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D2 –––––––––QUESTÃO 01––––––––––– (D) o toque insistente do telefone em uma casa fechada e

silenciosa.
Sermão do Mandato (E) os ruídos vespertinos da cidade, com seus murmúrios
constantes.
O primeiro remédio que dizíamos, é o tempo. Tudo cura o
D11 ––––––––QUESTÃO 03––––––––––
tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.
Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de O Quiromante
cera? São as afeições como as vidas, que não há mais certo de
haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as Há muitos anos atrás, havia um rapaz cigano que, nas horas
linhas, que partem do centro para a circunferência, que tanto mais vagas, ficava lendo as linhas das mãos das pessoas.
continuadas, tanto menos unidas. Por isso os Antigos sabiamente O pai dele, que era muito austero no que dizia respeito à
pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que tradição cigana de somente as mulheres lerem as mãos, dizia sempre
chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a para ele não fazer isso, que não era ofício de homem, que fosse fazer
natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não tachos, tocar música, comerciar cavalos.
atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, E o jovem cigano teimava em ser quiromante. Até que um dia
com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e ele foi ler a sorte de uma pessoa e, quando ela se virou de frente, ele
foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a viu, assustado, que ela não tinha mãos.
novidade às cousas, descobre-lhe defeitos, enfastia-lhe o gosto, e A partir daí, abandonou a quiromancia.
basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro PEREIRA, Cristina da Costa. Lendas e histórias ciganas.
com o uso, quanto mais amor? O mesmo amor é a causa de não Rio de Janeiro: Imago, 1991.
amar, e o de ter amado muito, de amar menos. O trecho “A partir daí, abandonou a quiromancia” (ℓ. 14) apresenta,
VIEIRA, Antônio. Sermão do Mandato. In: Sermões. 8. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1980.
com relação ao que foi dito no parágrafo anterior, o sentido de
(A) comparação.
Em “... para não serem as mesmas...” (ℓ.12), a expressão destacada
(B) condição.
refere-se a
(C) conseqüência.
(A) afeições.
(D) finalidade.
(B) asas.
(E) oposição.
(C) cousas.
D15 ––––––––– QUESTÃO 04 –––––––––––
(D) linhas.
Câncer
(E) setas.
As novas frentes de ataque
D10 –––––––––QUESTÃO 02–––––––––––
A ciência chega finalmente à fase de atacar o mal pela raiz
O Mato sem efeito colateral.

