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CI 2-36/1

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

1ª Edição
2006
LEIA-ME

1. Solicito que a formatação das páginas não seja alterada, pois o texto
e as figuras foram posicionados para facilitar o entendimento do leitor.

2. Houve, em alguns textos, a inserção de quebra de página a fim de


não separar um parágrafo em páginas diferentes, facilitando a leitura.

3. Solicito não alterar a posição das figuras em relação ao texto, pois


elas foram colocadas como complemento às idéias escritas no texto.

4. Solicito que o tamanho das figuras e esquemas de manobra não


sejam reduzidos, pois as inscrições são fundamentais à compreensão
do leitor.
CI 2-36/1

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

Caderno de Instrução

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

1ª Edição - 2006
CI 2-36/1

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

NOTA

O CI 2-36/1 – O Pelotão de Cavalaria Mecanizado – foi elaborado pelo Curso de Cavalaria da


Academia Militar das Agulhas Negras. Após revisão do COTER, foi expedido para experimentação em
2006.

Solicita-se aos usuários deste Caderno de Instrução a apresentação de sugestões que tenham por
objetivo aperfeiçoá-lo ou que se destinem à supressão de eventuais incorreções.

As observações apresentadas, mencionando a página, o parágrafo e a linha do texto a que se


referem, devem conter comentários apropriados para seu entendimento ou sua justificação.

A correspondência deve ser enviada diretamente ao COTER, onde serão avaliadas, respondidas e, se
for o caso, aprovadas e divulgadas.

1ª Edição - 2006
ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pág

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
ARTIGO I – GENERALIDADES
1-1. Considerações Iniciais....................................................................................... 1-1
1-2. Objetivos do Caderno de Instrução................................................................... 1-1
ARTIGO II – O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO
1-3. Características................................................................................................... 1-2
1-4. Possibilidades.................................................................................................... 1-2
1-5. Limitações.......................................................................................................... 1-3
1-6. Estrutura Organizacional.................................................................................... 1-4

CAPÍTULO 2 – RECONHECIMENTO
ARTIGO I – GENERALIDADES...................................................................................... 2-1
2-1. Considerações Iniciais........................................................................................ 2-1
2-2. Características das Operações de Reconhecimento.......................................... 2-1
2-3. Fundamentos do Reconhecimento..................................................................... 2-2
2-4. Ações Durante o Contato.................................................................................... 2-3
2-5. Formações de Combate do Pel C Mec............................................................... 2-3
2-6. Medidas de Coordenação e Controle ................................................................ 2-5
2-7. Transmissão dos Informes.................................................................................. 2-10
2-8. Tipos de Reconhecimento ................................................................................. 2-11
ARTIGO II – O PEL C MEC NO RECONHECIMENTO DE EIXO
2-9. Considerações Iniciais....................................................................................... 2-12
2-10. Maneabilidade do Grupo de Exploradores no Rec de Eixo.............................. 2-13
2-11. Maneabilidade da Seção VBR e Grupo de Combate no Rec de Eixo.............. 2-17
2-12. Maneabilidade da Peça de Apoio no Rec de Eixo............................................ 2-18
2-13. Técnicas de progressão do Pel C Mec no Rec de Eixo ................................... 2-19
ARTIGO III – O PEL C MEC NO RECONHECIMENTO DE ZONA e ÁREA
2-14. Considerações Iniciais...................................................................................... 2-21
2-15. Diferenças entre Rec de Zona e Área .............................................................. 2-21
2-16. Maneabilidade do Grupo de Exploradores e GC no Rec de Zona e Área........ 2-22
2-17. Maneabilidade da Seção VBR no Rec de Zona e Área.................................... 2-23
ARTIGO IV – TÉCNICAS ESPECIAIS DE RECONHECIMENTO
2-18. Considerações Iniciais...................................................................................... 2-23
2-19. Reconhecimento de Ponte................................................................................ 2-24
2-20. Reconhecimento pelo Fogo.............................................................................. 2-29
2-21. Reconhecimento de Desfiladeiro...................................................................... 2-30
2-22. Reconhecimento de Ponto de Passagem (Vau) .............................................. 2-30
2-23. Reconhecimento Noturno.................................................................................. 2-32
2-24. Reconhecimento de Bosque............................................................................. 2-34
2-25. Reconhecimento em Localidade....................................................................... 2-35
2-26. Abordagem de Obstáculo ou Campo Minado................................................... 2-43
2-27. Encontro com Coluna Inimiga........................................................................... 2-43
ARTIGO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
2-28. Seleção de uma Posição de Bloqueio............................................................... 2-44
2-29. Ocupação de uma Posição de Bloqueio............................................................ 2-44
2-30. Roteiro de Tiro do Pel C Mec............................................................................. 2-47
2-31. Relatório de Reconhecimento............................................................................ 2-48

CAPÍTULO 3 – SEGURANÇA
ARTIGO I – GENERALIDADES
3-1. Introdução............................................................................................................ 3-1
3-2. Fundamentos da Segurança............................................................................... 3-2
3-3. Graus de Segurança............................................................................................ 3-3
3-4. Operações de Segurança.................................................................................... 3-3
3-5. Medidas de Coordenação e Controle.................................................................. 3-4
ARTIGO II – O PEL C MEC COMO FORÇA DE COBERTURA
3-6. Considerações Iniciais......................................................................................... 3-6
ARTIGO III – O PEL C MEC COMO FORÇA DE PROTEÇÃO
3-7. Considerações Iniciais......................................................................................... 3-9
3-8. O Pel C Mec na Vanguarda................................................................................. 3-10
3-9. O Pel C Mec na Flancoguarda............................................................................. 3-11
3-10 O Pel C Mec na Retaguarda............................................................................... 3-16
ARTIGO IV – O PEL C MEC COMO FORÇA DE VIGILÂNCIA
3-11. Generalidades.................................................................................................... 3-17
3-12. Vigilância de Combate....................................................................................... 3-20
3-13. Contra-reconhecimento...................................................................................... 3-21

CAPÍTULO 4 – OPERAÇÕES OFENSIVAS


ARTIGO I – GENERALIDADES
4-1. Considerações Iniciais.......................................................................................... 4-1
4-2. Tipos de Operações Ofensivas............................................................................ 4-2
4-3. Formas de Manobra............................................................................................. 4-3
4-4. Formações de Combate....................................................................................... 4-8
4-5. Medidas de Coordenação e Controle................................................................... 4-10
ARTIGO II – MARCHA PARA O COMBATE
4-6. Considerações Iniciais.......................................................................................... 4-15
4-7. O Pelotão de Cavalaria Mecanizado na Marcha para o Combate........................ 4-17
ARTIGO III – ATAQUE
4-8. Considerações Iniciais.......................................................................................... 4-18
4-9. Ataque Coordenado.............................................................................................. 4-18
4-10. Ataque de Oportunidade..................................................................................... 4-33
4-11. Emprego das VBR e dos Fuz Bld em Regiões com Obstáculos........................ 4-36
ARTIGO IV – APROVEITAMENTO DO ÊXITO
4-12 Considerações Iniciais......................................................................................... 4-37
4-13. O Pel C Mec no aproveitamento do Êxito........................................................... 4-39
4-14. O Pel C Mec na Força de Acompanhamento e apoio........................................ 4-40
ARTIGO V – PERSEGUIÇÃO
4-15 Considerações Iniciais......................................................................................... 4-40
4-16. O Pel C Mec na Perseguição.............................................................................. 4-41
ARTIGO V – ATAQUE NOTURNO
4-17 Considerações Iniciais......................................................................................... 4-42
4-18. Planejamento e preparação................................................................................ 4-45
4-19. Reconhecimentos............................................................................................... 4-46
4-20. Execução do Ataque Noturno............................................................................. 4-47

CAPÍTULO 5 – OPERAÇÕES DEFENSIVAS


ARTIGO I – GENERALIDADES
5-1. Considerações Iniciais.......................................................................................... 5-1
5-2. Tipos de Operações Defensivas........................................................................... 5-1
5-3. Fundamentos da Defensiva.................................................................................. 5-2
5-4. O Pel C Mec nas Op Defensivas.......................................................................... 5-4
ARTIGO II – O PEL C MEC NA DEFESA DE ÁREA
5-5. Conceito............................................................................................................... 5-4
5-6. Reconhecimento e seleção da P Def................................................................... 5-6
5-7. Preparação, Organização e Ocupação da P Def................................................. 5-6
5-8. Elementos em Apoio............................................................................................ 5-10
5-9 Conduta do Pel C Mec na Defesa......................................................................... 5-10
ARTIGO III – MOVIMENTOS RETRÓGADOS
5-10. Características das Operações de Movimento Retrógado................................. 5-11
5-11. Tipos de Movimento Retrógado......................................................................... 5-11
5-12. Estudo do Terreno e das Condições Meteorológicas......................................... 5-12
5-13. Medidas de Coordenação e controle ................................................................. 5-13
5-14. Planejamento dos Movimentos Retrógados....................................................... 5-16
5-15. Retraimento........................................................................................................ 5-16
5-16. Retraimento sem pressão do Inimigo................................................................. 5-16
5-17. Retraimento sob pressão do Inimigo.................................................................. 5-21
5-18. Retirada.............................................................................................................. 5-22
5-19. Ação Retardadora.............................................................................................. 5-23
5-20. Reconhecimento e preparação de uma posição de retardamento.................... 5-23
5-21. Organização e ocupação de uma posição de retardamento.............................. 5-25

CAPÍTULO 6 – SEGURANÇA DE ÁREA DE RETAGUARDA


ARTIGO I – GENERALIDADES
6-1. Considerações Inicias.......................................................................................... 6-1
6-2. Planejamento de uma Operação de DEFAR........................................................ 6-1
6-3. Execução de uma Operação de DEFAR.............................................................. 6-2
6-4. O Pel C Mec na Seg de um Setor da Área de Rg................................................ 6-3
6-5. Postos de Observação......................................................................................... 6-3
6-6. Patrulhas.............................................................................................................. 6-4
6-7. Determinação das Zonas de Lançamento e Zonas de Pouso de Helicópteros... 6-4
6-8. Segurança de Eixos de Suprimento..................................................................... 6-5
6-9. Escolta de Comboio............................................................................................. 6-10

CAPÍTULO 7 – APOIO AO COMBATE E LOGÍSTICA


ARTIGO I – GENERALIDADES
7-1. Considerações Iniciais.......................................................................................... 7-1
ARTIGO II – COMUNICAÇÕES
7-2 Generalidades........................................................................................................ 7-2
7-3. Material de Comunicações................................................................................... 7-2
7-4. Apoio de Comunicações nas missões do Pelotão............................................... 7-4
ARTIGO III –LOGÍSTICA
7-5. Generalidades...................................................................................................... 7-8
7-6. Função logística de Saúde................................................................................... 7-8
7-7. Função logística de Recursos Humanos.............................................................. 7-9
7-8. Função logística de Manutenção.......................................................................... 7-9
7-9. Função logística de Suprimento............................................................................ 7-9

CAPÍTULO 8 – TRABALHO DE COMANDO


ARTIGO I – GENERALIDADES
8-1. Considerações Iniciais.......................................................................................... 8-1
ARTIGO II – PLANEJAMENTO
8-2. Trabalho de Comando........................................................................................... 8-2
8-3. Recebimento da Missão........................................................................................ 8-2
8-4. Estudo Sucinto da Missão..................................................................................... 8-4
8-5. Planejamento de Utilização do Tempo ................................................................. 8-4
8-6. Planejamento Preliminar ...................................................................................... 8-5
8-7. Ordem Preparatória.............................................................................................. 8-6
8-8. Reconhecimento no Terreno ou na Carta............................................................. 8-7
8-9. Estudo Detalhado.................................................................................................. 8-8
8-10. Ordem ao Pelotão............................................................................................... 8-14
8-11. Inspeção Inicial.................................................................................................... 8-19
8-12. Ensaio da Sincronização...................................................................................... 8-19
8-13. Inspeção Final e Partida....................................................................................... 8-22
8-14. Ordens Fragmentárias.......................................................................................... 8-22
ANEXO A – OPERAÇÃO DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM
ARTIGO I – GENERALIDADES
A-1. Considerações Iniciais.......................................................................................... A-1
ARTIGO II – PLANEJAMENTO
A-2. Conceitos Básicos................................................................................................. A-2
A-3. Fundamentos Doutrinários da garantia da Lei e da Ordem.................................. A-4
A-4. Atividades a serem Realizadas............................................................................. A-5
A-5. Estudo de Situação da Operação ........................................................................ A-7
A-6. Fases do Emprego do Pel C Mec........................................................................ A-9
A-7. Uso da Força e Regras de Engajamento.............................................................. A-10
A-8. Uso da Força......................................................................................................... A-12
A-9. Regras de Engajamento........................................................................................ A-13
A-10. Operações Tipo Polícia....................................................................................... A-16
A-11. Posto de Bloqueio e Controle de Estrada............................................................ A-17
A-12 Medidas de Planejamento de PBCE e PBCVU.................................................... A-19
A-13 Execução da Operação ....................................................................................... A-20
A-14 Emprego de PBCE / PBCVU com os meios orgânicos do Pel C Mec.................. A-29
A-15 Prescrições Diversas............................................................................................ A-32
A-16 Operações de Busca e apreensão e vasculhamento de áreas............................ A-33
A-17 Interdição de área................................................................................................. A-37
A-18 Identificação de Pessoas e Controle de Movimentos........................................... A-38
A-19 O Pel C Mec nas Operações de Controle de Distúrbios...................................... A-39
A-20 Demonstração de Força....................................................................................... A-43
A-21 Patrulhamento Mecanizado de Vias Urbanas e Rodovias.................................... A-43
A-22 Segurança de Áreas e Instalações ...................................................................... A-45
A-23 Organização da Tropa no Posto de Segurança Estático...................................... A-46
A-24 Conduta da Tropa no Posto de Segurança Estático............................................. A-46
Apêndice Nr 1 ............................................................................................................... A-51

ANEXO B – ROTEIRO DE TIRO E PLANO DE FOGOS


B-1. Roteiro de tiro da Mtr MAG e Mtr .50 .................................................................... B-1
B-2. Esboço de tiro da Mtr MAG e Mtr .50 .................................................................... B-2
B-3. Roteiro de tiro da Mrt 81mm.................................................................................. B-3
B-4. Esboço de tiro da Mrt 81mm .............. .................................................................. B-4
B-5. Roteiro e Esboço de tiro do Can 90mm................................................................. B-5
B-6. Plano de Fogos do Pelotão................ ................................................................... B-6

ANEXO C – ESCOLA DA GUARNIÇÃO


C-1. Considerações Iniciais........................................................................................... C-1
C-2. Comandos utilizados na Escola da Guarnição...................................................... C-1
C-3. Execução dos Comandos...................................................................................... C-1
C-4. Formatura do Grupo de Comando......................................................................... C-2
C-5. Formatura do Grupo de Exploradores................................................................... C-2
C-6. Formatura da Seção VBR...................................................................................... C-3
C-7. Formatura do Grupo de Combate.......................................................................... C-4
C-8. Formatura da Peça de Apoio................................................................................. C-5

ANEXO D – CÓDIGO DE BANDEIROLAS


D-1. Figuras Diversas..................................................................................................... D-1
CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

ARTIGO I

GENERALIDADES

1-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. O Pelotão de Cavalaria Mecanizado é a unidade básica das forças mecanizadas,


constituindo a peça de manobra do Esquadrão de Cavalaria Mecanizado. O Pel C Mec é
constituído por cinco grupos: Grupo de Exploradores, Grupo de Comando, Grupo de
Combate, Seção VBR e Peça de Apoio.

b. É empregado, normalmente, obedecendo-se à sua constituição original. Porém,


no âmbito do Esqd C Mec, os Pel C Mec podem ser desmembrados, dando origem a pe-
lotões de constituição provisória. Tais pelotões são formados pelo agrupamento das fra-
ções de mesma natureza, a saber:
1) Pel VBR – junção das Seções VBR;
2) Pel Fuz – junção dos GC;
3) Pel Exp – junção dos G Exp;
4) Pel Mrt – junção das peças de Mrt Md; e
5) Pel Ap – junção das peças de Mrt Md e das peças de Mtr MAG dos G Exp.

b. Este pelotão possui grande flexibilidade, tendo em vista a variada gama de viatu-
ras e armamentos de que dispõe.

1-2. OBJETIVOS DO CADERNO DE INSTRUÇÃO

Este Caderno de Instrução tem por objetivo fornecer subsídios para o preparo e em-
prego do Pel C Mec, abordando aspectos inerentes à instrução das frações que compõem
o Pel, capacitando o Cmt Pel e seus sargentos Cmt Fr ao planejamento e execução das
operações conduzidas pelo Pelotão de Cavalaria Mecanizado.

1-1
ARTIGO II

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

1-3. CARACTERÍSTICAS

a. Mobilidade - Resultante da grande velocidade em estrada, da possibilidade de


deslocamento através campo, da capacidade de transposição de obstáculos e do raio de
ação das suas viaturas.

b. Potência de fogo - Assegurada pelo seu armamento orgânico, que o habilita a e-


xecutar fogos diretos e indiretos, utilizando-se de seus canhões, seu morteiro e suas ar-
mas automáticas (metralhadoras e lançadores de granadas), além das armas de dotação
de cada um de seus integrantes.

c. Proteção blindada - Proporcionada, em grau relativo, pela blindagem de parte de


suas viaturas, que protegem as suas guarnições contra os fogos de armas portáteis e es-
tilhaços de granadas de morteiros e de artilharia, possibilitando realizar o combate embar-
cado.

d. Ação de choque - Resultante da combinação da mobilidade, da potência de fogo e


da proteção blindada.

e. Sistema de comunicações amplo e flexível - Proporcionado, particularmente, pe-


los meios de comunicações de que é dotado, os quais asseguram ligações rápidas e se-
guras, tanto com o Cmt Esqd quanto com as demais frações do pelotão.

f. Flexibilidade - Decorrente da sua estrutura organizacional e das características de


seu material. Resulta ainda de sua mobilidade, potência de fogo, proteção blindada e sis-
tema de comunicações, que lhe conferem a capacidade de atuar com eficácia em mis-
sões ofensivas, defensivas, de reconhecimento e de segurança.

1-4. POSSIBILIDADES

a. Quando enquadrado no Esqd C Mec, suas possibilidades são:


(1) participar de operações de reconhecimento;
(2) participar de missões de segurança;
(3) realizar operações de contra-reconhecimento;
(4) realizar operações ofensivas e defensivas, particularmente durante a execução
de ações de Rec e Seg, nos Movimentos Retrógrados e na aplicação do princípio de eco-
nomia de meios;
(5) realizar ligações de combate;
(6) ser empregado na segurança da área de retaguarda - SEGAR;
(7) realizar operações de junção;
(8) executar ações contra forças irregulares.
(9) cumprir missões num quadro de garantia da lei e da ordem, mesmo atuando de
forma descentraliza, em reforço aos Batalhões de Infantaria; e
(10) Operações tipo Patrulha.

1-2
b. Dados médios de planejamento
(1) Ofensiva
- Frente para o ataque: 0,2 a 0,4 Km
(2) Defensiva
- Frente: 0,7 a 0.9 Km
(3) Retardamento
- Frente:1,5 a 2 Km
(3) Vigilância
- Frente: 32 Km
(4) Reconhecimento
- Frente: 4 Km
- Número de eixos: 01
- Velocidade (sem Ctt Ini): 15 Km/h (Eixo) e 8 a 12 Km/h (Zona e Área)
- Velocidade (noturno – sem Ctt Ini): 8 Km/h (Eixo) e 4 a 6 Km/h (Zona e Área)
(5) Marchas
- Em estradas: 40 Km/h (diurna) e 24 Km/h (noturna)
- Através campo: 12 Km/h (diurna) e 5 Km/h (noturna)

1-5. LIMITAÇÕES

a. Vulnerabilidade aos ataques aéreos;

b. Sensibilidade ao emprego de minas AC e aos obstáculos naturais e artificiais;

c. Mobilidade limitada fora de estrada, principalmente em terrenos montanhosos, a-


renosos, pedregosos, matosos e pantanosos;

d. Reduzida capacidade de transposição de cursos de água;

e. Sensibilidade às condições meteorológicas adversas, que reduzem a sua mobili-


dade;

f. Grande necessidade suprimento das classes III e V; e

g. Redução da potência de fogo quando desembarcado, em razão de parte de seu


armamento ser fixo às viaturas.

1-3
1-6. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
a. Organograma

Gp Cmdo

G Exp Seç VBR GC Pç Ap

Fig. 1-1. Organograma do Pel C Mec

b. Frações do Pelotão
1) Grupo de Comando (Gp Cmdo)
- Tem a missão de possibilitar ao comandante do pelotão o exercício do comando.
2) Grupo de Exploradores (G Exp)
- O G Exp é apto a executar ações de reconhecimento a pé ou embarcado, prover
segurança nos flancos, realizar golpes de sonda, atuar como seção de metralhadoras em
base de fogos, realizar o ataque a pé como GC e desempenhar diversas funções especi-
ais, como mensageiro e elemento de ligação.
3) Seção de Viaturas Blindadas Sobre Rodas (Seç VBR)
- É o elemento de choque do Pel, estando apta a realizar ações de reconhecimen-
to, de segurança, de defesa e de ataque.
4) Grupo de Combate (GC)
- É o elemento de combate a pé do Pel. Destina-se basicamente a formar o com-
binado Seç VBR-GC (CC e-Fuz), tanto para ações ofensivas quanto defensivas. Pode ser
empregado na realização de pequenas ações de reconhecimento, balizamento e limpeza
de eixos, particularmente quando o G Exp estiver empenhado em outras missões.
5) Peça de Apoio (Pç Ap)
- É o elemento de apoio de fogo indireto do Pel. Normalmente, por ser a última
fração, é responsável pela segurança da retaguarda.

1-4
c. Organização do Pelotão
FRAÇÕES COMPOSIÇÃO VIATURAS MATERIAL PRINCIPAL
Cmt Pel
01 Mtr 7,62mm (MAG)
Gp Cmdo Sd Exp/Motr
Rádio veicular nivel SU/Pel
Sd R Op
VBR (L)
3º Sgt Cmt G Exp
01 Mtr 7,62mm (MAG)
Sd At
Rádio veicular nível Pelotão
Sd Exp/Motr
VBR (L)
1ª Pa G Exp
Sd Exp
01 L Gr
Sd At
Rádio veicular nível Pelotão
Sd Exp/Motr
VBR (L)
Cb Aux
01 Mtr 7,62mm (MAG)
Sd At
Rádio veicular nível Pelotão
Sd Exp/Motr
VBR (L)
2ª Pa G Exp
Sd Exp
01 L Gr
Sd At
Rádio veicular nível Pelotão
Sd Exp/Motr
VBR (L)
01 Mtr 7,62mm (MAG-
2º Sgt Adj/Cmt Seç Coaxial)
Cb At 01 Mtr 7,62mm(MAG-AAe)
Cb Motr VBR 01 Can 90 mm
Rádio veicular nível Pelotão
VBR (M)
Seç VBR
01 Mtr 7,62mm (MAG-
3º Sgt Cmt VBR Coaxial)
Cb At 01 Mtr 7,62mm (MAG-AAe)
Cb Motr VBR 01 Can 90 mm
Rádio veicular nível Pelotão
VBR (M)
3º Sgt Cmt GC
Cb Motr VBTP
Sd At Mtr .50
Cb Aux (Cmt 1ª Esq)
Sd At 01 Mtr .50
GC Sd Fuz (R Op) 02 L Roj AT-4
Sd Fuz (At L Roj) Rádio veicular nível Pelotão
Cb Aux (Cmt 2ª Esq)
Sd At
Sd Fuz (granadeiro) VBTP
Sd Fuz (At L Roj)

3º Sgt Cmt Pç
Sd Motr/Mun 01 Mtr .50
Pç Ap Cb At 01 Mrt Md (81 mm)
Sd Aux At Rádio veicular nível Pelotão
Sd Mun
VBTP

1-5
1-6
CAPÍTULO 2

RECONHECIMENTO

ARTIGO I

GENERALIDADES

2-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Reconhecimento (Rec) é a operação conduzida em campanha, pelo emprego de


meios terrestres ou aéreos, com o propósito de obter informes sobre o inimigo e a área de
operações.

b. O reconhecimento é a busca direta de informes que tenham valor militar, sobre a


região de operações (R Op) e o inimigo (suas atividades e meios). Dos informes obtidos,
são produzidas informações de combate, as quais permitirão ao comando realizar o
planejamento e a condução de sua manobra.

c. O reconhecimento é executado de uma maneira audaciosa e agressiva, fazendo-


se o máximo emprego da mobilidade, potência de fogo e ação de choque do Pel C Mec.

d. A finalidade do reconhecimento é fornecer as informações necessárias ao


comando interessado, possibilitando a atualização de seu plano de operações.

e. O Pel C Mec é a pequena fração mais apta a cumprir as missões de


reconhecimento em proveito do Esc Sp.

2-2. CARACTERÍSTICAS DAS OPERAÇÕES DE RECONHECIMENTO

a. As operações de reconhecimento possuem as seguintes características:


1) planejamento centralizado e execução descentralizada;
2) execução rápida e agressiva;
3) segurança durante o movimento;
4) ênfase no uso da rede viária;
5) iniciativa dos comandos subordinados;

2-1
6) máximo acionamento dos órgãos de informações;
7) rápida transmissão dos informes; e
8) carência de informações sobre o inimigo.

2-3. FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES DE RECONHECIMENTO

a. O Pel C Mec e seus elementos de manobra, ao executarem uma missão de


reconhecimento, devem observar os fundamentos das operações de reconhecimento
(OPEME):
1) Orientar-se segundo os objetivos de informação
a) Os Pelotões, executando reconhecimento, devem manobrar de acordo com
localização ou o movimento dos objetivos de informações e não de acordo com a
localização ou o movimento das forças amigas, como ocorre nas missões de segurança.
b) Os objetivos de informações podem ser tropas inimigas ou acidentes no
terreno.
2) Participar, com rapidez e precisão, todos os informes obtidos
a) Para que os informes tenham valor para o comando, devem ser transmitidos
na oportunidade de sua coleta e tal como foram obtidos. Os informes devem responder
com precisão as perguntas: O que? Quando? Onde? Quem? A utilização de abreviaturas
e a transmissão padronizada facilitam a rapidez, melhoram a precisão e evitam que sejam
emitidas opiniões ao invés de fatos.
b) Todos os elementos das unidades que executam missões de
reconhecimento devem transmitir, com a máxima rapidez e precisão ao escalão
imediatamente superior, os informes obtidos.
c) Alguns informes aparentemente sem importância para um escalão de
comando, quando considerados no conjunto de informes de outras fontes, podem ser
valiosos para o escalão superior.
3) Evitar o engajamento decisivo
a) O engajamento decisivo caracteriza-se pela perda de liberdade da manobra.
O reconhecimento não deve ser prejudicado pelo combate com o inimigo.
b) As unidades somente se engajam em combate quando for indispensável à
obtenção do informe desejado ou para evitar sua destruição ou captura.
4) Manter o contato com o inimigo
a) O contato com o inimigo deve ser procurado o mais cedo possível e, uma
vez estabelecido, somente poderá ser rompido com autorização do escalão superior.
b) O contato pode ser mantido pela observação terrestre ou aérea.
5) Esclarecer a situação
a) Quando o contato com o inimigo for estabelecido ou um objetivo de
informações for atingido, a situação deve ser esclarecida rapidamente e tomada uma
decisão visando às operações subseqüentes.
b) Estabelecido o contato com o inimigo, são executadas as ações
denominadas “ações durante o contato”.

