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CULTURA E LAZER
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A ERA “FISIDIGITAL”

Como e por que a covid-19 foi um divisor de águas


para a produção e o consumo de arte
Pandemia deixará marcas indeléveis na cultura, e novos formatos de
obras e eventos, elaborados inicialmente para o período de exceção,
podem ter vindo para ficar

17/09/2021 - 10h39min
Atualizada em 17/09/2021 - 10h40min

WILLIAM MANSQUE

AO VIVO CHAMADA GERAL 2ª EDIÇÃO 16:30 - 17:30


Tenorshare ReiBoot
Reparar Erro

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do iPhone.
Tenorshare

Evento teste para a reabertura do Auditória Araújo Vianna, em setembro de 2020


Marco Favero / Agencia RBS

Desde março de 2020, há uma frase repetida com resignação por quem vive de arte e cultura: “Fomos os primeiros a
AO VIVO CHAMADA GERAL 2ªos
fechar e seremos EDIÇÃO
últimos16:30
a reabrir”.
- 17:30 Um ano e meio de pandemia depois, a fila andou e o setor cultural retomou
suas atividades — ainda que seja um passo tímido de cada vez, seguindo restrições e protocolos. Contudo, o período de
paralisação foi nefasto e deixou sequelas. Estima-se que algumas experiências e implicações ainda devem ressoar nos

anos pós-pandemia.

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Sem contato direto com o público e com a necessidade de sobrevivência, artistas e profissionais da cultura viram na
internet um subterfúgio: lives musicais, teatro online, museus promovendo ações virtuais, filmes estreando direto no
streaming. Embora essas atividades digitais fossem paliativas — produtores anseiam pelo presencial —, especialistas
e agentes culturais apontam que o ambiente virtual deve se estabelecer como opção e complemento. Os espectadores

AO VIVO
pensam igual:
CHAMADA GERALa2ª
pesquisa
EDIÇÃO Hábitos Culturais II, promovida por Itaú Cultural/Datafolha e divulgada em julho, indicou
16:30 - 17:30
que 80% dos entrevistados que assistiram a apresentações de teatro, música e dança no ambiente virtual pretendem
seguir com a prática. O índice é o mesmo declarado para aulas e oficinas de arte.

As atividades remotas ampliaram o acesso e aumentaram o interesse do público pela cultura, segundo o estudo: 72%
dos entrevistados informaram que a internet permitiu o acesso a atividades culturais que, de outra forma, não seriam
experimentadas. Entre os jovens de 16 a 24 anos, a concordância com a afirmativa foi de 79%. Por outro lado, 62%
preferem assistir a shows de forma presencial, e esse desejo se repete em apresentações de artes cênicas, exposições e
museus.

Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, reflete que ampliar o alcance e ao mesmo tempo
LEIA MAIS atender ao desejo pelo presencial constitui um desafio para os agentes culturais.
Lives são sucesso de
audiência, mas geram
controvérsia — A mensagem que fica da pandemia é que é possível desenvolver atividades artísticas
no universo computacional, mas não se pode abrir mão da presença para criar vínculos
Teatro pela internet?
Uma forma diferente entre as pessoas, que é o que a arte e a cultura fazem melhor. Entramos na era que
de ver peças cresce na
pandemia chamo de “fisidigital”, ou seja, oferecer atividades nos dois ambientes com os

diferenciais que eles nos permitem — afirma Saron.


"Na pandemia, todos
aprenderam que a arte
também alimenta as
pessoas", diz André
Abujamra Neste ano, o Instituto Ling passou a receber atividades musicais nesse formato híbrido.

Contudo, a gerente do centro cultural, Carolina Rosado, frisa que o “fisidigital” tem uma
complexidade operacional que não se viabiliza para alguns projetos, além de um custo mais alto:

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— O formato híbrido tende a perdurar em projetos maiores, mas é preciso ter uma análise cuidadosa para ver quais
atrações o suportariam e teriam público para viabilizá-lo. No Ling, alguns projetos ficarão 100% online, outros, 100%

presenciais, e haverá alguns híbridos. Na nossa avaliação, o híbrido pode ter uma boa uma boa aderência em palestras
e shows.

