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36
03 -03
EDITORIAL
- EDITORIAL
04 -04
NOTÍCIAS
- NOTÍCIAS
TECNICELPA
TECNICELPA
04 - EVENTOS
04 - EVENTOS
NACIONAIS
NACIONAIS
E INTERNACIONAIS
E INTERNACIONAIS
05 - SEMINÁRIO - TECNOLOGIAS
05 - SEMINÁRIO - TECNOLOGIAS
DE IMPRESSÃO
DE IMPRESSÃO
07 - SEMINÁRIO - OS 7
07 - SEMINÁRIO - OS
HÁBITOS
7 HÁBITOS
DAS DAS
PESSOAS
PESSOAS
ALTAMENTE
ALTAMENTE
EFICAZES
EFICAZES
08 - MOVIMENTO
08 - MOVIMENTO
ASSOCIATIVO
ASSOCIATIVO
09 - ASSEMBLEIA
09 - ASSEMBLEIA
GERALGERAL
20122012
12 - ARTIGO
12 - ARTIGO
DE OPINIÃO DE CARLOS
DE OPINIÃO DE CARLOS
BRÁSBRÁS
- CONTRIBUTOS
- CONTRIBUTOS
PARAPARA
O OBJECTIVO
O OBJECTIVO
DE ZERO
DE ZERO
ACIDENTES
ACIDENTES
14 - ARTIGO
14 - ARTIGO
DE OPINIÃO DE CELSO
DE OPINIÃO DE CELSO
FOELKEL
FOELKEL
- TECNOLOGIAS,
- TECNOLOGIAS,
SEGURANÇA
SEGURANÇA
& SUSTENTABILIDADE
& SUSTENTABILIDADE
16 -16
SEGURANÇA
- SEGURANÇA
NASNAS
INDÚSTRIAS
INDÚSTRIAS
DA PASTA
DA PASTA
E DO
E DO
PAPEL
PAPEL
16 - ANÁLISE
16 - ANÁLISE
DO CONFORTO
DO CONFORTO
TÉRMICO
TÉRMICO
NA INDÚSTRIA
NA INDÚSTRIA
DO PAPEL
DO PAPEL
A. QUENTAL
A. QUENTAL
MARTINS
MARTINS
- GRUPO
- GRUPO
PORTUCEL
PORTUCEL
SOPORCEL
SOPORCEL
26 - GESTÃO
26 - GESTÃO
DA SEGURANÇA,
DA SEGURANÇA,
HIGIENE
HIGIENE
E SAÚDE
E SAÚDE
NO TRABALHO
NO TRABALHO
NA PRADO
NA PRADO
KARTON,
KARTON,
S.A. S.A.
A. CARDOSO
A. CARDOSO
- PRADO
- PRADO
KARTON
KARTON
29 - A
29IMPORTÂNCIA
- A IMPORTÂNCIA
DO ENSINO
DO ENSINO
DAS DAS
TEMÁTICAS
TEMÁTICAS
DA SEGURANÇA
DA SEGURANÇA
HIGIENE
HIGIENE
E SAÚDE
E SAÚDE
DO TRABALHO
DO TRABALHO
JOÃOJOÃO
MATIAS
MATIAS
- UNIVERSIDADE
- UNIVERSIDADE
DA BEIRA
DA BEIRA
INTERIOR
INTERIOR
33 - A
33SEGURANÇA
- A SEGURANÇA
NA MANUTENÇÃO
NA MANUTENÇÃO
PAULA
PAULA
SOFIA
SOFIA
LIMALIMA
- GRUPO
- GRUPO
PORTUCEL
PORTUCEL
SOPORCEL - CACIA
SOPORCEL - CACIA
40 - A
40COMUNICAÇÃO
- A COMUNICAÇÃO
DE ACIDENTES
DE ACIDENTES
NA EUROPAC
NA EUROPAC
JACINTO
JACINTO
PEIXOTO
PEIXOTO
- EUROPAC
- EUROPAC
VIANA
VIANA
43 - NOTAS
43 - NOTAS
SOBRE
SOBRE
A PREVENÇÃO
A PREVENÇÃO
DE ACIDENTES
DE ACIDENTES
COMCOM
PRODUTOS
PRODUTOS
QUÍMICOS
QUÍMICOS
JOÃOJOÃO
MARTINS
MARTINS
- CELTEJO,
- CELTEJO,
SA - ALTRI
SA - ALTRI
49 - METODOLOGIA
49 - METODOLOGIA
PARAPARA
GESTÃO
GESTÃO
DO PROCESSO
DO PROCESSO
DE CONTROLO
DE CONTROLO
DE EMERGÊNCIA
DE EMERGÊNCIA
PIRES
PIRES
DO AMARAL
DO AMARAL
- GRUPO
- GRUPO
PORTUCEL
PORTUCEL
SOPORCEL
SOPORCEL
53 - CARTÃO
53 - CARTÃO
DE SEGURANÇA
DE SEGURANÇA
NA INDÚSTRIA
NA INDÚSTRIA
DE PASTA
DE PASTA
E PAPEL
E PAPEL
(CSIP)
(CSIP)
JOÃOJOÃO
REBOLA
REBOLA
- CELBI
- CELBI
- ALTRI
- ALTRI
60 -60
NOTÍCIAS
- NOTÍCIAS
SECTOR
SECTOR
FICHA
FICHA
TÉCNICA
TÉCNICA
Os artigos
Os artigos
aqui presentes
aqui presentes
são dasão
responsabilidade
da responsabilidade
dos respectivos
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autores.
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A reprodução
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ou parcial
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não poderá
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ser efectuada
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autorização
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As opiniões
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de terceiros
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Responsável
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A decisão
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final da
final
utilização
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dos materias
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é da responsabilidade da TECNICELPA
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Registo
Registo
n.º 64256/93
n.º 64256/93
Design
Design
e Paginação - Luís- Campos
e Paginação Luís Campos
(HOMEWORK
(HOMEWORK - design
- design
:: comunicação
:: comunicação
:: gestão
:: gestão
de eventos)
de eventos)
Execução
Execução
Gráfica - Gráfica
Gráfica - Gráfica
Almondina
Almondina
- Torres
- Torres
NovasNovas
Publicação
Publicação
impressa
impressa
em papel
em papel
inaset
inaset
plus plus
offsetoffset
de 120
de 120
g/m2g/m
, oferecido
2
, oferecido grupo
pelo pelo grupo
Portucel
Portucel
Soporcel
Soporcel
Distribuição
Distribuição
gratuita
gratuita
aos Associados
aos Associados
da TECNICELPA.
da TECNICELPA.
Editorial
A forma como as sociedades lidam com a Segurança Hi- Muitas Empresas melhoraram as suas práticas para
giene e Saúde no Trabalho, serve, no nosso inconsciente, obter a Certificação de Segurança e assim serem reco-
para as diferenciar e, fundamentalmente, para as valori- nhecidas pelo mercado e pela Sociedade. Dos números
zarmos de uma forma positiva, nas que obtêm melhores que se podem consultar no ACT a actividade industrial
resultados. do Papel não tem uns números catastróficos como os
referidos anteriormente, facto que está obviamente
A importância dada a este assunto, está relacionada ligado à capacidade revelada pelos diversos agentes
com factos que envolvem pessoas e que continuam a envolvidos neste sector.
ser alarmantes. Apesar de numa década, em Portugal,
os acidentes mortais se terem reduzido para um terço, A Tecnicelpa faz parte da chamada Sociedade Civil,
os números ainda mostram, que em 2009, morreram que entende ter um papel nas diversas áreas ligadas
115 pessoas a trabalhar. Para não falarmos nas perdas ao sector do papel. Por esse motivo, tem efectuado a
e nas implicações, não só monetárias associadas aos divulgação das boas práticas da nossa indústria.
acidentes de trabalho que penalizam toda a Sociedade
em geral. Neste número da nossa Info dedicado à SHST, estamos,
mais uma vez, a divulgar o que se faz nas Empresas,
Para a evolução que se tem verificado, foi fundamental nas Escolas e, pela qualidade da participação obtida, é
a intervenção das Autoridades e da própria Sociedade possível observar a importância que este sector lhe dá.
Civil, através da implementação de Legislação, grande
parte dela por transposição de Directivas Comunitárias E continua a ser nas Escolas e na Educação, que po-
que referem a Organização da Segurança, Higiene e Saú- demos influenciar, de forma positiva, as mentalidades
de no Trabalho, nas Empresas, a Formação de Pessoas, a das pessoas.
