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Habilidades matemáticas:
o que são, como avaliar e como melhorar
“A Matemática é a única linguagem
que temos em comum com a natureza.”
Stephen Hawking
(1942 - )
Apresentação Conteúdo
Este módulo discorre sobre as habilidades matemáticas e as dificuldades ou • O que são e como se desenvolvem as habilidades matemáticas.
transtornos envolvidos na sua aprendizagem. A habilidade de representar in- • O senso numérico e as habilidades matemáticas básicas.
formações por meio dos números é fundamental não apenas para o sucesso • O transtorno das habilidades matemáticas ou discalculia.
acadêmico, mas também para tarefas triviais do dia a dia: ver horas, estimar • A avaliação das habilidades matemáticas e o diagnóstico
a passagem do tempo, realizar pagamentos, conferir trocos, memorizar en- da discalculia do desenvolvimento.
dereços e realizar estimativas sobre riscos, ganhos e perdas. • Estratégias para o desenvolvimento do senso numérico.
• Estratégias para o desenvolvimento da sintaxe numérica.
Assim como fizemos nos módulos anteriores, organizamos a apresentação • Estratégias para o desenvolvimento do domínio dos fatos
da informação de forma a introduzir inicialmente o desenvolvimento típico numéricos e dos procedimentos.
das habilidades matemáticas e, em seguida, apresentar os eventuais pro-
blemas encontrados nesse percurso. Também serão abordadas formas de
avaliação e sugestões de intervenção.
Como você, professor, vai notar, o domínio da matemática integra diversos sis-
temas cognitivos e é fundamental que o aluno tenha acesso a essa ferramenta
que tão bem descreve e explica nosso mundo.
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O que são e como
se desenvolvem as
habilidades matemáticas
Matemática é definida como a ciência que estuda, por meio do raciocínio Pela comparação entre os elementos dos dois conjuntos surgiu a noção de
O que é dedutivo, as propriedades dos seres abstratos (números, figuras geométricas quantidade. Essa tarefa era o princípio da contagem e, para estabelecer
matemática? etc.), bem como as relações que se estabelecem entre eles. essa contagem, o homem não precisou buscar instrumentos sofisticados,
já havia nascido com eles!
Então, professor, as habilidades matemáticas não são definidas somente
como competência aritmética e, por isso, é possível ter um aluno em sala
de aula que tenha um bom desempenho em uma área e falhe em outras. O domínio da matemática pode ser decomposto em diferentes habili-
Primeiramente, a matemática envolve compreender o conceito de quanti- dades, umas complexas e dependentes de competências linguísticas e Retornando,
dade e a capacidade de fazer relações entre essas quantidades. cognitivas (domínio de vocabulário especifico e compreensão de texto),
como é o caso da resolução de problemas, e outras que se desenvolvem
o que é matemática?
muito precocemente e parecem não depender da linguagem, como é o
A primeira criação matemática da humanidade foi à correspondência biuní- caso do senso numérico.
Como surgiu a voca. Por trás desse nome estranho há um conceito simples: a comparação
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O senso numérico refere-se a habilidades matemáticas básicas como:
Mais um pouquinho de história. “Certa vez, um urubu fez um ninho na torre A habilidade do senso numérico pode ser dividida em dois sistemas: capacidade
da capela de uma fazenda. O fazendeiro resolveu matá-lo. Mas toda vez que de realizar aproximações numéricas e a capacidade de representar entidades
entrava na torre, o urubu voava até uma árvore distante e de lá, com a sua distintas com precisão.
vista de grande alcance, esperava até o homem sair da torre, quando voltava
para o ninho.
Ainda não foi dessa vez que o urubu caiu na armadilha, esperando a saída
do fazendeiro. E assim, repetidamente, o patrão tentou a manobra com três,
quatro empregados sem conseguir nada.
