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GUINDASTES

TERRESTRES

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1-Tipos de Guindastes

1.1 – Guindastes Navais

Os guindastes são máquinas indispensáveis em obras, pois cumprem o papel


de içar cargas, facilitando o transporte em vários ramos de atividade. Há
guindastes para uso naval e para uso terrestre, formulados especialmente para
várias aplicações. Esta diversidade de equipamentos existentes para diferentes
aplicações traduz a complexidade envolvida na operação de movimentar
cargas. Apesar de não ser escopo deste trabalho, serão trazidas a seguir
algumas informações sobre guindastes navais, que podem ser plataformas
próprias para elevação de grandes cargas, cábrias (guindastes montados sobre
balsas), para serviço off-shore em plataformas, guindastes para serviços em
navios. Nas figuras abaixo são mostrados alguns guindastes navais:

Plataforma Guindaste Cábria

Guindaste Off-shore em plataforma

Guindaste de navio. Ao lado detalhe

. .

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1.2 – Guindastes Terrestres

Os guindastes para uso terrestre podem ser fixos ou móveis. As gruas ou


guindastes de torre são equipamentos fixos de utilização bastante freqüente
nos ramos da construção civil e industrial.

Os guindastes móveis podem ser construídos sobre trilhos, esteiras ou sobre


rodas, podem possuir lanças do tipo treliçada ou telescópica, e ainda serem
subclassificados ainda quanto ao seu tipo de projeto e utilização.

1.2.1 - Guindastes Fixos

Na foto acima à esquerda, uma grua que foi instalada na cobertura do EDISE
para apoio a uma obra no edifício. Na foto da direita um sítio na Europa em
construção com várias gruas.

A grua é um guindaste fixo tipicamente utilizado em obras de construção civil,


sendo um equipamento versátil quando se trata de alcançar grandes alturas,
embora de forma geral, possua relativa baixa capacidade de carga. Alguns
equipamentos, dotados de dispositivos apropriados, podem aumentar sua
altura no local em que estão instaladas, através de uma operação chamada
telescopagem.

A legislação brasileira em movimentação de cargas é muito branda (NR-11-


Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais), mas
recentemente uma portaria modificou a NR-18 - Condições e Meio-ambiente na
Indústria de Construção, regulamentando de forma bastante rigorosa a
aplicação de gruas. Os principais pontos da norma regulamentadora NR-18

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tratam da necessidade de haver um profissional habilitado (engenheiro
mecânico) responsável pela instalação, manutenção e desmontagem do
equipamento; requisitos de operação e de segurança também estão presentes,
sendo que todos os registros devem estar disponíveis em um livro na mesma
locação em que o equipamento está operando.

1.2.2 – Guindastes Móveis

1.2.2.1- Guindastes Móveis sobre Trilhos

Os guindastes móveis estão disponíveis em diferentes tipos de forma a atender


a diferentes demandas em obras. Os guindastes sobre trilhos são bastante
utilizados em cais de portos e estaleiros.

Na seqüência de fotos são apresentados:


um pórtico de estaleiro para movimentação
de cargas muito pesadas; portainers,
próprios para carga e descarga de
containers, em plena operação em porto
brasileiro; na foto à esquerda guindaste
portuário com lança articulada abrindo o
porão de um navio.

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1.2.2.2 – Guindastes Móveis Sobre Esteiras

Os guindastes podem se movimentar sobre esteiras ou sobre rodas. Os custos


de mobilização e desmobilização são caracteristicamente altos para os
guindastes sobre esteiras, que precisam ser transportados em caminhões,
montados e desmontados ao final de cada projeto, principalmente nos modelos
equipados com lança treliçada; entretanto, os modelos sobre as esteiras são
imbatíveis quando a obra requer o içamento de cargas elevadas.

As lanças treliçadas são mais resistentes e trabalham melhor em grandes raios


que as lança telescópicas, e podem ter seu sistema de basculhamento mais
veloz que os sistemas telescópicos, em função da utilização de cabos para
estas operações de subida e descida de lança.

Os guindastes com esteiras podem se locomover com carga em pequenas


distâncias, essa última característica permite seu uso na montagem de peças
de grande porte – como obras de usinas de energia eólica, por exemplo – ou
cuja operação de rigging precisa vencer áreas com interferências – em geral
nas refinarias de petróleo ou altos-fornos. Eles podem contar com lança
treliçada, construção mais comum, empregando também utilizando estais ou
disco (ring) para sua ancoragem para içamentos muito pesados, como na foto
abaixo à esquerda (içamento de torre e propeno de 750 ton na REVAP). A foto
à direita mostra um guindaste sobre esteiras com lança telescópica e abaixo
guindaste sobre esteiras uma peça.

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1.2.2.3 – Guindastes Móveis Sobre Rodas:

Embora exista uma ampla variedade de modelos, os guindastes sobre rodas


podem ser subdivididos em modelo rodoviário (TC, das iniciais em inglês de
truck crane), para todo terreno (AT, de all terrain), para terrenos irregulares
(RT, de rough terrain) e o tipo compacto para cargas médias (CT, de compact
truck).

