Terceira Civilização - Edição 491 - 01/07/2009 - pág.
19 - Registro dos Ensinos Orais
Terceira Civilização - Registro dos Ensinos Orais
Todos os 28 capítulos do Sutra de Lótus são
Nam-myoho-rengue-kyo
Palavras e Frases, volume X, afirma: “Todo
o Sutra se resume nessas quatro frases.*
Elas representam a essência do Sutra. O
Buda as transmitiu a outros”.
O Registro dos Ensinos Orais afirma: “Todo
o Sutra” refere-se aos 28 capítulos do Sutra
de Lótus, o ensino essencial e o ensino
teórico. “Nessas quatro frases” refere-se
aos quatro princípios do nome, função,
essência e qualidade. “A essência do Sutra”
refere-se aos cinco caracteres do
Daimoku. “As transmitiu a outros” refere-se
à transmissão ao Bodhisattva Práticas
Superiores. “As [quatro frases]” refere-se ao
Myoho-rengue-kyo.
Essa passagem do comentário está
perfeitamente clara. Nesta era em que
Nitiren e seus seguidores propagam o
Nam--myoho-rengue-kyo, esse é o
princípio da essência, o coração. Os 28
capítulos do Sutra de Lótus são o princípio
da função. A recitação de qualquer dos 28
capítulos é uma prática complementar,
enquanto a recitação do Daimoku é a
prática principal. A prática complementar
está incluída na prática principal.
Com relação ao Sutra dos Infinitos
Significados
O Registro dos Ensinos Orais afirma: O
Sutra dos Infinitos Significados serve como
uma introdução à Lei Mística. Portanto,
todos os Dez Mundos podem ser
considerados como uma introdução ao
Myoho-rengue-kyo.
O Sutra de Lótus
1. Introdução
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Se
alguém atentar cuidadosamente para os
quatro caracteres de abertura desse
capítulo que representam “Assim eu ouvi”,
pode compreender facilmente todos os
infinitos significados do sutra inteiro. O que
se “ouviu” é a verdade mística da
possessão mútua dos Dez Mundos e a
inclusão dos três mil mundos [num único
momento da vida]. Como o que se ouviu é
o Myoho-rengue-kyo, isso significa que no
mundo do Darma da Lei Mística, os Dez
Mundos são mutuamente inclusivos e que
os três mil mundos são límpidos e puros.
Os quatro caracteres permeiam todo o
Sutra do início ao fim. O significado por trás
de cada palavra e frase dos 28 capítulos do
Sutra refere-se a ouvir essa doutrina como
aplicada ao próprio ser, e isso está contido
nas palavras “Assim eu ouvi”.
O que se ouviu é o
Nam-myoho-rengue-kyo. Portanto, o Sutra
diz que todos atingem o caminho do Buda
(1º capítulo). As duas palavras “todos
atingem”, significam que todos os seres
vivos atingem [o caminho do Buda por
meio da] Lei Mística. Da mesma forma, a
palavra “Buda” refere-se à mente única do
indivíduo, às várias mentes dos Dez
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Mundos e aos três mil mundos. A palavra
“caminho” indica algo que permite a
alguém transpor, e assim, refere-se ao
caminho [do Buda] que essas várias
mentes dos Dez Mundos transpõem.
Quando isso ocorre, então o estado
caracterizado como “todos atingem o
caminho do Buda” é manifesto. A Lei
subjacente às palavras “todos atingem o
caminho do Buda” é (categorias ou semelhanças) indica a
Nam-myoho-rengue-kyo.
2. Meios
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Este
capítulo descreve os dez fatores da vida.
Os dez fatores são os Dez Mundos. Os
meios referem-se aos Dez Mundos e aos
três mil mundos manifestados por todos os
fenômenos. Uma vez que todos eles já
foram precedidos pelas palavras
Myoho-rengue-kyo no título do capítulo, é
declarado que “nas terras dos budas das
dez direções / há somente a Lei do
veículo único” (2º capítulo).