Veio o vento frio, e depois o temporal noturno, e depois da A luta contra o câncer teve grandes vitórias nas últimas
lenta chuva que passou toda a manhã caindo e ainda voltou algumas décadas do século 20, mas deve-se admitir que houve também muitas
vezes durante o dia, a cidade entardeceu em brumas. Então o homem esperanças de cura não concretizadas. Após sucessivas promessas de
esqueceu o trabalho e as promissórias, esqueceu a condução e o terapias revolucionárias, o século 21 começou com a notícia de uma
telefone e o asfalto, e saiu andando lentamente por aquele morro droga comprovadamente capaz de bloquear pela raiz a gênese de
coberto de um mato viçoso, perto de sua casa. O capim cheio de água células tumorais. Ela foi anunciada em maio deste ano, na cidade de
molhava seu sapato e as pernas da calça; o mato escurecia sem vaga- San Francisco, no EUA, em uma reunião com a presença de cerca de
lumes nem grilos. 26 mil médicos e pesquisadores. A genética, que já vinha sendo usada
Pôs a mão no tronco de uma árvore pequena, sacudiu um contra o câncer em diagnósticos e avaliações de risco, conseguiu, pela
pouco, e recebeu nos cabelos e na cara as gotas de água como se fosse primeira vez, realizar o sonho das drogas “inteligentes”: impedir a
uma bênção. Ali perto mesmo a cidade murmurava, estava com seus formação de tumores. Com essas drogas, será possível combater a
ruídos vespertinos, ranger de bondes, buzinar impaciente de carros, doença sem debilitar o organismo, como ocorre na radioterapia e na
vozes indistintas; mas ele via apenas algumas árvores, um canto de quimioterapia convencional.
mato, uma pedra escura. Ali perto, dentro de uma casa fechada, um O próximo passo é assegurar que as células cancerosas não se
telefone batia, silenciava, batia outra vez, interminável, paciente, tornem resistentes à medicação. São, portanto, várias frentes de
melancólico. Alguém, com certeza já sem esperança, insistia em ataque. Além das mais de 400 drogas em testes, aposta-se no que já
querer falar com alguém. vinha dando certo, como a prevenção e o diagnóstico precoce.
Por um instante o homem voltou seu pensamento para a Revista Galileu. Julho de 2001, p. 41.
cidade e sua vida. Aquele telefone tocando em vão era um dos O conectivo “portanto”, (ℓ. 21), estabelece com as idéias que o
milhões de atos falhados da vida urbana. Pensou no desgaste nervoso antecedem uma relação de:
dessa vida, nos desencontros, nas incertezas, no jogo de ambições e (A) adversidade.
vaidades, na procura de amor e de importância, na caça ao dinheiro e (B) conclusão.
aos prazeres. Ainda bem que de todas as grandes cidades do mundo o (C) causa.
rio é a única a permitir a evasão fácil para o mar e a floresta. Ele (D) comparação.
estava ali num desses limites entre a cidade dos homens e a natureza (E) finalidade.
pura; ainda pensava em seus problemas urbanos - mas um camaleão D7 ––––––––– QUESTÃO 05 –––––––––––
correu de súbito, um passarinho piou triste em algum ramo, e o
O teatro da etiqueta
homem ficou atento àquela humilde vida animal e também à vida
silenciosa e úmida das árvores, e à pedra escura, com sua pele de No século XV, quando se instalavam os Estados nacionais e a
musgo e seu misterioso coração mineral. monarquia absoluta na Europa, não havia sequer garfos e colheres nas
ARRIGUCCI, Jr. Os melhores contos de Rubem Braga. São Paulo: mesas de refeição: cada comensal trazia sua faca para cortar um naco
Editora Global Ltda, 1985. da carne – e, em caso de briga, para cortar o vizinho. Nessa Europa
No texto, o elemento que gera a história narrada é bárbara, que começava a sair da Idade Média, em que nem os nobres
(A) a preocupação do homem com os problemas alheios. sabiam escrever, o poder do rei devia se afirmar de todas as maneiras
(B) a proximidade entre a casa do homem e o morro com mato aos olhos de seus súditos como uma espécie de teatro. Nesse contexto
viçoso. surge a etiqueta, marcando momento a momento o espetáculo da
(C) o desejo do homem de buscar alento próximo da natureza. realeza: só para servir o vinho ao monarca havia um ritual que durava
até dez minutos.
Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a 1774, o homem do que as outras espécies de macacos. Ele aprende a comer
passou a usar lenço não como simples peça de vestuário, mas para alimentos sintéticos e não se incomoda com a roupa espacial.
limpar o nariz, ninguém mais na corte de Versalhes ousou assoar-se Além disso, os macacos são treinados e podem fazer tarefas a
com os dedos, como era costume. Mas todas essas regras, embora bordo, como acionar os comandos das naves, quando as luzes
servissem para diferenciar a nobreza dos demais, não tinham a coloridas acendem no painel, por exemplo.
petulância que a etiqueta adquiriu depois. Os nobres usavam as boas Enos foi o mais famoso macaco a viajar para o espaço, em
maneiras com naturalidade, para marcar uma diferença política que já novembro de 1961, a bordo da nave Mercury/Atlas 5. A nave de Enos
existia. E representavam esse teatro da mesma forma para todos. teve problemas, mas ele voltou são e salvo, depois de ter trabalhado
