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Módulo inicial: A POSIÇÃO DE PORTUGAL


NA EUROPA E NO MUNDO

O território: dimensão e organização


A posição geográfica
Inserção em diferentes espaços

¸ Descrever a constituição do território português, identificando as unidades geográficas que o


constituem.
No final deste módulo deverá

¸ Localizar as regiões autónomas face a Portugal Continental e uma relativamente à outra.


¸ Localizar Portugal no espaço ibérico, europeu e mundial.
¸ Reconhecer a importância da integração de Portugal na União Europeia.
ser capaz de:

¸ Identificar os espaços europeus em que Portugal se insere, no contexto comunitário.


¸ Identificar organizações internacionais, além da União Europeia, em que Portugal participa.
¸ Localizar as maiores comunidades portuguesas ou de origem portuguesa no mundo.
¸ Identificar e localizar os países da CPLP.
¸ Valorizar a cooperação de Portugal com os países do espaço lusófono.
¸ Fazer a localização absoluta dos lugares através das respetivas coordenadas geográficas.
¸ Utilizar mapas de diferentes escalas.
O TERRITÓRIO PORTUGUÊS

CONSTITUIÇÃO E LOCALIZAÇÃO
Portugal, com um território de aproximadamente 92 000 km2, situa-se no
Portugal Continental:
extremo sudoeste da Europa e é constituído por: parte do território que
• Portugal Continental ou Peninsular, que se localiza na faixa ocidental da se situa no continente
europeu.
península Ibérica, ocupando menos de um quinto do seu território;
Portugal Insular:
• Portugal Insular, no oceano Atlântico, que inclui dois arquipélagos: parte do território que é
– os Açores, a oeste de Portugal Continental, com nove ilhas, distribuídas constituído por ilhas.
pelos grupos Ocidental, Central e Oriental, e um conjunto de ilhéus;
– a Madeira, a sudoeste de Portugal Continental, tem duas ilhas e dois
conjuntos de ilhéus (Fig. 1).
30o 28o 26o 24 o 22o 20o 18o 16 o 14 o 12o 10o 8o 42o
N
Portugal 40o
Continental
38o

36o
Açores Oceano A
Atlântico
tlântic
tico

4o
34
0 200 km Madeira
o
32 31o 30 o 29o 28o 27o 26o 25 o
N 32o
Corvo
Flores
(Grupo Ocidental)
Graciosa
39o
39
S. Jorge Terceira
Faial

Oceano A
Atlântico
tlântico Pico (Grupo Orien
Oriental)
tal)
(Grupo Central) 177o 6o
16
S. Miguel 8o
338
N Porto San
Santo
33o Madeira
Formigas
0 100 km Ilhas Desertas
Santa Maria
37o
Oceano Atlântico
Atlântico
32o
0 100 km
Ilhas 30o
Selvagens

Área Linha Pontos extremos


(km2) de costa (km) Norte Sul Este Oeste
Portugal
88 970,56 1412,7 42o 9’ 15'' N 36o 57' 42'' N 6o 11' 23'' O 9o 30' 2'' O
Continental
Açores 2321,96 924,6 39o 43' 34'' N 36o 55' 39'' N 25o 0' 47'' O 31o 16' 8'' O
Madeira 801,12 255,6 33o 7' 41'' N 30o 1' 40'' N 15o 51' 13'' O 17o 15' 58'' O
FIG. 1 O território português. Fonte: Instituto Geográfico do Exército, 2014

VERIFIQUE SE SABE
¸ Localizar Portugal na Europa.
¸ Localizar os Açores e a Madeira em relação a Portugal Continental.
¸ Indicar/localizar os três grupos do arquipélago dos Açores e as ilhas que os constituem.
¸ Indicar/localizar as ilhas que constituem o arquipélago da Madeira.
¸ Localizar, a partir das suas coordenadas geográficas, os pontos extremos do território português.
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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
O território continental encontra-se dividido em 18 distritos, cada um
N Viana
com a sua capital da qual recebe o nome, que, por sua vez, se subdi- do Castelo
Braga Bragança
videm em concelhos e estes em freguesias (Fig. 1). Vila Real
Porto

tlântico
Desde 1976, existem em Portugal duas regiões autónomas, Açores e
Aveiro Viseu Guarda
Madeira, com governos que têm poderes para decidir sobre matéria

