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Orientações sobre o Sistema de Informações de Valores a Receber -

SVR
Documento destinado às entidades supervisionadas

1) O que é o Valores a Receber?

É um serviço que possibilita às pessoas físicas e jurídicas verificarem se têm valores a


receber de bancos e de demais instituições do sistema financeiro e, em caso positivo, saber
qual o valor e como solicitar a devolução.

2) Como as pessoas podem consultar se têm valores a receber?

Os acessos ao SVR iniciaram-se em 07/03/2022 e foram suspensos em 17/04/2022. Não há


data definida para a retomada do serviço, a qual será previamente comunicada às
associações.

Atenção! Apesar da suspensão das consultas, as entidades supervisionadas devem continuar


encaminhando os documentos 9800 e 9805 normalmente.

Conforme divulgado na página inicial do site do BC, em breve, a autarquia divulgará:

a) a data de reabertura do sistema para novas consultas e resgate dos saldos existentes; e

b) informações sobre valores de falecidos.

Enquanto isso, o BC continua trabalhando em melhorias do SVR e na inclusão de novos


valores.

As consultas por usuários ocorriam na página valoresareceber.bcb.gov.br, de forma


escalonada, de acordo com calendário organizado por ano de nascimento e ano de abertura
da empresa. O acesso somente era possível com conta gov.br de nível prata ou ouro.

3) Qual era o passo a passo informado ao usuário para consultar o Valores a Receber e
como resgatá-lo?

As consultas ao Sistema de Valores a Receber (SVR) estão temporariamente suspensas para


aprimoramento.

O procedimento era o seguinte:

Passo 1: Faça a consulta para saber se você ou sua empresa têm valores a receber do Sistema
Financeiro.

Dados necessários:

• Pessoa física: CPF e data de nascimento

• Pessoa jurídica: CNPJ e data de abertura


- Se tiver valores a receber, siga para o passo 2.

- Se não tiver valores a receber, volte na data informada pelo sistema, quando as instituições terão
enviado novos dados ao Banco Central.

Passo 2: Verifique a data informada pelo sistema para você consultar o valor e solicitar a
devolução. Fique atento também ao horário do seu agendamento (4h às 13h59 ou 14h às 23h59).-
Se sua data e horário são agora, siga para o passo 3.

-Se não, volte aqui na data e horário informados pelo sistema.

E fique tranquilo! Não há risco de perder o direito a esses valores. Eles continuarão guardados
pelas instituições financeiras, esperando que você solicite a devolução.

Passo 3: Na página, clique no botão:

Passo 4: Faça login com sua Conta gov.br(nível prata ou ouro). Se ainda não tem, faça uma em
https://www.gov.br/pt-br/servicos/criar-sua-conta-gov.br e volte aqui dentro de sua data e horário.

Passo 5: Leia e aceite o Termo de Ciência

Passo 6 : Veja na tela do sistema:


-O valor a receber;

-A instituição que deve devolver o valor;

-A origem (tipo) do valor a receber; e

-Informações adicionais, quando for o caso.

Passo 7: No sistema, clique em uma das duas opções e siga as orientações indicadas:

• : a instituição devolverá o valor via Pix em até 12 dias úteis

-Selecione uma das suas chaves Pix e informe seus dados pessoais;

-Guarde o número de protocolo, se precisar entrar em contato com a instituição.

• : a instituição não faz devolução por Pix em até 12 dias úteis

-Entre em contato pelo telefone ou e-mail informado pela instituição para combinar a forma de
devolução. Pronto! Solicitação efetuada.

4) Qual é o conceito de valor a devolver?

A regulação não define o conceito de valor a devolver. Mas, de forma geral, podemos
caracterizá-lo como o valor:

• de titularidade de pessoa física ou jurídica, cliente/ ex-cliente ou usuária/ ex usuária


de entidade supervisionada que está em posse do montante;
• não prescrito;
• de natureza líquida e certa, ou seja, sob o qual não paira dúvida jurídica ou
administrativa sobre a obrigação; e
• relativo a um dos produtos elencados no art. 3º da Resolução BCB nº 98, de 2021.

Observação 1: Não há um montante mínimo para caracterizar um valor como a devolver.

Observação 2: Valores que podem ser devolvidos por crédito ou estorno em conta de cliente
no curto prazo, a exemplo de estorno na fatura de cartão de crédito seguinte, não estão no
escopo do SVR.

5) O que não faz parte do valores a receber?