2-2
2-4. AÇÕES DURANTE O CONTATO

a. Durante as operações de reconhecimento padronizam-se as seguintes ações,


(DESI) a serem realizadas caso haja algum contato com o inimigo:
1) Desdobrar e informar
a) O desdobrar implica no deslocamento do pelotão para posição que lhe
permita atirar, observar ou ser empregado contra o inimigo.
b) O comandante de pelotão (Cmt Pel) deve informar ao comandante de
esquadrão sobre o contato com o inimigo, dando-lhe o máximo de detalhes.
2) Esclarecer a situação
a) Um reconhecimento minucioso é realizado para que sejam determinados o
DIspositivo, o VAlor, a LOcalização e a COMposição, devendo ser feito um especial
esforço para determinar os flancos da posição inimiga.
b) Quando o terreno permitir, o reconhecimento deve ser realizado embarcado.
Se o terreno restringir o movimento de viaturas, a posição inimiga é reconhecida por
patrulhas a pé. As patrulhas a pé ou embarcadas, devem ser apoiadas em seu
reconhecimento pelos demais elementos. Deve-se buscar o sigilo sem que se
comprometa a eficiência do reconhecimento.
c) O reconhecimento pelo fogo pode ser empregado quando houver premência
de tempo.
3) Selecionar uma linha de ação
a) Após as duas primeiras “ações durante o contato”, o Cmt Pel deve
selecionar uma linha de ação compatível com a situação, visando a prosseguimento da
missão. Uma decisão (ou linha de ação selecionada) de atacar ou simplesmente manter o
contato com o inimigo deve ser tomada com a máxima rapidez possível.
b) A decisão (ou linha de ação) de desviar das resistências inimigas será
adotada quando autorizada pelo Esc Sp e deverá prever-se o emprego de elementos que
serão deixados para manter o contato com inimigo, vigiando-o e informando a sua atitude,
até que o escalão superior (Esc Sp) tome suas providências e libere essa fração do
pelotão.
4) Informar ao Cmt Esqd sobre a linha de ação adotada
a) O Cmt Pel deve transmitir ao Cmt Esqd os informes adicionais obtidos pelo
reconhecimento e a linha de ação selecionada para o prosseguimento da missão.
b) O Cmt Pel deverá aguardar, então, a autorização para executá-la.

b. O Cmt Esqd deve estar, plenamente, informado da situação pelo Cmt Pel. Dentro
do Pel todos os elementos mantêm-se ligados ao Cmt Pel.

2-5. FORMAÇÕES DE COMBATE DO PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

a. O pelotão de cavalaria mecanizado, durante operações de reconhecimento,


poderá ser empregado em diversas formações de combate. A escolha por determinada
formação varia de acordo com o grau de segurança desejado para o deslocamento do
pelotão, levando-se em conta, também, a velocidade de progressão desejada e a atuação
do inimigo na zona de ação.

b. Basicamente, o Pel C Mec será empregado utilizando uma das seguintes


formações de combate:

2-3
1) Em coluna (com as duas Pa G Exp à frente) – formação usada quando pouca
ou nenhuma ação inimiga existe, o sigilo é importante, há necessidade de maior rapidez
no movimento e quando os campos de tiro são reduzidos (Fig. 2-1).

Fig. 2-1. Pel C Mec em coluna com as duas Pa G Exp à frente.

2) Em coluna (com uma Pa G Exp à frente e a outra à retaguarda) – é usada nas


mesmas situações da formação com as duas patrulhas à frente, porém necessita-se de
maior segurança à retaguarda da coluna (Fig. 2-2).

Fig. 2-2. Pel C Mec em coluna com uma Pa G Exp a retaguarda.

3) Em coluna (com a Seç VBR à frente) – formação usada quando o contato com
o inimigo é iminente ou quando maior poder de fogo à frente torna-se necessário.(2-3).

Fig. 2-3. Pel C Mec em coluna com a Seç VBR à frente.

4) Formação em “Y” – é a formação empregada nas operações de reconhecimento


quando há necessidade de ultrapassar um desfiladeiro, regiões de macegas altas ou
reconhecer uma determinada zona, em que o terreno possibilite o Pel se desdobrar (Fig.
2-4).

Fig. 2-4. Pel C Mec em formação em “Y”.

2-4
2-6. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

a. As medidas de coordenação e controle têm por finalidade assegurar os melhores


resultados na obtenção dos informes e evitar a duplicação de meios, bem como
proporcionar a utilização econômica dos elementos de reconhecimento.

b. O reconhecimento deve ser coordenado em todos os escalões de comando.

c. Como vimos anteriormente, uma das características do reconhecimento é o


planejamento centralizado e a execução descentralizada. Justamente em razão dessa
execução descentralizada, é que se faz necessário controle e coordenação cerrados
sobre o movimento das tropas. Essa coordenação visa principalmente facilitar a busca de
informes, evitar a duplicação de esforços em uma mesma zona de ação e, principalmente,
controlar o movimento.

d. As medidas de coordenação e controle devem impor o mínimo de restrição de


forma a não impedir a iniciativa e a progressão dos comandos subordinados.

e. Normalmente, são marcados objetivos para assegurar a posse das regiões de


passagem de um rio obstáculo ou de um desfiladeiro, apoiar uma ultrapassagem ou um
investimento e garantir a posse de regiões do terreno que proporcionem segurança.

f. O rádio é o principal meio de que se vale o Cmt Pel para controlar a progressão
de suas frações. Na ausência desse, o Cmt Pel valer-se-á de sinais e gestos
convencionados e de mensageiros, se for o caso.

g. As medidas de coordenação e controle mais utilizadas no reconhecimento são:


1) Zona de Reunião (Z Reu)
a) É uma área em que uma fração é reunida, em condições de receber missão
de combate ou preparar-se para o cumprimento da missão recebida.
b) A representação de um elemento que está reunido em determinada região é
feita pelo seu símbolo envolto por uma elipse com a palavra Z Reu na parte inferior. (Fig.
2-5).

Fig. 2-5. Simbologia de Z Reu

2) Itinerário de Progressão (Itn Prog)


a) É a determinação do itinerário que o elemento subordinado deve percorrer
para atingir a área a reconhecer.
b) O elemento C Mec, ao percorrer um itinerário de progressão, executa
apenas os reconhecimentos necessários à sua própria segurança. (Fig. 2-6)

2-5
Itn Prog CENTAURO

Fig. 2-6. Simbologia de Itn Prog

3) Linhas de Controle (L Ct)


a) São linhas do terreno, facilmente identificadas, tais como estradas, cursos
d’água e linha de crista, em geral, perpendiculares à direção do movimento em toda a
Zona de Ação (Z Aç).
b) As L Ct Permitem ao Cmt Pel acompanhar e controlar a progressão de suas
frações ou ser acompanhado e controlado pelo seu Cmt Esqd. O Pel C Mec ou suas
frações, não se detêm nas L Ct (a menos que recebam ordem para tal), apenas informam
ao Cmt Pel ou Esqd quando as atingirem e prosseguem na missão de reconhecer.
c) As L Ct, normalmente, são designadas por nomes que mantenham
correlação entre si, como por exemplo: sela, estribo, loro e látego, para que possam ser
citadas em linguagem clara, sem quebrar o sigilo. (Fig. 2-7).

L Ct IRON
L Ct IRON

Fig. 2-7. Simbologia de L Ct

d) Quando houver dificuldades de designar a L Ct, o Cmt Pel pode substituí–la


determinando aos elementos subordinados que informem suas posições em espaços de
tempo, conforme a situação.
e) As linhas de controle serão utilizadas nas seguintes circunstâncias:
(1) entre a distância máxima de 12km e a distância mínima de 8km;
(2) para definir uma área ou zona a reconhecer (eixo, zona ou área);
(3) para delimitar uma localidade objetivo de informação a uma distância
maior do que 2km do eixo de reconhecimento;
(4) quando as dimensões da localidade ultrapassar 2km para cada lado do
eixo. (Fig. 2-8)
(5) a cada 01 (uma) hora de deslocamento.

2-6
(1) (2) (3)

Fig. 2-8. Simbologia de L Ct

4) Eixo de reconhecimento
a) É a determinação, no terreno, do eixo que deve ser reconhecido pelo
elemento subordinado na execução de sua missão.
b) É utilizado em missões de reconhecimento de eixo, ou quando se pretenda
particularizar a importância de determinado eixo, em missões de reconhecimento de zona
ou de área.
c) O elemento C Mec que recebe a missão de reconhecer um eixo, tem que
percorrê-lo em toda a sua extensão. Os acidentes do terreno que, de posse do inimigo,
possam dificultar ou impedir o movimento de nossas tropas sobre o eixo, são também
reconhecidos. Qualquer desvio, imposto pelo terreno ou pelo inimigo, somente será
realizado mediante ordem do Esc Sp.
d) É identificado por um traço com seta no final e nome entre as linhas de
controle (Fig. 2-9).

EIXO P1

Fig. 2-9. Simbologia de eixo de reconhecimento

5) Pontos de Controle (P Ct)


a) Utilizados para controlar o movimento, normalmente são colocados em
pontos nítidos. Os Cmt de frações do Pel devem informar da passagem pelos P Ct.
b) O Cmt Pel deve informar a sua passagem pelos P Ct recebidos do Cmt
Esqd. Se não houver ordem em contrário, o prosseguimento é automático, e não serão
feitas paradas sobre os P Ct.
c) O ponto de controle é representado por um círculo com um número no
interior. Não se devem repetir os números. O esquema de manobra recebido do Esc Sup,
normalmente, já vem com alguns P Ct locados e impostos, o que não impede que o Cmt
Pel adicione mais alguns que julgue necessário.
d) O P Ct é normalmente determinado sobre pontos notáveis do terreno,
como bifurcações, entroncamentos ou cruzamentos de estradas, bosques, fazendas, etc.

2-7
Além de serem utilizados como medidas de controle de progressão, servem de referência
para localização e observação.
e) O P Ct pode ser utilizado: (Fig. 2-10).
(1) sobre a L Ct, quando houver deslocamento sobre ela por um longo
trecho;
(2) quando o eixo se bifurca;
(3) quando um eixo objetivo de informação cruza um rio obstáculo ou
uma passagem contínua, tal como uma ponte;
(4) quando houver sobre o eixo uma localidade e esta não for objetivo de
informação, é necessário um P Ct antes e um depois; e
(5) como ponto de início de movimento.

(3) (2)

(1)

(5)
(4)

Fig. 2-10. Simbologia de P Ct

6) Ponto de Ligação (P Lig)


a) Ponto facilmente identificável no terreno onde dois ou mais elementos
subordinados têm que estabelecer contato físico para troca de informes.
b) Esta ligação, normalmente, é realizada pelas patrulhas do G Exp.
c) A simbologia do P Lig é a de um número dentro de um retângulo sobre o
acidente do terreno que lhe corresponder, caracterizando assim uma área de contato e
não um ponto em si. Quando o contato nesses pontos for efetivado, o comando que o
estabeleceu deve ser imediatamente informado.
d) O contato só é desfeito com autorização da autoridade que o determinou.
e) O P Lig pode deve ser utilizado quando: (Fig. 2-11).
(1) a distância entre dois objetivos for maior que 4km;
(2) o seu limite cruza a linha de controle; e
(3) um eixo Obj Info, ou qualquer eixo considerado, muda de
responsabilidade.

2-8
(1) (2)

Fig. 2-11. Simbologia de P Lig

7) Zona de Ação (Z Aç)


a) É uma faixa do terreno definida por limites ou pelas L Ct, utilizada para
atribuir responsabilidade.
b) A Z Aç, além de definir responsabilidade, é uma medida restritiva ao
movimento e ao fogo; uma tropa somente poderá manobrar ou atirar na Z Aç de outra,
coordenando esta ação com o Esc Sp e com esse elemento.

8) Limites (Lim)
a) Utilizado para definir responsabilidade;
b) Deve ser traçado sobre um acidente nítido no terreno. Quando for
utilizada uma estrada devemos definir de quem é a responsabilidade sobre o eixo;
c) É identificado por número e símbolo que identifiquem a tropa responsável
por aquela zona de ação.
d) É utilizado: (Fig. 2-12)
(1) quando dois eixos objetivos de informação se aproximam a menos de
4km;
(2) quando se deseja definir a responsabilidade sobre determinada área;
(3) entre Obj em final de missão, para definir responsabilidades sobre a
região, quando a distância entre eles for menor que 4km; e
(4) entre as L Ct, cujos limites devem ser identificados com o valor e a
identificação dos elementos vizinhos.

Fig. 2-12. Simbologia de Limite

9) Posição de Bloqueio (P Blq)


a) Região do terreno que permite barrar vias de acesso que se orientam
para o interior de posições defensivas ou de retardamento. É indicada normalmente por
um nome envolto em uma elipse.

2-9
Fig. 2-13. Simbologia de P Blq

10) Objetivo (Obj)


a) Apesar de as operações de reconhecimento buscarem basicamente
informes sobre o inimigo ou sobre a região de operações, por vezes é necessário que se
marquem objetivos em final de missão.
b) Define a região do terreno que deve ser conquistada;
c) É representado por uma elipse com um número no centro;
d) A numeração dos objetivos deverá ser feita da seguinte forma: do próximo
para o afastado, da esquerda para a direita e iniciando pelo número 1 (O1).

Fig. 2-14. Simbologia de Obj

11) Ponto de Coordenação (P Coor)


a) Ponto designativo de acidente no terreno, facilmente identificável, onde
deve ocorrer a coordenação de fogos e/ou a manobra entre dois elementos. (Fig. 2-15)

Fig. 2-15. Simbologia de P Coor entre dois Obj

2-7. TRANSMISSÃO DOS INFORMES

a. Todos os informes obtidos durante um reconhecimento devem ser transmitidos,


independentemente de seu valor aparente.

2-10
b. Os informes sobre o terreno devem incluir a largura da estrada, seu tipo (se
resiste ou não às intempéries), sua capacidade de carga e das pontes, existência e efeito
das obstruções e outros fatores de limitação.

c. Os informes sobre o inimigo, da mesma forma que os informes sobre o terreno,


devem ser comunicados independentemente de seu valor aparente. Todos os informes
devem ser transmitidos, pois, algumas vezes, os mais simples são os que possuem real
importância.

d. Os informes sobre o inimigo devem responder às seguintes perguntas: Qual é o


Dispositivo do Ini observado? Qual é o seu Valor? Qual é a Localização do Ini? Qual é a
sua Composição? Quando? (DIVALOCOM ou DICOLVAP)

e. Quando for se comunicar com seu Cmt Pel ou Esqd, siga o exemplo abaixo como
modelo. (Tab. 2-1). Ao ser estabelecida comunicação entre o Cmt Pel e Esqd, os
seguintes modelos poderão ser seguidos:

QUEM INFORMA Velame, aqui Centauro, câmbio!

DISPOSITIVO Ini desdobrado em 03 tocas!

VALOR Um GC com uma arma automática!

LOCALIZAÇÃO Sobre Cota do Audaz Q(74 04)!

COMPOSIÇÃO Fuzileiro blindado (Natureza da tropa)!

ATIVIDADES RECENTES Atirando sobre a testa de nossa coluna! Às 15:30 horas!

PARTICULARIEDADES Estou esclarecendo a situação, câmbio!


Tab. 2-1. Transmissão de informes

2-8. TIPOS DE RECONHECIMENTO

a. Há três tipos de reconhecimento. O tipo a ser empregado é escolhido tendo em


vista as informações desejadas, o conhecimento da situação do inimigo, o terreno, o valor
da força de reconhecimento, o local onde o informe deve ser procurado e o tempo
disponível para obtê-lo.

b. Os tipos de reconhecimento executados pela Cavalaria são:


1) Reconhecimento de eixo - visa à obtenção de informes sobre um determinado
eixo, o terreno a ele adjacente e/ou o inimigo que dele se utiliza;
2) Reconhecimento de zona - busca obter informes detalhados sobre o inimigo
e/ou a região de operações, ao longo de uma faixa do terreno definida em largura e
profundidade;
3) Reconhecimento de área - objetiva a coleta de informes detalhados sobre o
inimigo e/ou terreno, dentro de uma área específica e perfeitamente definida em seu
perímetro.

2-11
c. O Reconhecimento em Força não constitui um tipo de missão de reconhecimento,
é uma operação ofensiva.

d. Os tipos de reconhecimento serão estudados isoladamente, nos artigos a seguir.

ARTIGO II

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NO RECONHECIMENTO DE EIXO

2-9. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Reconhecimento de eixo é a busca direta de informes, que tenham valor militar,


sobre um eixo e a cavaleiro do mesmo, sobre as condições de utilização de um
determinado eixo e, por fim sobre as atividades e meios do inimigo que possa estar se
utilizando do eixo. Este tipo de operação impõe, também, o reconhecimento dos acidentes
do terreno que, de posse do inimigo, possam dificultar ou impedir o movimento de nossas
tropas sobre o eixo.

b. As técnicas empregadas e as necessidades de um reconhecimento de eixo


consomem menos tempo do que o reconhecimento de zona e de área. Em conseqüência
da maior rapidez, o reconhecimento de eixo é empregado quando o tempo disponível
para um reconhecimento mais detalhado é reduzido.

c. O reconhecimento de eixo é empregado quando:


1) há premência de tempo;
2) desejam-se informes mais gerais sobre o inimigo e o terreno; e
3) a localização do inimigo é conhecida ou há um único itinerário.

d. O pelotão de cavalaria mecanizado tem capacidade para reconhecer 01 (um) eixo


e uma zona de 4 (quatro) km de frente.

e. No reconhecimento de eixo, o comandante de pelotão desloca o grosso do


pelotão pelo eixo principal. A frente coberta pelo pelotão é determinada pelos pontos de
valor tático que dominam o eixo. Apenas como dado médio de planejamento, deve-se
considerar a frente de um pelotão de cavalaria mecanizado no reconhecimento de eixo
como sendo de 04 (quatro) quilômetros.

f. Quando há meios aéreos disponíveis, em reforço ou apoio, eles são empregados


para apoiar as ações de reconhecimento através da observação aérea, fotografia ou
detecção por meios eletrônicos. Os elementos aéreos podem ser usados para observar à
frente e nos flancos, auxiliar no controle e coordenação das peças de manobra e
transmitir informes.

2-12
g. Os informes sobre um eixo ou uma série de eixos, devem incluir a largura da
estrada, o seu tipo, a sua capacidade de resistência às intempéries, a sua capacidade de
carga e das pontes, a existência e efeito de obstruções e outros fatores de limitação.

Fig. 2-17. O Pel C Mec no reconhecimento de eixo

2-10. MANEABILIDADE DO GRUPO DE EXPLORADORES NO RECONHECIMENTO DE


EIXO

a. No reconhecimento de eixo, o grupo de exploradores (G Exp) é utilizado liderando


o movimento quando:
1) muito pouca ou nenhuma ação inimiga é encontrada;
2) o sigilo é importante;
3) os campos de tiro são reduzidos;
4) o terreno é favorável à realização de emboscadas contra a Seção VBR;
5) os obstáculos naturais são predominantes; e
6) é aconselhável explorar a capacidade dos exploradores de se movimentarem
rápida e silenciosamente.

2-13
b. As patrulhas do grupo de exploradores (Pa G Exp), na testa do pelotão, progridem
por lanços alternados de compartimento em compartimento do terreno, ocupando postos
de observação ao final de cada lanço, quando são posicionadas suas metralhadoras
terrestres que propiciam cobertura para o movimento da patrulha que segue.

c. É imperativa a necessidade de máximo aproveitamento do terreno por parte dos


integrantes do G Exp, particularmente na ocupação de postos de observação. Deve ser
feito um minucioso estudo do terreno a partir do posto de observação ocupado, buscando-
se indícios sobre atividades do inimigo.

d. O movimento por lanços do G Exp pode seguir as seguintes técnicas:


1) Lanços Sucessivos – Iniciam-se o estudo desta técnica considerando a 1ª Pa G
Exp ocupando um posto de observação ao longo de um eixo, tendo o Cmt Pa posicionado
suas metralhadoras e realizado a observação do terreno à frente. Não tendo observado
indícios de atuação inimiga, é chamada a 2ª Pa G Exp que se posiciona em um local
próximo à 1ª Pa, instala suas metralhadoras e troca as informações necessárias. Quando
a 2ª Pa G Exp estiver em condições de observar e apoiar pelo fogo, a 1ª Pa prossegue
para o reconhecimento do próximo compartimento e, ao atingir o próximo posto de
observação, o processo é reiniciado. Este processo é mais lento e mais seguro que o
processo por lanços alternados.

Fig. 2-18. Lanços Sucessivos (1ª fase)

2-14
Fig. 2-19. Lanços Sucessivos (2ª fase)

2) Lanços Alternados – Considerando a situação inicial idêntica ao do item


anterior, o Cmt G Exp posiciona suas metralhadoras e observa o compartimento do
terreno à frente de sua posição. Não tendo observado indícios de atividade inimiga,
chama a 2ª Pa G Exp, a qual inicia seu movimento, passa pela posição da 1ª Pa, para o
tempo mínimo necessário para uma rápida troca de informações, e prossegue para o
reconhecimento do próximo compartimento do terreno, protegida pela 1ª Pa Exp. Ao
atingir o próximo PO, ocupa posição no terreno, observa e sinaliza para que a 1ª Pa
avance, reiniciando-se o processo. O lanço alternado é mais rápido e menos seguro que o
lanço sucessivo.

Fig. 2-20. Progressão por lanços do G Exp (lanço da 2ª Pa G Exp).

2-15
Fig. 2-21. Progressão por lanços do G Exp (lanço da 1ª Pa G Exp)

e. Quando uma patrulha do grupo de exploradores estiver sendo empregada de


forma isolada, cada viatura da patrulha atuará como se fosse uma patrulha, executando,
entre si, a técnica de lanços sucessivos, conforme descrito anteriormente. Não deverá ser
empregada a técnica de lanços alternados, uma vez que o Rec deve continuar a ser
conduzido, prioritariamente, pelos militares mais antigos das patrulhas (Sgt Cmt G Exp e
Cb Aux).

f. Os pontos-chaves do terreno localizados nos flancos são, normalmente,


reconhecidos pelo G Exp. Para isso são realizados movimentos laterais pelos
exploradores (golpes de sonda). A profundidade dos golpes de sonda é determinada pelo
Cmt Pel e, em princípio, não deve ser maior do que uma distância que permita o apoio de
fogo das VBR e, em especial, da Peça de Apoio. Essa distância depende também da
situação do inimigo, do tempo disponível e da velocidade de progressão. Ao G Exp deve
ser proporcionado tempo suficiente para efetuar os golpes de sonda que se façam
necessário e para reconhecer todos os acidentes do terreno que influam no eixo.

g. Quando uma Pa G Exp é designada para realizar um golpe de sonda em uma


transversal ao eixo, é importante que desenvolva uma ação agressiva e rápida, a fim de
não se distanciar do pelotão ou atrasar a progressão no terreno. Quando a Pa tem por
missão apenas o reconhecimento da transversal, ela se desloca a uma velocidade
compatível com o terreno até a distância máxima de apoio do pelotão executando lanços
entre as viaturas. Durante o deslocamento são observados e anotados os pontos
importantes e qualquer sinal da presença do inimigo. Caso receba fogo, a Pa deve
instalar-se no terreno e informar ao Cmt Pel. Se a ligação rádio falhar, uma viatura
permanece mantendo o contato com o inimigo, retardando-o se for o caso, enquanto a
outra viatura retorna para alertar o pelotão. Se a Pa receber a missão de reconhecer um
acidente qualquer (elevação, ponte, edificação, bosques, etc.) avistado do eixo ou
levantado na carta, a ação no local será também agressiva e rápida, com prejuízo da
segurança. Sempre que possível uma viatura cobrirá e protegerá a ação da outra.

h. Nas ocasiões em que o pelotão desdobrar seus meios no terreno ou em que


cessar o movimento, o G Exp deverá ocultar suas viaturas e entrar em posição com suas
metralhadoras terrestres, a fim de realizar a segurança dos flancos do pelotão e do eixo.

2-16
2-11 MANEABILIDADE DA SEÇÃO VBR E DO GRUPO DE COMBATE NO
RECONHECIMENTO DE EIXO

a. No reconhecimento de eixo, o combinado formado pela Seção de Viaturas


Blindadas de Reconhecimento (Seç VBR) e pelo Grupo de Combate (GC) é empregado
liderando o movimento do pelotão quando:
1) o contato com o inimigo é iminente; e
2) armas automáticas de pequeno calibre interferem no movimento do pelotão.

b. Durante o reconhecimento, a Seç VBR progride por lanços de forma semelhante à


do G Exp, sendo que cada VBR comporta-se como uma patrulha. A progressão da Seç
VBR pode ser feita por lanços sucessivos ou por lanços alternados, mantendo-se entre as
viaturas uma distância que permita apoio mútuo e proporcione segurança.

c. A Seç VBR deve manter constante observação sobre o terreno e sobre a ação do
G Exp para prestar-lhe o apoio necessário. Cada VBR deve ter um setor de vigilância
definido durante o movimento. O canhão deverá estar apontado para o centro desse setor
durante a progressão. O canhão deverá estar apontado para o centro desse setor durante
a progressão.

Fig. 2-21. Setores de tiro para as VBR durante a progressão.

d. Ao término de cada lanço, o motorista de VBR deverá procurar uma posição com
desenfiamento para a viatura e que permita ao atirador abrir fogo contra as posições
dominantes à frente. Sempre que cessar o movimento do pelotão, deverá haver apoio dos
elementos do GC para a defesa aproximada das VBR.

e. A Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) do GC progredirá à


retaguarda das VBR, mantendo uma distância entre 50 e 100 metros nos terrenos
cobertos e com contato visual nos descobertos.

2-17
f. As escotilhas superiores da VBTP deverão, a princípio, estar abertas para que
elementos do GC auxiliem na segurança e observação, tendo cada elemento um setor de
vigilância determinado. O Cmt GC deverá estar sempre atento às ações da Seç VBR e à
direção geral do inimigo para que possa orientar o desembarque do GC quando
determinado.

g. O GC poderá ser empregado no reconhecimento exercendo as mesmas funções


do G Exp, substituindo-o ou atuando em seu auxílio.

h. A Seção VBR tem como principais missões no reconhecimento:


1) neutralizar ou destruir as armas inimigas pelo fogo e movimento;
2) abrir passagem para os fuzileiros através de obstáculos de arame;
3) proporcionar potência de fogo, necessária para capacitar o combinado Seç
VBR/GC a progredir face ao inimigo;
4) liderar o ataque sempre que possível; e
5) apoiar pelo fogo direto as ações do Grupo de Combate.

i. Por sua vez, a fim de auxiliar o avanço das VBR através do eixo de progressão,
são as seguintes as tarefas dos fuzileiros:
1) abrir ou remover campos de minas anticarro (AC);
2) cooperar na neutralização ou destruição das armas AC;
3) designar alvos para as VBR;
4) proteger as VBR contra armas AC a curta distância;
5) liderar o ataque a pé, quando necessário; e
6) realizar a limpeza e auxiliar na consolidação do objetivo.

j. Em todas as ocasiões em que o pelotão desdobrar seus meios no terreno ou


cessar seu movimento, a Seç VBR deve procurar posições desenfiadas das quais possa
realizar fogos diretos sobre o eixo e nos pontos dominantes ao longo do eixo. O GC
deverá desembarcar e realizar a segurança aproximada das VBR.