Oceano A
regional. Estas regiões subdividem-se em concelhos – 19 nos Açores Coimbra
Castelo
e 11 na Madeira – e estes em freguesias. Branco
Leiria

Com a adesão à União Europeia, em 1986, foi introduzida a Nomen- Santarém Portalegre
clatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS) que
Lisboa
criou uma divisão territorial segundo três níveis: Setúbal Évora
• NUTS de nível I (NUTS I): três unidades, correspondentes ao terri-
tório do Continente e de cada uma das regiões autónomas; Beja
• NUTS de nível II (NUTS II): sete unidades, cinco no Continente e
duas correspondentes às regiões autónomas dos Açores e da 0 50 km Faro
Madeira (Fig. 2);
• NUTS de nível III (NUTS III): 30 unidades, das quais 28 no Continente FIG. 1 Distritos de Portugal Continental.

e duas correspondentes às regiões autónomas dos Açores e da


Madeira (Fig. 3). Portugal (2009)
N.o de concelhos: 308
N.o de freguesias: 3091
Fonte: Reforma Administrativa Nacional, 2013

N N Minho-Lima
Região Autónoma dos Açores Região Autónoma dos Açores Alto
Norte Cávado
Ave Trás-os-Montes
Porto Grande
Porto Tâmega Douro
Entre Douro Beira
e Vouga Dão-
Centro Baixo -Lafões Interior
Angra do Vouga Norte
Heroísmo Coimbra
Baixo Pinhal Cova Serra da
Mondego Interior
Norte da Beira Estrela
Pinhal Pinhal Beira Interior
tlântico

Litoral Interior Sul


tlântico

Médio Sul
Tejo
Oeste Alto
Oceano A

Lezíria Alentejo
Oceano A

Cidade onde está Lisboa Grande do Tejo


Évora Lisboa
sediada a C.C.D.R. Lisboa Alentejo
Península
Alentejo Região Autónoma da Madeira de Setúbal Central
Região Autónoma da Madeira
Alentejo Baixo
Litoral Alentejo

Funchal Algarve
Faro 0 50 km
0 50 km Algarve

FIG. 2 Divisão territorial em NUTS II. FIG. 3 Divisão territorial em NUTS III.

VERIFIQUE SE SABE
¸ Enumerar e localizar as regiões autónomas, os distritos de Portugal Continental, as NUTS de nível I, II e III.
¸ Indicar as subdivisões comuns às regiões autónomas e aos distritos de Portugal Continental.
PORTUGAL NA EUROPA
A posição geográfica de Portugal pode considerar-se periférica face à Europa, mas não no espaço mun-
dial, relativamente ao qual tanto a situação geográfica como a sua História lhe conferem a possibilidade
de desempenhar um papel como porta atlântica da Europa e de interlocutor privilegiado entre a União
Europeia e o espaço lusófono.
Somente depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, com a instituição de um regime democrático, foi
possível a adesão, em 1986, à Comunidade Económica Europeia (CEE), espaço político-económico que
influenciou decisivamente o desenvolvimento do nosso país. Atualmente designada como União
Europeia (UE), é constituída por 28 Estados-membros (Fig. 1 e Doc. 1).

