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Colégio São Paulo da Cruz

Matéria: Português/Redação
ATO I
Cena I
(SANSÃO e GREGÓRIO entram em cena na casa dos Capuleto)
SANSÃO_ Greg, cê vai levar desaforo pra casa?
GREG_ Relaxa, cara, fica na vibe.
SANSÃO_ Se eu ficar com raiva, bato em todo mundo.
GREG_ Não mexe com isso não, se não cê vai preso.
SANSÃO_ Não ligo não, se me atacar eu vou atacar, ainda mais se for dos
Montékio.
GREG_ Mesmo as gatas, cara?
SANSÃO_ Mesmo elas, e ainda assedio.

#MACHISTA
GREG_ Então fica ligado, que eles tão vindo.
(Chegam os empregados do Montékio, ABRAÃO e BALTA, sendo provocados
pelos Capuleto)
SANSÃO_ Vou lá bater neles, Greg.
ABRAÃO_ Oi? Tá doido? Tem problemas mentais?
SANSÃO_ Se vocês provocarem, a gente revida, tô nem aí, a lei tá do nosso
lado.
(GREG perdeu a paciência. A briga começou e BEN chega)
BEN_ Cês tão doidos? Parem com isso!
(TEO chega colocando fogo no parquinho)
TEO_ Que os Montékio vão pro inferno!
(Começou uma briga feia, e haviam várias armas brancas, tinha até briga de
torcida organizada. Então o senhor e a senhora CAPULETO entram em cena)
SENHOR CAPULETO_ O que tá acontecendo aqui? Me dá uma arma dessas!
(O senhor e a senhora MONTÉKIO entram em cena)
MONTÉKIO_ O que aconteceu, Capuleto?
(ÉSQUILO, o filho do prefeito, entra em cena)
ÉSQUILO_ Chega, povo! Essa cidade tem leis, podem parar com a confusão!
São homens ou ratos? Se continuar assim, vão todos para delegacia!
(Com a ameaça do ÉSQUILO, o pessoal ficou mais calmo. Os CAPULETO
foram em direção à sua casa, e os MONTÉKIO começaram a falar.)
MONTÉKIO_ Quem foi que começou? Quem tem a culpa?
BEN_ Quando cheguei, o pessoal já tava brigando como uns acéfalos, a confusão
já tinha começado. Tentei separar o povo, mas ninguém me escutou. Daí o Teo
chegou e as pessoas perderam a paciência. Foram pra cima de mim, que que eu
vou fazer? Até que chega o Ésquilo, e deu no que deu.
(Para acreditarem nele, BEN tirou o celular novo do bolso, mostrando para a
autoridade e para quem mais quisesse ver o que ele tinha conseguido filmar,
mesmo que estivesse meio sem foco e confuso. Dava para ouvir as vozes, e
qualquer coisa também poderiam pedir imagens da câmera de segurança. Porém,
a senhora MONTÉKIO estava preocupada era com o filho adolescente. E
perguntava desesperadamente onde estava Romeu. BEN respondeu.)
BEN_ Olha, hoje ele acordou cedo, não quer conversa e fica calado no canto
dele. Tentei falar com ele, mas ele foi embora.
MONTÉKIO_ Percebi. Fica suspirando por aí. Vai dormir cedo, e não escuto
som de videogame, nem de call, nem nada.
BEN_ Pois é, tio. Não desconfia do por que disso?
MONTÉKIO_ Não tenho nem uma ideia, Ben. Você sabe o por quê?
(E é só falar que o ROMEU chega. Meio tristonho, como há alguns dias. BEN
fica para tentar falar com o primo.)
BEN_ Bom dia Romeu, que que foi? A gente tava falando de você.
ROMEU_ Ah, mano... Tô muito triste, cara. As horas custam a passar, com
saudade da minha amada...
BEN_ Aff, Romeu. O amor, pode ser bom, mas também pode ser um tirano, além
de brega.
ROMEU_ Teve alguma briga? E eu, todo triste...
BEN_ Você tá me deixando com pena, priminho.
ROMEU_ Eu tô me sentindo todo infeliz, nesse amargor. Vou embora, Ben. Não
quero ocupar muito seu tempo.
BEN_ Ou, sem problemas. Mas me fala: quem é a garota? Preciso e mereço
saber.
ROMEU_ Ah, por favor, nem vem com essa. Você com certeza já suspeita.
BEN_ Se for quem eu acho que é... Sai fora, primo. Abre o coração, olha para
outras, assim ajuda. Se apaixona por outra, e tá tudo certo.
ROMEU_ Me ajuda, por favor, que eu não acho outra.
BEN_ Pode deixar, Romeu. Vou arranjar uma festa, encontra gente, olha as
garotas. Vamo lá.
(E saem os dois, um querendo ajudar o outro, prevendo a confusão. Amor de
mais é transtorno, e essa treta tá só começando...)
Cena II
(O senhor CAPULETO e PÁRIS entram em cena)
CAPULETO_ Às vezes penso que eu e o Montékio deveríamos fazer as pazes,
sabe, deixar o passado pra lá.
PÁRIS_ Sim senhor, vocês dois são pessoas muito honradas. Mas, mudando de
assunto, como fica o meu pedido?
CAPULETO_ Ah, Páris, a Julieta é o meu maior tesouro, não sei, ela ainda é
uma menina. Deixa ela estudar, se formar, trabalhar.
PÁRIS_ Ah, meu senhor, hoje a moçada é precoce. Tem muita menina muito
mais nova que já está casando. Casa ela comigo, antes dela baixar um desses
aplicativos de relacionamento.
CAPULETO_ Você tem razão, Páris. Mas tem que deixar ela resolver. Hoje vou
fazer uma festa, aparece lá, vai que ela te vê e se interessa.
PÁRIS_ Estarei lá, sim senhor!
(PÁRIS sai de cena. Entra um EMPREGADO ALEATÓRIO.)
CAPULETO_ Ei, você! Sim, você mesmo! Vem cá!
EMPREGADO ALEATÓRIO_ Bom dia senhor, do que precisa?
CAPULETO_ Preciso que você mande convites para minha festa em casa em
tudo que puder, todas as redes, convida todo mundo, menos os Montékio.
EMPREGADO ALEATÓRIO_ Sim, senhor.
(O EMPREGADO ALEATÓRIO entra no Facebook, Instagram, TikTok,
Twitter. Toda a cidade estava convidada, até que ele travou em dois perfis
parecidíssimos. Entram ROMEU e BEN, conversando.)
BEN_ Cara, esquece essa garota, se apaixona por outra, problema resolvido.
ROMEU_ Ah, não sei. Sei que você quer ajudar, mas não acho que...
EMPREGADO ALEATÓRIO_ EI, VOCÊÊÊ!! ME AJUDA AQUIII!!!
BEN_ Vai lá, mano, parece que o cara tá querendo sua ajuda.
ROMEU_ Parece?
EMPREGADO ALEATÓRIO_ VEM LOGO, POR FAVOOOR!!
ROMEU_ Que que foi?
EMPREGADO ALEATÓRIO_ Bom, o meu senhor vai fazer uma festa, e precisa
convidar todos da cidade, mas esses perfis são muito parecidos, você pode me
ajudar?
(ROMEU pega o celular, descendo a tela na lista de convidados.)
EMPREGADO ALEATÓRIO_ Ah, se vai ficar espiando aí, então pode deixar
que eu me viro. Mas, aqui, se você não for um Montékio, aparece lá, viu?
(EMPREGADO ALEATÓRIO sai de cena)