Esses são os meios da Lei Mística (myoho),
os meios [da verdade do] lótus (rengue) e,
portanto, são denominados “secretos e
místicos”, “límpidos e puros”.
Os cinco caracteres do Myoho-rengue-kyo
representam a nona consciência, enquanto
os meios, os níveis da oitava às cinco
primeiras consciências. A nona consciência
é o mundo da iluminação, enquanto os
níveis da oitava às cinco primeiras
consciências são o mundo da ilusão. Como
o capítulo é intitulado Myoho-rengue-kyo
Hoben-pon — “O Sutra de Lótus da Lei
Mística, Capítulo Meios” —, isso indica que
a ilusão e a iluminação não são dois
fenômenos diferentes. Significa que, de
todas as miríades de fenômenos e os três
mil mundos, não há nenhum que não seja
parte dos meios do Myoho-rengue-kyo.
“Capítulo” indica os ensinos que são
semelhantes (do) dentro do conteúdo
doutrinal (guirui). A palavra gui (conteúdo)
indica aqui os três mil mundos, rui
possessão mútua dos Dez Mundos e do
indica um único momento da vida.
Portanto, a palavra “capítulo” corresponde
ao princípio dos três mil mundos num
único momento da vida. Essa verdade dos
três mil mundos num único momento da
vida representa o ponto no qual os três
[grupos de] budas, Sakyamuni, Muitos
Tesouros e os budas das dez direções, que
são emanações de Sakyamuni, estão todos
em concordância. Por isso, cada capítulo
do Sutra tem esta palavra “capítulo” em
seu título.
No momento em que uma pessoa tem a
mente única [um único momento] de fé no
Nam-myoho-rengue-kyo, ela se torna
dotada com os três mil mundos e, assim,
ela ouve a mensagem deste capítulo.
3. Parábolas
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Neste
capítulo, a carroça puxada por um grande
boi branco ilustra que “a ignorância ou as
ilusões são em si a natureza do Darma [ou
iluminação para a natureza essencial do
fenômeno]” (Grande Concentração e
Discernimento, volume V), o princípio de
que a iluminação e a escuridão são uma
única entidade. Ou seja, como essa carroça
carrega o veículo da dotação dos três mil
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mundos, a iluminação e a escuridão
constituem uma única entidade, e esse
princípio da dotação dos três mil mundos
torna-se manifesto.
O termo “veículo único” indica que, embora
esse princípio se aplique a tudo no mundo
do Darma, é uma única Lei. Esse “veículo
único” é o veículo único dotado com todos
os veículos ou doutrinas. É a Lei única
dotada com todos os fenômenos. Portanto,
há um único boi branco para cada carroça.
Por outro lado, embora haja somente um
boi branco para cada carroça, há um
número incontável de bois brancos,
porque a verdadeira natureza de cada ser
vivo é essa carroça puxada por um boi
branco. Por isso, podemos dizer que essa
carroça do grande boi branco da Lei
Mística é o veículo para todos os seres
vivos dos Dez Mundos e dos três mil
mundos que são entidades da Lei Mística.
Por serem carroças do grande boi branco
de rengue, o lótus, todos os seres vivos
dos Dez Mundos e dos três mil mundos
são lótus e, por isso, são límpidos e puros.
A realidade da Lei,
Nam-myoho-rengue-kyo, é dessa forma.
4. Fé e Compreensão
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Esta
“fé e compreensão” não se limita à fé e
compreensão dos quatro grandes
discípulos ouvintes de capacidade
intermediária. É a fé e a compreensão na
Lei Mística e, portanto, é a fé e a
compreensão de todos os Dez Mundos e
dos três mil mundos. É a fé e a
compreensão de rengue, o lótus e,
portanto, é a fé e compreensão de todos
os Dez Mundos e dos três mil mundos
límpidos e puros.
A entidade ou o objeto dessa fé e
compreensão é o
Nam-myoho-rengue-kyo.