N Evolução espacial da UE
Islândia
slândia 1957: Bélgica, França, Holanda,
Itália, Luxemburgo e República
Federal da Alemanha.
Finlândia 1973: Dinamarca, Irlanda e Reino Unido.
SSuécia
uécia
1981: Grécia.
1986: Espanha e Portugal.
o

Estónia
ntic

Irlanda 1990: Território da República


Leeetttónia
ónia
Atlâ

Dinamarca
inamarca Democrática da Alemanha
Reino
eino LLituânia
ituânia (reunificação alemã).
ano

Unido Holanda
Unido olanda 1995: Áustria, Finlândia e Suécia.
Oce

Bélgica Alemanha Polónia 2004: Chipre, Eslováquia, Eslovénia,


Estónia, Hungria, Malta, Letónia,
Rep. Checa
Luxemburgo
xemburgo
Eslováquia Lituânia, Polónia e República
França Áustria Checa.
EslovéniaHungria 2007: Bulgária e Roménia.
Portugal
rtugal Croácia Roménia
2013: Croácia.
Espanha tália Bósnia Sérvia
Mon
Mon
onttenegro
tenegro B Bulgária
ulgária
Kosovoo
Kosov
Macedónia
Mar M
Med Albânia Turquia
edite
iterrrrâne
âneeoo Grécia

0 1000km Malta Chipre Fonte: UE, 2013


Instituições da UE
Membros da UE em 2013 Sede do Parlamento Europeu (Estrasburgo) Sede do Banco Central Europeu
(Frankfurt)
FIG. 1 A União Europeia, Países candidatos Sede do Conselho da UE e da Comissão Europeia Sede do Tribunal
Tribunal de Justiça e do
em 2013. e potenciais candidatos (Bruxelas) Tribunal de Contas (L uxemburgo)
à adesão (2013)

DOC. 1 OS TRATADOS DA UE
• O Tratado de Roma, assinado em 1957, instituiu a Comunidade Económica Europeia (CEE), e entrou em vigor a 1 de janeiro
de 1958.
• O Ato Único Europeu, assinado em 1986, estabeleceu as adaptações necessárias para realizar o Mercado Único e entrou
em vigor a 1 de julho de 1987.
• O Tratado de Maastricht, assinado em 1992, atribuiu maiores responsabilidades às instituições comunitárias e introduziu
novas formas de cooperação entre os governos nacionais, alargando os objetivos comunitários a aspetos tão diversos como
o ambiente, a segurança, a cultura e a educação, o que levou à alteração da designação da CEE para União Europeia. Entrou
em vigor a 1 de novembro de 1993.
• O Tratado de Amesterdão, assinado em 1997, alterou aspetos dos Tratados de Roma e de Maastricht, aumentando a coe-
são interna para reforçar a posição da Comunidade no Mundo e preparar o alargamento de 2004. Entrou em vigor a
1 de maio de 1999.
• O Tratado de Nice, assinado em 2001, incidiu na reforma das instituições comunitárias a fim de assegurar o seu eficaz fun-
cionamento, após o alargamento que se previa para 2004.
• O Tratado de Lisboa, assinado em 2007, tem como principais objetivos aprofundar a democracia na UE e aumentar a sua
eficácia na tomada de decisões e a sua capacidade para enfrentar desafios globais como as alterações climáticas, a segu-
rança interna e internacional e o desenvolvimento sustentável. Entrou em vigor a 1 de dezembro de 2009.
Adaptado do site oficial da União Europeia, 2014
ç

A criação de um mercado comum, com liberdade de circulação de bens, serviços, pessoas e capitais, é um
dos objetivos mais antigos da União Europeia e a sua consolidação passa pela União Económica e Monetária
(UEM), com a adoção de uma moeda única – o euro, em 1999, que facilitou a livre circulação e permitiu a cons-
tituição de um espaço financeiro comum dotado de uma moeda forte e competitiva a nível mundial, nomea-
damente com o dólar americano (Fig. 2).
Para a livre circulação de pessoas teve especial importância a Convenção de Schengen, que conta com
países extracomunitários mas não com alguns dos seus Estados-membros (Fig. 3).

N Adesão ao euro N Membros do espaço


Schengen
1999
Estado da UE
2001
Estado extra UE
2007
Estados da UE,
2008

tlântico
que aguardam a
o
Atlântic

2009 implementação
2011 (2013)

Oceano A
2014
Oceano

0 1000 km 0 1000 km

Fonte: Site oficial da UE — 2014 Fonte: Site oficial da UE — 2014


FIG. 2 A Zona Euro, em 2014. FIG. 3 O espaço Schengen, em 2014.