Fazem parte do Valores a Receber informações relativas a:

• valores em contas não encerradas sem movimentação;


• contas sem identificação criadas antes de 01/01/94 e que não foram recadastradas;
• valores de ajustes de planos econômicos;
• valores decorrentes de acordos ou sob disputa judicial;
• recursos em administradoras de consórcio ou instituições financeiras liquidadas ou
encerradas; e
• valores de abono salarial (PIS/PASEP)

5)De quem é a responsabilidade pelas informações que aparecem no Sistema de


Informações de Valores a Receber (SVR)?

Das entidades supervisionadas, que são as responsáveis pelas informações enviadas ao BC


por meio dos documentos 9800 e 9805. Cabe a elas a avaliação dos casos concretos e o reporte
ao BC dos valores sobre os quais não há dúvidas jurídicas ou administrativas sobre a
possibilidade de consulta e devolução. Na jornada do usuário, essa informação é ressaltada
dentro do sistema.

6) Quais os dados de contato da instituição que aparecem para o usuário?

São exibidos os dados de e-mail e telefones informados pela instituição no Unicad. Para
atualizar os dados de contato, acesse Dados do Unicad.

Não é possível inserir informações sobre sites ou aplicativos da própria instituição destinados
à devolução de valores.

7) Como devem ser tratados os CPFs/CNPJs em não conformidade, mas que possuem
saldo residual nas instituições? E o valor que esteja na instituição por conta de bloqueio
do recurso motivado por cumprimento de alguma regra de sanção (Lei 13.810/19 e
Resolução 44/20).

Em tese, recursos de CPFs/CNPJs em não conformidade não podem ser movimentados –


tampouco devolvidos. A avaliação da extensão e dos efeitos da decisão de envio das
informações de CPFs/CNPJs em não conformidade é de responsabilidade da própria
instituição, não do BC. Se houver dúvida em relação aos efeitos da decisão, a instituição pode
diligenciar junto à Receita Federal.
Em tese, recursos bloqueados não podem ser movimentados ou devolvidos. A avaliação da
extensão e dos efeitos da decisão de bloqueio é da própria instituição financeira, não do BC.
Se houver dúvida em relação aos efeitos da decisão, a instituição pode diligenciar junto à
autoridade responsável pelo bloqueio.

8) Como as instituições devem enviar as informações sobre valores a devolver?

Conforme a Instrução Normativa nº 123, de 2021, as instituições devem encaminhar


mensalmente, até o último dia útil de cada mês, via Sistema de Transferência de Arquivos
(STA) o documento 9800, com todos os registros de valores a devolver ainda não devolvidos,
mesmo que tenham sido informados na data-base anterior.

É necessário o cadastro nas transações SSVR101, SSVR102 e SSVR103. Além disso, o


remetente/representante pessoa física que presta a informação deve estar apto a transmitir
informações através do STA. A autorização pode ser conferida pelo máster da instituição e,
normalmente, este credenciamento tem efeito no dia seguinte ao do cadastro. Informações
adicionais podem ser obtidas no Manual do STA.

Após transitar pelo STA, o documento é transferido para avaliação automática da aderência
do documento remetido ao leiaute previsto. Essa verificação ocorre no Sistema de Controle
de Remessa de Documentos (CRD).

O acesso ao CRD requer que o operador tenha usuário cadastrado no Sisbacen/Autran e


autorizado na transação SCRD002. Informação adicional pode ser obtida no Manual do
Sistema CRD.

Uma vez aprovado pelo CRD, o documento é remetido para o SVR. Se estiver apto para ser
incluído na base de dados, o SVR retransmite a mensagem “aceito pelo sistema de negócios”.

As administradoras de consórcios já enviam trimestralmente via SAG as informações


relativas ao documento 2080, de onde são captadas informações para o sistema SVR, portanto
não é necessário fazer novo envio. Entretanto, elas devem enviar mensalmente o documento
9805.

9) Quais os tipos de valores estão contemplados na versão atual do Valores a Receber?


E os demais valores?

Atualmente, os recursos a serem devolvidos são relacionados aos seguintes produtos:

• contas corrente ou poupança encerradas com saldo disponível;


• tarifas não devolvidas cobradas indevidamente (previstas ou não em Termos de
Compromisso);
• parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente
(previstas ou não em Termos de Compromisso);
• cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários e participantes de
cooperativas de crédito; e
• recursos não procurados relativos a grupos de consórcio encerrados.

Ainda não há data definida para a remessa de informações de valores a devolver relativos a:
contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível; contas de registro
mantidas por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e por sociedades
distribuidoras de títulos e valores mobiliários para registro de operações de clientes encerradas
com saldo disponível; e outras situações que ensejam valores a devolver reconhecidas pelas
instituições.