Depois da Revolução Francesa, as pessoas começam a aprender direitinho. Seu único erro foi ter comido muito depressa as pastilhas
etiqueta para ascender socialmente. Daí por que ela passou a ser de banana durante as refeições.
usada de forma desigual – só na hora de lidar com os poderosos. (Folha de São Paulo, 26 de janeiro de 1996)
Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2.
Entre as informações do texto acima, uma das principais é que
(A) o chimpanzé mais famoso viajou para o espaço a bordo da
Nesse texto, o autor defende a tese de que
Mercury-Atlas 5.
(A) a etiqueta mudou, mas continua associada aos interesses do
(B) os cientistas descobrem problemas que podem acontecer com
poder.
as pessoas.
(B) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela realeza.
(C) a cadela Laika viajou ao espaço quatro anos depois de
(C) a etiqueta tinha uma finalidade democrática antigamente.
Gagarin.
(D) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o século XV.
(D) a viagem do mais famoso macaco para o espaço aconteceu
(E) as pessoas evoluíram a etiqueta para descomplicá-la.
em 1961.
D8 ––––––––– QUESTÃO 06 –––––––––––
(E) na nave espacial serviam pastilhas de banana durante as
A língua está viva refeições.
D16 ––––––––– QUESTÃO 08 –––––––––––
Ivana Traversim
Prova falsa
Na gramática, como muitos sabem e outros nem tanto, existe
a exceção da exceção. Isso não quer dizer que vale tudo na hora de Quem teve a idéia foi o padrinho da caçula — ele me conta.
falar ou escrever. Há normas sobre as quais não podemos passar, Trouxe o cachorro de presente e logo a família inteira se apaixonou
mas existem também as preferências de determinado autor – regras pelo bicho. Ele até que não é contra isso de se ter um animalzinho
que não são regras, apenas opções. De vez em quando aparece em casa, desde que seja obediente e com um mínimo de educação.
alguém querendo fazer dessas escolhas uma regra. Geralmente são os — Mas o cachorro era um chato — desabafou.
que não estão bem inteirados da língua e buscam soluções rápidas Desses cachorrinhos de caça, cheios de nhenhenhém, que
comem comidinha especial, precisam de muitos cuidados, enfim, um
nos guias práticos de redação. Nada contra. O problema é julgar
chato de galocha. E, como se isto não bastasse, implicava com o
inquestionáveis as informações que esses manuais contêm,
dono da casa.
esquecendo-se de que eles estão, na maioria dos casos, sendo — Vivia de rabo abanando para todo mundo, mas quando eu
práticos – deixando para as gramáticas a explicação dos fundamentos entrava em casa vinha logo com aquele latido fininho e antipático, de
da língua portuguesa. cachorro de francesa.
(...) Ainda por cima era puxa-saco. Lembrava certos políticos da
Com informação, vocabulário e o auxílio da gramática, você oposição, que espinafram o ministro, mas quando estão com o
tem plenas condições de escrever um bom texto. Mas, antes de se ministro, ficam mais por baixo que tapete de porão. Quando
aventurar, considere quem vai ler o que você escreveu. A galera da cruzavam num corredor ou qualquer outra dependência da casa, o
faculdade, o pessoal da empresa ou a turma da balada? As desgraçado rosnava ameaçador, mas quando a patroa estava perto,
linguagens são diferentes. abanava o rabinho, fingindo-se seu amigo.
Afinal, a língua está viva, renovando-se sem parar, — Quando eu reclamava, dizendo que o cachorro era um
circulando em todos os lugares, em todos os momentos do seu dia. cínico, minha mulher brigava comigo, dizendo que nunca houve
Estar antenado, ir no embalo, baixar um arquivo, clicar no ícone – cachorro fingido e eu é que implicava com o “pobrezinho”.
mais que expressões – são maneiras de se inserir num grupo, de Num rápido balanço poderia assinalar: o cachorro comeu oito
socializar-se. meias suas, roeu a manga de um paletó de casemira inglesa, rasgara
(Você S/A, jun. 2003.)
diversos livros, não podia ver um pé de sapato que arrastava para
A tese da dinamicidade da língua comprova-se pelo fato de que:
locais incríveis. A vida lá em sua casa estava se tornando
A) as regras gramaticais podem transformar-se em exceção.
insuportável. Estava vendo a hora em que se desquitava por causa
B) a gramática permite que as regras se tornem opções.
daquele bicho cretino. Tentou mandá-lo embora umas vinte vezes e
C) a língua se manifesta em variados contextos e situações.
era uma choradeira das crianças e uma espinafração da mulher.
D) os manuais de redação são práticos para criar idéias.
— Você é um desalmado — disse ela, uma vez.
E) é possível buscar soluções praticas na hora de escrever.
Venceu a guerra fria com o cachorro graças à má educação
do adversário. O cãozinho começou a fazer pipi onde não devia.
D9 ––––––––– QUESTÃO 07 –––––––––––
Várias vezes exemplado, prosseguiu no feio vício. Fez diversas
Animais no espaço
vezes no tapete da sala. Fez duas na boneca da filha maior. Quatro
Vários animais viajaram pelo espaço como astronautas.
ou cinco vezes fez nos brinquedos da caçula. E tudo culminou com o
pipi que fez em cima do vestido novo de sua mulher.