2-12 MANEABILIDADE DA PEÇA DE APOIO NO RECONHECIMENTO DE EIXO

a. O trabalho da Peça de Apoio (Pç Ap) no Reconhecimento de Eixo inicia-se na


fase de planejamento, ocasião em que o Comandante da Peça deverá levantar, na carta,
os prováveis alvos ao longo do eixo de reconhecimento. Para isso, levará em conta a
existência de :
1) pontos críticos ao longo do eixo, como pontes, localidades, desfiladeiros e
bosques;
2) pontos dominantes ao longo do eixo que, de posse do inimigo, dificultariam ou
impediriam a progressão do pelotão;
3) eixos secundários favoráveis à realização de golpes de sonda pelas patrulhas
do G Exp e, conseqüentemente, pontos críticos e dominantes ao longo desses eixos.

b. Nesses pontos será feita a locação dos alvos, utilizando-se um código numérico
ou alfanumérico estabelecido como norma geral de ação do pelotão. É importante que
esse levantamento de alvos seja de conhecimento de todos os comandantes de grupos,
em especial do G Exp e do comandante de pelotão.

2-18
Fig. 2-22. Levantamento de alvos para a Peça de Apoio.

c. É provável que, durante o reconhecimento, surjam alvos não previstos pelo Cmt
Pç Ap. Para isso, o Cmt Pel deverá prever uma forma padronizada de transmitir a
localização do alvo via rádio de forma rápida e simples.

d. Durante o reconhecimento, a Pç Ap deverá desembarcar e entrar em posição de


tiro toda vez que o pelotão desdobrar seus meios no terreno ou que cesse o movimento, a
critério do Cmt Pel. Em ambos os casos, é fundamental a presteza dos integrantes da Pç
Ap para que, no mais curto prazo possível, a peça de morteiro esteja em condições de
bater, com fogos, os alvos levantados à frente da posição do pelotão e outros que
porventura surjam.

e. Especial atenção deve ser dada ao consumo de munição da Pç Ap. Para isso, o
Cmt Pel, o Adj Pel e o Cmt Pç Ap deverão realizar um criterioso controle dos tiros a serem
executados pela peça de morteiro, levando em conta a duração da operação de
reconhecimento e a possibilidade de remuniciamento.

2-13 TÉCNICAS DE PROGRESSÃO DO PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NO


RECONHECIMENTO DE EIXO

a. Conforme a possibilidade de contato com o inimigo, o grau de segurança


desejado, o tipo de terreno, a premência de tempo e a missão desenvolvida pelo pelotão,
variará o seu tipo de progressão. São os seguintes os tipos de progressão do pelotão.
1) Movimento contínuo do pelotão: empregado quando o contato com o inimigo
ainda não foi obtido e quando há premência de tempo. Nele, o pelotão não desdobrará

2-19
seus meios, a não ser que haja interferência do inimigo ou que cesse o deslocamento do
pelotão.
2) Todas as frações deslocar-se-ão por lanços, cuja extensão variará de acordo
com o terreno; cada viatura manterá o contato visual com as viaturas próximas e ficará
em condições de apoiar pelo fogo a viatura que a precede. Normalmente o G Exp liderará
a progressão, movimentando-se por lanços sucessivos ou alternados, conforme a
situação. Nesse processo, a Peça de Apoio não entrará em posição ao término de cada
lanço, a menos que o pelotão faça alto. O responsável pela manutenção da velocidade de
reconhecimento será o comandante da fração que estiver liderando o movimento (o G
Exp ou a Seç VBR). As distâncias entre as viaturas variam de acordo com o terreno, mas
deve-se procurar manter o contato visual. A distância entre os elementos deve permitir ao
pelotão mover-se com o máximo de velocidade, diminuindo-se, assim, a possibilidade de
ser envolvido numa emboscada ou armadilha e de expor, simultaneamente, todos os
elementos ao fogo inimigo. As distâncias nunca poderão exceder o alcance das armas em
apoio.
3) Movimento por lanços do pelotão: empregado quando o contato com o inimigo
é iminente ou já foi realizado ou quando a segurança é fator preponderante. Nesse
processo, o pelotão desdobra seus meios no terreno ao término de cada lanço, em
posições anteriormente escolhidas na carta. A peça de Apoio permanecerá instalada
durante o deslocamento do restante do pelotão de uma posição para outra. Tanto o G Exp
quanto o combinado formado pela Seç VBR e pelo GC poderão liderar a progressão.
Todas as viaturas deslocar-se-ão por lanços, exceto a da Pç Ap, que, entre as posições
de tiro se deslocará o mais rápido possível. A extensão do lanço não poderá exceder o
alcance de apoio da peça de morteiro. A progressão do pelotão durante a realização dos
lanços será idêntica à executada no processo anterior, porém, ao término de cada lanço,
os exploradores desembarcarão e entrarão em posição nos flancos, a uma distância que
não prejudique a retomada do movimento (no máximo 400 metros). A seção de carros
abandonará o eixo, procurando posições com algum grau de desenfiamento em que haja
condições de bater com seus fogos a direção de marcha. O GC desembarcará e
protegerá as VBR, somente após o pelotão haver desdobrado seus meios é que a Pç Ap
embarcará e cerrará para a posição do pelotão. Tão logo a peça de morteiro esteja
novamente pronta para o tiro, o restante do pelotão embarcará e seguirá para a próxima
posição já determinada. O responsável pela manutenção da velocidade do
reconhecimento passa a ser o comandante de pelotão, que deverá determinar o momento
de avançar para a nova posição.

Fig. 2-23. – Movimento por lanços do pelotão (pelotão desdobrado).

2-20
Fig. 2-24. Movimento por lanços do pelotão (Pç Ap cobrindo o avanço do restante do Pel).

Fig. 2-25. Movimento por lanços do pelotão (Avanço da Pç Ap para a próxima posição).

ARTIGO III

O PELOTÃO CAVALARIA MECANIZADO NO RECONHECIMENTO DE ZONA E ÁREA

2-14 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Reconhecimento é a ação conduzida em campanha, com o emprego de meios


terrestres e/ou aéreos, com o propósito de obter informações sobre o inimigo e/ou a área
de operações.

b. É, também, pelo reconhecimento que se levantam as informações que permitirão


ao comando realizar seu estudo de situação e formular seus planos de manobra.

2-15 DIFERENÇAS ENTRE RECONHECIMENTO DE ZONA E DE ÁREA

a. Reconhecimento de Zona – é o esforço dirigido para a obtenção de informes


detalhados sobre o inimigo e/ou a região de operações ao longo de uma faixa do terreno
definida em largura e profundidade. O Rec de zona é mais pormenorizado e,
normalmente, consome mais tempo que o reconhecimento de eixo. Na execução de um
reconhecimento de zona, o Pel recebe a zona que lhe foi determinada pelo Cmt Esqd,
que deve ser definida por meio de acidentes do terreno facilmente identificáveis, tais
como estradas, cursos d’água, cercas ou renques de árvores.
b. O reconhecimento de zona é empregado quando:

2-21
1) não se conhece a localização exata do inimigo, que poderá ser encontrado em
deslocamento através campo, por itinerários diversos ou, ainda, estacionado;
2) o escalão superior deseja selecionar itinerários para deslocar seu grosso;
3) desejam-se informes pormenorizados; e
4) o tempo disponível permite o reconhecimento por meio de um verdadeiro
vasculhamento da área de operação.

c. Reconhecimento de Área – é o esforço dirigido para a coleta de informes


detalhados sobre o inimigo e/ou o terreno, dentro de uma área especificada e
perfeitamente definida em seu perímetro, considerada de importância capital para o
sucesso das operações. Neste tipo de missão pode ser atribuída à fração a missão de
reconhecer uma localidade, um bosque, regiões de passagens ao longo de um rio
obstáculo, etc. A área a ser reconhecida deve ser completamente vasculhada,
particularmente quando se tratar de estradas e trilhas, acidentes capitais e prováveis
posições inimigas. Se houver restrição a viaturas, patrulhas a pé provenientes do grupo
de exploradores e do grupo de combate executarão a tarefa. O deslocamento para a área
a ser reconhecida é feito com a máxima rapidez e, no itinerário que a demanda, o pelotão
limita-se a efetuar apenas os reconhecimentos necessários a sua segurança. Quando, no
itinerário de deslocamento para a área a reconhecer, houver interposição de forças
inimigas, estas devem ser desbordadas, salvo ordem em contrário do Esc Sp. Na
impossibilidade de serem desbordadas, pequenos efetivos deverão se infiltrar no
dispositivo inimigo, buscando o cumprimento da missão. Não ocorrendo forte resistência
do inimigo, o Pel C Mec procurará avançar agressiva e audaciosamente sobre o inimigo.
Próximo à área a ser reconhecida, o Pel desdobrará no terreno e avançará em uma
formação que lhe proporcione adequada e contínua segurança.

d. A diferença básica de um reconhecimento de zona para um reconhecimento de


área reside na técnica em atingir a área a ser reconhecida, já que, nos demais aspectos,
em tudo se assemelham.

e. Tal afirmação se traduz na prática da seguinte forma: quando o Pel recebe a


missão de reconhecer uma determinada área, não realizando Rec de eixo ou zona, ele
deslocar-se-á velocidade de coluna tática – 40 km/h. Entretanto, se a área a ser
reconhecida está dentro de uma zona de ação, na qual o pelotão já se encontra
realizando um Rec de eixo ou zona, a velocidade de aproximação da área a ser
reconhecida será de acordo com o tipo de reconhecimento 15 km/h, ou seja, para Rec de
eixo e de 8 a 12 km/h para Rec de zona.

2-16 MANEABILIDADE DO GRUPO DE EXPLORADORES E DO GRUPO DE COMBATE


NO RECONHECIMENTO DE ZONA E ÁREA

a. No Rec de Zona, o grosso do Pel avança pelo melhor eixo, progredindo em


coluna, enquanto o grupo de exploradores reconhece outros eixos, caminhos carroçáveis,
trilhas e dobras do terreno, dentro da zona de ação atribuída.

b. Ao G Exp deve ser proporcionado tempo suficiente para efetuar golpes de sonda
que se façam necessários e reconhecer todos os acidentes do terreno na zona de ação.

2-22
c. No Rec de Área, o Pel se desloca pelo eixo mais favorável até a área a ser
reconhecida. Ao chegar à área designada, executa o Rec da mesma maneira que num
Rec de Zona, ou por meio do deslocamento do G Exp diretamente para um ou mais
postos de observação previamente selecionados, dos quais toda a área possa ser
observada. Estes PO podem ser reforçados por patrulhas a pé ou embarcadas.

d. Dependendo da quantidade de locais a se reconhecer ou de acordo com o terreno


é aceitável que o Cmt Pel lance mão de uma esquadra ou de todo o GC para reconhecer
determinado local; entretanto, é importantíssimo que o Cmt Pel analise o risco de
desguarnecer, parcialmente ou totalmente, a segurança aproximada das VBR.

e. Pode-se afirmar que de acordo com o terreno, o Pel realizará o Rec de Zona
totalmente desdobrado em linha, com o G Exp nos flancos e à frente do Pel. Em situações
especiais, O GC poderá empregar uma de suas esquadras no Rec de um local dentro da
Zona a ser reconhecida; todavia deverá, obrigatoriamente, manter a outra esquadra
provendo a segurança da Seç VBR.

2-17 MANEABILIDADE DA SEÇÃO VBR NO REC DE ZONA E ÁREA

a. No Rec de Zona a seção VBR progride junto ao grosso do Pel, pelo melhor eixo e
na parte central da zona de ação, ficando em condições de apoiar as ações de
reconhecimento do G Exp.

b. A Seção VBR é utilizada, também, para abrir prosseguimento na zona de ação do


Pel, quando o inimigo se antepor aos objetivos de informação.

c. No reconhecimento de área são adotadas as mesmas técnicas do Rec de Zona,


ressaltando-se apenas que, no deslocamento para a área a reconhecer, na marcha em
coluna tática, as VBR devem se deslocar junto ao grosso da fração.

ARTIGO IV

TÉCNICAS ESPECIAIS DE RECONHECIMENTO

2-18 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. As técnicas especiais de reconhecimento são condutas adotadas para a


abordagem de acidentes críticos do terreno, naturais ou artificiais, ao longo de eixo de
progressão ou para a realização do reconhecimento em situações especiais
(reconhecimento noturno, por exemplo).

b. Deve-se entender por acidente crítico durante uma operação de reconhecimento


aquele que canaliza a progressão do pelotão, dificultando ou impedindo seu

2-23
desdobramento, ou que, por suas características táticas, torne o pelotão mais vulnerável à
atuação inimiga.

c. As técnicas especiais proporcionam o máximo de segurança para a realização do


reconhecimento de pontos específicos. Este artigo aborda as técnicas mais comuns,
porém, não esgota as possibilidades de situações que poderão surgir durante um
reconhecimento, sendo fundamental a capacidade de decisão do comandante de pelotão
diante de situações diferentes que possam ocorrer.

2-19. RECONHECIMENTO DE PONTE

a. As pontes localizadas ao longo de eixo devem ser reconhecidas pelo pelotão


antes da sua ultrapassagem, para que se verifique a existência de minas, armadilhas,
cargas de demolição e a capacidade da mesma. Quando houver elementos habilitados,
uma placa deverá ser afixada nas proximidades da ponte, indicando a sua classe ou, ao
menos, os dados que foram levantados sobre ela.

b. Durante a fase de planejamento, todas as pontes devem ser assinaladas na carta


pelos comandantes de fração do pelotão, de forma que, ao se aproximar dela, o pelotão
desdobre-se no terreno visando apoiar as ações do G Exp. A Pç Ap deve instalar-se no
terreno de forma a bater as elevações que tenham dominância sobre a ponte. A Seç VBR
posiciona-se em um local de onde tenha as melhores condições de apoiar, com o seu
armamento, as ações de reconhecimento. O GC desembarca e realiza o apoio
aproximado às VBR. Normalmente, a 2ª Pa G Exp realiza um reconhecimento sumário e a
1ª Pa G Exp o reconhecimento detalhado, da forma descrita a seguir:

1) Procedimentos: Quando não há intervenção do inimigo antes da abordagem e


a ponte deve apenas ser ultrapassada e não ocupada, o procedimento do pelotão é o
seguinte:
a) o pelotão desloca-se mais devagar ao se aproximar da ponte;
b) ao avista-la a mesma, o Cmt G Exp informa o Cmt Pel e este define uma
posição para as VBR, a fim de que apóiem a passagem da ponte;
c) a 1ª Pa G Exp posiciona-se no último movimento do terreno antes da ponte,
onde instalará suas metralhadoras no terreno, ficando em condições de realizar a
segurança da 2ª Pa durante a sua ação; e
d) a 2ª Pa G Exp avança até cerca de 50 metros da ponte (Fig. 2-10), onde irá
sair do eixo e desembarcar. Os motoristas e o atirador da 2ª Vtr (2ª Pa G Exp), utilizando
o terreno da melhor maneira, devem vigiar as elevações que dominam as margens
opostas, para onde é apontada a metralhadora de seu reparo veicular, enquanto os outros
três elementos [Cb Aux, At 1ª Vtr (2ª Pa G Exp) e Sd Exp 2ª Vtr (2ª Pa G Exp) avançam].
O Cb Aux atravessa o curso d’água, se houver vau, observando a estrutura da ponte e a
possível existência de sabotagens que impeçam a travessia. Os outros dois militares
atravessam a ponte por lanços, verificando a entrada e saída da ponte quanto à
existência de minas ou algum tipo de avaria, ocupando a margem oposta e de lá
fornecendo segurança. Terminadas essas ações, o Cb Aux sinaliza para que os
motoristas avancem e estabelece uma segurança com a sua patrulha na linha de
elevações imediatamente após a ponte de forma a proteger o reconhecimento do Cmt G
Exp. Esse reconhecimento sumário executado pela 2ª Pa G Exp deve ser rápido e

2-24
agressivo, limitando-se à procura de minas e armadilhas e à verificação da estrutura da
ponte, não podendo durar mais do que 5 minutos;

Fig. 2-26. 2ª Pa G Exp realizando o reconhecimento sumário.

e) Após o reconhecimento sumário, a 1ª Pa G Exp avança para realizar o


reconhecimento detalhado (Fig. 2-11), no qual serão feitas as medições necessárias
verificando o estado da ponte e os indícios de atividades inimigas no local. O Cmt G Exp é
o responsável por essa ação. Em seguida, os informes são transmitidos ao escalão
superior e o restante do pelotão recebe ordem para avançar.

Fig. 2-27. 1ª Pa G Exp realizando o reconhecimento detalhado.

2-25
c. Quando o reconhecimento for feito por apenas uma patrulha, cada viatura
comporta-se como se fosse uma patrulha e todos os informes serão levantados pelo seu
comandante.

d. Quando não houver necessidade de informes ao escalão superior a respeito da


ponte, o reconhecimento poderá ser feito apenas pela 1ª Pa G Exp.

e. No caso da Seç VBR estar liderando o movimento do pelotão, esta deverá entrar
em posição antes da ponte. Elementos do GC poderão ser utilizados para substituir o G
Exp no reconhecimento.

f. A fim de permitir ao escalão superior o cálculo da capacidade da ponte, deverão


ser levantados e informados os seguintes dados:
1) tipo de piso;
2) quantidade de vigas e material;
3) dimensões da seção das vigas (largura e altura);
4) maior lance entre as pernas da ponte;
5) extensão total da ponte e número de lances;
6) material dos batentes; e
7) dimensões da seção das pernas e número de pernas por cavaletes.

Fig. 2-28. 1ª Pa G Exp realizando o reconhecimento detalhado.

h. É necessário que o pelotão possua um método expedito para determinar,


aproximadamente, a capacidade de pontes de estrutura de madeira e de trilho para que
possa verificar a possibilidade ou não da mesma ser transposta pelas viaturas do pelotão.
Para essas situações, deve-se realizar a avaliação da capacidade da ponte para a
travessia pelo pelotão, que consiste em um modo rápido e simples para verificar a
possibilidade de ultrapassagem como demonstrado abaixo:

2-26
1) pernas – um cavalete composto por duas pernas de madeira de 15 x 15 cm ou
18 cm de diâmetro suporta até 18 ton. Como medida de segurança, deve ser solicitado
apoio ao escalão superior para a transposição de pontes com pernas de dimensões
diferentes; e

Fig. 2-29. Corte transversal ponte 4 vigas (2ª fase)

2) vigas – para obter sua capacidade, deve ser multiplicado o resultado da tabela
abaixo, que utiliza a medida da altura da viga e do maior lance da ponte, pela largura da
viga em polegadas. Para calcular a capacidade da ponte, basta multiplicar o resultado
obtido pelo número de vigas. As vigas podres ou em más condições não deverão ser
computadas.

Fig. 2-30. Corte transversal do tabuleiro da ponte

2-27
ALTURA DA VIGA
Em polegadas
6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Em centímetros
15 20 2531 36 41 46 51 56 61
3,0 m 0,19 0,34 0,55
0,80 1,05 1,40 1,75 2,15 2,65 3,15
DIST. DO LANCE

3,6 m 0,19 0,28 0,44


0,65 0,90 1,15 1,45 1,80 2,15 2,60
4,2 m 0,15 0,24 0,37
0,55 0,75 0,95 1,25 1,55 1,85 2,20
4,5 m 0,13 0,22 0,35
0,50 0,70 0,90 1,15 1,40 1,70 2,05
4,8 m 0,12 0,20 0,32
0,47 0,65 0,85 1,05 1,30 1,60 1,90
5,4 m 0,18 0,28
0,41 0,55 0,75 0,95 1,15 1,40 1,70
6,0 m 0,16 0,25
0,36 0,50 0,65 0,85 1,05 1,25 1,50
7,2 m 0,19
0,27 0,38 0,50 0,65 0,80 0,95 1,15
8,4 m 0,22 0,32 0,42 0,55 0,65 0,80 0,95
Tab. 2-3 Método expedito para cálculo de capacidade de viga de madeira

Exemplo:
Ponte com 6 vigas de madeira
Dimensões da viga: Altura – 20 cm, Largura – 30 cm
Distância do maior lance: 3 m

Cálculos:
Na tabela, cruzando o dado ”Altura” (20 cm) com o dado “Lance” (3 m),
encontramos o valor 0,34;
Multiplicando-se esse valor pela “Largura” (em polegadas):
30 cm = 12 pol., então 0,34 x 12 = 4,08 ton (capacidade da viga)
4,08 x 6 (número de vigas) = 24,48 ton (capacidade da ponte)

i. Para pontes de vigas de trilho (35kg/m) utiliza-se a tabela abaixo, atentando para
que as viaturas sejam ultrapassadas uma de cada vez.

Dimensão do lance (em metros) Resistência de 1 viga (em toneladas)


3,00 2,6
3,60 2,2
4,20 1,8
4,50 1,7
Tab. 2-4 Resistência de viga de trilho

2-28
2-20. RECONHECIMENTO PELO FOGO

a. O reconhecimento pelo fogo é uma técnica especial quando o tempo for escasso
e não houver necessidade de sigilo. Sua adoção anula a surpresa do reconhecimento e
pode fracassar totalmente quando empregada contra uma tropa bem adestrada que, ao
invés de revelar sua posição, aguarde o momento oportuno para fazer uso da surpresa.

b. O reconhecimento pelo fogo é executado contra posições inimigas conhecidas ou


suspeitas, com a finalidade de obrigá-lo a responder pelo fogo ou movimentar-se,
revelando suas posições. Caso o inimigo não responda e não sejam observados indícios
de seu movimento, o pelotão prossegue no cumprimento de sua missão.

c. A técnica de reconhecimento pelo fogo consiste, basicamente, na realização de


tiros sobre uma posição suspeita, enquanto outros elementos observam tal posição. Para
a execução desses fogos, geralmente são utilizadas as metralhadoras do G Exp.
Entretanto, os canhões das VBR podem ser utilizados contra áreas onde se suspeita da
existência de viaturas blindadas inimigas. Em uma situação estática pode ser empregado
o tiro de morteiro.

d. Utiliza-se o reconhecimento pelo fogo contra acidentes do terreno que possibilitem


uma ação de emboscada contra o pelotão e que se localizem no eixo de progressão ou
próximo a ele. Neste caso, o reconhecimento é feito pela fração que lidera o movimento e
poderá ser seguida uma das seguintes linhas de ação:
1) A viatura que lidera a progressão ocupa uma posição abrigada no próprio eixo
e sua guarnição abre fogo contra a posição suspeita. A metralhadora permanece
embarcada, o motorista e o explorador tomam posição ao lado da viatura, para não haver
demora no reinício do deslocamento. Na ação, as posições a serem batidas são
escolhidas pelo Cmt Pa. Desta forma, o Cmt Pel deverá manter um controle mais cerrado
sobre seus exploradores, para evitar desperdício de munição e atraso no deslocamento
do pelotão ou interpretação errada dos acidentes do terreno quanto à provável presença
do inimigo;
2) A Pa testa desembarca e a metralhadora entra em posição no terreno, abrindo
fogo contra a posição suspeita. Caso o inimigo não se revele, a outra patrulha passa a
liderar a progressão e aborda ou ultrapassa a posição sob a proteção da primeira que
permanece desdobrada no terreno;
3) A Pa testa executa uma finta, simulando ter percebido a presença do inimigo e
retorna rapidamente para o último posto de observação, de lá abrindo fogo.

e. No caso da Seç VBR liderar a progressão, o pelotão deverá desdobrar-se no


terreno com os exploradores fornecendo segurança aos flancos, a Seç VBR e o GC
batendo a posição suspeita e com a Pç Ap instalada no terreno, em condições de abrir
fogo. Caso o inimigo não se revele, será feito um vasculhamento do local pelo GC a pé,
antes do restante do pelotão abandonar as posições e avançar.

2-29
2-21. RECONHECIMENTO DE DESFILADEIRO

a. O desfiladeiro é uma área crítica para quem deseja ultrapassá-lo pois facilita uma
ação inimiga, tendo em vista que canaliza o movimento e restringe a liberdade de
manobra, facilitando as ações de emboscada.

b. Quando as elevações que formam o desfiladeiro permitem o deslocamento de


viaturas, o pelotão deverá adotar a formação de combate em “Y”. Caso contrário, o
reconhecimento deverá ser feito pelo G Exp e/ou GC, sempre apoiado pela Seç VBR e Pç
Ap.

c. As elevações serão reconhecidas pelo G Exp enquanto elementos do GC


procurarão minas ou obstáculos à passagem, sob proteção do pelotão. Quando o
reconhecimento for completado, o restante do pelotão prosseguirá o movimento.

d. Quando o desfiladeiro for extenso, as elevações muito acentuadas ou houver


premência de tempo, poderá ser feito um reconhecimento pelo fogo. A Pç Ap baterá a
crista das elevações e as metralhadoras do G Exp as cobertas existentes nas encostas.

Fig. 2-31. Pel C Mec no reconhecimento de desfiladeiro.

2-22. RECONHECIMENTO DE PONTO DE PASSAGEM (VAU)

a. O reconhecimento de um ponto de passagem (vau) pode ser executado em


proveito do escalão superior ou para a utilização do próprio pelotão. A aproximação do
local de abordagem segue as mesmas prescrições para a abordagem de ponte. Havendo
necessidade de procura de uma posição mais vantajosa, cada Pa G Exp seguirá em uma
direção (à montante e à jusante) a pé ou embarcada, conforme o terreno.