BEN_ E aí, cara, viu se ela vai estar lá?
ROMEU_ Vi, gata de mais, mano.
BEN_ Tá bom, a gente vai, mas não é pra ficar nela não, cara, você entra, e vê
outras, tá? Aposto que tem outras, mais bonitas e bacanas.
(BEN e ROMEU saem de cena)
Cena III
(Entram em cena a empregada dos Capuleto, ANA, e a senhora CAPULETO.)
SENHORA CAPULETO_ Cadê a Ju?
ANA_ Já chamei, e a garota não vem.
SENHORA CAPULETO_ JULIETAAAAAAAAA!!
JULIETA_ Calma, mãe, já tô indo!!
(JULIETA entra em cena.)
SENHORA CAPULETO_ Agora senta aí, quero ter uma conversinha particular
com você.
(ANA começa a sair de cena, mas a senhora CAPULETO a chama de volta)
SENHORA CAPULTETO_ Nós queremos sua opinião também, Ana.
ANA_ Tudo bem senhora, aliás, há 14 anos, eu cuidei dessa moça, sei até mais
que a senhora, se bobear.
SENHORA CAPULETO_ Menos, muito menos.
ANA_ Tá bom, mas ainda vou ver Julieta botar a aliança no dedo.
SENHORA CAPULETO_ Pois é, o assunto é sobre isso mesmo. Quero saber o
que a Juju acha sobre o casamento.
JULIETA_ Então, mãe, não sei. Acho que sou meia romântica, mas não me
preocupo muito com isso. Quero é estudar, formar, trabalhar, e depois pensar
nesse assunto.
SENHORA CAPULETO_ Ah, minha filinha, é que o Páris tá interessado em
você. Na minha época ele seria do tal “bom partido”, mas agora, quem se
importa? Agora importa mesmo se for empreendedor, né?
ANA_ Ah, Ju, arrasou. Homem bom demais.
SENHORA CAPULETO_ E sabe aquela festa que seu pai vai fazer? Então, Páris
vai ir! Daí você vai, repara como que ele é bonito, e depois me fala a sua opinião,
vai que você quer pelo menos namorar com o gato?
JULIETA_ Vou ir sim, mamãe, mas se eu vou querer não sei, só vendo mesmo...
(Saem de cena.)
Cena IV
(Entram em cena ROMEU, BEN e MERCURY.)
ROMEU_ Olha só, gente! Eu vou com minhas luzinhas todas ligadas, viu?
(Porque essa era uma festa a fantasia, e teria que usar qualquer coisa que
encobrisse a identidade.)
BEN_ Nem vem, Romeu. Vamos entrar discretos, ver as garotas, dançar, e sair
discretos como chegamos.
(E não entravam em acordo. ROMEU queria chegar chegando, com luz toda
acesa, mas BEN e MERCURY queriam chegar discretos. Mas, sendo ROMEU o
filho do MONTÉKIO, acabaram acatando a decisão dele.)
BEN_ A gente entra, e cada um se vira!
ROMEU_ Ah cara, tive um sonho ontem...
BEN_ Cale a boca e aproveita a festa.
ROMEU_ Uai Ben, que que isso mano? Vai ficar impressionado? Aliás, em
sonho tem de tudo: dragão, palácio, gigante, gnomo...
MERCURY_ Ô gente, só entra e vai dançar!
BEN_ Cara, algo me diz que essa noite promete.
Cena V
(Os garotos entram na casa. Era uma festa fabulosa, garçons e empregados correndo de
lá pra cá, servindo um monte de gente. Todo mundo fazendo TikTok e passinhos
combinados. Até que o senhor CAPULETO entra em cena, com a família toda.)
CAPULETO_ Boa noite, galera! Essa festa é para se divertir. Sei que eu já estou meio
velho, mas vamos aproveitar! Sejam bem-vindos!
SENHORA CAPULETO_ Bem-vindas e bem-vindes também, né Capuleto? Hmpf.
(E um DJ sai de uma cortina vermelha, luzes no chão, e todo mundo recomeça a dançar,
alguns fazendo dancinha improvisada, e outros combinando. Coisa de gente fina.
ROMEU ficou lá, apaixonado como estava, conseguia nem dançar, ficou zanzando pelo
salão, até que viu uma garota simplesmente linda.)
ROMEU_ Ei, Ben. Quem que é aquela garota maravilhosa do outro lado?
BEN_ Ah, Romeu, sei não cara.
ROMEU_ Agora apaixonei mesmo. Superou qualquer coisa que já senti, mesmo com
Rosalina.
(TEO escuta a voz de ROMEU e aponta para o senhor CAPULETO.)
TEO_ Olha tio, aquele lá é o Romeu Montékio?
CAPULETO_ Parece que sim.
TEO_ Ah não, que abusado! Vem pra uma festa de Capuletos, bem na nossa cara! Só
pode ter vindo avacalhar a festa.
CAPULETO_ Deixa o garoto, Teo. Ele é inofensivo. Fez nada até agora, deixa ele
quieto.
TEO_ Se ele ficar, vou embora!
(Enquanto eles estavam discutindo, ROMEU começa a sua aproximação brega tentando
iniciar uma conversa JULIETA.)
ROMEU_ Você vem sempre aqui, né?
JULIETA_ Eu moro aqui, caso não tenha percebido.
ROMEU_ Ah tá.
JULIETA_ Mais alguma pergunta sem sentido sua?
ROMEU_ Posso te beijar?
JULIETA_ Direto você, hein?
(E assim os dois se beijam, debaixo dos pisca-pisca. Todo mundo viu, até a senhora
CAPULETO, que ficou surpreendida com a atitude da filha.)
SENHORA CAPULETO_ Ana, vai lá chamar a Julieta!
ANA_ Ok, senhora! JULIETAAAAA!
SENHORA CAPULETO_ Se fosse para gritar, eu gritava daqui, inteligência.
ANA_ Ah, sim senhora.
(ANA corre para encontrar JULIETA)
ANA_ Garota, vem cá que tua mãe te chama!
ROMEU_ Quem que é a mãe dela mesmo?
ANA_ A dona da casa, seu lerdo!
ROMEU_ AI MEU DEUS. Eu beijei uma Capuleto, e agora?
(BEN percebe a agitação do primo, estava vigiando ele. Quando entendeu o que tinha
acontecido, chamou de lado ROMEU, foi buscar MERCURY, e começaram a sair. Mas
o senhor CAPULETO os intercepta no caminho.)
CAPULETO_ Ei, garotos! Não vão tão cedo!
(Mas eles vazam mesmo assim. JULIETA, agora curiosíssima, pergunta para ANA.)
JULIETA_ Quem era aquele garoto lerdo?
ANA_ Ah, Vicente.
JULIETA_ O outro.
ANA_ Petruquio?
JULIETA_ Ô mulher, o outro!
ANA_ Sei não. Vamos tentar achar no Instagram?
JULIETA_ AAAAAH e agora? Vê aí se tem relacionamento sério, se tem fotos com a
namorada... AH imagina?
ANA_ Espera, que o WiFi não ajuda.
JULIETA_ Certeza que um dia essas coisas me matam de curiosidade
ANA_ Eita, Ju. É Romeu, um Montékio!
JULIETA_ Aiaiai... E agora, o que eu faço? Me apaixonei... Já até ficamos...
(E as duas ficam stalkeando o garoto. Vendo quem seguia, por quem era seguido, sem
curtir as fotos, mas pensando em seguir ele...)

Fim do Ato I
ATO II
Cena I
(ROMEU entra em cena triste e deprimido, junto com BEN e MERCURY).
BEN_ Cê se liga hein, primo! Reage, bota um cropped, supera a Julieta e pensa
na Rosalina, menos treta.