Além das atividades digitais, há políticas públicas que podem ser mantidas após o contexto de crise sanitária. Gabriel

Medeiros Chati, coordenador do bacharelado em Produção e Política Cultural da Unipampa, cita a Lei Aldir Blanc, de
2020, e a Lei Paulo Gustavo (ainda não votada pelo Senado).

— Não deixam de ser marcos importantes, pois buscam implementar parâmetros no acesso e na distribuição dos

recursos, que são pleitos históricos de boa parte da categoria artística. Se a gente pensar que boa parte do fomento tem
um grau de burocracia muito alto, esses mecanismos constituem um avanço. E há a disponibilidade de recursos de

modo direto — destaca Chati.

A nova realidade dos museus


Segundo levantamento da Unesco divulgado em maio de 2020, a pandemia fez com que 90% dos museus ao redor do
mundo fechassem seus espaços. De um total de 85 mil instituições, 13% não seriam reabertas. Nos países africanos,

apenas 5% dos museus desenvolveram conteúdos digitais.

Em meio à crise, houve inúmeras demissões em centros culturais globais. Nesse cenário, as instituições voltaram as
atenções ao ambiente virtual. Fernanda Albuquerque, curadora e professora do Programa de Pós-Graduação em

Museologia e Patrimônio da UFRGS, aponta que as instituições precisaram investir em outras formas de alcançar o
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público no período, por exemplo, disponibilizando obras digitalmente, organizando tours virtuais, marcando presença

nas redes sociais.

— Lives, seminários online, atividades propostas a partir das obras do acervo, ações nas redes como quiz e pesquisas
são algumas das ferramentas que museus usaram para buscar alcançar o público em isolamento — sublinha Fernanda.

Foi o caso do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). 

— O fechamento durante a pandemia nos oportunizou o relacionamento com novos e potenciais públicos — diz

Francisco Dalcol, diretor-curador do Margs.

Dalcol salienta que essa estratégia de ampliar as ações virtuais, que já fazia parte da identidade do museu na atuação
nas redes sociais antes da covid-19, teve um ótimo feedback do público. Segundo ele, o Margs não retrocederá quanto

aos avanços nos meios digitais. Contudo, entende que a internet não substitui o contato direto com a obra de arte nos
museus e instituições artísticas:

— Muitos artistas e produções têm na plataforma digital seu meio e linguagem, e temos tido a chance de ver cada vez

mais produções nessa direção. Mas, em lugar de substituição, gosto de pensar que internet tem como grande potência

complementar, intensificar e desdobrar a experiência com a arte.

A virtualização também é uma tendência entre as instituições voltadas aos espetáculos,


LEIA MAIS como o Theatro São Pedro. De acordo com o presidente da Fundação Theatro São Pedro,

Antonio Hohlfeldt, a casa havia iniciado discussões antes da pandemia a respeito da


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Empresários e
produtores buscam crescente digitalização da programação, visando diversificar propostas e garantir a
alternativas para
minimizar crise na democratização do acesso.
cultura

Bolsonaro sanciona
ampliação de prazos Hohlfeldt lembra que foram realizadas consultas com empresas que trabalham com
da Lei Aldir Blanc
alternativas digitais para oferecer novas atrações para os frequentadores do teatro, com

especial atenção aos jovens — realidade aumentada, labirintos em fuga, entre outros
 "As PPPs são o
futuro da formatos. Ele pontua que desde 2018 os espetáculos do Musical Évora já podiam ser
gestão pública", diz
Gunter Axt, novo
secretário da Cultura vistos no Instagram. O teatro também transmitiu lives e espetáculos gravados na
de Porto Alegre
pandemia.

De qualquer maneira, Hohlfeldt pondera que aquilo que era optativo se tornou necessário. Agora, os novos contratos

para espetáculos devem apresentar alternativas aos grupos teatrais: só o espetáculo ao vivo, ao vivo com transmissão
online, ao vivo com gravação para disponibilização posterior etc.  