Os guindastes sobre rodas podem se deslocar de uma obra para outra


(mediante licença especial, devido às dimensões do equipamento), se
atenderem à legislação do DNIT, que limita o tráfego em rodovias a 12 t por
eixo. A utilização destes modelos sobre rodas reduz os custos de mobilização e
desmobilização.

Os guindastes rodoviários (TC)


geralmente são montados sobre o chassi
de caminhões comerciais, e utilizam
variadas construções de lança, mas
operam com menor capacidade de carga,
em função de estarem limitados pela
capacidade destes chassis. A motorização
veicular e do guindaste nestes modelos é
a mesma; por operar com patolas não
podem se deslocar carregados. Eles
dispensam licenças especiais para
trafegar em via pública, o que reduz os
custos.
Truck crane patolado na locação.

Os guindastes para todo terreno (AT), foto ao lado, são equipamentos cada vez
mais populares pela sua flexibilidade operacional, tornando estes
equipamentos os que apresentam maior demanda de mercado atualmente,
pois são capazes de trafegar
em via pública como os
guindastes rodoviários, mas
também são dotados de
características próprias dos
guindastes para terrenos
acidentados (RT), em função de
melhorias na suspensão do
veículo, facilitando a sua saída
da rodovia para o local de
trabalho. São equipamentos
indicados para obras de montagem eletromecânica, como empresas do
segmento petróleo e hidrelétricas, mas destinam-se também a diversas outras
aplicações. Possuem motorização do guindaste e veicular independentes e

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capacidade de manobrar vários de seus eixos, o que facilita sua dirigibilidade e
o posicionamento em locais de difícil acesso, além de propiciar uma boa
distribuição de carga sobre o chassi, havendo modelos com capacidade de até
1000 ton. Tais características tornam comum até mesmo o uso de all terrain na
montagem de um guindaste sobre esteira de maior porte.

Os guindastes tipo
rough terrain – RT,
como o da foto ao
lado e abaixo, são

aqueles capazes de trabalhar em terrenos acidentados,


possuindo a capacidade de se posicionar de forma a manter
sua estabilidade neste tipo de terrenos: por isto são
conhecidos como os “reis” dos canteiros de obras. Sua
construção é bastante simples, uma plataforma com dois
eixos, tração 4X4 e uma única cabine, por isto, são
equipamentos econômicos quando comparados a outros tipos
de guindastes. Este tipo de equipamento tem a desvantagem
de necessitar de transporte para os locais de trabalho.
Aplicações típicas têm capacidade de 30 a 70 Ton.

Na foto ao lado está


apresentado um modelo de
guindastes do tipo compacto
(compact truck – CT), que
são apropriados para
circular em rodovias e são
dotados de características
de alta manobrabilidade.
Alguns modelos também são
montados sob chassi de
caminhões comerciais.
Estes guindastes são
utilizados em operação
elevação de cargas de
menor porte, onde são necessários equipamentos de dimensões reduzidas
para atingir áreas de acesso restrito ou/com interferências.

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1.2.2.4 – Plataformas de Trabalho Aéreo

A portaria nº 15 de 3 de julho de 2007, alterou a NR-18, passando a tornar


proibido o transporte de pessoas por equipamento de guindar não projetado
para este fim. A NR-34 também faz considerações nas aplicações, quando
utilizadas em reparo naval.

Nesta mesma norma estão descritos requisitos relativos à Plataforma de


Trabalho Aéreo - PTA é o equipamento móvel, autopropelido ou não, dotado de
uma estação de trabalho (cesto ou plataforma) e sustentado em sua base por
haste metálica (lança) ou tesoura, capaz de erguer-se para atingir ponto ou
local de trabalho elevado.

A PTA não deve ser operada quando posicionada sobre caminhões, trailers,
carros, veículos flutuantes, estradas de ferro, andaimes ou outros veículos e
equipamentos similares, a menos que tenha sido projetada para este fim.

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2 - Seleção de Guindastes

A tabela abaixo aponta as vantagens e desvantagens relativas aos guindastes


móveis:

TIPOS VANTAGENS DESVANTAGENS


-Locomove-se carregado por
distâncias curtas -Maior tempo de mobilização e
Sobre esteiras -Maior capacidade de carga logística, pois segue desmontado
Lança treliçada -Opera como bate estaca, dragline, -Lança mais vulnerável pelo
perfuratriz manuseio e transporte contínuo

-Opera em terrenos acidentados


-Rapidez montagem
-Apesar de ser sobre rodas se
All terrain AT locomove carregado por distâncias - Exige licença especial para tráfego
(Todo terreno) curtas em vias públicas
-Alta dirigibilidade e facilidade de
posicionamento, pois conta com
4,5,6 até 8 eixos

-Locomove-se com carga apesar de


Rough terrain RT ser sobre rodas -Maior custo logístico, pois é
(Terreno -Opera em terrenos irregulares transportado montado sobre carreta
acidentado) - Dotado de operação facilitada em -Menor capacidade de carga
área confinada
-Fácil posicionamento