#SUPERA
(ROMEU estava muito afim de JULIETA e não ligou para o que seu primo
falou).
Cena II
(ROMEU invade a casa de JULIETA com muita facilidade saltando o muro, e
logo se encontram e começam a conversar).
ROMEU_ Ei, Ju. Tá gatona, hein?
JULIETA_ Eaí Romeu. Cê tá doido pulando esse muro? Mas pelo menos veio
me ver!
ROMEU_ Tu parece uma luz aí em cima, e tá linda.
JULIETA_ Que nada, é a lanterna do meu celular.
(E ROMEU começa a encantar JULIETA com seus versos de poemas, músicas, e
ela somente escutava aquilo tudo, de forma paciente e apaixonada, só um pouco
incomodada com a breguice de ROMEU. Tudo perfeito, até JULIETA se lembrar
da rivalidade de suas famílias).
JULIETA_ Ô Romeu, já percebeu que nós deveríamos ser rivais? Tipo, meu pai
odeia o seu, vice-versa. Você bem que poderia renegar suas origens, né? Daí tudo
daria certo.
ROMEU_ Eita Ju, egoísta da sua parte! Bem que nós dois deveríamos renegar
nossas origens, mas como faríamos isso?
JULIETA_ Nossa verdade, admito que agi como uma idiota sugerindo que só
você renegasse suas origens. E outra, somente nossas famílias são inimigas. Nós
podemos mudar isso, acabar com a rivalidade de nossas famílias, e nos casarmos.

#faleitôleve
JULIETA_ Arranjamos nome de guerra, pseudônimo, apelido, nickname,
qualquer coisa que esconda nossos sobrenomes. Bora?
ROMEU_ Se você me chamar de amor, eu me rebatizo por você. É difícil passar
por um enemies to lovers, tipo de livros!
JULIETA_ Menos, pessoinha que eu gosto! Tudo vai acontecer no tempo certo.
Mas agora chispa, porque se algum parente meu te ver aqui, ele te quebra na
porrada, e ainda por cima, vão encher minha paciência. Vai com Deus, viu? Vê
se não encontra nenhum Capuleto por aí!
ROMEU_ Ju, foi o seu amor que me permite continuar em frente! Nem ligo para
seus parentes.
JULIETA_ Romeu, esse povo é forte. Se te encontrarem, tu não sai vivo. Acorda
pra vida e vai embora, por favor.
ROMEU_ Eu vivo e sou salvo por você, linda!
JULIETA_ Vai vendo, se eles te pegarem aqui...
ROMEU_ Tá de noite Ju. Eles nem vão me ver aqui. Tô camuflado aqui em
baixo. Além disso, eu literalmente morro pelo seu amor.
JULIETA_ E como você chegou aqui, tá me rastreando?

#stalker
ROMEU_ Século XXI inteligência. GPS existe, se lembra? Pra se perder hoje em
dia tem que ser burro.
JULIETA_ Cê tá achando que eu tenho cara de idiota? Saiba que eu não sou,
viu? Mas não resisto a sua sedução.
ROMEU_ Tô amando você, Ju. Juro pela Lua!
JULIETA_ Não vi vantagem nenhuma! A Lua é “de Lua”: inconstante.
ROMEU_ Para de ser paranoica. Eu te juro por qualquer coisa que você quiser.
JULIETA_ Pelo seu celular novo. Jura aí, duvido!

#querover
ROMEU_ Claro que eu juro, meu amor.
JULIETA_ Tá ficando tarde, vai dar ruim se me encontrarem falando com um
Montékio, vão me irritar pro resto da minha vida.
ROMEU_ Vai me deixar aqui, sozinho? Na sua própria casa?
JULIETA_ O que mais você precisa?
ROMEU_ Declare seu amor por mim.
JULIETA_ Você ainda não percebeu não?
(Logo sua empregada, ANA, a chama para realizar algo na casa).
JULIETA_ Já vou!
(ROMEU fica sozinho no quintal e JULIETA vai para seu quarto, mas
rapidamente volta para a janela para falar com o ROMEU).
JULIETA_ Buenas noches, lindo! A gente ainda vai se casar, tenho fé. Tô
apaixonada por você, faço o que você quiser. Bora viver juntos eternamente e
rodar o mundo?
(ANA já estava perdendo a paciência e JULIETA enrolando para entrar. De
repente eles se lembram do WhatsApp).
JULIETA_ Chama no zap, amore. Vamos nos falando, e talvez podemos fazer
uma call de madrugada.
ROMEU_ Boa, adicionei você.
JULIETA_ Durma bem.
ROMEU_ Te amo!
(Os dois continuaram falando coisas melosas um para o outro, e ANA já estava
querendo enforcar a JULIETA, já havia gritado várias vezes. E finalmente param
de conversar e, finalmente, ambos vão embora, ANA se encontra agradecendo
todas as divindades possíveis).
Cena III

(FREI LOURENÇO entra em cena recolhendo flores. Ele era amigo de todos, era
uma pessoa boa. ROMEU interrompe os pensamentos do padre, que tem
problemas mentais e fala sozinho, se cumprimentam e iniciam uma conversa).
FREI_ O que você aprontou dessa vez para aparecer aqui essas horas da manhã?
ROMEU_ Pior que você tá certo, padre! Tô lascado...
FREI_ Aff, que bagunça sua vou ter de arrumar dessa vez? Algo aconteceu com
Rosalina?
ROMEU_ Não, dessa vez não é sobre ela.
FREI_ Uma novidade, já posso ouvir os anjos cantarem. Mas então... O que
aconteceu?
ROMEU_ Conheci uma garota em uma festa, mas acabei descobrindo que ela era
uma Capuleto, e que estava na casa dos Capuletos. E padre, acabei me
apaixonando.

#emocionado
FREI_ Eita, ferrou. Mas, quais são suas intenções com a garota?
ROMEU_ Não tô brincando. Quem me dera se estivesse. Eu estou mesmo
apaixonado por ela, eu a amo. Você não poderia, de repente, nos ajudar e fazer
um casamento?
FREI_ Cê tá doido? Bateu a cabeça em algum lugar? Isso tá muito fora de moda.
Além disso você tá superando muito rápido, não acha? Outro dia estava amando
Rosalina.
ROMEU_ Nada, era somente uma paixonite. Mas com a Julieta, as coisas são
diferentes, eu a amo. Morro de amores por ela.
FREI_ Ai ai, essas crianças de hoje em dia, tudo inconstante, nada dura muito pra
vocês. Mas eu shippo vocês!

#romieta&julieunaveia
FREI_ Tomara que suas famílias parem de brigar com o amor de vocês.
ROMEU_ Que bom que você nos apoia, padre. Decisão certa. Já tô indo atrás da
Ju, estou com os anéis de compromisso.
FREI_ Vai com calma, vamos devagar para não ter erro. Depois ela te dá um fora
e dá ruim.

