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(Adaptação) Deu a Louca em Romeu e Julieta

NARRADOR: Era um dia muito quente numa noite muito fria, onde a jovem Julieta rezava
escondida por um amor de conto de fadas. Essas coisas brega da vida. E Romeu, que era
rústico, levava tudo na inocência, o bichinho era até bonito mas desprovido de
inteligência. Se apaixonou por Julieta, fez de tudo pra conquistar, prometeu até o altar, e
mesmo que eu queira contar, o final é melhor que aconteça. Então vamos deixar de
enrola enrola e vamos logo para história, que ela tá desenrolada e cês não tem
escapatória.
ATO I
(ROMEU ENTRA CHORANDO)
MERCUTIO: Romeu, oh Romeu, está chorando?
ROMEU: Não, estou lavando os olhos de dentro para fora!
MERCUTIO: Menos mal, já te disse que homem não chora.
ROMEU:: Ora, seu jumento, não vai perguntar o que houve?
MERCUTIO: O que houve?
ROMEU: Me apaixonei por Julieta, Oh Julieta, aquela paixão desenfreada que quando
não mata, deixa o cara besta, mas o problema são seus pais que nunca permitirão o
nosso amor!
MERCUTIO: Não seja assim, tive uma ideia!
ROMEU: Também já pensei em sumir com os pais dela...
MERCUTIO: Não, matar não. Por que não faz uma serenata?
ROMEU: Oh, Mercutio, acha mesmo que iria dar certo?
MERCUTIO: Rapaz, não acho não. Mas o "não" a gente já tem, vamos buscar a
humilhação.
ROMEU: Homi, Essa noite vamos até a sacada do meu amor, você tocará seu violão e eu
cantarei para a minha amada.
(Romeu fica em estátua)
MERCUTIO: (Falando para o público) Essa gente abestada, faz de tudo por amor e o fim
"nois" já sabe como acaba.
(Romeu dá uma batida no ombro de mercutio e os dois saem... Em seguida voltam
cantando e dançando o amor de Julieta e Romeu.)
ROMEU: Julieta, Julieta, Tão grande quanto o seu coração, só o tamanho da sua...
PAI: Da sua o que, cabra safado?
MÃE: Da sua barriga sem tamanho, abestalhado.
JULIETA: Romeu, oh Romeu
ROMEU: Julieta, oh Julieta, jogue suas tranças para que eu suba até aí
MÃE: Além de feio é burro, não vê que é a Julieta e não a Rapunzel (passando as mãos
no cabelo)
PAI: O que quer aqui, cabra?
ROMEU: Fazer uma serenata para Julieta! Provando a voz que amo tua filha.
JULIETA: Romeu, oh Romeu
PAI: Tá bom, você só tem 10 segundos.
ROMEU: Tô um pouco nervoso, mas vamos lá...
MERCUTIO: Vamos!
(Mercutio puxa o braço de Romeu para irem embora, Romeu nervoso fala:)
ROMEU: Caba burro, é para começar
MERCUTIO: ah, tá, pronto 1...2...3 e...
PAI: Sai daqui
ROMEU: mas eu nem cantei ainda!
PAI: E quem disse que isso é problema meu? vocês tinham 10 segundos, eles já se
passaram, FORA!
ROMEU: Diabo, isso não tá certo (gritando e saindo de cena) JULIETAAAA
ATO II
JULIETA: Papai, o senhor não pode decidir minha vida assim, diga que vai me deixar
casar com Romeu, oh Romeu.
PAI: Só se a cobra fumar
MÃE: Romeu, educado, esperto, de boa família, só não é tão bonito
JULIETA: (olhando para os pais) Isso é um sim?
MÃE: Só por cima do meu cadáver
(Julieta sai emburrada)
MÃE: Está vendo os modos dessa menina? Tudo isso por causa daquele Romeu, oh
Romeu (deboche)
PAI: A culpa não é do Romeu, Oh Romeu. A culpa é sua que não soube educar
corretamente.