2-30
b. O restante do pelotão permanecerá no local, com a Seç VBR em posição face à
margem oposta, e a Pç Ap com concentrações levantadas para pontos críticos de onde o
inimigo possa influir no deslocamento dos exploradores ou no dispositivo do pelotão. GC
desembarcará fornecendo segurança a toda a posição. Todas as viaturas e elementos
devem permanecer cobertos e abrigados e os movimentos são restringidos ao mínimo. O
contato rádio é mantido com os exploradores, mesmo deslocando-se a pé.

c. Ao encontrar um local satisfatório, a Pa G Exp avisará o Cmt Pel, enviando um


guia se houver necessidade. É feita a segurança na margem oposta até a chegada do
pelotão. Ao chegar ao local, o Cmt Pel deverá distribuir os seus homens. Em princípio,
uma patrulha fornecerá segurança e a outra reconhecerá e fará as medições necessárias.
O GC realizará o balizamento para a transposição do pelotão no leito do rio e em ambas
as margens, caso haja necessidade.

d. Deverão ser levantados os seguintes dados a respeito do rio:


1) profundidade máxima na faixa escolhida para a passagem das viaturas;
2) largura do rio no trecho considerado;
3) velocidade da correnteza;
4) declive de acesso em ambas as margens ou altura das mesmas;
5) áreas de estacionamento cobertas, próximas ao acesso ao vau; e
6) balizamento do itinerário, dos acessos e do vau, se houver necessidade.

e. No reconhecimento para Unidades que possuem viaturas blindadas anfíbias, não


haverá a preocupação de achar o trecho menos profundo do rio e sim o que possui
margens mais favoráveis. Deve ser evitada a escolha de margens com terreno frouxo,
lodoso ou barrancos, onde o carro possa perder a tração, atolar ou patinar. O declive de
acesso deve prosseguir para o interior da água, de maneira que as lagartas ou rodas
atuem no terreno antes de alcançar a margem. Para a saída das viaturas poderá ser
escolhido um declive de no máximo de 17° (30%), des de que o solo seja firme. O declive
das margens pode ser medido com auxílio do nível de emergência do morteiro
(clinômetro). O ponto da outra margem onde será feito o acesso de saída (deriva) será
função da velocidade da corrente. Pode ser calculado pela fórmula:

D = (L x Va) / Vo

Fig. 2-32. Cálculo da deriva


Onde:
D – deriva
L – largura do rio
Va – velocidade desenvolvida pela viatura na água
Vo – velocidade da correnteza

2-31
f. A travessia do vau pelo pelotão será feita por lanços, sempre com segurança. Em
cada viatura do G Exp, um homem desembarcado fornecerá segurança e outro guiará o
motorista por sinais, deslocando-se a frente da viatura durante a travessia. Após o G Exp,
atravessará uma das VBR, protegida pela outra em posição. Quando a primeira estiver
instalada no terreno, atravessará a segunda. O GC atravessará a pé acompanhando as
VBR, e as VBTP após estes. A Pç Ap embarcará e atravessará em seguida.

g. Para a transposição de um curso d’água através de um vau, deve-se ter em conta


as características técnicas do material (viaturas) de dotação do Pel C Mec. Quando
necessário, deverá ser realizada a preparação das viaturas para a transposição, em
especial as viaturas leves do G Exp. A travessia das viaturas do G Exp poderá ser feita
através de manobras de força, empregando os cabos de aço das VBR e VBTP que
rebocarão, se for o caso, as viaturas blindadas leves. Para isso, devem ser tomadas
algumas medidas de preparação nas viaturas do G Exp:
1) obstruir o cano de descarga;
2) afrouxar a correia do ventilador;
3) vedar os suspiros das caixas de engrenagem, dos elementos de bateria e do
reservatório de óleo de freio; e
4) verificar a vedação das tampas do reservatório de combustível, de óleo e da
vareta do nível de óleo.

h. Após a transposição, as guarnições das viaturas deverão tomar as seguintes


providências:
1) desfazer todas as medidas executadas para a travessia;
2) abrir e secar o distribuidor e a caixa de reguladores com o devido cuidado; e
3) secar o coletor e as escovas do dínamo do motor de partida.

2-23. RECONHECIMENTO NOTURNO

a. O reconhecimento noturno é dificultado pela pouca visibilidade e não é


normalmente realizado pelo Pel C Mec. Devido ao ruído dos motores, as viaturas se
tornam mais vulneráveis a emboscadas, a armas anticarro com tiro amarrado e a minas
anticarro, dificilmente detectadas pela pouca visibilidade. Todavia o pelotão poderá
receber missões de reconhecimento noturno impostas pelo escalão superior, que devem
ser cumpridas a pé ou com o emprego de viaturas.

b. Reconhecimento noturno a pé
1) Normalmente o reconhecimento a pé parte de posições instaladas pelo pelotão
ou esquadrão. Nestes locais ficarão as viaturas do pelotão. O efetivo da patrulha será
decorrente da missão e da necessidade de segurança na posição das viaturas.
Normalmente missões de reconhecimento a pé serão realizadas pelo G Exp, se for o caso
sem os motoristas, e pelo GC. O armamento e equipamento será também decorrente da
missão.
2) O reconhecimento noturno a pé é recomendado para distâncias que permitam
o deslocamento a pé em tempo útil para o objetivo do reconhecimento. As missões abaixo
são as mais comuns de serem atribuídas ao pelotão:
a) reconhecimento de acidentes importantes;

2-32
b) reconhecimento à frente, nos flancos e no interior de posições defensivas (P
Def);
c) reconhecimento de posições de ataque e itinerários de progressão para um
ataque noturno a ser realizado pelo escalão superior.

c. Reconhecimento noturno com o emprego de viaturas


1) É executado quando as distâncias são excessivas para o emprego das tropas a
pé ou o tipo de missão obriga o emprego de viaturas. As missões abaixo são as mais
comuns de serem atribuídas ao pelotão:
a) Reconhecimento ou ocupação de acidentes importantes, pela necessidade
urgente de informes do escalão superior;
b) Abordagem de uma determinada linha ou ponto de controle antes do dia
seguinte;
c) Ocupação noturna de uma posição de bloqueio (P Blq), durante missões de
segurança.
2) Durante o reconhecimento, nos deslocamentos através de estradas, o pelotão
reduzirá as distâncias entre as viaturas da Seç VBR, GC e Pç Ap e o G Exp deslocar-se-á
mais a frente, reconhecendo o itinerário e oferecendo segurança ao pelotão. Serão
deixadas viaturas balizando os incidentes ou as passagens difíceis do itinerário, que em
seguida retornarão às patrulhas. Nos deslocamentos através campo, todo o pelotão
desembarcará e marchará ao lado das viaturas, fornecendo proteção aproximada e
percorrendo o terreno adjacente ao itinerário de marcha. Serão determinados setores de
responsabilidade aos homens e qualquer ordem será dada em voz baixa e transmitida de
homem para homem. O deslocamento será feito com escurecimento total. Deverão ser
evitadas acelerações excessivas dos motores, devendo inclusive, os comandantes de
frações determinarem aos motoristas a marcha em que se deslocará a viatura nas
subidas e nos trechos arenosos ou lamacentos. O volume dos rádios deverá ser
diminuído ao mínimo necessário para o funcionamento da rede. Os comandos serão por
gestos ou por sinais de lanternas escurecidas, se houver necessidade. Seguidas as
prescrições, as viaturas blindadas leves não deverão ser ouvidas a mais de 100 metros e
as demais viaturas blindadas a mais de 200 metros. Os comandantes de fração manterão
controle cerrado sobre os homens e as viaturas, arbitrando uma numeração no interior da
fração que lhes permita a conferência dos efetivos quando houver necessidade (reinício
de movimento, altos, ordem de embarcar, aumento da velocidade, intervenção do inimigo,
etc).
3) O G Exp deverá marchar uns 200 m a frente da Seç VBR, de forma que
qualquer posto de escuta inimigo o perceba antes de ouvir o ruído dos carros. Nos
deslocamentos, através campo, um elemento auxiliará o motorista no deslocamento e
outro observará, escutará e fornecerá segurança. A metralhadora será carregada, travada
e colocada no reparo e o combinado é deixado de forma a poder ser utilizado pelo
elemento que se desloca a pé ao lado da viatura. Em caso de receber fogo, o G Exp avisa
o Cmt Pel e se desdobra no terreno, procurando forçar o inimigo a revelar suas posições
pelo clarão dos disparos. A Seç VBR cessa o seu movimento e o GC a pé vai procurar
posições desenfiadas para as VBR face as posições do inimigo. Para lá se deslocam os
carros e, depois de abrigadas as viaturas restantes, mediante ordem do Cmt Pel, abrem
fogo sobre as posições inimigas já reveladas. O GC protege as VBR, ocupando posições
a não menos de 30 m delas. A Pç Ap entra em posição o mais rápido possível em local
desenfiado, do qual o clarão do disparo não revele a posição. Uma vez fixado o inimigo, é
feito um estudo de situação pelo Cmt Pel e adotada uma linha de ação.

2-33
4) A abordagem do objetivo de reconhecimento é feita normalmente pelo G Exp a
pé. O restante do pelotão cobre o seu movimento, se houver necessidade, ou entra em
defesa circular em um local distante no mínimo 400 m do objetivo. Devido à dificuldade de
orientar-se à noite, à medida que se perceber a aproximação do objetivo, a velocidade do
pelotão deverá ser reduzida e o Cmt Pel deverá atuar mais com os Exploradores até se
certificar de sua posição em relação ao objetivo, quando determinará o local para a
defesa circular do pelotão ou as posições para as armas que darão cobertura à
progressão do G Exp.

2-24. RECONHECIMENTO DE BOSQUE

a. Normalmente, o pelotão poderá encontrar três tipos de áreas matosas mais


características em suas missões de reconhecimento:
1) mata densa cujo deslocamento em seu interior só é permitido a tropas a pé,
através de trilhas;
2) bosques de árvores grandes e espaçadas, que permite o deslocamento de
viaturas em seu interior;
3) macega alta, que proporciona boa cobertura para observação terrestre e
facilidade de deslocamento, sem oferecer obstáculos para viaturas blindadas e até
mesmo motorizadas.

b. Tais tipos de bosques poderão ser encontrados tanto no eixo de progressão


quanto margeando-o e poderão ser ultrapassados ou reconhecidos conforme a missão.

c. Os bosques abertos, tipo eucaliptais ou pinheirais, deverão ser transpostos com


uma formação que propicie o contato visual. Um elemento em cada viatura do G Exp
deverá guiará-la desembarcado. A velocidade da viatura será a de um homem a pé e o
GC deslocar-se-á ao lado das VBR provendo a segurança destas. Antes de abordar os
bosques, as VBR entrarão em posição e cobrirão o avanço dos exploradores
embarcados, que vasculharão aproximadamente 200 m em cada lado do ponto escolhido
para entrada e 100 m para o seu interior.

Fig. 2-33. Reconhecimento de bosque Fig. 2-34. Reconhecimento de bosque


fora do eixo de progressão. atravessado pelo eixo de progressão.

d. Em seguida, o restante do pelotão avançará e será constituída a formação para a


travessia. A Pç Ap deverá entrar em posição para cobrir o avanço do G Exp.

2-34
e. Quando o eixo atravessar uma mata densa, o pelotão progredirá na formação em
coluna com os Exploradores à frente. Estes poderão executar um reconhecimento pelo
fogo nas margens da estrada quando a situação permitir e houver disponibilidade de
munição. Quando a extensão a atravessar for pequena e não houver premência de
tempo, um elemento em cada viatura do G Exp e o GC progredirão a pé, provendo a
segurança aproximada do pelotão. Caso contrário, o pelotão deslocar-se-á mais
rapidamente e o GC desembarcará da VBTP, subindo nas VBR. Tal medida visa proteção
dos blindados e facilita a reação imediata contra qualquer tipo de ação inimiga
proveniente da mata. Os fuzileiros deverão manter constante observação e evitarão
prejudicar a visão dos motoristas das VBR ou o giro da torre. Quando o contato com o
inimigo for iminente e o bosque não for muito extenso, poderá se realizado um
reconhecimento pelo fogo com morteiro, utilizando granadas explosivas com retardo.

f. Para a travessia de macegas extensas, deve ser adotada a formação em “Y”, com
os elementos do GC desembarcados ou sobre as VBR, conforme a velocidade imprimida
ao pelotão. Macegas pequenas serão reconhecidas pelo G Exp antes da travessia do
pelotão.

g. Quando um bosque necessitar ser reconhecido e não apenas atravessado, tal


tarefa será executada pelo G Exp, apoiado pelo restante do pelotão em posição. Em
macegas e bosques abertos, o reconhecimento limitar-se-á à orla, onde serão procurados
indícios do inimigo. Poderá ser feito fogo com morteiro a fim de obrigar o inimigo a
abandonar o bosque. Neste caso, o restante do pelotão deverá estar coberto e abrigado
vigiando todas as saídas da área.

h. Caso o reconhecimento da mata seja missão específica do pelotão, os


exploradores poderão entrar a pé procurando contato com o inimigo, utilizando as trilhas
existentes. Se possível, será mantido contato rádio com o pelotão e principalmente com o
Cmt Pç Ap. Em caso de contato com o inimigo, o G Exp retrairá e a Pç Ap baterá a área
cujo ponto central será o local estipulado pelo G Exp como centro do dispositivo inimigo.
Só será iniciado o fogo após o G Exp ter abandonado a mata.

i. O Pel C Mec não tem capacidade para liberar uma área de mata densa ocupada
por elementos irregulares inimigos. No entanto, poderá manter vigilância sobre ela e fogo
de inquietação sobre seu interior, até que o escalão superior adote uma linha de ação
para a situação.

j. Caso haja intervenção do inimigo durante a travessia de um bosque, deverá ser


montado um ataque do pelotão, se possível.

2-25. RECONHECIMENTO DE LOCALIDADE

a. É possível afirmar que as características fisiográficas das áreas edificadas afetam,


negativamente, o emprego da Cavalaria Mecanizada. A mobilidade é prejudicada pela
canalização das ruas; os campos de tiro são limitados pelos obstáculos existentes,
muros e prédios; as viaturas, blindadas ou não, se tornam vulneráveis aos ataques das
armas anticarro; as comunicações amplas e flexíveis são afetadas pelas paredes de
concreto e estruturas de aço das casas e edifícios; a velocidade de reconhecimento é

2-35
reduzida em virtude da dificuldade de deslocamento e da vulnerabilidade aos ataques e a
frente de emprego das peças de manobra deve ser reduzida em razão da fácil
dissimulação do inimigo e do difícil terreno a reconhecer. Pode se conclui que o êxito da
missão está intimamente ligado ao planejamento detalhado da missão de reconhecimento
por parte do Cmt Pel.

b. O Cmt Pel em sua missão de reconhecimento deve buscar tirar o máximo de


proveito da localidade e nela permanecer o mínimo de tempo possível, para que não se
torne um alvo compensador. Entretanto o Cmt Pel não deve esquecer que a presença de
seu Pel no interior da localidade se faz necessária, única e exclusivamente para que o Pel
possa levantar os elementos essenciais de informação (EEI) solicitados pelo escalão
superior. Orientar-se segundo os objetivos de informação é um dos fundamentos das
missões de reconhecimento. Esses objetivos norteiam o cumprimento da missão e os EEI
estão inseridos nesse contexto. Cabe ressaltar que o Pel C Mec não investe na localidade
com a missão de combater, mas sim com a missão de reconhecer. O reconhecimento
pode vir a se transformar em um combate urbano. O Cmt Pel deverá sempre ter em
mente dois aspectos importantíssimos: primeiro o de executar as ações durante o contato,
mesmo estando dentro da localidade, segundo de estar sempre atento aos fundamentos
de evitar o engajamento decisivo e de orientar-se segundo os objetivos de informação
(EEI) impostos ou não pelo escalão superior.

c. O planejamento bem elaborado proporciona rapidez, flexibilidade e redução na


adoção de condutas que possam surgir no transcorrer da operação.

d. As operações urbanas carecem de uma atenção particular, em razão da


diversidade de fatores que podem influenciar diretamente no planejamento. De maneira
geral pode-se dizer que não existe uma fórmula padronizada de planejamento para as
operações urbanas. Caberá, então, ao Cmt Pel, antes do seu planejamento, identificar
separadamente os fatores que intervêm diretamente no planejamento de uma operação
de reconhecimento de localidade. Este estudo balizará o planejamento detalhado da
missão, pois se podem adotar decisões de reconhecimento diferentes, para uma mesma
localidade, conforme esses fatores se apresentarem.

e. Um dos primeiros fatores a ser levado em consideração é o território no qual


ocorre o conflito, isto é, a área de operações. São possíveis quatro situações de o
reconhecimento de área urbana ocorrer: dentro do território amigo; em território inimigo;
no território de um país neutro ou em território fronteiriço. Outro fator a se levar em
conta é a atitude da população diante da missão de reconhecimento. A população local
poderá influenciar decisivamente na operação, de acordo com a sua atitude perante a
tropa amiga ou inimiga. A população pode: ser neutra aos acontecimentos; favorável ao
reconhecimento, apoiando-o, ou ser hostil à presença do exército amigo, apoiando o
inimigo ou mesmo combatendo a seu lado. É normal, apesar de não ser “via de regra”,
que esse fator atue em consonância com a área de operações. Assim sendo, é comum e
provável que, quando uma tropa atue em território inimigo, a população ali residente
influencie desfavoravelmente a sua atividade operacional. Apesar de ser abrangente, a
situação tático-estratégica da localidade é um fator determinante do grau de importância
dessa área para ambas as forças, no contexto da guerra ou em dado momento do
combate. O que representa para o país amigo e para o país inimigo o reconhecimento, a
ocupação ou o domínio da localidade? Quais são as intenções dos países pela

2-36
localidade? A resposta destas perguntas influenciará o emprego do Pel na operação de
reconhecimento. Outros fatores importantes são: o tipo de guerra, o inimigo e a sua
doutrina de combate. A missão de reconhecimento pode estar enquadrada dentro de uma
guerra regular ou de uma guerra irregular. O exército inimigo poderá ser uma tropa
regular - forças armadas - ou uma milícia. A doutrina de combate do inimigo poderá ser
similar à da tropa amiga ou se basear em outros processos de combate. A probabilidade
de contato com o inimigo é iminente, provável ou pouco provável.

f. O território, a atitude da população, o grau de importância da localidade, o tipo de


guerra, o inimigo e a sua doutrina são os fatores intervenientes do planejamento. A
interação desses fatores estruturará uma situação de reconhecimento e sendo possível
haver diversas interações e, conseqüentemente, diversas situações de combate. Esta
estruturação influenciará, diretamente, no estudo detalhado do planejamento de
reconhecimento de uma determinada localidade. Para melhor entendimento, seguem
abaixo três exemplos de interações distintas:
1) o território em que ocorre o reconhecimento esta dentro de um país amigo, a
população residente é favorável à operação de reconhecimento, o inimigo é uma tropa
regular de um país limítrofe, a doutrina inimiga empregada é semelhante à do país amigo
e a localidade não é vital para as operações futuras de ambos os países;
2) o território em que ocorre o reconhecimento está dentro de um país neutro, a
população residente é favorável à operação de reconhecimento, o inimigo é uma tropa
irregular de um país limítrofe, a doutrina empregada utiliza maciçamente as forças de
guerrilha e as ações de terrorismo, e a localidade é vital para as operações futuras do
país amigo;
3) o território em que ocorre o reconhecimento é do próprio país, a população
residente é desfavorável à operação de Rec, o inimigo é uma tropa regular de um país
limítrofe, a sua doutrina de emprego é semelhante a do país amigo e a localidade é vital
para as operações futuras de ambos os países.

g. Por fim, cada situação terá um quadro tático diferente. Ao realizar o estudo
detalhado, o Cmt Pel notará que para cada quadro tático, é possível obter-se uma decisão
de reconhecimento, mesmo que as localidades citadas tenham as mesmas dimensões e
características. Em razão disso, antes do início do planejamento, é importante que o Cmt
Pel analise os fatores intervenientes do planejamento, já citados acima. Estes aspectos
podem ser identificados quando do recebimento da missão ou descobertos através dos
informes de combate que possam vir a surgir até a abordagem da localidade a ser
reconhecida

h. Missão, inimigo, terreno, meios e tempo são aspectos comprovados e


amplamente utilizados durante o planejamento de uma missão de reconhecimento. Esses
aspectos não sofrem grandes mudanças nas operações de reconhecimento urbano,
porém cabe salientar algumas preocupações que o Cmt Pel deve ter em relação aos
aspectos do terreno que interessam ao reconhecimento de localidade:
1) Altimetria: os aspectos altimétricos em uma localidade são importantes para o
planejamento do reconhecimento. Normalmente, os acidentes topográficos dominantes
são acidentes capitais importantes no interior de uma localidade e influenciam na escolha
da melhor linha de ação, devido ao comandamento destas alturas. A existência de
elevações fora da localidade influenciará na aproximação dos meios, na ocupação de

2-37
postos de observação e no posicionamento do morteiro, que apóia o avanço do Pel C
Mec.
2) Planimetria: ruas, estradas e rios são importantes no Rec de uma localidade,
pois, normalmente, auxiliam na marcação das medidas de coordenação e controle;
3) Obstáculos naturais e artificiais: a localidade, por si só, constitui um obstáculo
para as VBR e aos carros de combate. A existência de rios, viadutos, aquedutos, lagos e
matas canalizarão o movimento, interferindo nas ações. Além desses há aqueles que
resultam da própria construção da localidade, como muros, valas, escombros, ruínas, e
que podem ser agravados pelos obstáculos artificiais. Se um rio-obstáculo passa pela orla
anterior da localidade, aumenta o valor defensivo da posição; se passa pela orla posterior
da localidade pode constituir-se em excelente posição para ações futuras; se
longitudinalmente no interior da cidade, dissocia os esforços das tropas empenhadas; se,
no entanto, for perpendicular à direção de atuação, favorece um possível defensor.
4) Observação e campos de tiro: analisando esse aspecto, pode-se afirmar que
um possível defensor instalado na orla da localidade possui maiores vantagens do que a
tropa de reconhecimento. Mas, no interior da localidade os campos de tiro e de
observação limitar-se-ão ao sentido das ruas. O dispositivo das habitações é que
permitirá avaliarmos melhor este fator, no entanto, a compartimentação dos casarios
reduz a extensão dos campos de tiro e, conseqüentemente, limita o emprego do
armamento.
5) Cobertas e abrigos: existe de forma abundante neste ambiente operacional.
Muros, casas, prédios, túneis, galerias subterrâneas são alguns dos vários fatores que
podem ser utilizados para a aproximação dos meios.
6) Vias de acesso: as localidades são importantes nós rodoviários e,
normalmente, possuem vias de acesso convergentes para a sua entrada. Podem ainda
possuir uma via de acesso principal que corta a localidade de um lado a outro e uma via
de acesso que circunda toda a localidade.
7) Ainda no aspecto terreno é importante que o Cmt Pel verifique as seguintes
instalações no interior da localidade: aeroportos, portos, galpões, postos de combustível,
quartéis, fábricas de munição e de armamento, e instalações que devem ser reconhecidas
e monitoradas, pois são locais potencialmente importantes para a utilização tanto da tropa
amiga, pela qual o Pel atua em proveito, quanto pela tropa inimiga.

i) Em particular nas operações urbanas é necessário que o Cmt Pel realize uma
análise dos aspectos sociais, político-administrativos, econômicos e os interesses militar,
existente em uma localidade. Esses são aspectos existentes em considerável parcela dos
centros urbanos, independentemente dos fatores intervenientes. Para esta análise deve
ser considerado o seguinte:
1) No aspecto social:
a) Número de habitantes: a alta densidade demográfica pode dificultar o
movimento e a atuação das forças pelas ruas e avenidas da localidade, bem como a
baixa densidade demográfica flexibilizará estas ações. O Cmt Pel deve preocupar-se com
a possível formação de longas colunas de refugiados à esteira das estradas, pois tal
situação, caso ocorra, influenciará diretamente a missão de reconhecer.
b) Características das habitações: a existência de prédios, vilas, conjuntos
habitacionais, condomínios e favelas, bem como a estrutura das ruas e dos quarteirões,
devem ser levadas em consideração para padronização de procedimentos. Normalmente,
em uma localidade podem ser encontradas zonas distintas: a periferia da cidade, onde se
pode encontrar casas ou pequenos grupos de casas isoladas e cercadas por quintais;

2-38
uma outra região em que se podem encontrar casas ou prédios que guardam entre si
pequena distância; e, ainda, outra região, normalmente o centro da localidade, onde
essas construções não guardam intervalo entre si.
2) Nos aspectos político-administrativos e econômicos:
a) Instalações governamentais e institucionais: prefeitura, câmara dos
deputados, estações de tratamento de água, centrais de distribuição de energia elétrica,
agências bancárias, dentre outras instalações, são pontos vitais de uma localidade que
devem ser localizados.
b) A existência de áreas industriais e de um pólo petroquímico, têxtil ou
alimentício é importante para análise do planejador. É normal que as atividades
econômicas de uma região girem em torno de grandes complexos industriais. É comum
existirem nesses locais áreas sensíveis, que se constituem em um grande atrativo para as
ações de sabotagem. Em se tratando de refinarias de petróleo ou de usinas energéticas a
atenção deve ser redobrada, pois, normalmente, há interesse por parte do escalão
superior. É observado ainda, que nesses locais há um intenso trânsito de pessoas,
veículos e caminhões de carga. As áreas industriais, devido às características citadas,
constituem-se em regiões complexas para o reconhecimento.

j. Um planejamento bem elaborado proporciona rapidez, flexibilidade e redução na


adoção de condutas que possam surgir no transcorrer da operação.

l. Os EEI são questionamentos, impostos ou não pelo escalão superior, que devem
ser respondidos pela missão de reconhecimento. Poderão existir diversos EEI impostos
pelo escalão superior. Se o Cmt Pel não receber uma ordem especificando os objetivos
de informação que devem ser reconhecidos no interior da localidade, ele deverá identificar
os prováveis elementos essenciais de informação (EEI) presentes no ambiente
operacional urbano. Para fins de planejamento o Cmt Pel poderá levantar como prováveis
EEI os seguintes aspectos quanto ao:
1) Inimigo:
a) Descobrir vestígios de tropa no interior da localidade;
b) Verificar o dispositivo, valor, localização e composição do inimigo;
c) Verificar a localização de prováveis atiradores de elite “Snipers”;
2) Terreno:
a) Executar o reconhecimento das pontes que existam no interior e nos
arredores da localidade;
b) Verificar a existência e executar o reconhecimento de obstáculos naturais e
artificiais;
c) Reconhecer e confirmar os dados planimétricos existentes no terreno
(direção e capacidade das ruelas, ruas, avenidas, etc.). Como atesta a citação, muitas
vezes os aspectos planimétricos se mostram diferentes dos visualizados no estudo da
carta topográfica. Para melhor exemplificar os conceitos citados. “(...) Era fácil se perder
em Mogadíscio. As ruas não seguiam qualquer planejamento urbano organizado. Ruas
que pareciam levar a determinado lugar mudavam subitamente de direção (...)”. O referido
texto foi extraído do livro Falcão Negro em perigo de BOWDEN, 2001.
3) Meios:
a) Comunicações: verificar a existência e a localização das empresas de
telecomunicações; tipos de meios e a área de abrangência;
b) Logísticos: verificar a existência e executar o reconhecimento em galpões,
armazéns, mercados e verificar a capacidade dos postos de gasolina;

2-39
c) Engenharia: reconhecer possíveis estações de tratamento d’água e locais de
suprimento d’água tais como barragens, aquedutos ou adutoras e seus pontos
vulneráveis; verificar a existência e reconhecer os locais de produção ou distribuição de
energia elétrica, a força geradora (água, carvão ou óleo) e os locais vulneráveis;
reconhecer as indústrias e os depósitos de engenharia tais como, pedreiras, jazidas de
areia, cascalho, serrarias, olarias e fábricas de cimento, usinas siderúrgicas e fábricas de
máquinas;
d) Manutenção: reconhecer, se possível, as oficinas mecânicas de pequeno,
médio e grande porte, com o tipo de peças estocadas (peças de carro, caminhão, carreta,
ônibus, etc.);
e) Saúde: identificar a capacidade das instalações hospitalares tais como,
farmácias, postos de saúde, clínicas e hospitais, e a possibilidade de serviços a serem
prestados, e, dentro do possível, o pessoal de saúde existente;
f) Transporte: identificar possíveis ferrovias e suas ligações; verificar a
existência de rodovias, aerovias, hidrovias e suas características; identificar a capacidade
do terminal aeroviário, rodoviário, ferroviário e do porto; verificar, ainda, a existência e a
capacidade das possíveis empresas de transporte de carga e passageiros.
4) Assuntos civis:
a) Analisar a conduta da população e a repercussão na mídia local quanto à
presença da tropa na localidade;
b) Observar a existência de refugiados nos eixos que demandam à localidade
e, mediante ordem, conduzi-los a locais pré-determinados;
c) Verificar o grau de normalidade da localidade.

m. A observância destes EEI, acima citados, por parte do Cmt Pel otimizará e
padronizará os procedimentos de reconhecimento no interior e nos arredores de uma
localidade. Diante da resposta de “o que reconhecer”, o Pel C Mec preparar-se-á melhor
para operações dessa natureza, pois, estará em melhores condições para identificar e
reconhecer os aspectos úteis e importantes de uma localidade

n. O reconhecimento de localidade, assim como toda operação de combate em


cenário urbano, requer alto índice de coordenação e controle. Trata-se de um
reconhecimento de área, porém com características especiais.

o. O Pel C Mec, atuando isoladamente, possui capacidade reduzida para atuar em


áreas urbanas. Como dado, pode-se dizer que o pelotão tem limitada capacidade de
reconhecer uma localidade de 4km de frente, como pressupõe os dados médios de
planejamento (Dameplan) para Rec de Área. Logo, caberá ao Cmt Esqd ou ao Cmt Rgt
decidir quais e quantos meios ele empregará para Rec determinada localidade.

p. Ao aproximar-se de uma localidade, o pelotão abandonará o eixo, as viaturas


serão camufladas e a Pç Ap entrará em posição e ficará em condições de bater a
localidade (a entrada, a saída e as elevações que a dominam). O G Exp desembarca e
ocupa uma elevação de onde possa observar toda a localidade, principalmente a saída
dela. O Cmt Pel deverá acompanhar os Exploradores neste reconhecimento com todos os
comandantes de frações e o contato rádio deverá ser mantido com o pelotão, que
permanecerá a comando do Adj Pel. Serão levantado o itinerário a ser percorrido pelo
pelotão, os pontos críticos e os indícios de presença inimiga no interior da localidade.