#romeuapressadoeemocionado
(Ambos saem de cena correndo, por causa de ROMEU).
Cena IV
(Os amigos de ROMEU e caras aleatórios com armas brancas e tochas entram em
cena).
MERCURY_ Sumiu o Romeu, cadê a criatura? Você o viu ontem, Ben?
BEN_ Deve ser coisa da Rosalina, o cara é emocionado demais.
MERCURY_ Ó, Teo Capuleto mandou inbox pelo Facebook pro meu tio, tomara
que morra.
BEN_ Sério mano? Desafiou?
MERCURY_ Romeu vai ter de aparecer para assumir a treta. Quero só ver o
emocionado.
BEN_ Ah, qualquer um responde.
MERCURY_ Romeu que vai ter que se virar com isso, afinal o Teo parece ser
bom.
(Os dois continuam conversando, até que ROMEU entra em cena com cara de
mistério).
BEN_ Bom dia, Romeu. Enganou todo mundo, hein? Safadeeeeeeeenho.
ROMEU_ Oi? Bom dia? O que eu fiz?
BEN_ Não vem com essa cara de santinho, saiu no meio da noite, sem ninguém
ver... Foi pá onde?
ROMEU_ Coisas minhas, véi.
MERCURY_ Sei, seu emocionado. Sai a noite e não quer que nós fiquemos
curiosos? Foi atrás de quem agora?
(Os três continuaram as brincadeiras, se espetando com as palavras. Até que
MERCURY decide ser indiscreto).
MERCURY_ Tá felizinho, hein Romeuzinho? Tá apaixonado? Carinha de
iludido.
(Antes de ROMEU responder, entram em cena PEDRO e uma empregada dos
CAPULETOS).
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Gente, onde encontro um tal de Romeu?
ROMEU_ Sou eu mesmo.
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Preciso falar em particular, pode ser?
(Os caras saem, e deixam ROMEU com a EMPREGADA ALEATÓRIA, cheia
de antipatia pelos primos dele).
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Piadinhas machistas deles, não? Ridículos,
tomem vergonha na cara.
ROMEU_ Liga não, eles são assim...
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Ligo, e você é um palerma que deveria ter dito
algo contra.

#militantesim,machistanunca
ROMEU_ Pois bem...
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Bom, patroazinha pediu para que eu o
procurasse. Se quebrar o coração dela, eu quebro sua cara.

#delicadaigualumcoice
ROMEU_ Mas... Posso falar?
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Pode deixar que eu falo tudo pra ela, de boas.
ROMEU_ Tudo o que doida? Mal me deixa falar.
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Mas já entendi, mas me explique direito o plano.
ROMEU_ Fala para a Ju dar um jeito de se encontrar com o padre a tarde, na
igreja. Vou subir pela parte de trás, e peça a ela para ser discreta, não quero
confusão.
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Claro, eu shippo vocês. Mas se liga que tem
outro cara que quer a Juju, um tal de Páris, um mala sem alça com nome de gato.
ROMEU_ Fala bem de mim pra ela.
(E saem de cena, cada um com uma tarefa)
Cena V
(JULIETA ansiosa entra em cena, pois ANA disse que ia falar com ROMEU.
ANA chega com PEDRO; e vão dando a letra).
JULIETA_ Que demora, deu a volta no mundo pra demorar tanto? Quer que eu
morra de ansiedade? E então, o que disse Romeu?
Obs: empregada aleatória= ANA.
EMPREGADA_ Pedro, chispa que eu tenho que falar com a Juju.
(Pedro sai de cena).
EMPREGADA_ Estou morta de cansada, pera um pouco...
JULIETA_ Andaaaaa.
EMPREGADA_ Se liga, seguinte: vai pra igreja, que o padre lá vai casar vocês.
JULIETA_ Vou lá, meu destino me chama!
EMPREGADA_ Emocionada.
(Ambas saem da cena, JULIETA se dirigindo a igreja).
Cena VI
(FREI e ROMEU entram em cena).
FREI_ Lá vou eu, casar dois doidos às escondidas. Ver se esse amor acaba com
essa guerra sem sentido.
ROMEU_ É amor demais, caso não dê certo eu me mato.
FREI_ Fala isso não menino, cuidado, o trem é sério.
(JULIETA chega afobada, e abraça ROMEU).
FREI_ Olha a noiva aí.

#casaldoano
ROMEU_ Bora casar?
JULIETA_ Tu acha que eu ia sair de casa escondida, ter que andar a cidade
inteira só pra falar não? Pois achou errado, te amo.
(O casal fica falando coisas melosas, e o padre somente segurando um
candelabro. Logo o padre acelera as coisas e casa os dois).
(Todos saem de cena).