Truck crane TC -Dispensa licença especial para -Menor capacidade de carga


(Rodoviário) tráfego em vias públicas -Não se desloca com carga, pois
-Baixo custo de mobilização e opera com patolas
logística

-Dispensa licença especial para


Compact truck CT tráfego em vias públicas -Menor capacidade de carga
(Compacto) -Baixo custo de mobilização e -Não se desloca com carga, pois
logística opera com patolas
-Fácil operar, alta manobrabilidade

Fonte: Revista Manutenção & Tecnologia ed.99 fev.07

Questões como a capacidade de suporte do terreno, tempo de permanência no


canteiro, a carga a ser içada, suas dimensões e distância a ser atingida, dentre
outras variáveis no canteiro, devem ser avaliadas previamente para a seleção
do equipamento. Dessa forma, serviços de montagem semelhantes podem
demandar equipamentos diferentes e, invariavelmente, usar mais de um ou
dois tipos de guindastes, com o equipamento principal fazendo o içamento e os
auxiliares na verticalização e / ou horizontalização da carga.

Ao fazer a seleção do guindaste, se deve assegurar que ele deve ser seguro e
confiável por todo o período de operação. Além das questões econômicas, as

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questões de segurança devem ser consideradas. A locação de guindastes
deve seguir um procedimento de contratação bem planejado, onde os aspectos
técnicos devem ser observados.

O guindaste móvel
deve ser apropriado
ao trabalho:
a) altura de
içamento
b) capacidade de
carga
c) momento de
tombamento
d) raio de içamento

3- Referencial Normativo da Petrobras para Movimentação Terrestre de


Cargas

O referencial normativo da Petrobras para operações com movimentação de


cargas em terra com guindastes são as Normas N-1965 rev.c – Movimentação
de Carga com Guindaste Terrestre e N-2869 –Segurança em Movimentação de
Carga. Abaixo são descritos alguns dos requisitos estabelecidos nas normas:

a) A norma prevê que a documentação relativa aos requisitos abaixo listados


seja emitida por profissionais envolvidos com movimentação de cargas.

1- Procedimento de Movimentação de Carga e um plano de movimentação de


cargas: o plano é aplicável se a operação estiver enquadrada em
características descritas na norma (movimentação excepcional), sendo
necessário atender a requisitos suplementares.
2 - Manutenção e Inspeção: existência de planos de inspeção e manutenção
adequados, que mantenham o equipamento em prefeito estado de
conservação conforme previsto na NR-11.
3 - Lista de Verificação Diária e Semanal para Liberação de Equipamentos de
Movimentação de Carga
4 - Relatório de Verificação Diária e Inspeção de Liberação: deve conter, ao
menos, os registros obtidos a partir da lista acima e os testes executados.
5 - Certificado de Teste de Capacidade da Máquina: deve conter a
configuração utilizada no teste, as cargas aplicadas e os resultados.

b) Requisitos para Operação de Movimentação de Cargas dentro do


procedimento de movimentação de carga, com a carga mais próxima do solo
possível, em terreno firme, com equipamento nivelado, patolado se aplicável,
em configuração especificada pelo fabricante do equipamento, sem utilização
simultânea do sistema auxiliar e principal,

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c) Requisitos de Segurança Operacional devem ser atendidos pelo
cumprimentos de todos os procedimentos operacionais, com a área isolada e
sinalizada, dentro de condições meteorológicas adequadas. Os operadores
devem estar treinados no equipamento que operam e a equipe deve ser
capacitada para a tarefa de movimentação. Dentre vários outros requisitos, de
segurança operacional, especial atenção deve ser dada ao trabalho próximo a
redes elétricas energizadas

d) Requisitos de sinalização das operações, que deverá ser realizada por


apenas uma pessoa utilizando comunicação via rádio ou através de sinalização
descrito na ASME B30.5.

e) Requisitos para Cabos de Aço e Acessórios de Movimentação de


Carga, onde os cabos de aço devem ser inspecionados conforme N-2161, os
acessórios serem inspecionados e utilização de clipes conforme N-2170 e as
cintas conforme os critérios dos seus fabricantes.

f) Execução de Inspeção de Liberação dos Equipamentos e Serviço para


Movimentação de Cargas
f.1) após um grande reparo, revisão geral ou modificação de características
originais que possam influenciar, de algum modo, a segurança do equipamento
f.2) após cada operação de montagem tais como: lança treliçada, contra-peso,
“jib”
f.3) quando houver transferência de responsabilidade pelo equipamento de um
órgão para outro
f.4) por motivos relevantes, tais como: acidentes, erros de operação (carga
excessiva) e operações de risco excessivo;
f.5) a cada 5 000 h ou 4 anos
f.6) Devem ser executados testes operacionais no equipamento para os
seguintes itens:
a) freios;b) embreagens;c) controles; d) mecanismos de abaixamento e
levantamento de carga; e) mecanismos de abaixamento e levantamento da
lança; f) mecanismos de giro; g) mecanismos de deslocamento; h) dispositivos
de segurança; i) teste de capacidade.
No teste de capacidade devem ser verificados 2 pontos da tabela de carga: um
na região limitada pela estabilidade e outro na região limitada pela resistência
do material.

g) Requisitos para Serviços de Movimentação de Carga


Antes de cada jornada de trabalho deve ser realizada a verificação diária.

