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Distúrbios de

aprendizagem
Profa. Gleidis R. Guerra
Fonaoudióloga – Pedagoga – Letróloga (Letras-Libras) -
Neuropsicopedagoga
Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana
Tipos de deficiência e
Distúrbios de
aprendizagem
Tipos de deficiência
Distúrbios e dificuldades
de aprendizagem

Para além das deficiências vamos nos deparar com alguns


alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem.

Mas qual a diferença entre dificuldade e distúrbio?


Dificuldade x Distúrbio

•A dificuldade de aprendizagem é pontual, é algo que


ocorre com a criança, em um determinado momento,
devido a situações externas à ela, e pode prejudicar o
seu desenvolvimento em alguma área específica do
saber, por um determinado tempo.
Dificuldade x Distúrbio

O distúrbio de aprendizagem é inerente à criança, faz parte


dela, e é ocasionado por alterações que podem ser
sensoriais, neurológicas, físicas, entre outras.

É uma condição que irá ter a vida toda, embora com


estímulo possa evoluir e se desenvolver
Como identificar este aluno?
• Em primeiro lugar o professor precisa ter claro que não existe
preguiça de aprender, existe sim uma dificuldade que
desmotiva a criança a realizar as atividades.
• Precisa também ter claro que todas as crianças são capazes de
aprender alguma coisa, independentemente do grau da
deficiência / distúrbio, mas talvez precise de adaptações para
isso.
O que observar?
O aluno parece não estar É agitado demais ou apático Não se relaciona adequadamente
motivado para a aprendizagem demais com os colegas da mesma idade

Não assimila, ou esquece Apresenta comportamento não


É mais infantilizado que os
rapidamente, os conceitos esperado para a sua idade em
colegas da mesma idade
passados em sala de aula todas ou em algumas situações

Tem bom rendimento em tarefas


Tem histórico de repetência ou
não escolares ou que não
evasão escolar na família
dependam da leitura e da escrita
Distúrbios de aprendizagem mais comuns

Transtorno do Distúrbio do Dislexia


1

3
déficit de Processamento Discalculia
atenção e Auditivo
hiperatividade Disgrafia
Transtorno do É um transtorno neurobiológico, de causa genética, que surge na infância
e acompanha o individuo durante a vida toda.

déficit de
Geralmente são crianças agitadas, movendo-se sem parar pelo ambiente,
atenção e mexendo em vários objetos como se estivessem “ligadas” por um motor.
Mexem pés e mãos, não param quietas na cadeira, falam muito e
hiperatividade constantemente pedem para sair de sala ou ambiente onde estão.
Principais características
• Têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes;
• São facilmente distraídas por estímulos do ambiente externo, mas também se distraem com pensamentos "internos", isto é,
vivem "voando". Nas provas, são visíveis os erros por distração (erram sinais, vírgulas, acentos, etc.). Como a atenção é
imprescindível para o bom funcionamento da memória, elas em geral são tidas como "esquecidas”.
• Também tendem a ser impulsivas, não esperando sua vez;
• Apresentam dificuldades em se organizar.
Principais características
• O TDAH não se associa necessariamente a dificuldades na vida escolar, embora esta seja uma
queixa frequente de pais e professores. É mais comum que os problemas na escola sejam de
comportamento que de rendimento (notas).
• Pode ter predominância da atenção ou da hiperatividade. Também pode ocorrer a
concomitância dos dois aspectos.
Na escola...
• A criança com TDAH do tipo predominantemente desatenta, é uma criança dócil, fácil de lidar, porém com dificuldade de
aprendizagem desde o início da sua vida escolar, lenta ao copiar do quadro, lenta para fazer o dever de casa, necessidade
de acompanhamento dos pais ou orientadores a vida toda; isto contribuirá para que tenha uma baixa auto estima.
• Já a criança do tipo predominante hiperativo, é sempre muito agitada, pode ou não ter uma dificuldade de aprendizagem
relacionada, e precisa ser distinguida da criança indisciplinada.
• Muitas vezes os professores são os primeiros a detectar o
problema, já que podem comparar a conduta entre crianças da
mesma idade. Quando se suspeita que a criança possa estar
sofrendo deste transtorno, deve-se realizar uma consulta com
diagnóstico um profissional especializado.
• Não há exame que detecte o TDAH, o diagnóstico é feito a
partir das observações clínicas e de questionários padronizados
para este fim, como o SNAP IV
tratamento
• Sabe-se que só o tratamento que combine três aspectos pode ser efetivo em longo prazo. O plano terapêutico se baseia
fundamentalmente em três premissas:
• Adequação das opções educativas
• Terapias
• Tratamento farmacológico
Organizar-se: Manter perto o material a ser usado nas tarefas.

