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ELETROTÉCNICA E
ELETRÔNICA
ELETROTÉCNICA E ELETRÔNICA
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) acadêmico(a), este livro de Eletrotécnica e Eletrônica foi desenvolvido para aten-
der ao estudante de Engenharia de Produção, atendendo aos pré-requisitos de forma-
ção e vocação do curso.
O enfoque deste livro levou em consideração o perfil de Engenharia de Produção que
utiliza os recursos tecnológicos para orientar suas metas e decisões estratégicas, explo-
rando ao máximo detalhes que vão estimular o estudante a imersão no mundo da tec-
nologia Eletrotécnica e dos recursos oferecidos pela Eletrônica, cada vez mais presente
nos processos produtivos.
O livro é dividido em 5 unidades, onde os assuntos têm início na Eletrotécnica, passando
por assuntos intermediários como Instalações elétricas, Acionamentos Elétricos e a Ele-
trônica em suas formas analógica e digital, para finalmente demonstrar suas aplicações
em Eletrônica aplicada, que se dá na última unidade.
Na unidade I, o estudante terá contato com a Introdução à Eletrotécnica e os Conceitos
básicos de eletricidade, além de conhecer os Materiais isolantes, condutores e semicon-
dutores e os efeitos da corrente elétrica, produzindo as Grandezas elétricas fundamen-
tais.
Já na unidade II, os estudos apontam para as Instalações elétricas, suas Normas regula-
mentadoras e as definições de Sistemas Elétricos de Potência (SEP), com relação a Ge-
ração, Transmissão e distribuição de energia elétrica, além de permear o ambiente de
Noções de Luminotécnica.
Ao estudar a unidade III deste livro, o aluno de Engenharia de Produção deve aprender
os conceitos de máquinas elétricas e seus principais tipos, além de ter contato com uma
introdução aos acionamentos elétricos. Este tema remete a uma importante denomina-
ção, atualmente, utilizada com frequência e abordada nessa unidade: a eficiência ener-
gética.
Com os conhecimentos da unidade IV, o aluno terá noções de Eletrônica, em termos de
Componentes eletrônicos, seus circuitos, Eletrônica Digital, sinais digitais, assim como
os Circuitos digitais combinacionais e sequenciais, além da Eletrônica Analógica, os si-
nais analógicos e seus respectivos circuitos.
Por fim, na unidade V o estudante terá contato com as aplicações da Eletrônica e sua
sinergia, mesclando a Eletrônica Analógica com a Digital e demonstrando aplicações
de Eletrônica de Potência, instrumentação, controle, comunicação e instrumentação in-
dustrial.
Este livro foi escrito com base em tecnologias, atuais apontando para situações onde
o Engenheiro de Produção possa contribuir com o aumento da produtividade de um
processo, utilizando o melhor dos recursos tecnológicos de eletrônica e eletrotécnica.
Bons Estudos!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
ELETROTÉCNICA
15 Introdução
16 Introdução à Eletrotécnica
61 Considerações Finais
66 Referências
67 Gabarito
UNIDADE II
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
73 Introdução
74 Instalações Elétricas
93 Noções de Luminotécnica
109 Referências
110 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
115 Introdução
156 Referências
157 Gabarito
UNIDADE IV
ELETRÔNICA
161 Introdução
229 Referências
231 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
ELETRÔNICA APLICADA
235 Introdução
287 Referências
288 Gabarito
289 CONCLUSÃO
Professor Me. Fábio Augusto Gentilin
I
UNIDADE
ELETROTÉCNICA
Objetivos de Aprendizagem
■ Apresentar os conceitos relacionados à Eletrotécnica e as
características elétricas dos materiais, alinhado com as principais
grandezas elétricas.
■ Conhecer a natureza dos principais tipos de materiais utilizados na
fabricação dos elementos de eletricidade e eletrônica.
■ Entender as principais grandezas elétricas, os fundamentos de
corrente, tensão, resistência e potência e calcular parâmetros de
consumo de energia elétrica.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Introdução à Eletrotécnica
INTRODUÇÃO
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INTRODUÇÃO À ELETROTÉCNICA
Quando nos referimos à eletricidade, nos deparamos com várias definições que
se referem ao movimento de elétrons em materiais condutores ou à presença
de características elétricas de um material em específico. Nesta unidade, abor-
daremos a eletricidade no âmbito prático, pressupondo o campo de atuação do
engenheiro de produção, mas sem deixar de lado os conceitos fundamentais.
ELETROTÉCNICA
17
Ao observarmos a natureza, notamos que nos dias mais secos (com baixa
umidade relativa do ar) é comum presenciarmos pessoas levando choques elétri-
cos ao descer de seus carros ou ao tocar a maçaneta de uma porta. É interessante
também notar a atração ou a repulsão que um copo plástico descartável sofre
quando aproximamos as mãos dele depois de uma longa caminhada. Estes e
muitos outros efeitos naturais estão relacionados à eletricidade e fazem parte
do nosso dia a dia (COTRIM, 2003).
Basicamente, a Eletrostática e a Eletrodinâmica explicam claramente cada
um dos fenômenos citados, o que não é o objetivo deste livro, mas que precisam
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de gude a mais, o resultado seria que, neste momento, a bola de gude da outra
extremidade seria empurrada pelas demais e sairia do tubo, pois cada uma
das bolas intermediárias empurram umas às outras, de modo a promover esta
transferência de energia mecânica. Caso pudéssemos introduzir bolas de gude
ininterruptamente na entrada do tubo, teríamos, da mesma maneira, bolas na
mesma proporção saindo do outro lado do tubo, conforme mostrado na Figura 2.
Tubo com bolas de gude em repouso
ELETROTÉCNICA
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Chave
Pilha
Lâmpada
Fio
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Átomos dos
elementos
metálicos
Elétrons
livres
Nêutrons
Prótons
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Figura 4 - Fluxo de corrente elétrica em um condutor metálico.
Perceba que, quando todas as cargas positivas do polo positivo receberem uma
carga negativa, podemos dizer que o sistema está em equilíbrio e, neste caso, a
pilha está descarregada.
Para facilitar o entendimento do estudo da corrente elétrica, imagine que o
átomo, provido basicamente de elétrons, prótons e nêutrons, possui elétrons mais
fortemente unidos ao núcleo. Esses elétrons apresentam maior dificuldade em
se libertar do núcleo do átomo e, por sua vez, ocupam órbitas mais próximas do
núcleo, já os elétrons mais distantes do núcleo estão fracamente ligados ao núcleo,
assim, se aplicarmos energia nesse átomo, por exemplo, energia potencial elétrica,
esses elétrons posicionados na camada de valência podem ser estimulados a se des-
prender da órbita de seu átomo original e migrar para a órbita do átomo vizinho
(como as esferas do tubo que assumem a posição das outras, quando empurradas).
No momento em que os elétrons de um átomo entram em movimento de
átomo em átomo, temos o que conhecemos como corrente de elétrons, ou “cor-
rente elétrica”. É importante salientar que um átomo com um elétron em sua
camada de valência apresenta maior facilidade em fornecê-lo para o processo
descrito do que um átomo que tem mais de um elétron em sua última órbita.
A facilidade com que os elétrons se movimentam em um dado condu-
tor depende das características de cada material que o compõe. Este é um dos
aspectos que classifica um material como condutor, semicondutor ou isolante.
ELETROTÉCNICA
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MATERIAIS CONDUTORES
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por exemplo, o ouro e a prata, porém, estes materiais são de valor extremamente
elevado, o que não justificaria o uso em condutores elétricos de uso comum,
sendo ambos utilizados na fabricação de componentes eletrônicos específicos e
em aplicações, onde outras características exigem que os materiais em questão
sejam utilizados. A Figura 6 mostra a configuração eletrônica do ouro e da prata.
Ouro Prata
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Massa atômica: 196.96 Massa atômica: 107.86
Configuração eletrônica: 2, 8, 18, 32, 18, 1 Configuração eletrônica: 2, 8, 18, 18, 1
Figura 6 - Configuração eletrônica do ouro e da prata: (a) ouro e (b) prata. Um elétron na camada de valência.
MATERIAIS SEMICONDUTORES
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e
Átomo de
Silício e Si e
e e e e
e Si e e Si e e Si e e Si e
e e e e
e e e e
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e Si e e Si e e Si e e Si e
e e e e
e e e e
e Si e e Si e e Si e e Si e
e e e e
e e e e
e Si e e Si e e Si e e Si e
e e e e
Figura 8 - Ligação covalente de átomos de semicondutor (Si)
Fonte: o autor.
ELETROTÉCNICA
25
e com isto, haverá sempre a falta de um elétron (o átomo de boro tem apenas
três em sua camada de valência) para se recombinar com o elétron do átomo de
silício e, com isto, há o surgimento de uma estrutura denominada de “lacuna”.
As lacunas são classificadas como os portadores positivos do semicondu-
tor. Quando há predominância de
lacunas em uma porção de material
semicondutor, afirmamos que este
material possui portadores majori-
tários do tipo P (Figura 10).
e e
Átomo de Átomo de
Silício e Si e B Boro
e e
(tetravalente) (trivalente)
e
e e e e
e Si e e Si e e Si e e Si e
e e e e
Lacuna
e e e e
e Si e e Si e B e e Si e
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e e e e
e e e e
e Si e e Si e e Si e e Si e
e e e e
e e e e
e Si e e Si e e Si e e Si e
e e e e
Figura 10 - Formação do semicondutor do tipo P: dopagem com elemento trivalente
Fonte: o autor.
ELETROTÉCNICA
27
e e
Átomo de e e Átomo de
Silício e Si e As Arsênio
(tetravalente) e e (pentavalente)
e
e e e e
e Si e e Si e e Si e e Si e
elétron
e e “sobrando” e e
e e e e
e
e Si e e Si e e As e e Si e
e e e e
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e e e e
e Si e e Si e e Si e e Si e
e e e e
e e e e
e Si e e Si e e Si e e Si e
e e e e
MATERIAIS ISOLANTES
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ria se referir, por exemplo, à isolação acústica
ou à isolação térmica, mas não é este o contexto
desta unidade, pois este tópico se refere à isola-
ção elétrica.
Se é isolação elétrica, devemos isolar o que
se refere ao elétron em movimento, ok? Nesta linha de pensamento, devemos nos
recordar do que foi apresentado nos assuntos anteriores com uma breve ideia do que
seria a corrente elétrica, que é a movimentação dos elétrons em um meio condutor.
Esses elétrons que se movem devem estar em algum lugar para que possam
sair se deslocando. Nós vimos que eles fazem parte de um determinado átomo e,
normalmente, são elétrons livres, pois são fracamente presos ao núcleo e ficam
posicionados na camada de valência.
O que ocorre é que, na maioria dos materiais isolantes, o número de elétrons
presentes na camada de valência é de oito elétrons ou mais e, com isto, dificilmente
seria possível fazer com que estes portadores de cargas negativas entrassem em movi-
mento, ou seja, promover a corrente elétrica em um material composto de átomos
com oito elétrons na camada de valência seria praticamente inviável, mas há limites!
Como devemos imaginar, na natureza, não encontramos todos os materiais
compostos apenas por um único tipo de elemento, ou seja, há combinações de
impurezas com elementos-base em maior quantidade e outros que conferem atri-
butos desejados, como resistência à tração, pressão, temperatura etc. Impureza é
toda a substância diferente do material mais predominante na amostra, exemplo:
boro é a impureza adicionada ao silício para promover a dopagem e a formação
do material semicondutor do tipo P .
ELETROTÉCNICA
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V R
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logo, a corrente que pode circular por meio deles é muito baixa ou insignificante.
Então, todo material ou meio que apresente oposição à circulação de corrente
pode assumir características isolantes? Na verdade, não, mas os materiais iso-
lantes aplicados a pequenas diferenças de potencial (Volts) não permitem fluxos
de correntes, ou são tão pequenas que chegam a ser desprezíveis.
Normalmente, para isolar a corrente elétrica, utiliza-se materiais como o plás-
tico, a borracha, a cerâmica, o fenolite, a fibra de vidro, o vidro, entre outros, mas
lembre-se: a capacidade de isolar a diferença de potencial que um dado mate-
rial ou meio possui está relacionada a mais do que o próprio material. Tem a ver
com as condições climáticas (umidade relativa do ar), distância entre os elemen-
tos, frequência dos sinais etc.
ELETROTÉCNICA
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pados, mas com capas de plástico capazes de isolar milhares de Volts (Figura 13).
Em nossas casas, é comum observarmos as tomadas e os plugues que interli-
gam os eletrodomésticos à rede elétrica, todos revestidos de plástico, mas, por dentro,
possuem terminais com potenciais elétricos de elevado valor e, portanto, devem ser
protegidos do contato direto ou acidental. A Figura 14 mostra um exemplo comum
do uso de tomadas elétricas em uma régua. Este caso é bastante crítico e oculta um
perigo silencioso que pode originar incêndios e catástrofes, dependendo da situação.
O corpo humano não é um
organismo elétrico e, no entanto,
todas as suas células recebem
estímulos elétricos por meio
de membranas. Este potencial
elétrico é produzido por um gra-
diente eletroquímico que, por
meio do sistema nervoso central,
atua nos tecidos dos músculos e
resulta nos movimentos.
O que ocorre é que o poten-
cial elétrico enviado aos tecidos
para promover um movimento
é muito pequeno, da ordem de
Figura 14 - Régua de tomadas: sobrecarga silenciosa.
3
milivolts 1 mV 0, 001 V ou 10 V . Quando recebemos um choque elétrico, o
potencial normalmente é da ordem de Volts (ou de centena de Volts), e o impacto
que nosso organismo recebe é semelhante ao de realizar um esforço descomu-
nal (COTRIM, 2003). O impacto desta exposição a um potencial muito elevado
resulta em contrações musculares de mesma proporção, ou seja, de milhares de
vezes a intensidade normalmente recebida pelo organismo.
Embora um homem adulto tenha 65% de seu corpo constituído por água,
temos outros tecidos e demais elementos que constituem ossos e órgãos e que
juntos apresentam dada resistência à circulação dos elétrons da ordem de 500
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a 500.000W , dependendo da parte do corpo e de cada indivíduo. Desta forma,
podemos estimar o valor da corrente elétrica que um choque elétrico pode pro-
mover por meio dos tecidos do corpo humano (COTRIM, 2003).
ELETROTÉCNICA
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Tensão elétrica
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rença de potencial (também dada em Volt), que
se refere à comparação entre dois pontos com
Figura 15 - Diferentes modelos de
cargas. Quando há diferença de concentração de acumuladores: pilhas e baterias.
cargas, então podemos dizer que a diferença de potencial (d.d.p.) é diferente de
zero, e podemos, com isso, promover o fenômeno da corrente elétrica.
O instrumento utilizado para medir a tensão elétrica é o voltímetro (Figura
16) e normalmente se encontra nos formatos digital e analógico.
(a) (b)
Figura 16 - Voltímetros (a) analógico e (b) digital (uma das funções do multímetro).
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+
Fonte de v
tensão -
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Voltímetro
A tensão pode ser contínua (Vcc) ou alternada (Vca). Vcc e Vca significam tensão
em corrente contínua e tensão em corrente alternada, respectivamente, devido
ao seu comportamento no domínio do tempo. A tensão contínua é aquela que
encontramos nos terminais de uma pilha ou de uma bateria e tem polaridade
constante no tempo, ou seja, uma vez que tenhamos uma diferença de potencial,
esta será entre dois terminais fixos positivo (+) e negativo (-). A Figura 19 mostra
uma bateria e o exemplo dos polos positivo e negativo distintos (LOURENÇO;
CRUZ; JÚNIOR,1996).
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Figura 19 – Bateria (a) e pilha (b): identificação dos polos positivo e negativo.
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U (V) Voltímetro
12,7 Polo Polo
negativo positivo
11,8
BATERIA
0
t1 t2 t(min)
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Essa máquina faz parte do que conhecemos como gerador que, acionado por
uma força externa (queda d’água de uma represa em uma hidrelétrica, motor a
combustão interna de um gerador estacionário etc.), produz a tensão alternada
de acordo com a velocidade de rotação do eixo e o seu movimento circular.
y=seno(x)
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Figura 22 - Função seno: comportamento que descreve a tensão alternada.
Note que, deste ponto em diante, o sinal inicia uma jornada que se dá abaixo do
eixo " x " , produzindo valores negativos de " y " . Quando isto ocorre, dizemos
p
que o sinal tende a −1 e atinge esse valor em 3 270 .
2
Logo após esse ponto, o sinal retorna ao ponto zero em 2p 360 0 , fina-
lizando o seu ciclo de trabalho ou operação, definindo o seu período. Deste
momento em diante, o sinal começa um novo ciclo idêntico ao anterior.
Este processo ocorre igualzinho no gerador de tensão alternada. Cada giro com-
pleto do eixo da turbina ou da máquina síncrona é um período completo, de 0 a
360° e, por convenção, deve ter esse comportamento cíclico 60 vezes por segundo,
caracterizando, assim, a frequência de 60 Hz da rede elétrica que temos no Brasil.
ELETROTÉCNICA
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Agora, o estudante pode entender de maneira mais clara como ocorre a forma-
ção do sinal de tensão alternada. Converta apenas as coordenadas dadas entre
as Figura 22 e Figura 23, entendendo que onde chamamos de “ y ” na Figura
22, é amplitude de tensão na Figura 23, e o que é “ x ” na Figura 22, é ângulo em
graus na Figura 23.
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atingir o seu valor extremo negativo, que seria −127 V , −220 V , dependendo
do gerador, pois a polaridade do sinal (-) indica que o valor da tensão é negativo
em relação à referência zero. Após este ponto, o sinal aumenta novamente e
chega até os 360° com zero de amplitude ( 0 V ). É neste momento que se inicia
um novo período.
O sistema de geração mostrado representa a geração monofásica de tensão
alternada. A Figura 24 mostra como são os sinais provenientes de um gerador
trifásico, onde cada fase produz tensão com frequência de 60 Hz , mas com
defasagem de 120° entre si.
ELETROTÉCNICA
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I
Corrente elétrica
Fonte: o autor.
como gases, líquidos e materiais sólidos
não metálicos, dependendo da tensão e
da frequência aplicadas.
A Figura 26 mostra um instrumento
conhecido como amperímetro, utilizado
para medir a intensidade de corrente elé-
trica em um circuito.
A Figura 27 apresenta um exemplo
de medição de corrente, onde a fonte de
tensão impulsiona os elétrons a circula-
rem pelo circuito e pela carga alimentada
(resistor). Figura 26 – Amperímetro: instrumento utilizado para
medir corrente elétrica
Na Figura 28 é exibido o diagrama
elétrico da medição de corrente elétrica.