Quando for realizada uma movimentação de carga, deve ser verificado:


g.1) a correta amarração da carga g.2) nivelamento da máquina g.3) condições
do solo g.4) local de patolamento g.5) condições meteorológicas

Deve ser verificado se a lança, mastro, contrapeso, cabos ou qualquer


componente do equipamento de movimentação de carga está posicionado em
relação aos cabos de alta tensão.

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4 - Riscos e Procedimentos de Segurança Associados à Operação de
Guindastes Terrestres,

O uso de materiais mais nobres, de estruturas mais robustas e sistemas de


eletrônica embarcada – que facilitam a operação dos guindastes e monitoram
itens como a velocidade dos ventos, peso da carga içada e ângulo da lança em
operação – figuram entre os itens que contribuem para minimizar riscos
durante a operação. Os guindastes içam cargas cada vez maiores com
segurança para o usuário. A evolução atende uma exigência crescente de
contratantes como a Petrobras, que estabelecem maior volume das montagens
em solo; como resultado, os conjuntos finais içados na obra tendem a se tornar
maiores e mais pesados, demandando o uso de guindastes de grande porte.

A evolução tecnológica dos equipamentos, entretanto, apenas minimiza os


riscos, que ainda estão presentes nas operações de movimentação de carga. A
maior de causa de acidentes, segundo a Associação de Segurança em
Construção de Ontário, é a improvisação; seguir as recomendações de
montagem, instalação e partida do equipamento no campo são fundamentais
para manter a segurança.

A mitigação dos riscos depende de um amplo planejamento da operação


envolvendo emprego de pessoal qualificado, verificação da locação, seleção de
equipamento certificado com características adequadas à operação e com seu
plano de manutenção em dia, avaliação de condições meteorológicas,
sequenciamento da operação de içamento e o atendimento a requisitos de
segurança específicos do local do trabalho.

A NR-11(Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais)


dispõe que para operar equipamentos de transporte com força motriz própria,
como guindastes, o operador deverá receber treinamento específico, dado pela
empresa, que o habilitará nessa função.

Aspectos relativos à seleção de equipamentos foram abordados no item


anterior, mas se faz necessário ressaltar que para avaliação do estado do
equipamento e da manutenção que vem nele sendo realizada é necessário
pessoal especializado.

Abaixo são listadas perguntas fundamentais para escolher a locação da


máquina:

✓ Existe acesso ao local?


✓ A via de acesso resiste à passagem da máquina?
✓ Existem facilidades enterradas que possam ser esmagadas pela
passagem da máquina?
✓ Existe espaço na locação suficiente para manobrar a máquina?

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✓ Existe acesso para veículos trazer as partes desmontadas, espaço para
descarregá-las seguramente, estocá-las e espaço suficiente para montar
o equipamento?

A ocorrência de ventos, queda de raios e chuvas em quantidade suficiente que


possam alterar o estado do piso da locação da máquina são aspectos
meteorológicos a serem abordados.

O planejamento de operação detalhará aspectos relativos à movimentação da


carga em si, como acessórios de carga que serão utilizados para movimentar o
material, o peso da carga a ser içada, o ângulo de lança, o correspondente
momento de tombamento ao qual a máquina ficará submetida, as indicações
das áreas de trabalho, instalação de contrapeso / estaiamento do equipamento,
condições meteorológicas e requisitos adicionais de segurança específicos
para a área, como presença de redes elétricas próximas, por exemplo.

4.1- Requisitos de Segurança Relativos a Gruas (Guindastes de Torre –


Guindastes Fixos)

Como descrito anteriormente recentemente uma portaria modificou a NR-18 -


Condições e Meio-ambiente na Indústria de Construção, regulamentando de
forma bastante rigorosa a aplicação de gruas, exigindo que um profissional
habilitado (engenheiro mecânico) esteja responsável pela instalação,
manutenção e desmontagem do equipamento.

Os requisitos de segurança são bastante detalhados na NR, mas a título de


exemplo alguns dos requisitos críticos exigidos pela norma são listados abaixo:

a) A ponta da lança e o cabo de aço de levantamento da carga devem ficar, no


mínimo, a 3m (três metros) de qualquer obstáculo e ter afastamento da rede
elétrica que atenda à orientação da concessionária local. A N-1965 apresenta
tabela de distância mais conservativa para valores de tensão acima de 50 KV.

b) É proibida a utilização de travas de segurança para bloqueio de


movimentação da lança quando a grua não estiver em funcionamento.

c) É proibido qualquer trabalho sob intempéries ou outras condições


desfavoráveis que exponham os trabalhadores a risco.

d) A grua deve dispor de dispositivo automático com alarme sonoro que indique
a ocorrência de ventos superiores a 42 Km/h, quando a operação deve ser
interrompida; somente poderá ocorrer
trabalho com ventos acima 42 km/h
mediante operação assistida; com
ventos de velocidade acima de 72 Km/h
não é permitida a operação sob
nenhuma condição. Na ilustração ao
lado, a lança da grua colapsou por estar
com o freio de giro acionado em
condição de vento desfavorável.