Só quando entrou com cinco, o urubu voltou ao ninho, ao ver sair o quarto
empregado. O seu ‘senso numérico’ só ia até quatro, e, por não saber contar
mais que isso, acabou caindo na armadilha.” (Tobias Dantzig, 2007)
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Fases do desenvolvimento das primeiras habilidades numéricas de acordo O desenvolvimento pleno das habilidades matemáticas nos permite a organi-
com Geary, 2000. zação da linha numérica mental.
Habilidades numéricas precoces que dependem de ensino formal. Professor, se começarmos a pensar nessa ideia de andar pela linha, então
estamos associando a questão da magnitude numérica com a questão es-
pacial, já que os números podem ser entendidos pela quantidade de pontos
a ser percorrida.
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Estudos indicam que existe um substrato neural Do que mais precisamos
específico para o processamento numérico,
localizado no lobo parietal, mais especificamente para aprender matemática,
no sulco intraparietal de ambos os hemisférios. além do senso numérico?
Para entender como ocorre o processamento numérico, a partir da entrada Nosso entendimento sobre o desenvolvimento das habilidades matemá-
de um estímulo (verbal ou visual), existe um modelo chamado de triplo có- ticas melhorou muito na última década como resultado das pesquisas en-
digo que diz que a informação numérica pode ser processada mentalmente volvendo imagem e rastreamento funcional do cérebro.
por um sistema verbal, por um sistema visual e por um sistema não verbal de
representação de quantidade. Sabemos que o senso numérico é um termo que denota a habilidade de re-
presentar e manipular magnitudes numéricas de forma não verbal em uma
• O sistema visual é o que possibilita codificar o número em símbolo gráfi- linha numérica internalizada. Essa linha numérica orientada espacialmente
co, fazendo possível a utilização do sistema arábico. Em termos de fun- desenvolve-se durante os anos iniciais do ensino fundamental e requer com-
cionamento neurológico, está relacionado com a área occiptotemporal. ponentes cognitivos adicionais como a memória de trabalho e a habilidade de
transformar números em símbolos (linguagem).
• O sistema verbal é o que permite a representação numérica pelo sistema
lexical, fonológico e sintático. Esse sistema é dependente das áreas ce- Então, apesar de termos um sistema cerebral especializado para o pro-
rebrais responsáveis pela linguagem: área frontal e temporal esquerda. cessamento das informações matemáticas, necessitamos de outros siste-
mas cognitivos trabalhando de forma coordenada e integrada para que a
• O sistema de representação de quantidade (não verbal) é o que promo- aprendizagem da matemática seja bem-sucedida.
ve a compreensão semântica e permite as relações entre a magnitude e
o número. Esse sistema está localizado no córtex parietal e promove a A memória de trabalho tem a função de armazenar a informação tempo-
interação entre as representações numéricas e espaciais. rariamente enquanto outras tarefas estão sendo feitas simultaneamente.
Essas informações podem ser verbais ou visuoespaciais. Quando pensamos
Por meio da integração desses sistemas, a criança consegue realizar aproxi- na capacidade de executar cálculos numéricos, estamos trabalhando com a
mações numéricas, adição, subtração e multiplicação. função verbal; agora, quando trabalhamos com as habilidades de estimati-
va numérica, estamos trabalhando com habilidades visuoespaciais. Quando
um aluno apresenta disfunção na memória de trabalho, ele pode vivenciar
dificuldades nas competências matemáticas pela dificuldade de armazena-
mento das informações para execução do cálculo.
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O transtorno específico
das habilidades
matemáticas ou discalculia
do desenvolvimento
A discalculia do desenvolvimento é um problema específico para o entendi-
mento e o acesso rápido a conceitos e fatos numéricos básicos (Butterworth,
2005) ou, nas palavras de Dehaene (1997), “fundamentalmente uma difi-
culdade com o constructo do senso numérico”. Do ponto de vista do neu-
rodesenvolvimento, a literatura (Kosc, 1974; 1986) revela que a discalculia
do desenvolvimento reflete uma desordem estrutural (de origem genética
ou congênita) das partes do cérebro que são o substrato anatomofisiológico
da maturação das habilidades matemáticas, sem um transtorno simultâneo das
funções mentais gerais.
