A força imensurável do daimoku | Caderno Especial • BS • Ed.
2414 • 07/04/2018 • ()
BS
CADERNO ESPECIAL
A força imensurável do daimoku
O Daimoku do Sutra do Lótus Sobre esta carta, escrita no primeiro mês de 1266 (ano 3 da era Bun’ei), não se sabe muito sobre a destinatária, porém é possível, pelo conteúdo do escrito, deduzir que foi endereçada a uma mulher recém-convertida que até então seguia a escola Nembutsu (Terra Pura). O explanador, coordenador do Departamento de Estudo do Budismo da Soka Gakkai Internacional (SGI), Masaaki Morinaka, nos apresentou os ensinamentos de Nichiren Daishonin sobre o poder inerente dos sete ideogramas do Nam-myoho-renge-kyo. “(...) Daishonin nos ensina que recitar apenas um único daimoku já significa adquirir imenso benefício. Apenas um daimoku possui uma força imensurável e ilimitada. Se durante uma existência só recitar daimoku apenas uma vez já seria o bastante? A vida é uma só, temos uma única chance. Portanto, se for para recitar, seria melhor fazê-lo muitas vezes, não é?”.
Compreender a oração
“Para entender o sentido da nossa oração, é preciso estudar o significado do
daimoku”, salientou o explanador. Nesse momento ele apresentou quatro pontos de extrema importância para melhor compreensão do significado do Nam-myoho-renge-kyo, contidos na apostila “Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial”. São eles:
• Lei fundamental que permeia todo o universo e a vida.
• Lei fundamental da iluminação (atingir o estado de buda).
• Lei eterna intrínseca na vida de todas as pessoas.
• Condição de buda de Nichiren Daishonin.
Ao falar sobre esses tópicos, Morinaka explicou que Shakyamuni buscou
formas para solucionar os sofrimentos do ser humano de nascimento, envelhecimento, doença e morte, e assim compreendeu que a resposta se encontrava na própria vida — descobriu que a lei fundamental estava em seu próprio ser. Ou seja, esta lei é a mesma que permeia todo o universo e que existe em todas as pessoas. “Nichiren Daishonin solucionou a causa fundamental do sofrimento e alcançou a felicidade, e a lei para a qual despertou é o Nam-myoho-renge-kyo. Com relação ao último ponto, Morinaka destacou: “Devemos orar com seriedade e propagar o budismo, e assim conseguiremos evidenciar o poder do Nam-myoho-renge-kyo, a lei fundamental que se encontra em nossa vida. Portanto, desde que avancemos com base na Lei Mística, podemos trilhar o caminho da indestrutível felicidade eternamente. Isso se chama “atingir o estado de buda nesta existência”, assegurou.
O significado de myo
Dando continuidade à explanação, Masaaki Morinaka apresentou três
significados de myo, que são, resumidamente: “abrir”, “ser dotado de perfeição” e “reviver”. O primeiro refere-se ao Sutra do Lótus como a chave para abrir o ‘cofre’ de todos os sutras. “Ser dotado de perfeição” é o fato de um único ideograma do Sutra do Lótus conter todas as leis e seus benefícios. Já “reviver” é a iluminação infalível daqueles que até então não haviam atingido o estado de buda ou, também, transformar veneno em remédio.
“Ao recitarmos daimoku para nós e para os outros, conseguimos evidenciar
em nosso coração, de forma concreta, o poder dos três significados de myo”. Ele finalizou a tarde de explanação afirmando que o poder do daimoku está muito além do que é possível imaginar, pois possui o poder de salvar toda a humanidade. E reforçou o papel que nós, associados da SGI, temos: mudar o cenário do nosso local de atuação. “O poder do daimoku, o qual já extraímos bastante, é a essência da fé praticada na Soka Gakkai. E na América Latina existe a tradição de fazer muito daimoku. Em vários países ainda há conflitos e insegurança. Portanto, nós, membros da SGI da América Latina, com base na oração de daimoku em primeiro lugar, evidenciando o poder imensurável e ilimitado da Lei Mística, vamos revolucionar este continente da Lei Mística com a transformação do veneno em remédio e nos tornar líderes do kosen-rufu mundial”, encerrou.
Referência: Série “Aprendendo com os Escritos de Nichiren Daishonin: Os
Ensinamentos para a vitória” (Terceira Civilização, ed. 586, jun. 2017)