Prevenção, a Protecção Colectiva e Individual, a Avalia-
ção de Riscos, os Planos de Emergência, os Simulacros e Porque as Pessoas, são o elemento fundamental para a
muitos mais aspectos. Mas também através da mudança alteração e melhoria dos padrões de Segurança Higie-
de mentalidades e da constatação no caso das Empresas, ne e Saúde no Trabalho.
que “A cultura de Ambiente, Segurança, Saúde e Gestão,
são assuntos intrinsecamente relacionados, uns não
existem sem os outros”, como poderemos ler num dos
artigos que publicamos (Pires do Amaral – GPS).
EDITORIAL / 03
EVENTOS TECNICELPA
Seminário METSO “Energy Saving in the Paper making environment”
17 de Maio 2012
8th International Paper and Coating Chemistry Symposium and International Paper Physics Conference
June 10-14, 2012 - Stockholm, Sweden
info@tecnicelpa a cores
1 número 3 números
Página A4 com texto e gravura 450,00 euros 1.000,00 euros
Inserter (90-100g/m2) uma face 450,00 euros 1.000,00 euros
Contra capa 700,00 euros 1.500,00 euros
1/2 Página A4 com texto e gravura 275,00 euros 620,00 euros
04 / NOTÍCIAS DA TECNICELPA
MIGUEL SANCHES - Formador
Seminário TECNICELPA
Tecnologias de Impressão
26 de Janeiro de 2012
Hotel dos Templários, Tomar e Gráfica “Almondina”, TNV
Há acções que valem bem a pena e esta foi uma dessas. A afluência foi concorrida, a participação
diversificada por inúmeras empresas e o interesse foi notório. Num dia que até se apresentou
com nevoeiro de manhã e acabou com chuva no momento da saída, contrastou imenso com
a motivação e interesse dos participantes.
NOTÍCIAS DA TECNICELPA / 05
Seguiu-se o almoço no formato Buffet, que permitiu às
pessoas uma circulação constante e a continuação de
animadas conversas cruzadas.
06 / NOTÍCIAS DA TECNICELPA
Seminário TECNICELPA
Os 7 Hábitos
das pessoas altamente eficazes
28 de Março de 2012
Hotel dos Templários, Tomar
NOTÍCIAS DA TECNICELPA / 07
No almoço, foram proporcionados bons momentos, quer
de degustação, quer de convívio, uma vez que estes mo-
mentos primam sempre pela troca de conhecimentos
pessoais, alegre discussão de opiniões e acima de tudo
pelo contacto e conhecimento de novas pessoas.
MOVIMENTO ASSOCIATIVO
Sócios Individuais Sócios Colectivos
Admitidos: 6 Admitidos: 0
Excluídos: 5
• Telmo José Domingues Fatela;
Fapajal
• Nuno Filipe Constâncio Rodrigues;
Universo Actual de Sócios
grupo Portucel Soporcel INDIVIDUAIS: 344
• Ana Filipa Martins Lourenço; COLECTIVOS: 81
Universidade de Coimbra
• Gustavo Duarte;
Universidade de Coimbra
• Luís Pedro Camisão da Silva Caio Vieira;
grupo Portucel Soporcel
• Ana Isabel Nogueira da Rocha;
grupo Portucel Soporcel
Excluídos: 3
08 / NOTÍCIAS DA TECNICELPA
Assembleia Geral 2012
28 de Março de 2012
Hotel dos Templários, Tomar
A Assembleia Geral é o acto de maior importância da vida da associação. Tendo normalmente a regularidade anual,
permite a reunião de todos os seus sócios individuais efectivos e honorários. Aqui são transmitidos os resultados
do que foi feito no passado e perspectivadas as acções futuras, sendo também deliberada a vida e a continuidade
deste grupo.
ANTÓNIO PRATES
Novo Presidente do Conselho Directivo
da Tecnicelpa, transmitindo perspectivas
das acções futuras.
NOTÍCIAS DA TECNICELPA / 09
Passagem do testemunho
10 / NOTÍCIAS DA TECNICELPA
OPINIÃO
CARLOS BRÁS
Contributos
para o objectivo de
ZERO ACIDENTES
A operação e a manutenção de equipamentos fabris nas mais elevado. Na primeira haverá menos perigos mas
fábricas de pasta e de papel configuram, per si, situa- um risco mais elevado, na segunda maior perigo mas
ções de perigo e de risco eminente para a saúde e in- menos risco. Contudo não é fácil encontrar uma rela-
tegridade física dos respectivos trabalhadores. Com o ção lógica entre número de acidentes e a gravidade
desenvolvimento tecnológico, o perigo aumentou, mas dos mesmos e a idade das instalações. A reacção das
simultaneamente, o risco foi muitíssimo mitigado, prin- pessoas funciona em função das circunstâncias, isto é,
cipalmente pela introdução de mecanismos de protecção do meio envolvente. É natural que uma pessoa que tra-
às pessoas, quer ao nível da criação de barreiras físicas, balhe numa fábrica antiga, tenha uma maior percepção
quer ao nível de mecanismos automáticos que impedem do perigo e portanto tenha uma posição mais defensi-
que certas operações sejam efectuadas sem que estejam va. Pelo contrário, aquela que trabalha numa fábrica
reunidas as necessárias condições de segurança. moderna e sofisticada tende a ter uma atitude mais fa-
cilitadora. Isto também se aplica às instalações arru-
Mesmo com o aumento de exigência das normas, leis e madas e limpas em oposição às desarrumadas e sujas.
regulamentos, aplicáveis logo à concepção, projecto e fa- A arrumação e limpeza transmitem uma ideia de rigor
brico dos equipamentos, continua o factor humano a ser e de organização, induzindo no próprio indivíduo uma
determinante na ocorrência dos acidentes de trabalho. maior consciência em relação aos cuidados que ele tem
que ter nas suas tarefas. Opostamente, trabalhar num
As razões para a ocorrência dos acidentes de trabalho ambiente desorganizado, sujo e desarrumado, induz
são inúmeras, podendo ser divididas entre as que de- no trabalhador uma ideia de inexistência de rigor, com
correm do mau estado ou das condições deficientes maior probabilidade da realização de tarefas de uma
dos equipamentos, as que estão relacionadas com as forma negligente, logo propícia ao acidente.
condições ergonómicas em que são realizadas determi-
nadas operações, aquelas que são consequência do não Nas fábricas de papel em que existam equipamentos
cumprimento das boas regras e práticas ou das normas para corte e embalagem de bobinas e de folhas, as
e procedimentos de segurança ou ainda as que são ape- condições ergonómicas têm uma importância redobra-
nas o fruto de facilitismo na execução de uma tarefa. da. Nestas áreas ocorrem muitos acidentes de índole
músculo-esquelética, derivados de esforços efectuados
Realizar um conjunto de operações numa fábrica antiga com posturas corporais não correctas. Em muitos casos
ou fazê-lo numa fábrica moderna, não é necessariamen- este tipo de operações pode ser efectuada com postu-
te a mesma coisa, no que às condições de segurança diz ras mais correctas, noutros é difícil evitá-las. A título de
respeito. Na primeira existirão menos mecanismos de exemplo não está isenta de riscos a remoção de uma
segurança, mas na segunda o ritmo será com certeza caixa de resmas A3, com 25 kg, de uma linha cut size,
12 / NOTÍCIAS DA TECNICELPA
com os braços a fazerem esforço em suspensão, isto é, a pressa é inimiga da segurança. Facilitar a realiza-
ao nível do peito. Neste caso o aconselhável é sempre o ção de uma tarefa sem tomar as devidas precauções é
recurso a uma ajuda extra, chamando um colega de tra- propiciador do acidente. A principal responsabilidade
balho. É recomendável uma correcta análise das condi- pela segurança individual é do próprio. A informação
ções ergonómicas dos postos de trabalho, introduzindo criteriosa sobre o ambiente de trabalho é muito impor-
correcções físicas ao nível do espaço e do equipamento tante, mas não é suficiente para evitar os acidentes.
e fornecendo aconselhamento sobre a melhor forma de Cabe ao individuo fazer a avaliação constante dos pe-
realização das diferentes tarefas. rigos e riscos existentes, decidindo, em cada momento
a forma de actuar, garantindo a sua segurança e a dos
O cumprimento das normas e procedimentos de segu- próximos.
