Você está na página 1de 2

Constitucionalidade da Lei 3.

999/61

Foi julgado este ano, pelo Supremo Tribunal Federal uma ADPF (Arguição de
descumprimento de preceito fundamental) de número 325/2020 a respeito da Lei
3.999/61, que alterou o salário-mínimo dos Médicos, Cirurgiões dentistas e Auxiliares.
LEI Nº 3.999, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1961

Altera o salário-mínimo dos médicos e cirurgiões


dentistas.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,

Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e


eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O salário-mínimo dos médicos passa a vigorar


nos níveis e da forma estabelecida na presente lei.

Art. 2º A classificação de atividades ou tarefas,


desdobrando-se por funções, será a seguinte:

a) médicos (seja qual for a especialidade);

b) auxiliares (auxiliar de laboratorista e radiologista


e internos).

Com julgamento desta ação, que foi imposta pela Confederação Nacional de
Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNS), fica ratificado a validade e
constitucionalidade da referida lei. E o que isso interessa a nós técnicos e auxiliares de
laboratórios, radiologia e de saúde bocal?

Conforme disposto no art 5º da lei, houve a regulamentação da carga horária e


salário mínimo (Base) das referidas categorias.

Art. 5º Fica fixado o salário-mínimo dos médicos em


quantia igual a três vêzes e o dos auxiliares a duas
vêzes mais o salário-mínimo comum das regiões ou
sub-regiões em que exercerem a profissão.

Conforme entendimento do Tribunal Superior do Trabalho – TST, entre os


profissionais que se incluem na categoria de Auxiliares, são todos aqueles que
trabalhem diretamente na área de diagnósticos médicos/odontologico, sendo eles
laboratoriais, radiológicos e internos, independente de diplomação na área. (Súmulas
60 e 301).

Mediante a isso, nós profissionais da área de diagnósticos nos enquadramos


dentro do disposto do inciso b, art 2º desta lei, assim fazendo jus ao pagamento de 2
salários mínimos (comum das regiões ou sub-regiões em que exercerem a profissão)
por 4 horas diárias trabalhadas (20h semanais).
No nosso caso no Rio de Janeiro, 2 salários mínimos correspondem a exatos R$
3331,86 (sendo 1 salário R$ 1665,93), para 4 horas semanais trabalhadas (20h
semanais).

Mediante a existência de tal lei, alguns colegas profissionais da Fundação Saúde


já começaram a litigar essa questão e estão conseguindo ganhar tanto em 1ª instância,
como em 2ª instância, já havendo inclusive processo com transito em julgado em favor
do funcionário da fundação para cumprimento desta lei.

E mesmo com essas ações já ocorrendo pelo menos desde o ano passado, em
nenhum momento a Fundação Saúde reconheceu sua falha e corrigiu esta situação,
deixando os funcionários Celetistas e Temporário com prejuízo pelo descumprimento
da mesma.

No que diz respeito ao alcance da lei federal, o concurso público com suas regras
e procedimentos, ainda que a remuneração estivesse prevista no edital, lei do certame,
não tem o condão de afastar a competência da União para regular a matéria. Isso
porque, na forma do artigo do artigo 173, II, da CRFB/88, a Fundação Saúde segue o
regime próprio das empresas privadas, contratando empregados, pois, pelo regime da
CLT, razão pela qual deve observar todos os contornos da legislação pertinente,
inclusive as normas que regulam o direito coletivo,

Não se trata de concessão de aumento salarial propriamente dito, mas de


adequação da remuneração competente à categoria, porque, ao elaborar o certame
para contratar empregados na forma da lei, a Fundação Saúde não observou legislação
indispensável a efetivação do contrato.

Logo a mesma não pode se valer de sua própria torpeza para benefício próprio.

Você também pode gostar