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Deus Ex Machina

É uma linguagem narrativa feita quando há um problema


aparentemente sem solução e ele é resolvido de maneira inusitada,
repentina e sem explicação.

Essa estratégia narrativa muito vista nos filmes hoje em dia não é nada
nova, ela vem do teatro da Grécia Antiga aproximadamente 445 a.C.,
muitas peças daquela época tinham um ponto em comum, os
protagonistas estavam com um problema sem solução até que do nada
aparecia um Deus para resolver o problema por eles. Normalmente o
ator que interpretava o Deus aparecia no palco sendo içado por uma
máquina.

Ou seja a resolução do conflito vinha de um Deus surgido da máquina ou


“Deus Ex Machina”

Exemplo de Filmes que utilizaram deste recurso:


1 – Guerra dos Mundos

Na refilmagem de Steven Spielberg e estrelada por Tom Cruise e Dakota Fanning, não são as
forças militares da Terra que salvam a população.

Foram algumas bactérias, que acabaram com os aliens. E para explicar esse final idiota, pelo
menos colocaram Morgan Freeman para narrar.
2 – O Mágico de Oz

Neste caso, a solução encontrada foi a mais simples (e idiota) possível: no momento em que a
Bruxa Malvada do Oeste (Margaret Hamilton) tenta colocar fogo no Espantalho (Ray Bolger),
Dorothy (Judy Garland) joga um balde de água nela. E a Bruxa simplesmente derrete.

Fim da história

3 – Avatar

Durante todo o filme, é mostrada a guerra entre os humanos e a raça Na’vi pelo controle do
planeta Pandora e seus recursos minerais. E quando os humanos estão quase dizimando os
Na’vis, graças a suas armas e tecnologia, a vida selvagem de Pandora resolve ajudar os nativos
e juntos conseguem derrotar os invasores humanos.
4 – O Resgate do Soldado Ryan

Momentos antes de ser atacado por um tanque nazista, o capitão John Miller Jr. (Tom Hanks) é
salvo por um bombardeio das forças americanas.

É realmente uma ajuda que surge na última hora, pois momentos antes, a Força Área Americana
avisou que não poderia ajudar o grupo.

5 – Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei

Quando Frodo (Elijah Wood) e Sam (Sean Astin) finalmente conseguem destruir o Um Anel em
Mordor, os dois ficam presos no meio da erupção do vulcão. E no momento em que parece que
eles não têm como se salvar, surge Gandalf (Ian McKellen) montado em uma águia gigante e
salva os hobbits.

Por sinal, muitos se perguntam por que o mago não usou as águias para jogar diretamente o Um
Anel dentro do vulcão em Mordor ao invés de montar a Sociedade do Anel e fazer todo o trajeto a
pé.
6 – Harry Potter e a Câmara Secreta

Harry se encontra preso e sozinho na Câmara dos Segredos com um basilisco zangado e um
holograma de Voldemort de 16 anos, que surgiu de seu diário adolescente. Harry, neste momento,
não tem arma e nem varinha e está enfrentando um monstro que vai transformá-lo em pedra se
fizer contato visual. Literalmente, todo seu plano é fechar os olhos e fugir, o que ele faz
admiravelmente. A fênix do animal de estimação de Dumbledore, Fawkes, aparece no lugar
trazendo um chapéu com uma espada dentro. Ou seja, dessa maneira, nosso protagonista é salvo de
uma morte iminente por causa da criatura que surge literalmente do nada em cena.

7 – Matrix Revolutions

Trinity morre e Neo fica sozinho na “Cidadela das Máquinas”. Ele, então, encontra um super robô
com rosto de bebê (que, aliás, é chamado de Deus Ex Machina) e diz que ele pode derrotar o Agente
Smith. Neo entra na Matrix e inicia uma luta titânica contra o vírus. Mas Smith conclui em Neo a
realização de uma cópia de si mesmo. E quando parece que não há salvação, Neo se deixa
transformar, para que as máquinas injetem em Smith uma espécie de anti-vírus, destruindo a mente
de Neto e Smith
Níveis de Deus Ex Machina
 Total: um elemento do enredo que não existia e não possui nenhuma explicação
lógica. No nosso exemplo inicial, seria o dragão aparecer sem nem ao menos ter
sido mencionado previamente.
 Tempo e localização ilógicos: quando o elemento existia, mas aparece em um
local sem explicação. Imagine que na nossa história haviam nos dito que
dragões existiam, mas um aparecer para nos salvar não tem sentido.
 Cortar e colar: o autor, tentando disfarçar o Deus Ex Machina, “volta” na história
e acrescenta alguma informação, mas ainda assim fica forçado. É como se no
começo da nossa história disséssemos que havia um dragão patrulhando aquela
área e depois não tocássemos mais no assunto até ele aparecer.
 Fridge Brilliance: parece Deus Ex Machina, mas não é. Em um primeiro
momento o acontecimento parece forçado e sem sentido, mas depois você
lembra de algo que o torna totalmente possível. E se fosse destacado na nossa
história que o medalhão do herói atrai dragões?

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