rança é condição necessária, mas não suficiente, para a
não ocorrência de acidentes. Incluem-se nestes casos a É aqui que chegamos ao factor que faz a diferença
consignação de equipamentos e o seguimento rigoroso entre uma organização preocupada com a segurança
de regras estabelecidas durante a fase de análise dos e os acidentes e a sua antítese. Este factor chama-se
perigos e avaliação dos riscos. O desrespeito por estes cultura organizacional de segurança. Numa empresa
princípios pode ser fatal. É neste contexto que acon- industrial, a segurança e os acidentes de trabalho de-
tecem geralmente os acidentes mais graves, por vezes verão constar como principal valor da organização. O
mortais. As paragens prolongadas de equipamentos e grau com que a organização absorve e interioriza este
instalações com a intervenção de muita gente em ta- valor depende essencialmente do nível de importância
refas de manutenção, de diferentes empresas, são pro- que lhe é conferido pela administração e pela estrutura,
pícias a acidentes graves se não tiverem sido cumpri- numa perspectiva de divulgação do topo para a base. A
das todas as etapas exigidas para uma intervenção em comunicação e divulgação pelo exemplo, a existência
segurança: bom conhecimento da instalação, levanta- de indicadores de topo que monitorizem permanente-
mento claro de todos os perigos relacionados com a in- mente o nível e gravidade de acidentes e as respectivas
tervenção e respectiva avaliação do risco, planificação acções de prevenção e correcção e a colocação deste
exaustiva dos mecanismos para a mitigação dos riscos assunto na agenda diária em todos os níveis da organi-
e cumprimento objectivo do planeado. zação, são aspectos que têm, com toda a certeza uma
contribuição efectiva na eliminação dos acidentes de
Do mesmo modo, as operações realizadas no dia a dia, trabalho. O combate contra os acidentes de trabalho
que envolvam maior risco, deverão estar sujeitas ao nunca tem fim, o que significa que seja entendido como
“pare, escute e olhe”, que é o mesmo que dizer “pen- uma batalha permanente.
sar antes de agir”. Não raras vezes se torna claro que
NOTÍCIAS DA TECNICELPA / 13
OPINIÃO
CELSO FOELKEL
Tecnologias,
Segurança
& Sustentabilidade
Até pouco tempo atrás, as fábricas de celulose e papel e estratégias englobando: modernizações tecnológicas
tinham enormes dificuldades e desafios diários para das máquinas, tornando-as mais eficientes, automatiza-
manter a estabilidade nas operações e a continuidade das e seguras; pessoas mais qualificadas, treinadas e
operacional. As quebras e paradas de equipamentos conscientizadas; gestores mais eficazes em tomar de-
eram constantes e seguidas, com nefastas consequên- cisões e em implementar programas; implantação de
cias para o negócio e para as pessoas que operavam programas de qualidade e produtividade; certificações
e gerenciavam as mesmas. Os problemas de manu- de sistemas de gestão, ao exemplo das normas ISO
tenções envolviam e enredavam as pessoas em situa- 9001 e 14001, OHSAS 18001, etc. O que era antes tra-
ções muitas vezes desesperadoras. A insegurança nas tado como uma busca por reduzir custos e tentar man-
operações acabava se refletindo no maior risco às ter as fábricas funcionando, passou a ser gerenciado
pessoas e ao meio ambiente; isso sem falar no pró- como otimização de custos, maximização de resultados
prio negócio, que tinha mais dificuldades para resul- empresariais e sustentabilidade. O amplo envolvimento
tar bem. A constante perda de toneladas de produtos das pessoas foi vital para que as fábricas mudassem.
não-fabricados em razão das instabilidades nos pro- A busca de novos conhecimentos, a postura comporta-
cessos resultava em reduções substanciais nas recei- mental, os desafios e os compromissos e a utilização de
tas e aumento dos custos de produção e da poluição ferramentas gerenciais eficientes foram gradualmente
industrial (matérias-primas desperdiçadas). Além dis- sendo introduzidos na gestão das empresas. Pessoas
so, os acidentes ambientais eram até que frequentes, passaram a serem vistas não mais como operadoras,
prejudicando a qualidade ambiental, a relação com as mas como gestoras de máquinas e de processos, tendo
comunidades e a imagem das empresas e do setor. So- responsabilidades muito maiores do que apenas man-
mavam-se aos acidentes ambientais, os acidentes com ter as máquinas e as fábricas operando.
pessoas, que trabalhavam sob pressão e em situa-
ções de maior risco. Apesar de algumas recaídas recentes na gestão das pes-
soas em nossas empresas, o importante é que as “em-
Muito esforço foi colocado no setor celulósico-papelei- presas” descobriram que o que realmente as identifica
ro para solucionar, ou pelo menos minimizar, os proble- são as pessoas que fazem parte de seu corpo, dando-
mas relacionados à eficiência operacional e à estabilida- -lhes vida e sabedoria. Na verdade são as pessoas que
de e integração nos processos fabris. O sucesso acabou fazem as empresas. Não existe um ente invisível chama-
sendo conquistado através de um somatório de ações do empresa que pode ser acionado por uma varinha
14 / NOTÍCIAS DA TECNICELPA
de condão ou por um botão em um painel. Tampou- Atualmente, o setor de celulose e papel ainda possui
co devemos culpar ou reverenciar empresas pela sua uma variedade ampla de fábricas e tecnologias. Ao
atuação, já que tudo o que uma empresa planeja e faz mesmo tempo em que existem fábricas estado-da-arte
é resultante das pessoas dessa empresa. Caso as pes- em termos tecnológicos, existem fábricas mais anti-
soas de uma empresa sejam substituídas por outras, gas e com indicadores de eficiência e desempenho
com certeza ela mudará seu comportamento e desem- ainda sofríveis. Algumas batalham duramente para
penho - pode ser em uma direção positiva ou mesmo crescer, outras para sobreviver. Em ambos os casos,
oposta. serão as pessoas que aceitarão os desafios e ajudarão
a que novas rotas de sucesso (ou fracasso) sejam en-
Atualmente, as pessoas das empresas estão focadas contradas.
na gestão da sustentabilidade, que coloca as pessoas,
o ambiente e o negócio no mesmo plano de valor. Isso Já que dependemos tanto das pessoas, porque ainda
tem agregado muita qualidade social para essas pes- existem gestores que não descobriram isso? Porque
soas que vivem e constroem as empresas. De um mo- será que em algumas empresas, regiões e mesmo paí-
mento para outro, passaram a ter novas denominações, ses as pessoas não são tão valorizadas como em ou-
na tentativa de identificar melhor o que elas realmente tras? Seria apenas porque somos humanos e com os
são para as empresas: de empregados ou trabalhado- nossos tradicionais e conhecidos pecados mortais e ca-
res, passaram a serem chamadas de funcionários, cola- pitais? Ou porque faltam diálogo, interação, integração,
boradores, recursos humanos, capital humano, capital respeito, segurança e metas entre e para as pessoas?
intelectual, etc. Enquanto no passado a forma de medir Cabe às pessoas das empresas e não às empresas tra-
desempenhos eram os índices de produtividade, a mo- balharem isso, vocês concordam?
dernização da gestão passou a associar desempenhos
com resultados, comportamento, postura, comprometi-
mentos e iniciativas. Enfim, as empresas mudaram por-
que as pessoas mudaram.
NOTÍCIAS DA TECNICELPA / 15
SEGURANÇA NAS INDÚSTRIAS DA PASTA E DO PAPEL
ANÁLISE DO CONFORTO
TÉRMICO NA INDÚSTRIA DO PAPEL
Martins, A. Quental1, Baptista, J. dos Santos2, Diogo, M. Tato3
CIGAR/ Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Portugal,
Email: 1 quental.martins@portucelsoporcel.com; 2 jsbap@fe.up.pt; 3 tatodiogo@fe.up.pt
RESUMO: Este artigo relata um trabalho desenvolvido com o objectivo de recolha e tra-
tamento de dados no sentido de dimensionar o fardamento para os trabalhadores da in-
dústria do papel. Foram recolhidos dados do ambiente térmico em trinta pontos escolhidos
no sentido de serem representativos do conjunto de postos de trabalho considerados mais
críticos. Os dados foram tratados com recurso às normas, sendo o PMV e o PPD calculados
para que o resultado médio ao longo do turno fosse respectivamente zero e 5%. De seguida
foi verificada a variação dos valores dos parâmetros referidos ao longo do tempo no senti-
A. QUENTAL MARTINS do de validar as opções tomadas e proceder aos ajustes necessários. Dos resultados obtidos
procedeu-se ao dimensionamento do vestuário.