Os russos já usaram cachorros em suas experiências. Eles têm
— Aí mandaram o cachorro embora? — perguntei.
o sistema cardíaco parecido com o dos seres humanos. Estudando o
— Mandaram. Mas eu fiz questão de dá-lo de presente a um
que acontece com eles, os cientistas descobrem quais problemas
amigo que adora cachorros. Ele está levando um vidão em sua nova
podem acontecer com as pessoas.
residência.
A cadela Laika, tripulante da Sputnik-2, foi o primeiro ser
— Ué... mas você não o detestava? Como é que ainda
vivo a ir ao espaço, em novembro de 1957, quatro anos antes do
arranjou essa sopa pra ele?
primeiro homem, o astronauta Gagarin.
— Problema de consciência — explicou: O pipi não era dele.
Os norte-americanos gostam de fazer experiências científicas
E suspirou cheio de remorso.
espaciais com macacos, pois o corpo deles se parece com o humano. PONTE PRETA, Stanislaw. Para gostar de ler. Gol de padre e outras crônicas.
O chimpanzé é o preferido porque é inteligente e convive melhor com São Paulo: Ática, 1998. v. 23. p. 24-25.
O que gera humor no texto é o fato de: D13 ––––––––– QUESTÃO 11 –––––––––––
(A) a família se apaixonar pelo cachorro.
(B) a mulher dizer que nunca houve cachorro fingido. 13 de Dezembro
(C) o cachorro fazer pipi onde não devia.
Passei de carro pela Esplanada e vi a multidão. Estranhei
(D) o dono da casa achar o cachorro um chato.
aquilo. O motorista me lembrou: “Hoje é 13 de dezembro, Dia de
(E) o pipi feito no vestido novo não ser do cachorro.
Santa Luzia. A igreja dela está cheia, ela protege os olhos da gente”.
D17 ––––––––– QUESTÃO 09 –––––––––––
Agradeci a informação, mas fiquei inquieto. Bolas, o 13 de
A culpa é do dono? dezembro tinha alguma coisa a ver comigo e nada com Santa Luzia e
sua eficácia nas doenças que ainda não tenho. O que seria?
A reportagem “Eles estão soltos” (17 de janeiro), sobre os Aniversário de um amigo? Uma data inconfessável, que
cães da raça pit bull que passeiam livremente pelas praias cariocas, tivesse marcado um relacionamento para o bom ou para o pior?
deixou leitores indignados com a defesa que seus criadores fazem de Não lembrava de nada de importante naquele dia, mas ele
seus animais. Um deles dizia que os cães só se tornam agressivos piscava dentro de mim. E as horas se passaram iluminadas pelo
quando algum movimento os assusta. Sandro Megale Pizzo, de São intermitente piscar da luzinha vermelha dentro de mim. 13 de
Carlos, retruca que é difícil saber quais de nossos movimentos dezembro! Preciso tomar um desses tonificantes da memória, vivo
“assustariam” um pit bull. De Siegen, na Alemanha, a leitora Regina em parte dela e não posso ter brancos assim, um dia importante e não
Castro Schaefer diz que pergunta a si mesma que tipo de gente pode me lembro por quê.
ter como animal de estimação um cachorro que é capaz de matar e Somente à noite, quando não era mais 13 de dezembro, ao
desfigurar pessoas. fechar o livro que estava lendo, de repente a luz parou de piscar e
Veja, Abril. 28/2/2001. iluminou com nitidez a cena noturna: eu chegando no prédio em que
O que sugere o uso de aspas na palavra “assustariam”? morava, no Leme, a Kombi que saiu dos fundos da garagem, o
(A) raiva. homem que se aproximou e me avisou que o comandante do 1º
(B) ironia. Exército queria falar comigo.
(C) medo. Eram 11 horas da noite, estranhei aquele convite, nada tinha a
(D) insegurança. falar com o general Sarmento e não acreditava que ele tivesse
(E) ignorância. alguma coisa a falar comigo.
D19 ––––––––– QUESTÃO 10 ––––––––––– Mas o homem insistiu. E outro homem que saíra da Kombi já
entrava dentro do meu carro, com uma pequena metralhadora.
Você não entende nada
Naquela mesma hora, a mesma cena se repetia pelo Brasil afora, o
Quando eu chego em casa nada me consola governo baixara o AI-5, eu nem ouvira o decreto lido no rádio. Num
Você está sempre aflita motel da Barra, eu estivera à toa na vida, e meu amor me chamara e
Com lágrimas nos olhos de cortar cebola eu não vira a banda passar.
Você é tão bonita Tantos anos depois, ninguém me chama nem me convida
para falar com o comandante do 1º Exército. O País talvez tenha
Você traz coca-cola melhorado, mas eu certamente piorei.
Eu tomo CONY, Carlos Heitor. Folha de São Paulo. 16/12/2001.
Você bota a mesa
Eu como eu como eu como eu como eu como A fala do motorista (ℓ. 2) é exemplo de linguagem
Você (A) culta.
Não tá entendendo quase nada do que eu digo (B) coloquial.
Eu quero é ir-me embora (C) vulgar.
Eu quero dar o fora (D) técnica.
E quero que você venha comigo (E) regional.
----------------------------------------------------------------------------------
Eu me sento D5 ––––––––– QUESTÃO 12–––––––––––
Eu fumo
Eu como
Eu não agüento
Você está tão curtida
Eu quero é tocar fogo nesse apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suíta
Eu tomo
Bota a sobremesa
Eu como eu como eu como eu como eu como
Você
Tem que saber que eu quero é correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo.
(VELOSO, Caetano. Literatura Comentada: Você Não Entende Nada. 2
Ed. Nova Cultura. 1998)

