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Atividades – Pré-Modernismo

1.Leia este trecho:

Para Ismênia, era como se todos os rapazes casadoiros tivessem deixado de existir. Arranjar outro era problema
insolúvel, era trabalho acima de suas forças. Coisa difícil! [...] Decididamente, estava condenada a não se
casar, a ser tia, a suportar durante toda a existência esse estado de solteira que a apavorava [...]. Era um castigo.
A Quinota ia casar-se, o Genelício já estava tratando dos papéis; e ela que esperava tanto, e fora a primeira a
noivar-se, ia ficar maldita, rebaixada diante de todas.

BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. 23. ed. São Paulo: Ática, 1999. p. 70.

Qual é a ideia central expressa nele?

2.Leia mais este trecho:

Olga pôde ver tudo isso bem à vontade, andando de um para outro lado [...]. O que mais a impressionou no
passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. Educada
na cidade, ela tinha dos roceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres. Havendo tanto barro, tanta
água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele
sopapo que deixava ver a trama das varas, como o esqueleto de uma doente.

BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. 23. ed. São Paulo: Ática, 1999. p. 102.

sapê: espécie de capim de folhas duras muito usado para cobrir casas simples, humildes.
sopapo: habitação de pau a pique (estrutura de parede feita com varas de madeira trançadas e coberta com
barro atirado com a mão, a sopapo).

A que aspecto da realidade do povo brasileiro o trecho faz referência?

3. Sobre as características e/ou os fatos que marcam o Pré-Modernismo, apenas é incorreto afirmar que
a. Uma das principais obras publicadas no período é Grande sertão: veredas, de Euclides da Cunha.
b. É considerada pré-modernista a literatura produzida nas primeiras décadas do século XX.
c.. Nas obras dos escritores pré-modernistas, faz-se presente a crítica ao Brasil arcaico.
d. Os autores do período procedem à problematização da realidade nacional em seus aspectos sociais e
culturais, abordagem que seria desenvolvida pelo Modernismo.
e. A negação do ufanismo por parte dos pré-modernistas fica evidenciada no tratamento que dispensam aos
temas colocados em pauta.

4. O homem

De repente, uma variante trágica. nascerem têm o berço embalado pelas vibrações da
Aproxima-se a seca. terra.
O sertanejo advinha-a e prefixa-a graças ao Mas o nosso sertanejo faz exceção à regra. A
ritmo singular com que se desencadeia o flagelo. seca não o apavora. É um complemento à sua vida
Entretanto não foge logo, abandonando a terra tormentosa, emoldurando-a em cenários tremendos.
a pouco e pouco invadida pelo limbo candente que Enfrenta-a estóico. Apesar das dolorosas tradições que
irradia do Ceará. conhece através de um sem-número de terríveis
Buckle, em página notável, assinala a anomalia episódios, alimenta a todo o transe esperanças de uma
de se não afeiçoar nunca, o homem, às calamidades resistência impossível.
naturais que o rodeiam. Nenhum povo tem mais pavor Euclides da Cunha. Os sertões. 29ed. Rio de Janeiro, Francisco
aos terremotos que o peruano; e no Peru as crianças ao Alves, 1979.p.92.
limbo: orla; candente: em brasa; estóico: impassível diante da dor; anomalia: anormalidade; flagelo: calamidade;
transe: momento crítico; aflição; Buckle – historiador britânico.

a. Como Euclides da Cunha caracteriza o homem sertanejo?

b. Em que o homem sertanejo difere do peruano?

c. Destaque do texto uma passagem que demonstra ser o flagelo da seca algo repetitivo e bastante conhecido pelo
sertanejo?

5.. (UEL-SP) Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto,
tão diferentes entre si, têm como elemento comum:

a) a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira.


b) a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão.
c) a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante.
d) a prática de um experimentalismo linguístico radical.
e) o estilo conservador do antigo regionalismo romântico.

6. Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável Toma um fósforo. Acende teu cigarro!


Enterro de tua última quimera. O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
Somente a Ingratidão - esta pantera - A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Foi tua companheira inseparável!
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Acostuma-te à lama que te espera! Apedreja essa mão vil que te afaga,
O Homem, que, nesta terra miserável, Escarra nessa boca que te beija!
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera. Augusto dos Anjos

quimera : sonho; fantasia vil: desprezível inda: ainda; chaga: sofrimento; dor.

a. O soneto Versos íntimos é um clássico de Augusto de Anjos. Que tipo de mensagem o poeta nos passa?

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b. O poeta dirige-se a um interlocutor ( que pode ser ele próprio),ressaltando a solidão de todo ser humano. Em que
versos fica nítida essa ideia?

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c. Há na poesia de Augusto dos Anjos uma referência constante à decomposição da matéria. Transcreva um verso do
poema que comprove tal afirmativa.

d. O homem, entre feras, também se animaliza. Diante dessa constatação, que conselho o poeta dá ao seu interlocutor?

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