1. INTRODUÇÃO
Desde os tempos mais remotos que o homem, na sua equipamentos, existem situações em que é necessária a
evolução histórica, foi criando, quer direta, quer indi- deslocação dos trabalhadores para execução de tarefas
retamente, de forma consciente ou inconsciente, con- de atuação junto dos mesmos.
dições de conforto térmico de modo a melhorar a sua
qualidade de vida. A partir da revolução industrial, com Colocada a questão de definir as especificações para
as exigências por ela criadas, o número de estudos o fardamento do pessoal, tornava-se necessária uma
científicos sobre conforto térmico aumentou (Chrenko, optimização de resultados numa perspectiva multicri-
1974) e hoje, nas sociedades modernas, a procura de tério, com o duplo objectivo de maximização do con-
bem-estar já faz parte do quotidiano. forto dos trabalhadores e de minimização de custos de
implementação das medidas.
Preocupada com esta problemática, a SOPORCEL S.A.
promoveu um estudo na sua fábrica da Figueira da Foz, A solução passou por várias fases. Em primeiro lugar,
sabendo que a produção de papel exige a criação de pela identificação dos locais de trabalho mais significati-
condições particulares de temperatura e humidade que vos e mais críticos, onde foram realizadas medições de-
nem sempre são coincidentes com as necessárias ao talhadas ao longo de cada turno. De seguida, procedeu-
conforto humano. -se ao tratamento dos dados, de acordo com as normas
ISO 7730:2005(E) “Ergonomics of the thermal environ-
As condições em que o trabalho é executado podem ment – Analytical determination and interpretation of
ser sintetizadas em dois grandes grupos. Um primeiro thermal comfort using calculation of the PMV and PPD
em que os trabalhadores estão expostos a diferentes indices and local thermal comfort criteria” e a ISO 7726
condições de conforto térmico ao longo do dia, em fun- (1998) - “Ergonomics of the thermal environment – Ins-
ção das condições climáticas exteriores e, um outro, em truments for measuring physical quantities”. Por fim,
que, apesar da sofisticação de muitos dos postos de tra- efetuou-se o cálculo e a escolha das peças de vestuário
balho e das possibilidades de atuação remota sobre os a incluir no fardamento, de acordo com os resultados.
Na aquisição e tratamento de dados foram utilizados o EXCEL e o programa INFOGAP Vers. 2.20 Cod. MW 6501
da LSI, de acordo com as normas internacionais ISO.
Foram recolhidos dados em 30 locais estrategicamente definidos, identificados na tabela 1. A seleção dos locais
teve por base a informação anual dada pelos responsáveis das diferentes áreas fabris. Em todos os locais foram
recolhidos dados com intervalos de 100 segundos durante oito horas.
LOCAL DESCRIÇÃO
Em que:
• M é a taxa metabólica (W/m2);
• W é o trabalho mecânico efetivo (W/m2);
• pa é a pressão de vapor de água (Pa);
• ta é a temperatura do ar seco (° C);
• tcl é a temperatura à superfície do vestuário (°
C).
• tr é a temperatura radiante média (° C);
• fcl é o factor de superfície de vestuário;
• Icl é o factor de isolamento) térmico do vestuário (m2 K/W);
• var é a velocidade do ar (m/s);
• hc é o coeficiente convectivo de transferência de calor [W/(m2 K)];
O cálculo da temperatura radiante média é efetuado a partir da temperatura de globo (tg) e da temperatura am-
biente. Na presença de convecção natural o cálculo faz-se a partir da expressão
e de
Se hcg1>hcg2 então aplica-se a expressão de convecção natural, caso contrário a de convecção forçada.
O cálculo do vestuário, em clo, foi efectuado de modo a que o valor médio do PMV ao longo das 8 horas do turno
fosse zero, considerando um valor do metabolismo (M) de 1,2met.
Na figura 3 e na figura 4 é possível observar a evolução das condições de conforto, respectivamente, dentro e fora
de um ambiente controlado. A primeira constatação óbvia prende-se com a amplitude das condições de conforto
registadas. No exterior da sala as diferenças registadas são muito superiores, uma vez que estão dependentes da
Figura 5 – valores do PMV e PPD na sala de controlo da zona húmida do piso da PM2
Figura 6 – valores do PMV e PPD na zona húmida do Piso da PM1, junto ao pilar K9
Do trabalho realizado podem ser retiradas conclusões Complementarmente, mas não menos importante, é
a vários níveis. possível avaliar a variação das condições de conforto ao
longo do dia nos postos de trabalho em que não é pos-
De uma forma geral é possível constatar padrões de sível implementar medidas de climatização que mante-
comportamento característicos para os diversos pontos nham essas condições constantes. São disso exemplo
de medição. as medições efectuadas no exterior da sala de controlo
da bobinadora 1 (figura 4) e na zona húmida do piso da
De um ponto de vista de controlo é possível verificar máquina de papel 1 (figura 6). Na primeira, é possível
que a monitorização do ambiente térmico permite, detectar a variação das condições de conforto entre o
de uma forma indireta, verificar o comportamento do final da tarde e a noite. Na segunda, junto da máquina
processo produtivo através do número de vezes que as do papel, são notórias as condições de trabalho em que
portas das salas de controlo são abertas. os técnicos têm de operar quando é necessária uma in-
tervenção nesse equipamento.
No que toca ao vestuário de trabalho, é possível definir
com clareza o vestuário base para cada posto de traba- Face ao exposto pode ser concluído que do controlo do
lho, bem como identificar peças complementares que ambiente térmico pode advir informação relevante não
permitam garantir, a cada momento e em cada local só no sentido da caracterização das condições de con-
do respectivo posto, um maior ou menor isolamento forto, como também para o seu controlo e, consequen-
térmico. temente, para a melhoria das condições e rendibilidade
do trabalho. Em paralelo pode fornecer informação re-
levante sobre a própria operação industrial.
A. M. Quental Martins *
* - Notas do Autor
1. Este artigo foi feito a partir da Tese de Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais, que o Autor
concluiu na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto;
2. Foi apresentado pelo Autor no 6º Congresso Luso-Moçambicano de Engenharia e III Congresso de Engenharia de
Moçambique, que teve lugar em Maputo, de 29 de agosto a 2 de setembro de 2011;
3. Está publicado (um resumo) no livro do Congresso, intitulado “A Engenharia como alavanca para o desenvolvimento
e sustentabilidade”, págs. 821 e 822 – Edições INEGI;
4. Por fim, um agradecimento muito especial aos Professores João Santos Baptista e Tato Diogo, da Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto, que colaboraram activamente na elaboração deste artigo.
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p.51-86.
A. CARDOSO
Responsável pela Gestão da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho da Prado Karton
GESTÃO DA SEGURANÇA,
HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO
NA PRADO KARTON, S.A.
Nos primórdios da industrialização do País, a 2 de Junho de 1772, por alvará do Marquês de Pombal, sob a égide
de D. José I, no sítio do Prado (arredores de Tomar), iniciou-se a produção de papel.
Se por um lado a evolução da técnica permite melhorar Se há algumas décadas era pouco relevante para a sua
a qualidade de vida dos trabalhadores e possibilita as imagem o número de acidentes de trabalho que ocor-
empresas um maior grau de produtividade, traz tam- riam na empresa, hoje tal facto já não acontece, o au-
bém associado o aparecimento de novos perigos no tra- mento da segurança e a consequente diminuição dos
balho, cabendo a todos contribuir com métodos eficazes acidentes e doenças profissionais atribuídos a elas tra-
capazes de os eliminar ou minimizar, só desta forma se duz-se em ganhos que se reflecte ao nível da produtivi-
conseguira anular ou minimizar as consequências pro- dade, qualidade, competitividade e pelo bom nome da
venientes dos acidentes de trabalho. empresa no mercado, determinante actualmente pelo
mercado cada vez mais globalizado.
Estes métodos de eliminação ou redução terão que es-
tar presentes durante toda a vida útil das empresas, es- As perdas e as implicações dos acidentes de trabalho
tabelecendo metas temporais e constante com vista à e das doenças profissionais apresentam sobre os as-
identificação dos perigos, analise e avaliação dos riscos pectos sociais e económicos assumem hoje proporções
e controle dos mesmos, proporcionando um correcto muito relevantes e que cada vez mais não podem ser
Sistema de Gestão ao nível da Segurança, Higiene e negligenciadas, pois interferem ao nível do Estado, da
Saúde no Trabalho. Comunidade, das organizações e em último e não me-
nos importante na família.
