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22/03/2022

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Campus Londrina
Engenharia Sanitária e Ambiental

Tratamento preliminar

Níveis de tratamento de esgoto


sanitário

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TRATAMENTO PRELIMINAR
O tratamento preliminar é a primeira das etapas componentes de uma
ETE e tem como objetivo primeiro proteger as unidades de tratamento
dos materiais indesejáveis e prejudiciais para o restante do processo,
removendo os detritos grosseiros dos esgotos, resultante do uso indevido
do sistema coletor.

Reatores
biológicos

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Quais a s Fontes para o projeto?

Finalidade geral do tratamento preliminar:


Evitar problemas na ETE

Canal de alimentação dos Tanques de


Aeração da ETE Lavapés/São José dos
Campos : Deposição de material
grosseiro

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Tanque de aeração Acúmulo de Areia Fina no Tanque de


2 Aeração

Detalhe do dano causado ao aerador/misturador


hiperbólico pela areia/material fibroso

Destino dos resíduos do tratamento preliminar


As principais formas de destinação dos detritos do
tratamento preliminar são:

1. Aterro: Materiais removidos para aterros especiais.


Em algumas situações pode ser co-disposto com
resíduos sólidos urbanos.

2. Incinerador: Incineração (sozinho) ou com o lodo.

OBS.: Em algumas lugares é requerido fazer a


estabilização com cal para o controle de
microrganismos patogênicos antes da disposição em
aterro.

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6.1.2.3 O desarenador deve ter limpeza mecanizada quando


a vazão de dimensionamento é igual ou superior a 250 L/s.

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Materiais utilizados para confecção de grades e


peneiras

• Aço inox

• Fibra de vidro - CAGECE (companhia cearence de


saneamento)

Corrosão acentuada de materiais ferrosos havendo a


necessidade de utilização de materiais alternativos
como por exemplo:

GRADEAMENTO

•Inclinação das barras Verticais


Grade de barras
Limpeza manual: 45o ou 60º
Definições de acordo com a Norma NBR 12.209
Limpeza mecanizada: 70o a 90o
Classificação:
•Grade Grosseira – 40 mm a 100 mm; hf
•Grade Média – 20 mm a 40 mm;
•Grade Fina – 10 mm a 20 mm.

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DISPOSITIVOS DE REMOÇÃO E
QUANTIDADE DE MATERIAL RETIDO
Lavagem

Ancinhos Mecânicos Secagem


Condicionamento
(Rastelo) Manuais do material retido Adição de
substâncias
químicas

Espaçamento (cm) 2,0 2,5 3,0 4,0


Quantidade (L/m3) 0,038 0,023 0,012 0,009

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE
GRADEAMENTO

•Velocidade de passagem
0,6 m/s a 1,2 m/s (Limpeza mecanizada)
0,6 m/s a 0,9 m/s (Limpeza manual)

•Velocidade no canal a montante da grade


(Velocidade de aproximação)
Maior do que 0,4 m/s

•Perda de carga
Obstrução máxima permitida (50%)
0,15 m (Limpeza manual)
0,10 m (Limpeza mecanizada)

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DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE
GRADEAMENTO
 a t  1 Vg  V0 
2 2
S  Au . 
 a  H  . 
0,7  2.g 

S=área da secção transversal do canal até o nível d’água


Au=área útil da secção transversal
a=espaçamento entre as barras
t=espessura das barras
H=perda de carga na grade (m)
Vg= Velocidade na grade
V0 = Velocidade a montante

SISTEMA DE GRADEAMENTO

• Outros dispositivos de remoção de sólidos

Grades de barras curvas

Peneiras estáticas

Peneiras de tambor rotativo

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Peneira estática auto-limpantes


• aberturas: 0,25 a 10 mm;
Peneiras
• devem ser precedidas de grade?

OBS.: a forma possibilita ampliação do sistema Reator Biológico com PENEIRA EM CIMA

PENEIRA ROTATIVA DE FLUXO INTERNO

ETE - Valinhos – SP Vazão de 376 L/s

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Peneira Rotativa de Fluxo Externo

Peneira Rotativa de fluxo externo, composta de:


 Rotor cilíndrico em aço inox AISI-304;
 Corpo metálico em aço carbono ou aço inox AISI-304;
 Lâminas raspadoras com sistema de contra peso;
 Sistema de limpeza interno ao rotor;
 Acionado por motor elétrico e redutor;
 Conexões de entrada e saída.

Malha de inox

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Dimensionamento

•Grade de barras: Informações da ABNT 12209

•6.1.1 Gradeamento : Devem ser observados os preceitos


estipulados na NBR 12208, incluídos os relativos a canais
afluentes.