— Cada modelo tem regras e custos diferentes. Contratamos provisoriamente uma plataforma para vender ingressos

(não haverá mais tíquete em papel) e pela qual também podemos transmitir espetáculos. A ideia é, gradativamente,
retomarmos a programação presencial, mas sempre com possibilidade de transmissões ou gravações. Isso ficará –

destaca Hohlfeldt.

Para os artistas, o teatro virtual se apresentou como alternativa. Camila Bauer, diretora do coletivo Projeto Gompa e

professora do Departamento de Arte Dramática da UFRGS, tem trabalhado com projetos direcionados ao ambiente
digital. Ela dirigiu montagens como A Vó da Menina (ao lado de Bruno Gularte Barreto), A Última Negra (com Silvana

Rodrigues) e Derrota (com Liane Venturella).


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Em Derrota, Camila destaca que na montagem há a possibilidade da Liane falar com cada espectador individualmente
através do olho no olho mediado pela tela. É uma intimidade particular proporcionada pelo teatro virtual.

– É uma grande lupa que a lente coloca. Essa possibilidade de a pessoa estar assistindo de sua casa sozinha, muitas

vezes, traz uma intimidade que está sendo bacana de explorar. Então, para mim, o virtual está sendo bonito – relata.

Camila frisa que o ambiente virtual não substitui o palco, mas se apresenta como outro terreno fértil de
experimentação. Ela aponta que o trabalho online ainda é caseiro, com cada integrante se organizando em sua própria

residência.

— As casas viram cenário, então tem uma precariedade. É mais o desejo de criar do que efetivamente montar uma
estrutura de produção que dê conta — pondera a diretora.

Fundadora da Companhia de Solos & Bem Acompanhados, a atriz e diretora Deborah Finocchiaro trabalhou em alguns

projetos no ambiente virtual, como Classe Cordial e Invisíveis — Histórias para Acordar. Ela crê que essa linguagem tem
sido uma nova escola.

— Esse formato que tem me ensinado muito, pois como eu vivo disso, não há muito espaço para ficar questionando.
Ou para sentir medo de errar. A ideia é trabalhar da melhor forma possível, potencializando as condições que temos —

afirma Deborah.

O esgotamento das lives


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Por mais que as lives musicais tenham representando um frescor no começo da pandemia, poucos meses depois elas

saturaram. O formato chamou a atenção do público no fim de março de 2020 e teve seu pico no final do mês seguinte,
segundo os dados da plataforma Google Trends, que monitora as palavras-chave mais buscadas na internet . Porém,
as buscas no Google pela palavra "lives", no Brasil, em julho, já eram 70% menores. Se comparado com abril do ano
passado, hoje o interesse é 92% menor.

Para o vice-presidente da Opus Entretenimento, Lucas Giacomolli, as transmissões virtuais devem se estabelecer mais

no meio corporativo do que no entretenimento ao vivo. Ele cita palestras, reuniões e encontros, entre outros eventos
que possam ocorrer de forma simultânea.

— Na Opus, a gente acredita que nada substitui um show ao vivo. Apresentação física ser substituída por uma
apresentação online não está no nosso radar — diz Giacomolli.

Meses após as lives atingirem o seu pico, os shows ao vivo passaram a ser
liberados no país, ainda que com restrições. Empresários do ramo estimam que as

regras tendem a se afrouxar cada vez mais. Rodrigo Machado, sócio-diretor da


Opinião Produtora, não acredita que no verão de 2022 ainda exista algum
protocolo de segurança.

Hibridismo no show do Trio Corrente, no Instituto Ling,


— Penso que, depois de atingirmos um nível satisfatório de vacinação, voltaremos
no último dia 28: público no local e assistindo em casa
Leonardo Kotz / Divulgação ao normal. Não podemos considerar o que estamos vivendo agora é normal —

destaca.  

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O bar Opinião foi reaberto em agosto, inicialmente para um público sentado de até 200 pessoas. Já o Auditório Araújo
Vianna retomará as atividades em outubro, com shows nacionais. As atrações internacionais que a produtora está

trabalhando ficaram para 2022.

