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de qualquer texto ou narrativa. É uma espada de dois gumes.

Se aplicada de
forma consistente, essa abordagem à hermenêutica exporia a
incompreensibilidade da prosa do próprio comentarista. No fim das contas,
trata-se apenas de mais uma expressão da agenda pós-moderna de confundir,
em vez de esclarecer significado, motivada por uma rejeição obstinada à
autoridade e à inerrância bíblica.

Por que parábolas?

Todas as visões acima citadas são erradas — perigosamente erradas — porque


levam em conta apenas parte da verdade. Veja, por exemplo, a convicção
comum de que a única razão pela qual Jesus usou parábolas era tornar
verdades difíceis o mais claro, familiar e compreensível possível. Quando o
próprio Jesus explicou por que ele falava em parábolas, ele citou uma razão
praticamente oposta:
Os discípulos aproximaram-se dele e perguntaram: “Por que falas ao povo por parábolas?” Ele
respondeu: “A vocês foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles não.
A quem tem será dado, e este terá em grande quantidade. De quem não tem, até o que tem lhe
será tirado. Por essa razão eu lhes falo por parábolas: ‘Porque vendo, eles não veem e, ouvindo,
não ouvem nem entendem.”Neles se cumpre a profecia de Isaías [6:9-10]:

Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão;


ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão.
Pois o coração deste povo se tornou insensível;
de má vontade ouviram com os seus ouvidos,
e fecharam os seus olhos.
Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos,
entender com o coração e converter-se,
e eu os curaria. (Mateus 13:10-15)

Enquanto as parábolas realmente ilustram e esclarecem a verdade para


aqueles que têm ouvidos para ouvir, elas têm justamente o efeito contrário
para aqueles que se opõem e rejeitam Cristo. O simbolismo esconde a verdade
de qualquer um que não tenha a disciplina ou o desejo de procurar pelo
significado pretendido por Jesus. É por isso que Cristo adotou esse estilo de
instrução. Tratava-se de um juízo divino contra aqueles que recebiam seu
ensinamento com desdém, descrença ou apatia. No capítulo 1, analisaremos
mais de perto essa ideia, e examinaremos as circunstâncias que incentivaram

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