Otimizar o ambiente: Seja flexível em relação ao lugar de estudo do seu


Dicas para filho.

trabalhar com Limpar o espaço: Guarde tudo o que não estiver relacionado com a tarefa a
ser feita.
a criança tdah Usar uma agenda ou um planejador: Use uma agenda para registrar as
tarefas.

Guardar: Salvar links para referências úteis na internet.


PROCESSAMENTO
AUDITIVO
DEFINIÇÃO
• Processamento Auditivo é a série de mecanismos e processos realizados pelo cérebro para poder realizar a localização e
lateralização sonora; discriminação auditiva; reconhecimento de padrões auditivos; aspectos temporais da audição,
integração e ordenação temporal; e desempenho auditivo na presença de sinais competitivos
O DPA pode interferir nos processos de aprendizado envolvidos na
organização do sistema fonológico e na linguagem de um indivíduo.
Distúrbio de
Processamento As habilidades de localização sonora, memória seqüencial verbale
Auditivo não verbal, fechamento e figura-fundo são processos importantes
que acontecem nos primeiros sete anos de vida e que contribuem
para o reconhecimento de sons da fala e, conseqüentemente, para a
aquisição e a aprendizagem de um sistema de linguagem.
• Os DPA consistem numa inabilidade de atentar, discriminar,
Distúrbio de reconhecer, recordar ou compreender informações auditivas. Tal
inabilidade é verificada apesar da ausência de comprometimento de
Processamento habilidade intelectual e de audição periférica. Estes padrões são
fundamentais para a compreensão do código oral, via canal auditivo,
Auditivo que é pré-requisito para o aprendizado da fala, da leitura e da
escrita.
Etiologia (causas)
• Otites de repetição na primeira infância;
• Febres altas e contínuas;
• Distúrbios específicos do desenvolvimento da função auditiva;
• Pequenas lesões nas vias de condução;
• Privação sensorial durante a primeira infância;
• Alterações neurológicas;
Etiologia (causas)
• Problemas congênitos;
• Déficits cognitivos;
• Psicose, autismo e distúrbios emocionais;
• Distúrbios da comunicação humana que comprometem
sistema fonológico, voz, fluência, leitura e escrita;
• Transtornos de aprendizagem e TDAH
SINTOMAS
As queixas de educadores e pais em relação a seus
alunos e filhos, referem-se às manifestações
comportamentais, tais como:
• reações exacerbadas para sons intensos;
• choro para ruídos nem sempre intensos;
• dificuldade de localização sonora;
• déficit de compreensão;
SINTOMAS
• dificuldades com regras;
• dificuldades em organizar pensamentos;
• Agitado/ muito quieto,
• desatento;
• alteração de memória;
• baixo desempenho escolar;
• inversão de letras na escrita;
• desajustes sociais - tendência ao isolamento
• É necessário que a criança faça uma avaliação
DIAGNÓSTICO fonoaudiológica completa, tanto de linguagem quanto
audiológica, incluindo testes especiais para avaliar a função
auditiva central além de avaliação comportamental
multidisciplinar.
• Estes procedimentos devem estar casados para estabelecer o
diagnóstico e para que o fonoaudiólogo possa delinear
propostas eficazes de tratamento específico ao déficit.
tratamento

• A intervenção deve ser direta e interdisciplinar, propor modificações no ambiente em que o escolar está inserido,
promover a conscientização de suas dificuldades, fornecer estratégias compensatórias e orientar escola e familiares.
• A terapia fonoaudiológica também irá trabalhar os aspectos prejudicados no processamento auditivo da criança,
melhorando assim memória, atenção, discriminação auditiva, etc.
• A previsão é de cerca de 1 ano de terapia, período este em que o exame deve ser repetido.
PROGNÓSTICO

A criança com DPA tem possibilidade de ter o seu funcionamento auditivo normalizado.