5. Parábola das Ervas Medicinais
O Registro dos Ensinos Orais afirma: As
ervas venenosas dos Dez Mundos e dos
três mil mundos são as ervas medicinais da
Lei Mística. Porque elas são também as
ervas medicinais de rengue, ou o lótus,
sempre foram límpidas e puras. E sendo
límpidas e puras, elas são o Buda. Esse
ensino pregado pelo Buda é o
Nam-myoho-rengue-kyo.
Por essa razão, neste capítulo a palavra
shu, “semente” ou “espécie”, na passagem
“porque somente Aquele que Traz a
Verdade compreende a espécie, a forma, a
substância, a natureza dos seres vivos”,
compreende as duas revelações: a de
shuruishu, ou “sementes de espécie
similar”, e sotaishu, ou “sementes de seus
opostos”. O termo “sementes de seus
opostos” significa que os três venenos da
avareza, ira e estupidez nada mais são do
que as três virtudes do corpo do Darma, da
sabedoria e da emancipação. No termo
shuruishu, ou “sementes de espécie
similar”, o primeiro shu, ou “sementes”,
refere-se aos Dez Mundos e aos três mil
mundos. A palavra rui, ou “similar”,
refere-se à possessão mútua dos Dez
Mundos. E o segundo shu refere-se ao
Nam-myoho-rengue-kyo. Essa é a
composição do termo shuruishu. As várias
plantas e árvores dos Dez Mundos e dos
três mil mundos são os muitos tipos de
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indivíduos, mas no fim, eles são todos
simplesmente essa única semente ou
espécie do Nam-myoho-rengue-kyo. O
veneno das ervas venenosas deixa de
existir. Essas plantas e árvores ficam
límpidas e puras e, por isso, elas são
chamadas de ervas medicinais.
6. Concessão da Profecia
O Registro dos Ensinos Orais afirma: As
palavras expressas pelas entidades
individuais nos Dez Mundos são uma
concessão da profecia do
Myoho-rengue-kyo e, portanto, essas
concessões da profecia são límpidas e
puras. E porque elas são concessões da
profecia límpidas e puras, todos os seres
dos Dez Mundos são budas dotados com
os Dez Mundos e os três mil mundos. É
dessa forma que o Buda faz do
Nam--myoho-rengue-kyo sua concessão
da profecia.
7. Parábola da Cidade Imaginária
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Como
esta é a cidade imaginária da Lei Mística,
ela representa o fato de que os Dez
Mundos são todos eles impermanentes.
Como esta é a cidade imaginária de
rengue, o lótus, ela representa o fato de
que os Dez Mundos e os três mil mundos
desabrocham e caem como flores.
Mas tanto a impermanência quanto a
qualidade de ser eterno e imutável
caracterizam a realidade completa de
Myoho-rengue-kyo. A cidade imaginária e
“o lugar onde o tesouro está” (7º capítulo)
representam o fato de que tanto o
nascimento quanto a morte estão
inerentes à própria vida. O
Nam-myoho--rengue-kyo é a entidade da
qual o nascimento e a morte são uma
parte inata. Assim, um comentário [Grande
Concentração e Discernimento, volume V]
afirma: “Surgir é surgir da natureza Darma,
e extinção é a extinção dessa natureza”.
8. Profecia da Iluminação para
Quinhentos Discípulos
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Neste
capítulo, diz-se claramente que os
quinhentos discípulos recebem uma
profecia de que atingirão o estado de
Buda. Como esses quinhentos são
discípulos da Lei Mística, isso significa que
todos os seres vivos dos Dez Mundos e
dos três mil mundos estão entre esses
quinhentos discípulos. E como eles são
discípulos de rengue, o lótus, isso também
significa que eles são límpidos e puros.
De fato, o capítulo afirma que, dentre
todos os seres vivos dos Dez Mundos e
dos três mil mundos, não há nenhum que
não seja discípulo do
Nam-myoho-rengue-kyo. Essa é a
“profecia da iluminação” proferida por esse
sutra.
