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fixaram em sua memória e permaneceram ali.

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Havia, portanto, várias razões boas e graciosas para Jesus embrulhar a


verdade em parábolas diante da descrença, da apatia e da oposição ao seu
ministério (cf. Mateus 13:58; 17:17).
Quando explicadas, as parábolas eram ilustrações esclarecedoras de
verdades cruciais. E Jesus explicou suas parábolas generosamente aos seus
discípulos.
Para aqueles que permaneceram firmes em sua recusa de ouvir, as
parábolas não explicadas permaneceram enigmas, sem um sentido claro, de
modo que obscureceram ainda mais o ensinamento de Jesus em seus corações
já entorpecidos. Assim, o juízo imediato de Jesus contra sua descrença foi
incorporado diretamente à forma discursiva que ele usou quando ensinava em
público.
Resumindo, as parábolas de Jesus tinham um propósito duplo claro: elas
escondiam a verdade das pessoas satisfeitas consigo mesmas, que se
consideravam sofisticadas demais para aprender algo dele, enquanto a mesma
parábola revelava a verdade às almas ansiosas que tinham a fé de uma criança
— àquelas pessoas que tinham fome e sede de justiça. Jesus agradeceu ao Pai
por ambos os resultados: “Eu te louvo, Pai, Senhor dos céus e da terra, porque
escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos.
Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado” (Mateus 11:25-26).
Precisamos corrigir outro equívoco comum: nem sempre nosso Senhor falou
em parábolas. A maior parte do Sermão da Montanha é precisamente o tipo
de exortação direta que alguns dos estudiosos da homilética de hoje repudiam.
Apesar de Jesus encerrar o sermão com uma curta parábola (os construtores
sábio e tolo, Mateus 7:24-27), a substância de sua mensagem, a começar pelas
Bem-aventuranças, é apresentada em uma série de afirmações proposicionais,
mandamentos, argumentos polêmicos, exortações e palavras de advertência.
Há muitas imagens verbais vívidas incluídas aqui: uma cena de tribunal e
prisão (5:25); a amputação de olhos ou mãos que fazem pecar (5:29-30); o
olho como candeia do corpo (6:22); lírios vestidos em maior esplendor do que
Salomão em toda a sua glória (6:28-29); viga de madeira no olho (7:3-5); etc.
Mas essas imagens não são parábolas. Na verdade, o relato de Mateus sobre o
Sermão da Montanha abarca 107 versículos e apenas os quatro versículos
próximos do fim podem ser tecnicamente descritos como parábola.

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