2-40
Fig. 2-35. Reconhecimento de localidade Fig. 2-36. Reconhecimento embarcado
(aproximação do Pel C Mec e ocupação de localidade grande (até 2 km).
de P Obs.).

q. Quando o pelotão recebe a missão de reconhecer uma localidade, deve, se


possível, aproximar-se pelos flancos. Se não houver premência de tempo, o
reconhecimento pode ser feito a pé, pois é mais eficiente e mais detalhado, além de
resguardar as viaturas da possível ação de armas anticarro inimigas. A decisão pelo
reconhecimento a pé deve ser analisada levando-se em conta o tamanho da localidade e
o tempo disponível, haja vista ser um reconhecimento bastante lento.

r. Quando o tempo é de capital importância, o reconhecimento poderá ser feito


embarcado. Em qualquer situação, uma observação minuciosa deve preceder a ação de
reconhecimento, onde serão estabelecidos os locais por onde a localidade será abordada,
os limites entre as zonas de ação, os prováveis locais de resistência inimiga e os pontos
de reunião no interior da localidade.

s. A Pç Ap deve ser posicionada de forma a bater as entradas e saídas da


localidade, bem como áreas suspeitas em seu interior. A Seç VBR posiciona-se de forma
a bater as prováveis vias de acesso para viaturas e locais favoráveis à instalação de
armas anticarro.

t. Reconhecimento a pé de uma localidade


1) No reconhecimento a pé, o G Exp desloca-se em uma, duas, três ou quatro
patrulhas, dependendo do tamanho do objetivo, das possibilidades de aproximação e das
cobertas e abrigos para a progressão em segurança.
2) Em uma localidade pequena, o grosso do pelotão permanece em posição até
que as patrulhas do G Exp tenham completado a sua missão, a menos que necessitem de
auxílio dos elementos de manobra.
3) Em uma localidade grande, tão logo as patrulhas tenham verificado que o
primeiro quarteirão da localidade não está ocupado pelo inimigo, os elementos de
manobra deslocam-se até a primeira linha. As Pa G Exp deslocam-se a pé e continuam o
reconhecimento, observadas e seguidas de perto pelo restante do pelotão. Em certas
situações, o GC pode executar o reconhecimento a pé, auxiliando o G Exp ou realizando

2-41
a proteção aproximada das VBR, o que é mais comum. Linhas de controle ou objetivos
sucessivos podem ser designados para melhor coordenação, usando-se ruas transversais
ou paralelas. A Pç Ap poderá se deslocar para uma posição mais à frente se necessário.

u. Reconhecimento embarcado de uma localidade


1) Neste caso, o pelotão ocupa uma posição, e as Pa G Exp, embarcadas,
rapidamente se deslocam para frente, uma viatura de cada vez, para reconhecer o
quarteirão seguinte da localidade. Se o quarteirão reconhecido não estiver ocupado pelo
inimigo, o restante do pelotão avança e a progressão continua. O deslocamento no
interior de uma localidade deve ser feito por lanços, numa formação dispersa e próxima
das edificações, em condições de agir contra os prédios do lado oposto, pela observação
e pelo fogo.
2) O Cmt Pel deverá determinar um tempo para o G Exp fazer o reconhecimento.
Este deverá reconhecer todos os trechos da cidade que sejam pontos de passagem
obrigatórios para o pelotão e as casas que margeiam esses locais. Construções, praças
ou espaços vazios, que ocupem toda a extensão de uma rua, deverão ser abordados e
vasculhados. Edificações sólidas, que forneçam boas possibilidades para evasão
(próximas a becos, locais matosos ou barrancos de rios), são possíveis locais de
emboscada e devem ser reconhecidos.
3) A área a ser reconhecida deverá ser dividida pelas patrulhas e essas não
deverão separar muito suas viaturas para que uma tenha condições de apoiar a outra. Em
situações especiais, ao desembarcar para o reconhecimento, permanecerão junto às
viaturas os motoristas e um atirador de metralhadora. Os rádios manterão contato
constante com o pelotão e com a outra patrulha, informando sempre a sua exata posição
e o que está sendo observado. Em cada patrulha em movimento, o elemento da frente
observará o pavimento inferior das edificações e as ruas, com sua guarnição observando
a frente e o lado oposto, e a outra viatura marchará próxima ao meio-fio com sua
guarnição observando o lado oposto e a retaguarda. As viaturas da patrulha manterão
uma distância de 50 m entre si. O Cmt Pel acompanhará os exploradores nesta ação.

v. Dentro da localidade, ao receber fogo, os motoristas devem abandonar as ruas e


colocar suas viaturas junto às casas, antes de desembarcar e procurar abrigo. O atirador
de metralhadora deve afrouxar o pino da arma antes do início do deslocamento, para
facilitar a retirada da arma quando necessário, e o explorador da frente deve estar com o
reparo próximo ao seu banco, para transportá-lo ao desembarcar. O operador do rádio
deverá abrigar-se atrás da viatura e informar pelo rádio a localização e o armamento do
inimigo e a localização da patrulha, antes de procurar qualquer outro abrigo. Caso
perceba a existência de uma arma anticarro, o Cmt Pa deverá afastar seus homens da
viatura o mais rápido possível. O inimigo será fixado pelo fogo e a outra patrulha, após
informada, deverá abordar o local do incidente por outro itinerário, levantando com
exatidão as posições inimigas e os melhores acessos para um possível ataque a ser
montado pelo pelotão.

x. Dentro da localidade, a Seç VBR progredirá escalonada, cada carro próximo a um


meio-fio, com o seu armamento e a observação de sua guarnição voltados para frente e
para o lado oposto, distante de 20 a 40 m entre si e deslocando-se na velocidade de um
homem a pé. O Cmt VBR, com a escotilha aberta, deverá estar em condições de dirigir o
tiro do canhão e proteger a VBR contra elementos a pé, operando a metralhadora. O
restante da guarnição deverá permanecer com escotilhas fechadas. O GC desembarcado

2-42
marchará acompanhando as VBR, ocupando cobertas e abrigos, atuando contra qualquer
intervenção de elementos a pé. A VBTP do GC progredirá à retaguarda da Seç VBR, o
GC deverá manter o atirador da metralhadora .50 em sua posição na torreta da Vtr.

z. A Pç Ap continuará em posição durante a travessia do pelotão em condições de


bater a entrada, a saída, os pontos críticos da localidade e as elevações que a dominam.
Após o pelotão atravessar a localidade e ser estabelecida segurança no lado oposto, a Pç
Ap atravessará provendo a sua própria segurança, com os elementos armados de fuzil e
a pé protegendo a viatura.

2-26. ABORDAGEM DE OBSTÁCULO OU CAMPO MINADO

a. Ao ser avistado um obstáculo ou serem percebidas minas no eixo de progressão,


o Cmt G Exp fará alto e informará o Cmt Pel. As VBR e a Pç Ap entrarão em posição em
condições de bater as elevações que dominam o obstáculo pelo lado oposto. O G Exp
ocupará posições nos flancos e o GC abordará o obstáculo pelos flancos ou retaguarda,
procurando e neutralizando minas e armadilhas e desobstruindo o eixo. A progressão do
GC poderá ser coberta pelo fogo das VBR e do morteiro, a fim de fazer com que o inimigo
se revele ou impedir sua ação sobre o GC.

b. Não havendo necessidade de manutenção de sigilo, a abordagem do GC poderá


ser precedida pelo fogo das VBR sobre o obstáculo, a fim de facilitar o trabalho de
desobstrução e limpeza do eixo.

c. Caso o obstáculo encontrado não possa ser removido pelo pelotão, deverá ser
procurado um itinerário para desvio. Tal tarefa será executada pelo G Exp.

2-27. ENCONTRO COM COLUNA INIMIGA

a. É indispensável que o escalão superior seja alertado do contato visual assim que
este for obtido.

b. Ao avistar uma coluna inimiga, os elementos do pelotão deverão abandonar o


eixo e procurar deslocar-se em um terreno que não levante poeira. Esta ação será
executada independente de ordem. A viatura da testa passará a acompanhar o
movimento ou direção geral da coluna, evitando ser percebida e utilizando as cobertas
existentes sem perder a observação sobre o inimigo.

c. Ao ser alertado, o Cmt Pel procurará visualizar o itinerário do inimigo, buscando


rapidamente, encontrar um local propício para realizar uma emboscada.
d. Se houver impossibilidade física de atuar pelo fogo sobre a coluna inimiga ou a
missão do pelotão não permitir tal tipo de ação, o Cmt Pel destacará um elemento do
pelotão para ocupar posição de observação de onde possa obter o máximo de dados
sobre o inimigo. O restante do pelotão permanecerá em segurança. Mediante ordem do
Cmt Pel, por um período pré-determinado, alguns radio-operadores tentarão interceptar
qualquer transmissão rádio inimiga, sendo que cada estação receberá uma faixa de
freqüência para realizar a sua busca.

2-43
d. Se houver possibilidade de emboscada à coluna e a missão do pelotão permitir tal
tipo de ação, o pelotão dirigir-se-á para o local escolhido para a ação, as VBR entrarão
em posição com desenfiamento de torre, em condições de obter desenfiamento de
couraça para o tiro. O GC desembarcará e protegerá as VBR, o G Exp bloqueará e
guarnecerá as vias de acesso à posição do pelotão e a Pç Ap será instalada no próprio
local de onde foi avistado o inimigo, exceto se a distância exceder o seu alcance útil. O
Cmt Seç VBR dividirá a coluna inimiga em setores para as duas VBR e o sinal de fogo
será dado pelo Cmt Pel.

ARTIGO V

CONSIDERAÇÕES FINAIS

2-28. SELEÇÃO DE UMA POSIÇÃO DE BLOQUEIO

a. O planejamento, os estudos da carta e de fotografias aéreas indicam os melhores


locais para a instalação de uma posição de bloqueio. A escolha na carta deve ser
confirmada no terreno, antes da ocupação.

b. As posições de bloqueio deverão atender às seguintes características:


1) domínio sobre as principais vias penetrantes do inimigo;
2) aproveitamento do terreno com boas características defensivas;
3) perpendiculares ao Eixo de Reconhecimento; e
4) bater uma frente de no máximo 2Km, sendo que o núcleo do Pel ocupará,
normalmente uma área de 400m de frente.

2-29. OCUPAÇÃO DE UMA POSIÇÃO DE BLOQUEIO

a. Definido o local da P Blq, sua ocupação deve ser planejada e conduzida, de


acordo com a seqüência abaixo:
1) aproximação da posição de bloqueio;
2) reconhecimento;
3) ocupação;
4) estabelecimento de um sistema de segurança;
5) medidas administrativas;
6) inspeções; e
7) evacuação.

b. Durante a aproximação e o reconhecimento, o pelotão deve adotar as atitudes a


seguir descritas:
1) O Pel deve se desdobrar aproveitando o terreno a uma distância que permita o
apoio entre as frações do Pel;

2-44
2) O Cmt Pel deve reconhecer o local acompanhado dos comandantes de fração,
radioperador. Cada Cmt de fração leva consigo um homem que será, posteriormente, o
guia da fração;
3) O Cmt Pel deve designar os setores de responsabilidade de cada fração
procurando-se, para isto, utilizar pontos nítidos do terreno. Posteriormente, os
comandantes de fração devem reconhecer seus setores, verificando, à luz do terreno, o
local mais adequado para desdobrar a sua fração. Possíveis modificações devem ser
autorizadas pelo Cmt Pel. Após o Rec inicial, os guias são enviados para a posição onde
o Pel aguarda desdobrado e guiam as viaturas para as posições definidas na P Blq.
4) De modo geral pode-se dizer que o núcleo da Posição de Bloqueio será
constituído pela Seção VBR que baterá a principal via de acesso para carros de combate
que incidam sobre a posição. O grupo de combate fará a proteção aproximada das VBR
dentro de tocas posicionadas na crista militar, logo à frente da Seç VBR. O grupo de
comando também permanecerá no núcleo do Pel. O grupo de exploradores será
posicionado nos flancos da posição com os seguintes objetivos: evitar que a posição seja
desbordada e proteger, pelo fogo das metralhadoras, as vias de acesso para tropa a pé
que demandem para a posição. A peça de apoio ficará à retaguarda da posição batendo
os ângulos mortos do terreno e demais pontos capitais priorizando os alvos mais longes
da P Blq.

c. Ocupação da P Blq
1) O início da ocupação propriamente dita, deve ser feita com luminosidade, antes
do escurecer, visando à confecção correta dos roteiros de tiro e do sistema de segurança.
A ocupação durante a noite é dificultada pelas condições de visibilidade para os
reconhecimentos, pela identificação do terreno e pela escolha das posições.
2) O Cmt Pel poderá decidir por tomar dois dispositivos para a ocupação da P
Bloq. Primeiramente deverá desdobrar o G Exp e a Pç Mrt em um compartimento à frente
da P Bloq, buscando assim observar o Ini o mais à frente possível. Esta ocupação será
realizada durante o período de luminosidade até que seja estabelecido o contato com o
inimigo. A segunda opção o G Exp e a Pç Ap estarão ocupando o mesmo compartimento
do Pelotão.

Fig. 2-37 Posicionamento do Pel C Fig. 2-38 Posicionamento do Pel C


Mec na P Blq durante o dia quando Mec na P Blq durante a noite ou
não houver Ctt com o Ini. após Ctt com o Ini.

2-45
3) O emprego criterioso das NGA de uma P Blq aumentará a velocidade desta
ocupação além de proporcionar maior segurança ao Pel.
4) A ocupação da posição deve estar de acordo com os princípios e fundamentos
das ações de defesa. Os fatores básicos a serem considerados para sua ocupação
incluem:
a) posições de tiro principais;
b) posições de muda;
c) posições suplementares;
d) observação;
e) campos de tiro;
f) cobertas e abrigos;
g) desenfiamento de torre e de couraça para as VBR;
h) preparação de roteiros de tiro;
i) segurança, incluindo postos de vigilância e escuta, patrulhas e o emprego
dos fuzileiros do grupo de combate para a proteção aproximada das VBR; e
j) itinerários de retraimento

d. Seqüência das atividades de ocupação da P Blq pelo G Exp:


1) o comandante do G Exp estabelece a segurança da posição colocando dois
homens em postos de vigilância (1 homem por patrulha);
2) as metralhadoras são colocadas em posição de acordo com o setor de tiro
distribuído pelo Cmt G Exp para cada peça;
3) limpeza dos campos de tiro e de observação;
4) confecção dos roteiros de tiro para os prováveis alvos, com eficiência e
rapidez, buscando aproveitar ao máximo o período de luminosidade.
5) estabelecimento dos sistemas de comunicações;
6) preparação dos espaldões das armas coletivas, coberturas e camuflagem das
tocas e viaturas;
7) lançamento de alarmes e armadilhas à frente dos postos de vigilância; e
8) preparação das posições de muda e suplementares.

e. Seqüência das atividades de ocupação da P Blq pela Seção VBR:


1) selecionar a posição principal, de muda e suplementares de tiro. As viaturas
são colocadas em posição de acordo com o setor de tiro distribuído pelo Adj Pel para
cada carro (desenfiamento de couraça);
2) limpeza dos campos de tiro e de observação;
3) confecção dos roteiros de tiro para os prováveis alvos, com eficiência e
rapidez, buscando aproveitar ao máximo o período de luminosidade;
4) posicionar a viatura em uma posição de espera, que deverá proporcionar
desenfiamento de torre;
5) estabelecimento dos sistemas de comunicações;
6) preparação da camuflagem das viaturas;
7) preparação das posições de muda e suplementares; e
8) balizar itinerário desenfiado para todas as posições (principal, muda e
suplementar).

f. Seqüência das atividades de ocupação da P Blq pelo Grupo de Combate:


1) o comandante do GC estabelece a segurança da posição colocando dois
homens em postos de vigilância (1 homem por esquadra);

2-46
2) os FAP são colocados em posição de acordo com o setor de tiro distribuído
pelo Cmt GC. Cabe salientar o Cmt Pel poderá, caso julgue apropriado, mandar
desembarcar a Mtr .50 da VBTP e posicioná-la em seu reparo terrestre na zona de ação
do GC;
3) limpeza dos campos de tiro e de observação;
4) confecção dos roteiros de tiro para os prováveis alvos, com eficiência e
rapidez, buscando aproveitar ao máximo o período de luminosidade;
5) estabelecimento de sistemas de comunicações;
6) preparação dos espaldões das armas coletivas, cobertura e camuflagem das
tocas e viaturas;
7) lançamento de alarmes e armadilhas à frente dos postos de vigilância; e
8) preparação das posições de muda e suplementares.

g. A preparação da posição prosseguirá, enquanto o inimigo não for engajado, na


seguinte seqüência:
1) melhoramento do abrigo natural e escavação de uma toca para homem deitado
que proporcione um mínimo de proteção;
2) as VBR são posicionadas, inicialmente, com desenfiamento de torre. Os
itinerários que levarão as VBR para as posições de tiro deverão ser desenfiados e
devidamente balizados para uma tomada de posição rápida e eficaz;
3) complementar a limpeza dos campos de tiro e a remoção dos objetos que
reduzem a observação;
4) instalação dos sistemas de comunicações e observação;
5) lançamento de alarmes; e
6) construção dos abrigos para pessoal e espaldões para as armas;

h. O estabelecimento das atividades em ordem de prioridade não impede a sua


execução simultânea.

2-30. ROTEIRO DE TIRO DO PELOTÃO CAVALARIA MECANIZADO

a. O roteiro de tiro é um esboço ou diagrama de um setor no qual se encontram o


armamento coletivo, a representação dos principais acidentes do terreno e a indicação
dos prováveis alvos, de acordo com uma posição relativa.

b. Todos os alvos representados no roteiro de tiro são identificados pela legenda,


pela distância e pelo ângulo de elevação correspondente, com as correções de sítio e
deriva, em relação ao ponto de referência escolhido.

c. Os roteiros de tiro têm por finalidade amarrar o tiro das armas em alvos
previamente levantados, a fim de obter o máximo de aproveitamento dos tiros nos
períodos de pouca ou péssima visibilidade.

d. A consolidação, do roteiro de tiro das armas coletivas das frações, constituirá o


plano de fogos do Pel e possibilitará ao Cmt Pel coordenar e controlar os fogos de seu
Pel.

2-47
e. No anexo “B” desse caderno de instrução poderão ser observados os principais
roteiros de tiro do armamento coletivo do Pel C Mec, bem como o Plano de Fogos do
referido Pelotão.

f. É importante para a preparação dos roteiros de tiro que os seguintes aspectos


sejam observados:
1) os roteiros de tiro são preparados para todas as posições (principal, muda e
suplementar) em todas as situações, quando é possível o contato com inimigo, e depois
da conquista de um objetivo, quando é desconhecido o tempo para a continuação do
ataque.
2) A luminosidade é um fator importante para a preparação do roteiro de tiro. Os
roteiros devem ser preparados enquanto os alvos são visíveis através dos aparelhos de
pontaria para o tiro direto; por conseguinte, deve ser dada prioridade na preparação dos
roteiros de tiro quando a ocupação das posições for feita pouco antes do escurecer ou
quando as condições de visibilidade forem reduzidas.
3) O roteiro de tiro deve conter todas as informações para atingir os alvos, sob
quaisquer condições de visibilidade. O roteiro de tiro do Pel deve ser de conhecimento,
obrigatório dos Cmt de fração.
4) O chefe de cada armamento coletivo estuda o terreno em seu setor de
responsabilidade e escolhe a posição de tiro da qual possa bater os alvos existentes ou
prováveis e a zona de alvos.
5) Depois de ocupada a posição, os dados para confecção do roteiro de tiro serão
obtidos empregando-se o equipamento e a técnica correspondente ao tipo de armamento
(Mtr MAG, Lçd Granadas 40mm, canhão 90mm, morteiro 81mm e Mtr .50).

2-31. RELATÓRIO DE RECONHECIMENTO

a. A confecção do relatório de reconhecimento representa a missão cumprida. O Cmt


Pel deve ter em mente que os dados e informes descritos serão utilizados pelo escalão
superior e por isso, o relatório de reconhecimento deve conter o máximo de informações
que o tipo de reconhecimento realizado permite.

b. Como modelo poderá ser seguido o memento abaixo.


1) Missão:
a) missão propriamente dita;
b) data/hora do início e do término;
c) fração que cumpriu a missão; e
d) como cumpriu a missão.
2) Informações sobre o terreno:
a) modificações na carta;
b) condições do solo (arenoso, pedregoso, pantanoso);
c) existência de alguma nova via de acesso;
d) alguma nova localidade;
e) novos pontos de passagem sobre rios;
f) capacidade das estradas e das pontes; e
g) possibilidade do terreno para Bld, ZL, locais de aterragem,etc.
3) Informações sobre o inimigo:
a) valor e natureza da tropa que foi encontrada;

2-48
b) se o inimigo foi reforçado;
c) atividades do inimigo; e
d) conseqüências das atividades do inimigo (atrasos, manobras, ataque, PG,
documentos capturados).
4) Situação da tropa:
a) mortos;
b) feridos; e
c) disponibilidade de viaturas;
5) Outros documentos que posem ser anexados:
a) calco de atualização da carta; e
b) croqui do dispositivo inimigo encontrado.
6) Identificação do relatório com local, data e assinatura do Cmt Pel.

2-49
CAPÍTULO 3

SEGURANÇA

ARTIGO I

GENERALIDADES

3-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Segurança é uma parte essencial de qualquer operação ofensiva ou defensiva.

b. A segurança compreende um conjunto de medidas tomadas pelo comando para


proteger-se da surpresa, da espionagem, da sabotagem, da observação ou de qualquer
forma de perturbação de suas atividades por parte do inimigo. A segurança tem por
finalidade preservar o sigilo da operação e assegurar a liberdade de ação do comandante.

c. Todos os escalões são responsáveis por sua própria segurança, mesmo que se
beneficiem daquela proporcionada por outra força.

d. O comandante não deve desviar, para o cumprimento das missões de segurança,


um efetivo em pessoal e meios de tal ordem que possa prejudicar o poder de combate a
ser aplicado na ação principal.

e. A segurança é obtida mediante a adoção de medidas eficazes para detectar a


ameaça, propiciando tempo e espaço necessários para que a tropa protegida possa
manobrar a fim de evitar, neutralizar ou destruir essa ameaça.

f. A segurança repousa:
1) nas informações que recebe do escalão superior e nos informes obtidos pelos
seus próprios órgãos de reconhecimento;
2) no emprego de forças de segurança;
3) no dispositivo adotado; e
4) nas medidas contra a ação eventual da aviação e artilharia de longo alcance,
contra os efeitos dos agentes QBN, contra os ataques blindados e contra as ações de
guerra eletrônica.

g. O Pel C Mec, cumprindo missões de segurança, adotará uma atitude ofensiva ou

3-1
defensiva empregando os seus meios de acordo com os fatores da decisão (missão,
inimigo, terreno, meios e tempo).

h. O estabelecimento de uma cortina de contra-reconhecimento destruindo ou


repelindo, pela manobra ou pelo fogo, as forças de reconhecimento do inimigo é um dos
objetivos das F Seg.

i. A ligação entre a F Seg e o corpo principal é um dos pontos críticos das operações
de segurança.

j. A extensão das frentes designadas ao Pel, em operações de segurança, depende


de vários fatores, tais como:
1) grau de segurança desejado;
2) prazos impostos pela missão;
3) possibilidades do inimigo;
4) terreno (com ênfase nas vias de acesso do inimigo);
5) condições meteorológicas; e
6) possibilidades do Pel.

k. O Pel C Mec cumpre, com mais freqüência, as seguintes missões de segurança:


vanguarda, flancoguarda, retaguarda, vigilância, vigilância de combate, segurança de
área de retaguarda (SEGAR) e força de cobertura.

3-2. FUNDAMENTOS DOUTRINÁRIOS DA SEGURANÇA

Ainda que os fundamentos da segurança sejam perfeitamente atendidos, deve-se ter


em mente que o mais importante na ação é fornecer informes precisos e oportunos sobre
a ameaça inimiga a fim de garantir um espaço de manobra à tropa em proveito da qual se
opera. Na execução de uma missão de segurança, o Pel C Mec deve observar os
seguintes fundamentos:

a. Proporcionar um alerta preciso e oportuno ao escalão superior – A força de


segurança deve informar ao escalão superior, precisa e oportunamente, sobre a
localização ou movimento das forças inimigas que possam constituir uma ameaça à
missão deste escalão. Somente pelo alerta oportuno e informações precisas, fornecidas
pela força de segurança ao escalão superior, pode o comandante deste decidir sobre a
aplicação dos seus meios, prazo e local para engajar-se com o inimigo e manobrar suas
forças, a fim de obter a surpresa e vantagens táticas.

b. Garantir espaço para a manobra – A força de segurança deve operar


suficientemente distante da tropa em proveito da qual opera, de modo a garantir a esta o
prazo e o espaço suficientes para que possa manobrar, evitando o engajamento decisivo
com o inimigo. A distância, entre a força de segurança e a tropa em proveito da qual
opera, é função da análise judiciosa dos fatores da decisão.

c. Orientar a execução da missão em função da força em proveito da qual


opera – Uma força de segurança manobra de acordo com a localização ou movimento da
tropa em proveito da qual opera, interpondo-se entre ela e a conhecida ou provável

3-2
ameaça do inimigo.

d. Executar um contínuo reconhecimento – Toda força de segurança deve


executar um contínuo e agressivo reconhecimento. Este fornece ao comandante informes
sobre o inimigo e o terreno em sua zona de ação e ainda possibilita a localização
adequada da força de segurança em relação à tropa, em proveito da qual opera, e à
ameaça inimiga. O reconhecimento possibilita ao escalão superior a segurança pela
informação. Mantendo-o alertado sobre a localização e movimentos do inimigo e
fornecendo outros dados obtidos com a manutenção do contato, elimina a possibilidade
da força, em proveito da qual opera, vir a ser surpreendida.

e. Manter o contato com o inimigo – O contato com o inimigo deve ser mantido até
que este não constitua mais uma ameaça ou que se afaste da zona de ação da tropa em
proveito da qual a força opera. O comandante de uma força de segurança não pode,
voluntariamente, romper o contato com o inimigo, fazendo-o somente mediante
autorização do escalão superior. Deve-se impedir que a força inimiga surpreenda a força
protegida. Se a força inimiga sai da zona de ação, deve-se informar à unidade vizinha,
auxiliando esta a estabelecer o contato com o inimigo.