9. Profecias Concedidas aos
Aprendizes e Adeptos
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Neste
capítulo, os vários sábios, tanto aprendizes
como adeptos que não têm nada mais a
aprender, apresentam-se e recebem
profecias de que atingirão o estado de
Buda. Como eles são aprendizes e adeptos
que já receberam a Lei Mística, são
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também aprendizes e adeptos que
corporificam a possessão mútua dos Dez
Mundos e são dotados dos três mil
mundos. E como eles são aprendizes e
adeptos da Lei Mística, percebem que
nesses Dez Mundos, que estão além da
compreensão, os desejos mundanos não
acabam. E como eles são aprendizes e
adeptos de rengue, o lótus, compreendem
que os Dez Mundos e os três mil mundos
são límpidos e puros e desabrocham e
caem como flores.
Quem, então, são esses aprendizes e
adeptos? Os aprendizes são ho, a Lei, e os
adeptos são myo, mística. Isso é
Nam--myoho-rengue-kyo.
10. Mestre da Lei
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Este
mestre da Lei é o mestre da Lei Mística e,
portanto, todos os [seres dos] Dez Mundos
são mestres da Lei que aceitam e mantêm
única frase e único verso da Lei Mística. Ele
é um mestre da Lei de rengue, o lótus, e,
portanto, todos os [seres dos] Dez Mundos
e dos três mil mundos são mestres da Lei
límpidos e puros.
As formas físicas dos seres vivos dos Dez
Mundos são as pessoas que aceitam a Lei.
E a natureza da mente dos Dez Mundos é a
Lei que é mantida. Consequentemente,
tanto o corpo quanto a mente juntos agem
como mestres da Lei, manifestando-se na
prática em prol de si e na conversão dos
outros. Isso porque eles são os mestres da
Lei de Nam-myoho-rengue-kyo.
11. Surgimento da Torre de Tesouro
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Essa
Torre de Tesouro “veio e apareceu” de um
mundo chamado Pureza de Tesouro.
Quanto ao Buda desse Mundo Pureza de
Tesouro, podemos, por ora, deixar de lado
o significado que ele tem em termos do
ensino do próprio Sutra. Mas quando visto
em termos da meditação que conduz ao
caminho, o Mundo Pureza de Tesouro
representa o ventre materno. Assim, os
pais e as mães são os carpinteiros, aqueles
que constroem a Torre de Tesouro. E a
Torre de Tesouro são as cinco partes do
corpo e os cinco elementos dos quais
somos compostos. Portanto, o ventre no
qual esses corpos são formados é
chamado Mundo Pureza de Tesouro, e o
processo de surgir desse ventre é
chamado “vir e aparecer” (11º capítulo).
Esse vir e aparecer dos seres vivos como
um todo tem lugar quando eles surgem do
elemento terra. Portanto, o Sutra fala da
Torre de Tesouro como “surgindo da Terra”
(ibidem). O Mundo da Torre de Tesouro é
um mundo da Lei Mística e, assim, o ventre
dos seres vivos dos Dez Mundos é esse
Mundo Pureza de Tesouro. E o Mundo
Pureza de Tesouro é um mundo de
rengue, o lótus. Dessa forma, o ventre dos
seres dos Dez Mundos é um mundo
límpido, puro e livre de ilusões.
Como a terra deles é a Lei Mística, ela
abrange todos os Dez Mundos. E como
essa é a terra de rengue, o lótus, ela é
límpida e pura. Porque nosso corpo surge
do Mundo da Pureza do Tesouro da Lei
Mística, ele é a Torre de Tesouro límpida e
pura. E porque esta é o surgimento do
Myoho-rengue, a Lei Mística do Lótus, os
canais de nascimento dos quais os seres
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do Dez Mundos nascem sempre foram
Torres de Tesouro límpidas e puras.