A repetição da expressão “eu quero”, em diversos versos, tem por A frase “pensei que era outra coisa” indica que o porteiro supôs que
objetivo se tratava de:
(A) fazer associações de sentido. A) Um assalto
(B) refutar argumentos anteriores. B) Um telefonema
(C) detalhar sonhos e pretensões. C) Uma brincadeira
(D) apresentar explicações novas. D) Um incêndio
(E) reforçar a expressão dos desejos. E) uma visita
------------------------------------------------------------------------------------ presidente da República, nem o Governador, nem o Prefeito. “E eles
D1 ––––––––– QUESTÃO 13 ––––––––––– sabem que eu existo? Ninguém sabe nem que eu estou viva!”
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 4 jun. 2000 p. 4.
Por que milho não vira pipoca?
Em qual das citações abaixo está expressão uma opinião do jornalista,
Não importa a maneira de fazer a pipoca. Sempre que se chega ao autor do texto?
final do saquinho, lá estão os duros e ruidosos grãos de milho que não A) “Dona Belarmina”, 71 anos, ...”
estouraram. Essas bolinhas irritantes, que já deixaram muitos B) “Ainda é cedo, oito da noite, ...”
dentistas ocupados, estão com os dias contados. Cientistas norte- C) ... parece até serena, quase adormecida....”
americanos dizem que agora sabem por que alguns grãos de milho de D) “a cabeça apoiada em pedaços de papelão, ...”
pipoca resistem ao estouro. E) ‘... o movimento de carros e pessoas é intenso.”
Há algum tempo já se sabe que o milho de pipoca precisa de umidade ------------------------------------------------------------------------------------
no seu núcleo de amido, cerca de 15%, para explodir. Mas D3 ––––––––– QUESTÃO 16 –––––––––––
pesquisadores da Universidade Purdue descobriram que a chave para Pensamento positivo pode ajudar a combater doenças
um bem sucedido estouro do milho está na casca. [...] Já é bem aceito pela medicina que os pensamentos negativos e a
É indispensável uma excelente estrutura de casca para que o milho ansiedade podem nos deixar mais susceptíveis a doenças. O estresse –
estoure. Cascas danificadas impedem que a umidade faça a pressão que é útil em pequenas doses para preparar o corpo para a ação ou
necessária para que o milho vire pipoca. “Se muita umidade escapar, fuga – quando constante, aumenta os riscos de diabetes e até
o milho perde a habilidade de estourar e apenas fica ali”, explica demência.
Bruce Hamaker, um professor de química alimentar da Purdue. O que os pesquisadores estão descobrindo agora é que o pensamento
Estado de Minas, 25 de abril de 2005. positivo não só ajuda a combater o estresse, mas também têm efeitos
positivos na saúde. Sentir-se seguro e acreditar que as coisas vão
Para o milho estourar e virar pipoca é preciso que: melhorar pode ajudar o corpo a se curar. Uma compilação de estudos
A) a casca seja mais úmida que o núcleo. publicada na revista de Medicina Psicossomática sugere que os
B) a casca evite perda de umidade do núcleo. benefícios do pensamento positivo acontecem independente do dano
C) o núcleo de amido estoure bem devagar. causado pelo estresse ou pessimismo. [...]
D) o núcleo seja mais transparente que a casca.
E) a casca seja mais amarela que o núcleo. No trecho “... que é útil em pequenas doses...”, o pronome relativo
------------------------------------------------------------------------------------ em destaque refere-se à palavra
D6 ––––––––– QUESTÃO 14 ––––––––––– A) ansiedade.
B) estresse.
PARE DE FUMAR C) fuga.
O habito de fumar pode ser considerado uma toxicomania? Se D) pensamento.
definirmos a toxicomania como “uma tendência irresistível de E) pessimismo.
consumir uma substância tóxica”, o fumante inveterado deve ser ------------------------------------------------------------------------------------
classificado como um toxicômano. D4 ––––––––– QUESTÃO 17 –––––––––––
Foram os espanhóis, no século XVI, que introduzirem o tabaco na Leia o texto abaixo.
Europa, a principio consumido por soldados e marinheiros, que Anúncio do zoornal I
mascavam a erva ou fumavam em cachimbo. No inicio do século XX,
o hábito de fumar difundiu-se por todos os países, em todos os níveis Troca-se galho d’árvore
sociais, tornando-se autêntica toxicomania, apesar das advertências novo em folha, vista pra mata
dos males que seu uso poderia provocar. É uma droga que mata. por um cacho de banana
A diferença entre as toxicomanias clássicas (cocaína, heroína, da terra, nanica ou prata.
morfina, maconha, anfetaminas, álcool) está no fato de que o tabaco CAPARELLI, Sérgio.
não modifica a personalidade do usuário e, embora possa produzir
efeitos estimulantes ou relaxantes, jamais afeta o equilíbrio mental. O Infere-se desse texto que quem faz a proposta da troca é um
uso continuado causa efeitos orgânicos irreversíveis, que são leais, e A) cachorro.
o índice de mortalidade é proporcional ao número de cigarros B) homem.
consumidos, sobretudo na faixa entre os 45 e 50 anos de idade. C) leão.
A sociedade tem pago um tributo elevadíssimo pelo hábito de fumar: D) macaco.
mortes prematuras, doenças crônicas incapacitantes, diminuição de E) pássaro.
rendimento no trabalho. ------------------------------------------------------------------------------------
Nelson Smith, JB. Caderno 1, p. 11 D12 ––––––– QUESTÃO 18 –––––––––––