A União Europeia tem cada vez maior importância a nível mundial, não só pela sua dimensão económica,
territorial e populacional, mas sobretudo devido à sua influência e intervenção em domínios como o
ambiente global, a ajuda ao desenvolvimento das regiões mais pobres e a promoção da democracia e do
respeito pelos direitos humanos.
Para Portugal, a integração na União Europeia foi um fator de desenvolvimento, promovendo uma signi-
ficativa melhoria das condições de vida, devido principalmente:
• aos apoios financeiros, que tornaram possível a concretização de inúmeros projetos no domínio
das obras públicas, da modernização das empresas, da formação profissional, etc.;
• à participação em muitos e variados programas de apoio ao desenvolvimento e à coesão económica
e social entre as regiões comunitárias;
• aos benefícios económicos da participação no mercado único;
• à necessidade de harmonizar os padrões de qualidade e as normas de funcionamento da economia
e da sociedade com a legislação europeia, nos diversos domínios.

VERIFIQUE SE SABE
¸ Enumerar e localizar: os países da União Europeia; os países da Zona Euro; os países do espaço Schengen.
¸ Mencionar os principais tratados da União Europeia e as alterações que introduziram.
¸ Explicar a importância do Mercado Único e da adoção do euro como moeda única.
¸ Indicar algumas ações da União Europeia no espaço mundial.
¸ Referir algumas vantagens da integração de Portugal na União Europeia.
PORTUGAL NO MUNDO
As relações de Portugal com o exterior passam pela sua participação em numerosas organizações inter-
nacionais, além da União Europeia, entre as quais se podem destacar pela sua relevância a:
• OCDE – Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico.
• ONU – Organização das Nações Unidas.
• NATO – Organização do Tratado do Atlântico Norte (a sigla refere-se à designação em inglês North
Atlantic Treaty Organization).
A presença de numerosas comunida-
des de portugueses e de luso-des- N

cendentes em todo o mundo são tam- Canadá Reino Unido Holanda


bém um importante elo de ligação de Luxemburgo Alemanha
EUA França
Portugal aos países de acolhimento Espanha

dessas comunidades e um fator de


Venezuela
difusão da nossa língua e da nossa
Brasil
cultura (Fig. 1).
Austrália
África do Sul
Uma consequência relevante da emi-
gração portuguesa é a dinamização
de fluxos financeiros através das cha- 0 3000 km

madas remessas dos emigrantes, ou FIG. 1 Os 12 países com maiores comunidades portuguesas (2014).
seja, depósitos bancários de poupan-
ças e investimentos, geralmente nas
N Portugal
regiões de origem dos emigrantes.
Em 1996, foi constituída a Comunida-
Cabo Verde
de dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), que veio reforçar a coopera- Guné-Bissau
S. Tomé Guiné Equatorial
ção entre esses países, assumindo e Príncipe
Portugal um papel de interlocutor, Brasil
Angola Timor-Leste
sobretudo nas relações com a União Moçambique
Europeia (Fig. 2).

0 3000 km
FIG. 2 Os países da CPLP.

De entre as atividades da CPLP, destacam-se:


• as ações diplomáticas nas organizações internacionais e na mediação de conflitos;
• a implementação do português como língua de trabalho nos organismos internacionais;
• a difusão de programas de informação, entretenimento e formação, em língua portuguesa;
• a promoção da cooperação entre os países-membros, no plano económico, político e cultural;
• a ajuda portuguesa ao desenvolvimento dos restantes países.

VERIFIQUE SE SABE
¸ Identificar os organismos internacionais mais relevantes em que Portugal se integra (além da UE).
¸ Enumerar e localizar os países das maiores comunidades portuguesas e da CPLP.
¸ Explicar a importância das comunidades portuguesas, espalhadas pelo mundo, para o nosso país.
¸ Enunciar as principais atividades da CPLP.

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