No próximo mês também já há programação na agenda do Teatro do Bourbon Country, espaço administrado pela
Opus. Giacomolli acredita que tudo volte a ser como era antes da pandemia:

— Vamos olhar para a frente. Antes, avançávamos e parávamos de novo. Agora, acho que a gente não retrocede mais. 

Entretanto, a retomada de eventos pode apresentar discrepâncias no setor de música ao vivo. É no que crê Daniela
Ribas, doutora em Sociologia e diretora da Sonar Cultural Consultoria. Com as restrições, o poder de enfrentamento
dessa crise dos pequenos produtores e das grandes empresas foi radicalmente diferente. Por isso, ela aponta que

poderá haver um período de concentração de capital na área do entretenimento ao vivo:

— O pequeno produtor musical não tem a estrutura necessária para enfrentar a crise da mesma maneira que a Live
Nation, por exemplo. Os shows vão começar a voltar, as pessoas estão ávidas para ir, só que quem vai capitalizar essa
demanda reprimida serão os grandes agentes.

Daniela chama atenção também para a importância dos produtores independentes, que muitas vezes se arriscam em
trazer novos talentos.

— A renovação da cena musical precisa dos independentes. Se há concentração de grandes espetáculos, isso sufoca os

pequenos e tem implicação não só econômica, mas também cultural — alerta.


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A Abstratti Produtora trabalha há 18 anos com foco nos shows internacionais. A
empresa está com as atividades suspensas desde março de 2020. O primeiro show

marcado na agenda é do Sonata Arctica, para 5 de abril do ano que vem. Outro
evento previsto é We Are One Tour com Millencolin, Satanic Surfers e 88 Fingers
Louie, na Fenac, em Novo Hamburgo, no dia 23 de março de... 2023.

Orquestra Theatro São Pedro, em maio passado:


— É um festival com três bandas de fora, melhor ficar lá para a frente — resume
público pode ocupar 30% dos lugares da casa
Joel Vargas / Divulgação Ricardo Finocchiaro, sócio-proprietário da Abstratti.

Sobre a demanda represada, ele é cético. Lembra de ver colegas do setor de eventos tendo de trocar de profissão na

pandemia, sem perspectiva de retorno.

— Não vejo as pessoas com dinheiro no bolso. Há muita gente quebrada, trabalhando por um salário menor ou em
condições piores. Não consigo ver o pessoal com grana para consumir muitos shows, ainda mais internacionais. Tem
muita turnê atrasada que vai se somar, gerando uma avalanche de apresentações. O público terá de escolher, e sem
recursos — reflete.

Finocchiaro também chama atenção para a crise financeira. Preços inflacionados, passagem aérea cara, gasolina a R$

7 e o dólar alto influenciam os shows internacionais. Ele afirma que o preço dos ingressos deverá subir.

— O valor acaba repassado para o cliente. Não vamos ter como voltar para o pré-pandemia nesse aspecto dos
ingressos — lamenta.

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A reorganização do cinema
De 2020 para cá, vários cinemas não resistiram à pandemia e fecharam as portas. Em Porto Alegre, Guion Center, as
salas da rede Arcoplex no Boulevard Assis Brasil e no Rua da Praia Shopping, além do Espaço Itaú; em Rio Grande, o
Cine Dunas; em Santo Ângelo, o tradicional Cine Cisne. Os exibidores que resistem precisam enfrentar a covid-19, um

público desconfiado e as plataformas de streaming com cada vez mais oferta.

A quarentena acelerou o crescimento do streaming: um relatório da Motion Pictures Association estima aumento de
26% na assinatura de plataformas na pandemia. A porcentagem corresponde a 232 milhões de novas contas. De acordo
com a pesquisa, as assinaturas globais chegaram a 1,1 bilhão em 2020. O aumento na receita foi de 34%, e a
arrecadação alcança US$ 14,3 bilhões.