Esses são os estupas do mundo do Darma
e, por isso, todos os seres do mundo do
Darma dos Dez Mundos são esses estupas.
Os dois budas sentados na Torre de
Tesouro são os budas da Lei Mística e,
como tais, representam o fato de que tudo
dentro dos Dez Mundos e dos três mil
mundos são budas que possuem os dois
princípios da realidade e da sabedoria. Já
que os dois budas estão sentados lado a
lado no assento único da Lei Mística, isso
simboliza o fato de que a natureza da
mente de todos os seres nos três mil
mundos possui um assento para esses
dois veneráveis budas. O fato de que esses
dois budas do Myoho-rengue-kyo ocupam
um único assento é representativo dessa
natureza mística e de sua limpidez e
pureza.
Uma vez que ken, “emergir” ou “ser visto”,
[do título em japonês do capítulo
Ken-hoto], é o de Myoho-rengue-kyo, os
seres vivos dos Dez Mundos, as várias
espécies dos três mil mundos, todos eles
veem os estupas em suas próprias formas
corpóreas. Embora os Dez Mundos difiram
de um para outro, quando uma pessoa
olha seu próprio corpo, pode ver que o
corpo é um estupa dotado com os três mil
mundos. E quando alguém olha a própria
mente, pode ver que é um buda dotado
com os três mil mundos.
Quanto ao termo “corpos de emanação”
[mencionado neste capítulo], significa um
corpo que emana do pai e da mãe.
Enquanto a pessoa estiver em estado de
ilusão, é um corpo que passa pelo
renascimento em diferentes mundos. Mas
quando atinge a iluminação, é um corpo
que saboreia o fruto da iluminação. Para
compreender como esses “corpos de
emanação” [que saboreiam o fruto da
iluminação] surgem, uma pessoa deve
compreender que eles se originam no
mundo do Inferno [ou de qualquer outros
mundos que compõem os Dez Mundos].
Assim, vemos que essas torres de tesouro
nada mais são que os cinco caracteres do
Myoho-rengue-kyo. Se examinarmos a
natureza do Myoho-rengue-kyo, veremos
que essas torres de tesouro nada mais são
que todos os seres vivos, e todos os seres
vivos nada mais são que a completa
entidade do Nam-myoho-rengue-kyo.
12. Devadatta
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Este
capítulo trata da iluminação de Devadatta,
mestre do Buda Sakyamuni numa
existência passada, e da iluminação da
filha do Rei-Dragão, que foi ensinada e
convertida por Manjushri. E como eles são
o Devadatta e a filha do Rei-Dragão do
Myoho-rengue-kyo, isso significa que
todos os seres vivos nos Dez Mundos e
nos três mil mundos são como Devadatta e
as filhas do Rei-Dragão. Aqueles seres
vivos do mundo do Darma que são
contrários ou hostis, em natureza, são
Devadattas. E aqueles do mundo do
Darma que são marcados pela avareza, ira
e estupidez são as filhas do Rei-Dragão.
No caso de Devadatta, a ofensa da
hostilidade foi uma qualidade adquirida,
enquanto no caso dos seres vivos em
geral, a ofensa da hostilidade é uma
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qualidade essencial ou intrínseca. Da
mesma forma, os seres vivos em geral têm
a iluminação do Rei Celestial Aquele que
Traz a Verdade como uma qualidade
intrínseca, enquanto Devadatta tem a
iluminação do Rei Celestial Aquele que
Traz a Verdade como um qualidade
adquirida.
Assim, a filha do Rei-Dragão é a filha do
Rei-Dragão como uma qualidade
adquirida, enquanto todos os seres vivos
são a filha do Rei-Dragão como uma
qualidade essencial ou intrínseca.
Na verdade, tanto o Buda Sakyamuni
quanto Manjushri, Devadatta e a filha do
Rei-Dragão são todos resultados da
semente única do
Nam-myoho-rengue-kyo e, por isso, todos
originalmente atingiram o estado de Buda.