A Segurança a Higiene e a Saúde no Trabalho são áreas
intimamente ligadas tendo no seu conjunto o objectivo É requisito importante da Prado Karton – Companhia
primordial o estabelecimento de melhores condições de Cartão, S.A. que os seus colaboradores se sintam
de trabalho, possibilitando assegurar o bem-estar físi- bem na execução das suas tarefas, estabelecendo boas
co, psíquico e mental dos trabalhadores. condições ao nível de Segurança, Higiene e Saúde no
Trabalho.
O estabelecer de sistemas coerentes de identificação,
analise, avaliação e controle de todos os factores que É desta forma que Prado Karton encara todos os pon-
possam por em risco os trabalhadores, proporciona- tos e aspectos relacionados com a Segurança, Higiene
-lhes condições de trabalho ideais, visando também a e Saúde no Trabalho procurando assegurar aos seus
aplicação e a adopção por parte destes de comporta- trabalhadores as melhores condições de Segurança, Hi-
mentos e medidas preventivas. giene e Saúde para todos e em todos os aspectos rela-
cionados com o trabalho.
- Velar pela sua Segurança, Higiene e Saúde, Na política de Gestão Integrada a Administração pro-
bem como pela dos outros que possam ser afectadas cura que todos os colaboradores estejam sensibilizados
pelas suas acções ou omissões no trabalho; para a Prevenção dos Acidentes de Trabalho e para a
Preservação dos Equipamentos, sejam estes de traba-
- Empregar correctamente e segundo as instruções lho ou de âmbito social.
transmitidas pela empresa, no que se refere a:
As questões de segurança são hoje encaradas com preo-
- Máquinas; cupação, pois é por via delas que os acidentes de tra-
- Aparelhos; balho e as doenças profissionais deixaram por si só ser
- Instrumentos; factor determinante na tomada de decisões/medidas
- Substâncias perigosas; no que se refere à segurança.
- Outros equipamentos;
- Meios colocados à sua disposição (Equipamentos Tendo como base o anterior é dessa forma que a Prado
de Protecção Colectiva e Individual); Karton, S.A. encara a Segurança, Higiene e Saúde no
- Cumprimento dos procedimentos de trabalho Trabalho, sendo uma componente e um dos seus objec-
estabelecidos. tivos à qual a organização dedica particular atenção.
- Cooperar com a empresa para a melhoria do Sis- Esta preocupação é fomentada e transmitida a todos,
tema de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho; envolvendo-os activamente, através de um esforço em-
presarial, proporcionando a todos o acesso à Forma-
ção / Informação.
A IMPORTÂNCIA
DO ENSINO DAS TEMÁTICAS DA
SEGURANÇA HIGIENE E SAÚDE DO TRABALHO
João Carlos Oliveira Matias 1 e Ana Maria Brunhoso Pinto 2
1
Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior (UBI) - DEM; matias@ubi.pt
2
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (IPL/ISEL) – DEM; Doutoranda em EGI na UBI;
aberger@dem.isel.ipl.pt
1. INTRODUÇÃO
O mundo industrializado contemporâneo, a par do pro- No caso português, existe uma grande dependência da
gresso tecnológico, que envolve novos e dinamizado- legislação portuguesa a partir da legislação da União
res processos, faz intervir materiais inovadores e gera Europeia (UE). As áreas mais representativas desta
novos produtos, tem simultaneamente sido palco de dependência são a Legislação Genérica e os Equipa-
disfunções técnico organizacionais que conduziram a mentos de Protecção Individual, onde a totalidade dos
acidentes com consequências preocupantes, tanto no documentos legais são derivados da UE. De facto não
interior dos próprios estabelecimentos industriais, con- existe nenhuma surpresa, porque estas são áreas prio-
substanciadas em danos materiais e humanos, como no ritárias da UE. No primeiro caso, porque o objectivo
exterior, envolvendo populações e ambiente. do quadro normativo europeu é a melhoria das condi-
ções de trabalho em todos os estados membros e, no
Na convicção de que o desenvolvimento industrial é segundo, porque os EPI’s são uma área fundamental
uma componente essencial do desenvolvimento eco- da harmonização do mercado único. Contudo, para as
nómico, do bem estar social e da competitividade das restantes áreas, apesar da menor dependência, a mé-
nações (Porter, 1985), mas, simultaneamente, envol- dia da dependência é significante (61%). No que diz
vendo riscos que exigem o planeamento adequado, respeito às normas voluntárias, e em termos gerais, é
muito especialmente – no que se refere à prevenção e possível observar uma menor dependência das normas
ao controlo – a nível internacional, tem vindo a cons- portuguesas relativamente às normas UE, mas a média
truir-se o edifício normativo que visa regulamentar é relevante (maior que 50%). Também aqui, os EPI’s são
as actividades industriais e outras, os materiais por a área mais representativa (97,67%), sendo o motivo
elas usados e os produtos obtidos (acompanhando o o mesmo referido anteriormente (Matias et al., 2008).
ciclo de vida do produto, incluindo o processo de re-
ciclagem). O adequado tratamento da vertente segurança e saúde
do trabalho e de protecção do ambiente a nível indus-
Ao nível de cada país, os governos procuram instituir trial faz apelo à adopção de sistemas de gestão inte-
políticas nacionais de protecção do ambiente e da se- gradores da prevenção de riscos, os quais, numa abor-
gurança concretizadas em princípios, critérios e pro- dagem pela Gestão pela Qualidade Total, encontram
cedimentos para os diversos sectores da actividade domínio privilegiado de concretização, quer ao nível da
económica, observando as orientações emanadas das organização – nos aspectos de cultura, de gestão e de
instâncias internacionais, cuja efectiva obrigatoriedade natureza estritamente técnica, envolvendo este todo o
dependerá do seu vínculo político a essas mesmas ins- ciclo (concepção, projecto, instalação, exploração, ma-
tâncias (ex: directivas quadro emanadas da União Euro- nutenção e desactivação final segundo padrões de qua-
peia e as convenções da Organização Internacional do lidade reconhecidos) –, quer através da qualificação dos
Trabalho). recursos humanos.
A prevenção dos riscos profissionais baseia-se na ava- Dada a multidisciplinaridade da SHST - tanto conside-
liação de riscos. Nesse aspecto destacamos a importân- rada nos seus aspectos internos (segurança, saúde e
cia dos profissionais da área, técnicos de segurança do higiene do trabalho e, ainda, segurança de instalações
trabalho (Certificados de Aptidão Profissional 3 e 5, no e equipamentos) como externos (segurança das popu-
caso de Portugal), e técnicos da medicina e enfermagem lações, saúde pública e segurança ambiental) – os futu-
do trabalho que actuam na eliminação ou redução dos ros engenheiros, arquitectos, advogados, profissionais
riscos, prevenindo as doenças profissionais ou impedin- de saúde, de gestão e dirigentes terão de ter em conta
do o seu agravamento. Contudo, consideramos não ser aspectos relacionados com a SHST, na sua vida profis-
possível uma prevenção efectiva (eficiente e eficaz) sem sional, pelo que esta temática enquadra-se no conjunto
o empenhamento e colaboração activa de todos os en- das matérias que devem integrar a sua formação, quais-
volvidos no processo, desde a gestão de topo (que além quer que venham a ser as vertentes da sua actuação
de fornecer os meios para ser efectuada uma avaliação profissional (Simões et al., 2008; European Agency for
de riscos e implementação das medidas de segurança Safety and Health at Work, 2009).
preconizadas – conforme está previsto no artigo 15º
do Decreto-Lei nº 102/09, de 10 de Setembro - deve Na introdução da SHST e prevenção de riscos profissio-
acompanhar o processo, afectando-lhe constantemente nais nos programas escolares (Parsons et al., 2002) é
os recursos necessários para melhorar continuamente frequentemente adoptada uma abordagem de parceria
as condições de trabalho, numa prespectiva de melho- sólida, envolvendo organismos tais como autoridades
ria contínua, não se limitando a cumprir a legislação competentes em matéria de SHST e autoridades res-
em vigor - ex: os valores limites de exposição ao ruído, ponsáveis pela elaboração dos programas escolares,
vibrações, contaminantes químicos, cargas, etc.) aos fig.1. À medida que os programas escolares nacionais
trabalhadores (que informados, formados e sensibiliza- vão evoluindo, as autoridades competentes no domínio
dos – também como está previsto no artigo 19º e 20º da SHST também têm de estar aptas a influenciar e a
do Decreto-Lei 102/09, de 10 de Setembro e artigo participar neste processo.
