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AS FÉRIAS DA BRUXA ONILDA

            Naquele verão, o calor estava insuportável. O jeito era tirar umas férias e ir para um lugar tranquilo e
bem arejado.
            Com tanto calor, nada como uma praia. E foi pra lá que eu fui. Nem bem cheguei à praia, vi que tinha
mais gente do que areia. “Melhor assim!”, pensei. “No meio dessa multidão ninguém vai me reconhecer e eu
vou ficar sossegada.”
            Quando saí pela cidade procurando um hotel, percebi que todos me olhavam. Não sei por que tanta
curiosidade.
            Consegui um quarto, bem de frente para o mar.”Será um ótimo lugar para descansar”, pensei.
            E, para não ser reconhecida, comprei um chapéu de palha e óculos de sol.
Mas todo mundo continuava com os olhos em cima de mim.Seria por causa do meu vestido?
Aí resolvi trocar a roupa. Com maiô, talvez não chamasse tanto a atenção.
Mas me enganei. Não sei quem espalhou que só a Bruxa Onilda usaria um maiô tão fora de moda.
Adeus sossego! E não parei mais de dar autógrafos.
                                                                              E. Larreula e R. Capdevila

ESTUDO DO TEXTO
1- Toda história tem um narrador, ou seja, alguém que conta o que aconteceu. MARQUE a frase que explica
melhor como é o narrador do texto:

a) (   ) É alguém que observa e acompanha a personagem, sem que o leitor fique sabendo algo sobre ele.
b) (   ) É uma personagem que conta sua própria história.
c) (   ) É quem escreveu a história.

2-Escolha uma destas frases abaixo e faça um desenho sobre ela.


a)Todos olhavam para a bruxa. Seria por causa do vestido?
b)Não sei quem espalhou que só a Bruxa Onilda usaria um maiô tão fora de moda. Adeus sossego!

3-Marque a melhor explicação para AUTÓGRAFO:


a) (   ) Papel escrito por um autor, sem sua assinatura.
b) (   ) Algo escrito e assinado pelo próprio autor.     

4- Na frase:  “Com tanto calor, nada como uma praia.” Quer dizer:


a) (   ) Com tanto calor, a praia é como nada.
b) (   ) Com tanto calor ela nada em uma praia.
c) (   ) Com tanto calor o melhor é ir a praia.
 Agora é a sua vez de nos contar como foram suas férias...
Os três astronautas -
Era uma vez a Terra.
E era uma vez Marte.
Ficavam muito longe um do outro, no meio do céu, e à volta havia milhões de planetas e de galáxias.
Os homens que estavam na Terra queriam ir a Marte e aos outros planetas: mas estavam tão longe!
Porém não descansaram. Primeiro lançaram satélites que andavam à roda da terra por dois dias e depois
vinham de novo.
Depois lançaram foguetões que davam algumas voltas à Terra mas, em vez de regressarem, acabavam por
escapar à atracção terrestre e seguiam para o espaço.
Primeiro, puseram cães nos foguetões: mas os cães não sabiam falar, e pela rádio só transmitiam “béu
béu”. E os homens não percebiam o que eles tinham visto e até onde chegavam.
Por fim arranjaram homens corajosos que quiseram ser cosmonautas. Os cosmonautas tinham este nome
porque iam explorar o cosmos, que é o espaço infinito com os planetas, as galáxias e tudo o que têm à sua
volta.
Os cosmonautas partiam e não sabiam se voltariam ou não. Queriam conquistar as estrelas para que um dia
todos pudessem viajar de um planeta para outro, porque a Terra se tornara demasiado apertada e os
homens aumentavam de dia para dia.
Numa bela manhã, partiram da Terra três foguetões de três pontos diferentes.
No primeiro ia um americano, que, todo alegre, assobiava uma ária de jazz.
No segundo ia um russo que cantava com voz profunda Volga, Volga.
No terceiro ia um chinês, que cantava uma belíssima canção, que os outros dois achavam desafinada.
Cada um queria ser o primeiro a chegar a Marte, para mostrar que era o mais valente.
Na verdade, o americano não gostava do russo e o russo não gostava do americano, e o chinês desconfiava
dos dois.
E isto, porque o americano, para dizer bom dia, dizia: how do you do, o russo dizia 3дpacтвyйte e o chinês
dizia bom dia em chinês. Não se percebiam e julgavam-se diferentes.
Como os três eram todos valentes, chegaram a Marte quase no mesmo instante. Desceram das suas
astronaves, de capacete e fato espacial... E descobriram uma paisagem maravilhosa e inquietante: o terreno
era sulcado por longos canais cheios de uma água de cor verde-esmeralda. Havia estranhas árvores azuis
com aves nunca vistas, de penas de cores estranhíssimas. Lá no horizonte viam-se montanhas vermelhas
que emitiam estranhos brilhos.
Os cosmonautas olhavam a paisagem, olhavam uns para os outros, e mantinham-se afastados, cada um
desconfiado dos outros. Depois veio a noite.
Havia à roda um estranho silêncio, e a Terra brilhava no céu como se fosse uma longínqua estrela.
Os cosmonautas sentiam-se tristes e perdidos e o americano, na escuridão, chamou pela mãe. Disse
Mommy...
E o russo disse: Mama.
E o chinês disse: Ma-ma.
Mas compreenderam logo que estavam a dizer a mesma coisa e tinham os mesmos sentimentos. E
sorriram, aproximaram-se, acenderam juntos uma bela fogueira, e cada um cantou canções do seu país.
Então encheram-se de coragem e, à espera da manhã, aprenderam a conhecer-se.
Por fim, veio a manhã e fazia muito frio. E, de repente, de um tufo de árvores saiu um marciano. Tinha um
aspecto horrível! Era todo verde, tinha duas antenas no sítio das orelhas, uma tromba, e seis braços. Olhou
para eles e disse: Grrr!
Na sua língua queria dizer: “Mãezinha, o que são estes seres horríveis?”
Mas os terrestres não o compreenderam e julgaram que era um rugido de guerra. Era tão diferente deles
que não foram capazes de o compreender e de o amar. Os três sentiram-se logo iguais e uniram-se contra
e
le.
Perante aquele monstro, as suas pequenas diferenças desapareciam. Que importava se falavam uma
linguagem diferente? Compreenderam que eram os três seres humanos. O outro não. Era demasiado feio, e
os terrestres pensavam que quem é feio também é mau. Por isso resolveram matá-lo com os seus
desintegradores atômicos.
Mas, de repente, na grande geada da manhã, um passarinho marciano, que, evidentemente, fugira do
ninho, caiu no chão, tremendo de frio e de medo. Piava desesperadamente, mais ou menos como um
passarinho terrestre. Fazia mesmo pena. O americano, o russo e o chinês olharam-no e não conseguiram
reter uma lágrima de compaixão.
E então aconteceu uma coisa estranha. Também o marciano se aproximou do passarinho, olhou para ele, e
deixou escapar da tromba dois fios de fumo.
E os terrestres, de repente, compreenderam que o marciano estava a chorar à sua maneira, como fazem os
marcianos.
Depois viram-no baixar-se para o passarinho e segurá-lo nos seus seis braços, tentando aquecê-lo.
O chinês voltou-se então para os dois amigos terrestres.
— Compreenderam? — disse. — Nós julgávamos que este monstro era diferente de nós, e afinal ele
também ama os animais, pode comover-se, tem um coração e certamente um cérebro! Ainda acham que
devemos matá-lo?
Nem era pergunta que se fizesse.
Os terrestres agora tinham compreendido a lição: não basta que duas criaturas sejam diferentes para que
tenham de ser inimigas.
Por isso aproximaram-se do marciano e estenderam-lhe as mãos. E ele, que tinha seis, apertou de uma vez
só a mão aos três, enquanto com as mãos livres fazia gestos de saudação.
E, apontando para a Terra, lá em cima no céu, deu a entender que desejava fazer uma viagem para
conhecer os outros habitantes e estudar com eles a maneira de fundar uma grande república espacial, em
que todos vivessem com amor e concórdia.
Os terrestres disseram que sim, todos contentes. E para festejar o acontecimento, ofereceram-lhe uma
garrafinha de água fresquíssima trazida da terra. O marciano, muito feliz, meteu o nariz na garrafa, aspirou e
disse que gostara muito daquela bebida, se bem que lhe fizesse andar a cabeça à roda. Mas agora os
terrestres já não se espantavam. Tinham concluído que na Terra, tal como nos outros planetas, cada um
tem os seus gostos, e é só questão de se compreenderem uns aos outros.