Portanto, quando alguém recita
Nam-myoho-rengue-kyo, todos os seres
vivos nos Dez Mundos simultaneamente
atingem o estado de Buda. Isso é chamado
Devadatta do Myoho-rengue-kyo.
Como os seres vivos nos Dez Mundos e
nos três mil mundos são a filha do
Rei-Dragão, não há lugar que não seja o
“Mundo Imaculado” (12º capítulo). A filha do
Rei-Dragão que originalmente atingiu o
estado de Buda mantendo a própria forma
de dragão é a entidade do
Nam-myoho-rengue-kyo.
13. Devoção Encorajadora
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Neste
capítulo, quando a tia de Sakyamuni,
Mahaprajapati, e Yashodhara recebem
uma profecia de que atingirão o estado de
Buda, essa é uma profecia de que todos os
seres vivos dos Dez Mundos atingirão
simultaneamente o estado de Buda. Isso
porque a tia de Sakyamuni é a tia da Lei
Mística, e Yashodhara é a Yashodhara da
Lei Mística.
A natureza da mente dos seres vivos dos
Dez Mundos é a essência do Sutra a ser
aceita e mantida. Essa é a transmissão do
Sutra expressa neste capítulo “Devoção
Encorajadora”. Ou seja, a pessoa está
sendo encorajada a prestar devoção ao
Sutra que mantém a natureza da mente, e
a devotar-se a praticar para o seu próprio
bem e converter outros.
A tia de Sakyamuni e Yashodhara
representam o estado de Buda atingido
pelas mulheres. E a referência aos vinte mil
bodhisattvas no início do capítulo é sobre a
transmissão conduzida pelos homens. Este
capítulo, então, indica que yin e yang,
mulher e homem, são uma única entidade,
a entidade do Nam-myoho-rengue-kyo.
14. Práticas Pacíficas
O Registro dos Ensinos Orais afirma: Desde
que essas são práticas pacíficas da Lei
Mística, as ações daqueles nos Dez
Mundos e nos três mil mundos são todas
práticas pacíficas. Elas são “a entidade
[inerentemente dotada com benefícios
ilimitados] que é livremente recebida e
usada”, ou o corpo do Buda de ilimitada
alegria.
As ações do corpo, da boca, da mente e os
juramentos são todos práticas pacíficas. E
por serem práticas pacíficas de rengue, o
lótus, as ações daqueles nos três mil
Eanes Sabino da Silva (107198-0) / pág. 7.
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mundos e nos Dez Mundos são práticas

límpidas e puras.

Desde que elas são “o verdadeiro aspecto

de todos os fenômenos” (2º capítulo,
“Meios”), não há nada que não sejam
práticas pacíficas. O significado do ensino
essencial é que o corpo e a mente dos
seres dos Dez Mundos sempre conduziram
as verdadeiras práticas pacíficas. A
essência dessas práticas pacíficas é este
Nam-myoho-rengue-kyo transmitido ao
Bodhisattva Práticas Superiores. Com
essas práticas pacíficas, vamos seguir para
a Terra Pura do sagrado Pico da Águia com
tranquilidade.

*“Nessas quatro frases” refere-se às

seguintes quatro frases (indicadas pelos
números) na passagem do 21º capítulo, “Os
Poderes Místicos do Buda”, nas quais se lê:
“De modo resumido: (1) todas as doutrinas
possuídas por Aquele que Traz a Verdade
[o princípio do nome]; (2) todos os poderes
místicos exercidos livremente por Aquele
que Traz a Verdade [o princípio da função];
(3) o repositório de todos os fundamentos
secretos d’Aquele que Traz a Verdade; (4)
todas as profundas questões d’Aquele que
Traz a Verdade [o princípio da qualidade]
— todas elas são proclamadas, reveladas e
expostas claramente neste sutra”.

Eanes Sabino da Silva (107198-0) / pág. 8.