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4.2 – Requisitos de Segurança Relativos a Guindastes Móveis

A utilização dos guindastes móveis está regida, do ponto de vista legal, pela
NR-11- Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais,
que, como já descrito, não apresenta uma boa abrangência em termos de
segurança; no âmbito da Petrobrás a norma N-1965 rev.c abr/2011 indica os
requisitos mandatórios para execução de movimentação de cargas com
guindastes móveis.

A seguir serão apresentados alguns requisitos de segurança relativos a


guindastes móveis; o assunto é extenso, estando apresentados apenas alguns
pontos básicos relativos ao tema, sendo que quatro requisitos aplicáveis que
são normalizados pela NR-11, estão indicados no texto.

a) O operador deverá receber treinamento específico, dado pela empresa, que


o habilitará nessa função (NR-11). O pessoal de apoio deve estar treinado e
dispositivos de comunicação disponíveis.

b) Os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir sinal de


advertência sonora (buzina – NR-11). Dependendo do nível de ruído da
locação dispositivos visuais, como giroscópios, também podem ser úteis para
sinalizar que há uma movimentação.
c) Considerar as condições meteorológicas nas operações. Ventos exercem
sobrecarga na lança, podem empurrar a lança para trás em ângulos altos e
fazer a carga balançar, criando esforços indesejados.

d) Especial atenção será dada aos cabos de


aço, cordas, correntes, roldanas e ganchos que
deverão ser inspecionados permanentemente,
substituindo as suas partes defeituosas (NR-11).
Na ilustração abaixo, falha catastrófica de
ruptura do cabo de lança com morte e ao lado
soquete-cunha montado inadequadamente.

e) Em todo o equipamento será indicada, em lugar visível, a carga máxima de


trabalho permitida (NR-11); implicitamente a tabela de carga do equipamento
deverá ser respeitada. A utilização da tabela deve ser feita de forma
conservativa; e.g.: içar uma carga de 900 kg que está situada a 5m do

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guindaste rodoviário de tabela de carga abaixo; em 5m a carga o valor
permitido é 686 kg, então o guindaste deve ser reposicionado para alcançar a
carga com carga 4 m de raio, onde a capacidade tabelada é de 912 Kg.

Tabela de Carga de Guindaste Rodoviário

f) Segundo a Associação de Segurança em Construção de Ontário uma das


causas mais freqüentes de acidentes com guindastes com morte é a
interferência da lança com redes elétricas. Manter a distância de redes elétricas
conforme a tabela da N-1965 é prática
obrigatória para evitar acidentes.

Na figura acima à esquerda vemos o


guindastes tocando a rede elétrica, na
figura à direita o guindaste pegou fogo
após tocar a rede.

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VOLTAGEM DISTÂNCIA m
Kv
Até 50 3,5
51 a 200 4,5
201 a 350 6,1
351 a 500 7,6
Fonte: N-1965 C

g) Não instalar o equipamento em solo instável ou próximo a pontos instáveis


ou irregulares, quando o tipo de equipamento disponível não seja adequado
para isso. Caso necessário operar em solo instável, especifique um
equipamento adequado ao serviço, como um guindaste Rough Terrain (RT).

Devem ser utilizadas pranchas apropriadas sob as patolas em caso de solo


instável (solos não compactos, molhados ou desnivelados) que possa ceder à
carga aplicada. Quando necessário a utilização de pranchas, a sua área de
apoio deve ser, no mínimo, três vezes maior do que a da sapata da patola,
mantendo a proporcionalidade das dimensões.

Na figura ao lado, o guindaste


rodoviário foi instalada em um
terreno instável (beira do córrego),
capotando quando o terreno cedeu.

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i) As patolas devem estar travadas mecanicamente ou hidraulicamente e
totalmente estendidas no ponto de operação.

Na foto ao lado, o guindaste tombou por falha na patola.

j) Em se tratando de guindastes rodoviários, para subir ou descer a lança, ou


içar cargas, estes guindastes devem
estar patolados adequadamente, com
as rodas suspensas. Na foto ao lado,
o guindaste está carregando uma
caixa sem as patolas instaladas.

k) A presença e operacionalidade de
dispositivos de fim de curso dos guindastes
são fundamentais nos sistemas de lança,
içamento auxiliar e principal. Na foto são ao
lado guindaste que apresentou falha no fim
de curso de içamento da lança, que foi
destruída ao ser tracionada contra o
batente.

l) Quando realizar içamento de cargas muito pesadas e não confiar no


indicador de ângulo, medir o raio em que a carga está fisicamente no campo.

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l) Utilizar células de carga aferidas no equipamento e respeitar suas leituras.