Umberto Eco; Eugenio Cami


Os três astronautas
Estudo do Texto
1 – LEIA:

“Mas como todos os três eram muito bons, chegaram a Marte quase ao mesmo tempo”.

A palavra destacada tem, nesse trecho, todos os significados abaixo, EXCETO:

a)habilidosos d) competentes
b) generosos e) espertos
c) experientes
2 – Dois dos astronautas achavam que o terceiro cantava de modo desafinado.
Essa atitude revela que entre os três havia:

a) Companheirismo d) teimosia
b) Desinteresse e) preocupação
c) Rivalidade

3 - Observe:

“Os astronautas se sentiam tristes e perdidos...”

Com relação ao fato destacado, explique de forma clara e completa CAUSA e CONSEQUÊNCIA para essa
ação.
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4 – Observe as duas passagens abaixo:

a) Assim decidiram mata-lo com seus desintegradores atômicos.”


b) “Acreditam que seja ainda o caso de matá-lo?”
Agora, complete:

A mudança radical de atitude dos astronautas aconteceu porque __________________________________


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5 – “...fundar uma grande república espacial, na qual todos vivessem em paz e harmonia.”

A intenção do marciano só não demonstra o desejo de:

a) Unir os habitantes de todos os planetas.


b) Aceitar as diferenças entre os seres.
c) Promover a paz entre os povos.
d) Governar de acordo com a sua vontade.
e) Buscar a felicidade para todos.

6 – Os terrestres acharam que o marciano, por ser feio, era também mau.

Essa atitude deles revela:

a) Egoísmo d) medo
b) Inveja e) desrespeito
c) Preconceito
7 – Observe o sentido das frases, NUMERE:

(1) Julgar
(2) Encontrar

( ) “Mas os terrestres não o entenderam e acharam que aquilo fosse um rugido de guerra.”
( ) O marciano achou os astronautas perto de uma árvore.
( ) O marciano achou os astronautas não se entendiam e achavam-se diferentes.
( ) Nós achamos interessante essa história.

E você, acha que quem é feio é também mau? Ou você prefere conhecer primeiro as pessoas antes
de julgá-las?
Pense em uma situação já presenciada por você em que algo parecido tenha acontecido: alguém ser
julgado pela sua aparência.
Conte, no espaço abaixo, a sua experiência. Se você ainda não vivenciou nada parecido, procure
imaginar como seria “viver na própria pele” essa situação.

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