9) As informações devem ser encaminhadas por conglomerado ou por CNPJ?

O envio da informação pelas entidades supervisionadas pode ser realizado tanto pela
instituição líder do conglomerado, quanto diretamente pelo CNPJ que abriga os valores a
devolver. De toda forma, deve ser enviado um arquivo por CNPJ de acordo com o arquivo
leiaute.

10) As instituições que atualmente não ofertem produtos ou que não tenham valores a
devolver devem, mesmo assim, solicitar dispensa?

Sim. As instituições participantes de segmentos marcados como ‘envio esperado’ de


informações devem registrar o motivo da dispensa, informando a "Data-base início" no menu
"Documento", opção "Dispensa", do sistema de Controle de Remessa de Documentos (CRD),
disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/controledocumentosif.

É possível deixar a “Data-base fim” sem preenchimento nestes casos. Isso permite que quando
houver documentos a enviar, a instituição financeira “feche” a dispensa e passe a enviar os
documentos.

Não há tabela de motivos padronizada para o CRD. Cada instituição deve indicar o motivo
pelo qual solicitou a dispensa de remessa de documento em caráter pontual ou por prazo
indeterminado, em conformidade com o disposto na Resolução BCB nº 98, de 2021.

Alternativamente, as entidades podem enviar os documentos 9800 e 9805, via STA, com a
marcação da Tag <semValores/>, exclusiva para esse caso.

O envio de documento zerado não é permitido no SVR.

11) Como devem ser reportados os valores devolvidos?

Os valores informados ao BC via documento 9800 e cuja devolução decorra de solicitação do


usuário (via solução Pix e/ou contato com o usuário) devem constar do documento 9805, a
ser remetido mensalmente ao BC até o último dia útil da data-base anterior.

Atenção! Os valores que não constaram do documento 9800 e que foram devolvidos não
devem constar do documento 9805.

Os saldos que compõem o documento 9805 são saldos sumarizados.

12) Onde podem ser consultados os documentos leiaute 9800 e 9805?

Os leiautes podem ser consultados na página do Valores a Receber: Leiaute de arquivos e


base normativa (bcb.gov.br)
13) Por quais motivos o documento 9800 pode ser recusado? Como proceder nesses
casos?

Caso o documento tenha sido recusado no STA, é provável que o arquivo esteja em formato
incompatível. Nesses casos, orientamos que a instituição consulte a página do STA e, se
necessário, abra uma requisição na Central de Atendimento de TI do BC pelo e-mail
suporte.ti@bcb.gov.br.

Caso o documento tenha sido recusado no CRD, é provável que o arquivo esteja fora do
padrão de leiaute. Nesses casos, orientamos consultar a última versão do leiaute na página do
Valores a Receber.

Caso o arquivo tenha sido recusado pelo sistema de negócio (SVR), a mensagem “rejeitado
pelo sistema de negócio” normalmente está associada a registro duplicado no arquivo para a
Tag <id> referente ao código identificador do valor.

14) O documento 9810 é disponibilizado apenas às instituições que aderirem ao Termo?

Sim. Mas, o BC, para incentivar a adesão ao Termo e permitir às instituições avaliarem a
adequação para recebimento do documento, oferece o ambiente de homologação para
realização de testes para o recebimento do 9810, sem nenhum compromisso de assinatura do
termo. Basta que a instituição envie o documento 9800 no ambiente de homologação.

15) As Administradoras de Consórcio podem testar o documento 9810 no ambiente de


homologação?

Sim. No entanto, o ambiente de homologação do SVR utiliza dados informados pelas


Administradoras junto ao Sistema SAG em 2009. Já foram gerados arquivos com base
naquelas informações e estão disponíveis no STA para serem baixadas. Caso a
Administradora deseje realizar o teste e o arquivo não esteja disponível, ela deve entrar em
contato pelo email valoresareceber@bcb.gov.br para viabilizar outro meio de realizar o teste.

16) Se a minha instituição celebrar o Termo de Adesão terá de devolver os recursos


exclusivamente pelo Pix?

As instituições que celebram Termo de Adesão recebem as informações de instituição,


agência, conta e tipo de conta do usuário que indicou sua chave Pix, o que permite às entidades
realizar TED/DOC, por exemplo, desde que na conta em que a chave Pix do usuário está
registrada.

Caso o usuário não tenha indicado a chave Pix, a forma de pagamento é acordada entre as
partes.