Fim do Ato II
ATO III
Cena I
(MERCURY, BEN e outros entram em cena.)
BEN_ A gente deveria sair daqui, tá cheio desses Capuleto, vai rolar treta com
certeza.
MERCURY_ Deixa de ser medroso, cara. Segue o fluxo e vai dar tudo certo, ou
talvez não.
SANSÃO_ Sempre querendo aparecer né, Ben? Sai aí se achando, mas na real
não vale nada.
MERCURY_ Tá muito estressado, baixa a bola.
BEN_ Eu? Então tá.
MERCURY_ Qualquer coisa você explode de raiva, te conheço o bastante para
saber, mas é melhor você prestar atenção, porque o Teo tá vindo aí, e ele é chato
pra caramba.
(Os amigos ficaram discutindo por um longo tempo. TEO, PETRÚQUIO e
outros caras entram em cena. Ficaram um bom tempo fingindo cumprimentar,
mas estavam a fim de arrumar confusão.)
BEN_ Melhor irmos pra um lugar mais isolado, não acham? Vai acabar
chamando a atenção da vizinhança e até mesmo da polícia.
TEO_ Mercury, você não deveria mexer com um Capuleto como eu, fica na sua.
MERCURY_ Falou o bonzão.
(MERCURY perdeu a paciência, e ameaçou acertar TEO com um canivete, que
sacou de sabe se lá onde. ROMEU entra em cena.)
ROMEU_ Mercury! Tá ficando louco? Larga isso, você também, Teo.
(TEO apunhalou MERCURY por baixo dos braços de ROMEU, causando um
grande vazamento de sangue, e não daria tempo do resgate chegar. Já tinha gente
filmando, gente gravando áudio, gente telefonando... ROMEU tentou avisar
JULIETA pelo WhatsApp, mas aí recebeu a notícia.)
BEN_ Romeu, Mercury está morto.
ROMEU_ Puts! Que droga hein, e agora?
(TEO começou a irritar ROMEU, que tinha acabado de perder um amigo, então,
sacaram mais canivetes, e começaram uma nova briga. E, mais que de repente,
TEO foi atingido. ROMEU venceu.)
PESSOAS ALEATÓRIAS_ Foge, Romeu! Se te pegarem vai dar ruim!
(PREFEITO e DONA CAPULETO entraram em cena, querendo saber o que
houve ali.)
PREFEITO_ O que houve aqui? Quem começou a confusão?
BEN_ Ah, Seu Prefeito, os dois mortos no chão começaram a discutir, Mercury
foi morto por Teo, e, por vingança, Romeu matou o jovem Capuleto. A briga
rolou do nada.
DONA CAPULETO_ Mas que desgraça! Meu sobrinho está morto! Quero
vingança contra os Montékio, agora.
PREFEITO_ Quem foi que começou a briga?
BEN_ Foi ele, Teo Capuleto, o segundo morto ali no chão.
(BEN narrou tudo, com cada detalhe, diálogo e emoções, as ameaças de
vingança, e ROMEU tentando amenizar tudo.)
(O PREFEITO declarou ROMEU como inocente, afinal apenas tinha vingado
uma treta anterior, mas baniu o rapaz da cidade, a fim de evitar vinganças feitas
com as próprias mãos da parte dos Capuleto.)
Cena II
(JULIETA entra em cena. Ansiosa para encontrar seu amado ROMEU, já haviam
até mudado seus nicks no Instagram para @Romieta e @Julieu, no grupo do
WhatsApp, suas famílias ainda não tinham sacado o namoro dos dois.)
JULIETA_ Ah Romeu, vem logo. Não aguento mais esperar.
(EMPREGADA ALEATÓRIA entra em cena.)
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Cê ficou sabendo o que aconteceu?
JULIETA_ O que??
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Está morto.
JULIETA_ Quem?? Romeu? Me explica isso direito!
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Eu vi tudo. Mandei um vídeo pra você no zap,
mas você nem olhou.
JULIETA_ Meu celular descarregou de tanto eu jogar! Mas me diz, quem
morreu?
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Ah menina, vi ele morto no chão, todo
ensanguentado.
JULIETA_ Romeu??
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Não, Ju, Teo!
JULIETA_ Que susto! Mas como tudo isso rolou?
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Teo está morto, foi expulso da cidade.
JULIETA_ Romeu matou Teo?
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Sim! Eu vi tudo e filmei.
(JULIETA passou vinte minutos xingando de todos os palavrões que conhecia,
não conseguindo acreditar a traição de ROMEU ao matar um Capuleto.)
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Nossa, Ju! Vai mesmo defender esse cara?
Matou seu primo!
JULIETA_ Ah, sabe como é, ele é meu marido. Mas como isso aconteceu? Por
que ele matou Teo? Onde estão meus pais?
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Lá na delegacia fazendo BO, chorando horrores.
JULIETA_ Tá, mas onde está Romeu?
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Eu vou lá quebrar seu galho, e tentar encontrar
Romeu, seu maridinho. Deve estar escondido na igreja do Frei Lourenço.
JULIETA_ Ok, leve para ele este anel.
(Ambas saem de cena.)
Cena III
(PADRE entra em cena.)
FREI_ Pelo amor de Deus, Romeu! Que lambança que vocês fizeram.
ROMEU_ Que desgraça, Padre. Não era minha intenção!
FREI_ O Prefeito te expulsou, vai ter que vazar.
ROMEU_ Me ferrei do mesmo jeito.
FREI_ O mundo é grande, vai dar tudo certo. Sorte sua que não aconteceu nada
pior.
ROMEU_ Mas e a Ju? Como eu vou explicar para ela? Provavelmente já deve
estar sabendo de tudo, nem me mandou um áudio ainda! Deve estar bravíssima
comigo. Acabei de matar um primo dela logo depois de nos casarmos!
(Quando o FREI ia começar um sermão, bateram à porta, e mesmo que insistisse,
ROMEU não quis se esconder.)
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Com licença, padre! Sou empregada dos
Capuleto. Juju me mandou aqui.
FREI_ Bem-vinda, pode falar.
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Bora, Romeu! Faça alguma coisa. Ju tá muito
mal, não para de chorar.
ROMEU_ E como ela está?? Tá brava comigo? Me odeia? Já sabe de tudo?
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Calma garoto. Ela está aos prantos, chorando
desde que soube de tudo. Gritando seu nome e do primo morto!
ROMEU_ Droga.
(O FREI, já começou a perder a paciência com o drama de ROMEU.)
FREI_ Larga de drama. Deixa a Ju chorar... depois você dá um jeito. Mas a culpa
foi sua. Matou logo um Capuleto.
ROMEU_ Padre, vou me matar!
FREI_ Tá ficando louco, rapaz? A garota está viva e triste. Vá atrás de Julieta e
explique tudo a ela. Dê um jeito de saírem da cidade antes que a polícia te
encontre! Nós iremos contar que vocês se casaram.
(Antes de saírem, ANA dá a ROMEU o anel que JULIETA deu a ela. ROMEU já
se sente melhor. Todos saem de cena)
Cena IV
(CASAL CAPULETO e PÁRIS entram em cena)
CAPULETO_ Eita dia ruim, hein? Julieta se trancou no quarto, ouvindo Lana
Del Rey. Muito deprimida por conta da morte do primo. Vê se você consegue
fazer algo pela menina, Páris.
PÁRIS_ Acho melhor não. Quando a fase deprê dela passar, volto para vê-la.
DONA CAPULETO_ Amanhã te damos notícias dela.
(A família queria muito a união de PÁRIS e JULIETA, sem saber do romance
entre ela e ROMEU. DONA CAPULETO se dirige ao quarto da filha para falar
bem do rapaz que lhes agradava.)
Cena V
(ROMEU e JULIETA estão se encontrando as escondidas novamente, falando
coisas românticas bregas como sempre. JULIETA na janela de seu quarto, e
ROMEU no quintal)
JULIETA_ Cê já vai? Nem tá de dia ainda, fica mais.
ROMEU_ Tá maluca? Ainda nem dei jeito na minha vida. Se eu não ir, dá ruim
pra mim. Falou.
JULIETA_ Num deu nem pra tomar um cafezinho... Fica só mais um tiquinho.
ROMEU_ Cê tá doida, vão acabar me pegando aqui. Eu já tinha de estar longe
daqui. Adoraria ficar, mas como? Tem polícia, FBI, e talvez até a CIA atrás de
mim.
JULIETA_ Ah, então vai. Tchau.
(E ficaram ali se resolvendo, até ANA entrar no quarto avisando que DONA
CAPULETO tava chegando. ROMEU e JULIETA se despediram e combinaram
de se falarem por zap. DONA CAPULETO entra no quarto)
DONA CAPULETO_ Ei Ju!
JULIETA_ Oi mãe.
DONA CAPULETO_ Cê tá bem filhinha?
JULIETA_ Tô ótima mãe. Meu primo morreu e tá tudo bem, né? Óbvio que não,
tô triste.
DONA CAPULETO_ Ah, também tô triste pela morte dele, um querido. Mas
não adianta ficar chorando pelo leite derramado. É culpa daquele Romeu.... Um
marginalzinho.
JULIETA_ Oi? Ahn?
DONA CAPULETO_ É uai, aquele assassino!
JULIETA_ Mas mãe, nós devemos perdoar as pessoas. Sempre devemos deixar a
paz prevalecer. Lembra daquela vez que eu gostei de um brinco, e você disse que
na volta a gente comprava e a gente nunca voltou? Eu te perdoei, não é? Não
devemos guardar rancor no coração.
(JULIETA continuou defendendo ROMEU com argumentos sobre paz, perdoar
pessoas, não ter rancor no coração... E DONA CAPULETO sem entender nada,
sua filha estava defendendo um MONTÉKIO? E após uma conversa bem
estranha, a DONA decide mudar de assunto)
DONA CAPULETO_ Então filha, nós te amamos muito e sempre queremos o
seu melhor, tu sabes. E por isso seu pai marcou um encontro pra você, vê se
desencalha.
JULIETA_ Uai, como assim?
DONA CAPULETO_ Na quinta de manhã, Páris vai vir aqui. Ele quer namorar
você, ficar noivo, essas coisas aí. E nós, seus pais que te amam muito, aprovamos
a ideia :)

#ótimospais
JULIETA_ Pera, o quê?
(E assim o lugar ficou um silêncio. JULIETA em pânico. Se casar com outro
homem? E ainda mais, um que tem nome de gato? Não, não, não)
JULIETA_ Ihhh, não rola não. Valeu, mas nem por cima do meu cadáver. Prefiro
até o Romeu.
DONA CAPULETO_ Vish filha, se vira pra falar pro seu pai. Vai ficar bravo?
Sim, mas talvez te escute.
(SEU CAPULETO entra no quarto, e já percebe que acabou em um campo
minado. Mas mesmo assim decidi falar com sua filha)
CAPULETO_ Vejo que já parou de chorar e desligou a música, que bom. Foi
uma pena o acontecimento, mas já chega de drama. Sua mãe lhe contou nossas
decisões sobre quinta?
DONA CAPULETO_ Sim, mas... Ela não quer.
CAPULETO_ Como assim? Que ingratidão da menina. Deveria estar feliz por
um rapaz como Páris querer estar com você.
JULIETA_ Mas pai, eu não vejo nada nele. Não vai dar certo.
CAPULETO_ É claro que vai dar certo, agora para de drama. Tudo já está
pronto. Quinta te levo pra igreja para encontrar Páris, nem que tenha que te
arrastar.