3-3. GRAUS DE SEGURANÇA

a. Cobertura – Cobrir é a ação que proporciona segurança a determinada região ou


força, com elementos distanciados ou destacados, orientados na direção do inimigo e que
procuram interceptá-lo, engajá-lo, retardá-lo, desorganizá-lo ou iludi-lo antes que ele
possa atuar sobre a região ou força coberta.

b. Proteção – Proteger é a ação que proporciona segurança à determinada região


ou força, pela atuação de elementos no flanco, frente ou retaguarda imediatos, de forma a
impedir a observação terrestre, o fogo direto e o ataque de surpresa do inimigo sobre a
região ou força protegida.

c. Vigilância – Vigiar é a ação que proporciona segurança a determinada força ou


região, pelo estabelecimento de uma série de postos de observação, complementados
por adequadas ações, que procuram detectar a presença do inimigo logo que ele entre no
raio de ação ou no campo dos instrumentos do elemento que a executa.

3-4. OPERAÇÕES DE SEGURANÇA


As operações de segurança são realizadas, basicamente, por forças de cobertura,
de proteção e de vigilância. São incluídas também, entre as missões de segurança, a
ligação entre duas outras forças de maior valor, visando tamponar uma brecha e a
segurança de área de retaguarda.

a. Operações de segurança de vanguarda – São aquelas operações que visam à


proteção, à cobertura ou à vigilância da vanguarda do corpo principal de uma tropa. O
grau de segurança estará condicionado ao poder de combate, do material empregado,
distância estabelecida pelo escalão superior e à missão atribuída. A técnica empregada
na segurança de vanguarda é semelhante à empregada no reconhecimento de eixo ou

3-3
zona dependendo da velocidade do corpo principal da tropa, do inimigo, do terreno, do
tempo e dos meios disponíveis.
b. Operações de segurança de flancoguarda – São aquelas operações que visam
à cobertura, à proteção ou à vigilância de um flanco do corpo principal de uma tropa. O
grau de segurança estará condicionado ao poder de combate, material empregado,
distância estabelecida pelo escalão superior e à missão atribuída. O Pel C Mec realiza a
flancoguarda ocupando posições de bloqueio das principais vias de acesso que
demandam ao eixo de deslocamento do corpo principal da tropa.

c. Operações de segurança de retaguarda – São aquelas operações que visam à


cobertura, à proteção ou à vigilância da retaguarda do corpo principal de uma tropa. O
grau de segurança estará condicionado ao poder de combate, material empregado,
distância estabelecida pelo escalão superior e à missão atribuída. A técnica empregada
na segurança de retaguarda é semelhante à empregada nos movimentos retrógrados
dependendo da velocidade do corpo principal da tropa, do inimigo, do terreno, do tempo e
dos meios disponíveis.

3-5. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

As medidas de coordenação e controle mais comumente utilizadas nas operações de


segurança são as seguintes:

a. Ponto de Controle
Nas Op Seg os P Ct devem ser marcados, obrigatoriamente, sobre o Itn Prog do
Pel nas seguintes regiões:
1) entradas e saídas das P Blq;
2) cruzamento do Itn Prog sobre Rio obstáculo;
3) entrada e saída de localidades; e
4) ponto de início ou término do Itn Prog através campo.

b. Linha de Controle
1) Em Op Seg as L Ct são traçadas com as seguintes finalidades:
a) regular a Prog da F Seg;
b) balizar uma possível posição de Rtrd ou Vig;
c) balizar a linha sobre a qual deverão ser marcadas as P Blq ou P Vig iniciais.
Neste caso esta linha é imposta pelo Esc Sp e restringe o Mvt da F Seg; e
d) distância de 08 a 12 Km uma da outra.

c. Pontos de Ligação
1) O Pel C Mec não lançará P Lig entre grupos, entretanto, deverá executar a
ligação quando imposta pelo escalão superior.
2) Os P Lig são marcados entre as P Blq com as seguintes finalidades:
a) estender a observação à frente e nos Fln; e
b) definir a A Rspnl dos Pel que as estiverem ocupando.
3) Os P Lig impostos pelo Esc Sp, a fim de coordenar a ligação da F Seg com o
corpo principal, balizam o limite da A Rspnl da F Seg.

3-4
d. Limites
Os limites definidos pelo Cmt SU são as áreas de responsabilidade dos Pel. Incluem
os espaços dentro dos quais os Pel podem atirar e manobrar sem necessidade de
coordenação e sem interferência de outros elementos.

e. Itinerário de Progressão
É o Itn imposto pelo Cmt SU por onde o Pel deverá deslocar-se. Possui as
seguintes características:
1) interior às P Blq ou P Vig;
2) afastado o suficiente para não interferir com a Man do corpo principal;
3) fácil acesso as P Blq ou P Vig;
4) orientado para o Obj ou P Blq final ;
5) paralelo ao E Prog do corpo principal; e
6) preferência às estradas, podendo ser através campo.

f. Posições de Bloqueio
1) As P Blq, sempre que possível, devem ser utilizadas para:
a) dominar as principais penetrantes do Ini, prevendo 01 (um) Pel barrando 01
(uma) penetrante;
b) aproveitar o terreno com boas características defensivas;
c) ser paralelas ao E Prog da F Ptg ou Cob; e
d) proporcionar tempo e espaço para a manobra do corpo principal.
2) A P Blq, em final de missão, tem os mesmos objetivos das P Bloq normais,
podendo ser aproveitados também para servir de ponto para prosseguir na missão,
manter o terreno para a segurança da tropa do corpo principal, prosseguir na missão ou
apoiar uma ultrapassagem.
3) Na ocupação de uma P Blq, deve-se evitar:
a) elemento dissociador (rio Obt, mata Obt e outros) dividindo a P Bloq;
b) flanqueamento da P Blq; e
c) cidade à retaguarda, com população hostil.

g. Objetivos
Marca-se o objetivo, em final de missão, numa missão de flancoguarda, quando o
eixo de progressão do grosso e o itinerário de progressão da flancoguarda terminam na
mesma direção, ou quando imposto pelo escalão superior.

h. Região de Destino
Região para onde são deslocados os elementos não empregados em primeiro
escalão. É prevista pelo Cmt Esqd em locais que permitam apoiar as ações dos
elementos empregados em 1º Esc, geralmente ocupada pelos trens da SU e pelotões em
reserva. Será ocupada quando houver condições de segurança. Normalmente, a cada
linha de controle corresponde uma região de destino.

3-5
ARTIGO II

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO COMO FORÇA DE COBERTURA

3-6. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. A força de cobertura é uma força de segurança taticamente autônoma que opera


à considerável distância (de 60 a 120 Km), à frente, no flanco ou retaguarda de uma tropa
amiga estacionada ou em movimento. É empregada quando a força em proveito da qual
opera está engajada em operações ofensivas ou defensivas. Não deve se deixar engajar
decisivamente, nem ser ultrapassada ou envolvida. A F Cob recebe, normalmente,
missões de natureza ampla, que poderão incluir:
1) esclarecimento da situação;
2) desorganização e destruição da força inimiga;
3) conquista de acidentes capitais do terreno; e
4) retardamento do inimigo.

b. Normalmente, o menor elemento que a constitui é a Unidade e deverá receber


meios de Cmb (Inf, Cav) e de Ap Cmb (Art e Eng) em reforço ou integração, necessários
ao cumprimento de missão, dotados de mobilidade compatível com a da Unidade.

c. O Esqd C Mec/Bda poderá, excepcionalmente, constituir a força de cobertura da


grande unidade. Neste caso, deverá ser reforçado e a distância da força principal será
reduzida e condicionada aos fatores da decisão.

d. Cabe ao comandante da força coberta determinar à Força de Cobertura a região


ou parte da tropa a ser coberta;

e. As forças que integram o 2° escalão da F Cob des locam-se, em princípio, de


região de destino em região de destino. Estas regiões localizam-se a cavaleiro do eixo
que oferecer segurança e permitir as melhores condições de apoio aos elementos
desdobrados em 1° escalão.

f. Nas operações ofensivas a F Cob opera à frente ou nos flancos do corpo principal
e possui as seguintes atribuições:
1) conduzir um contínuo reconhecimento ao longo do eixo de avanço da força
coberta;
2) negar ao inimigo informações sobre o dispositivo, valor, localização e
composição do corpo principal;
3) destruir ou repelir os elementos de reconhecimento do inimigo e/ou as suas
forças de segurança;
4) esclarecer a situação para determinar as possibilidades do inimigo;
5) destruir, repelir ou fixar as forças inimigas determinadas pelo escalão superior; e
6) explorar as oportunidades.

g. Uma F Cob é uma F Seg que opera à frente de uma posição. Esta força opera
empregando as técnicas e os dados médios de planejamento de uma operação de
reconhecimento de zona, devendo acompanhar a velocidade de progressão da força

3-6
coberta.

h. As F Cob operam à frente do corpo principal e possuem um poder de combate


suficiente para:
1) localizar e penetrar na área de segurança de uma P Def; e
2) destruir elementos de reconhecimento do inimigo, as suas vanguardas e o
primeiro escalão de uma força inimiga em deslocamento.

i. A distância que o Pel C Mec se afasta da força coberta depende dos fatores da
decisão e deve ser especificada pelo comandante do Esqd C Mec ou R C Mec.

j. Ao estabelecer o contato com o inimigo o Pel C Mec procura fixá-lo ou destruí-lo


através do fogo e da manobra. A resistência encontrada não pode ser desviada sem
autorização do comandante do Esqd C Mec ou R C Mec.

k. No caso da F Cob não conseguir prosseguir no seu deslocamento em decorrência


da ação do inimigo, o Pel ocupará uma posição no terreno de modo a apoiar a Ultr do
corpo principal. Nesta situação o Pel C Mec emprega seus meios para levantar Info sobre
o Ini em contato, a fim de orientar a ação da força coberta.

Rfr
Força de Cobertura
Mec

Força de Proteção
Mec

Corpo Pcp Força de Principal

Fig. 3-1 O Pel C Mec integrante do Esqd/Rgt como Força de cobertura de Vanguarda

l. A F Cob Fln é uma força de segurança que opera no Fln de uma força estacionada
ou em movimento. Esta força é empregada quando existe a possibilidade de atuação do
inimigo no Fln.

3-7
m. O Pel C Mec empenhado na missão de cobrir um flanco de determinada tropa
utilizará as mesmas técnicas de maneabilidade empregadas nas missões de proteção de
flancoguarda.

n. Normalmente, quando designado como parte integrante de uma F Cob Rtgd o


pelotão operará em proveito de força que realiza um retraimento ou uma retirada. Nesta
situação o Pel C Mec poderá usar a própria linha anteriormente ocupada pela tropa
coberta, ou uma linha próxima, para estabelecer a sua posição inicial. As técnicas
empregadas são semelhantes àquelas empregadas nos movimentos retrógrados.

o. Estabelecido o contato com o inimigo e estando fortemente pressionada, a F Cob


passará a realizar uma Aç Rtrd até ser acolhida na P Def da força coberta.

p. O acolhimento da F Cob pelo corpo principal é uma tarefa complexa que exigirá
um planejamento detalhado e centralizado pelo Cmt Esqd.

Ini Corpo Pcp


Mec Mec

Fig. 3-2 O Pel C Mec integrante do Esqd/Rgt como Força de cobertura de retaguarda

q. Nas operações defensivas, a F Cob opera à frente, no flanco ou à retaguarda da


força coberta. O objetivo principal desta F Cob é fazer com que o inimigo revele o seu
esforço principal, perca a impulsão do seu ataque e a iniciativa das ações.

r. Quando empregada em proveito de uma força que conduz uma operação


defensiva, a F Cob tem as seguintes atribuições:
1) realizar uma continuada vigilância sobre as principais vias de acesso do inimigo;
2) destruir e repelir os elementos de reconhecimento e segurança do inimigo a fim
de negar-lhes informações sobre a força coberta (contra-reconhecimento);
3) determinar o esforço principal do inimigo;
4) destruir o primeiro escalão das forças inimigas; e
5) obrigar que o inimigo empregue o seu segundo escalão

3-8
ARTIGO III

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO COMO FORÇA DE PROTEÇÃO

3-7. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. A força de proteção é uma força de segurança que opera à frente, no flanco ou à


retaguarda de uma força estacionada ou em movimento, a fim de protegê-la contra a
observação terrestre, os fogos diretos e o ataque de surpresa do inimigo. Ela repele,
destrói ou retarda, de acordo com suas possibilidades, os elementos inimigos que
ameacem a força protegida. A força de proteção opera dentro dos fogos de apoio da força
protegida.

b. A força de proteção é constituída, normalmente, de elementos orgânicos da força


protegida ou que a estejam reforçando.

c. De acordo com sua posição em relação à força principal, a força de proteção


denomina-se vanguarda, flancoguarda ou retaguarda.

d. O Cmt da força protegida, normalmente, definirá em suas diretrizes o seguinte:


1) poder de Combate da Força de Proteção;
2) a responsabilidade da Força de Proteção;
3) responsabilidade e disponibilidade de Apoio de Fogo para a Força de Proteção;
e
4) limite de Retaguarda da Força de Segurança.

3-8. O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA VANGUARDA

a. A vanguarda é uma força de proteção que opera à frente do grosso e atrás da


força de cobertura (quando esta for empregada), dentro da distância de apoio da F Ptg e
que tem por finalidade assegurar a progressão ininterrupta do grosso.

b. A vanguarda possui as seguintes missões:


1) conduzir um contínuo reconhecimento ao longo do eixo de avanço da F Ptg;
2) destruir ou repelir os Elm de Rec e as F Seg do Ini; e
3) impedir que o Ini atue com fogos observados sobre a F Ptg.

c. A Vgd desloca-se a uma distância que proporcione ao Cmt da F Ptg liberdade


de ação. Contudo ela não deve estar tão afastada que corra o risco de ser destruída pelo
Ini antes que o grosso possa lhe dar apoio.

d. Uma tropa que executa uma vanguarda, dividi-se em três escalões:


1) reconhecimento;
2) combate; e
3) reserva.

e. O Esqd C Mec pode receber a missão de realizar uma vanguarda ou executar

3-9
parte da missão de vanguarda atribuída ao R C Mec. No segundo caso, poderá constituir
um dos escalões citados no item anterior.

f. O Esqd C Mec na vanguarda, normalmente, se organiza em dois escalões: o


escalão de reconhecimento e o escalão de combate. O pelotão-testa constitui o escalão
de reconhecimento, enquanto os demais pelotões constituem o escalão de combate.
Caso o Esqd seja reforçado e tenha elementos de manobra suficientes, poderá ser
previsto uma reserva.

g. O Esqd C Mec em uma missão de Vgd adotará um dispositivo em coluna ou em


linha de Pel.

h. A formação em coluna será empregada quando a F Ptg estiver se deslocando


em apenas um E Prog e quando a situação do Ini for conhecida.

i. Quando a situação do Ini for desconhecida e a F Ptg estiver se deslocando em


mais de um E Prog o Esqd adotará um dispositivo em linha. Se os eixos utilizados se
encontrarem dentro do alcance dos morteiros, as peças de apoio poderão permanecer
centralizadas, em condições de apoiar toda a frente.

j. Os Pel que estiverem desdobrados deslocar-se-ão empregando técnicas de


reconhecimento de zona.

k. Ao estabelecer o contato com o Ini, o Pel C Mec adota uma atitude agressiva
para esclarecer a situação empregando todos os meios disponíveis a fim de determinar o
dispositivo, o valor, a localização, a composição e a atitude do inimigo.

l. Esclarecida a situação o Cmt Pel deverá, sempre que possível, empregar as


suas forças para fixar ou destruir a resistência Ini assinalada.

m. Caso a Vgd não consiga prosseguir no seu deslocamento face à ação do Ini, o
Pel adotará uma atitude defensiva, ocupando uma posição no terreno em condições de
Ap Ultr da F Ptg. Nesta situação, apesar de adotar uma atitude defensiva, o Pel realiza
ações para levantar o dispositivo do inimigo a fim de orientar as Aç da F Ptg.

n. À noite, ou quando o contato com o inimigo é iminente, a velocidade de marcha


deve ser ditada pela vanguarda, ao passo que, em outras ocasiões, a vanguarda se
ajusta à velocidade do Corpo Principal.

o. O Pel C Mec na vanguarda desloca-se a uma distância tal do grosso de modo a


protegê-lo contra os ataques de surpresa, a observação terrestre e os tiros diretos do
inimigo. Deve, no entanto, permanecer dentro da distância de apoio da artilharia do
grosso.

p. O elemento testa da vanguarda é responsável por sua segurança à frente e nos


flancos, devendo, para isso, observar em todas as direções, manter intervalos e
distâncias adequadas, permanecer alerta e pronto para emprego, usar a técnica de
reconhecimento pelo fogo, deslocar-se rapidamente e tomar medidas passivas de defesa
aérea.

3-10
q. A vanguarda, em geral, ataca diretamente da coluna de marcha, para destruir
as forças inimigas que tentem impedir sua progressão. O comandante do Pel C Mec deve
estar atento para realizar ataques de oportunidade, sempre que a situação o permitir.

r. Quando a situação exigir que o escalão superior empregue seus meios, o Pel C
Mec poderá proporcionar a segurança do grosso, apoiar pelo fogo ou participar das ações
como elemento de manobra.

3-9. O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA FLANCOGUARDA

a. A flancoguarda é uma força de segurança que opera no flanco de uma força


estacionada ou em deslocamento, para protegê-la da observação terrestre, dos fogos
diretos e de qualquer ataque de surpresa do inimigo. Ela destrói ou retarda o inimigo, de
acordo com suas possibilidades.

b. O Esqd C Mec pode, isoladamente, constituir uma flancoguarda ou participar de


uma flancoguarda conduzida pelo R C Mec.

c. No cumprimento de sua missão, ela pode empregar tanto operações ofensivas


como defensivas.

d. Durante as operações ofensivas ou retrógradas, a flancoguarda é móvel,


quando a força protegida está se deslocando. Quando a força protegida está conduzindo
uma operação defensiva, a flancoguarda é normalmente fixa, mas deve estar preparada
para conduzir uma ação de flancoguarda móvel, quando necessário.

e. O Pel C Mec participará de uma flancoguarda móvel, conduzida pelo Esqd C


Mec, seja atuando como sua vanguarda ou fazendo parte do grosso do Esqd. Nesta
última situação poderá ocupar posições de bloqueio ou atacar para liberar o itinerário de
progressão do esquadrão ou para conquistar posições de bloqueio.

Fig. 2-37 Posicionamento do Pel C Mec na P Blq

3-11
f. Na realização de manobras de flanco tipo envolvimento e desbordamento, os Pel
C Mec orgânicos de Esqd C Mec de Brigadas Blindadas têm um eficiente emprego
atuando como flancoguarda móvel. As técnicas utilizadas são idênticas às empregadas
nas demais operações.

g. O Pel C Mec como Fg Mv


1) O Pel C Mec, como Fg Mv de uma força em operações ofensivas ou
retrógradas, protege o corpo principal através da ocupação de uma linha de P Blq sobre
as principais penetrantes que incidem no Fln da F Ptg.

3 14

D Mec

Vg

C 3 14

x
Cmdo 3 Mec
Me
B 25
c
3
2/3
105
3 3
A Me
2/3 c
13 C 13

2/3 C Mec 3 Log 3


Rg

9 3
Rg

Fig. 3-3 Missão dos Pel C Mec em Fg Mv

2) A Fg Mv possui as seguintes missões:


a) manter uma contínua observação sobre as penetrantes que incidem no
Fln da F Ptg;
b) reconhecer a zona entre o grosso e a linha de P Blq;
c) manter o contato com a retaguarda da unidade-testa (vanguarda) do
grosso (F Ptç);
d) destruir ou repelir os Elm Rec do inimigo;
e) destruir, repelir ou fixar as forças terrestres inimigas antes que estas
forças engajem com fogos diretos a F Ptg; e
f) manter contato com a unidade retaguarda do grosso (F Ptç).
3) Atuando como vanguarda da flancoguarda, o Pel C Mec, além desta missão,
deverá prover a segurança do espaço compreendido entre a força protegida (grosso) e a
linha das posições de bloqueio (zona a ser reconhecida pelo elemento Vg da Fg Mv)
previstas no planejamento da operação e ainda manter permanente contato com a
retaguarda da unidade-testa (vanguarda) da força protegida.
4) A flancoguarda regula sua velocidade de progressão pela do grosso. Deve
estar suficientemente afastada do grosso, de modo a assegurar a este o tempo e o
espaço necessário à manobra, para fazer face a uma ameaça inimiga. Esta distância não
é fixa, e depende dos fatores da decisão (missão, inimigo, terreno, meios e tempo). Em
princípio, quanto mais forte a flancoguarda, maior a distância do grosso em que ela

3-12
poderá operar.
5) Se a área a proteger tornar-se tão extensa que não possa ser protegida
adequadamente, o comandante da flancoguarda deve pedir permissão para vigiar parte
dela ou ser liberado da responsabilidade de segurança de parte da retaguarda da área.
Esta solicitação deverá ser feita em forma de proposta ao Cmt do grosso.
6) A flancoguarda deve se deslocar em uma direção paralela à do grosso, em
condições de ocupar posições (P Blq) que barrem as vias de acesso que incidam no
flanco da tropa protegida.
7) Os processos básicos de deslocamento de flancoguarda móvel são:
movimento contínuo, lanços alternados e lanços sucessivos. O comandante escolherá o
mais adequado, levando em consideração, particularmente, a velocidade do grosso, o
terreno e as possibilidades do inimigo. O Esqd C Mec de Bda deverá prever seus
deslocamentos por lanços de pelotão.
8) A progressão por lanços alternados é usada quando a força protegida
avança com pouca velocidade e/ou há possibilidade de forte ameaça inimiga. Neste
processo, um Pel ultrapassa o outro e ocupa nova P Blq, somente após este Pel estar em
condições de proteger o grosso é que o segundo Pel segue para ocupar sua nova P Blq .

C
G 5
R
O (-) 4
S
S
O

Fig. 3-4 Lanços alternados

9) A progressão por lanços sucessivos é usada quando a força protegida faz


altos freqüentes e curtos e/ou não há previsão de forte ameaça inimiga. Neste processo,
os Pel realizam os lanços simultaneamente .

3-13
C
5
G
R (-) 9
O
S
S
O

Fig. 3-3 Lanços sucessivos

10) A progressão em movimento contínuo é usada quando a força protegida


avança sem paradas e/ou a possibilidade de atuação do inimigo no flanco é remota .

Pel
Testa
C
8
G
R
O
S B 3
S
O
Retaguarda

Fig. 3-4 Movimento contínuo

12) Ao receber uma missão de Fg Mv, o comandante do Pel C Mec deve tomar
as providências a seguir indicadas:
a) estudar a situação na carta e selecionar as prováveis penetrantes que
pelo Fln incidem na F Ptg.
b) elaborar um esquema de manobra prevendo:

3-14
(1) a ocupação das posições de bloqueio selecionadas;
(2) pontos de controle e linhas de controle; e
(3) itinerários de progressão que liguem o itinerário de progressão do Esqd
à P Bloq designada.
13) A Z Aç balizada pela linha de P Lig, imposta pelo Esc Sp, e a linha de P
Blq define a A Rspnl da Fg. Esta frente não deve exceder a capacidade de
reconhecimento de uma SU ou de um Pel.
14) O Pel testa de uma Fg Mv tem as seguintes missões:
a) atuar como vanguarda;
b) reconhecer a área entre o grosso e a linha de P Blq (zona a ser Rec pelo
Elm Vg da Fg Mv); e
c) ligar-se com a Rg da unidade-testa (vanguarda) do corpo principal.
15) O Pel que se deslocar à retaguarda da Fg Mv deverá ligar-se com a Rg do
elemento da retaguarda do grosso.
16) Em uma missão de Fg Mv, o Pel C Mec empregará para cruzar a L Ct que
baliza o seu início os processos abaixo descritos:
a) 1° Processo
O Pel cruza a L Ct no mesmo local que a F Ptg e incorporado ao seu
dispositivo.

b) 2° Processo
A F Ptç e a F Ptg cruzam a L Ct que baliza o início da missão
simultaneamente e em locais diferentes.
17) Após o cruzamento da L Ct que baliza o início da operação o Pel Vgd, já
desdobrado, cumprirá a sua missão empregando técnicas de reconhecimento de zona
devendo progredir na velocidade da força protegida. Este Pel tem também a missão de
realizar a ligação com a Rg do elemento testa da F Ptg.
18) Os elementos de manobra que integram o 2° Esc d o Esqd deslocar-se-ão
sobre o Itn Prog e ocuparão as P Blq, Mdt O, face à evolução da situação do Ini e da F
Ptg.
19) Em final de missão a Fg Mv adotará um dispositivo de Fg Fix e ocupará P
Blq que barrem as Pntr que incidam no Fln da F Ptg.

Itn Prog Fg (Esqd) Obj D


Obj
Grosso 2 (Esqd)
12
G L Ct Azul
R
O C
S
S B 7
O A
8 15

Fig. 3-5 O dispositivo e as ações em final de missão do Pel devem ser previstas no Plj
inicial.

3-15
20) Em uma missão de Fg Mv, inicialmente, a Prio F será do Pel Vgd. Esta Prio será
alterada a partir do momento em que for estabelecido o Ctt com o Ini.

h. O Pel como Fg Fix


1) O Pel C Mec, como Fg de uma força na defensiva, ocupa uma série de P Blq
no Fln. As P Blq são localizadas em acidentes do terreno que dominam as prováveis
penetrantes do Ini para o interior da A Rspnl do Esc Sp. No cumprimento da Mis, o Pel C
Mec emprega táticas defensivas ou retrógradas. Se fortemente pressionado, conduz uma
ação retardadora, proporcionando tempo e espaço para que o comandante que conduz a
defesa possa reagir à ameaça inimiga.
2) O Cmt da Fg Fix no seu planejamento selecionará posições, que deverão
ser reconhecidas no terreno, entre a F Ptg e a linha de P Blq inimiga a fim de realizar um
combate retardador.
3) O Pel C Mec em uma operação de Fg Fix desloca-se para a linha de P Blq
Inimigo empregando técnicas de reconhecimento de zona a fim de familiarizar-se com o
terreno no qual combaterá.
4) A Fg Fix possui as seguintes missões:
a) manter uma contínua observação sobre as Pntr que incidam no Fln da F
Ptg;
b) destruir ou repelir as forças de reconhecimento do inimigo;
c) manter o contato com a F Ptg; e
d) destruir, repelir ou fixar as F Ter Ini antes que engajem com fogos diretos
o corpo principal.