Para isto a família é fundamental, levando-o aos atendimentos e executando os exercícios solicitados em casa.

Sem este apoio da família o trabalho ficará muito difícil.

O professor também deve ser orientado.


DISLEXIA
• É uma específica dificuldade de aprendizado da
Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em
Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e
Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e
Social.
• Não tem como causa falta de interesse, de motivação,
de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com
acuidade visual ou auditiva como causa primária.
Tem base neurológica: existe uma incidência expressiva
de fator genético em suas causas, o que torna a dislexia
altamente hereditária, o que justifica que se repita nas
mesmas famílias;
DISLEXIA
A maioria dos disléxicos apresenta imaturidade
psicomotora ou conflito em sua dominância hemisférica
cerebral;
Apresentam déficit de consciência fonológica, a
determinante mais forte da probabilidade de sua
falência no aprendizado da leitura;

DISLEXIA Encontram dificuldades significativas em seu mecanismo de


transição no correr dos olhos, em seu ato de mudança de foco de
uma sílaba à seguinte, fazendo com que a palavra passasse a ser
percebida, visualmente, como se estivesse borrada, com traçado
carregado e sobreposto.
DISLEXIA • Definição sobre dislexia:
• Trata-se de uma desordem manifestada na aprendizagem da
leitura, independentemente da instrução convencional
adequada inteligência e oportunidade sociocultural. E,
portanto, depende de funções cognitivas, que são de origem
orgânica na maioria dos casos.
Definição da Federação Mundial de Neurologia do grupo de
Investigação de Dislexia Evolutiva e do Analfabetismo no
Mundo.

• Dis – Distúrbio
• Lexia – Linguagem (Grego), leitura (latim)
Alta frequência de canhotismo;

As famílias apresentam frequentemente desordens de


DISLEXIA - aprendizagem;

CARACTERÍSTICAS Algumas crianças sem dificuldade na leitura tem dificuldade


significativa no ditado;

A dislexia apresenta uma predisposição masculina.


DISLEXIA
• Tipos de Dislexia:
• Dislexia da linguagem interior – criança percebe os grafemas, porém a função de significação
não é atingida.
• Dislexia visual – quando as letras não são reconhecidas como tais. Falta de discriminação.
Percebe as letras invertidas (bq e bd). A leitura para eles é uma experiência desorganizada e
carente de sentido;
• Sintomatologia da dislexia visual:
• Reversão de letras iniciais;
• Substituição de letras por outra similar;
• Transposição de letras em uma palavra;
DISLEXIA • Inversão de palavras inteiras;
• Omissão da letra ou letras finais;
• Erros de cópia;
Dificuldade para reter o lugar que está copiando;
Apaga freqüentemente e corrige os erros escrevendo por cima;
Erros gramaticais e falta de maiúsculas;
Falta de símbolo de pontuação e espaçamento incorreto na página;
DISLEXIA Inversão de letras e palavras inteiras;
Progressos muito lentos;
Noção de ordem cronológica deficiente;
Dificuldade para seguir instruções das tarefas cotidianas e do professor da aula;
Incapacidade para compreender as instruções ministradas ao grupo requerendo
explicações individuais;

Deficiência da linguagem oral;

DISLEXIA Falha de compreensão na leitura;

Ritmo lento de trabalho;

Dificuldades com o alfabeto;


• Dislexia auditiva – dificuldade em codificar por escrito os sons da
linguagem. E a inabilidade para determinar se a palavra é igual
ou diferente.
• Sintomas da dislexia auditiva:
• Confusão na pronúncia;
• Confusão com palavras;
DISLEXIA • Não consegue identificar ou reproduzir palavras que
rimam.
• Ecolalia na pronúncia;
• Confusão na ortografia;
• Tende escrever como se pronúncia;
• Não percebe o acento das palavras;
Não consegue soletrar palavras;

Solicita que se repita as palavras para poder compreender-las;


DISLEXIA Tenta ocultar seu trabalho quando escreve;

Fala devagar quando lê para si ou quando escreve.