MÃE: E qual seria a educação correta para ela, meu senhor?
PAI: Não sei, sou um pai ausente para saber disso.
MÃE: (tosse várias vezes na cara do pai) Viu meu estado de saúde? Só piora a cada dia
e nem com isso você se preocupa.
PAI: Como não? Já até encomendei seu caixão.
MÃE: Ai de mim
PAI: Romeu, oh Romeu, aquele bofe podia ser meu. (saindo de cena)
MÃE: Devo ter atirado pedra na cruz e tô pagando todos os pecados aqui na terra. Uma
filha desnaturada e um marido afeminado, já não falta mais nada para acabar com a
miséria.
JULIETA: Mãe, a senhora é casada com papai por amor?
MÃE: Quem te disse isso? eu casei com seu pai porque ele é rico, e outra, sabe porque
ele não te deixa casar com Romeu, oh Romeu (debochando) Porque ele quer o Romeu
para ele. (tossindo)
JULIETA: Mamãe, o que a senhora tem?
MÃE: Destá minha filha, é só uma tuberculose... e quer saber? vai atrás do seu amor! (a
mãe sai de cena tossindo muito)

ATO III
(Mercutio e Romeu vão para o bar)
(Romeu chorando)
MERCUTIO: Não chore, Romeu
ROMEU: O seu plano inútil não funcionou
MERCUTIO: Não garanti que ele funcionária, aqui estamos
ROMEU: aqui estamos, continuo sem Julieta e seus pais nunca vão permitir o nosso amor
(do outro lado o bartender e o garçom observam)
BARTENDER: Tá vendo aqueles dois? Acha que foi o que?
GARÇOM: Choradeira da mulesta, das duas uma: ou foi gaia ou desilusão
BARTENDER: Vai lá, homi, veja o que foi
(o garçom vai até os dois)
GARÇOM: O que foi, rapaz, por que tanto chora?
MERCUTIO: O pobre se apaixonou por Julieta, foi até lá compor um serenata e os pais
não permitiram que eles ficassem juntos
(o bartender volta até o dono do bar e conta o que houve)
GARÇOM: pois é, parece que foi uma desilusão
BARTENDER: Mande ele ir falar com o Pensador
GARÇOM: Não seria melhor o Poeta?
BARTENDER: Não, o pensador pode ajudar mais nesse caso
GARÇOM: Falarei do pensador
(o garçom volta a falar com os dois)
GARÇOM: Eu conheço um cara que pode te ajudar
ROMEU: pois diga logo, homi, eu já não aguento ficar sem ela
GARÇOM: É o poeta, ele sempre sabe o que dizer
(o bartender se aproxima e diz:)
BARTENDER: vai ver com o pensador, ele sabe o que você precisa
GARÇOM: NÃO. É MELHOR O POETA
(começa uma discussão e mercutio interrompe)
MERCUTIO: A calma esse bar, eu e meu sofredor Romeu vamos ver com os dois
(Mercutio e Romeu seguem atrás do pensador e do poeta buscando respostas e bons
conselhos)
ROMEU: Oh, Pensador, que tudo sabe, me ajude
PENSADOR: Diga-me, o que queres?
ROMEU: Oh Pensador, preciso de um conselho
PENSADOR: sim, estou ouvindo
ROMEU: me apaixonei por Julieta, já tentei de tudo, mas seus pais nunca vão permitir
PENSADOR: O que quer que eu te diga, meu jovem?
ROMEU: não sei, o sábio aqui é você. me diga qualquer coisa
PENSADOR: Já te digo que o amor é desejo e nós só desejamos aquilo que não
possuímos. está ouvindo?
ROMEU: oh, pensador, estou sim
PENSADOR: Pois bem, se em vez de uma probabilidade não é uma necessidade que
seja assim, o que deseja deseja aquilo de que é carente, sem o que não deseja, se não
for carente. É espantoso como me parece, meu jovem, ser uma necessidade; e a ti?
ROMEU: não sei, só sei que é assim
PENSADOR: Por esse motivo o amor é, antes de tudo, carência e procura, busca por
aquilo que não temos.