A suspensão das atividades dos exibidores propiciou uma mudança mundial na chamada
LEIA MAIS janela de exibição — tempo que o filme é exibido em outra plataforma após passar pelas
Novo cinema irá salas de cinema. Até a pandemia, um longa-metragem lançado nas salas brasileiras só
ocupar o ponto do
Espaço Itaú no poderia chegar ao streaming três meses depois. Porém, revirou-se tudo: houve filmes
Bourbon Country
que estrearam direto no streaming, como Mulan e Soul, ou que foram lançados em
Scarlett Johansson
processa Disney por ambos os formatos simultaneamente — Cruella, Mulher-Maravilha 1984, entre outros.
lançamento de "Viúva
Negra" no streaming

Essa decisão dos estúdios foi fortemente criticada pelos exibidores. O diretor do Filme B,
Warner Bros.
compensará cineastas empresa de referência no mercado cinematográfico, Paulo Sérgio Almeida, avalia que a
por lançamentos
simultâneos no
streaming antecipação do filmes para o streaming foi uma saída de emergência dos estúdios e

distribuidores. Porém, ressalta:


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—Lançado o filme no streaming, no dia seguinte a obra cai na pirataria. Com isso, a distribuição perde, o produtor
perde, os talentos perdem e nós perdemos empregos. Esses lançamentos simultâneos são uma tragédia. Já estão
fazendo até pirataria do próprio streaming, como acontecia com o “gatonet”.

Para o ano que vem, a tendência é que os estúdios recuem da decisão dos lançamentos simultâneos. Na semana
passada, a Disney anunciou que irá lançar todos os seus filmes primeiro nos cinemas em 2022. A Warner também

voltou atrás em agosto, após firmar um acordo com a rede AMC, estipulando uma nova janela de 45 dias de
exclusividade dos filmes para a tela grande.

— Acho que os estúdios estão revendo essa postura porque eles perceberam que os filmes que estão entrando primeiro
no cinema têm um desempenho financeiro melhor. Fora a questão da pirataria — analisa Ricardo Difini, diretor da

GNC Cinemas e presidente da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec).

Outra tendência que a pandemia trouxe ao setor foi a verticalização: a Disney


lançou seu próprio canal de streaming, o Disney+; A Warner surgiu com HBO Max;
no Brasil, a distribuidora especializada em filmes de arte Imovision lançou a
plataforma Reserva Imovision.

Jean Thomas Bernardini, proprietário da Imovision, lembra que houve um boom

Carlos Schmidt, proprietário do Guion Center de vendas de DVDs relançados pela distribuidora no começo da pandemia – mídia
Marco Favero / Agencia RBS
que havia sido abandonada pela empresa. Ao mesmo tempo, surgiu a ideia de ter
seu próprio serviço de streaming:

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— Nossa plataforma está crescendo. Em ritmo um pouco mais lento do que a gente esperava, mas seguro.

Felipe Lopes, diretor da distribuidora Vitrine Filmes, aponta para uma tendência de formação de conglomerados de
mídia e de empresas de tecnologia que atuam também no audiovisual. Consequentemente, o cenário que se avizinha
nas salas de cinema é menos diverso.

— As fusões e aquisições são uma tendência que ultrapassam o nosso setor. É um sintoma do capitalismo
contemporâneo. Acredito que no pós-pandemia veremos uma situação de maior concentração do circuito com títulos

de grandes estúdios e dificuldade na programação de obras independentes e também para o cinema brasileiro — diz
Lopes.

Pelo lado dos realizadores, o cinema gaúcho segue resistindo como pode — viabilizando-se via Lei de Incentivo à
Cultura, fundos municipais, patrocínios diretos, editais públicos do Estado e municípios, como indica o cineasta Zeca
Brito, diretor do Instituto Estadual de Cinema (Iecine). Ele destaca que a Lei Aldir Blanc viabilizou produções como O

Cavalo de Santo, que conquistou o prêmio de melhor filme da mostra de curtas gaúchos no Festival de Cinema de
Gramado deste ano. Brito adianta que o Estado deve investir no setor no início de 2022:

— Prevemos um edital de R$ 12 milhões que pretende retomar a cadeia produtiva e reascender a chama de uma
indústria viva, que gera empregos e é responsável por uma parcela importante da economia gaúcha.

Mais sobre: theatro são pedro margs instituto ling coronavírus caderno doc

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