Na foto ao lado o guindaste


tombou após o supervisor
informar ao guindasteiro
para desconsiderar o valor
de indicação da célula de
carga, por considerar que o
valor estava errado.

m) Ao transportar peças mantenha distância segura da ponta e do corpo da


lança como indicado na ilustração e na foto abaixo

n) Sempre que houver perigo de esmagamento de pessoa ou patrimônio pelo


contrapeso ou chassi no momento de giro da máquina, deve ser feito o
isolamento de sua área de gravitação com espaço livre de pelo menos 0,6m.

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o) Mantenha pessoas não envolvidas com a operação longe da área de
trabalho e nunca, mas nunca mesmo fique embaixo de cargas suspensas.
Falhas acontecem o tempo todo, o melhor mecanismo é prevenir situações
inseguras.

Carga caiu, matando uma


pessoa, ao escorregar do
gancho, que não possuía trava.

p) Sempre operar os
guindastes dentro dos
quadrantes operação
específicos para cada
máquina.

q) Utilizar os procedimentos de
manutenção específicos, partes e peças
certificadas e pessoal especializado na
manutenção dos equipamentos. Na figura
ao lado a lança falhou no mesmo ponto
onde havia falhado anteriormente, tendo
sido detectado o emprego de aço não
conforme no reparo executado.

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4.3 – Requisitos de Segurança para PTA

Na NR-18 foram estabelecidos requisitos mínimos de segurança para as PTA,


sendo alguns deles:

A PTA não deve ser operada quando posicionada sobre caminhões, trailers,
carros, veículos flutuantes, estradas de ferro, andaimes ou outros veículos e
equipamentos similares, a menos que tenha sido projetada para este fim.

A PTA deve atender às especificações técnicas do fabricante quanto à


aplicação, operação, manutenção e inspeções periódicas.

Deve possuir dispositivos de segurança que garantam seu perfeito nivelamento


no ponto de trabalho, conforme especificação do fabricante;

Deve possuir alça de apoio interno e guarda-corpo que atenda às


especificações do fabricante

Possuir painel de comando com botão de parada de emergência e dispositivo


de emergência que possibilite baixar o trabalhador e a plataforma até o solo em
caso de pane elétrica, hidráulica ou mecânica;

Possuir sistema sonoro automático de sinalização acionado durante a subida e


a descida.

A PTA deve possuir proteção contra choques elétricos, por meio de cabos de
alimentação de dupla isolação; plugs e tomadas blindadas; aterramento
elétrico; dispositivo diferencial residual (DDR).

Na foto ao lado, é
apresentada uma PTA
sobre caminhão. Os
parafusos de fixação da
base da lança romperam,
causando a morte dos
dois mantenedores, pela
queda ao solo de uma
altura de 6 m. O evento
caracteriza ausência de
plano de manutenção
adequado.

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ANEXO

Aspectos de Ergonomia Aplicados a Movimentação de Cargas

1- Definições

“Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho,


equipamento e ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos de
anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse
relacionamento”. Ergonomics Research Society (1949).

“Ergonomia é o conjunto dos conhecimentos científicos relacionados ao


homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos
que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência
(Wisner, 1987)”,

Aplicabilidade da Ergonomia

A Norma regulamentadora NR-17 postula que ergonomia busca a adaptação


das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos
relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao
mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho,
e à própria organização do trabalho.

A Organização Internacional do Trabalho tem como foco de trabalho que é


geralmente mais eficaz examinar caso a caso as condições de trabalho
aplicando princípios ergonômicos para prevenir ou resolver problemas. Muitas
vezes pequenas mudanças ergonômicas no projeto do equipamento, na
estação de trabalho ou na forma de executar as tarefas podem resultar em
melhorias significativas. Os trabalhadores que serão afetados pelas mudanças
ergonômicas devem estar envolvidos nas discussões antes das mudanças
serem feitas. Suas idéias podem ser úteis em determinar as medidas
necessárias e mais apropriadas.

A análise começa por uma demanda que pode ter diversas origens. Pode ser a
constatação de que em determinado setor há um número elevado de doenças
ou acidentes (demanda de saúde) ou reclamações de sindicato de
trabalhadores (demanda social) ou a partir de uma notificação de auditores-
fiscais do trabalho ou de ações civis públicas (demandas legais) que, por sua
vez, também se originaram de alguma queixa ou reclamação. Da parte das
empresas, uma demanda relativa à ergonomia quase sempre é motivada por
maiores ganhos de produtividade ou pela necessidade de melhorar a qualidade
de um produto ou serviço prestado.

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Existem dois tipos de melhorias em ergonomia, a primeira é a engenharia de
melhorias e o segundo tipo são as melhorias administrativas. A engenharia de
melhorias inclui a reorganização, modificando, redesenhando, fornecendo ou
substituindo ferramentas, equipamentos, estações de trabalho, embalagens,
peças, processos, produtos ou materiais.