#amordepai
(DONA CAPULETO não gostou do tom de voz do marido, mas nada pode fazer.
JULIETA tentou de tudo, mas nada mudou a decisão de seu pai. SEU
CAPULETO ativou o modo super machista opressor e de nada adiantava falar
com ele. ANA tentou dar sua opinião, mas quase perdeu seu emprego)
CAPULETO_ Não posso nem querer que minha filha tenha um bom casamento
com um rapaz que eu julgo inteligente e rico, uma coisa boa para a vida dela e
vocês querem me contradizer. Vai ser assim e ponto final. E Julieta, se reclamar
mais, vai ser expulsa de casa. Acabou a discussão.
(Assim que SEU CAPULETO sai, JULIETA desaba. Menina entrou em
desespero. Só faltou ligar Olivia Rodrigo. Tentou implorar pra mãe, mas ela não
podia fazer nada. DONA CAPULETO sai do quarto também, ficando apenas
JULIETA e ANA)
JULIETA_ E agora Ana? Tá tudo ferrado. O que eu posso fazer??
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Sei não, menina. Tô pensando. Seu marido foi
obrigado a sair da cidade. Não seria bom casar com Páris? Tipo, ele é bonito,
rico, tem uma barriga tanquinho... Se você olhar pra ele com mais vontade talvez
aconteça o tchan.
JULIETA_ Sério, Ana? Não ajudou.
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Desculpa aí. Voei na fanfic.
JULIETA_ Seguinte, fala pra mãe que eu saí, fui pra igreja pra confessar pro
padre por ter deixado meu pai e minha família chateada. Pode fazer isso?
EMPREGADA ALEATÓRIA_ Ah, falo sim Ju.
(Mas obviamente não era isso. JULIETA estava full pistola da vida por causa da
EMPREGADA trair ela, falar mal de ROMEU pelas suas costas. Pretendia sim ir
a igreja, mas para pedir ajuda e conselhos ao PADRE. Todos saem de cena)

Fim do Ato III


ATO IV
Cena I
(FREI LOURENÇO e PÁRIS entram em cena.)
FREI_ Quinta? Cê tá doido, tá muito em cima.
PÁRIS_ É padre. O Capuleto quer assim.
FREI_ E a Julieta tá nem sabendo disso né? Vocês sabem que é importante
respeitar a opinião dela, não é só vocês que decidem.
PÁRIS_ Mas ela tá mal com a morte do primo, não consegue pensar nisso.

#confia
PÁRIS_ Foi o pai dela que armou tudo, tá apressando o casamento. Ele acha que
ela vai ficar melhor com companhia e não pensar tanto no que aconteceu com o
Teo.
(JULIETA entra em cena e a conversa toma outro rumo.)
PÁRIS_ Eaí Julieta, minha futura esposa.
JULIETA_ Aham, sei.
PÁRIS_ A partir de quinta você vai ser…
JULIETA_ Confia, continue confiando que é sucesso.
PÁRIS_ Veio pra confessar com o padre?
JULIETA_ Sim, sim.
(FREI se aproximava para a confissão e PÁRIS percebe que deve ir embora, já
que confissão é algo pessoal, e sai de cena)
JULIETA_E agora, padre? Que desespero, tá dando tudo errado, não aguento
mais chorar. Romeu é meu amor, não posso casar com esse aí. Ando pensando
em até fazer merda e me matar, prefiro morrer a viver sem Romeu.
FREI_ Calma garota…Deixa eu pensar. E se a gente fingir sua morte? Fake
News, tá tão na moda hoje em dia.
JULIETA_ Arrasou, padre! Faço o que você quiser! Numa situação dessas não
tenho medo de nada, faço qualquer coisa para viver feliz com o Romeu!
FREI_ Relaxa, vai pra casa e fala pro seu pai que aceita seu noivo, Páris. De
noite, na hora de dormir, feche a porta e fique sozinha.
(FREI dá para ela um líquido dentro de um vidrinho.)
FREI_ Depois de beber isso, você ficará com aparência de morte, e enganará a
todo mundo. Depois de dois dias, Romeu vai abrir o seu caixão e vocês poderão
viver felizes para sempre.
JULIETA_ Que ideia incrível! Mandou bem padre, assim eu vou conseguir fugir
com Romeu! Bora beber esse drink!
FREI_ Vai dar certo, amém!
(FREI e JULIETA saem de cena.)
Cena II
(SR. e a SRA. CAPULETO, ANA, e outros EMPREGADOS entram em cena.)
CAPULETO_ Galera, chamem geral dessa lista. É o casamento da minha filha, vamos
de precisar de uns vinte cozinheiros, chamem inclusive um desses famosinhos do
Instagram. Cadê Julieta?
ANA_ Está na Igreja com Frei Lourenço, chefe.
CAPULETO_ Ah, espero que ele dê um jeito nela.
(JULIETA entra em cena.)
CAPULETO_ Oi filha! Mandei zap e você nem visualizou.
JULIETA_ Fui conversar com o padre e pedir perdão a Deus. Resolvi te obedecer.
Inclusive encontrei Páris na Igreja e fui gente boa, relaxa.
CAPULETO_ Essa é minha menina! Seu casamento com Páris vai ser incrível!
JULIETA_ É sobre isso e tá tudo bem.
(JULIETA e ANA vão para o quarto da JULIETA para se preparar para o falso casório.)
Cena III
(JULIETA e ANA entram em cena.)
JULIETA_ Essa noite queria ficar sozinha. Quero refletir e rezar antes do
casamento.
(DONA CAPULETO entra em cena.)
DONA CAPULETO_ Querem ajuda, meninas?
JULIETA_ Mãe, não precisa. Já sei o que vou usar amanhã, só quero ficar
sozinha.
DONA CAPULETO_ Está bem, filha. Boa noite.
(DONA CAPULETO e ANA saem de cena.)
JULIETA_ Ai meu Deus…Que aperto no coração! Será que verei minha mãe e
Ana outra vez nesta vida? Já é hora de tomar o veneno fake… Mas que medo! E
se der errado? O jeito é confiar nesse padre sem juízo, que quer me ajudar. Ah, é
uma boa postar uma foto fingindo que tá tudo bem, sempre acreditam. E também
um zap pro Romeu: T-E A-M-O. Pronto. Agora já joguei aquele medo de ser um
veneno de verdade… Mas o padre não faria isso, né? E se o Romeu demorar
demais e eu morrer sufocada? E se o primo Teo que acabou de ser enterrado
ressuscitar para tirar satisfação? E se os fantasmas me prenderem lá e forem me
assustar? AAAAAAAAAAH, não surta Julieta, não surta! Pronto, agora falo de
mim mesma na terceira pessoa, só falta estar ficando louca.
(JULIETA abre o frasco, bebe em uma só golada e cai “morta” em sua cama.)
Cena IV
(DONA CAPULETO, ANA e SR. CAPULETO entram em cena, ansiosos e
apressados por conta do casamento.)
CAPULETO_ Vamos logo, estão muito devagar. Se vocês não tão sabendo, o
casamento é hoje.
ANA_ Chefe, pode voltar e dormir que a gente cuida de tudo aqui.
CAPULETO_ Não consigo mais dormir. Vá acordar Julieta, minha filha! Vou
caçar o noivo. Se ele chegar antes, ela tem que estar pronta, brilhando!
(Saem todos de cena.)
Cena V
(ANA e JULIETA em cena. A última está “morta” na cama, e ANA vai acordá-
la.)
ANA_ Patroinha, ainda tá dormindo? A noivinha do dia precisa de levantar para
se preparar!
(ANA mexe e cutuca a moça, mas JULIETA nem se mexe. ANA percebe que ela
está com a mesma roupa do dia anterior e finalmente se dá conta.)
ANA_GENTEEEEEE, MISERICORDIA, SOCORROOOO!!! JULIETA TÁ
DURA, GELADA AQUI NO QUARTO. ELA TÁ MORTAAAAAA!!!!!!!
(Entra DONA CAPULETO, esbaforida.)
DONA CAPULETO_MINHA FILHA!!! AVE MARIA, MISERICÓRDIA
SENHOR!!! NÃO É POSSÍVEL, MINHA FILINHA!!!!!!!!
(Entra o SR. CAPULETO apressado.)
CAPULETO_ Que que foi gente? Páris já tá aí.
ANA_CHEFE, JULIETA MORREEEEU!!!!
CAPULETO_O QUÊÊÊ?
(SR. CAPULETO foi ver a filha de preto.)
CAPULETO_NÃO PODE SER! MINHA FILHA!!!!! VOU MORRER DE
DESGOSTO!
(Entram PÁRIS, FREI e um tanto de MÚSICOS.)
FREI_ Eaí, cadê a menina? Lindamente pronta?
CAPULETO_PADRE, MINHA FILHA ESTÁ MORTA, NUNCA MAIS
FICARÁ PRONTA.
FREI_O QUÊ???? Não acredito, meu Deus, tão novinha!