1 -Velocidade através da grade


•Máxima = 1,20 m/s (para vazão afluente final = vazão
máxima de final de plano)

2 –inclinação com relação a horizontal


•Manual: de 45 a 60º
•Mecânica: de 60 a 90º

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•Grade de barras: Informações da ABNT 12209

•6.1.1 Gradeamento : Devem ser observados os preceitos


estipulados na NBR 12208, incluídos os relativos a canais
afluentes.

3 –perda de carga mínima a ser considerada


•Manual: 15 cm
•Mecânica: 10 cm

4 – no caso de limpeza manual a perda de carga deve


ser calculada para 50% de obstrução da grade.

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CAIXA DE AREIA (caixa retentora de areia)

Sedimentação discreta (Tipo 1)

CAIXAS DE AREIA
Objetivo: Remoção de areia através de sedimentação,
sem que haja remoção conjunta de sólidos orgânicos

Características das partículas a serem removidas (“Areia”)

•Diâmetro efetivo: 0,2 mm a 0,4 mm


•Massa Específica: 2.650 kg/m3
•Velocidade de sedimentação: 2,0 cm/s

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CAIXAS DE AREIA
Dispositivos de remoção
•Manuais ou mecânicos (Bandeja de aço removidas por talha
e carretilha ou bombeamento)
Quantidade e destino do material retido

•Quantidade: 30 a 40 L/1.000 m3 de esgoto


Destino do material retido (“Areia”)

•Aterro Sanitário. A areia poderá ser também lavada


em caixas mecanizadas

CAIXAS DE AREIA
Tipos de caixa de areia

•Tipo canal com velocidade constante controlada por


Calha Parshall

•Secção quadrada em planta, com remoção


mecanizada de lodo

•Caixa de areia aerada

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CAIXAS DE AREIA
Caixa de areia tipo canal com velocidade constante
controlada por Calha Parshall

•Velocidade  0,30 m/s

•Velocidade inferior a 0,15 m/s  Depósito de


matéria orgânica na caixa

•Velocidade superior a 0,4 m/s  Arraste de matéria


orgânica na caixa

SEDIMENTAÇÃO DISCRETA (TIPO I)


CAIXA DE AREIA- TIPO
CANAL

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CAIXA DE AREIA- QUADRADA

CAIXA DE AREIA: REMOÇÃO MECÂNICA DA AREAI

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CAIXAS DE AREIA
Operação da caixa de areia

•Limpeza quando a areia ocupar metade da altura ou


dois terços de seu comprimento total

Quantidade de material removido por m3 de


esgoto
•Controle
Teor de umidade

Teor de sólidos
voláteis

CONDIÇÕES PARA PARTICULAS DIFERENTES

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Vh
H 2 Vs
B

L  Vh .t
𝑉 .𝐿 = 𝑉 .𝐻
H  V S .t

DIMENSIONAMENTO

Vh L  Vh .t

H H  VS .t
Vs

L
Vs  0,02 m / s
V .H Prática de Projeto
VS  h L  15.H
L L  22,5.H a 25,0.H
Vh  0,3 m / s

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DIMENSIONAMENTO

Vh L  Vh .t

H H  VS .t
Vs

L
•Largura da caixa de areia •Taxa de escoamento superficial
Q Q
Q  Vh .B.H q 
As B.L
Q q=600 a 1.300 m3/m2/dia
B
H.Vh

Dimensionamento: Informações da ABNT


6.1.2.2 Vazão: A vazão de dimensionamento do desarenador deve
ser a vazão MÁXIMA afluente à ETE.

6.1.2.4 Quantidade: Devem ser previstas pelo menos duas unidades


instaladas, sendo neste caso uma delas reserva, a qual pode ser unidade não
mecanizada.
6.1.2.5 Taxa de escoamento: No caso de desarenador por gravidade, a taxa de
escoamento superficial deve estar compreendida entre 600 a 1.300 m3/m2.d.
6.1.2.6 No caso de desarenador tipo canal deve ser observado
o seguinte:
a) a seção transversal deve ser tal que a velocidade de escoamento para a
vazão média seja igual a 0,30 m/s, não sendo superior a 0,40 m/s para a
vazão máxima (usual entre 0,15 e 0,3 m/s);

b) no fundo e ao longo do canal, deve ser previsto espaço para a acumulação do


material sedimentado, com seção transversal mínima de 0,20 m de
profundidade por 0,20 m de largura; no caso de limpeza manual, a largura
mínima deve ser de 0,30 m.

