, culminando com a construção de
grandes barcos para viagens de longo curso, o desenvolvimento das caravelas
(deslocamento de 50 Ton) e o surgimento das naus (no inicio com deslocamentos de 400
Ton chegando ao longo dos anos a 900 Ton) marca o fim da Idade Média e o inicio das
“Grandes Navegações”, No incido um investimento praticamente exercido apenas pelo
estado, já que era investimento de risco, pouco atraiu dinheiro do sector privado, com o
advento das descobertas feitas e o estabelecimento de linhas comerciais, aliado há um
estado empobrecido, pelo alto investimento no sector, abre-se a porta para o surgimento
do investimento privado criando as grandes companhias de navegação, onde se destacam
três: Companhia Britânica das Índias Orientais, fundada em 1600; Companhia
Neerlandesa das Índias Orientais (Vereenigde Oost-Indische Compagnie - VOC),
fundada em 1602; Companhia Francesa das Índias Orientais, fundada em 1664.
DIPLOMACIA
retornando com sua conclusão. Nos tempos actuais, tal órgão ganhou mais notoriedade
por, além de defender assuntos de seu país de origem, por abrir portas comerciais,
buscando tornar seu país de origem uma victrine de oportunidades seja para
investimentos, bem como de produtos e serviços ofertados para o comércio internacional.
Se antes eram apenas enviados por seu governo de origem, a partir do século XVII alguns
países europeus passaram a manter missões permanentes em algumas nações, isto foi à
base para o que hoje conhecemos como “Ministério das Relações Exteriores”, e nos dias
actuais, e dentro dos limites do direito internacional, uma “Missão Diplomática” pode
defender os interesses de uma empresa ou de um indivíduo de seu país.
Os senhores interessados em chamar mercadores para as suas feiras eram obrigados a
conceder a "paz do mercado" ou "paz da feira", coibindo vexames ou represálias, dando
alojamento e condições de armazenamento dos produtos e prometendo a redução ou
isenção de taxas. Esta política foi habilmente seguida pelos condes de Champanhe, que
também se serviram do salvo-conduto e dos guardas das feiras para garantir o sucesso e
o bom funcionamento das mesmas.
O salvo-conduto era a protecção oferecida pelos senhores aos comerciantes presentes nas
suas feiras. Os guardas feiras eram funcionários responsabilizados pela manutenção da
segurança dos mercadores. De início, estes eram apenas funcionários condais
encarregados de organizar e controlar os regulamentos, mas desde 1174 passam a ter
poderes jurisdicionais sobre os mercadores dentro dos limites privilegiados das feiras. No
século XIII tinham uma jurisdição sobre todo o ocidente medieval cristão, e a partir de
1260 foram generalizadas as "cartas dos guardas das feiras", que exigem a utilização de
notários, procuradores e sargentos.
Durante um longo período de tempo o comércio medievo foi uma actividade errante, na
qual o mercador seguia a rota dos produtos, sendo a venda feita através da exposição
directa dos artigos em lojas, mercados e feiras. Este processo foi propício à organização
de grupos de mercadores, que se associavam por razões comerciais e também por
questões de segurança. A título de exemplo, cite-se o caso dos almocreves, o protótipo do
mercador itinerante que viaja em grupo ou, como no Portugal medievo se dizia, em
recova. Só muito tardiamente se verificou a troca do mercador itinerante pelo mercador
que controlava os seus negócios a partir de uma sede fixa.
[10]
O APERFEIÇOAMENTO DO COMÉRCIO
A partir do momento em que a população europeia cresceu demais para se restringir aos
feudos, a Idade Média foi abalada. Afinal, a falta de espaço nas vilas interioranas resultou
em um êxodo rural. Dessa forma, as pessoas migraram em massa para as cidades, que
eram chamadas de burgos.
Ali haviam pequenos mercados, onde comerciantes expunham e trocavam produtos. Com
o passar do tempo, esses barganhadores prosperaram, enriqueceram, surgindo aí a
burguesia e avançando rumo à Idade Moderna. Curiosamente, de forma paralela
ao renascimento cultural, houve o renascimento comercial.
Essas trocas podem ser: bilaterais – mais simples – ou multilaterais – responsáveis por
envolver várias pessoas – que inclusive podem ser internacionais. Enfim, para o comércio,
[12]
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da análise crítica frente às múltiplas cortes arbitrais estudadas, bem como às
organizações internacionais, poder-se-ia dizer que estas não representam uma
fragmentação do sistema internacional arbitral, uma vez que nunca, de fato, houve um
sistema universal. Desta forma, qualquer iniciativa, como as estudadas, representaria,
portanto, um avanço importante no sentido da uniformização.
Neste sentido, não podemos deixar de ser otimistas e reconhecer tal avanço. O que se
busca questionar neste trabalho, contudo, é que, juridicamente, o processo de
uniformização pode trazer em si novas dificuldades frente às diversas legislações
internacionais e aos órgãos internacionais, em princípio, têm muitas de suas competências
conflitantes.
Por seu turno, a lex mercatoria é, portanto, tradução dos costumes profissionais do
comércio internacional, e, senão o mais importante, um dos mais importantes modos de
uniformização do Direito do Comércio Internacional, inclusive, em escala global e, de
maneira espontânea.
Nesta linha, Irineu Strenger defende que a lex mercatoria será, em um futuro não muito
distante, capaz de fornecer um sistema normativo pronto a enfrentar as divergências
advindas do comércio internacional, até mesmo com uma jurisdição própria
(STRENGER, 1996).
Neste sentido, verifica-se que o método conflitualista tem perdido espaço, em prol da
criação de um corpo uniforme de normas que reflitam as peculiaridades do complexo e
multi-disciplinador comércio internacional. A uniformização do Direito do Comércio
Internacional é um processo natural, devido à sua dinâmica e ao seu desenvolvimento a
passos largos, muito além da capacidade legislativa de um Estado-nação.
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
AMBOS, Kai e Ana Cristina PAULO PEREIRA (coord.). Mercosul e União Européia:
Perspectiva da Integração Regional. Rio de Janeiro: Lúmen Júris.