17) E se a minha instituição firmou o Termo de Adesão e não receber o documento 9810?

O documento 9810 somente pode ser baixado via STA quando houver solicitação de usuário
para a efetiva devolução.

O BC está avaliando a possibilidade de tornar obrigatório o preenchimento do campo ‘Chave


Pix’ quando o valor a devolver for de responsabilidade de instituição que aderiu ao Termo.
Assim, nesses casos, o usuário deverá indicar uma chave Pix caso queira solicitar a devolução
de valores pelo SVR. O preenchimento de dados de contato será facultado apenas aos usuários
que indicarem a chave Pix.

18) Com a inclusão da obrigatoriedade de informação de uma chave Pix para solicitar a
devolução, como o usuário que não tem Pix poderá solicitar a devolução do valor?

Com essa mudança, haverá duas opções ao usuário que não tiver chaves Pix:

Se for exibido o botão , o sistema informará que ele não possui uma chave pix
e por isso não conseguirá solicitar a devolução via sistema. Como alternativa, o sistema
indicará para a pessoa consultar os dados de contato da instituição portadora do valor para
combinar a forma de pagamento do valor ou criar uma chave Pix para solicitar a devolução
pelo SVR.

Se o botão aparecer no SVR, o usuário poderá entrar com contato com a


instituição e combinar a forma de pagamento.

19) Como o usuário deve proceder nos casos em que solicitou o valor, mas ainda não o
recebeu?

Consta do SVR a informação de que a devolução do valor é de responsabilidade da instituição.


Portanto, nesses casos, o usuário deve buscar a instituição responsável pela devolução do
valor.

20) O valor a receber que aparece para o usuário no Sistema Valores a Receber pode
mudar com o tempo?

Sim. Os valores podem variar ao longo dos meses porque as informações são relativas à
determinada data-base (trimestral, no caso de consórcios, e mensal, nos demais casos). Assim,
desde o envio do 9800 na data-base de referência ou captura do 2080 na base do SAG para
Administradoras de Consórcios até a solicitação final pelo usuário, podem ocorrer correções
e deduções previstas em lei, em regulamentação do Conselho Monetário Nacional – CMN ou
do BC, ou ainda em contrato firmado com a instituição. Informamos no sistema e no termo de
ciência assinado pelos usuários essas mesmas informações.

21) O usuário pode resgatar valores de outras pessoas?

A configuração atual do SVR não permite a solicitação de valores por terceiros. Por meio dele,
as pessoas conseguem consultar e solicitar o resgate apenas de valores de sua titularidade ou
de suas empresas. Para isso, elas precisam ter Conta gov.br de nível ouro ou prata a fim de
resguardar o sigilo dos dados. As informações constantes do SVR estão protegidas pelo direito
à intimidade e à privacidade, nos termos do art. 5º, inciso X, da Constituição da República, e
do art. 31 da Lei 12.257, de 2011, e o valores estão resguardados pelo sigilo bancário,
consoante disposições da Lei Complementar 105, de 2001.

Entretanto, conforme divulgado na página inicial do site do BC, em breve, a autarquia


divulgará informações sobre valores de falecidos, e como poderá ser feita a consulta por
herdeiros e inventariantes.
22) Como o dono, sócio ou representante de empresa sem certificado digital podem
consultar o valores a receber?

Infelizmente ainda não é possível atender a demanda de empresas sem certificado digital
associado ao CPF na Conta gov.br. O acesso de informações do Sistema de Valores a Receber
atualmente só é possível por usuário pessoa física com Conta gov.br a qual tenha sido
vinculado, por meio de certificado digital de pessoa jurídica, o CNPJ da empresa.

O BC estuda formas de facilitar o acesso a informações de pessoas jurídicas a representantes


de empresas, tendo em vista que algumas delas já estão extintas e em razão do custo de
obtenção de certificado digital pelas em atividade.

22) São informados valores de entidades falidas ou em processo de falência?

O Valores a Receber não informa valores em instituições que não são supervisionadas pelo
BC. Nesses casos, recomendamos ao usuário buscar as informações no Poder Judiciário, na
Junta Comercial ou na Receita Federal.

Mas, atenção! Isso não se confunde com o caso de grupos de consórcios que, antes de a
administradora falir ou entrar em processo de falência, foram transferidos para uma outra
administradora em atividade. Nessa situação, os valores a receber aparecem no SVR, pois
cabe à atual administradora enviar informações acerca de recursos não procurados de grupos
de consórcio encerrados e, que antes da referida transferência, foram originariamente
administrados pela administradora falida ou em processo de falência.

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