As melhorias administrativas são melhorias nas práticas de execução do


trabalho ou na sua organização. São melhorias administrativas:

a) Intercalar tarefas pesadas com tarefas leves.


b) Eliminar ou reduzir a repetição (isto é, o uso excessivo dos mesmos
grupos musculares).
c) Ajustar os horários de trabalho, ritmo de trabalho, ou práticas de
trabalho.
d) Proporcionar o tempo de recuperação (por exemplo, pausas para
descanso curto).
e) Modificar as práticas de trabalho para que os trabalhadores
executem o trabalho dentro de sua zona de força (ou seja, acima dos
joelhos, abaixo dos ombros, e perto do corpo).
f) Fazer rodízio entre trabalhadores em tarefas que usem diferentes
músculos, partes do corpo ou posturas.

2- Abrangência da ergonomia em movimentação de cargas

A principal questão relativa à ergonomia em movimentação de cargas é


transporte manual de cargas, devido ao seu impacto no sistema músculo-
esquelético. Outros pontos importantes de interesse ergonômico para
movimentação de cargas são: ruído, conforto térmico, iluminação e mobiliário.

3- Peso transportado

A quantidade de peso transportado e a freqüência com o que ocorre o


transporte manual devem ser avaliadas de forma a minimizar impactos no
trabalhador. O peso máximo a ser transportado manualmente previsto na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de 60 kg, ressalvadas as
disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher. O peso
máximo a ser transportado recomendado pela Organização Internacional do
Trabalho é: 55 kg de forma ocasional, repetidamente 35 kg para homens e,
para mulheres ocasionalmente 30 kg, deforma repetida 20 kg. Verifica-se que
ainda são pesos muito altos. Segundo a NR-17 Todo trabalhador designado
para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve receber
treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que
deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.

Na industria foi definido que cargas a partir de 20 Kg devem ser transportadas


por duas pessoas, e que cargas acima de 14kg devem ser transportadas com
ambas as mãos. A NR-17 dispõe que o peso que o trabalhador deve
transportar deve ser algo compatível com sua capacidade física. Este conceito

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decorreu do desenvolvimento uma equação para avaliar a manipulação de
cargas no trabalho elaborada pelo National Institute for Occupational Safety
and Health – NIOSH –USA em 1981(embora possa causar lesões a alguns
indivíduos, o NIOSH adotou como prática o limite de peso a ser transportado
manualmente de 23kg).

A intenção da equação era criar uma ferramenta para poder identificar os riscos
de lombalgia associados à carga física a que estava submetido o trabalhador e
recomendar um limite de peso adequado para cada tarefa em questão, de
maneira que uma determinada percentagem da população – a ser fixada pelo
usuário da equação – pudesse realizar a tarefa sem risco elevado de
desenvolver lombalgia. Em 1991, a equação foi revista e novos fatores foram
introduzidos: a manipulação assimétrica de cargas, a duração da tarefa, a
freqüência dos levantamentos e a qualidade da pega. Além disso, discutiram-
se as limitações da equação e o uso de um índice para a identificação de
riscos, que 3.0. Abaixo é apresentada a equação:

LPR = LC x HM x VM x DM x AM x FM x CM
LC: constante de carga HM: fator de distância horizontal VM: fator de altura
DM: fator de deslocamento vertical AM: fator de assimetria FM: fator de
freqüência CM: fator de pega

4- Manuseio de cargas de forma a reduzir impactos: levantar e transportar


corretamente

Elevação e transporte são tarefas fisicamente árduas, e há sempre um risco de


acidentes e, em particular de lesão nas costas e braços. Para evitar isso, é
importante ser capaz de estimar o peso de uma carga, o efeito do nível de
manejo e meio ambiente de elevação. O trabalhador também deve saber como
escolher um método de trabalho seguro e como usar os dispositivos e
equipamentos:

São regras básicas para manuseio de cargas:

a) Levantar o objeto próximo ao corpo, caso contrário, há aumento da


pressão dos discos intervertebrais. Enrijecer o estômago e as costas.
b) Aproximar-se o mais perto do objeto, o que resultará em uma elevação
da carga mais segura; os pés separados mantêm o equilíbrio. Tentar
compreender o objeto com firmeza usando as mãos perpendicularmente
ao ombro. Usar para apertar o objeto mais que os dedos.
c) Para levantar algo acima do nível do ombro, colocar os pés em uma
base firme. Primeiro levantar o objeto ao nível do tórax. Em seguida,
começar a empurrar para cima, movendo os pés para fora a fim de obter
o objeto em movimento e deslocar o peso do seu corpo para o pé da
frente.
d) Para muitas pessoas, um nível adequado de altura de elevação é de 70
a 80 centímetros. Levantar algo do chão pode ser três vezes mais árduo.
Pessoas para levantar materiais conjuntamente devem ser possuidoras

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de nível de força física semelhantes. Os movimentos de elevação devem
ser feitos ao mesmo tempo e na mesma velocidade.
e) Transportar materiais causa mais pressão sobre a parte de trás do
pescoço e membros superiores, coração e circulação. Os objetos devem
ser conduzidos perto do corpo. Um objeto redondo é difícil de carregar
porque o peso está muito longe do corpo. Boas pegadas facilitam o
trabalho e trazem segurança adicional.
f) Carregar peso é uma tarefa árdua. Verifique se o objeto pode ser
deslocado em uma esteira, por meio auxiliares ou um carrinho.
Certifique-se de não tentar mover um objeto que é muito pesado.
g) Dispositivos utilizados para facilitar o seu trabalho deve ser leve e fácil
de usar, a fim de reduzir o esforço e o risco de acidentes.

