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gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! D13 ––––––––– QUESTÃO 12 –––––––––––
Múúúúúúú!
Millôr Fernandes. O Estado de São Paulo. 22/08/1999. 13 de Dezembro
Ao criar a palavra “embromatologia” (ℓ. 6), o autor Passei de carro pela Esplanada e vi a
pretendeu ser: multidão. Estranhei aquilo. O motorista me
(A) conciso. lembrou: “Hoje é 13 de dezembro, Dia de Santa
(B) sério. Luzia. A igreja dela está cheia, ela protege os
(C) formal. olhos da gente”.
(D) cordial. Agradeci a informação, mas fiquei inquieto.
(E) irônico. Bolas, o 13 de dezembro tinha alguma coisa a ver
comigo e nada com Santa Luzia e sua eficácia nas
doenças que ainda não tenho. O que seria?
D19 ––––––––– QUESTÃO 11 –––––––––––
Aniversário de um amigo? Uma data
Você não entende nada inconfessável, que tivesse marcado um
relacionamento para o bom ou para o pior?
Quando eu chego em casa nada me consola Não lembrava de nada de importante
Você está sempre aflita naquele dia, mas ele piscava dentro de mim. E as
Com lágrimas nos olhos de cortar cebola horas se passaram iluminadas pelo intermitente
Você é tão bonita piscar da luzinha vermelha dentro de mim. 13 de
dezembro! Preciso tomar um desses tonificantes
Você traz coca-cola da memória, vivo em parte dela e não posso ter
Eu tomo brancos assim, um dia importante e não me
Você bota a mesa lembro por quê.
Eu como eu como eu como eu como eu como Somente à noite, quando não era mais 13 de
Você dezembro, ao fechar o livro que estava lendo, de
Não tá entendendo quase nada do que eu digo repente a luz parou de piscar e iluminou com
Eu quero é ir-me embora nitidez a cena noturna: eu chegando no prédio em
Eu quero dar o fora que morava, no Leme, a Kombi que saiu dos
E quero que você venha comigo fundos da garagem, o homem que se aproximou e
me avisou que o comandante do 1º Exército queria
Eu me sento falar comigo.
Eu fumo Eram 11 horas da noite, estranhei aquele
Eu como convite, nada tinha a falar com o general Sarmento
Eu não agüento e não acreditava que ele tivesse alguma coisa a
Você está tão curtida falar comigo.
Eu quero é tocar fogo nesse apartamento Mas o homem insistiu. E outro homem que
Você não acredita saíra da Kombi já entrava dentro do meu carro,
Traz meu café com suíta com uma pequena metralhadora. Naquela mesma
Eu tomo hora, a mesma cena se repetia pelo Brasil afora, o
Bota a sobremesa governo baixara o AI-5, eu nem ouvira o decreto
Eu como eu como eu como eu como eu como lido no rádio. Num motel da Barra, eu estivera à
Você toa na vida, e meu amor me chamara e eu não vira
Tem que saber que eu quero é correr mundo a banda passar.
Correr perigo Tantos anos depois, ninguém me chama nem
Eu quero é ir-me embora me convida para falar com o comandante do 1º
Eu quero dar o fora Exército. O País talvez tenha melhorado, mas eu
E quero que você venha comigo. certamente piorei.
(VELOSO, Caetano. Literatura Comentada: Você Não CONY, Carlos Heitor. Folha de São Paulo. 16/12/2001.
Entende Nada. 2 Ed. Nova Cultura. 1998)