Ao nível do ensino primário e secundário, em que existe Os casos apresentados no relatório OSH in the scho-
uma convergência nas disciplinas nucleares e objecti- ol curriculum: Requirements and activities in the EU
vos de aprendizagem dos Estados-Membros da União Member States (EASW, 2009) mostram que estão a ser
Europeia, o ensino da prevenção de riscos profissionais adoptadas várias medidas e vários métodos para inte-
e a SHST ainda não são, em regra, tratados como dis- grar a SHST em diversas disciplinas do ensino superior.
ciplinas isoladas, estando a ser aproveitadas oportuni- Além disso, os referidos casos demonstram que, con-
dades para integrar estas matérias nos objectivos de soante as circunstâncias, podem ser adoptadas várias
aprendizagem de outras disciplinas relevantes constan- abordagens e exploradas diversas oportunidades.
tes dos programas escolares (ciências, educação física,
cidadania).
A actividade de integração é mais frequente:
A integração da SHST em cursos de nível superior (não
considerando as licenciaturas e pós-graduações espe- • em áreas em que a legislação nacional sobre SHST
cíficas) está menos desenvolvida que em outros níveis atribui responsabilidades específicas a determinados
de ensino, sendo a principal razão a autonomia de que profissionais, tais como aqueles que participam em
dispõem as instituições de ensino superior. As acções projectos de engenharia civil;
tendo em vista a inclusão de unidades curriculares (UC)
de SHST em cursos relevantes, como a engenharia ou a • nos casos em que a lei estabelece requisitos de
gestão de empresas são, por esse motivo, de natureza formação para os técnicos de segurança, que incluem
ad hoc, dependendo na maioria da vezes do interesse um curso superior;
de determinados professores ou profissionais interes-
sados no seio das instituições (a UBI – DEM e o ISEL • nos casos em que a universidade dispõe de um de-
– DEM são das primeiras escolas de engenharia, em partamento académico dedicado à SHST, o que acon-
Portugal, a introduzir as matérias respeitantes à SHST) tece com mais frequência nas universidades técnicas;
3 – CONCLUSÕES
Com os pressupostos expostos pretende-se que os Não nos podemos esquecer que o público alvo do en-
alunos, ao concluírem a sua formação, adquiram com- sino superior serão profissionais responsáveis pela sua
petências que lhes permitam decidir de forma respon- segurança e pela segurança de outras pessoas (internas
sável, informada e adequada em contexto laboral real. e externas à organização), pelo que a sua formação nes-
Essas competências serão materializáveis através da tas temáticas resultará com certeza em profissionais
aplicação dos conceitos da SHST, continuamente enri- mais sensibilizados para actuar de forma a evitar / di-
quecidos com a experiência profissional de cada um. minuir os acidentes de trabalho e acidentes ambientais,
melhorando as condições de vida no trabalho e a quali-
Para reforçar o ensino em matéria de SHST nas esco- dade de vida das populações.
las e estabelecimentos de ensino superior, é necessário
integrá-la nos respectivos currículos, o que se torna di- Cultura de Segurança é uma premissa e, consequente-
fícil pois, entre outras razões, o “risco” não é visto como mente, a gestão da segurança é um instrumento essen-
um conceito académico. cial para a competitividade, socialmente sustentável,
das organizações.
4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2008), Universidade do Minho, Guimarães, Fevereiro, 7 e 8, 2008, pp.311-314.
A SEGURANÇA NA MANUTENÇÃO
PAULA SOFIA LIMA
Responsável de Higiene e Segurança da Fábrica de Cacia do grupo Portucel Soporcel
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO
Ao nível da indústria de pasta e papel é conveniente que
os níveis de atenuação média dos protectores de ouvidos
utilizados tenham em conta a protecção dos trabalhado-
res nas diversas áreas da fábrica mas também a execu-
ção das tarefas específicas de manutenção, por exemplo,
em oficina. Um dos métodos de determinação da exposi-
ção do trabalhador ao ruído é a utilização de um dosíme-
tro que mede a exposição ao ruído quaisquer que sejam
as flutuações. Será no entanto um valor aproximado da
realidade já que as tarefas e os locais de trabalho podem
variar substancialmente na mesma semana.
EXPOSIÇÃO A VIBRAÇÕES
EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES
MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS
(RISCOS ERGONÓMICOS E QUEDA DE OBJECTOS)
O trabalho de manutenção inclui também a necessida-
de de elevação de cargas pesadas como equipamentos,
máquinas ou ferramentas. As condições para elevação
de cargas não são sempre as ideais. As cargas podem
não estar muito acessíveis, o espaço de manobra ser
pequeno e haver necessidades específicas de aplicação
da força ou de movimentos repetitivos. Tudo isto pode
resultar num risco ergonómico com potencial para
lesões músculo-esqueléticas. No caso de movimenta-
ção manual de cargas, é essencial a formação dos tra-
balhadores nesta área para que conheçam as técnicas de
movimentação e os pesos máximos a movimentar.
TRABALHOS EM ALTURA
(RISCO DE QUEDA DE PESSOAS E DE OBJECTOS)
(trabalho em tubagem elevada, trabalho em coberturas,
trabalho no topo de tanques, acesso a equipamento ele-
vado, etc.).
RISCOS PSICOSSOCIAIS
Os trabalhadores da manutenção nas fábricas de pasta trabalho isolado, trabalho por turnos/fim-de-semana/
e papel podem experimentar situações de stress causa- /nocturno/on call, conhecimento limitado de lay-out
das pelos seguintes factores que devem ser controla- ou dos equipamentos/máquinas e formação insuficien-
dos: Pressão do tempo de execução, tecnologia comple- te para determinadas tarefas. A organização do traba-
xa combinada com situações fora de rotina, problemas lho e a formação são medidas de minimização destes
de comunicação (essencialmente com subcontratados), riscos.
CONCLUSÃO
Os riscos específicos de tarefas de manutenção podem monitorização (de condições ou acções), e a coordena-
ser largamente agravados pelos riscos da indústria onde ção de segurança na subcontratação são as formas que
são realizados os trabalhos. A avaliação de riscos, a co- a indústria tem procurado optimizar para a minimiza-
municação dos riscos através da formação e/ou infor- ção de incidentes, acidentes e doenças profissionais.
mação, a adopção de medidas de controlo dos riscos, a
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JACINTO PEIXOTO
Responsável de segurança da Europac Viana
A COMUNICAÇÃO
DE ACIDENTES NA EUROPAC
COMUNICAÇÃO DOS ACIDENTES
Investigação mais
Breve descrição do
detalhada do
acidente, eventuais Validação,
ALERTA acidente, causas,
ACIDENTE causas, medidas Relatório e
medidas
preventivas e dados
preventivas e
correctivas estatísticos
correctivas
preliminares
definitivas
Modelo Relatório
1.º alerta Flash
recolha final
acidente Acidente
dados
A primeira etapa consiste num aviso prévio - 1.º aler- Na segunda etapa é efectuada uma breve investigação
ta do acidente - do posto médico para os responsáveis do acidente, que é divulgado por um Flash informati-
hierárquicos do sinistrado, Director Geral, responsável vo, emitido pelo responsável de segurança para todas
de segurança, responsável de segurança da divisão e as hierarquias e destas para todos os trabalhadores da
do grupo. Pretende-se que, num período inferior a 12 unidade fabril. Pretende-se que, num período inferior
horas, todos estejam informados sobre o sucedido e se- ou igual a dois dias, todos estejam informados sobre o
jam tomadas as medidas imediatas de eliminação das sucedido. Após cinco dias todos os dados da investiga-
causas, caso se aplique. ção detalhada deverão estar reunidos, salvo casos de
FLASH ACIDENTE
Data : 22 Ago 2011 Fábrica : exemplo
Descrição do Acidente:
O trabalhador estava a cortar a apara de papel nas bobinas. Quando se preparava para
cortar a apara da bobina seguinte o x‐ato escapou‐se‐lhe da mão tendo caído e atingido o
joelho direito. Provocou ferida aberta. Acidente sem baixa.
Acções preventivas/correctivas:
‐ Substituição dos x‐atos existentes (com lâmina protegida/recolha automática);
‐ Sensibilização dos trabalhadores.
Este método de comunicação foi desenvolvido pela Os resultados obtidos nos últimos 2 anos demonstram
equipa de trabalho SFT – Safety Family Team, consti- uma descida muito significativa dos acidentes. A redu-
tuída pelos técnicos de segurança das fábricas e o Di- ção do índice de frequência (n.º acidentes com baixa
rector de segurança do grupo, perante o desafio de re- por cada milhão de horas trabalhadas) do grupo Euro-
duzir os acidentes de trabalho. pac foi de 56%.