#atordaglobe
(PÁRIS estava se acabando de chorar, e ANA em choque, tira foto para espalhar
a notícia.)
FREI_ Galera, a moça agora está com Deus, melhor companhia que há. Vamos
orar pela alma dela, sequem suas lágrimas e coloquem nela sua melhor roupa.
CAPULETO_VPADRE, SOU PAI. COMO VOU ACEITAR ISSO TÃO
RÁPIDO????? ACABEI DE TROCAR UM FELIZ CASAMENTO POR UM
TRISTE ENTERRO.
FREI_ Entendo, filho, vai ficar tudo bem. Mas temos que nos ajeitar para enterrar
a donzela.
(TODOS saem de cena, ANA cobre JULIETA.)

Fim do Ato IV
ATO V
Cena I
(ROMEU entra na cena, por mais que já esteja em outra cidade, graças a
expulsão, está sobrevivendo, mesmo sem wifi e bateria, já que esqueceu seu
celular carregando e esqueceu da vida, enquanto pensava em JULIETA
CAPULETO. Acabou nem percebendo a viralização de sua esposa falecida,
tadinho, até sonhou que a salva mas era tudo sonho mesmo. Então BALTAentra
na cena).
ROMEU_ E aí, Balta? Tranquilo? Algo novo na cidade. Meu celular tá
carregando, tô desatualizado. A Julieta vai encher meu saco se eu demorar para
responder.
BALTA_ Então... Lamento a bomba que vem, mas ela tá mortinha
ROMEU_ Tá bom, calma... COMO ASSIM? Não pera isso não está
acontecendo. A pois eu vou atrás dela.
BALTA_ Pirou? Não vai mudar nada, se acalma aí.
ROMEU_ Vai sim eu nem quero saber, o padre não te contou nada? Pega meu
celular.
(BALTA sai de cena e ROMEU fica péssimo, acabado e sofre olhando para o
celular que logo agora decide. Atualizar, tantos pensamentos lotando sua mente.
Uma dor enorme no peito, o desespero pela morte. Da amada começando a lhe
trazer péssimas ideias. Foi até uma farmácia que havia lembrado que a atendente
era gentil e iria dar o que ele quisesse mesmo sem pedir documento ou qualquer
coisa. Entra em cena o farmacêutico com o pai google na mão).
ROMEU_ Tudo certo?
ATENDENTE_ Sim, o que gostaria?
ROMEU_ A somente talvez... uma dose cavalar ou qualquer coisa que aja como
veneno? Tenho uma boa grana pra você.
ATENDENTE_ Eu tenho algo assim... mas vou me dar mal se descobrirem.
ROMEU_ Eu tenho dinheiro aqui de quase dois anos de trabalho seu, me salva só
dessa vez.
ATENDENTE_ Ah... ok tem razão.
(E depois de receber os remédios seria apenas tacar na água e mandar pra dentro,
antes de fazer qualquer coisa ele deu uma olhada rápida nas redes sociais e viu
sua amada morta, com isso decidiu que não daria para continuar sem ela).
Cena II
(FREI JOÃO entra na cena e vai logo falar com FREI LOURENÇO, os dois
querendo saber se romeu mandou ou não o recado, e a treta que deu não foi
pouca).
FREI_ Como está a mensagem de Romeu?
JOÃO_ A mensagem não enviou Lourenço! Não pude me conectar ao wifi onde
nos deixaram entrar não tinha! Eles pensaram que não tínhamos tomado a vacina
e ficamos de quarentena. E pra completar meu celular descarregou
FREI_ Então a mensagem não enviou?
JOÃO_ NÃO! Ficou só naquele reloginho infinitamente.
FREI_ Que tristeza, tadinho do Romeu, vai dar ruim para todos
(Ficaram pensando até que Frei decidiu).
FREI_ Logo, logo Julieta irá acordar de sua morte falsa, e irá ficar irritada se não
encontrar Romeu. Coitados mal sabem do que inventamos
(Frei encheu ROMEU de mensagens, esperando a ver se ele lia, ouvia ou
entendia. E acaba não conseguindo.)
Cena III
(No calar da noite, furtivamente, PÁRIS e seu obediente empregado, assustado,
mas precisa garantir o emprego. Ao chegar no túmulo, depois de tantos dramas,
jurar de rancor, stories e chorar um pouquinho, o empregado assobia sinalizando
presença desconhecida, eles se escondem. ROMEU e BALTA aparecem com
pás, picaretas e pés de cabra. Iluminam o tumulo de JULIETA).
ROMEU_ Balta, passa a picareta. Mantenha distância e me deixe ver a minha
amada em paz, se tentar me impedir vou ficar furioso e violento. Me deixe vela e
fique atento a tudo.
BALTA_ Tranquilo mano fica de boa aí.
ROMEU_ Valeu amigo agora pode vazar.
BALTA_ Sei não... você está estranho vou ficar por perto.
(Balta fica em uma boa distância, observando Romeu agir estranho, reclamar da
morte da amada, falar sozinho. De repente, ele consegue abrir a tumba, onde do
nada o espião aparece, Páris).
PARIS_ Romeu, seu maldito! Montékio assassino do primo da Julieta, causador
desta confusão toda. Estão dizendo que minha noiva morreu por sua causa!
Agora acha que vai simplesmente abrir o tumulo dela assim? Ficou deprê e não
resistiu foi?
(ROMEU fica extremamente irritado com PÁRIS e o chama na porrada igual a
cena de ação de filmes da TV, o empregado viu tudo e chamou os seguranças)
PÁRIS_ Me mate e me coloque junto a ela.
(No meio da pancadaria PÁRIS morre. Sim, depois de tanta porrada mistura de
ciúmes do noivado a raiva, não deu para segurar. Se distraindo ele vai admirar
julieta, com o tempo a raiva foi passando e ROMEU parou de xingar, ainda
olhando pra amada descreveu o que queria ali se juntar a eles).
ROMEU_ Perdão primo, vou ficar por aqui junto a vocês.
(Abriu o veneno que comprou, bebeu em uma golada só. Nem deu tempo de se
despedir e caiu morto de verdade mesmo. FREI chega atrasado indo cavar mas
encontrou algo diferente. Que cena! E o BALTA ali por perto).
FREI_ Quem está ai?
BALTA_ O Balta, sou amigo Frei.
FREI_ Que bom que está aqui. Agora me explique. Oque aconteceu para esses
cadáveres estarem iluminados? Parece até com a tumba dos Capuleto...
BALTA_ É a luz da lanterna, padre. Romeu está por lá.
FREI_ OI? Quem?
BALTA_ Romeu uai.
FREI_ A quanto tempo ele tá ali?
BALTA_ A mais ou menos, meia hora.
FREI_ Meu Deus, me deixe logo ver isso!
(BALTA não foi pelas ameaças de ROMEU. FREI foi sozinho mesmo, já
imaginando o que iria encontrar. Quando chegou mais perto viu sangue e