ROMEU: (falando para o público) No fim ainda não entendi que desgraça é o amor
(Romeu vai até o poeta)
ROMEU: Poeta, oh Poeta que tudo sabe, me ajude
POETA: ajudar não sei se posso. posso tentar, no fim quem sabe eu consiga ajudar.
ROMEU: Me apaixonei por Julieta, já fiz de tudo, fiz serenata, já fui até o pensador e
ainda não consegui remédio que sare essa dor.
POETA: não se apavore, te digo o que é amor
ROMEU: pois diga homi, é última que vez que tento
POETA: Amor é bicho instruído
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca,
às vezes sara amanhã.
ROMEU: (falando para o público) agora já sei o que fazer
ATO IV
ROMEU: oh Mercutio, já fui esclarecido
MERCUTIO: mas oxi, como?
ROMEU: O poeta me explicou tudo, vamos fazer assim, me dá pezinho
MERCUTIO: aí dento, homi, vai roubar Julieta?
ROMEU: não seja burro, aqui é tudo poesia
MERCUTIO: até acho
ROMEU: é só eu subir o muro sem cair, que ela vai se apaixonar
MERCUTIO: AAAAA, não entendi, mas te ajudo
ROMEU: não entende porque não é tão sabido como eu
NARRADOR: No calar da noite, ocultos à vista,
Dois amigos tramaram, a maior conquista.
Mercúrio, o amigo, deu o seu pezinho,
Romeu escalou, num movimento sozinho.
Mas Mercúrio, astuto, com um puxão ardente,
Fez Romeu parar, num instante envolvente.
(julieta aparece do nada)
JULIETA: eu vi tudo, eu estava escondida
JULIETA: como você pode, mercutioooo, GARDASSS
GUARDA: Julieta, oh Julieta, o que houve?
JULIETA: esse canalha, mentiroso, sem vergonha derrubou meu prometido
GUARDA: pois esse canalha (apontando para Romeu só pela cor de sua pele) está preso
em nome da lei
JULIETA: eiii, esse não!! é o outroo
GUARDA: AAA, o outro? nunca desconfiaria
JULIETA: Mas isso tá errado, só porquê---- (interrompida)
(Romeu se levanta, sorrindo)
ROMEU: (rindo) Julieta, eu estava apenas brincando!
JULIETA: (furiosa) Brincando? Você acha que isso é uma piada? (gritando)
PAI: (acorda bruscamente e vai lentamente para trás de mercutio)
JULIETA: (ainda com raiva, apontando para Romeu) Você! Você, seu... seu...
MERCUTIO: (sussurrando para Romeu) Romeu, periquito, o gato comeu!
ROMEU: (sussurrando de volta) Calma aí, Mercutio!
(Romeu olha para trás e fica chocado ao ver o pai de Julieta)
ROMEU: (assustado) Oh não...
PAI: (furioso) O que você está fazendo aqui, Montecchio? e como ousar entra na minha
casa ?
MERCUTIO: (tentando acalmar a situação) Calma, senhores, podemos resolver isso...
MERCUTIO: (gritando) Romeu, vou buscar ajuda!
(Ele corre para chamar reforços enquanto a briga continua)
(No entanto, a tensão aumenta e uma briga estoura entre os Montecchios e os Capuletos)
NARRADOR: (em voz alta) E assim, no meio da confusão e do caos, Montecchios e
Capuletos se enfrentam mais uma vez. O amor, que é uma bagunça, um tumulto que
encanta e assusta, é uma força poderosa que pode unir ou separar. Mas, no final, é o que
torna a vida emocionante, e não há nada igual.
(Todos os personagens na cena param de brigar e olham para o narrador enquanto ele
recita o poema sobre o amor)
NARRADOR: O amor é fogo ardente, sem igual,
Um vento que nos leva a um mundo irreal,
Uma tempestade que abala corações com potencial,
Mas, no fim, é a essência da vida, grandioso e celestial.

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