JOÃO MARTINS
Gestão de Qualidade na Celtejo, SA - ALTRI
Se fossemos o “Alien – o 8º passageiro”, certamente um Assim sendo, o primeiro passo para definir um Plano
relaxante banho a uma temperatura de 50ºC e bem aci- de Batalha (leia-se Segurança) eficaz é conhecer bem as
dulado com ácido sulfúrico, depois de um longo dia de características do nosso inimigo, que os nossos serviços
trabalho a exterminar outros seres, seria muito apete- de inteligência (Aprovisionamentos) nos fazem chegar
cível. Para nós, Humanos, com a nossa química baseada sob a forma de relatórios secretos e frequentemente
em frágeis estruturas de carbono, isso seria, como se indecifráveis para os leigos, chamadas Fichas de Segu-
ilustra na foto, uma tortura brutal. rança.
Foto 2 – Reparação de fuga em linha de soda Foto 3 – Reparação de fuga na descarga do Digestor
Embora estas situações sejam tratadas ao nível da Con- Na avaliação de risco de exposição a produtos quími-
signação de Instalações, é importante não esquecer que cos, é fundamental evitar uma visão subjetiva, pois é
habitualmente, estamos a reduzir a probabilidade mas quase exclusivamente a nossa constituição biológica
não a gravidade, dado que um “pequeno espirro” de que marca as consequências em caso de acidente. Re-
hidróxido de sódio numa tubagem mal drenada pode sulta daí que a leitura atenta das Fichas de Segurança,
provocar cegueira permanente. seja um excelente ponto de partida para uma avaliação
de riscos eficaz.
ARTIGO DESCRIÇÃO
Embora seja matéria vasta e passível de vários arti- A prevenção de acidentes graves é uma corrida de fundo
gos técnicos, fica uma referência ao Regulamento (CE) em que jogam um papel fundamental todos os profissio-
nº1272/2008 – CLP; que obrigará, como se depreen- nais das fábricas de pasta e papel, uns pela sua atitude e
de do quadro seguinte, a uma mudança quase total da exemplo diário em matéria de segurança (ex: Trabalha-
sinalização relacionada com as substâncias perigosas dores das áreas de Produção e Manutenção) face a tra-
existentes nas fábricas de Pasta e Papel. balhadores de empresas externas e outros (ex: Técnicos
de Segurança) pela análise e criação de condições para
que tais acidentes não ocorram.
MUITO TÓXICO
- Explosivos instáveis H200 R28 - Oral H300
EXPLOSIVO
PERIGO
(R2, R3) - Explosivos, divisões 1.1 a 1.3 H201, H202, H203 R27 - Cutánea H310
Substância/mistura auto-reactivas, tipos A e B H240, H241 R26 - Inalação H330
PERIGO
Peróxidos orgánicos, tipos A e B H240, H241
Toxicidade aguda, categoría 3
R25 - Oral H301
TÓXICO
R24 - Cutánea H311
ATENÇÃO
TÓXICO
INFLAMÁVEL
(R12) Gases inflamáveis, categoría 1 H220 R60 R61 Toxicidade para a reprodução, categorías 1A, 1B H360
PERIGO
(R12) Aerossóis inflamáveis, categoría 1 H222 R39 STOT***, exposição única, categoría 1 H370
PERIGO
R12 Líquidos inflamáveis, categoría 1 H224 R48 STOT***, exposições repetidas, categoría 1 H372
ATENÇÃO
INFLAMÁVEL
Sem simbolo (R10) Aerossóis inflamáveis, categoría 2 H223 R68 Mutagenicidade em células germinais, categoría 2 H341
INFLAMÁVEL
ATENÇÃO
ATENÇÃO
NOCIVO
Sem classificação R62, R63 Toxicidade reprodutiva, categoría 2 H361
Pto. Inflam. 56-60°C Líquidos inflamáveis, categoría 3 H226 R68 STOT***, exposição única, categoría 2 H371
R48 STOT***, exposições repetidas, categoría 2 H373
R17 Líquidos pirofóricos, categoría 1 H250
Toxicidade aguda, categoría 4
INFLAMÁVEL
ALTAMENTE
ATENÇÃO
(R15) Substâncias/misturas que, em contacto com água, H260 R22 - Oral H302
PERIGO
PERIGO
R12
Substâncias/misturas susceptiveis de auto-aquecimento, H251
categoría 1 e categoría 2 H252
IRRITANTE
ATENÇÃO
ATENÇÃO
ATENÇÃO
e categoría 3 H272
R37 - Irritação das vías respiratorias H335
R8, R9 Sólidos comburentes, categorías 1, 2 H271, H272
e categoría 3 H272
Sem simbolo R67 - Efeitos narcóticos H336
Gases sob pressão
H280
ATENÇÃO
- Gás comprimido
H280
Sem classificação - Gás liquefeito
H281
- Gás liquefeito refrigerado
- Gás dissolvido
H280 PERIGOS PARA O MEIO AMBIENTE
ATENÇÃO
categoría 1
R50/53 Perigoso para o meio ambiente aquático, H410
ATENÇÃO
AMBIENTE
crónico, categoría 1
Sem símbolo R52/53 Perigoso para o meio ambiente aquático, crónico, categoría 3 Sem pictograma H412
–
* Baseada no Anexo I do Regulamento (CE) No 1272/2008 para todas as categorías de perigos com pictogramas GHS
** Baseada nos pictogramas do Anexo V do Regulamento (CE) No 1272/2008
Sem símbolo R53 Perigoso para o meio ambiente aquático, crónico, categoría 4 Sem pictograma H413
–
PIRES DO AMARAL
Responsável de Prevenção e Segurança do Complexo Industrial de Setúbal
grupo Portucel Soporcel
RESUMO
As emergências provenientes de acidentes com in- estruturação de resposta adequada e rápida para, na
cêndios, equipamentos, explosões, derramamentos de ocorrência de incidentes, minimizarem as suas conse-
substâncias químicas perigosas e tantas outras existen- quências. Nesse sentido, é de capital importância esta-
tes nas actividades industriais, vêm assumindo grande belecer uma adequada metodologia para a gestão do
relevância na sociedade quer pela consciencialização processo de controlo a emergências, visando garantir o
ambiental das empresas, quer pelas sanções previstas fornecimento das informações necessárias para melhor
através das legislações internacionais e nacionais. No definição da estratégia de resposta para as emergên-
cenário em que as empresas investem fortemente no es- cias, assim como envolver os elementos do sistema de
tabelecimento de parâmetros que reflictam a sua preo- Gestão de Ambiente, Segurança e Saúde.
cupação com as questões sócio-ambientais, de modo a
permitir uma convivência sustentável e garantir a sua A cultura de Ambiente, Segurança, Saúde e Gestão são
aceitação e manutenção no contexto socioeconómico. assuntos intrinsecamente relacionados, um não existe
A concretização da responsabilidade das empresas exi- sem o outro.
ge, além da estruturação preventiva de acidentes, a
Simplicidade – Ao ser elaborado de forma simples e concisa, será bem compreendido, evitando
confusões e erros por parte dos executantes;
Flexibilidade – Um plano não pode ser rígido. Deve permitir a sua adaptação a situações não
coincidentes com cenários inicialmente previstos;
Dinamismo – Deve ser actualizado em função do aprofundamento da análise de riscos e da
evolução quantitativa e qualitativa dos meios disponíveis:
Adequação – Deve estar adequado à realidade da empresa e aos meios existentes;
Precisão – Deve ser claro na atribuição de responsabilidades.
