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dois sábados diferentes.

Marcos e Lucas dão sequência imediata a esses


eventos com o registro de como Jesus chama os Doze, de modo que os dois
conflitos sabáticos parecem ter acontecido no início do ministério de Jesus na
Galileia.
Mateus se preocupa mais com o tema do que com a cronologia, e sua
intenção nesse capítulo 12 é mostrar como as controvérsias sabáticas
provocaram uma hostilidade extrema contra Jesus por parte dos líderes
religiosos. O desdém profundo que eles nutriam contra ele acabou
culminando em uma determinação de destrui-lo, intenção esta que eles
selaram com uma blasfêmia imperdoável.
Mateus 12:22-37 narra a blasfêmia chocante e a reação de Jesus a ela. Esse
incidente foi a última gota que levou Jesus a mudar seu estilo de ensinamento.
Reconstruindo a cronologia a partir de todos os relatos dos Evangelhos,
sabemos que isso aconteceu vários meses após as duas disputas sabáticas. A
palavra então, no início do versículo 22, nos transporta da profecia de Isaías
para um novo dia já próximo do fim do ministério de Jesus na Galileia. Foi
um dia decisivo em vários aspectos. Na verdade, este é um dos dias mais
documentados do ministério de Jesus na Galileia.

Uma cura e libertação notável

O dia já começou de forma ominosa quando Jesus se deparou com um


homem desesperadamente necessitado — um dos casos mais complexos,
comoventes, aparentemente impossíveis de miséria humana imaginável. Este
era um caso infinitamente mais difícil do que o homem com a mão atrofiada.
A própria alma desse pobre homem estava atrofiada. Ele não necessitava
apenas de uma cura física; ele se encontrava também em uma escravidão
constante sob o domínio de algum espírito mau. Era precisamente o tipo de
caniço rachado e pavio fumegante ilustrado na profecia de Isaías.
Mateus conta: “Então levaram-lhe um endemoninhado que era cego e
mudo” (Mateus 12:22). Era um exemplo vivo dos “doentes que precisam de
médico” (Marcos 2:17). O homem não conseguia ver, não conseguia se
comunicar e era escravizado por um demônio poderoso. Nem mesmo os
melhores médicos e doutores de teologia teriam conseguido ajudar-lhe. O que
poderia ser um caso mais perdido do que esse? Ou mais urgente?

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