Observe que o amperímetro deve ser asso-
ciado em série com a carga alimentada.
Caso a ligação do instrumento não seja em
série, pode haver avarias no amperímetro
e, por este motivo, alguns instrumentos
modernos (multímetros) são protegidos
internamente por fusíveis.
I
i
Amperímetro
Fonte de Carga
tensão alimentada
Figura 28 - Diagrama elétrico da medição de corrente: amperímetro associado em série com a carga
Fonte: o autor.
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consequência de uma cadeia de eventos anteriores. Costuma-se dizer que a ten-
são é a causa, e a corrente é a consequência, pois se não há força (diferença de
potencial) para impulsionar os elétrons de um condutor a saírem de seus áto-
mos e saltarem em direção ao próximo adjacente, então, não haverá corrente
(BALBINOT; BRUSAMARELLO, 2011). Veja a representação na Figura 29.
Figura 29 - Corrente de descarga de uma bateria: diminui a sua amplitude na mesma proporção que a tensão
Fonte: o autor.
Perceba que à medida que a bateria descarrega por meio da resistência R , o valor
da corrente em t1 diminui de 250 mA para 200 mA em t2 .
ELETROTÉCNICA
43
Já lhe ocorreu que, em dias secos, após uma caminhada ao ar livre, quando
você se aproximou de alguém ou de um objeto e estendeu a sua mão, antes
mesmo de tocá-lo, houve um choque elétrico? Uma faísca? Este fenômeno só
ocorre quando há diferença de potencial entre os corpos que se aproximam
até uma distância suficiente para, desta forma, a isolação do ar não ser o bas-
tante para impedir que os elétrons do corpo mais eletronegativo migrem ao
outro corpo, a fim de se recombinar com as outras cargas de potencial posi-
tivo.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quando existe corrente elétrica circulando por um circuito, há diversos efei-
tos que passam a surgir em função do movimento dos elétrons, como o efeito
Joule, que se manifesta, dissipando energia em forma de calor, ou o próprio
campo magnético que surge em torno do condutor percorrido pela corrente,
que depende diretamente de sua amplitude.
A corrente alternada tem uma característica oscilatória que depende do com-
portamento da fonte de tensão geradora, ou seja, sabemos que para haver corrente,
é necessário que haja tensão, logo, se a tensão for contínua, na maioria dos casos,
a corrente terá comportamento contínuo, porém, se a fonte de tensão for alter-
nada, a corrente terá as mesmas características, pois a corrente é função da tensão.
A Figura 30 mostra um exemplo de sistema trifásico (três fases com corrente
alternada). Perceba que quando a corrente de qualquer uma das fases está com a
sua amplitude máxima, 120° depois, outra fase também está com o seu máximo
potencial. Na mesma Figura, observe como exemplo quando a fase “ B ” está em
90° , a sua amplitude é máxima, e quando o ângulo é igual a 210° , a fase “ A ” é a
que apresenta o seu potencial máximo. O comportamento senoidal é dado em fun-
ção da tensão alternada, que ocorre na mesma forma e no mesmo ângulo. Este efeito
se repete com a fase “ C ” e continuará assim enquanto fluir corrente pelo circuito.
ELETROTÉCNICA
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Resistência elétrica
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Na indústria, pode-se verificar resis-
tores de tamanhos que variam desde
milímetros (utilizados em circuitos ele-
trônicos), como resistências tubulares de
centímetros ou metros de comprimento,
fabricadas em espiral para atender a
necessidades específicas, por exemplo,
fornos de altas temperaturas, prontos
para suportar potências de milhares de
Watts (isto será abordado mais adiante).
A Figura 31 mostra um exemplo de
resistência de aquecimento utilizada em
fornos elétricos domésticos. Este tipo de
elemento resistivo é fabricado para aten-
der a aplicações de potências elevadas e
de baixa precisão.
Os pequenos resistores, aqueles
utilizados em circuitos eletrônicos, pos-
suem encapsulamentos padronizados que
podem suportar de miliWatts até alguns
Watts de potência, pois são fabricados
para atender a aplicações de precisão
Figura 31 - Resistência de aquecimento de um forno
(Figura 32). elétrico: potência elevada e baixo valor de resistência.
ELETROTÉCNICA
47
a carga instalada (que depende muito dos tipos de cargas: podem ser indutivas,
capacitivas e resistivas), pois dadas as características da carga é que os conduto-
res e conexões serão dimensionados.
É válido lembrar que, na maioria das casas, há dispositivos que operam como
resistências, como é o caso do chuveiro elétrico, do secador de cabelos, do forno
elétrico, do ferro de passar etc. Todos estes exemplos apontam para um mesmo
efeito: aquecimento, ou em outras palavras, o Efeito Joule.
A resistência elétrica é definida pelas Leis de Ohm e é representada pela letra
“ R ”. Recebe a sua unidade Ohm (W) em homenagem ao físico alemão Georg
Simon Ohm (1789-1854).
A Primeira Lei de Ohm (já mencionada) se refere à interação entre a ten-
são e a corrente e é dada pela Equação 1. Isolando-se a resistência na Equação
1, fica a Equação 3:
V
R= = [W]
I
Leve sempre em consideração que todo condutor apresenta uma dada resistência,
principalmente, o cobre, a qual pode variar de acordo com a temperatura. Para
ilustrar esta propriedade, há um coeficiente de resistividade ρ de acordo com a
Segunda Lei de Ohm, em que a resistência elétrica é diretamente proporcional
à resistividade do material (ρ) e o seu comprimento (L), porém, inversamente,
proporcional à sua área de seção transversal (A) (Equação 4):
L
R r [W]
A
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Prata 1, 6 108
Cobre 1, 7 108
Metais
Alumínio 2, 8 108
Tungstênio 5 108
Platina 10, 8 108
Ferro 12, 0 108
Latão 8, 0 108
Ligas Constantã 50, 0 108
Níquel-Cromo 110, 0 108
4000 108 a
Mineral Grafite
8000 108
Água Pura 2, 5 × 103
Vidro 1010 a 1013
Porcelana 3, 0 × 1012
Isolantes Mica 1013 a 1015
Baquelite 2, 0 × 1014
Borrachav 1015 a 1016
Âmbar 1016 a 1017
Fonte: adaptado de Lourenço, Cruz e Júnior (1996).
ELETROTÉCNICA
49
r r0 1 a DT
Onde:
r = Resistividade do material à temperatura T [ Wm ].
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Classificação Material a [ C 1 ]
Prata 0, 0038
Alumínio 0, 0039
Metais Platina 0, 0039
Cobre 0, 0040
Tungstênio 0, 0048
Níquel-Cromo 0, 00017
Ligas Niquelina 0, 00023
Latão 0, 0015
Mineral Grafite −0, 0002 a − 0, 0008
Fonte: adaptado de Lourenço, Cruz e Júnior (1996).
Ohmímetro Ω Resistor
sob teste
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Com o aquecimento dos cabos, a resistência tende a aumentar e, com isso,
surge um efeito denominado “queda de tensão”, pois como o condutor re-
presenta uma resistência que varia conforme a temperatura sofre alterações,
este condutor, percorrido pela corrente elétrica, passa a dissipar potência e,
com isto, parte da energia que deveria ser transferida para a carga alimenta-
da é perdida “pelo caminho” nos condutores.
O comprimento dos condutores influencia muito no efeito da resistência do
condutor e, assim, quanto maior a distância entre a instalação da fonte de
energia, mais energia é perdida ao longo dos condutores.
Fonte: o autor.
É em função da oposição à corrente que for apresentada pelo resistor sob teste
que o instrumento indica o seu valor, pois é de acordo com a queda de tensão
sobre o resistor em teste que é calculado e indicado o valor de sua resistência,
podendo ocorrer em um visor analógico por meio de um ponteiro em uma
escala graduada ou em um instrumento digital, com display de cristal líquido.
A Figura 34 apresenta dois tipos de instrumentos que podem ser utilizados,
o analógico (a) e o digital (b). É necessário considerar que o instrumento analó-
gico apresenta a sua escala crescente de resistência invertida em relação à escala
de tensão, sendo que o menor valor de fundo de escala de tensão é o maior valor
de resistência do fundo de escala do instrumento.
ELETROTÉCNICA
51
(a) (b)
Figura 34 – Ohmímetro: (a) analógico e (b) digital.
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É importante ressaltar que para medir uma resistência, é necessário que ela esteja
livre de potencial, ou seja, desconectada do circuito, pois qualquer corrente que
circule pelo elemento em teste durante a leitura de resistência pode interferir no
valor ou até danificar o instrumento de medição.
A medição de resistência vista a partir de um instrumento real é dada na
Figura 35:
(a) (b)
Figura 35 - Medição de resistência elétrica: resistor com código de cores, ou seja, (a) medição e (b) resistor fixo
às garras (tipo jacaré)
Fonte: o autor.
Os resistores possuem um código de cores para definir o seu valor ôhmico, res-
peitando a sequência de cores e o padrão utilizado para a sua fabricação (SEDRA;
KENNETH, 2012). Assim, apenas combinando as cores de um resistor é possível
4 Faixas
1º 2º Multipli- Tolerância
Cor Dígito Dígito cador
Preto
Marrom
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Vermelho
Laranja
Amarelo
Verde
Azul
Violeta
Cinza
Branco
Ouro
Prata
ELETROTÉCNICA
53
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Para ilustrar os conceitos vistos até aqui, vamos realizar a solução de alguns exer-
cícios contemplando a tensão, a corrente e a resistência.
Exercícios resolvidos
Calcule:
a) O valor da resistividade do material para a temperatura de 50 °C .
b) O novo valor de resistência do condutor para a nova temperatura de
50 °C .
Solução:
a. Levando-se em conta que o material que compõe o condutor é o cobre
(resistividade = 1, 7 108 Wm @20 °C ) e que o seu diâmetro de
6, 0 mm ( 6, 0 103 m ) com comprimento de 1, 5 m , fica:
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L
R0 r
A
D
fazendo A p r 2 , e sabendo que r fica:
2
L L
R0 r 2
R0 r 2
p r D
p
2
substituindo os valores, fica:
1, 5
R0 1, 7 108 2
6, 0.103
p
2
R0 9, 0 104 W
b. Aplicamos a nova temperatura para calcular o valor da resistividade
do material para a temperatura de 50 °C . Por tabela, sabemos que
r0 1, 7.108 Wm e α = 0, 0040 C −1:
cobre
ELETROTÉCNICA
55
8
Com esta informação ( r 2, 58 10 Wm ), podemos calcular o valor da
resistência oferecida pelo condutor a 50 °C (desconsiderando os efeitos da dila-
tação do material):
L
R50 C r
A
1, 5
R50 C 2, 58.108 2
6, 0.103
p
2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Respostas:
a. O valor da resistividade do cobre para a temperatura de 50 °C é
r 2, 58 108 W.m .
b. A resistência do condutor sob a temperatura de 50 °C será de
1, 368 103 W .
Exercício 2: Um chuveiro elétrico alimentado com 127 V consome cor-
rente de 43, 3 A na posição inverno. Já na posição verão, o chuveiro passa
a consumir a corrente de 23, 62 A .
Calcule:
■ O valor da resistência quando o chuveiro estiver na posição inverno.
■ O valor da resistência quando o chuveiro estiver na posição verão.
Solução:
a. Na posição inverno, a corrente é de 43, 30 A , e a tensão é de 127 V ,
logo, temos pela Equação 3:
V 127
R= = = 2, 93 W
I 43, 3
V 127
R= = = 5, 37 W
I 23, 62
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condutor. Esta propriedade é mais pronunciada nos metais puros, que são
classificados como materiais com coeficiente positivo de temperatura.
Já nos gases ionizados e no grafite, a resistência diminui com o aumento
de temperatura, sendo assim, classificados como materiais com coeficiente
negativo de temperatura.
Fonte: Lourenço, Cruz e Júnior (1996).
Potência elétrica
Esta seção tem como objetivo contemplar uma das mais importantes partes
do estudo da eletricidade, a potência elétrica. Potência esta que não existe ape-
nas na eletricidade, mas será abordada de maneira complementar ao que já foi
estudado em relação à tensão, à corrente e à resistência.
Iniciaremos o estudo da potência elétrica, partindo da tensão (que produz o
movimento dos elétrons) e da corrente (que faz com que seja produzido calor).
Adotemos uma analogia com a mecânica, imaginando quando uma força apli-
cada a um corpo produz movimento e, portanto, realiza trabalho, convertendo
a energia potencial em energia cinética.
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Associamos esse fato à fonte de tensão, que nada mais é do que a fonte de
energia potencial disponível, na forma de terminais positivo (+) e negativo (-).
Quando essa fonte é associada a uma determinada carga (pode ser um resistor),
surge o que chamamos de corrente elétrica (que é a movimentação dos elétrons,
logo, a energia potencial da fonte de tensão convertida em energia cinética).
Como a fonte de tensão produz movimento dos elétrons livres e estes coli-
dem uns com os outros de modo a produzir calor (mais pronunciadamente em
materiais com características resistivas), há o surgimento da dissipação de calor.
Como acontece na superfície de um ferro de passar ou dentro de um forno elétrico.
Em eletricidade, a velocidade com que a tensão realiza o trabalho (repre-
sentado pela letra “ t ” – medido em Joules) para que um elétron possa entrar
em movimento, saindo de uma posição inicial e chegando a uma posição final,
é chamada de potência elétrica, e a letra que simboliza esta variável é P . Logo,
a unidade de medida de potência elétrica é Joule por segundo ( J s ), mas con-
vencionado como Watt, ou simplesmente W , em homenagem a James Watt
(1736-1819), que idealizou e desenvolveu vários estudos e descobertas relacio-
nadas à potência.
Devemos considerar que se a energia (representada pela letra E ) é a capa-
cidade de realizar trabalho, associando a energia E à potência P , podemos
afirmar que a Equação 6:
t E
P
= = = [ J ] = [W ]
Dt Dt s
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Equação 7: potência elétrica - relação entre a tensão e a corrente.
a) b) C)
Figura 38 - Alicate Wattímetro: (a) exemplo de uso em CC, (b) exemplo de uso em CA e (c) modelo analógico
ELETROTÉCNICA
59
ATENÇÃO
Algumas áreas da ciência ou alguns países podem adotar unidades diferen-
tes para as mesmas grandezas e, muitas vezes, nos deparamos com conver-
sões entre unidades de potência, quando observamos a medida em CV, W
ou HP, porém, o estudante deve sempre se lembrar que seja aplicada na área
mecânica ou elétrica, a potência representa o mesmo conceito.
Fonte: o autor.
Energia
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a) b)
Figura 39 - Medidor de consumo de energia elétrica: (a) modelo tradicional eletromecânico e (b) modelo
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moderno digital.
Solução:
Primeiramente, precisamos entender que o chuveiro fica ligado durante
10 minutos, o que, em horas, equivale a 0, 16 h. Aproximando o mês
para 30 dias, fica:
Dt 0, 16 30 Dt 4, 8 h
ELETROTÉCNICA
61
P V .I P 5 1800 103 P 9 W
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
atualmente, fazem com que a eletricidade possa contribuir no modo de vida das
pessoas e no desenvolvimento em diversas áreas, desde a produção de alimen-
tos até as pesquisas espaciais e a cura de doenças.
Os diferentes tipos de materiais utilizados para a fabricação de componentes
elétricos e eletrônicos definem as suas limitações e também a sua aplicabilidade
nas diversas áreas, como na condução de eletricidade, desde a sua geração até o
local onde ela será consumida, ou mesmo na conversão de um formato de cor-
rente em outro.
Destes princípios, vimos que as diferentes tecnologias de materiais condu-
tores, semicondutores e isolantes consistem na base utilizada para a fabricação
da maioria dos dispositivos, atualmente, produzidos no mundo, desde ferros de
passar a supercomputadores.
Um fato importante que deve ser destacado é que, atualmente, somos limitados
a determinadas tecnologias que estão passando por modernizações, permitindo
a elaboração de novos materiais que podem ser utilizados na fabricação de bate-
rias, as quais têm agora o agravante ambiental, visto que representam um grande
problema em seu descarte e em sua vida útil, relativamente, curta, além de cada
vez mais dependermos de baterias para alimentar os nossos dispositivos mais
utilizados, como smartphones, tablets etc. É de extrema importância o enten-
dimento desses temas para a imersão na próxima unidade deste livro, pois os
fundamentos de eletricidade aplicados em Eletrotécnica são básicos para que os
conceitos de instalações elétricas e demais temas relacionados sejam assimilados.
Além da Eletrotécnica, as áreas de máquinas elétricas, eletrônica, automação
etc. utilizam muitos dos conceitos básicos que são introduzidos nessa unidade.
ELETROTÉCNICA
63
Instalações Elétricas
Hélio Creder
Editora: LTC
Sinopse: prestes a completar meio século da primeira publicação,
Instalações Elétricas chega à sua 16ª edição como a maior referência
bibliográfica sobre o tema na literatura técnica brasileira. Hélio Creder,
ícone da Engenharia no país, deixou legado indelével, tanto no mercado
profissional, quanto no meio acadêmico. Uma equipe renomada, liderada
pelo professor Luiz Sebastião Costa, cuidou com esmero e profundo
saber da atualização desta incomparável obra. Objetiva e didática, esta
publicação consegue aliar teorias à prática com maestria, no que consiste
em uma das características mais importantes e valiosas a profissionais da
área e também a docentes e estudantes de graduação em Engenharia,
além de cursos tecnólogos e técnicos. O conteúdo foi atualizado de
acordo com as especificações vigentes na área (em especial a Norma
ABNT NBR ISO/CIE 8995 1:2013), uma das premissas imprescindíveis a um
livro que pretenda discorrer sobre o tema. A utilização de ferramentas
computacionais (como o programa DIALux) auxilia na aprendizagem
eficiente de projeções e instalações.
Comentário: livro clássico e obrigatório para aqueles que desejam estudar as instalações elétricas
e os Sistemas Elétricos de Potência.
1.
a) Solução:
Dados:
=P 2= kW 2000 W
Tempo: 4 h x 5 dias = 20 h / semana
E P.Dt [kWh]
E 2000 90 180 kWh
Logo:
R: o consumo mensal de energia elétrica é de 180 kWh .
b) Solução:
C E (kWh).Tarifa
C 180 0, 55
C R$ 99, 00
Logo:
R: para que esse motor seja utilizado o valor mensal será de C = R$ 99, 00 .
2.