Crianças com discalculia podem ter dificuldades severas em uma ou mais das
seguintes áreas: aprendizagem da matemática, desenvolvimento de habilida-
des visuoespaciais e desenvolvimento das habilidades socioemocionais.
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Von Aster e Shalev (2007) desenvolveram um modelo de prediçao do desen-
volvimento das habilidades matemáticas composto por quatro fases (esque-
ma abaixo). De acordo com esses autores, a discalculia poderia se manifestar
como uma disfunçao na Fase 1 ou nas fases subsequentes.
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A avaliação das Estratégias para o
habilidades matemáticas e desenvolvimento das
o diagnóstico da discalculia habilidades matemáticas
A análise de uma avaliação das habilidades matemáticas, tendo em vista a iden- Essas atividades tem o objetivo de estimular nos alunos:
tificação e o diagnóstico da discalculia, deveria poder responder às questões que Estratégias para
se seguem: •
•
o senso de tamanho ou valor do número;
reconhecimento da posição numérica;
desenvolver o senso
• A criança/adolescente possui senso numérico? • comparação numérica (tamanho, valor e espaço); numérico
• Possui domínio semântico da linguagem matemática? • relação entre os números (maior, menor, entre).
• Possui domínio dos fatos numéricos e procedimentos?
• Consegue manter a atenção até a conclusão da tarefa?
• Possui ansiedade matemática ou outros problemas emocionais ou cogniti- Nessa atividade, distribuímos para os alunos uma folha com vários quadrados Atividade 1:
•
vos que interfiram na aprendizagem da matemática?
Possui a informação necessária para executar a tarefa (foi ensinado)?
que têm quantidades diversas de pontos com disposição espacial distinta. Apre-
sentamos um modelo para o aluno e ele deve marcar na folha o quadrado no qual
Identificar
a quantidade está preservada independentemente da disposição dos pontos. quantidades
Preferencialmente, o diagnóstico da discalculia deve ser realizado por equipe
multiprofissional, envolvendo avaliação neuropediátrica, neuropsicológica, fo-
noaudiológica e psicopedagógica.
Mas é importante que o professor possa identificar em sala de aula o aluno que
apresenta essas dificuldades e ajudá-lo a superá-las. As dificuldades envolven-
do o senso numérico podem ser identificadas ainda na pré-escola e demandam
apoio imediato.
Diversos programas de computador e jogos adaptativos para desenvolver habilida- Nessa atividade, o aluno deve relacionar o conjunto de quantidades ao alga-
des matemáticas foram desenvolvidos e podem ser utilizados em casa e na escola. rismo correspondente.
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O professor desenha no chão (com fita crepe, barbante, giz) uma linha e marca Criar cartas que tenham, além da magnitude numérica representada por pontos,
Atividade 2: o primeiro ponto, o meio e o último ponto (0 a 10). Distribui para as crianças os algarismos ou números escritos por extenso. Essas cartas são distribuídas entre Adaptação
Relacionar números de 1 a 9 para que elas encaixem nessa linha. Após fazer isso, o profes-
sor pode retirar os números encaixados e pedir para os alunos acertarem uma
os participantes em roda e eles as jogam; quando acontecer de duas seguidas
representarem a mesma magnitude, independente da forma de apresentação, o
a quantidade ao bolinha em determinado ponto (valor posicional), ou ainda jogar a bolinha e os aluno deve bater a mão no monte, ganha quem tiver mais cartas no final.
valor posicional demais alunos dizerem qual o valor que representa aquela posição.
