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CURSO DE PSICOLOGIA
ATIVIDADE DE 2ª ETAPA
Teoria do Desenvolvimento – Adulto e Idoso
Rúbia Dias da Silva Amaral
Barbacena
2022/01
INTRODUÇÃO
Sob a luz do filme UP – Altas Aventuras, podemos traçar uma linha perceptiva sobre
o desenvolvimento humano um tanto quanto diversificada. Nos primeiros momentos
do filme, identificamos o nascer de uma amizade típica da infância. Posteriormente,
vislumbra-se o desabrochar de dois adolescentes descobrindo os sentimentos
típicos da fase.
“Por que não olhar para esses novos anos de vida em termos de continuidade e de
novos papéis na sociedade, uma outra etapa no crescimento pessoal ou mesmo
espiritual e no desenvolvimento?” Betty Friedan, The Fountain of Age, 1993.
O que geralmente se espera da vida adulta tardia é o declínio, seja físico, cognitivo
ou psicomotor. Realidades diferentes dessas geram não só admiração, como
também surpresa. Mas será que estar bem deveria mesmo ser motivo de tanto
espanto? Quando iremos normalizar a velhice saudável e ativa? E, principalmente,
quando iremos estimulá-la através da mudança de hábitos e de mentalidade de toda
uma sociedade?
Acreditamos que, mais que uma questão fisiológica, as limitações da velhice surgem
da crença de que, uma vez próximos ao fim da vida, não há muito a se fazer. E a
brilhante trama de Carl vem nos provocar reflexões. Após viver todas as etapas da
sua vida seguindo padrões e modelos culturais que se esperam de cada fase, Carl
finalmente compreende que a sua idade é apenas um número. E que este número
não terá o condão de, mais uma vez, impedi-lo de realizar o seu sonho: ter sua casa
na América do Sul, como sua amada Ellie tanto desejou.
Sua experiência de vida o trouxe uma genial ideia: levar a sua casa até o local
desejado. Mediante um plano bem estruturado, Carl driblou o asilo com milhares de
balões flutuando ao céu. Como quem informa ao mundo que não é chegada a hora
de se prender, mas de voar e se libertar. Libertar para o novo, para o desconhecido,
para a aventura e para o sonho. Carl se liberta das amarras dos estigmas da
terceira idade e traça sua própria rota a caminho da realização. Pois nunca é tarde
para se sonhar e buscar a vida que se deseja.
Esse pensamento é comum não só àqueles que experenciam a vida adulta tardia,
como a toda uma sociedade. Em uma pesquisa realizada por Cuddy, Norton e
Fiske, “os estereótipos mais consistentes a respeito dos idosos são que, embora de
um modo geral sejam vistos como afetuosos e carinhosos, eles são incompetentes
e de baixo status” (Cuddy, Norton e Fiske, 2005). Infelizmente, sabemos que, de um
modo geral:
A ideia de que a idade traz consigo inúmeras limitações, tais como cadeiras de
rodas e bengala é retratada no filme. Mas aos poucos rechaçada pelo protagonista
que, gradativamente, vai reconquistando sua autonomia, força e agilidade. Até o
momento em que, sozinho, com o seu próprio corpo, é capaz de sustentar a sua
casa, em uma linda metáfora da vida de quem acredita que é tão grande quanto o
tamanho dos seus sonhos. E que nunca estaremos velhos o bastante para
concretizá-los.
Carl revela que seu corpo ainda está ativo e que sua mente ainda se submete aos
efeitos da plasticidade: “a plasticidade do cérebro pode ‘reorganizar os circuitos
neuronais para responder ao desafio do envelhecimento neurobiológico’ “.
(PAPÁLIA, 2013). Dessa forma, quanto mais Carl provoca seu corpo e seu cérebro
a novos desafios, mais ele se conecta com o passado e com o sonho que
comungava com Ellie, tornando-o cada vez mais vivo no presente.
Em suas aventuras Carl demonstra que não há dia, hora e muito menos idade para
se começar uma nova aventura. Ainda que esta tenha sido adiada por toda uma
vida. No final da meia-idade e no início da vida adulta tardia, Schaie aponta que o
indivíduo passa pelo estágio reorganizativo, no qual se aposenta e começa a pensar
em propósitos que venham a suprir o tempo dedicado ao trabalho e à carreira. Já na
vida adulta propriamente dita, no estágio reintegrativo, o idoso vai se concentrar
naquelas tarefas que, de fato, reflitam o seu propósito de vida, definido ou redefino.
O que claramente acontece com Carl, que resgata o propósito de anos e se dedica
a ele com todo entusiasmo, já sem medo de arriscar, valorizando a simplicidade
própria de Ellie e cultivando as novas amizades.
CONCLUSÃO
Que possamos aprender mais com culturas como a japonesa, na qual “a velhice é
um símbolo de status. Lá, geralmente, quando os viajantes se registram em hotéis,
eles dizem a idade para assegurar que receberão a deferência apropriada. Em
muitas outras culturas, ao contrário, envelhecer é visto como indesejável.”
(PAPÁLIA, 2013).
Romper com esse estereótipo que segrega, limita e adoece nossos idosos é uma
responsabilidade de todos nós, quem implica em mudanças sutis, porém
constantes.
Como sabiamente colocado por Khalil Gibran: “A morte não está mais perto do
idoso do que do recém-nascido. Nem a vida.”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SLIDES. Vida Adulta Tardia. Professora Rúbia Dias da Silva Amaral. UNIPAC –
Barbacena, s/d. Disponível em:
https://unipac.blackboard.com/ultra/courses/_10932_1/cl/outline. Acesso em: 10 jun.
2022.