Solução:
Dados:
Diâmetro = 3,0 mm, Acircular p r p ( D ) , assim:
2 2
2
3
Acircular p (3, 0 10 )2
2
Acircular 7, 068 106 m2
69
GABARITO
SeR = 0, 073 W e
Comprimento de 1, 0 m .
L R A
R rplatina rplatina
A L
0, 073 W 7, 068 106 m2
rplatina
1, 0 m
rplatina 5,16 106 W
m
3.
a. Solução:
Dados:
I = 2400 A
U = 24 V
R pessoa = 100.000 W
V 24
I
R 100.000
I=240 106 A
Logo:
R: a corrente que circulará pelo corpo da pessoa será de 240 106 A .
4.
a. Solução:
Dados:
Chuveiro “A” alimentado em 127 V e o chuveiro “B” alimentado em 220 V .
Ambos com potência de 5400 W .
C P tarifa
C 40, 5 0, 55 22, 27
C R$ 22,27 por mês
I chuveiro
= 5400
= 42, 51 A
A 127
I chuveiro
= 5400
= 24, 54 A
B 220
R: o chuveiro B de 220 V pode ser mais econômico em relação aos con-
dutores da instalação elétrica, pois podem ser mais finos, uma vez que a
corrente que circula é de 24, 54 A em 220 V , enquanto que em 127 V
para a potência de 5400 W , a corrente seria de 42, 51 A, logo com con-
dutores de maior diâmetro e de custo mais elevado.
71
GABARITO
c. Solução:
R: com o devido uso do condutor de aterramento do chuveiro ligado cor-
retamente ao condutor da instalação (que está conectado ao eletrodo de
aterramento), o potencial presente na resistência não isolada produz cor-
rente elétrica pela água no interior do chuveiro e que flui pelo terminal de
aterramento próximo da resistência.
Caso não haja a conexão do condutor-terra do chuveiro com o condutor de
aterramento, a corrente tende a circular pela água e pelo corpo do usuário
do chuveiro, podendo causar choque elétrico.
5.
a) Solução:
Resposta correta: alternativa A.
I = 1, 5 A
P V I 5 1, 5 7, 5 W
R: a capacidade de corrente do carregador é de 1500 mA , e a potência má-
xima é de 7, 5 W.
6.
a) Solução:
P
I 1000 / 220 I 4, 54 A
V
R: a corrente consumida pelo motor do liquidificador alimentado em 220 V
será de 4, 54 A .
Professor Me. Fábio Augusto Gentilin
II
UNIDADE
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Objetivos de Aprendizagem
■ Apresentar os principais termos relacionados a instalações elétricas.
■ Compreender sobre os Sistemas Elétricos de Potência (SEP) e
métodos de geração alternativa de energia (energia solar, eólica e
demais fontes de energia existentes).
■ Aprender sobre Luminotécnica e suas principais características.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Instalações elétricas
■ Sistemas Elétricos de Potência (SEP)
■ Noções de Luminotécnica
75
INTRODUÇÃO
Introdução
76 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
77
ATERRAMENTO ELÉTRICO
L1
L2
L3
PEN
Instalações Elétricas
78 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Imagine se todos pudessem realizar suas instalações elétricas de acordo
com seu conhecimento, sem a necessidade de padronização ou atendimen-
to à normas? Como seria a aparência de nossas cidades e casas? E em termos
de acidentes com eletricidade, o que mudaria?
Fonte: o autor.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
79
L1 L1
L2 L2
L3 L3
N N
PE
PE PE
Massas Massas
Aterramento Massas Massas Aterramento
da alimentação da alimentação
L2 L2
L3 L3
N N
1) 2)
PE
PE
Impedância
L1 L1 L1
L2 L2 L2
L3 L3 L3
N N N
1) 1) 1)
PE PE PE PE
Impedância Massas Massas Impedância Impedância
Instalações Elétricas
80 UNIDADE II
EQUIPAMENTO ELÉTRICO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Aparelho elétrico
Linha elétrica
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
81
Dispositivo elétrico
O dispositivo elétrico é aquele que exerce uma função dentro de um circuito elé-
trico, que pode ser de manobra, comando, proteção ou controle, podendo ser
parte integrante de uma unidade maior dentro da instalação.
Nas ações de manobra, os dispositivos atuam, comutando o acionamento
de máquinas e dispositivos, por exemplo. Podemos citar os disjuntores, chaves
seccionadoras e contatores como sendo dispositivos de comutação que realizam
manobras de circuitos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Carga elétrica
Instalações Elétricas
82 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Essa característica pode comprometer o sistema elétrico da empresa, uma vez que
atinge limite máximo imposto pela concessionária de energia e implica em multa.
O baixo fator de potência de motores elétricos e o superdimensionamento
de motores e transformadores podem causar o aumento de potência reativa, o
que pode ser minimizado com o uso de banco de capacitores de correção de
fator de potência.
POTÊNCIA INSTALADA
Assim como a carga elétrica, a potência instalada define todas as cargas dentro de
uma instalação elétrica em termos de potência total, levando em conta o consumo
de corrente de cada elemento associado a instalação e sua tensão de trabalho.
Um exemplo, seria realizar o levantamento da potência individual de cada
um dos dispositivos de uma instalação, desde iluminação até dispositivos como
chuveiros, motores, máquinas etc. e realizar sua soma de todos os elementos.
No Quadro 1, segue um exemplo da potência instalada em uma determinada
filial de uma empresa:
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
83
Potência
136.950
total (W):
Quadro 1 - Potência instalada do exemplo
Fonte: o autor
Falta elétrica
Instalações Elétricas
84 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sobrecarga, sobrecorrente, sobretensão e curto-circuito
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
85
Instalações Elétricas
86 UNIDADE II
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Figura 6- Disjuntor-motor.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
87
Instalações Elétricas
88 UNIDADE II
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(a)
(b)
Figura 8- Proteção em três níveis para fornecimento de energia, tipo 1 e tipo 2 instalados separadamente e
tipo 3 – (a) diagrama elétrico e (b) fotos dos dispositivos físicos (Contact, 2014 p. 12).
V V
I= =
R Z
V
I →∞=
Z →0
Equação 1
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
89
Corrente diferencial-residual ( I DR )
Devemos reconhecer que no ponto P a soma das correntes I1, I2, I3, e IN deve
ser igual a zero (Equação 2), assim a corrente diferencial residual é igual à zero:
I1 + I 2 + I 3 + I N = 0
I DR = I1 + I 2 + I 3 + I N
Na prática, o ponto P pode ser uma pessoa que acidentalmente tem contato
com um dos condutores energizados (vivos) e quando a corrente circula através
de seu corpo até a terra, onde o mesmo está apoiado sobre seus pés, atinge deter-
minado valor que pode ser letal. Para proteger as pessoas desse efeito, existe um
dispositivo denominado Disjuntor “Diferencial-Residual”, ou simplesmente “DR”.
Esse dispositivo é instalado na entrada de alimentação de uma edificação
e monitora a corrente de fuga entre os condutores alimentadores e a terra. Na
iminência de fuga de corrente para a terra, em caso de choque elétrico ou mal
funcionamento de um equipamento elétrico ou eletrônico, este DR atua de modo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a desenergizar a rede elétrica da edificação, protegendo assim as pessoas con-
tra choques elétricos.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
91
que ocorria na maioria dos estados brasileiros e que atualmente está diminuindo,
de forma a tornar mais viável o investimento e as novas alternativas energéticas.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 10- Geração de energia: (a) usina nuclear, (b) usina eólica, (c) usina solar e (d) usina hidroelétrica.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A energia elétrica que utilizamos na atualidade é comercializada sob altos
custos, dado aos métodos e fontes disponíveis, sendo de uso restritivo e li-
mitado ao poder aquisitivo das pessoas. Quais seriam outros métodos que
poderiam possivelmente substituir no futuro as fontes atuais de energia elé-
trica de maneira sustentável e acessível a todos?
Fonte: o autor.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
93
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 12- Subestação de energia - fim das linhas de transmissão e início da distribuição.
Quando a energia é transmitida, os potenciais variam desde sua geração até sua
distribuição, apresentando as seguintes opções (Cotrim, 2003):
■ Potencial de geração: 12 kV a 24 kV;
■ Potencial de Transmissão: 138 kV a 735 kV (grandes consumidores);
■ Potencial de Sub-transmissão 23 kV a 138 kV (cidades menores ou indús-
trias de médio porte);
■ Potencial de distribuição industrial: 4,16 kV a 34,5 kV (pequenas indús-
trias e shoppings);
■ Potencial de distribuição residencial: menor que 1000 V (residências,
microempresas e comércio).
Quando o assunto é distribuição, podemos concluir, por meio das informações
acima, que os potenciais entregues às empresas são elevados e significam ponto
de atenção com a segurança nessas áreas.
É a distribuição, dentro do SEP, que entrega e mantém funcionando a energia
elétrica para permitir que sua vida funcione conforme o esperado, nos potenciais
de nossos eletrodomésticos, dispositivos eletrônicos, computadores, iluminação
etc. Para conseguir que os potenciais se ajustem aos padrões dos equipamentos
domésticos, é necessário que haja conversão de potenciais, para isso utilizamos
transformadores de distribuição, conforme mostra a Figura 13.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
95
NOÇÕES DE LUMINOTÉCNICA
Noções de Luminotécnica
96 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 14- Sala de estudo - iluminação deve ser adequada a leitura.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
97
A luminária é o aparelho que reúne todos os recursos para que a luz seja pro-
duzida na intensidade e direção desejada. Para isso, contempla toda a estrutura
mecânica e elétrica para fixação e manutenção adequadas.
O dimensionamento da quantidade de elementos necessários em um dado
ambiente depende das necessidades específicas e recomendadas pela norma NBR
5413, conforme o Quadro 2 (ABNT, 1992) e não será detalhado nesse livro por
exigir pré-requisitos técnicos do curso de Engenharia Elétrica, sendo, portanto,
abordadas nessa seção as informações mais relevantes de orientação ao profis-
sional da área de Engenharia de Produção.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Noções de Luminotécnica
98 UNIDADE II
TIPOS DE LÂMPADAS
• Lâmpada incandescente
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ída por modelos mais eficientes.
É composta de base, bulbo, filamento e demais suportes inter-
nos confinados com o gás. O filamento é espiralado e
fabricado em Tungstênio devido ao alto ponto
de fusão e baixo ponto de evaporação que lhe
conferem a maior eficácia sobre a maioria
dos metais. A Figura 15 apresenta uma lâm-
pada incandescente comum.
A luz nesse tipo de lâmpada é resul-
tado do aquecimento do filamento de
Tungstênio que é percorrido pela corrente
elétrica e atinge elevada temperatura em con-
tato com os gases Nitrogênio ou Argônio (que
são normalmente usados na fabricação desse tipo
de lâmpada). Já o Criptônio é um tipo de gás inerte
que apresenta menores perdas, mas seu uso é restrito
a lâmpadas especiais por conta de seu custo elevado.
O material da sua base é geralmente alumínio,
níquel ou latão e pode ser roscado (identificado pela
letra “E” de Edison) ou do tipo baioneta (identificado
pela letra “B” (Cotrim, 2003 p. 441 a 442)). Figura 15 - Lâmpada incandescente.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
99
• Lâmpadas de descarga
Noções de Luminotécnica
100 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
rendimento, comparado aos modelos tradicionais.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
101
1
Referência que pode sofrer alterações de acordo com a necessidade de cada fabricante, atualizando a faixa
de oferta de potências comerciais.
Noções de Luminotécnica
102 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sua utilização é dedicada a iluminação de ambientes como está-
dios e vias públicas em centros de cidades, onde há a necessidade de
realçar detalhes e cores com nitidez e a faixa de potências para esse modelo de
lâmpada é de 400 a 2000 W (Cotrim, 2003 p. 445).
Este tipo de lâmpada utiliza sódio, mercúrio e xenônio, no interior de seu bulbo
de vidro, que atuam na limitação e estabilização da luz, além da condução do
calor produzido.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
103
• Lâmpada LED
Há, entretanto, diversos tipos de invólucros para essa tecnologia de lâmpadas, sendo
que diferentes aplicações determinam seu aspecto, variando desde uso em residências,
faróis de veículos automotores, iluminação pública, lanternas até mesmo equipamen-
tos médico-hospitalares (Figura 24).
As vantagens do uso da lâmpada LED estão associadas ao seu baixo con-
sumo de energia, eficiência luminosa, vida útil, tamanho reduzido, resistência
mecânica, baixa dissipação de calor, etc.
Noções de Luminotécnica
104 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A Figura 25 (EMPALUX, 2018) apresenta uma relação
da eficiência luminosa em diferentes tipos de lâmpa-
das. Observe que uma lâmpada incandescente tem a
capacidade de produzir uma taxa de luz por unidade
de potência na ordem de 10 a 15 lm/W, enquanto que
uma lâmpada de vapor de sódio consegue produzir
de 80 a 150 lm/W, isso significa que a eficiência de
cada tipo se justifica pela tecnologia utilizada, rela-
Figura 24- Exemplo de iluminação pública
ção custo, benefício, aplicação e etc. que devem ser utilizando-se lâmpada LED.
150
80 a 150
140 70 a 130
130
120
110 75 a 100
100
50 a 100
90
80
70
60 45 a 55
50
40 20 a 35
30 15 a 25
20 10 a 15
10
0
lm/W LED Vapor de Vapor de Vapor Luz mista Fluores- Halógenas Incandes-
sódio mercúrio metálico centes centes
Figura 25- Eficiência Luminosa em lâmpadas
Fonte: EMPALUX (2018, on-line)
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
105
20.000h a 28.000h a
32.000h
32.000h 32.000h
30.000h
28.000h
26.000h
24.000h
24.000h
22.000h
20.000h
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
18.000h
16.000h 15.000h
14.000h
12.000h
10.000h 6.000h a
10.000h
8.000h
8.000h
6.000h
1.500h a 750h a
4.000h
2.000h 1.000h
2.000h
0h
lm/W LED Vapor de Vapor de Vapor Luz mista Fluores- Halógenas Incandes-
sódio mercúrio metálico centes centes
Figura 26- Vida útil de uma fonte luminosa
Fonte: EMPALUX (2018, on-line)
Note que a lâmpada LED oferece vida útil entre 20.000 h e 32.000 h, enquanto que
as lâmpadas incandescentes oferecem no máximo 1000 h de tempo de vida útil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
106 UNIDADE II
ou mesmo parte da cidade, por longas horas, sem energia elétrica. Este fenô-
meno nos faz refletir o quanto somos adaptados e dependentes da eletricidade
e de nossos equipamentos.
Quando alguma parte do processo de geração, transmissão ou de distribui-
ção de energia deixam de funcionar corretamente, passamos por transtornos que
podem interferir, até mesmo, na maneira com que nos comunicamos atualmente,
pois a internet pode deixar de funcionar, o telefone (embora tenha sistema de
baterias e gerador diesel na central telefônica) pode interromper suas atividades
e, com isso, o conforto de uma vida no século XXI passa a parecer mais com o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
século XVIII, em que não havia luz elétrica, porém, naquele tempo, as pessoas
estavam preparadas para isso e, hoje, não estamos.
A mesma ideia se aplica aos sistemas de iluminação que trazem a claridade
as nossas ruas e casas e correspondem a uma despesa significativa para usuá-
rios domésticos e industriais. É também um dos principais motivos que leva o
governo a impor o horário de verão, que se aplica para que o consumo de energia
elétrica da iluminação pública não coincida com o momento em que a maioria
das pessoas está em casa tomando banho.
É importante ressaltar que os tipos de sistemas de iluminação que estudamos,
nesta unidade, permitem a seleção pela tecnologia mais sustentável, de modo
que converta a maior parte da energia consumida em energia útil ou, neste caso,
luz, pois, o uso das lâmpadas é na maioria dos casos de longo prazo e na medida
em que podemos optar por tecnologias mais eficientes, optamos por instalações
que respeitam o meio ambiente e, assim, podem ser sustentáveis.
Todos esses assuntos foram trabalhados para dar sequência nas demais uni-
dades, deste livro, que pretende oferecer as noções fundamentais de Eletrotécnica
e Eletrônica.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
107
1. Em uma instalação elétrica residencial uma criança tocou com o dedo na toma-
da e recebeu choque elétrico e o dispositivo DR atuou, desligando a rede para
proteger a vida da criança. Descreva como o dispositivo DR detectou o evento
de choque elétrico.
2. O aterramento elétrico está presente na maioria das instalações elétricas e
deve seguir o que está previsto na norma NBR 5410. De acordo com os concei-
tos de aterramento elétrico, é correto afirmar que:
a) O aterramento elétrico se aplica apenas em casos onde a carga instalada
ultrapassa os 22 MW.
b) Deve ser implementado em todas as instalações.
c) Só devem ter aterramento elétrico os imóveis com data de construção pos-
terior a 2015.
d) Os esquemas de aterramento mais frequentes são o TNC-IT e o TTNCS.
e) A haste de aterramento só pode ser fabricada em latão, pois, é considera-
do um ótimo condutor e não oxida em contato com o solo, enquanto que
o cobre não permite essa utilização por conta da ferrugem provocada em
contato com o solo.
3. Quando um indivíduo entra em contato direto com uma das fases de uma insta-
lação elétrica pode haver a circulação de corrente para o circuito de terra, resul-
tando em graves danos quando o fluxo da corrente atinge órgãos vitais do corpo.
Sobre os conceitos relativos a corrente diferencial-residual, é correto afirmar que:
a) Os efeitos do choque diminuem se o indivíduo utilizar luvas e calçados iso-
lados, pois são feitos de materiais que dificultam a circulação de corrente
elétrica.
b) A corrente que circula no ato do choque não importa e sim a tensão, pois a
corrente não circula por tecido humano, apenas a tensão elétrica.
c) A corrente diferencial é aquela medida entre uma fase e o neutro da instala-
ção e não inclui o terminal de aterramento.
d) Os dispositivos capazes de proteger as pessoas de choques elétricos são de-
nominados de DRs, que significam Disjuntores Reversos e seu uso é obriga-
tório segundo a NBR 5410.
e) A corrente diferencial-residual é a soma das correntes das fases multiplicada
pela corrente do neutro de uma instalação.
108
Nessa seção serão apresentados os links de acesso a fontes de informação da internet alinhados
com os temas desta unidade:
• ABINEE: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica: http://www.abinee.org.br/
• Iluminação Philips: http://www.lighting.philips.com.br/educacao/lighting-university
• ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas: http://www.abnt.org.br/certificacao/
downloads
• FLUKE: http://www.fluke.com/fluke/brpt/home/default
• TEKTRONIX: https://www.tek.com/?zct=BR
111
REFERÊNCIAS
ABNT. 1992. NBR 5413 Iluminância de interiores. Rio de Janeiro : ABNT, 1992.