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MEDIDOR PARSHALL

Função: Medição de vazão


Equalizar o fluxo de esgoto afluente a caixa de areia

Controle da velocidade através de calha Parshall

HJ Y H
HM

Para se manter a mesma velocidade na caixa de areia tipo canal com velocidade constante
controlada por calha Parshall, para Qmín e Qmáx, tem-se:
Qmín H Z
 ' mín .
Qmáx. H máx.  Z

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Fórmula da Calha Parshall: Q = K.HN


(Q em m3/s e H em m)

Largura N K Capacidade (L/s)


Nominal
Mín. Máx..
3" 1,547 0,176 0,85 53,8
6" 1,580 0,381 1,52 110,4
9" 1,530 0,535 2,55 251,9
1' 1,522 0,690 3,11 455,6
1 1/2' 1,538 1,054 4,25 696,2
2' 1,550 1,426 11,89 936,7

Exemplo de Dimensionamento - Dados

Ano População Qmín (L/s) Qméd (L/s) Qmáx (L/s)


Atendida
(hab)
2010 45.000 41,67 83,33 150,00
2020 54.200 50,19 100,38 180,00
2030 68.350 63,29 126,58 227,83

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a) Escolha da Calha Parshall:

Para atender vazões de 41,67 L/s a 227,83 L/s a C.


Parshall recomendada é a de LN = 9".

Fórmula da Calha Parshall com LN = 9":


1,53
Q = 0,535.H

Para Qmín = 41,67 L/s  Hmín = 0,189m

Para Qmáx = 227,83 L/s  Hmáx = 0,572 m

Cálculo do rebaixo (z) à entrada da c. Parshall

Qmín. Hmín.  Z

Qmáx. Hmáx.  Z

41,67 0,189  Z
  Z  0,1033m
227,83 0,572  Z

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Grade adotada e “Eficiência”

. 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑒𝑟𝑟𝑜
• 𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 . 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 (𝑡) = 5 𝑚𝑚
. 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑎) = 15 𝑚𝑚

a 15
E   0,75
a  t 15  5

Área útil (Au) e Área da Seção do Canal (S)

Adotando-se a velocidade de passagem pela grade v = 0,8 m/s:

Qmáx 0,22783m3 / s
Au    0,285m2
v 0,8 m / s
Au 0,285
S   0,38 m 2
E 0,75

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Largura (b) do canal da grade e verificações de velocidade

S 0,38
b   0,81 m
H máx  Z 0,572  0,1033

Q H (H-Z) S=b(H-Z) Au=S.E V=Qmáx V0=Qmáx


2 2
(l/s) (m) (m) (m ) (m ) Au S
(m/s) (m/s)
227,83 0,572 0,469 0,380 0,285 0,800 0,600
180,67 0,492 0,389 0,315 0,236 0,766 0,574
150,00 0,436 0,333 0,270 0,203 0,739 0,555
63,29 0,248 0,145 0,117 0,088 0,719 0,541
50,19 0,213 0,110 0,089 0,067 0,749 0,564
41,67 0,189 0,086 0,070 0,053 0,786 0,595

Verificações de Perda de Carga


2
v2  v0
H  1,43
2g
( 0 ,8 ) 2  ( 0 , 6 ) 2
 Grade limpa :  H  1, 43  0 , 02 m
2 x 9 ,81

(2 x 0,8) 2  (0,6) 2
 Grade 50% obstruída : H  1,43 .  0,16 m
2 x 9,81

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Cálculo da Caixa de Areia


Cálculo da área da secção transversal (A)
e da Largura da Caixa de Areia (B)

Adotando-se a velocidade sobre a caixa v = 0,3 m/s tem-se:

Qmáx 0,22783
A   0,7594m2
v 0,3
A 0,7594
B   B  1,62m
Hmáx  Z 0,572 0,1033

• Cálculo do Comprimento (L)

L  22,5 x (Hmáx  Z)  22,5 x 0,572 0,1033  L  10,55m

Taxa de escoamento Superficial resultante:

Q 227,83 x 86,4
  1152 m 3 / m 2 .dia
AS 10,55 x 1,62

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Verificação da velocidade (Com vazão mínima):

Para Qmín  41,67 l / s  H mín  0,189m


H mín  Z  0,189  0,1033  0,0857m
A  0,0857 x 1,62  0,1388m2
0,04167
v   0,3 m / s
0,1388

• Cálculo do rebaixo da caixa de areia

Para a taxa de 30L/1000m3 e para vazão média de final de


plano, Q = 126,58 L/s, tem-se o seguinte volume diário de
areia retida na caixa:

V = 0,03 L/m3 x 126,58 L/s x 86,4 = 328 L

• 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝑎𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎:

0,328
ℎ= = 0,02𝑚
10,55𝑥1,62

Para um rebaixo de 20cm tem-se um intervalo de limpeza da caixa de 10 dias.

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