pela qual Jesus adotou repentinamente o estilo de parábola pretendia mais esconder a verdade dos descrentes de coração endurecido do que explicar a verdade aos discípulos de mente simples. Era o propósito declarado de Jesus “expressar coisas mantidas em segredo” — e suas parábolas servem ainda hoje a esse propósito duplo. Se as histórias que Jesus contou parecem permitir infinitas interpretações e, portanto, não possuir qualquer sentido objetivo reconhecível, isso se deve ao fato de que sua compreensão verdadeira exige fé, diligência, exegese cuidadosa e um desejo autêntico de ouvir o que Cristo está dizendo. É importante saber também que a todos os incrédulos falta essa capacidade. As parábolas de Jesus falam “da sabedoria de Deus, do mistério que estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do princípio das eras, para a nossa glória. Nenhum dos poderosos desta era o entendeu, pois, se o tivessem entendido, não teriam crucificado o Senhor da glória” (1Coríntios 2:7-8). Nenhum incrédulo jamais compreenderá os mistérios do Reino filtrando essas histórias com a peneira da sabedoria humana. As Escrituras não deixam dúvida em relação a isso. “‘Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam’; mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus” (vv. 9-10; grifos do autor). Em outras palavras, a fé, gerada e capacitada pela obra do Espírito Santo em nosso coração, é o pré-requisito necessário para se compreender as parábolas. Essas histórias possuem, sim, um sentido objetivo. Elas possuem uma interpretação divina e, portanto, correta. O próprio Jesus explicou algumas das parábolas em detalhes, e a hermenêutica que ele usou nos serve como modelo quando estudamos o restante de suas histórias. Mas precisamos nos aproximar das parábolas como fiéis dispostos a ouvir, não como céticos com o coração endurecido contra a verdade.
Algumas definições e detalhes
Nos capítulos a seguir examinaremos uma dúzia das parábolas mais notáveis de Jesus. Seriam necessários múltiplos volumes para tratar de todas as