Obs. Existem duas correntes de pensamento relativo ao uso colete lombar


como prevenção a lombalgias: a primeira pelo uso obrigatório permanente
pelas equipes de auxiliares de movimentação de cargas; a segunda postula
que seu uso enfraquece a região lombar, por apoiá-la o tempo todo. O autor
acredita que o mais adequado seria utilizar o colete nas ocasiões em que o
trabalhador identificasse uma operação na qual fosse sobrecarregar sua
coluna, se protegendo, então, durante esta tarefa com o uso do colete lombar.

4- Ruído

Os níveis de ruído devem ser entendidos aqui não como aqueles passíveis de
provocar lesões no aparelho auditivo, tal como a perda auditiva, mas como a
perturbação passível de prejuízo ao bom desempenho das tarefas do
trabalhador.

Segundo a NR-17 o nível aceitável de ruído em uma área industrial para efeito
de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor
não-superior a 60 dB, que deve ser medido no posto de trabalho.

O operador de equipamento de movimentação de cargas pode permanecer por


muitas horas na cabine do guindaste operando. Faz-se necessário dotar o
equipamento de cabines com isolamento acústico preservando o operador do
ruído excessivo do mecanismo do guindaste, de forma a evitar sua fadiga,
evitando erros de operação.

5 – Conforto térmico

De forma similar à supressão de ruído, é clara a necessidade de climatizar a


cabine do equipamento de movimentação de cargas, para maior rendimento e
eliminação da fadiga do operador.

6 – Mobiliário

A utilização de poltrona adequada na cabine de um equipamento de


movimentação de cargas é uma medida de engenharia necessária para
aumentar a produtividade do operador pela redução da fadiga. Na elaboração

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do projeto do guindaste o acesso aos manípulos de comando, pedais e outros
dispositivos (botões, seletores, etc) deve ser pensado de forma a atender
conceitos de ergonomia, evitando que o operador tenha que adotar posturas
desconfortáveis para acionar os comandos do guindaste. A escada de acesso
ao equipamento deve ser dotada de patamares intermediários, e com menor
dificuldade de subida possível.

6 – Iluminação

A questão da iluminação adequada em movimentação de cargas, além dos


aspectos de conforto, se traduz por aumento de segurança, pois possibilita
realizar as operações com maior precisão. Dispositivos para evitar a incidência
de raios solares como pára-sol e persianas com filmes que possam ser
recolhidas para as operações noturnas devem estar presentes no guindaste. A
Iluminação noturna aumenta a produtividade e a segurança nas operações; o
guindaste pode estar dotado de refletores em sua lança com o objetivo de
iluminar sua área de gravitação, assim como a área industrial, canteiros de
construção e conveses de navios onde forem realizar operações de carga e
descarga.

7- Referencias Complementares

Para uma avaliação ergonômica recomenda-se a utilização do livro Pontos


para Verificação Ergonômica, tradução realizada pela Fundacentro do livro
Checkpoints ergonomics publicado pela ONU através da Organização
Internacional do Trabalho.

8 - Bibliografia:

BRASIL. CLT. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, s.d.

PETROBRAS, N-1965 Movimentação de carga com guindaste terrestre rev.


C. CONTEC, Rio de Janeiro: abril de 2011.

BRASIL. NR-11- transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de


Materiais. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, s.d.

BRASIL. NR-17- ergonomia. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, s.d.

BRASIL. NR-18 - condições e meio-ambiente na indústria de construção.


Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, s.d.

BRASIL. Portaria nº 15. Brasília: Secretaria de Inspeção no Trabalho, 3 de


julho de 2007.

CAMPBELL, D.H. Guindastes móveis hoje. Toronto: Operating Engineers


Training Institute of Ontario: 2004

25
DICKIE, D.E. Crane handbook. Toronto: Construction Safety Association of
Ontario, 1975.

FMI Boletim de Segurança e Saúde Ocupacional, n. 19, 1985, Genebra, Suíça.

M a n u a l de Aplicação da Norma R e g u l a m e n t a d o r a Nº 17 2 ed. –


Brasília: MTE, SIT, 2002.

PETROBRAS, N-1965 Movimentação de carga com guindaste terrestre rev.


C. CONTEC, Rio de Janeiro: abril de 2011.

SANTOS, R.C. Um tipo para cada aplicação. In:Revista Manutenção e


Tecnologia no. 99. São Paulo: Sobratema, fevereiro de 2007.

NIOSH. Ergonomic guidelines for manual handling, USA, abril, 2007. disponível
em agosto de 2009 em www.cdc.gov/niosh/

Fotos diversas disponíveis na web mundial.

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