______. NBR5410:2004 - Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro :
ABNT, 2004.
ANEEL. 2018. Lâmpadas. aneel.gov.br. [On-line] ANEEL, 2018. [Citado em: 2 de agos-
to de 2018.] http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/aneel_luz/conteudo/lampadas.
html.
Contact, Phoenix. Proteção contra sobretensão e fontes de alimentação 2013 /
2014. 2014.
COTRIM, A. M. B. Instalações Elétricas. São Paulo : Pearson, 2003.
EMPALUX. Eficiência Luminosa. Informações Luminotécnicas. [On-line] EMPALUX,
2018. [Citado em: 2 de junho de 2018.] http://www.empalux.com.br/?a1=l.
KAGAN, N.; OLIVEIRA, C.C.B. de; BORBA, E. J. Introdução aos sistemas de distribui-
ção de energia elétrica. São Paulo: Blucher, 2005.
Philips. A solução mais confiável para a iluminação de estradas. MASTER SON-T
PIA Plus. [On-line] Philips, 2018. [Citado em: 1 de junho de 2018.] http://www.ligh-
ting.philips.com.br/prof/lampadas-e-tubos-convencionais/descarga-de-alta-inten-
sidade/son-sodio-de-alta-pressao/master-son-t-pia-plus.
______. Descarga de alta intensidade. HPI-T. [On-line] Philips, 2018. [Citado em:
1 de junho de 2018.] http://www.lighting.philips.com.br/prof/lampadas-e-tubos-
-convencionais/descarga-de-alta-intensidade/mh-hpi-iodetos-metalicos/hpi-t.
______. ML Luz Mista Descarga de Alta Intensidade - Philips Lighting. ML Luz Mis-
ta. [On-line] Philips, 2018. [Citado em: 1 de junho de 2018.] http://www.lighting.phi-
lips.com.br/prof/lampadas-e-tubos-convencionais/descarga-de-alta-intensidade/
ml-luz-mista/ml.
GABARITO
P 5400
I= = → I = 42, 51 A
V 127
Cálculo da resistência do chuveiro:
113
GABARITO
V 127
R= = → R = 2, 98 Ω
I 42, 51
Cálculo da corrente em 500.000.000 V:
V 500.000.000
I= = → I = 1, 67×108 A
R 2, 98
MÁQUINAS ELÉTRICAS E
III
UNIDADE
ACIONAMENTOS
Objetivos de Aprendizagem
■ Apresentar os conceitos de máquinas elétricas e as suas
características sob a ótica de um Engenheiro de Produção.
■ Demonstrar os acionamentos elétricos mais usuais aplicados em
máquinas elétricas.
■ Conceituar a eficiência energética e as suas contribuições.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Tipos de máquinas elétricas
■ Introdução aos acionamentos elétricos
■ Eficiência energética
117
INTRODUÇÃO
Introdução
118 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TIPOS DE MÁQUINAS ELÉTRICAS
PRINCÍPIOS DE ELETROMAGNETISMO
Indução eletromagnética
MÁQUINAS ESTÁTICAS
As máquinas estáticas são aquelas que, na execução de suas ações, não promo-
vem movimento significativo ou não possuem partes móveis. O movimento
significativo se refere ao fato de o movimento realizado ter função para a refe-
rida máquina. Por exemplo: o movimento ocorrido nos condutores do indutor
de um transformador percorrido por corrente elétrica (que é ínfimo), não faz
parte da ação esperada para a referida máquina elétrica. Como exemplo, pode-
mos citar os transformadores, os reatores, as bobinas, os eletroímãs etc. (Figura 2).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 2 - Exemplos de máquinas estáticas
d.d.p.
REDE ELÉTRICA
ip
Figura 3 - Transformador
Fonte: o autor.
PP = PS
Equação 1
VP × I P = VS × I S
Equação 2
Onde:
VP: Tensão no enrolamento primário.
IP: Corrente no enrolamento primário.
V: Tensão no enrolamento secundário.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TRANSFORMADOR
is
SECUNDÁRIO
PRIMÁRIO
RL
CARGA
REDE ELÉTRICA
ip
Figura 4 - Transformador com carga acoplada
Fonte: o autor.
Equação 3
Onde:
RL: resistência na carga ( W ).
Tipos de Máquinas Elétricas
122 UNIDADE III
MÁQUINAS DINÂMICAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As máquinas dinâmicas são aquelas que, ao serem percorridas pela corrente
elétrica, promovem movimento, normalmente, em uma parte móvel acoplada
magneticamente a uma parte estática da mesma máquina. Como exemplos,
podemos citar os motores elétricos, solenoides, relés, contatores etc., conforme
a Figura 5.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nal e, com isso, o valor da corrente
Figura 7 - Motor elétrico de indução trifásico em vista explodida
nominal.
A Figura 7 mostra um motor de indução trifásico com os seus principais
componentes (rotor, estator, unidade de ventilação e tampas de proteção).
Existem diversos tipos diferentes de motores elétricos acionados em corrente
contínua e alternada, desde motores pequenos utilizados em nossos aparelhos
smartphones (no circuito de vibração) até motores de centenas de cavalos de
potência utilizados por indústrias em todo o mundo.
As características de cada tecnologia justificam a sua utilização, que depende
do tipo de carga a ser acionada e até do grau de proteção contra partículas de
poeira ou água. Neste livro, adotaremos o motor assíncrono de gaiola de esquilo
como o objeto de nosso estudo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lizados nos sistemas de iluminação. Estes Figura 8 - Transformador utilizado em acionamento de
reatores promovem a elevação de tensão uti- motores (partida compensadora)
lizada para ionizar o gás presente dentro de
uma lâmpada e que representa baixo ren-
dimento, ou seja, baixa taxa de conversão
de energia, com perdas que comprometem
a eficiência energética.
Com o advento da eletrônica e os dispo-
sitivos aplicados no controle de velocidade
de motores, foi possível desenvolver recursos
cada vez mais eficientes para converter poten-
ciais com alto rendimento e baixos níveis de
desperdício de energia elétrica. É o caso dos Figura 9 - Modelo de conversor estático: acionamento de
motores elétricos trifásicos
conversores estáticos e das fontes chaveadas.
As fontes chaveadas são dispositivos que convertem a tensão da rede elé-
trica, normalmente, disponível entre as tensões de 100 V a 240 V, em corrente
alternada com tensões de valores diversos e em corrente contínua, como 3,3V,
5V, 12V, 24V etc., isoladas da rede elétrica por um circuito eletrônico que opera
em alta frequência (acima de100 kHz).
Os conversores estáticos, utilizados para o acionamento de motores elétri-
cos trifásicos, apresentam, geralmente, chaveamento interno em alta frequência
e comutação das fases de saída, variando de 0 a 60Hz (chegando a valores pró-
ximos de 300 Hz, de acordo com o modelo), para que um motor assíncrono
possa ser acionado de maneira suave e controlada, com o mínimo desperdício
Fonte: o autor.
Os motores elétricos trifásicos são, sem dúvida, os dispositivos que mais repre-
sentam o ambiente industrial quando o assunto é movimento, seja no interior
de uma máquina ou no transporte de materiais dentro de uma planta industrial,
representando grande parte do consumo de energia elétrica.
Alinhado com o uso responsável da energia elétrica, os fabricantes de moto-
res elétricos passaram a utilizar, nos últimos anos, materiais e técnicas com a
denominação de motores de alto rendimento, ou seja, que possuem elevada taxa
de conversão de potência de entrada para a saída.
Em termos práticos, imagine um motor que tenha uma potência nominal de
5000W (5 kW) e rendimento de 85%. Esta é a potência que o motor consumirá
quando estiver assumindo a sua carga máxima em seu eixo, mas não significa
que ele está entregando essa amplitude de potência à máquina, pois há perdas
durante o processo de conversão e, no exemplo dado, o motor deverá ter uma
perda de 15% neste processo.
A capacidade percentual que uma máquina elétrica possui de converter na
saída a potência recebida em sua entrada, é denominado rendimento, represen-
tado pela letra η, o qual relaciona a potência da saída com a potência da entrada.
Uma máquina é tão melhor quanto mais próximo de 1 (ou 100%) for seu rendi-
mento, mas, na prática, não temos esta situação em condições normais de uso.
Normalmente, um motor de alto rendimento é aquele que converte a maior
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou a carga sobre a esteira poderia cair e quebrar, logo, a partida deve ser a mais
suave possível. Este feito é realizado com a utilização dos conversores estáticos e
redutores de velocidade, que multiplicam o torque do motor e, ao mesmo tempo,
reduzem a sua velocidade.
O torque de um motor é a força de rotação que o eixo do motor realiza para
vencer o momento de inércia da máquina (ou conjugado resistente da máquina).
Quando o motor é conectado à rede elétrica, há o surgimento de um campo
eletromagnético que promove o movimento do rotor.
O campo magnético produzido nos enrolamentos do estator do motor opera
de acordo com a frequência da tensão que o alimenta, assim, se um motor opera
em 60 Hz, este possui um campo magnético denominado “campo girante”, que
atua com velocidade síncrona (Ns) proporcional a esta frequência. A expressão
que define a relação entre a velocidade síncrona, a frequência ( f ) e o número
de polos de um motor é dada na Equação 4:
120 × f
NS = = [rpm]
p
Equação 4
Onde p é o número de polos do motor que depende exclusivamente de suas
características construtivas.
Quando o rotor do motor elétrico assíncrono inicia o seu movimento, pode-
mos dizer que o seu conjugado (torque) está vencendo a inércia que o mantinha
em repouso e, quando a rotação nominal do eixo do motor é atingida, significa que
este momento de inércia foi vencido e o motor se encontra em velocidade nominal.
s (rpm) = N S − N P = [rpm]
Equação 5
ou
NS − NN
s=
NS
Equação 6
ou
NS − NN
s (%) = ×100 = [%]
NS
Equação 7
Como o motor em estudo é assíncrono e a velocidade do eixo do rotor (NN ),
teoricamente, nunca se iguala à velocidade do campo girante (NS), pois quando
o motor está vazio (sem acoplamento de carga ao eixo), é possível que a veloci-
dade do eixo do rotor se aproxime da velocidade de campo girante, por motivos
construtivos, sempre haverá escorregamento, mesmo que em pequena escala,
pois o eixo do motor girará em uma velocidade que tende à velocidade de campo
girante, na tentativa de se igualar a ela. Na medida em que a carga no eixo do
motor aumenta, a tendência é aumentar o escorregamento.
Neste raciocínio, podemos determinar o valor da velocidade nominal de um
motor a partir da Equação 8:
s %
N N = N S ×1 − = [rpm]
100
Equação 8
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, para o caso de um motor sem carga acoplada, com escorregamento pra-
ticamente nulo, fica:
0
N N = N S ×1 − = N S × (1) = N S
100
∴ NN ≈ NS
Dados do exemplo:
Frequência: 50 Hz .
Polos do motor: IV = 4 polos.
NN = 620rpm
Solução:
■ 1º passo: cálculo da velocidade síncrona (NS) para o motor:
de acordo com os dados do exemplo, a frequência da rede de alimenta-
ção é de 50Hz e o número de polos é de 4, temos:
120 × 50
NS = = 1500 rpm
4
■ 2º passo: cálculo do escorregamento percentual s (%) do motor do motor
com 620rpm no eixo:
NS − NN 1500 − 620
s (%) = ×100 = ×100 = 58, 66 %
NS 1500
s(%) = 58, 66 %
■ 3º passo: conclusão.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quando um motor elétrico opera muito tempo em velocidade baixa, o sis-
tema de ventilação forçada (hélice acoplada internamente ao eixo) não é
capaz de promover circulação de ar suficiente para trocar calor com o am-
biente externo e, com isso, pode ocorrer sobreaquecimento do motor, resul-
tando em redução do tempo de vida útil ou até mesmo na queima de seus
enrolamentos.
Fonte: o autor.
PARTIDA DIRETA
% torque
L1 L2 L3
F1 F2 F3 F21
A
A B F22
1
B S0
2
1 3 5
K1 3 13
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 4 6 S1 K1
4 14
1 3 5
FT1 A2
2 4 6 K1
A1
95
FT1
U1 V1 W1 96
M
3-
(a) (b)
Figura 11 - Chave de partida direta: (a) diagrama de comando e (b) diagrama de força
Fonte: WEG (2013, p. 4).
Este tipo de partida é indicado para pequenas máquinas, com motores de potên-
cias reduzidas, bastante comum em máquinas de pequeno e médio porte com
baixa inércia de partida.
PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO
380V L1
L2 L1
1 3
4 6 6 1
3 4
220V
2 L3 5 2 L2
L3 220V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(a) (b)
Figura 12 - Associação de bobinas na ligação estrela-triângulo: (a) estrela e (b) triângulo
Fonte: WEG (2016, p. 19).
O diagrama elétrico (de comando) utilizado para este tipo de chave de partida
é mostrado na Figura 13:
FT1
95 96
Circuito de
comando 98
21
SH1
22
13 13 13 43 25 13
SH1 K1 K3 K1 KT1 K2
14 14 14 44 28 26 14
15
KT1
18 16
21
K3
21 22
31
K2 K2
32 22
A1 A1 A1 A1 X1 K2
KT1 K3 K1 K2 SH1
A2 A2 A2 A2 X2
O diagrama elétrico de força para esse tipo de acionamento é visto na Figura 14:
N(PE) L1 L2 L3
1 1 1
F1 F2 F3 A
2 2 2
1 1 1 1 1 1
F1 F2 F3 B F1 F2 F3
2 2 2 2 2 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
F23 T1 F21
1 2 H1 X1 1 2 Circuito de
F22 H2 X2 comando
1 2
1 3 5 1 3 5 1 3 5
K1 K2 K3
2 4 6 2 4 6 2 4 6
1 3 5
FT1
2 4 6
1 6
2 M 4
3 3~ 5
Esse tipo de ligação exige que o motor possua 6 terminais acessíveis para liga-
ção das bobinas ao circuito de acionamento. A ideia é que no primeiro estágio
(estrela) do acionamento, as bobinas são associadas como fossem receber a ten-
são de trabalho UT vezes 3 (assim fica U T ´ 3 ) , mas recebem a tensão de
trabalho e, com isto, a corrente é reduzida. Após determinado tempo, na asso-
ciação do segundo estágio (triângulo), as bobinas são associadas diretamente à
rede elétrica e, assim, assumem a corrente nominal prevista para a sua impe-
dância. A Figura 15 apresenta o comportamento do torque e da corrente em um
acionamento do tipo estrela-triângulo.
C∆
Ι∆
conjugado/corrente
ΙY CY
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
t1 Rotação (rpm)
t1 = comutação estrela-triângulo
Figura 15 - Curva de torque e corrente na partida estrela-triângulo
Fonte: WEG (2004, p. 40).
PARTIDA COMPENSADORA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
formador reduz a tensão da partida por um intervalo de tempo curto, pois a
temperatura nos enrolamentos do transformador pode aumentar durante a par-
tida, e o motor só deve ser acoplado à rede após parte (ou a totalidade) da inércia
da carga acoplada ter sido vencida.
O diagrama de força é mostrado na Figura 16, e o diagrama de comando é
mostrado na Figura 17 para a chave compensadora.
L1 L2 L3
F1 F2 F3
1 3 5 1 3 5
K2 K1
2 4 6 2 4 6
100%
100%
100%
80%
80%
80%
1 3 5
T1 65% 65% 65% FT1
2 4 6
0%R
0%T
0%S
1 3 5 U1 V1 W1
K3
M
2 4 6
3~
A F21 FT1
95 96
B F22 1
S0
2
3 13 13
S1 K2 K1
4 14 14
21 43 21
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
15 13
KT1 K3 K1 K2 K3
18 l 16 14 22 44 22
31
K1
32
A1 A1 A1 A1
K3 K2 KT1 K1
A2 A2 A2 A2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do motor é realizado por um soft-starter.
P103
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
P101
P105
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 20 - Inversores de frequência atuando no controle de velocidade de motores elétricos
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de demonstrar o sinal obtido em fun-
ção da frequência, possibilitando, assim,
que seja avaliada a sua influência sobre
a frequência do sinal de comunicação. Figura 22 - Analisador de espectro e sinal obtido em estudo
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Eficiência Energética
146 UNIDADE III
Como seria a vida das pessoas se algum fenômeno natural condenasse o uso
de eletricidade no planeta e nenhum dispositivo eletroeletrônico pudesse
funcionar? A qual tempo da História retornaríamos e como viveríamos?
As pessoas estão cada vez mais dependentes da eletricidade, seja para conservar
os seus alimentos ou para se comunicar, trabalhar, dirigir etc. Logo, faz cada vez
mais sentido nos preocuparmos com o seu uso, com o quanto temos e o quanto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cada equipamento que utilizamos consome. Vimos anteriormente, neste livro,
que a eletricidade, ao realizar um trabalho, pode dissipar calor, sendo esta capa-
cidade relacionada diretamente com o rendimento de uma máquina, que é mais
eficiente quando converte mais energia de sua entrada para sua saída, ou seja,
perde menos energia ao realizar o seu trabalho e a converte em algo útil.
Em outras palavras, podemos fazer uma analogia com o conceito de con-
sumo de combustível de carros. Imagine dois carros: A e B. Considere que o carro
A possui uma autonomia de 12 km, e o carro B pode fazer 6 km/litro . Em uma
viagem de 120 km de distância, o carro A consumiu 10 litros, e o carro B consu-
miu 20 litros do mesmo combustível e ambos chegaram ao destino ao mesmo
tempo. Qual é o carro mais eficiente?
Certamente você já respondeu que é o carro A. Isto é óbvio, pois o B consome
exatamente o dobro do combustível para realizar o mesmo trabalho. Com cer-
teza, o A possui motor silencioso, motor ajustado, aerodinâmica adequada etc.,
enquanto o B apresenta motor barulhento, carcaça pesada, motor com recursos
de corrida etc. Para o objetivo do exemplo dado, o carro A é o mais eficiente,
pois realiza a função para a qual ele foi concebido e consome menos recursos
energéticos para isso.
Na eletricidade também é assim. É preciso ficar atento(a) e sempre fazer
uso responsável da energia que temos à disposição, pois está cada vez mais caro
obtê-la, e a cada dia novos meios de sua obtenção vêm sendo desenvolvidos, seja
em fontes renováveis (usinas solares, eólicas, termoelétricas, biomassa etc.), ou
por meio de reações químicas ou mesmo pela queima de combustíveis fósseis.