DINÂMICA DO ACIDENTE E SUA GESTÃO
Análise de risco e vulnerabilidade – que estima o tipo e a magnitude dos acidentes que possam ocorrer
Planeamento da resposta – que organiza a resposta a esses riscos, e que visa reduzir a vulnerabilidade
As instalações da Portucel - Complexo Industrial Setú- Segurança e Cadeia de Responsabilidade) aplicável a to-
bal localizam-se junto à cidade e porto de Setúbal, são das as actividades do Complexo Industrial de Setúbal.
marginadas a Norte pelo Estuário do Sado, a Sul pela
EN 10-4, a Nascente pelo Parque Industrial da Mitrena O Sistema de Gestão de Segurança do Complexo Indus-
e a Poente pelas instalações da SAPEC. trial de Setúbal abarca os aspectos ligados à Segurança,
Higiene e Saúde Ocupacional, bem como os princípios
O Grupo PortucelSoporcel tem uma Política integrada de Prevenção de Acidentes Industriais Graves. No seu
de Qualidade, Ambiente, Segurança e Cadeia de Res- desenvolvimento, é tida em consideração a legislação
ponsabilidade. vigente em matéria de SHS, assim como critérios de
boa prática sobre gestão da prevenção, de riscos labo-
Assim, directa e/ou indirectamente, esta Política de- rais e de acidentes industriais graves. Os referenciais
fine uma Política de Prevenção de Acidentes Graves, ISO 9001, ISO 14001 e NP4397 / OHSAS 18001 tam-
reflectida e aplicada nos diversos elementos (Manual bém são tidos em conta.
dos Sistemas de Gestão, Normas, Plano de Emergência
Interno, Procedimentos, Instruções Operativas, Regis- Para garantir que as directrizes descritas na Política
tos e outros documentos de trabalho) que constituem dos Sistemas de Gestão do Grupo Portucel Soporcel
o Sistema de Gestão de Segurança, que tem em vista a possam ser cumpridas e que o Sistema de Gestão de
Prevenção deste tipo de Acidentes. Segurança funcione, procedeu-se, em primeiro lugar à
identificação de todos os riscos que possam conduzir a
Para cumprir com os compromissos estabelecidos na acidentes graves, para posteriormente gerir a sua eli-
Política dos Sistemas de Gestão, a Portucel implementou minação ou, no mínimo, a sua redução, assegurando o
um Sistema de Gestão Integrado (Qualidade, Ambiente, processo de melhoria continua.
A avaliação dos riscos é o processo mediante o qual, o O Complexo Industrial de Setúbal possui um Plano de
Complexo Industrial de Setúbal obtém a informação ne- Emergência Interno, para controlar de uma maneira
cessária para a tomada de decisões apropriadas sobre rápida as situações anómalas que possam ocorrer no
a oportunidade de adoptar acções preventivas e qual o estabelecimento.
tipo de acções.
O Plano de Emergência Interno (PEI) é um conjunto in-
A avaliação qualitativa do risco no Complexo Industrial tegrado de dispositivos que, de uma forma estudada,
de Setúbal inclui a identificação de fontes de perigo, organizada e validada, determina a estrutura hierárqui-
potencialmente iniciadoras de acidentes graves, dividi- ca e funcional dos recursos internos e externos chama-
das por: dos a intervir perante uma situação considerada grave
para as pessoas, instalações e/ou o meio ambiente.
Fontes de Risco Externas – derivadas da existência de
Instalações Industriais adjacentes ou de outro tipo, de Este Plano estabelece um sistema de coordenação dos
factores naturais e/ou de factores sociais, que possam recursos humanos e materiais, tanto da empresa como
afectar directa e indirectamente a actividade e segu- externos.
rança do Complexo Industrial de Setúbal. Fontes de
Risco Internas – derivadas de perdas de contenção dos Todo o encadeamento adequado permite a prevenção
produtos armazenados, em diferentes equipamentos e e a actuação face a situações graves, catástrofes e cala-
infra-estruturas da instalação; de falhas em operações midades públicas.
envolvendo substâncias perigosas; de acidentes en-
volvendo veículos e equipamentos industriais móveis. Para a elaboração do PEI (Plano de Emergência Inter-
Análise dos riscos de operação das principais áreas no) foram identificados todos os possíveis pontos pe-
onde se encontram substâncias ou preparações perigo- rigosos e os riscos associados. A identificação inicial
sas, através do método HAZOP (Hazard & Operability baseou-se numa avaliação de riscos ao Complexo In-
Risk Analisys); dustrial Setúbal.
Como controlo operacional desenvolvem-se metodolo- À medida que se identifiquem novos cenários de emer-
gias para a avaliação de risco em situações de rotina, gência, devidos a novos perigos, são elaborados proce-
ocasionais e em actividades de processo do Complexo dimentos de actuação que se incorporarão no Plano de
Industrial. Emergência Interno.
CARTÃO DE SEGURANÇA
NA INDÚSTRIA DE PASTA E PAPEL (CSIP)
FORMAÇÃO DE TRABALHADORES EXTERNOS
DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NAS EMPRESAS
ASSOCIADAS DA CELPA
JOÃO REBOLA
Gestor do Departamento de Sistemas de Gestão da CELBI - ALTRI
NOTA INTRODUTÓRIA
Em 2011, as empresas associadas da CELPA ministra- adoptados, os trabalhadores externos ocupam várias
ram cerca de 34.000 horas de formação a trabalha- horas do seu tempo de presença física nas empresas
dores externos que prestam serviços nas respectivas em formação sobre assuntos que já lhes foram ante-
unidades fabris de pasta e papel, incidindo fundamen- riormente transmitidos.
talmente sobre temas de segurança e ambiente. Este es-
forço de formação e informação assume um peso bas- Atendendo à possibilidade de se obterem sinergias de-
tante significativo no trabalho de gestão de segurança correntes das acções de formação de saúde e seguran-
desenvolvido pelas empresas, pelo envolvimento direc- ça (SST), organizadas de forma concertada, e de ser do
to dos responsáveis técnicos, pelo volume de trabalho interesse geral garantir a qualidade dos prestadores de
no planeamento e execução das acções de formação e serviços nesta matéria, a CELPA decidiu-se pela dina-
pelas dificuldades de adesão das empresas externas e mização do “cartão de segurança na indústria da pasta
seus trabalhadores. Apesar das diferentes abordagens à e papel” (CSIP). O CSIP tem como referências funda-
realização de acções de formação pelas empresas asso- mentais a objectividade de um programa de formação
ciadas da CELPA, as matérias leccionadas a pessoal ex- orientado para a indústria da pasta e papel e a partilha
terno acabam por ser similares e recorrentes. Por outro da informação pelas empresas associadas.
lado, de acordo com os procedimentos comummente
Fonte: http://www.planetazul.pt/edicoes1/planetazul/desenvArti-
go.aspx?c=2250&a=21397&r=37&news=2104
60 / NOTÍCIAS DO SECTOR
Futuros artistas
pintam em telas de celulose
Os jovens estavam animados com a primeira aula prática
MATÉRIA-PRIMA
As placas de celulose não eram utilizadas para a pintu-
ra a óleo. Era possível usá-las apenas para pintar com
tinta acrílica. Mas, há três anos, a coordenadora resol-
veu arriscar após ganhar uma placa de celulose. O teste
deu certo. “Graças a um produto que é misturado à tin-
ta conseguimos fazer as pinturas a óleo”, explicou.
Portugal aparece como líder dos países inovadores mo- Para lá chegar, defendem muitos empresários e espe-
derados, à frente de concorrentes como a Espanha e a cialistas, é necessária uma estratégia orientada para os
própria Itália. E a tendência é para crescer mais, refor- resultados. “Não sendo eu um dos maiores apologistas
çando o contributo para a internacionalização do País do investimento - sempre uma forma de cash-out (de
e, por conseguinte, para a recuperação económica. gastar mais dinheiro), quando o que nós precisamos,
inclusive em matéria de inovação, é de mais cash-in (de
O professor de Economia aponta para outras áreas mais resultados), acho que os passos mais necessários
onde há ainda muito mais economia portuguesa inova- consistem numa maior profissionalização e num maior
dora, para além das pequenas empresas e dos peque- grau de rigor dos nossos processos de inovação, mais
nos projetos que costumamos premiar, até como forma orientados para os resultados económicos propriamen-
de estímulo ao seu crescimento, dando o exemplo da te ditos (novos produtos, vendidos a novos clientes em
Portucel-Soporcel, “com grande expressão na economia novos mercados, capazes de criarem mais valor - leia-
global, num sector a que os portugueses em geral cos- -se, mais emprego e emprego mais bem remunerado).”
tumam prestar tão pouca atenção, como a floresta”.
No topo da inovação estão Suécia, Dinamarca, Finlân- Para mais detalhes consulte:
dia e Alemanha, segundo a análise do Espírito Santo http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2215908
Research.
62 / NOTÍCIAS DO SECTOR
SEMINÁRIO
SEMINÁRIO
ENERGY
ENERGYSAVINGS
SAVINGS
IN
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THEPAPER
PAPER
MAKING
MAKINGENVIRONMENT
ENVIRONMENT
1717DEDEMAIO
MAIODEDE2012
2012
GOLEGÃ
GOLEGÃ
Numa
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valores
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ambientais
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reduzir
os os
custos
custos
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soluções
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técnicas
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questão
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poupança
poupançade de
energia
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no no
contexto
contexto
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indústria
indústria
papeleira.
papeleira.
ParaPara
maismais
informações
informações
consulte
consulte
o programa
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detalhado
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www.tecnicelpa.com
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