O texto tem como tema:


A) as doenças crônicas.
B) as vantagens do fumo.
C) o fumo como toxicomania.
D) a historia do fumo.
E) as toxicomanias clássicas.
------------------------------------------------------------------------------------
D14 ––––––– QUESTÃO 15 –––––––––––
Deitada na calçada, Dona Belarmina, 71 anos, parece até serena,
quase adormecida embaixo do cobertor quadriculado, a cabeça
apoiada em pedaços dobrados de papelão, que lhe servem também de
colchão. Ainda é cedo, oito da noite, e o movimento de carros e
pessoas é intenso. Ninguém presta atenção.
“Já perdi tudo, até a vergonha”, diz, a voz quase inaudível. Perdeu a
família, que lhe virou as costas quando se tornou um peso difícil de
sustentar. Perdeu as condições de trabalhar “Eu era uma mulher
De acordo com a organização interna dos gêneros, esse texto pertence
trabalhadeira”. Perdeu o interesse pela vida. Não sabe quem é o
à tipologia
A) apelativa. E) usam linguagem predominante computacional.
B) dissertativa. ------------------------------------------------------------------------------------
C) informativa. D21 ––––––– QUESTÃO 21 –––––––––––
D) narrativa. Texto 1
E) poética.
------------------------------------------------------------------------------------ Cultura digital para todos
D18 ––––––– QUESTÃO 19 –––––––––––