Eficiência Energética
148 UNIDADE III
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Nesta seção, serão apresentadas algumas tecnologias utilizadas na atualidade para
promover a eficiência energética e possibilitar o uso responsável deste recurso
do qual dependemos tanto: a energia elétrica.
Eficiência Energética
150 UNIDADE III
dessa tecnologia que há mais de 20 anos se desenvolve para uso comercial estão
relacionados ao material atualmente explorado para a fabricação dos painéis, o
silício. No Brasil, ele é abundante, mas ainda não temos tecnologia para fabricar os
módulos fotovoltaicos com eficiência superior e, assim, ficamos na dependência
de países com mais desenvolvimento tecnológico para processar a matéria-prima
que temos em painéis com valor agregado.
A tendência é que mais pessoas utilizem recursos de microgeração de energia
elétrica nos próximos anos e que este fator permita o crescimento do mercado de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
equipamentos e recursos energéticos, tanto na geração de energia solar quanto nos
sistemas eólicos, os quais ganham cada vez mais espaço na matriz energética mun-
dial. A Figura 26 mostra uma planta residencial com sistema de geração alternativa
baseado em geração solar e eólica.
ENERGIA ALTERNATIVA PARA SUA RESIDÊNCIA
Na Figura 26, é possível notar que
existe a possibilidade de uma residên- PAINEL SOLAR
INVERSOR
cia ou ambiente comercial utilizar
geração de energia alternativa, seja ela
CONTROLADOR
on-grid ou off-grid. A segunda opção DE CARGA
Eficiência Energética
152 UNIDADE III
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
energia elétrica precisam oferecer conversão de energia próxima de valores uni-
tários, ou seja, quase sem perdas.
Com base nos princípios funcionais esperados para uma máquina elétrica e na busca
pela eficiência energética, são desenvolvidas técnicas de acionamentos que permitem
minimizar as perdas com partidas de motores e, ao mesmo, tempo aumentar a vida
útil das máquinas. Esta foi a contribuição das chaves estáticas (soft-starters e inverso-
res de frequência) diante de topologias de acionamentos por elementos de comutação
(contatores), que geram correntes de partida elevadas e desperdícios de energia.
A eficiência energética está, sem dúvida, relacionada ao uso da energia com
responsabilidade. Para isso, precisamos utilizar a eletrônica para desenvolver
equipamentos mais eficientes e conectáveis a bases computacionais, pois pre-
cisamos mensurar para controlar, como no caso dos dispositivos utilizados na
Internet das Coisas (IoT).
As diversas inovações que a ciência proporcionou, nos últimos 20 anos, no
segmento de eletrônica e máquinas elétricas, permitiu que a indústria usufrua,
atualmente, da possibilidade de integrar os seus recursos em palavras de dados,
as quais percorrem os barramentos de rede e fornecem importantes informações
para a tomada de decisão estratégica por parte do gestor do processo.
No estudo da eletrônica, que será feito nas próximas unidades deste livro, o
estudante terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as tecnologias
que são aplicadas à melhoria dos processos industriais e baseadas em componen-
tes eletrônicos que substituem os antigos transformadores de baixa frequência,
pesados e de grandes dimensões, pelo chaveamento de alta frequência com con-
trole de potência e de pequenas dimensões.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
No site da Schneider Energia, é possível conferir temas sobre eficiência energética e as soluções
simples para a gestão integrada de energia.
Web: <https://www.se.com/br/pt/download/document/eficiencia_energetica/>.
Assista ao documentário do History Channel sobre Nikola Tesla, pai da eletricidade moderna.
Web: <https://youtu.be/n2W-foNTfQo>.
Conheça a história por trás da invenção da lâmpada por meio deste documentário do History
Channel chamado “Thomas Edison - A Invenção da Lâmpada”.
Web: <https://youtu.be/QNoEU88mqrA>.
Neste vídeo, confira a Cummins Power Generation, a única fornecedora mundial de sistemas de
energia comercial PowerCommand pré-integrados.
Web: <https://youtu.be/2qDtxtsbp-M>.
157
REFERÊNCIAS
1. Dados:
• VP =127 V
• VS =127 V
• I S = 2 A
• I P = ?
Solução:
VP × I P = VS × I S
VS × I S 12 × 2
IP = = = 0,188 A
VP 127
I P = 0,188 A ou I P = 189 mA
2. Dados:
Calcule o escorregamento percentual para os casos:
a) Motor de VI polos, com 450 rpm de velocidade nominal e acionado com fre-
quência de 60 Hz .
b) Motor de IV polos, com1450 rpm de velocidade nominal e acionado com fre-
quência de 50 Hz .
Solução:
a) 1º passo: cálculo da velocidade síncrona (NS) para o motor:
De acordo com os dados do exemplo, a frequência da rede de alimentação é
de 60 Hz e o número de polos é de 6, temos:
120 × 60
NS = = 1200 rpm
6
120 × 50
NS = = 1500 rpm
4
IV
UNIDADE
ELETRÔNICA
Objetivos de Aprendizagem
■ Introduzir os conceitos fundamentais básicos da Eletrônica e as suas
aplicações na indústria para Engenheiros de Produção.
■ Apresentar as características da eletrônica digital e as suas principais
aplicações.
■ Conhecer as características da eletrônica analógica e as suas
principais aplicações.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Introdução à Eletrônica
■ Eletrônica digital
■ Eletrônica analógica
163
INTRODUÇÃO
Assim como em muitas outras áreas, a Eletrônica teve o seu maior salto de desen-
volvimento histórico a partir da década de 40, época onde a Segunda Guerra
Mundial se estabeleceu (1939 a 1945).
Naquela época, havia uma corrida pelo desenvolvimento de soluções que
pudessem trazer vantagens estratégicas aos diferentes lados da guerra, como
telecomunicações, transporte, controle etc., e a tecnologia daquele tempo estava
limitada ao que há várias décadas já era utilizado.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Foi então que, logo após o fim Segunda Guerra Mundial, uma equipe de pesqui-
sadores deu um passo gigantesco na história da eletrônica (e para o bem de todos
nós): descobriram o Transístor. A descoberta foi feita em 1947 pela equipe de pes-
quisadores composta por John Bardeen e Walter Houser Brattain nos laboratórios
da Bell Telephone, localizado em Berkeley Heights, Nova Jersey, Estados Unidos
(atualmente Nokia Bell Labs). A demonstração da descoberta ocorreu em 23 de
dezembro de 1948 com a equipe formada por Bardeen, Brattain e William Bradford
Shockley. Mais tarde, em 1956, foram laureados com o prêmio Nobel de Física.
A partir daí tudo mudou. A maneira com que os fabricantes de tecnologia
pensavam os seus projetos e os produtos que seriam oferecidos. Muitas possibi-
lidades antes impraticáveis se tornaram possíveis com a descoberta deste valioso
recurso, possibilitando que a humanidade saísse da era dos dispositivos eletro-
mecânicos e passasse à era da integração em massa.
Esta tecnologia permitiu o desenvolvimento de outros dispositivos, como os
circuitos integrados, que agregam funções específicas dentro de um único encap-
sulamento, envolvendo lógica digital ou circuitos especiais para funções analógicas,
como amplificadores de sinal, os quais, antes dessa invenção, ocupavam muito espaço,
e agora podem ser facilmente alojados dentro de pequenos gabinetes portáteis.
Os avanços da Eletrônica tornaram possível o advento dos computadores,
pois impulsionaram o desenvolvimento dos primeiros processadores que, atu-
almente, utilizamos em nossas casas, seja em nossos computadores pessoais ou
em nossos dispositivos móveis (aparelhos celulares, gadgets, tablets etc.).
Na área da saúde, o advento da Eletrônica embarcada possibilitou a criação
de novos equipamentos capazes de facilitar o diagnóstico de doenças por meio de
Introdução
164 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INTRODUÇÃO À ELETRÔNICA
DEFINIÇÕES
ELETRÔNICA
165
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Qual o impacto de ficar sem conectividade com a internet por um mês, sem
“contato” com outras pessoas por meio dela? Avalie em termos pessoais e
profissionais.
Introdução à Eletrônica
166 UNIDADE IV
A Eletrônica existe sempre quando temos um circuito formado por componentes ele-
trônicos, especialmente fabricados para realizar tarefas específicas e necessárias para
que uma ação desejada seja realizada. Por exemplo, para que a sua estação favorita
de rádio seja sintonizada, alguns componentes devem ser associados e alimentados
devidamente dentro do seu rádio, assim como no aparelho celular ou smartphone.
Na sequência, abordaremos alguns componentes eletrônicos e as suas fun-
ções para o entendimento básico do funcionamento de circuitos eletrônicos,
assunto que também será abordado na sequência.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
COMPONENTES ELETRÔNICOS
Os componentes dessa seção são aqueles que, em sua composição, são feitos
de materiais como cerâmica, cobre, carvão, cromo e outros metais que não são
semicondutores.
Resistor
ELETRÔNICA
167
(a) (b)
2
DL WB
LLE
LP LP
Figura 2 - Resistor em etapa de projeto: montagem por meio de furos (through-hole) em placa de circuito impresso
Fonte: Mitzner (2007, p. 103).
Introdução à Eletrônica
168 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 3 - Componentes montados e soldados na PCI: técnica de montagem through-hole
ELETRÔNICA
169
Introdução à Eletrônica
170 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
rente elétrica, podemos verificar variação no valor da resistência (valor ôhmico),
o que não é interessante quando utilizamos esse componente em circuitos de
precisão, como instrumentos eletrônicos, por exemplo.
Para contornar esta sensibilidade à temperatura, alguns modelos de resisto-
res são fabricados em materiais com estabilidade térmica mais apurada, de modo
que, para determinadas faixas de variação de temperatura, não há variação sig-
nificativa de resistência. Normalmente, os resistores com esta capacidade são
fabricados em filme metalizado (VISHAY FOIL RESISTORS, 2018).
O parâmetro que determina a estabilidade térmica é o TCR (Temperature
Coefficient of Resistance), que é medido em ppm/ºC (partes por milhão por grau
Celsius). Este parâmetro é importante para a escolha do resistor a ser utilizado,
e a sua definição é dada por:
R2 − R1
TCR = ×10−6 = [ ppm]
R1×(T 2 −T1)
Equação 1
ELETRÔNICA
171
0
TCR (ppm/ºC)
Z-Foil
-2
-4
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
-6 NiCr
-8
-200 -100 0 100 200
Desvio da temperatura da sala (ºC)
Figura 6 - Gráfico do TCR em dois resistores diferentes
Fonte: Vishay Foil Resistors (2018, p. 5).
Exemplo resolvido:
Calcule o valor do TCR para o resistor de 10 kW (valor nominal), sabendo-
-se que a temperatura da sala de testes é de 25, 4 °C , a resistência
apresentada nesta temperatura é de 10, 06 kW , e que ao inserir o resistor em
regime de operação, ele passou a apresentar o valor ôhmico de 10,33 kW com
a temperatura de 35, 7 °C .
Solução:
De acordo com a Equação 1, temos:
R2 − R1
TCR = ×10−6 = [ ppm]
R1×(T 2 −T1)
Introdução à Eletrônica
172 UNIDADE IV
Faixas
Faixas
Faixas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
º º º Coeficiente de
Digito Digito Digito Multiplicador Tolerância Temperatura
Capacitor
ELETRÔNICA
173
Separador
Frequência
Os capacitores são amplamente utilizados em circuitos de tempo, ou seja, osci-
ladores. Estes circuitos operam com uma variável denominada “frequência”, que
pode ser definida como o número de ciclos completos que um sinal percorre
durante o tempo de 1 segundo. Como exemplo, podemos apontar a corrente
alternada do sistema de distribuição elétrica no Brasil, que é de 60 oscilações
por segundo, logo, 60 Hz. Veja o gráfico da função seno na Figura 10: quando
o sinal inicia, o seu ciclo possui 0° com amplitude também igual a zero. Depois
de um tempo, o sinal passa a aumentar o valor de sua amplitude na mesma pro-
porção que aumenta o seu ângulo até o seu valor máximo com amplitude igual
a 1 no ângulo de 90° .
A partir deste estágio, o sinal decresce até 180° e passa por 0 novamente,
seguindo até a sua amplitude mínima, em -1 no ângulo de 270°, de onde passa a
aumentar o seu valor até novamente alcançar o valor 0 no ângulo de 360°. Neste
estágio, há o fim do ciclo. Deste ponto em diante, inicia-se outro ciclo.
Introdução à Eletrônica
174 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
assim, o cálculo que define a relação
entre período e frequência é dado
Figura 10 - Função seno
na Equação 2 (BOYLESTAD, 2004):
1
T= = [ s]
f
Equação 2
1 1
T= = = 0, 016666 s
f 60
Ou seja, a cada 0,016666 segundo (aproximadamente 0,0167 s), um ciclo com-
pleto é percorrido pelo sinal que vai de 0 até a sua máxima amplitude, e deste
valor passa por 0, vai até a sua mínima amplitude e retorna a 0 , de onde reini-
cia o ciclo e um novo período, conforme a Figura 11:
ELETRÔNICA
175
Período de um sinal
1,5
1
amplitude do sinal
0,5
0,0125
0,0000
0,0042
0,0083
0,0167
-0,5
-1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
-1,5
tempo em segundos
Figura 11 - Período de um sinal de 60 Hz
Fonte: o autor.
Introdução à Eletrônica
176 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Capacitância
A capacitância é a medida da capacidade de armazenamento de cargas “Q” que um
capacitor possui em determinado potencial elétrico “V”, conforme a Equação 3:
Q
C= =[F ]
V
Equação 3
A
C = er = [F ]
d
Equação 4
Note que, à medida em que a distância entre as placas diminui, a capacitância aumenta,
logo, quanto mais fina for a camada isolante, maior será a capacidade de armazena-
mento de cargas, levando em consideração que o capacitor opera com restrições de
tensão de trabalho, ou seja, a tensão máxima que pode ser aplicada entre os seus ter-
minais sem que ocorram danos permanentes ao componente, conforme a Figura 12:
ELETRÔNICA
177
Terminal 1
Placa A
Dielétrico d
(camada isolante)
Placa B
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Terminal 2
Figura 12 - Capacitor de placas
Fonte: o autor.
MATERIAL εr
Vácuo 1
Água 30 - 88 (dependendo da temperatura)
Vidro 3, 7 -10
PTFE (Teflon) 2,1
Polietileno (PE) 2, 25
Poliamida 3, 4
Introdução à Eletrônica
178 UNIDADE IV
Polipropileno 2, 2 - 2, 36
Poliestireno 2, 4 - 2, 7
Dióxido de titânio 86 -173
Titanato de estrôncio 310
Titanato de estrôncio com bário 500
Titanato de bário 1250 - 10.000 (dependendo da temperatura)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Titanato de cobre e cálcio > 250.000
e
er =
e0
Equação 5
Exemplo resolvido:
ELETRÔNICA
179
Solução:
Dados:
er = 3, 4
2
Conversão da área dada em cm para m2 :
1 m2 = 1 m x 1 m , sendo 1 m = 100 cm, fica:
100 cm x 100 cm = 10.000 cm 2
aplicando-se regra de 3 simples, fica:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
10.000 cm2 = 1 m2
0,013 cm 2 = x m2
10.000 x = 0,013
0, 013
x=
10.000
x = 1,3x10-6 m-2
13cm² = 1, 3 x 10- 6 m 2
- 6
d = 1, 73 x 10 m
Cálculo da capacitância
A
C = er = [F ]
d
1, 3 x 10- 6
C = 3, 4 = 25, 549 F
1, 73 x 10- 6
C = 25, 549 F
ou
C = 25, 549 F
Introdução à Eletrônica
180 UNIDADE IV
1
XC = = [Ω]
2×p× f ×C
Equação 6
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
maiores do que 0 , a reatância capacitiva diminui à medida em que a frequência
aumenta, pois são inversamente proporcionais.
Indutor
ELETRÔNICA
181
X L = 2×p× f × L = [Ω]
Equação 7
Introdução à Eletrônica
182 UNIDADE IV
V
I= = [ A]
X L 2 + R2
Equação 8
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mente proporcionais.
Se XL aumenta na Equação 8, automaticamente, haveria um efeito inverso
em I que deveria diminuir, uma vez que é inversamente proporcional, porém se
adiciona tensão V proporcionalmente para estabilizar o valor da corrente que
se mantém constante.
Na Equação 8, a variável R refere-se à resistência do enrolamento de cobre
que pouco representa influência acima de 30 Hz comparado ao valor de reatân-
cia indutiva XL (WEG, 2004).
ELETRÔNICA
183
Componentes semicondutores
Diodos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução à Eletrônica
184 UNIDADE IV
DIODO
Portadores Portadores
majoritários majoritários
positivos (p) negativos (n)
A K
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DIODO EM
SÍMBOLO DO DIODO ENCAPSULAMENTO
K
COMERCIAL
ELETRÔNICA
185
DIODO
A K i
i
Fonte de Tensão de
Tensão joelho
Variável Estreitamento da camada
de depleção
0 0,7 v
Figura 15 - Polarização direta do diodo
Fonte: o autor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DIODO
A K i
Fonte de
Tensão Ruptura
Variável Aumento da camada
i
de depleção VR
v
Avalanche Corrente de
fuga
Introdução à Eletrônica
186 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e dependendo da aplicação, que pode ser desde a fabricação de diodos
retificadores ou mesmo de dispositivos optoeletrônicos, como fotodetec-
tores ou diodos emissores de luz (LED).
Tipos de diodos
ELETRÔNICA
187
■ LED: Diodo Emissor de Luz. Este, sem dúvida, é conhecido pela maioria
das pessoas da atualidade, pois é muito utilizado em dispositivos portáteis
e em diversos equipamentos elétricos para emitir luz de acordo com o sta-
tus de funcionamento. A luz emitida pelo LED se dá pelo salto do elétron
de uma órbita para outra durante a circulação de corrente pela junção,
corrente esta que tem limites de acordo com o fabricante. Já a cor do LED
depende do material utilizado para a fabricação da pastilha de semicon-
dutor e a sua dopagem, e não apenas da cor da lente (MALVINO, 1995).
VD
Corrente
Emissão de tendendo
luz ao infinito
i
i
LED
VS
Corrente
10 mA limitada
em 10mA
0,7 v
RL
Figura 17 - Polarização do LED
Fonte: o autor.