3-10 O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA RETAGUARDA

a. A retaguarda é uma força de segurança que opera à retaguarda de uma força


principal, seja num movimento para frente ou durante um movimento retrógrado.
b. Durante o movimento para frente, a retaguarda neutraliza ou retarda as forças
inimigas que atacarem a retaguarda do grosso, protege os trens e realiza a coleta dos
extraviados. A retaguarda marcha a uma distância prescrita pelo Cmt do grosso, no
máximo na distancia do apoio de artilharia do grosso.
c. O Esqd C Mec de Bda pode conduzir uma retaguarda em proveito da Brigada,
quando a GU se deslocar por um único eixo. No caso de a Brigada utilizar mais de um
eixo, o esquadrão constitui a retaguarda de um dos eixos. O Esqd cumpre a missão de
retaguarda sob controle da Bda ou da unidade que se deslocar à retaguarda da formação,
à qual deve ser integrado.
d. Durante um retraimento, a retaguarda assegura o desengajamento do grosso,.
emprega tática de ação retardadora e retrai por lanços, baseando sua velocidade de
deslocamento na do grosso, a fim de manter a distância prevista, ou deslocando-se de
acordo com planos previamente estabelecidos. A retaguarda não deve permitir seu
desbordamento pelo inimigo ou que este a force a cerrar sobre o grosso.
e. Quando contra ataca, a retaguarda, normalmente, não conta com o auxílio do
grosso, a não ser o apoio de fogo. Destrói todo o material que não puder ser evacuado.
Se dispuser de elementos de engenharia, estes serão empregados para executar
demolições e instalar campos minados e outros obstáculos, a fim de retardar ao máximo a
progressão do inimigo.
f. No planejamento de uma ação de retaguarda, o seu comandante deve observar

3-16
os seguintes passos:
1) analisar o terreno, a fim de selecionar posições de retardamento;
2) verificar os meios e adota a organização para o combate adequada ao tipo
de missão;
3) designar os elementos que receberão missões de reconhecimento e
segurança, particularmente nos flancos da formação;
4) determinar as missões aos elementos de apoio, se houver;
5) verificar os planos da força protegida e assegura a ligação contínua com o
comandante dessa força;
6) designar os elementos para o prévio reconhecimento das posições de
retardamento; e
7) prever os deslocamentos e as localizações do PC e dos trens.

3-17
ARTIGO IV

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO COMO FORÇA DE VIGILÂNCIA

3-11. GENERALIDADES

a. Vigiar é o grau de segurança adotado quando não se dispõe de meios para


cobrir ou proteger ou quando a natureza do terreno não indica a necessidade de uma
cobertura ou proteção.

b. A Força de Vigilância é a F Seg que proporciona um alerta, o mais cedo


possível, pela observação sobre uma área estendida à frente, no flanco ou à
retaguarda de uma força estacionada ou em movimento.

c. A F Vig retrai quando pressionada e mantém o contato com o Ini, não tendo
responsabilidade territorial entre ela e a tropa para qual opera.

d. As missões da força de vigilância têm por finalidade:


1) proporcionar um alerta oportuno da aproximação do inimigo;
2) obter e manter o contato visual com forças inimigas e informar sobre seu
deslocamento;
3) destruir ou repelir patrulhas inimigas; e
4) impedir o avanço das forças inimigas pelo emprego dos fogos de longo
alcance, tanto os de apoio como os orgânicos.

e. Uma missão de vigilância é dada quando, por economia de meios, uma extensa
área deve ser mantida sob observação e há poucos meios disponíveis para executar a
missão. A missão se traduz no estabelecimento de uma “cortina de vigilância” (fixa ou
móvel) que é executada pela instalação de uma série de postos de observação, que
cobrem as vias de acesso do inimigo. Patrulhas a pé, motorizadas e aéreas reconhecem
aquelas áreas que não podem ser observadas dos postos de observação.

f. Vigilância é o menor grau de segurança que pode ser proporcionado para uma
força. Este grau de segurança permite que o Cmt Esc Sp economize meios em parte da
frente e concentre o seu poder de combate na parte mais importante da Z Aç.

g. As operações de vigilância são de natureza defensiva porém possuem um caráter


dinâmico. Postos de observação estáticos são apenas, uma parte de todo o sistema de
vigilância. Ações ofensivas por parte da Res, ocupação de linhas de vigilância
subseqüentes e a aplicação de fogos diretos e indiretos são ações que deverão ser
executadas pelas F Vig.

h. As tropas mecanizadas, pelas suas características, são as mais aptas a realizar


este tipo de operação. Dentre estas características ressaltam de importância a
flexibilidade e as comunicações amplas e flexíveis.

i. A F Vig possui as seguintes missões:


1) manter uma contínua observação sobre as penetrantes que incidem na Z Aç do
Esc Sp e sobre os pontos críticos existentes no seu setor em todas as condições de

3-18
visibilidade;
2) dentro da sua capacidade e baseado nas diretrizes do Esc Sp, destruir ou
repelir os Elm Rec do Ini;
3) localizar o elemento testa da formação Ini e determinar a sua direção de
movimento;
4) manter o contato com o Ini identificado; e
5) proporcionar o alerta da aproximação do Ini.

j. A extensão da frente a ser vigiada é definida pelo Esc Sp baseada nos fatores da
decisão. Dentre estes fatores, em missões de Vig, o fator terreno é o preponderante pois
da sua análise são levantados os corredores de mobilidade do Ini.

l. A linha de vigilância é materializada por uma L Ct imposta pelo Esc Sp e tem a


característica restritiva de limitar o avanço da F Vig.

Sítio do Louco
Sítio do Louco

Fig. 3-6 Exemplo de um Linha de vigilância, composta por quatro P Obs.

m. Em operações de vigilância, a profundidade, isto é, a distância que a F Vig se


afasta do corpo principal, é definida pelo Cmt da força que a lançou.

n. Na faixa de terreno existente entre a linha de vigilância e o corpo principal, a F


Vig, manobrará para:
1) destruir os Elm Rec do Ini;
2) evitar que o Ini Pntr na sua Z Aç facilmente;
3) ocupar P Obs Altn; e

3-19
4) manter o Ctt com o Ini.

o. O Cmt Pel C Mec deverá esclarecer com o Esc Sp na Mis Vig o seguinte:
1) traçado geral da linha de vigilância;
2) a Z Aç do Pel (frente e profundidade);
3) as unidades a serem vigiadas;
4) a duração provável da missão;
5) os critérios para engajamento e destruição do Ini;
6) os critérios para desengajamento e mudança de posição; e
7) missões futuras do esquadrão.

p. Planejamento da Op Vig
1) O Cmt do Pel C Mec, inicialmente, faz um reconhecimento na Crt da A Op e
conclui sobre:
a) as principais vias de acesso do inimigo;
b) os pontos críticos para a F Ini em deslocamento;
c) área de interesse; e
d) prováveis áreas de engajamento.
2) Em decorrência da análise realizada acima e considerando os meios
existentes, o Cmt do Esqd divide a sua Z Aç entre os seus pelotões.
3) O Cmt do Esqd definirá em seu Plj a posição dos P Obs em áreas ou pontos,
que requeiram uma atenção especial.
4) Pontos de ligação são estabelecidos pelo Cmt do Esqd entre as Z Aç de seus
Pel. Um plano de patrulhamento detalhado, a fim de vigiar os espaços vazios, é
confeccionado pelo Cmt da F Vig e complementado pelos Cmt Pel.
5) No caso de uma F Vig Mv, o Itn Prog da F Seg será especificado pelo Cmt do
Esqd.
6) O Cmt da F Seg seleciona L Ct paralelas à linha de vigilância inicial a fim de
coordenar o retraimento do Esqd e de servir como linhas de vigilância subseqüentes.
7) O planejamento do emprego da Seç Vig Ter será orientado para aumentar a
capacidade de vigilância sobre os principais corredores de mobilidade do inimigo.
8) Os meios aéreos disponíveis podem ser empregados pelo Cmdo Rgt ou Esqd
para aumentar a capacidade de vigilância à frente da linha de vigilância.

q. O Cmt da F Vig definirá em suas diretrizes o seguinte:


1) Critérios de engajamento.
a) Qual o poder de combate do Ini que deverá ser engajado pelos Pel ?
b) Onde os Pel realizarão o seu engajamento?
2) Critérios de desengajamento.
a) Quais as condições para o desengajamento dos Pel ?
b) Como será mantido o Ctt durante a mudança da linha de vigilância?
3) Apoio de fogo.
a) Qual é a Prio Ap F?
b) Qual é o Ap F disponível?
c) Como serão apoiados os engajamentos?
d) Como serão apoiados os retraimentos?

r. As operações de vigilância, normalmente, desenvolvem-se em 04(quatro) fases:


1) deslocamento e ocupação da linha de vigilância;

3-20
2) observação e engajamento;
3) mudança de posição; e
4) acolhimento pelo corpo principal.

s. O Esqd C Mec desloca-se para a linha de vigilância inicial da seguinte forma:


1) Rlz uma Marcha Tática: o Esqd C Mec realiza uma M Tat até uma região,
próxima à linha de vigilância, onde desdobrará os seus meios a fim de ocupar o seu
dispositivo de vigilância. Este processo é o mais rápido, porém o menos seguro. Ele é
apropriado para situações em que o contato com o inimigo não é provável, o tempo para
ocupação da linha de vigilância é reduzido e existem Elm Ae conduzindo Op Rec ou Vig
Amv à frente da posição.
2) Rlz um Rec de Eixo: o Esqd C Mec desloca-se para a linha de vigilância inicial
empregando técnicas de Rec E. Este processo é mais lento do que a M Tat porém é mais
seguro. Ele é apropriado para situações em que o contato com o inimigo é pouco
provável, o tempo disponível é reduzido ou quando Elm Ae conduzem Op Rec Amv à
frente da posição.
3) Rlz um Rec Zona: o Rgt desloca-se realizando um Rec da região existente
entre a linha de vigilância e o corpo principal. A princípio este método é o mais adequado
pois a F Vig reconhece o terreno no qual combaterá. É o processo mais seguro. Este
processo é apropriado quando existe tempo disponível e a situação do inimigo é
desconhecida.

u. Ao atingir a linha de vigilância inicial o Esqd ocupa posição na linha de vigilância e


inicia o cumprimento da missão.

v. Uma vez estabelecido o contato com o Ini, a F Vig procura determinar o seu valor,
dispositivo, composição e direção do movimento.

w. Fogos das armas de apoio são realizados, o mais à frente possível, para
desorganizar o Ini. Nas áreas de engajamento são lançados fogos para destruir o Ini no
seu interior.

x. Em presença de F Ini superiores, o Pel C Mec retrai, Mdt O, e ocupa linhas de


vigilância sucessivas, mantendo o contato com o Ini. Nesta ocasião faz o máximo
emprego dos meios AC (VBR) e de Ap F (Mrt M) para dificultar a progressão do Ini.

y. O Pel C Mec executa o retardamento até ser acolhido pelo corpo principal.

z. A F Vig pode realizar a infiltração de Elm Rec com o objetivo de contatar o esforço
principal Ini. Precauções devem ser tomadas para assegurar que os elementos que se
infiltrarem não venham a comprometer a Mis F Vig.

aa. Quando o flanco de uma força em movimento deve ser vigiado, a missão é
conduzida como uma operação de flancoguarda móvel, com as seguintes ressalvas:
1) o Pel C Mec, normalmente, não tem responsabilidade pela área entre a força
protegida e o esquadrão, como acontece com a flancoguarda;
2) o Pel C Mec nem sempre estará dentro do alcance do apoio da força que se
beneficiada sua vigilância; e

3-21
3) a força de vigilância ocupa postos de observação sucessivos, ao longo do
flanco, em vez de posições de bloqueio.

3-12. VIGILÂNCIA DE COMBATE

a. Generalidades
A vigilância de combate compreende a observação sistemática e contínua de
áreas, eixos ou locais, tais como cruzamentos, pontes, aeroportos e outros tipos de
instalações específicas. Os fatores que influenciam a vigilância são: as condições de
visibilidade, o terreno, as coberturas naturais ou artificiais, as possibilidades de defesa
aérea do inimigo e os tipos de equipamentos de vigilância. A vigilância é conduzida por
todas as unidades de combate e constitui-se em meio para detecção e localização de
unidades, instalações e atividades do Ini.

b. Tipos de vigilância de combate


1) Visual — A vigilância visual é realizada pelas unidades terrestres e aéreas,
particularmente no cumprimento das missões de reconhecimento. A transmissão das
observações é feita rapidamente, por meio dos canais de informações ou de comando,
dependendo das ordens estabelecidas pelo escalão superior.
2) Eletrônica — É a vigilância realizada com a utilização de radares de vigilância
terrestre e sensores orgânicos, equipamentos infravermelhos, equipamentos de rádio-
escuta, Equip Vig e outros.
3) Fotográfica — A cobertura fotográfica realizada pelo Esqd no cumprimento das
missões de vigilância é, normalmente, limitada ao emprego de equipamento manual. A
cobertura fotográfica aérea é realizada pelas unidades da Força Aérea.

c. Missões de vigilância de combate


O Pel C Mec pode receber as seguintes missões de vigilância de combate,
enquanto executarem outras operações:
1) determinação, por meio da observação, de atividades de valor militar (mesmo
realizadas por civis) ou ausência dessas atividades, em determinadas áreas;
2) localização de alvos para serem atacados pela força aérea, fogos de artilharia,
agentes químicos, etc.;
3) observação e controle dos fogos indiretos orgânicos e não orgânicos ou
aéreos;
4) avaliação de danos;
5) localização e identificação de unidades inimigas; e
6) observação de vias de acesso do inimigo e vias de transportes.

d. Planejamento e conduta
1) As unidades de cavalaria mecanizada são as mais aptas para a execução de
missão de vigilância.
2) As considerações aplicáveis à vigilância de combate são similares àquelas de
vigilância. Determinadas operações de combate, tais como destruição de pequenos
elementos inimigos dentro das possibilidades da força, inerentes às operações de
vigilância, não são obrigatórias nas operações de vigilância de combate.
3) Para o cumprimento deste tipo de missão, o Pel C Mec adota um dispositivo
linear relativamente estático, podendo ser reforçado com equipamentos especiais de

3-22
vigilância terrestre.
4) O patrulhamento de eixos, normalmente, não está incluído dentro da missão de
vigilância de combate. No entanto, devem ser efetuados bloqueios de estrada nas
principais vias de acesso do inimigo.
5) A vigilância de combate é passiva. Quando houver necessidade de operações
de maior vulto, a área de responsabilidade do pelotão é reduzida.
6) Elementos do G Exp e do GC podem ser empregados à retaguarda das linhas
inimigas.
7) A pressão progressiva das forças inimigas em contato pode determinar uma
redução adicional da área ou forçar um retraimento.
8) O comandante do pelotão deve avaliar a situação tática continuamente e tomar
as providências necessárias para evitar um engajamento decisivo dos elementos do
pelotão.
9) Dentro dos requisitos exigidos para defesa própria, o comandante do pelotão
pode solicitar apoio de fogo, não orgânicos e disponíveis, para evitar o envolvimento dos
elementos empregados nas partes de observação.

3-13 CONTRA-RECONHECIMENTO

a. O contra-reconhecimento (C Rec) é um conjunto de medidas, ações e técnicas


especiais que permeiam as missões de Cobertura, Proteção e Vigilância, destinadas a
impedir, pelo combate, que elementos de reconhecimento do inimigo obtenham as
informações sobre as nossas forças ou região coberta, protegida ou vigiada pela Cav. O
C Rec não é, pois, um tipo de missão de Seg. Ele destina-se a destruir ou neutralizar os
Elm de Rec do Ini por meio de ações Ofs ou Def. Os Elm mais aptos para cumprir as
missões de C Rec são os Pel C Mec.

b. Em Operações Ofensivas, o C Rec tem a finalidade de procurar o contato com os


elementos de Rec Ini e a sua destruição ou neutralização pelo combate.

c. Em operações Defensivas, o C Rec tem a missão de evitar, se necessário pelo


combate, que os meios de Rec Ini penetrem em determinadas regiões ou partes da Z Aç
da SU ou do Esc Sp. O Rec pode ser conduzido à retaguarda de obstáculos naturais ou
artificiais, procurando canalizar as faixas de infiltração do Rec Ini para áreas de
engajamento, onde estes elementos serão destruídos ou neutralizados.

d. O valor e a composição dos elementos que conduzirão o C Rec e a natureza do


combate a ser realizado deverá ser previsto no planejamento da operação, em função do
estudo dos fatores da decisão, com predominância para o fator relativo à capacidade de
reconhecimento do inimigo.

e. O apoio da Av Ex e da F Ae aumenta a eficácia do combate de C Rec, seja pela


possibilidade de localização antecipada dos Elm Rec Ini e suas faixas de infiltração seja
pela destruição deste Ini pelo fogo das Anv.
f. A utilização de equipamentos de visão noturna, individuais e veiculares, aumenta
muito a eficácia do contra-reconhecimento, tendo em vista que possivelmente o inimigo
infiltrará os seus meios de reconhecimento à noite.

3-23
g. Planejamento e execução do contra-reconhecimento
1) No contra-reconhecimento o Pel poderá ser reforçado por elementos de apoio
ao combate, para detectar e destruir o reconhecimento inimigo.
2) Na Operação Ofensiva o Cmt Pel deverá atentar para a situação do inimigo,
dispositivo, valor, localização, composição, natureza, suas possibilidades e limitações.
Nos calcos deverão constar, no mínimo, os supostos itinerários de infiltração, os locais de
estabelecimento de P Obs, postos de escuta, radares e locais de interesse do Rec
inimigo.
3) Da ordem de contra-reconhecimento deverão constar:
a) o posicionamento dos radares de vigilância terrestre;
b) os reforços, caso necessários, aos elementos de combate (observadores de
Mrt e Art, radares, engenharia, armas anti-carro e outros que se fizerem necessários);
c) um completo estudo do inimigo, incluindo situação, possibilidades,
armamento, equipamento e outros dados;
d) o plano logístico de apoio (suprimento extra, estabelecimento de cachês ou
outros meios);
e) os itinerários de retraimento dos elementos de C Rec; e
f) as medidas de coordenação e controle necessárias para a coordenação do
movimento, fogos, apoio logístico e comunicações.
7) Os Elm de C Rec poderão estar operando dentro do Ap F da força do
enquadrante ou poderão deslocar-se bem à frente sob o apoio de seu próprio apoio de
fogo.
8) Seqüência para o Plj do C Rec:
a) estudo do Rec Ini e levantamento gráfico de suas possibilidades (itinerários
de infiltração, vias de acesso, regiões de interesse, prováveis P Obs, PE ou locais para
condução de fogos);
b) marcação de Áreas de Interesse sobre os Itn de Pntr do Rec Ini, com as
finalidades de observar sua infiltração e informar ao Cmt do C Rec ou reduzir o seu poder
de combate pela aplicação de fogos diretos e/ou indiretos;
c) reconhecimento de marcação de AE (Áreas de Engajamento) para
destruir o Rec Ini pelo fogo direto e indireto;
d) marcação de outras Mdd Coor e Ct que permitam o retraimento e
coordenação de fogos e movimento do Elm de C Rec;
e) identificação da localização dos radares de vigilância terrestre pelo
escalão superior;
g) estabelecimento de uma L Ct que limite o avanço da força de C Rec e
outra que balize seu retraimento;
h) planejamento do apoio logístico para a missão de C Rec;
i) estabelecimento da ordem de movimento do Elm C Rec (normalmente por
infiltração durante períodos de reduzida luminosidade ou à noite);
j) estabelecimento de "gatilhos" para as ações a serem desencadeadas, por
exemplo:
1) cada VBR deve retrair para a posição ALFA quando destruir dois veículos
do Ini.
2) P Obs 1 somente ocupa posição alternativa se o Ini não aparecer até
0300h.
3) Abrir fogo tão logo o veículo Ini entrar no alcance dos fogos diretos.
4) As prioridades de engajamento são: viaturas radares, viaturas de
exploradores, viaturas de engenharia e viaturas de detecção QBN.

3-24
CAPÍTULO 3

SEGURANÇA

ARTIGO I

GENERALIDADES

3-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Segurança é uma parte essencial de qualquer operação ofensiva ou defensiva.

b. A segurança compreende um conjunto de medidas tomadas pelo comando para


proteger-se da surpresa, da espionagem, da sabotagem, da observação ou de qualquer
forma de perturbação de suas atividades por parte do inimigo. A segurança tem por
finalidade preservar o sigilo da operação e assegurar a liberdade de ação do comandante.

c. Todos os escalões são responsáveis por sua própria segurança, mesmo que se
beneficiem daquela proporcionada por outra força.

d. O comandante não deve desviar, para o cumprimento das missões de segurança,


um efetivo em pessoal e meios de tal ordem que possa prejudicar o poder de combate a
ser aplicado na ação principal.

e. A segurança é obtida mediante a adoção de medidas eficazes para detectar a


ameaça, propiciando tempo e espaço necessários para que a tropa protegida possa
manobrar a fim de evitar, neutralizar ou destruir essa ameaça.

f. A segurança repousa:
1) nas informações que recebe do escalão superior e nos informes obtidos pelos
seus próprios órgãos de reconhecimento;
2) no emprego de forças de segurança;
3) no dispositivo adotado; e
4) nas medidas contra a ação eventual da aviação e artilharia de longo alcance,
contra os efeitos dos agentes QBN, contra os ataques blindados e contra as ações de
guerra eletrônica.

g. O Pel C Mec, cumprindo missões de segurança, adotará uma atitude ofensiva ou

3-1
defensiva empregando os seus meios de acordo com os fatores da decisão (missão,
inimigo, terreno, meios e tempo).

h. O estabelecimento de uma cortina de contra-reconhecimento destruindo ou


repelindo, pela manobra ou pelo fogo, as forças de reconhecimento do inimigo é um dos
objetivos das F Seg.

i. A ligação entre a F Seg e o corpo principal é um dos pontos críticos das operações
de segurança.

j. A extensão das frentes designadas ao Pel, em operações de segurança, depende


de vários fatores, tais como:
1) grau de segurança desejado;
2) prazos impostos pela missão;
3) possibilidades do inimigo;
4) terreno (com ênfase nas vias de acesso do inimigo);
5) condições meteorológicas; e
6) possibilidades do Pel.

k. O Pel C Mec cumpre, com mais freqüência, as seguintes missões de segurança:


vanguarda, flancoguarda, retaguarda, vigilância, vigilância de combate, segurança de
área de retaguarda (SEGAR) e força de cobertura.

3-2. FUNDAMENTOS DOUTRINÁRIOS DA SEGURANÇA

Ainda que os fundamentos da segurança sejam perfeitamente atendidos, deve-se ter


em mente que o mais importante na ação é fornecer informes precisos e oportunos sobre
a ameaça inimiga a fim de garantir um espaço de manobra à tropa em proveito da qual se
opera. Na execução de uma missão de segurança, o Pel C Mec deve observar os
seguintes fundamentos:

a. Proporcionar um alerta preciso e oportuno ao escalão superior – A força de


segurança deve informar ao escalão superior, precisa e oportunamente, sobre a
localização ou movimento das forças inimigas que possam constituir uma ameaça à
missão deste escalão. Somente pelo alerta oportuno e informações precisas, fornecidas
pela força de segurança ao escalão superior, pode o comandante deste decidir sobre a
aplicação dos seus meios, prazo e local para engajar-se com o inimigo e manobrar suas
forças, a fim de obter a surpresa e vantagens táticas.

b. Garantir espaço para a manobra – A força de segurança deve operar


suficientemente distante da tropa em proveito da qual opera, de modo a garantir a esta o
prazo e o espaço suficientes para que possa manobrar, evitando o engajamento decisivo
com o inimigo. A distância, entre a força de segurança e a tropa em proveito da qual
opera, é função da análise judiciosa dos fatores da decisão.

c. Orientar a execução da missão em função da força em proveito da qual


opera – Uma força de segurança manobra de acordo com a localização ou movimento da
tropa em proveito da qual opera, interpondo-se entre ela e a conhecida ou provável

3-2
ameaça do inimigo.

d. Executar um contínuo reconhecimento – Toda força de segurança deve


executar um contínuo e agressivo reconhecimento. Este fornece ao comandante informes
sobre o inimigo e o terreno em sua zona de ação e ainda possibilita a localização
adequada da força de segurança em relação à tropa, em proveito da qual opera, e à
ameaça inimiga. O reconhecimento possibilita ao escalão superior a segurança pela
informação. Mantendo-o alertado sobre a localização e movimentos do inimigo e
fornecendo outros dados obtidos com a manutenção do contato, elimina a possibilidade
da força, em proveito da qual opera, vir a ser surpreendida.

e. Manter o contato com o inimigo – O contato com o inimigo deve ser mantido até
que este não constitua mais uma ameaça ou que se afaste da zona de ação da tropa em
proveito da qual a força opera. O comandante de uma força de segurança não pode,
voluntariamente, romper o contato com o inimigo, fazendo-o somente mediante
autorização do escalão superior. Deve-se impedir que a força inimiga surpreenda a força
protegida. Se a força inimiga sai da zona de ação, deve-se informar à unidade vizinha,
auxiliando esta a estabelecer o contato com o inimigo.

3-3. GRAUS DE SEGURANÇA

a. Cobertura – Cobrir é a ação que proporciona segurança a determinada região ou


força, com elementos distanciados ou destacados, orientados na direção do inimigo e que
procuram interceptá-lo, engajá-lo, retardá-lo, desorganizá-lo ou iludi-lo antes que ele
possa atuar sobre a região ou força coberta.

b. Proteção – Proteger é a ação que proporciona segurança à determinada região


ou força, pela atuação de elementos no flanco, frente ou retaguarda imediatos, de forma a
impedir a observação terrestre, o fogo direto e o ataque de surpresa do inimigo sobre a
região ou força protegida.

c. Vigilância – Vigiar é a ação que proporciona segurança a determinada força ou


região, pelo estabelecimento de uma série de postos de observação, complementados
por adequadas ações, que procuram detectar a presença do inimigo logo que ele entre no
raio de ação ou no campo dos instrumentos do elemento que a executa.