Leia o texto abaixo e responda. Fórum lançado pelo Ministério da Cultura tenta construir política
pública que reconheça a centralidade da questão digital e busque
meios de assegurar o acesso dos cidadãos a essa cultura.
A cultura digital é a cultura contemporânea. Ela surge quando as artes
e a informação passam a se propagar por meio de bits e sem precisar
de suportes físicos (para clarear, é a cultura do MP3, não do CD). E
se alastra com grande velocidade, dando ao recentíssimo “ontem” um
caráter de “antigamente”. Equipamentos e softwares surgem para
alterar a forma como comunicamos, nos relacionamos, consumimos,
nos divertimos, vivemos, enfim.
Brasil. jul. 2009. Fragmento.

Texto 2

A palavra digital

Os primeiros estudos sobre a escrita na internet, baseados


fundamentalmente na troca de e-mails, têm pouco mais de dez anos,
mas já pertencem à pré-história da vida digital. Desde então, o uso
intenso de comunicadores instantâneos, blogs e redes sociais (como o
O destaque dado à palavra “formal”, associado à expressão facial de Orkut, o
Helga, sugere: Facebook e o Twitter), sobretudo por jovens, conduziu o tema a outra
A) histeria.(agitação) esfera de reflexões, bem mais complexa, combinando linguística,
B) julgamento. comunicação, psicologia e sociologia.
RIZZO, Sérgio. Língua. ago. 2009. Fragmento. * Adaptado: Reforma Ortográfica.
C) ódio.
D) reprovação.
E) sofrimento. Esses dois textos apresentam abordagens
------------------------------------------------------------------------------------
D20 ––––––– QUESTÃO 20 ––––––––––– A) científicas.
TEXTO 1 B) complementares.
C) confusas.
Graduação D) iguais.
E) opostas.
Para ingressar no mercado, o perito forense computacional (não se ------------------------------------------------------------------------------------
assuste, é assim que um caçador de hackers é chamado oficialmente)
precisa ter algum curso superior completo. Mas, como a profissão é
nova, ainda não existem faculdades específicas. Ou seja, vale
formação superior em qualquer curso. Mas, claro, algumas formações
podem lhe dar conhecimentos mais adequados. Engenharia eletrônica
e ciências da computação garantem boas ferramentas técnicas e
direito ajuda muito na hora de produzir laudos que, em seguida, são
analisados por juízes e advogados.

TEXTO 2

Onde trabalhar

O perito tem quatro possibilidades de emprego:


• ser contratado por uma empresa de consultoria, que é chamada
quando pinta um problema em outra empresa;
• ser perito da Polícia Federal ou Estadual, que mantém seu próprio
corpo de especialistas;
• ser autônomo e ser convocado pelo juiz de um tribunal ou por
alguma pessoa ou empresa para trabalhar num caso específico;
• trabalhar em uma empresa para fazer segurança virtual preventiva.
Ou seja, proteger os sistemas antes de serem atacados por hackers.
Mundo Estranho, São Paulo: Abril, ed.48, fev. 2006, p. 22.

Comparando-se esses textos, pode-se afirmar que os dois


A) divulgam as possibilidades de uma nova profissão.
B) fazem referência à garantia de emprego no mercado.
C) foram escritos com finalidades bem diferenciadas.
D) mostram que a Polícia Federal precisa desse profissional.

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