Introdução à Eletrônica
188 UNIDADE IV
VS −VD 12 − 2
RL = = = 1×103 Ω
IL 10×10−3
ou
RL = 1 kΩ
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VRL = VF −VD = 12 − 2 = 10 V , assim, se VRL = 10 V , e circula por ele
uma corrente de 10 mA , de acordo com a equação da potência, fica:
P = V .I
Onde:
P = PRL = ?
V = VRL = 10 V
I = I L = 10×10−3 A = 10 mA
Resultado:
O resistor, para atender ao LED especificado, deve ser de 1 kW x 100 mW .
Comercialmente, este resistor será comercializado em potência de
1 / 8 W (0,125 W = 125 mW ), o que atende à potência para o caso dado.
Os demais componentes abordados por esta unidade dependem direta-
mente dos diodos para existir e funcionar. Utilizam a mesma teoria de
funcionamento dos diodos agregados a situações e associações que pro-
duzem componentes com a capacidade de controle e armazenamento de
dados que os processos industriais modernos solicitam.
ELETRÔNICA
189
Transístores
Transistor bipolar
ic
Símbolos dos transitores
bipolares
n NPN PNP
coletor RL C C
Rb
ib p
base B B
Fonte de
Tensão
Fonte de n da carga
Tensão
emissor E E
variável
ie
■ Base.
■ Coletor.
■ Emissor.
Introdução à Eletrônica
190 UNIDADE IV
Existe uma junção entre a base e o emissor (BE) e uma outra junção entre a base e
o coletor (BC). A base é onde inserimos o sinal de controle para o transístor. É um
sinal de baixa intensidade que será amplificado no coletor e terá como caminho final
o emissor que assume a soma das correntes, pois, de acordo com a Equação 10, fica:
ie = ic + ib
Equação 10
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a corrente que circula pela base do transístor. O ganho de corrente de coletor “
bcc ” na configuração emissor comum é dado por Sedra e Smith (2012):
ic
bcc º
ib
Equação 11
Da Equação 11, podemos deduzir que a corrente de base ( ib ) pode ser obtida por:
ic
ib º
bcc
Equação 12
ELETRÔNICA
191
Introdução à Eletrônica
192 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tor atua como chave.
R1 R2
C4
Lâmpada
C1 R5
Fonte de sinal de Circuito de Vcc
baixa potência Transistor acionamento
Vcc Transitor
Auto-falante
R3 R4 C3
vi − v BE
ib =
Rb
Equação 13
Exercício resolvido:
■ Calcule a corrente no coletor de um transistor de silício, onde a tensão
de acionamento é de 5, 0 V , o ganho bcc = 150 , e o resistor utili-
zado para limitar a corrente na base é de 4, 7 kW .
ELETRÔNICA
193
Solução:
■ Cálculo da corrente na base ( ib ):
v − v BE 5 − 0, 7
ib = i = = 0, 9148 mA
Rb 4, 7×103
ou
ib ≈ 915 µ A
ib
ic = 137, 25 mA
MOSFET
Introdução à Eletrônica
194 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Canal N
Canal P
Figura 21 - MOSFETs e sua simbologia
ELETRÔNICA
195
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução à Eletrônica
196 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
admitem montagem com cabos
diretamente parafusados em seu
gabinete Figura 24.
Figura 23 - Encapsulamentos de MOSFETs
ELETRÔNICA
197
Figura 26 - Tiristores
Introdução à Eletrônica
198 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de 50 kg com as dimensões de um refrigerador, enquanto uma fonte chaveada
da mesma potência pesa em torno de 5 kg e apresenta as dimensões aproxima-
das de um livro de 600 páginas.
Nas instalações elétricas, os tiristores foram muito utilizados em circuitos de
acionamento de iluminação com temporização (minuterias) e controle de veloci-
dade para motores monofásicos (ventiladores de teto) (Figura 27), além de atuar
nos estágios de saída das chaves estáticas das soft-starters.
Circuitos integrados
ELETRÔNICA
199
Introdução à Eletrônica
200 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
smartphones modernos.
Não podemos deixar de citar os maiores responsáveis pelo desenvolvimento
das tecnologias que temos na atualidade em termos de circuitos integrados pro-
gramáveis, o Z80 , o mais imponente microprocessador entre as décadas de 70 e
80, o qual inspirou a maioria dos demais microprocessadores modernos que até
hoje utilizam a sua arquitetura em seu núcleo. A Figura 30 mostra um exemplo
do microprocessador em encapsulamento DIP.
ELETRÔNICA
201
OS CIRCUITOS ELETRÔNICOS
Fontes de alimentação
maioria dos dispositivos da atualidade. Seus circuitos são constituídos por eta-
pas de conversão da corrente alternada, variando geralmente entre 100 e 240 V
para corrente contínua em níveis de tensão aceitáveis pelos circuitos integrados
e demais elementos. Neste livro, reconhecemos as fontes de alimentação linea-
res e chaveadas.
Introdução à Eletrônica
202 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos, reguladores de tensão ou diodos zener, de acordo com a necessidade.
A Figura 32 apresenta uma fonte de alimentação com três tensões de saída, sendo
uma saída simples (tensões reguladas por U3) e as demais simétricas, pois apre-
senta potencial positivo e negativo com referência comum (tensões reguladas
por U1 e U2).
Este tipo de fonte de alimentação não apresenta isolação da rede elétrica por meio
de um transformador (conforme na fonte linear) e atua com comutação em alta
ELETRÔNICA
203
frequência (acima de 50 kHz , podendo chegar a 500 kHz ou mais) para converter
a tensão de entrada em valores de saída de acordo com a necessidade. As fontes
de alimentação chaveadas são utilizadas na maioria dos equipamentos atuais,
como computadores, monitores, carregadores de baterias, televisores, CLPs etc.
O fato deste equipamento utilizar comutação em alta frequência promove
propagação de distorção harmônica (radiada e conduzida) em componentes de
frequências, as quais podem interferir no funcionamento de equipamentos pró-
ximos. Para minimizar esta interferência eletromagnética, são implementados
filtros nos circuitos dessas fontes, deste modo, a maioria das fontes chaveadas é
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução à Eletrônica
204 UNIDADE IV
T1 USD735
4.7 1W
+
4.7k 0.01µF
220µF 4700µF
4W 400V DC (6V 2-5A)
250V
673.3 56k 10V OUT
1W 1N3613
AC -
INPUT 1N3613
16V
0.01µF 10µF
UC3842 VCC 7 820pF
20V
1N3613
20k
2.5k
2
150k VFB 6 27
1 OUT UFN432
20k
COMP NOTES
3.6k 3 T1: Coilcraft E-4140-B
100pF Primary - 97 turns
8 CUR 1k single AWG24
VREF SEN Secondary - 1 tums
10k 470pF 0.85
4 parallel
4 AWG22
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VR /C T control - 9 tums
-3 parallel AWG28
0.01µF
0.0047µF ISOLATION
GND 5 BOUNDARY
Figura 34 - Conversor Flyback: presente na maioria dos dispositivos eletrônicos modernos
Fonte: adaptado de (Power Integrations inc, 1997 p. 6).
ELETRÔNICA
205
BYV27-600
Q6 R6
A
R1 Q1 Q3 D5 D6 Q4
CI1 10k BC337 IRLZ44N IRLZ44N 10k CI2 R7 PWM_ESQUERDA
PWM_DIREITA R2 1 6 BC337 6 1
k
R3 R8
k
270R 5 5
R5 2 R27 C6 C7 2 270R
10k C1 12R 150k R28 12R C2 R10
3 4 1n 1n 150k Q5 4 3 10k
100UF Q2 100uF
GND_CTRL MOC3102 BC327 R4 BC327 MOC8102 GND_CTRL
10k CARGA R9
CN4 CN5 10k
1 1
12V_PWR 2 2 12V_PWR
CARGA' CARGA”
BYV27-600
100UF 270R 5 5
H DIREITA 2 2 270R
12R D7 D8 12R
3 4 4 3
k
k
Q8 R14 Q11
BC327 10k R29 C8 C9 BC327
CND_CTRL MOC3102 150k R30 MOC8102 CND_CTRL
1n 1n 150k R19
10k
GND_PWR
Introdução à Eletrônica
206 UNIDADE IV
ELETRÔNICA DIGITAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
em um componente eletrônico quase invisível. É difícil de acreditar, não é mesmo?
A eletrônica digital evoluiu significativamente nos últimos anos e propor-
cionou tecnologias que facilitam a vida das pessoas e a solução de problemas de
maneira automática em tarefas que antes dependiam da intervenção humana,
tarefas essas que hoje podem ser programadas e automatizadas por software
embarcado.
Essa revolução aconteceu nas últimas décadas e mudou a vida das pessoas.
Bem-vindo(a) ao mundo digital! O mundo onde a lógica prevalece e os dispo-
sitivos funcionam com base na tomada de decisões de programas embarcados,
como no aparelho de ar-condicionado ou no sistema de injeção eletrônica dos
carros modernos que simplesmente estabilizam as variáveis (temperatura e ace-
leração do motor, respectivamente) sem a necessidade de intervenção humana.
SINAIS DIGITAIS
ELETRÔNICA
207
Nível ligado
lógico
1
0
t (ms)
desligado
Figura 36 - Exemplo de sinal digital: apenas dois níveis possíveis
Fonte: o autor.
Eletrônica Digital
208 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
utilizado em eletrônica digital. Já os sistemas octal e hexadecimal são sistemas de
numeração que utilizam sequências diferenciadas, sendo de 0 até 7 (8 = octal )
e de 0 até F (F = 15) .
O sistema octal possui 8 dígitos, sendo 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 . É utilizado
em computadores digitais e apresenta a seguinte estrutura dada no Quadro 3
(TOCCI; WIDMER, 2003):
A equivalência entre os sistemas binário e octal pode ser dada da seguinte maneira
(Quadro 4):
Dígito octal 0 1 2 3 4 5 6 7
Equivalente binário 000 001 010 011 100 101 110 111
ELETRÔNICA
209
0 0 0000
1 1 0001
2 2 0010
3 3 0011
4 4 0100
5 5 0101
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6 6 0110
7 7 0111
8 8 1000
9 9 1001
A 10 1010
B 11 1011
C 12 1100
D 13 1101
E 14 1110
F 15 1111
Fonte: adaptado de Tocci e Widmer (2003).
Eletrônica Digital
210 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e “uns” (0s e 1s), sabemos que o resultado será sempre 0, pois qualquer valor
multiplicado por 0 é igual a 0, já a lógica OU soma os valores aplicados em sua
entrada, e a lógica NÃO inverte o valor de entrada para o valor de saída, ou seja,
se entrar 1, sai 0, e se entrar 0, sai 1.
A combinação das três portas (NÃO, E e OU) permite a construção das
demais portas existentes. A Figura 37 mostra os símbolos para algumas das prin-
cipais portas lógicas disponíveis.
Para atuar em lógica combinacional, onde o resultado de uma expressão
lógica depende do estado das entradas, sem levar em consideração parâmetros
variáveis, como tempo e contagem, por exemplo, as portas da Figura 37 atendem
plenamente à solução da maioria dos problemas, entretanto, quando há contagem
de eventos, temporização e demais variá-
veis que sofrem alterações, existe a lógica
sequencial, que atende a estes casos com
soluções específicas.
Na lógica sequencial, os eventos ocor-
rem de acordo com pulsos que podem
ser oriundos de um oscilador com base
de tempo estabelecida (clock) e combina
também sinais de bloqueio (reset) que
podem definir o fim de uma contagem ou
temporização.
Figura 37 - Portas lógicas
ELETRÔNICA
211
SD
(b)
CP C
C Figura 38 - Flip-Flop: (a) diagrama funcional e (b) diagrama lógico
Fonte: Nexperia B. V. (2017, p. 20).
Eletrônica Digital
212 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de um estudante de Engenharia de Produção, este material se reserva a apontar as
principais características para fins de esclarecimento básico sobre o assunto.
ELETRÔNICA ANALÓGICA
A eletrônica analógica talvez seja a mais antiga das eletrônicas. Esta área do
conhecimento já teve o seu início antes mesmo do surgimento dos semicondu-
tores, já com os circuitos concebidos a partir do uso de válvulas termiônicas que
são amplamente utilizadas até hoje na fabricação de amplificadores de áudio,
devido à sua capacidade de reproduzir com fidelidade os sons que a maioria dos
dispositivos semicondutores poderiam distorcer, dadas às suas características de
funcionamento. A Figura 39 mostra alguns exemplos de válvulas termiônicas.
Os receptores de rádio e amplificadores são exemplos de uso massivo de
válvulas que, ao longo de décadas, faziam parte de seus circuitos. No entanto,
atualmente, o uso de válvulas eletrônicas restringe-se à algumas aplicações espe-
ciais, pois as suas características de fragilidade, tensão de trabalho, rendimento
etc. não se comparam ao nível de sofisticação que os semicondutores chegaram,
mesmo para aplicações em áudio e sinais de pequena amplitude. A Figura 40
apresenta o aspecto visual de um amplificador de áudio dos anos 50. Era deste
tipo de equipamento que os músicos dispunham, na época, para amplificar o
som de seus instrumentos musicais.
ELETRÔNICA
213
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Eletrônica Analógica
214 UNIDADE IV
SINAIS ANALÓGICOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Um sinal analógico descreve o comporta-
mento natural de uma variável, tal como ela
se manifesta, aumentando ou diminuindo a
sua intensidade na mesma velocidade, trans-
mitindo a noção de sua dinâmica. Em outras
palavras, considere um altímetro analógico
Figura 41 - MP3 player: armazenamento e
utilizado no painel de instrumentos de uma reprodução de áudio customizado
ELETRÔNICA
215
Eletrônica Analógica
216 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da variável no formato impresso e digital, respectivamente, a fim de comprova-
ções futuras em caso de problemas com lotes de produto.
É comum associarmos o termo analógico com o comportamento de uma vari-
ável natural, por exemplo, a temperatura. Assim, o sensor que realiza a medição
dessa variável produz um sinal que é análogo ao comportamento da variação tér-
mica, portanto, analógico. Deste modo, os sinais que sofrem variações no tempo
sem valor definido possuem características que os classificam como analógicos.
Os sinais, de maneira geral, podem ser alternados ou contínuos.
Um sinal contínuo é aquele que se propaga no mesmo quadrante, por exem-
plo, dado um sinal que percorre o quadrante positivo, se este não alternar para
o quadrante negativo, se a sua variação for sempre positiva (amplitude igual ou
maior do que 0), não houve alternância de quadrantes, assim, é classificado como
um sinal contínuo, conforme Figura 44 (a).
Um sinal alternado é aquele que transita do quadrante positivo para o nega-
tivo, e por essa transição ou alternância entre o semiciclo positivo e o negativo,
classifica-se por sinal alternado, conforme Figura 44 (b).
Sinal contínuo Sinal alternado
U (V) U (V)
Sinal Quadrante Quadrante
analógico positivo positivo
Sinal
analógico
Sem
alternância
t (ms) t (ms)
Quadrante Alternância
(a) negativo (b)
Quadrante
Figura 44 - Tipos de sinais: (a) sinal contínuo e (b) sinal alternado negativo
Fonte: o autor.
ELETRÔNICA
217
Eletrônica Analógica
218 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, esquematicamente, fica:
Faixa de Faixa de
Temperatura Temperatura
T(°C) U(V)
150°C 2,05V
102,5°C 1,025V
-55°C 0V
Figura 45 - Relação entre a variável temperatura e o sinal do sensor
Fonte: o autor.
ELETRÔNICA
219
aplicações industriais.
OP07E
BP_OUT
2 kΩ
POT3 Vo˝
CI4
Eletrônica Analógica
220 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
31 30 29 28 27 26 25 24 23 22
n.c n.c
18 kΩ 32 20
GAIN POWER 21
STABILIZATION SUPPLY
33
22 nF 22 µF
vcc 34 DEMOD
4.7 kΩ RESAMP LIMITER SOFT
MUTE
SDS
I/Q-MIXER LEVEL IF
FM antenna 1st FM ÷2 ADC COUNT
N1 MPX
IF CENTER 1 nF
100pF DECODER 19
FREQUENCY Iref 22 nF
35 ADJUST 18 33 kΩ
120 nH 27pF 36
AGC
27pF 37 TEA5767HN 22 nF
XTAIL 17
28 OSCILLATOR 16
4.7 nF 32.768 kHz
Prog. div. out 15 10 kΩ or
39
TUNING SYSTEM MUX SW PORT 14 13 MHz
Ref. div. out vcc
10 kΩ
pilot
mono 13
n.c 40 BUS enable
vco 12 BUS mode
I²C-BUS 3-WIRE BUS 11
R/W
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
n.c DA CL
10 nF 39 nF D1 12 kΩ MSD860
D2 vDD
10 kΩ 22 nF
L3 L2
100 kΩ
22 nF
47 kΩ
vcc(osc)
Não podemos deixar de citar que, quando nos conectamos a uma rede sem fio
(Wi-Fi) ou trocamos dados entre dispositivos utilizando o Bluetooth, estamos
ELETRÔNICA
221
Eletrônica Analógica
222 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 50 - Controle de acesso de veículo com RFID (ID.:1023250240)
ELETRÔNICA
223
desta forma, esta envia os seus dados, que são interpretados pelo leitor.
Os dados podem ser customizados e conter informações importantes sobre
o indivíduo ou apenas um código único que, ao ser reconhecido, é associado ao
usuário ou ao produto, assim, um TAG pode ser utilizado para identificar pes-
soas, objetos, animais, veículos etc.
A Figura 51 mostra alguns exemplos de uso da tecnologia RFID, onde em (a)
podemos observar um rebanho de ovelhas sendo monitorado por um drone equi-
pado com leitor RFID, enquanto que em (b), são mostrados TAGs normalmente
utilizados para o controle de acesso a ambientes restritos, em (c), observamos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Eletrônica Analógica
224 UNIDADE IV
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sobre o seu funcionamento, inclusive exemplos de cálculo que permitem esti-
mar parâmetros funcionais relevantes sob o ponto de vista de aplicabilidade de
determinados componentes, como no caso dos resistores, onde a temperatura
pode influenciar em seu valor ôhmico e a influência da frequência sobre o valor
da reatância. Todos estes aspectos foram abordados no sentido informativo intro-
dutório, para que o estudante de Engenharia de Produção possa ter parâmetros
em suas decisões quando se deparar com a Eletrônica.