O professor distribui aos alunos uma folha com algumas sequências numéricas, em
(relação quantidade forma de quadrantes com pontos. O professor escreve um número alvo na lousa, Atividade 4:
versus espaço) ou em alguma folha de apoio, e o aluno deverá marcar um (X) no quadrante que
expressa a quantidade representada pelo algarismo escolhido pelo professor.
Associar a quantidade
ao numeral e o
numeral à quantidade
(sistema decimal)
Substituir as folhas com os quadrantes de pontos por uma folha com dígitos.
Nesse momento, o professor fala oralmente o numeral e o aluno deve marcar Adaptação
com um (X) o algarismo correspondente.
(sistema decimal)
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Distribuir para os alunos algarismos impressos em cartas de maneira aleató- Realizar um jogo da memória com peças contendo algarismos e números
Atividade 6: ria. Colocar na sala uma linha, com uma marcação no início e outra no final. escritos por extenso. Atividade 1:
Representar a Pedir para que os alunos venham encaixar esses números nessa linha, respei-
tando o espaço para os demais números que foram distribuídos.
Relacionar
linha numérica algarismos e
números escritos
por extenso
Se a atividade estiver muito difícil para os alunos, os pontos podem estar Separar cubos de cores diferentes que representem unidade (nove cubos),
Adaptação marcados na linha. dezena (nove cubos) e centena (nove cubos). Separar os alunos em grupos, Atividade 2:
eles devem pensar em um número e formá-lo com os cubos; as crianças dos
outros grupos devem dizer rapidamente qual número. O grupo que acertar
Representar
primeiro marca ponto. o sistema decimal
Essas atividades têm o objetivo de estimular os alunos à:
Estratégias para
desenvolvimento • estabelecer relações entre a magnitude numérica e seu correspondente
numeral (algarismo);
das habilidades • identificar o valor posicional do algarismo dentro do número;
linguístico
Criar uma tabela na qual os números de 0 a 9 são representados por símbolos. Atividade 3:
Apresentá-la para os alunos e pedir para que os conjuntos de símbolos apre-
sentados sejam transformados em numerais. Nesse momento, é importante
Representar o
que os alunos sejam estimulados a ler os algarismos como os numerais, perce- valor posicional
bendo que os símbolos podem ser combinados e formam números diversos.
dos números
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Criar cartões com as unidades de 1 a 9, as dezenas de 10 a 90 e as centenas
Atividade 4: 100 a 900. Distribuir esses cartões entre os alunos e pedir para que eles for-
Contar nos dedos foi uma técnica muito importante por muito tempo.
Representar o mem os números que serão ditos pela professora.
Uma prova disso é que, na língua de uma tribo da África Central, o
sistema decimal número cinco é chamado moro que significa “mão”. O dez é chama-
do de mbouna, que significa “duas mãos”. Na língua de outra tribo,
dessa vez da Nova Guiné, os nomes dos cinco primeiros números são
literalmente os nomes de cada um dos dedos.
Representar o formem os números unindo as dezenas às unidades. drante vazio os pontos dos dois quadrantes anteriores. Ao longo da ativida- Atividade 1:
sistema decimal
de, podemos estimular a contagem dos pontos e a leitura dos sinais.
Compreender
as propriedades
da adição
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Distribuir para as crianças uma folha com alguns quadrantes que têm quan- Acrescentar mais colunas para representar números maiores, lembrar de usar,
Atividade 2: tidades de pontos diversas. A professora apresenta uma placa com uma na subtração principalmente, o número maior primeiro. Adaptação 1
Compreender quantidade especifica de pontos e pede para que o aluno marque (risque)
na folha, no primeiro quadrante, a quantidade de pontos apresentada.
propriedades da Solicite ao aluno que marque do lado desse quadrante quantos pontos so- Utilizar algarismos para representar uma parte da operação.