• Disgrafia – dificuldade para produzir uma letra legível. Controle
deficiente do sistema muscular utilizado para codificar com exatidão
letras e palavras.
• Sintomas da disgrafia:
• Dificuldade com os símbolos alfabéticos;

DISGRAFIA • Distorce a forma de letras e números;


• Experimenta dificuldade na transição da letra de caixa alta para a
cursiva;
• Resulta difícil distinguir entre maiúsculas e minúsculas,
misturando-as;
• Escreve em espelho algumas letras, número e palavras;
Traça letras de baixo para cima;

Nos traços circulares de letras e números procede em direção inversa a habitual;

Apaga e efetua sobre impressões frequentemente;

DISGRAFIA Apesar da letra deficiente, compõe orações com significados;

Dificuldade na cópia de forma simples;

Ao final do exercício piora o trabalho;

É difícil manter-se em uma linha, respeitar símbolos de pontuação e espaçamento de letras.


DISCALCULIA
• É um problema causado por má formação
neurológica que se manifesta como uma dificuldade
no aprendizado dos números. Essa dificuldade de
aprendizagem não é causada por deficiência mental,
má escolarização, déficits visuais ou auditivos, e não
tem nenhuma ligação com níveis de QI e
inteligência.
DISCALCULIA
•Crianças com discalculia são incapazes de identificar sinais matemáticos, montar
operações, classificar números, entender princípios de medida, seguir sequências,
compreender conceitos matemáticos, relacionar o valor de moedas entre outros.
Quando encaminhar?

Sempre que perceber que o aluno não apresenta o desenvolvimento esperado para a idade / ano escolar

Quando a condição do aluno faz com que ele se sinta inferiorizado ou menosprezado pelos colegas

Sempre que a condição atrapalhar suas atividades do dia a dia

Quando há uma preocupação muito grande por parte da família que gera ansiedade

Na dúvida, se pergunte: De 10 crianças desta idade, quantas tem este comportamento?


Para qual professional encaminho?

Evite encaminhamento direto


Verifique a área que a criança O profissional que a receber
Fonoaudiólogo, Fisioterapeuta para neurologista / psiquiatra,
apresenta maior dificuldade: primeiro fará uma avaliação e
ou Terapeuta Ocupacional, além de assustar a família, não
fala? Motora? Emocional? encaminhará para o que mais
Psicólogo, Psicopedagogo. fechará o laudo sem a opinião
Aprendizagem? for necessário
dos terapeutas.
ATENÇÃO!!!
• Lembre-se que o professor nunca dá
diagnóstico.
• Em hipótese alguma diz para mãe acho que ele
tem isso ou aquilo.
• O professor fala sobre os comportamentos que
observa, apenas isso.
• É fundamental que o profissional que vai
receber a criança tenha um relatório da escola
• Lembre-se de colocar também quais são as
habilidades do aluno, aquilo que ele consegue, e
não apenas as dificuldades.
Observar uma criança que apresente algum
distúrbio/dificuldade de aprendizagem.

Fazer levantamento das principais dificuldades


TRABALHO apresentadas

Pensar em uma atividade que poderia ser feita com


a criança para auxiliar no seu desenvolvimento
Introdução

Desenvolvimento da atividade

ESTRUTURA DO • Identificação criança (iniciais e idade)


• Caracterização das dificuldades apresentadas
• Proposta de atividade
TRABALHO Considerações Finais

Referências Bibliográficas

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