Além do aspecto geral da Eletrônica, foram apresentados estudos direcio-
nados a duas vertentes dela: a eletrônica digital e a eletrônica analógica. Nestes
capítulos, foram abordados assuntos de relevância que permitem o entendimento
de cada área e as suas aplicações, norteando o uso de tecnologias e limitações
importantes que podem definir o desempenho de um processo, pois o entendi-
mento e a diferenciação entre as diferentes tecnologias são necessários quando
a tomada de decisões requer conhecimento tecnológicos que possam auxiliar
na solução de problemas.
Alguns circuitos de eletrônica analógica e digital foram exemplifi-
cados nessa unidade apenas para que o estudante tenha uma leitura básica
dos principais componentes utilizados, de modo a promover a interface
entre seu uso e o tipo de alimentação elétrica, além de demais fatores limi-
tantes específicos de cada caso. Esta diversidade nos permite entender que a
Eletrônica é um campo de dimensões praticamente infinitas, onde teremos
a oportunidade de estender os nossos estudos na próxima unidade, onde
algumas aplicações serão abordadas no aspecto industrial da Eletrônica.
ELETRÔNICA
225
b) O diodo Schottky não possui camada de depleção e, por isto, ele se adequa
a condições especiais de alta velocidade.
c) O diodo varicap não se aplica a circuitos de sintonia, pois o seu efeito capaci-
tivo poderia atrasar o sinal e não poderia operar em altas frequências.
d) A cor emitida pelo LED depende apenas da frequência do sinal aplicado em
seus terminais.
e) A corrente que circula por um LED é inversamente proporcional à tensão
aplicada para a sua alimentação.
4. Analise afigura a seguir, onde uma lâmpada é acionada, a partir de um transís-
tor bipolar. De acordo com o conhecimento de transístores bipolares, assinale
a alternativa correta:
Com relação ao Si, o SiC tem o dobro da velocidade de saturação, permitindo maior
manejo de corrente e largura de banda (Agarwal et al., 1996). Embora o SiC tenha ren-
dimentos elevados, em comparação com o Silício, ainda existem sérias dificuldades
em seu processamento, tais como o controle preciso do gradiente de temperatura no
interior do sistema de crescimento para formar lingotes ou a necessidade de fazer a
dopagem, usando técnicas como implantação de íons em vez de utilizar processos con-
vencionais, devido às baixas constantes de difusão de impurezas do SiC (Kimoto, 2010).
No entanto, o problema que gerou o maior atraso na massificação deste composto foi o
defeito de microtubagem (micropipe defect), que produz um furo de pequeno diâme-
tro que pode se estender por todo o material, na direção do crescimento, levando isto
a uma falha do dispositivo em alta tensão (Palmour, Singh, Glass, Kordina, & Carter, C.
H., 1997).- 2Porém, em 2007, já foi possível obter pequenas microtubagens de somente
0, 75 cm ou mesmo densidades de microtubagens zero para pastilhas de três pole-
gadas (Millán, 2007).
Outra desvantagem do SiC são os deslocamentos, que abrangem: deslocamento de pa-
3
rafuso com uma densidade de 10 cm- 2 , deslocamento de plano basal com uma den-
-2
sidade de algumas dezenas por cm , e deslocamento de borda com densidade de
-2
100 -1000 cm (Hudgins, 2013).
Em 2012, a indústria CREE resolveu muitos destes problemas e anunciou que está em
capacidade de produzir pastilhas de 150mm de 4H-SiC com elevados padrões de qua-
lidade (Balakrishna, 2012).
Nos últimos anos, essas melhorias no processo de produção aumentaram notavelmente
a quantidade de aplicações comerciais, não sendo estranho encontrar comercialmente
diodos de barreira Schottky de 1,2 kV a 50A ou DMOSFET de 1, 2 kV a 100 A .
Em termos gerais, o aumento de tensão de bloqueio para todos os dispositivos com
WBS é considerável, pois a tensão de bloqueio mínima dos dispositivos em SiC é quase
a tensão de bloqueio máxima dos dispositivos em Si. Isto faz o SiC ser extremamente
atraente para o desenvolvimento de produtos destinados a aplicações de alta potência.
Fonte: adaptado de Bueno e Silva (2014).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Neste link, há o vídeo chamado A História do Transístor. Ele mostra como o transístor
é considerado por muitos uma das maiores descobertas ou invenções da história
moderna, tornando possível a revolução dos computadores e equipamentos
eletrônicos. Web: <https://youtu.be/Xsv03w9YJqI>.
BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall,
2004.
BUENO, D. A. A.; SILVA, E. R. C. Dispositivos de Carboneto de Silício na Eletrônica
de Potência: Uma Revisão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AUTOMÁTICA. 20., 2014,
Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: UFMG, 2014.
ESPRESSIF SYSTEMS. ESP8266EX Datasheet. [S.l.], [s.d.]: 2016. Disponível em: <ht-
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tasheet_en.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2018.
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GENTILIN, F. A. Condicionamento de sinais para sistemas de medição baseados
na reflexão difusa do infravermelho próximo. 2012. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Elétrica) - Centro de Tecnologia e Urbanismo, Programa de Pós-Gradua-
ção em Engenharia Elétrica, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2012.
GENTILIN, F. A. et al. Development and testing of a hardware platform for measuring
instruments based on near-infrared diffuse reflection. Measurement, v. 86, p. 14-25,
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<https://assets.nexperia.com/documents/data-sheet/74HC_HCT74.pdf>. Acesso
em: 21 dez. 2018.
PHILIPS SEMICONDUCTORS. Current-mode PWM controller - Product specifica-
tion. Sunnyvale: Philips Semiconductors, 1994.
______. TEA5768 single-chip FM stereo radio. [S.l.]: Philips Semicondutors. Product
Data Sheet. 2002. Disponível em: <http://pdf.datasheetcatalog.com/datasheet/
philips/TEA5768.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2018.
Power Integrations inc. “TOP221-227-TOPSwitch-II Family Three-terminal Off-line
PWM Switch.” TOP221-227. eletrônica. Power Integrations inc. Sunnyvale, CA, Cali-
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Texas Instruments, dec. 2017. Disponível em: <http://www.ti.com/lit/ds/symlink/
lm35.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2018.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ONLINE
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Em: <http://www.clippercontrols.com/>. Acesso em: 21 dez. 2018.
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Em: <https://support.apple.com/kb/sp592?locale=pt_BR>. Acesso em: 21 dez.
2018.
3
Em: <https://www.armourcard.com/rfid-a-spy-tool-part-1/>. Acesso em: 21 dez.
2018.
233
GABARITO
1. Alternativa C.
2. Alternativa A.
3. Alternativa B.
4. Alternativa E.
5. Alternativa D.
6. Alternativa A.
Professor Me. Fábio Augusto Gentilin
V
UNIDADE
ELETRÔNICA APLICADA
Objetivos de Aprendizagem
■ Entender as principais aplicações da eletrônica na indústria e como
ocorre a interação entre eletrônica analógica e eletrônica digital.
■ Compreender as principais aplicações de eletrônica de potência na
indústria.
■ Apresentar os conceitos fundamentais de instrumentação industrial.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Eletrônica aplicada
■ Eletrônica de potência
■ Instrumentação industrial
237
INTRODUÇÃO
Introdução
238 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ELETRÔNICA APLICADA
ELETRÔNICA APLICADA
239
Aplicações de instrumentação
industrial
Sinal
digital
Servidores Sinal
digital
Interface de
comunicação
Eletrônica Aplicada
240 UNIDADE V
Observe que o sinal analógico oriundo do sensor passa por uma conversão analó-
gico-digital para que possa ser interpretado pelo circuito digital microprocessado
na CPU, e, então, ser processado e encaminhado via interface de comunicação
para servidores e computadores de estações de trabalho.
Ao longo do processo de conversão e dos processamento dos sinais, os cir-
cuitos analógicos e digitais operam em parceria, de modo a complementar as
necessidades da arquitetura de um controlador que permite a integração de
dados de natureza analógica em tecnologias digitais, como é o caso dos compu-
tadores e redes de dados.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Em específico, podemos citar que as aplicações em instrumentação normal-
mente possuem dois aspectos: um aspecto relativo às características da variável
a ser mensurada e outro aspecto que se relaciona à digitalização (processo de
converter o valor da variável analógica em um dado digital). Muitos estudantes,
neste momento, podem se perguntar: “Por que digitalizar?”. A resposta é simples:
não podemos operar com dados analógicos em computadores, pois os micropro-
cessadores só realizam processamentos digitais e, assim, precisamos converter
as variáveis analógicas em digitais para viabilizar este processo.
A conversão de dados analógicos em digitais é realizada por circuitos que
recebem o sinal condicionado na entrada e produzem um dado número de bits
na saída e que pode ser maior ou menor de acordo com a resolução do circuito
conversor analógico-digital (ADC). Assim, quanto maior o número de bits de
um ADC, maior será a definição do sinal de entrada em bits na saída, ou seja,
mais bits de resolução significa traduzir o sinal de entrada analógico em sinal
de saída digital com mais detalhes.
Uma analogia bastante tangível para este caso é o que fazemos quando
desejamos medir uma dada distância entre os pontos A e B, utilizando uma
régua simples. O que ocorre é que a menor distância medida pela régua é
1, 0 mm (1, 0.10−3 m) , sendo assim, entre 1, 0 mm e outro não sabemos exata-
mente qual é o valor da distância, caso a medida esteja intermediária entre dois
traços de 1, 0 mm , que pode ser uma dimensão de uma peça mecânica, por exem-
plo, e teremos a incerteza sobre esta medida. Para resolver esses casos existem os
instrumentos de medição com maior resolução e que podem medir na ordem de
( )
µm 1, 0.10− 6 m , como é o caso do instrumento conhecido como micrômetro.
ELETRÔNICA APLICADA
241
grandezas elétricas, onde não se exige alta precisão. Já na Figura 2 (b), pode-
mos observar outro instrumento, mas com a capacidade de 7 1 2 dígitos em
seu mostrador, indicado para atuar em laboratório de pesquisa com ajustes de
circuitos de precisão.
(a) (b)
Figura 2 - Instrumentos de medição eletrônicos: (a) 3 ½ dígitos (ID.:1338588) e (b) 7 ½ dígitos
Fonte: SMAR Automação Industrial (2014).
Eletrônica Aplicada
242 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 3 - (a) Exemplo de sinal com ruído e (b) sinal filtrado
Fonte: o autor.
ELETRÔNICA APLICADA
243
Eletrônica Aplicada
244 UNIDADE V
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norma para a qual foi testado e
aprovado, como o selo da Anatel,
por exemplo.
Figura 4 - Drone sendo submetido a testes de EMC em
laboratório de homologação especializado
Aplicações de controle
ELETRÔNICA APLICADA
245
atuar, por exemplo, uma válvula que deve abrir ou fechar tão mais rápido ou lento
quanto se deseja, de acordo com a dinâmica do processo e das ações de controle.
Para controlar um processo industrial, é necessário que o circuito tenha a
capacidade de comparar os valores das variáveis de entrada e de saída. Sendo
assim, é possível estabelecer um sinal de erro ou de desvio entre o valor dese-
jado (setpoint) e o valor atual (variável do processo).
Há controladores analógicos baseados em amplificadores operacionais, que
se tratam de circuitos integrados analógicos capazes de integrar sinais e realizar
operações diversas, como amplificar um sinal de baixa intensidade, por exem-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SENSOR
27.0
PV PROPORCIONAL
VOUT
VCC DERIVATIVA
DV
MV
SP INTEGRAL
REFERÊNCIA
Eletrônica Aplicada
246 UNIDADE V
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Quando empunhamos os nossos smartphones ostensivamente com o intuito de
acessar as últimas notícias do grupo de contatos ou das redes sociais, estamos
fazendo uso da tecnologia que estamos estudando neste momento.
Toda vez que acessamos um site, fazemos o download de um arquivo ou
simplesmente enviamos uma mensagem para um colega, estamos operando um
aplicativo específico que de nada serviria caso a eletrônica não existisse para
permitir a sua interatividade. Neste exemplo, as eletrônicas analógica e digital
estão juntas, tanto na troca de dados pelo meio eletromagnético (rede Wi-Fi,
por exemplo) quanto no processamento e na digitalização dos dados de entrada
e saída em seu dispositivo computacional.
ELETRÔNICA APLICADA
247
onda que “transporta” os dados transmitidos, como a música, a fala etc., assim
como mostrado na Figura 6.
EMISSORA DE AUDIO RECEPTOR DE AUDIO
Eletrônica Aplicada
248 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de amplificação (estágio de potência) representados por circuitos analógicos,
assim como o gerenciamento todo realizado por um ou mais microcontrolado-
res, que permitem memorizar as estações preferidas, ajustar a equalização do
som, exibir a estação em mostrador digital, informar o nome da estação ou da
música a ser reproduzida, entre outros.
A relação de uso das eletrônicas analógica e digital é praticamente infinita,
observada em eletrodomésticos, equipamentos industriais e hospitalares, gad-
gets etc. O entendimento esperado de um estudante de Engenharia de Produção,
neste momento, é o fato de a união das tecnologias permitir o desenvolvimento de
soluções mais completas e eficientes, maximizando a produtividade e a confiabi-
lidade de sistemas analógicos, antes, sem indicadores de desempenho, possíveis,
atualmente, graças a digitalização de processos.
ELETRÔNICA APLICADA
249
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ELETRÔNICA DE POTÊNCIA
CONVERSORES
Eletrônica de Potência
250 UNIDADE V
Perdas de potência
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a sua máxima: “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Sendo
assim, não se cria energia, e sim, se converte um determinado potencial em outro
por diferentes motivos, por exemplo: a necessidade de alimentar um circuito com
12 Vcc e o potencial disponível é 220 Vca , neste caso, um conversor rebaixador
deve ser utilizado, já no caso onde a tensão da rede é de 127 Vca e precisarmos
de um potencial de 415 Vcc , o conversor é elevador. Quando a tensão de entrada
possui valor igual a tensão de saída, então se utiliza um conversor isolador.
Existem conversores CC-CC (corrente contínua para corrente contínua),
CC-CA (corrente contínua para corrente alternada), CA-CC (corrente alternada
para corrente contínua) e CA-CA (corrente alternada para corrente alternada).
A justificativa para cada tipo de conversor se dá de acordo com a necessi-
dade. Por exemplo, para alimentar o microprocessador de seu computador, que
opera em 3, 3 Vcc a partir da tensão da rede da concessionária de 127 Vca , é
necessário utilizar um conversor CA-CC rebaixador isolado, pois além dos valo-
res de tensão serem extremamente maiores, a frequência de um sinal alternado
da rede deve ser convertida para um sinal de corrente contínua e, assim, pro-
mover o funcionamento do referido componente.
As técnicas de converter potenciais e as suas características são diversas,
inclusive compartilham as suas funcionalidades em um universo onde há tecnolo-
gias de conversores que operam em alta frequência, conhecidos como conversores
chaveados, e os conversores que operam com a frequência da rede da concessioná-
ria (60 Hz ) que, normalmente, são maiores e mais pesados, mas muito robustos.
Os conversores chaveados são muito utilizados em circuitos de fontes de ali-
mentação, por exemplo, onde temos a tensão de entrada maior do que a tensão
ELETRÔNICA APLICADA
251
■ Boost.
■ Buck-Boost.
■ Cuk.
■ Sepic.
■ Zeta.
Conversor isolado:
■ Flyback.
tensão de tensão de
entrada saída
(carga)
Eletrônica de Potência
252 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conversor Buck
Buck
Conversor Boost
ELETRÔNICA APLICADA
253
Boost
Conversor Buck-Boost
Buck-Boost
Conversor Cuk
Eletrônica de Potência
254 UNIDADE V
Cuk
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
os seus indutores podem ser montados no mesmo núcleo.
Conversor Sepic
SEPIC
Conversor Zeta
ELETRÔNICA APLICADA
255
ZETA
Conversor Flyback
Sem dúvida, este é um dos mais utilizados (se não for o mais encontrado), atual-
mente, em aplicações onde é necessário alimentar uma placa-mãe de computador,
carregar a bateria do aparelho celular ou do laptop, alimentar os circuitos de seu
aparelho de TV ou monitor de vídeo etc.
O conversor Flyback apresenta isolação entre a tensão de entrada e de saída
e, com isto, pode operar com tensões de entrada elevadas e tensões de saída de
poucos volts, pois conta com transformador de alta frequência (Figura 15).
A sua comutação ocorre no enrolamento primário de um transformador
que induz em seu secundário uma tensão diretamente proporcional ao número
de espiras do referido enrolamento e, assim, o sinal pulsante aplicado na base
do transistor é replicado no secundário, onde é posteriormente retificado, fil-
trado e entregue à carga.
Flyback
Eletrônica de Potência
256 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Atualmente, as comunicações eletrônicas, aquelas que ocorrem por meio de
computadores e dispositivos portáteis são, sem dúvida, indispensáveis, mas
para que essas comunicações funcionem, dependemos dos equipamentos
que produzem a alimentação elétrica de todo o sistema. Como seria possível
a existência das tecnologias de comunicações eletrônicas se não existissem
as fontes de alimentação adequadas ao volume de potência necessário para
tal aplicação?
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL
ELETRÔNICA APLICADA
257
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Instrumentação Industrial
258 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Faremos uma análise do princípio básico de funcionamento de cada sensor em rela-
ção à Eletrônica envolvida para a leitura do valor da variável, mas antes, devemos
entender a estrutura mínima para que um sensor possa fornecer os dados desde
a fase de aquisição até o seu armazenamento pós-processamento. Na Figura 18,
podemos observar a figura do sensor dentro da estrutura de aquisição de sinais.
SENSOR
Elemento Condicionamento Processamento Armazenamento Interface de
sensível de sinal digital de sinal interno comunicação
Observe que o sensor é dividido em cinco blocos, onde estão presentes as fun-
ções de elemento sensível, condicionamento de sinal, processamento digital de
sinal, armazenamento interno e interface de comunicação.
O elemento sensível deve ser identificado como a parte do sensor que detecta
a variável de interesse e produz sinal proporcional à sua variação. Neste estágio,
o padrão do sinal elétrico normalmente é de baixa amplitude e deve ser condi-
cionado pelo próximo estágio.
ELETRÔNICA APLICADA
259
quantidade finita de dados que podem ser utilizados para futuras análises e para
a produção de gráficos analíticos.
Uma vez armazenados, os dados podem ser disponibilizados por meio de
interface de rede e, assim, compartilhados com controladores lógico-programá-
veis, computadores pessoais, servidores de dados, interfaces homem-máquina etc.
Nossa análise permite reconhecer a interação do sensor com as demais bases.
Assim é possível analisar cada um dos tipos separadamente.