Construir cartas com numerais. Distribuir essas cartas entre os alunos. Orga- Atividade 4:
nizá-los em roda e pedir para que descartem as cartas. Escolher um número
alvo (exemplo: 8); quando uma combinação de cartas em sequência descar-
Representar fatos
tadas resultarem no número alvo, o aluno que perceber deve indicar e pegar numéricos (adição)
as cartas em sequência, que, combinadas, resultaram no algarismo alvo.
Compreender da. Utilizar a pintura para representar a quantidade (se eu quero representar Selecionar a operação que deve ser realizada para chegar ao número alvo. Adaptação
o número 4, eu pinto quatro quadradinhos). Pintar na primeira coluna sempre
propriedades um número de quadrados maior que na segunda para a subtração. A instru-
da subtração ção será: pinte depois do sinal de igual o número de quadradinhos que ficou. Desenhar uma linha (régua) numérica no chão. Escolher um ponto de partida
e pedir para que a criança avance ou recue uma determinada quantidade. Atividade 5:
Mais uma vez, é importante lembrar que na subtração devemos começar em
um número de maior magnitude.
Representar
fatos numéricos
(adição e subtração)
Utilizar termos linguísticos matemáticos diversificados para representar as
operações (ganhar, somar, mais, perder, tirar, subtrair). Adaptação 1
Pedir para que os demais alunos registrem, “na linguagem matemática”, o que
o professor solicitou para o aluno. Adaptação 2
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Conclusão
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Bibliografia
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E enfim resolveram se casar
Poesia Matemática constituir um lar,
Às folhas tantas mais que um lar,
do livro matemático um perpendicular.
um Quociente apaixonou-se Convidaram para padrinhos
um dia o Poliedro e a Bissetriz.
doidamente E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
por uma Incógnita. sonhando com uma felicidade
Olhou-a com seu olhar inumerável integral e diferencial.
e viu-a do ápice à base E se casaram e tiveram uma secante e três cones
uma figura ímpar; muito engraçadinhos.
olhos romboides, boca trapezoide, E foram felizes
corpo retangular, seios esferoides. até aquele dia
Fez de sua uma vida em que tudo vira afinal
paralela à dela monotonia.
até que se encontraram Foi então que surgiu
no infinito. O Máximo Divisor Comum
“Quem és tu?”, indagou ele frequentador de círculos concêntricos,
em ânsia radical. viciosos.
“Sou a soma do quadrado dos catetos. Ofereceu-lhe, a ela,
Mas pode me chamar de Hipotenusa.” uma grandeza absoluta
E de falarem descobriram que eram e reduziu-a a um denominador comum.
(o que em aritmética corresponde Ele, Quociente, percebeu
a almas irmãs) que com ela não formava mais um todo,
primos entre si. uma unidade.
E assim se amaram Era o triângulo,
ao quadrado da velocidade da luz tanto chamado amoroso.
numa sexta potenciação Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
traçando
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
ao sabor do momento
e tudo que era espúrio passou a ser
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais moralidade
nos jardins da quarta dimensão. como aliás em qualquer
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana sociedade.
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
Millôr Fernandes
(1923-2012)
Esta apostila foi elaborada pela equipe multidisciplinar do Comitê
de Educação do iABCD para servir de apoio ao curso de formação de
professores do Programa Todos Aprendem. As informações aqui
contidas podem ser revistas em um vídeo animado e em um
questionário de múltipla escolha que deve ser acessado e respondido
online no site iabcd.qmagico.com.br.
Comitê de Educação
Adriana Pizzo Nascimento Gabanini
Alfredo Rheingantz
Carolina Nikaedo
Carolina Toledo Piza
Juliana Amorina
Roselaine Pontes de Almeida
Tacianny Lorena Freitas Do Vale
Coordenação Técnica
Carolina Toledo Piza
Monica Andrade Weinstein
Equipe Administrativa
Beatriz Garofalo
Irene Negreiros
Kelvin Gunji Araki
Monica Andrade Weinstein
Supervisão
Monica Andrade Weinstein