picaretas).
FREI_ Romeu o que está acontecendo aqui? Por que está todo ensanguentado?
Meu deus, que tragédia.
(JULIETA acordava meio desorientada, enquanto FREI via os corpos dos
jovens).
JULIETA_ Ei padre. Tudo bem aí? Onde est o meu amado Romeu? E o meu
celular? Infelizmente não pude ficar com ele, ia ser estranho eu mandar
mensagem de um tumulo...
FREI_ Julieta vamos sair logo daqui, estou ouvindo passos. Vai dá ruim para
nós, olhe para o chão e entendera a tragédia que aconteceu.
(Julieta olhava desamparada a cena diante de si. Os corpos de PÁRIS e de
ROMEU, a pessoa que ela mais amou em sua vida. O padre não parava de falar
na cabeça dela, mas as palavras eram como nuvem).
JULIETA_ Não posso ir, padre. Como fugiria e o deixaria aqui?
FREI_ Como assim? Ficou doida?
JULIETA_ Tenho uma ideia melhor. Se os céus atenderem minhas preces, ainda
terá sobrado veneno no frasco. Poderei beber e me juntarei ao meu marido e
amado Romeu. É minha melhor opção!
(Não tinha nem uma miséria gosta do frasco. JULIETA queria apenas desabar no
corpo do falecido Romeu; mas teve uma ideia melhor, ou seria pior?)
JULIETA_ Será que ainda tem veneno nos lábios de Romeu? Morrerei ao lado
dele, o beijando.
(Sem esperar o padre a impedir, deu um beijo envenenado em seu marido.
JULIETA percebeu imediatamente que apenas o beijo não seria o suficiente.
Quando ouviu passos, pegou o punhal e cravou em seu peito. Logo chegaram os
empregados dos CAPULETO, os SEGURANÇAS e a polícia. Tudo aquilo, iria
causar uma demissão em massa, e deus acuda a família dos desempregados.
Quando o chefe da polícia apareceu, ele acabou prestando atenção nos copos no
chão. PÁRIS estava caído de um lado, mais afastado de JULIETA e ROMEU; o
corpo da menina CAPULETO jorrava sangue, era uma cena digna de filme de
terror. Os policias seguravam o padre pelos braços, suspeitando que ele era a
causa das mortes).
DELEGADO_ O que houve aqui? Não vejo uma cena dessas desde de que eu
assisti Annabelle.
POLICIAL_ Esse aqui saia do cemitério sorrateiramente, com pás e picaretas em
mãos.
(Entram em cena o prefeito e os CAPULETOS; mãe e pai de JULIETA.
Ninguém entendia o que estava acontecendo os policias começaram a esclarecer
o que parecia ter acontecido, pois não sabiam direito as tortuosas razões do
assassinato dos jovens adolescentes. O padre e um empregado deviam respostas
as autoridades).
CAPULETO_ Meu amor, Julieta ainda sangra. Talvez ainda tenha salvação!
DONA CAPULETO_ Não me dê falsas esperanças, dá para ver nos olhos de
nossa filha, que não a mais vida. Quero morrer junto com ela!
(Chegam os MONTÉKIOS, implorando por explicações, que não existiam.
DONA MOTÉNKIO fica xingando Romeu e reclamando da irresponsabilidade,
por não atender o telefone. O DELEGADO logo aponta o corpo de Romeu. A
POLICIA começa a interrogar os suspeitos).
POLICIAL_ Expliquem agora o que aconteceu aqui! E o motivo de estarem
fugindo da cena do crime.
FREI_ É uma longa história... Mas a culpa não é inteiramente minha! A
prefeitura tem boa parcela de culpa.
POLICIAL_ Seja mis especifico. Não dá para entender as asneiras que você fala.
Assuma logo a culpa, ou explique o que aconteceu aqui.
FREI_ Então explicarei o que aconteceu. Casei Romeu e Julieta, sem ninguém
saber. Porém foi no mesmo dia que romeu assassinou Teo. O garoto foi banido d
cidade e Julieta entrou em desespero. Ao contrário do que imaginavam, ela nem
ligava para o Teo, e sim pra o marido. Os Capuletos fizeram ela casar com Páris,
quem ela achava um sem cultura e que tinha nome de gato. El me pediu ajuda
para se livrar do casamento e do chato do Páris. Dei um remédio que a fez
parecer morta. Pedi para Frei João avisar Romeu, só que a mensagem nunca
chegou. Quando Romeu chegou, entrou em desespero, vendo a esposa morta.
Comprou um veneno e se matou.

#ingressodamorte
FREI_ Quando cheguei para tirar Julieta do coma induzido, Romeu estava morto
no chão. Quando viu o seu querido e amor da vida toda morta, se matou, de
verdade dessa vez. Esse é o resumo de tudo.
POLICIAL_ Nunca vi um padre tão irresponsável quanto você. Se bobear, nunca
nem conheci ninguém desse tipinho.
FREI_ Mas não jogue a culpa toda em mim. A empregada dos Capuleto, Ana,
ajudou em tudo. Sabia de tudinho, não fez nada para impedir e ainda por cima
encobriu tudo.
(Todos estavam chocados com a doideira que havia acontecido. Isso que dá não
se importar com os sentimentos dos filhos, se importando apenas com o nome da
família e poder. O PREFEITO e o DELEGADO ouviram a declaração de
BALTO e começaram a ler as mensagens. Leram tudo, dês das breguices de
Romeu, até a ideia de morrer junto com a mulher de sua curta vida).
PREFEITO_ Vocês estão vendo tudo isso que aconteceu? Isso deve servir de
lição para acabarem com essa briga boa de família, e seguirem em frente.
(MONTÉKIO e CAPULETO se olharam com culpa. Apertaram as mãos com
sinceridade, até que se abraçaram chorando. Cada um ia prestar as devidas
homenagens a filha ou o filho, que haviam morrido naquela trágica noite. O ódio
das famílias se cessaram. E não ouve uma briga entre as famílias, pelo menos
pelas próximas 3 décadas. Eles não viveram felizes para sempre, com culpa e o
passado sempre os perseguindo. Essa história não é um conto de fadas e sim um
trágico romance. E eles viveram infelizes pra sempre!

Fim, ou será somente o começo?

Alunas:
Giovanna Pimenta Menezes.
Camila Cunha Campos.
Beatriz Maria Monteiro de Castro Oliveira.
Fernanda Ferrufino Silva.
Fernanda Crizólogo Silva Nascimento.
Gabriela Sarah Pereira Costa.

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