SENSOR DE TEMPERATURA
Termorresistência (RTD)
Instrumentação Industrial
260 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RPTC B59860C0120A070
105
104
B59840C0120A070
103 B59850C0120A070
102
101
B59830C0120A070
100
0 50 100 150 200 °C 250
TPTC
Figura 19 - Curva de resposta da resistência em função da temperatura em PTCs
Fonte: TDK Corporation (2018, p. 7).
ELETRÔNICA APLICADA
261
-200 até 660 ºC, faixa de trabalho dos RTDs do tipo PT100.
Geralmente, esse tipo de sensor é alocado em bainha de metal com cabeçote,
onde os dados da temperatura são transmitidos por meio de cabo, com ligações
que podem variar de dois a quatro fios.
Dentro do cabeçote é instalado o circuito de condicionamento para conver-
ter o padrão elétrico do RTD para padrão de 4 a 20 mA ou em protocolo de
comunicação de rede industrial, dependendo da tecnologia de cada caso.
350
300
RESISTÊNCIA (Ω):
250
200
150
100
50
0
-200
-180
-160
-140
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
14
160
180
200
220
240
260
280
300
320
340
360
380
400
420
440
460
480
500
520
540
560
580
600
620
640
660
TEMPERATURA (ºC):
Figura 20 - Resistência em função da temperatura para RTDs de platina
Fonte: Lake Shore Cryotronics (2014, p.1-2).
Instrumentação Industrial
262 UNIDADE V
Onde:
- R(t ) = resistência do termômetro de platina, medido em W à tempe-
ratura t ( t em °C ).
- R0 = resistência a 0 °C [ W ].
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
- A, B e C = são coeficientes de calibração e seus valores são:
−3 −1
■ A = 3, 9083×10 ( °C ).
−7 −2
■ B = −5, 775×10 ( °C ).
−12 −4
■ C = −4,183×10 ( °C ).
■ Para temperaturas acima de 0 °C :
R(t ) = R0 ×(1 + A×t + B ×t 2 )
Equação 2
Exemplo de cálculo:
ELETRÔNICA APLICADA
263
Arredondando, temos:
R(t ) = 94, 52 Ω
Ao compararmos o valor obtido no cálculo com o valor dado pela norma DIN-
IEC-751 (LAKE SHORE CRYOTRONICS, 2014) para a resistência do RTD em
uma temperatura de - 14 °C , temos a confirmação, conforme Quadro 1.
Quadro 1 - Verificação do resultado: valores de resistência em função da temperatura (vista parcial)
ITA- ITA-
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
90 ºC 90 ºC
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
-40 84.27 83.87 83.48 83.08 82.69 82.29 81.89 81.85 81.10 80.70 -40
-30 88.22 87.83 87.43 87.04 86.64 86.25 85.85 85.46 85.06 84.67 -30
-20 92.16 91.77 91.37 90.98 90.59 90.19 89.80 89.40 89.01 88.62 -20
-10 96.09 95.30 95.30 94.91 94.52 94.12 93.73 93.34 92.95 92.55 -10
-0 100.00 99.22 98.83 98.83 98.44 98.04 97.65 97.26 96.87 96.48 0
0 100.00 100.39 100.78 101.07 101.46 101.95 102.34 102.73 103.12 103.51 0
10 103.90 104.29 104.68 105.07 105.46 105.85 106.24 106.63 107.02 107.40 10
20 107.79 108.18 108.57 108.96 109.35 109.73 110.12 110.51 110.90 111.29 20
30 111.67 112.06 112.45 112.83 113.22 113.61 114.00 114.38 114.77 115.15 30
40 115.54 115.93 116.31 116.70 117.08 117.47 117.86 118.24 118.63 119.01 40
50 119.40 119.78 120.17 120.55 120.94 121.32 121.71 122.09 122.47 122.86 50
60 123.24 123.63 124.01 124.39 124.78 125.16 125.54 125.93 126.13 126.69 60
70 127.08 127.46 127.84 128.22 128.61 128.99 129.37 129.75 130.13 130.52 70
80 130.90 131.28 131.66 132.04 132.42 132.80 133.18 133.57 133.95 134.33 80
90 134.71 135.09 135.47 135.85 136.23 136.61 136.99 137.37 137.75 138.13 90
O mesmo raciocínio deve ser utilizado para obter o valor da resistência para
temperaturas acima de 0 °C , porém, utilizando a Equação 2.
O encapsulamento deste tipo de sensor é composto de uma estrutura que é
fixada ao ponto onde se deseja realizar a medição da temperatura. Por exemplo,
um tubo por onde é conduzido determinado fluido (vapor ou água). A Figura 21
mostra uma representação do encapsulamento do sensor de temperatura RTD
com bainha metálica, bulbo e cabeçote.
Instrumentação Industrial
264 UNIDADE V
Perceba que a conexão deste instrumento ocorre por meio de base roscada
diretamente na tubulação do processo e em uma abertura selada denominada
poço de medição, devidamente ocupada com líquido de preenchimento para
transferir o calor para o corpo do sensor que, por sua vez, apresenta variação de
resistência com a temperatura.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
capa Detalhe da bainha metálica preenchimento com pó
isolante de óxido de magnésio
bainha
cabeçote base roscada metálica
para fixação no
poço de medição instrumento
instalado na
tubulação
capa
isolante poço de
medição
vazão de
fluído
condutores
para o CLP
tubulação
Detalhe do instrumento
montado na tubulação
Figura 21 - PT100: detalhes construtivos e de instalação mecânica
Fonte: o autor.
ELETRÔNICA APLICADA
265
resistor circuito de
i shunt
RTD VRSH condicionamento
+ -
fonte de
tensão
instrumento de medição
De acordo com a Figura 23, o RTD é percorrido por uma corrente devidamente
produzida por uma fonte de tensão interna do instrumento. Esta corrente per-
corre um resistor shunt, que é um resistor com estabilidade térmica e valor
ôhmico ínfimo, calibrado para apresentar determinada queda de tensão VRSH
quando um valor conhecido de corrente circular por ele.
Por exemplo, o modelo de shunt 100 mA / 50 mV , indica que quando uma
corrente de 100 mA passar por este componente, haverá uma queda de tensão
sobre ele de 50 mV . Valores intermediários ocorrem em escala linear, conforme
a Figura 24.
Com base nessa tecnologia, o circuito de con- corrente no queda de tensão
dicionamento pode relacionar a variação de queda shunt do shunt
i (mA) VRSH (mV)
de tensão ( DVRSH ) com a variação de tempera- 100 50
tura ( DT ) diretamente proporcionais, ou seja,
podem ser descritas pela equação diferencial dada
50 25
na Equação 3, onde a taxa de variação de tempera-
tura ( T ) no intervalo de tempo ( t ) é diretamente
proporcional à variação de resistência do shunt (
0 0
RSH ) no intervalo de tempo ( t ), e também dire- Figura 24 - Escalas de queda tensão no
tamente proporcional à queda de tensão no shunt shunt em função da corrente
Fonte: o autor.
( VRSH ) no intervalo de tempo ( t ).
∂T ∂RSH ∂VRSH
= =
∂t ∂t ∂t
Equação 3
Instrumentação Industrial
266 UNIDADE V
Termopar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O termopar é uma tecnologia de medição de temperatura baseada no efeito
Seebeck, onde uma junção bimetálica dada conforme a Figura 25, com junção
fria e junção quente, permite a análise do efeito da diferença de temperatura
sobre a associação de metais com densidades eletrônicas diferentes, aqui deno-
minados arbitrariamente como metal A e metal B :
junção metal “A” junção
fria quente
Ta = Tamb i Tb=T+∆T
fonte de
metal “B” calor
Perceba que no lado esquerdo da Figura 25 temos a junção fria, onde a tempe-
ratura Ta é a mesma temperatura ambiente ( Tamb ). Entretanto, do lado direito
da mesma figura, observamos que houve um acréscimo de calor ( Tb ), promo-
vendo uma diferença de temperatura entre a junção fria e junção quente. Esta
condição faz com que os elétrons das junções dos metais envolvidos entrem em
movimento, impulsionados pela diferença de temperatura, ocasionando o sur-
gimento de uma corrente “ i ” na malha formada pelas junções.
Ora, se há uma variação de corrente que é diretamente proporcional à varia-
ção de temperatura, temos uma situação onde é possível associar este fato a uma
ELETRÔNICA APLICADA
267
temperatura
no processo
“TP”
Instrumentação Industrial
268 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quadro 2 - Tipos de termopares e suas faixas de temperatura
B 38 a 1800
C 0 a 2300
E 0 a 982
J 184 a 760
K -184 a 1260
N -270 a 1300
R 0 a 1593
S 0 a 1538
T -184 a 400
Fonte: adaptado de Balbinot e Brusamarello (2011).
ELETRÔNICA APLICADA
269
Instrumentação Industrial
270 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a montagem em superfície (SMD) até a montagem em placas por meio de furos
(through-hole). Diferentes fabricantes adotam os mais diversos tipos de encapsu-
lamentos de acordo com suas especificidades. Seguem alguns tipos mais comuns:
(a) (b)
Figura 28 - Encapsulamentos dos sensores eletrônicos: (a) TO-92, (b) SOIC 8 pinos
ELETRÔNICA APLICADA
271
cabo de
transmissor de temperatura interligação
(vista lateral)
cabeçote
sensor de
temperatura
na placa
placa de circuito
sensor de temperatura
impresso do
do processo
transmissor
Instrumentação Industrial
272 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
maioria dos processos. Nosso estudo
se reserva em apresentar esta faixa de
assuntos relacionados à medição ele-
trônica de temperatura, e nas próximas
seções, abordaremos as demais variá-
veis de processo já mencionadas.
Figura 30 - Transmissores de temperatura instalados em
processo industrial
SENSOR DE PRESSÃO
A pressão é uma variável que submete muitos processos a seus efeitos, como
o processo de aquecimento de água em uma caldeira, onde a pressão é variá-
vel de importante monitoração devido aos riscos de explosão que este processo
contempla.
A variável pressão se refere à força aplicada em determinada área e pode ter
a influência da própria ação gravitacional da qual, obviamente, nos lembramos
todos os dias quando caminhamos pela terra, local onde todos os corpos estão
submetidos a esta força gravitacional.
Quando estudamos a variável pressão, devemos nos lembrar dos conceitos
básicos relativos a ela. Por exemplo: pressão relativa ( PREL ), que consiste na pres-
são de um ambiente específico, confinado (a pressão dentro de um pneu de um
carro, ou dentro de uma bola de futebol ou mesmo dentro da linha pneumática
de uma indústria). É denominada relativa porque é relativa a uma referência,
que é a base para os estudos de pressão: a pressão atmosférica ( PATM ).
ELETRÔNICA APLICADA
273
CH CL
POSIÇÃO DO DIAFRAGMA
SENSOR, QUANDO
P1=P2
d DIAFRAGMA SENSOR
P1 P2
H ∆d
L
PLACAS FIXAS DOS
CAPACITORES
CH E CL
(a)
(b)
Figura 31 - Sensor capacitivo de um transmissor de pressão
Fonte: adaptado de SMAR Automação Industrial (2014).
Instrumentação Industrial
274 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
os dados por meio de protocolo de comunicação de rede industrial ou saída ana-
lógica de 4 a 20 mA .
Este método permite a medição de pressão diferencial em tanques de
processos químicos pressurizados e o seu princípio funcional permite a medição
de outras variáveis, como nível e vazão.
Há sensores eletrônicos de pressão que também são largamente utilizados
em instrumentação de precisão eletrônica, como exemplo, a família de senso-
res MPX5700, que oferecem faixas de medição de 0 a 700 kPa e são fornecidos
em encapsulamentos para montagens em placas de circuito impresso, conforme
a Figura 32:
ELETRÔNICA APLICADA
275
5.0
Função de Transferência:
4.5 Vout =VS *(0.0012858*P+0.04) ± Erro
4.0 VS = 5.0 Vdc
3.5 Temperatura = 0 a 85°C
Típico
Saída (V)
3.0
2.5
Máximo Mínimo
2.0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1.5
1.0
0.5
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
Pressão diferencial (kPa)
Figura 33 - Sinal de saída do sensor em função da pressão diferencial
Fonte: NXP Freescale Semiconductor (2012, p. 4).
Onde:
Vout é a tensão de saída do sensor.
Assim, com este padrão de fornecimento de sinal, este tipo de sensor se adequa
ao uso com a maioria dos tipos de microcontroladores do mercado alimenta-
dos com tensão de 5 V .
Instrumentação Industrial
276 UNIDADE V
SENSOR DE VAZÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A indústria de transmissores eletrônicos para a medição de vazão oferece
métodos totalmente inovadores que atuam com eletrodos e variação de tempe-
ratura, vórtices formados pelo movimento do fluido, pressão diferencial, efeito
Coriolis, eletromagnético etc. Esta unidade abordará a técnica de pressão dife-
rencial que permite o uso de vários tipos de transmissores, em placas de orifício,
bocais, tubos de Venturi etc.
A característica básica da medição de vazão em canais fechados (tubulação)
é a inserção de uma obstrução para a passagem do fluido, onde surge então a
pressão diferencial, que consiste na diferença entre a pressão na área denomi-
nada montante da obstrução e na parte de sua jusante. Montante é a região que
coincide com a direção do deslocamento do fluido e encontra a obstrução, já a
jusante é o que está após a obstrução, levando em conta o sentido de desloca-
mento do fluido, conforme mostrado na Figura 34:
abertura para obstrução
passagem do fluído
montante jusante
sentido de
deslocamento
do fluído
alta pressão baixa pressão
tubulação FT
ELETRÔNICA APLICADA
277
Perceba que o instrumento acessa via tomadas de impulso (tubos que acessam
a parte interna da tubulação) as pressões atuantes na montante e jusante do
elemento que obstrui a passagem do fluido (placa de orifício). Na medida em
que o fluido se movimenta, existe pressão diferencial entre os referidos pontos
(montante e jusante) e, assim, sob o mesmo princípio já mencionado relativo ao
sensor de pressão capacitivo, o transmissor realiza a medição da variável vazão.
Há mais elementos de obstrução que oferecem menores perdas de carga
e diminuem a turbulência no interior da tubulação. Como exemplo, podemos
citar o tubo de Venturi, que aplica uma obstrução suave na tubulação e apresenta
pressão diferencial, a qual pode ser mensurada pelo transmissor, com baixa ou
nenhuma perda de carga.
Instrumentação Industrial
278 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SENSOR DE NÍVEL Figura 36 - Tubo de Venturi: medição de vazão
por pressão diferencial
ELETRÔNICA APLICADA
279
Painel de
controle
bomba Válvula
suprimento Solenóide Fluxo
d'água de saída
de
água de água
Instrumentação Industrial
280 UNIDADE V
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
controle e comunicação de dados, onde o estudante teve a oportunidade de ver
uma breve introdução acerca das suas aplicações.
Mais adiante, a unidade abordou a eletrônica de potência em torno de con-
versores chaveados e as suas particularidades, além de características que definem
o seu uso em determinadas situações de projeto.
A unidade finaliza o seu conteúdo com o tema instrumentação industrial,
onde o estudante teve a oportunidade de aprender sobre alguns dos principais
métodos de medição de variáveis, como a temperatura, a pressão, a vazão e o nível.
Esta unidade teve o objetivo de apresentar ao estudante a relação de impor-
tância da Eletrônica com o ambiente industrial, destacando alguns pontos
importantes que podem fazer diferença estratégica nas tomadas de decisão de
um Engenheiro de Produção, como entender as limitações de um sistema eletrô-
nico que utiliza fontes de alimentação chaveadas, prever inovações que possam
contribuir com os processos atuais e etc.
ELETRÔNICA APLICADA
281
de sua conformação energética (FENSHOLT e SANDHOLT, 2003; MCINTOSH e CASADA, 2008). Assim,
através da observação da redução da intensidade do sinal eletromagnético para os comprimentos de
onda correlacionados às transições, é possível estimar a concentração destas moléculas. Tal processo é
comum, podendo ocorrer em diferentes meios como sólidos ou líquidos e gases (CLAUDIO et al., 2006).
O sistema proposto utiliza LEDs para emitir a radiação infravermelha nos comprimentos de onda
de absorção da água, que incide sobre as amostras e é absorvido pelas moléculas de água. A ra-
diação que não for absorvida pela água é, então, refletida difusamente e colimada por um espelho
côncavo. Tal espelho concentra estas radiações em um outro espelho plano, localizado a alguns
centímetros da distância focal do espelho côncavo. Por sua vez, este espelho plano reflete a radia-
ção concentrada para o sensor óptico. Esse sensor está localizado no centro do espelho côncavo.
A utilização dos LEDs possui a vantagem de não radiar calor, portanto, resolveu-se um grande proble-
ma do aquecimento causado pelas lâmpadas, normalmente, utilizadas, neste tipo de equipamento,
diminuindo o tamanho e aumentando a vida útil do sistema. Uma outra vantagem da utilização dos
LEDs é a possibilidade de modulação da radiação emitida, não necessitando, dessa forma, de um obtu-
rador mecânico (chopper). Além disso, devido ao semicondutor emissor de luz apresentar a caracterís-
tica de largura de banda muito estreita, não foi necessário a utilização de filtros ópticos para selecionar
o comprimento de onda desejado, o que permitiu uma redução no custo do equipamento.
A radiação refletida é, então, captada por um sensor óptico sensível à mesma faixa de radiação emiti-
da. Evidentemente, um sistema de condicionamento de sinal foi desenvolvido para amplificar o sinal
de corrente e adéqua-lo aos níveis de tensão do um microcontrolador, responsável pela aquisição
dos dados. Tais níveis de tensão variam de acordo com a quantidade de água presente nas amostras.
Assim, após o sistema ser calibrado, será possível aferir a umidade dos materiais em estudo.
Neste link, é possível consultar a norma IEC 60751/IEC 751 para RTDs.
Web: <http://www.isotechna.com/v/vspfiles/pdf_articles/Changes%20to%20the%20
International%20Standard%20for%20Industrial%20PRTs.pdf>.
Neste vídeo, confira o RD400, transmissor de nível por onda guiada fabricado pela
empresa SMAR.
Web: <https://youtu.be/Fh6SIMwsZ_0>.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ONLINE
1
Em: <www.anatel.gov.br/celularlegal/selo-anatel>. Acesso em: 26 dez. 2018.
2
Em: <http://www.salcas.com.br/tabela-milivoltagem-de-termopares>. Acesso em:
26 dez. 2018.
289
GABARITO
1. D.
2. A.
3. D.
4. E.
5. B.
6. A.
CONCLUSÃO