3-4. OPERAÇÕES DE SEGURANÇA


As operações de segurança são realizadas, basicamente, por forças de cobertura,
de proteção e de vigilância. São incluídas também, entre as missões de segurança, a
ligação entre duas outras forças de maior valor, visando tamponar uma brecha e a
segurança de área de retaguarda.

a. Operações de segurança de vanguarda – São aquelas operações que visam à


proteção, à cobertura ou à vigilância da vanguarda do corpo principal de uma tropa. O
grau de segurança estará condicionado ao poder de combate, do material empregado,
distância estabelecida pelo escalão superior e à missão atribuída. A técnica empregada
na segurança de vanguarda é semelhante à empregada no reconhecimento de eixo ou

3-3
zona dependendo da velocidade do corpo principal da tropa, do inimigo, do terreno, do
tempo e dos meios disponíveis.
b. Operações de segurança de flancoguarda – São aquelas operações que visam
à cobertura, à proteção ou à vigilância de um flanco do corpo principal de uma tropa. O
grau de segurança estará condicionado ao poder de combate, material empregado,
distância estabelecida pelo escalão superior e à missão atribuída. O Pel C Mec realiza a
flancoguarda ocupando posições de bloqueio das principais vias de acesso que
demandam ao eixo de deslocamento do corpo principal da tropa.

c. Operações de segurança de retaguarda – São aquelas operações que visam à


cobertura, à proteção ou à vigilância da retaguarda do corpo principal de uma tropa. O
grau de segurança estará condicionado ao poder de combate, material empregado,
distância estabelecida pelo escalão superior e à missão atribuída. A técnica empregada
na segurança de retaguarda é semelhante à empregada nos movimentos retrógrados
dependendo da velocidade do corpo principal da tropa, do inimigo, do terreno, do tempo e
dos meios disponíveis.

3-5. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

As medidas de coordenação e controle mais comumente utilizadas nas operações de


segurança são as seguintes:

a. Ponto de Controle
Nas Op Seg os P Ct devem ser marcados, obrigatoriamente, sobre o Itn Prog do
Pel nas seguintes regiões:
1) entradas e saídas das P Blq;
2) cruzamento do Itn Prog sobre Rio obstáculo;
3) entrada e saída de localidades; e
4) ponto de início ou término do Itn Prog através campo.

b. Linha de Controle
1) Em Op Seg as L Ct são traçadas com as seguintes finalidades:
a) regular a Prog da F Seg;
b) balizar uma possível posição de Rtrd ou Vig;
c) balizar a linha sobre a qual deverão ser marcadas as P Blq ou P Vig iniciais.
Neste caso esta linha é imposta pelo Esc Sp e restringe o Mvt da F Seg; e
d) distância de 08 a 12 Km uma da outra.

c. Pontos de Ligação
1) O Pel C Mec não lançará P Lig entre grupos, entretanto, deverá executar a
ligação quando imposta pelo escalão superior.
2) Os P Lig são marcados entre as P Blq com as seguintes finalidades:
a) estender a observação à frente e nos Fln; e
b) definir a A Rspnl dos Pel que as estiverem ocupando.
3) Os P Lig impostos pelo Esc Sp, a fim de coordenar a ligação da F Seg com o
corpo principal, balizam o limite da A Rspnl da F Seg.

3-4
d. Limites
Os limites definidos pelo Cmt SU são as áreas de responsabilidade dos Pel. Incluem
os espaços dentro dos quais os Pel podem atirar e manobrar sem necessidade de
coordenação e sem interferência de outros elementos.

e. Itinerário de Progressão
É o Itn imposto pelo Cmt SU por onde o Pel deverá deslocar-se. Possui as
seguintes características:
1) interior às P Blq ou P Vig;
2) afastado o suficiente para não interferir com a Man do corpo principal;
3) fácil acesso as P Blq ou P Vig;
4) orientado para o Obj ou P Blq final ;
5) paralelo ao E Prog do corpo principal; e
6) preferência às estradas, podendo ser através campo.

f. Posições de Bloqueio
1) As P Blq, sempre que possível, devem ser utilizadas para:
a) dominar as principais penetrantes do Ini, prevendo 01 (um) Pel barrando 01
(uma) penetrante;
b) aproveitar o terreno com boas características defensivas;
c) ser paralelas ao E Prog da F Ptg ou Cob; e
d) proporcionar tempo e espaço para a manobra do corpo principal.
2) A P Blq, em final de missão, tem os mesmos objetivos das P Bloq normais,
podendo ser aproveitados também para servir de ponto para prosseguir na missão,
manter o terreno para a segurança da tropa do corpo principal, prosseguir na missão ou
apoiar uma ultrapassagem.
3) Na ocupação de uma P Blq, deve-se evitar:
a) elemento dissociador (rio Obt, mata Obt e outros) dividindo a P Bloq;
b) flanqueamento da P Blq; e
c) cidade à retaguarda, com população hostil.

g. Objetivos
Marca-se o objetivo, em final de missão, numa missão de flancoguarda, quando o
eixo de progressão do grosso e o itinerário de progressão da flancoguarda terminam na
mesma direção, ou quando imposto pelo escalão superior.

h. Região de Destino
Região para onde são deslocados os elementos não empregados em primeiro
escalão. É prevista pelo Cmt Esqd em locais que permitam apoiar as ações dos
elementos empregados em 1º Esc, geralmente ocupada pelos trens da SU e pelotões em
reserva. Será ocupada quando houver condições de segurança. Normalmente, a cada
linha de controle corresponde uma região de destino.

3-5
ARTIGO II

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO COMO FORÇA DE COBERTURA

3-6. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. A força de cobertura é uma força de segurança taticamente autônoma que opera


à considerável distância (de 60 a 120 Km), à frente, no flanco ou retaguarda de uma tropa
amiga estacionada ou em movimento. É empregada quando a força em proveito da qual
opera está engajada em operações ofensivas ou defensivas. Não deve se deixar engajar
decisivamente, nem ser ultrapassada ou envolvida. A F Cob recebe, normalmente,
missões de natureza ampla, que poderão incluir:
1) esclarecimento da situação;
2) desorganização e destruição da força inimiga;
3) conquista de acidentes capitais do terreno; e
4) retardamento do inimigo.

b. Normalmente, o menor elemento que a constitui é a Unidade e deverá receber


meios de Cmb (Inf, Cav) e de Ap Cmb (Art e Eng) em reforço ou integração, necessários
ao cumprimento de missão, dotados de mobilidade compatível com a da Unidade.

c. O Esqd C Mec/Bda poderá, excepcionalmente, constituir a força de cobertura da


grande unidade. Neste caso, deverá ser reforçado e a distância da força principal será
reduzida e condicionada aos fatores da decisão.

d. Cabe ao comandante da força coberta determinar à Força de Cobertura a região


ou parte da tropa a ser coberta;

e. As forças que integram o 2° escalão da F Cob des locam-se, em princípio, de


região de destino em região de destino. Estas regiões localizam-se a cavaleiro do eixo
que oferecer segurança e permitir as melhores condições de apoio aos elementos
desdobrados em 1° escalão.

f. Nas operações ofensivas a F Cob opera à frente ou nos flancos do corpo principal
e possui as seguintes atribuições:
1) conduzir um contínuo reconhecimento ao longo do eixo de avanço da força
coberta;
2) negar ao inimigo informações sobre o dispositivo, valor, localização e
composição do corpo principal;
3) destruir ou repelir os elementos de reconhecimento do inimigo e/ou as suas
forças de segurança;
4) esclarecer a situação para determinar as possibilidades do inimigo;
5) destruir, repelir ou fixar as forças inimigas determinadas pelo escalão superior; e
6) explorar as oportunidades.

g. Uma F Cob é uma F Seg que opera à frente de uma posição. Esta força opera
empregando as técnicas e os dados médios de planejamento de uma operação de
reconhecimento de zona, devendo acompanhar a velocidade de progressão da força

3-6
coberta.

h. As F Cob operam à frente do corpo principal e possuem um poder de combate


suficiente para:
1) localizar e penetrar na área de segurança de uma P Def; e
2) destruir elementos de reconhecimento do inimigo, as suas vanguardas e o
primeiro escalão de uma força inimiga em deslocamento.

i. A distância que o Pel C Mec se afasta da força coberta depende dos fatores da
decisão e deve ser especificada pelo comandante do Esqd C Mec ou R C Mec.

j. Ao estabelecer o contato com o inimigo o Pel C Mec procura fixá-lo ou destruí-lo


através do fogo e da manobra. A resistência encontrada não pode ser desviada sem
autorização do comandante do Esqd C Mec ou R C Mec.

k. No caso da F Cob não conseguir prosseguir no seu deslocamento em decorrência


da ação do inimigo, o Pel ocupará uma posição no terreno de modo a apoiar a Ultr do
corpo principal. Nesta situação o Pel C Mec emprega seus meios para levantar Info sobre
o Ini em contato, a fim de orientar a ação da força coberta.

Rfr
Força de Cobertura
Mec

Força de Proteção
Mec

Corpo Pcp Força de Principal

Fig. 3-1 O Pel C Mec integrante do Esqd/Rgt como Força de cobertura de Vanguarda

l. A F Cob Fln é uma força de segurança que opera no Fln de uma força estacionada
ou em movimento. Esta força é empregada quando existe a possibilidade de atuação do
inimigo no Fln.

3-7
m. O Pel C Mec empenhado na missão de cobrir um flanco de determinada tropa
utilizará as mesmas técnicas de maneabilidade empregadas nas missões de proteção de
flancoguarda.

n. Normalmente, quando designado como parte integrante de uma F Cob Rtgd o


pelotão operará em proveito de força que realiza um retraimento ou uma retirada. Nesta
situação o Pel C Mec poderá usar a própria linha anteriormente ocupada pela tropa
coberta, ou uma linha próxima, para estabelecer a sua posição inicial. As técnicas
empregadas são semelhantes àquelas empregadas nos movimentos retrógrados.

o. Estabelecido o contato com o inimigo e estando fortemente pressionada, a F Cob


passará a realizar uma Aç Rtrd até ser acolhida na P Def da força coberta.

p. O acolhimento da F Cob pelo corpo principal é uma tarefa complexa que exigirá
um planejamento detalhado e centralizado pelo Cmt Esqd.

Ini Corpo Pcp


Mec Mec

Fig. 3-2 O Pel C Mec integrante do Esqd/Rgt como Força de cobertura de retaguarda

q. Nas operações defensivas, a F Cob opera à frente, no flanco ou à retaguarda da


força coberta. O objetivo principal desta F Cob é fazer com que o inimigo revele o seu
esforço principal, perca a impulsão do seu ataque e a iniciativa das ações.

r. Quando empregada em proveito de uma força que conduz uma operação


defensiva, a F Cob tem as seguintes atribuições:
1) realizar uma continuada vigilância sobre as principais vias de acesso do inimigo;
2) destruir e repelir os elementos de reconhecimento e segurança do inimigo a fim
de negar-lhes informações sobre a força coberta (contra-reconhecimento);
3) determinar o esforço principal do inimigo;
4) destruir o primeiro escalão das forças inimigas; e
5) obrigar que o inimigo empregue o seu segundo escalão

3-8
ARTIGO III

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO COMO FORÇA DE PROTEÇÃO

3-7. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. A força de proteção é uma força de segurança que opera à frente, no flanco ou à


retaguarda de uma força estacionada ou em movimento, a fim de protegê-la contra a
observação terrestre, os fogos diretos e o ataque de surpresa do inimigo. Ela repele,
destrói ou retarda, de acordo com suas possibilidades, os elementos inimigos que
ameacem a força protegida. A força de proteção opera dentro dos fogos de apoio da força
protegida.

b. A força de proteção é constituída, normalmente, de elementos orgânicos da força


protegida ou que a estejam reforçando.

c. De acordo com sua posição em relação à força principal, a força de proteção


denomina-se vanguarda, flancoguarda ou retaguarda.

d. O Cmt da força protegida, normalmente, definirá em suas diretrizes o seguinte:


1) poder de Combate da Força de Proteção;
2) a responsabilidade da Força de Proteção;
3) responsabilidade e disponibilidade de Apoio de Fogo para a Força de Proteção;
e
4) limite de Retaguarda da Força de Segurança.

3-8. O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA VANGUARDA

a. A vanguarda é uma força de proteção que opera à frente do grosso e atrás da


força de cobertura (quando esta for empregada), dentro da distância de apoio da F Ptg e
que tem por finalidade assegurar a progressão ininterrupta do grosso.

b. A vanguarda possui as seguintes missões:


1) conduzir um contínuo reconhecimento ao longo do eixo de avanço da F Ptg;
2) destruir ou repelir os Elm de Rec e as F Seg do Ini; e
3) impedir que o Ini atue com fogos observados sobre a F Ptg.

c. A Vgd desloca-se a uma distância que proporcione ao Cmt da F Ptg liberdade


de ação. Contudo ela não deve estar tão afastada que corra o risco de ser destruída pelo
Ini antes que o grosso possa lhe dar apoio.

d. Uma tropa que executa uma vanguarda, dividi-se em três escalões:


1) reconhecimento;
2) combate; e
3) reserva.

e. O Esqd C Mec pode receber a missão de realizar uma vanguarda ou executar

3-9
parte da missão de vanguarda atribuída ao R C Mec. No segundo caso, poderá constituir
um dos escalões citados no item anterior.

f. O Esqd C Mec na vanguarda, normalmente, se organiza em dois escalões: o


escalão de reconhecimento e o escalão de combate. O pelotão-testa constitui o escalão
de reconhecimento, enquanto os demais pelotões constituem o escalão de combate.
Caso o Esqd seja reforçado e tenha elementos de manobra suficientes, poderá ser
previsto uma reserva.

g. O Esqd C Mec em uma missão de Vgd adotará um dispositivo em coluna ou em


linha de Pel.

h. A formação em coluna será empregada quando a F Ptg estiver se deslocando


em apenas um E Prog e quando a situação do Ini for conhecida.

i. Quando a situação do Ini for desconhecida e a F Ptg estiver se deslocando em


mais de um E Prog o Esqd adotará um dispositivo em linha. Se os eixos utilizados se
encontrarem dentro do alcance dos morteiros, as peças de apoio poderão permanecer
centralizadas, em condições de apoiar toda a frente.

j. Os Pel que estiverem desdobrados deslocar-se-ão empregando técnicas de


reconhecimento de zona.

k. Ao estabelecer o contato com o Ini, o Pel C Mec adota uma atitude agressiva
para esclarecer a situação empregando todos os meios disponíveis a fim de determinar o
dispositivo, o valor, a localização, a composição e a atitude do inimigo.

l. Esclarecida a situação o Cmt Pel deverá, sempre que possível, empregar as


suas forças para fixar ou destruir a resistência Ini assinalada.

m. Caso a Vgd não consiga prosseguir no seu deslocamento face à ação do Ini, o
Pel adotará uma atitude defensiva, ocupando uma posição no terreno em condições de
Ap Ultr da F Ptg. Nesta situação, apesar de adotar uma atitude defensiva, o Pel realiza
ações para levantar o dispositivo do inimigo a fim de orientar as Aç da F Ptg.

n. À noite, ou quando o contato com o inimigo é iminente, a velocidade de marcha


deve ser ditada pela vanguarda, ao passo que, em outras ocasiões, a vanguarda se
ajusta à velocidade do Corpo Principal.

o. O Pel C Mec na vanguarda desloca-se a uma distância tal do grosso de modo a


protegê-lo contra os ataques de surpresa, a observação terrestre e os tiros diretos do
inimigo. Deve, no entanto, permanecer dentro da distância de apoio da artilharia do
grosso.

p. O elemento testa da vanguarda é responsável por sua segurança à frente e nos


flancos, devendo, para isso, observar em todas as direções, manter intervalos e
distâncias adequadas, permanecer alerta e pronto para emprego, usar a técnica de
reconhecimento pelo fogo, deslocar-se rapidamente e tomar medidas passivas de defesa
aérea.

3-10
q. A vanguarda, em geral, ataca diretamente da coluna de marcha, para destruir
as forças inimigas que tentem impedir sua progressão. O comandante do Pel C Mec deve
estar atento para realizar ataques de oportunidade, sempre que a situação o permitir.

r. Quando a situação exigir que o escalão superior empregue seus meios, o Pel C
Mec poderá proporcionar a segurança do grosso, apoiar pelo fogo ou participar das ações
como elemento de manobra.

3-9. O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA FLANCOGUARDA

a. A flancoguarda é uma força de segurança que opera no flanco de uma força


estacionada ou em deslocamento, para protegê-la da observação terrestre, dos fogos
diretos e de qualquer ataque de surpresa do inimigo. Ela destrói ou retarda o inimigo, de
acordo com suas possibilidades.

b. O Esqd C Mec pode, isoladamente, constituir uma flancoguarda ou participar de


uma flancoguarda conduzida pelo R C Mec.

c. No cumprimento de sua missão, ela pode empregar tanto operações ofensivas


como defensivas.

d. Durante as operações ofensivas ou retrógradas, a flancoguarda é móvel,


quando a força protegida está se deslocando. Quando a força protegida está conduzindo
uma operação defensiva, a flancoguarda é normalmente fixa, mas deve estar preparada
para conduzir uma ação de flancoguarda móvel, quando necessário.

e. O Pel C Mec participará de uma flancoguarda móvel, conduzida pelo Esqd C


Mec, seja atuando como sua vanguarda ou fazendo parte do grosso do Esqd. Nesta
última situação poderá ocupar posições de bloqueio ou atacar para liberar o itinerário de
progressão do esquadrão ou para conquistar posições de bloqueio.

Fig. 2-37 Posicionamento do Pel C Mec na P Blq

3-11
f. Na realização de manobras de flanco tipo envolvimento e desbordamento, os Pel
C Mec orgânicos de Esqd C Mec de Brigadas Blindadas têm um eficiente emprego
atuando como flancoguarda móvel. As técnicas utilizadas são idênticas às empregadas
nas demais operações.

g. O Pel C Mec como Fg Mv


1) O Pel C Mec, como Fg Mv de uma força em operações ofensivas ou
retrógradas, protege o corpo principal através da ocupação de uma linha de P Blq sobre
as principais penetrantes que incidem no Fln da F Ptg.

3 14

D Mec

Vg

C 3 14

x
Cmdo 3 Mec
Me
B 25
c
3
2/3
105
3 3
A Me
2/3 c
13 C 13

2/3 C Mec 3 Log 3


Rg

9 3
Rg

Fig. 3-3 Missão dos Pel C Mec em Fg Mv

2) A Fg Mv possui as seguintes missões:


a) manter uma contínua observação sobre as penetrantes que incidem no
Fln da F Ptg;
b) reconhecer a zona entre o grosso e a linha de P Blq;
c) manter o contato com a retaguarda da unidade-testa (vanguarda) do
grosso (F Ptç);
d) destruir ou repelir os Elm Rec do inimigo;
e) destruir, repelir ou fixar as forças terrestres inimigas antes que estas
forças engajem com fogos diretos a F Ptg; e
f) manter contato com a unidade retaguarda do grosso (F Ptç).
3) Atuando como vanguarda da flancoguarda, o Pel C Mec, além desta missão,
deverá prover a segurança do espaço compreendido entre a força protegida (grosso) e a
linha das posições de bloqueio (zona a ser reconhecida pelo elemento Vg da Fg Mv)
previstas no planejamento da operação e ainda manter permanente contato com a
retaguarda da unidade-testa (vanguarda) da força protegida.
4) A flancoguarda regula sua velocidade de progressão pela do grosso. Deve
estar suficientemente afastada do grosso, de modo a assegurar a este o tempo e o
espaço necessário à manobra, para fazer face a uma ameaça inimiga. Esta distância não
é fixa, e depende dos fatores da decisão (missão, inimigo, terreno, meios e tempo). Em
princípio, quanto mais forte a flancoguarda, maior a distância do grosso em que ela

3-12
poderá operar.
5) Se a área a proteger tornar-se tão extensa que não possa ser protegida
adequadamente, o comandante da flancoguarda deve pedir permissão para vigiar parte
dela ou ser liberado da responsabilidade de segurança de parte da retaguarda da área.
Esta solicitação deverá ser feita em forma de proposta ao Cmt do grosso.
6) A flancoguarda deve se deslocar em uma direção paralela à do grosso, em
condições de ocupar posições (P Blq) que barrem as vias de acesso que incidam no
flanco da tropa protegida.
7) Os processos básicos de deslocamento de flancoguarda móvel são:
movimento contínuo, lanços alternados e lanços sucessivos. O comandante escolherá o
mais adequado, levando em consideração, particularmente, a velocidade do grosso, o
terreno e as possibilidades do inimigo. O Esqd C Mec de Bda deverá prever seus
deslocamentos por lanços de pelotão.
8) A progressão por lanços alternados é usada quando a força protegida
avança com pouca velocidade e/ou há possibilidade de forte ameaça inimiga. Neste
processo, um Pel ultrapassa o outro e ocupa nova P Blq, somente após este Pel estar em
condições de proteger o grosso é que o segundo Pel segue para ocupar sua nova P Blq .

C
G 5
R
O (-) 4
S
S
O

Fig. 3-4 Lanços alternados

9) A progressão por lanços sucessivos é usada quando a força protegida faz


altos freqüentes e curtos e/ou não há previsão de forte ameaça inimiga. Neste processo,
os Pel realizam os lanços simultaneamente .

3-13
C
5
G
R (-) 9
O
S
S
O

Fig. 3-3 Lanços sucessivos

10) A progressão em movimento contínuo é usada quando a força protegida


avança sem paradas e/ou a possibilidade de atuação do inimigo no flanco é remota .

Pel
Testa
C
8
G
R
O
S B 3
S
O
Retaguarda

Fig. 3-4 Movimento contínuo

12) Ao receber uma missão de Fg Mv, o comandante do Pel C Mec deve tomar
as providências a seguir indicadas:
a) estudar a situação na carta e selecionar as prováveis penetrantes que
pelo Fln incidem na F Ptg.
b) elaborar um esquema de manobra prevendo:

3-14
(1) a ocupação das posições de bloqueio selecionadas;
(2) pontos de controle e linhas de controle; e
(3) itinerários de progressão que liguem o itinerário de progressão do Esqd
à P Bloq designada.
13) A Z Aç balizada pela linha de P Lig, imposta pelo Esc Sp, e a linha de P
Blq define a A Rspnl da Fg. Esta frente não deve exceder a capacidade de
reconhecimento de uma SU ou de um Pel.
14) O Pel testa de uma Fg Mv tem as seguintes missões:
a) atuar como vanguarda;
b) reconhecer a área entre o grosso e a linha de P Blq (zona a ser Rec pelo
Elm Vg da Fg Mv); e
c) ligar-se com a Rg da unidade-testa (vanguarda) do corpo principal.
15) O Pel que se deslocar à retaguarda da Fg Mv deverá ligar-se com a Rg do
elemento da retaguarda do grosso.
16) Em uma missão de Fg Mv, o Pel C Mec empregará para cruzar a L Ct que
baliza o seu início os processos abaixo descritos:
a) 1° Processo
O Pel cruza a L Ct no mesmo local que a F Ptg e incorporado ao seu
dispositivo.

b) 2° Processo
A F Ptç e a F Ptg cruzam a L Ct que baliza o início da missão
simultaneamente e em locais diferentes.
17) Após o cruzamento da L Ct que baliza o início da operação o Pel Vgd, já
desdobrado, cumprirá a sua missão empregando técnicas de reconhecimento de zona
devendo progredir na velocidade da força protegida. Este Pel tem também a missão de
realizar a ligação com a Rg do elemento testa da F Ptg.
18) Os elementos de manobra que integram o 2° Esc d o Esqd deslocar-se-ão
sobre o Itn Prog e ocuparão as P Blq, Mdt O, face à evolução da situação do Ini e da F
Ptg.
19) Em final de missão a Fg Mv adotará um dispositivo de Fg Fix e ocupará P
Blq que barrem as Pntr que incidam no Fln da F Ptg.

Itn Prog Fg (Esqd) Obj D


Obj
Grosso 2 (Esqd)
12
G L Ct Azul
R
O C
S
S B 7
O A
8 15

Fig. 3-5 O dispositivo e as ações em final de missão do Pel devem ser previstas no Plj
inicial.

3-15
20) Em uma missão de Fg Mv, inicialmente, a Prio F será do Pel Vgd. Esta Prio será
alterada a partir do momento em que for estabelecido o Ctt com o Ini.

h. O Pel como Fg Fix


1) O Pel C Mec, como Fg de uma força na defensiva, ocupa uma série de P Blq
no Fln. As P Blq são localizadas em acidentes do terreno que dominam as prováveis
penetrantes do Ini para o interior da A Rspnl do Esc Sp. No cumprimento da Mis, o Pel C
Mec emprega táticas defensivas ou retrógradas. Se fortemente pressionado, conduz uma
ação retardadora, proporcionando tempo e espaço para que o comandante que conduz a
defesa possa reagir à ameaça inimiga.
2) O Cmt da Fg Fix no seu planejamento selecionará posições, que deverão
ser reconhecidas no terreno, entre a F Ptg e a linha de P Blq inimiga a fim de realizar um
combate retardador.
3) O Pel C Mec em uma operação de Fg Fix desloca-se para a linha de P Blq
Inimigo empregando técnicas de reconhecimento de zona a fim de familiarizar-se com o
terreno no qual combaterá.
4) A Fg Fix possui as seguintes missões:
a) manter uma contínua observação sobre as Pntr que incidam no Fln da F
Ptg;
b) destruir ou repelir as forças de reconhecimento do inimigo;
c) manter o contato com a F Ptg; e
d) destruir, repelir ou fixar as F Ter Ini antes que engajem com fogos diretos
o corpo principal.

3-10 O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA RETAGUARDA

a. A retaguarda é uma força de segurança que opera à retaguarda de uma força


principal, seja num movimento para frente ou durante um movimento retrógrado.
b. Durante o movimento para frente, a retaguarda neutraliza ou retarda as forças
inimigas que atacarem a retaguarda do grosso, protege os trens e realiza a coleta dos
extraviados. A retaguarda marcha a uma distância prescrita pelo Cmt do grosso, no
máximo na distancia do apoio de artilharia do grosso.
c. O Esqd C Mec de Bda pode conduzir uma retaguarda em proveito da Brigada,
quando a GU se deslocar por um único eixo. No caso de a Brigada utilizar mais de um
eixo, o esquadrão constitui a retaguarda de um dos eixos. O Esqd cumpre a missão de
retaguarda sob controle da Bda ou da unidade que se deslocar à retaguarda da formação,
à qual deve ser integrado.
d. Durante um retraimento, a retaguarda assegura o desengajamento do grosso,.
emprega tática de ação retardadora e retrai por lanços, baseando sua velocidade de
deslocamento na do grosso, a fim de manter a distância prevista, ou deslocando-se de
acordo com planos previamente estabelecidos. A retaguarda não deve permitir seu
desbordamento pelo inimigo ou que este a force a cerrar sobre o grosso.
e. Quando contra ataca, a retaguarda, normalmente, não conta com o auxílio do
grosso, a não ser o apoio de fogo. Destrói todo o material que não puder ser evacuado.
Se dispuser de elementos de engenharia, estes serão empregados para executar
demolições e instalar campos minados e outros obstáculos, a fim de retardar ao máximo a
progressão do inimigo.
f. No planejamento de uma ação de retaguarda, o seu comandante deve observar

3-16
os seguintes passos:
1) analisar o terreno, a fim de selecionar posições de retardamento;
2) verificar os meios e adota a organização para o combate adequada ao tipo
de missão;
3) designar os elementos que receberão missões de reconhecimento e
segurança, particularmente nos flancos da formação;
4) determinar as missões aos elementos de apoio, se houver;
5) verificar os planos da força protegida e assegura a ligação contínua com o
comandante dessa força;
6) designar os elementos para o prévio reconhecimento das posições de
retardamento; e
7) prever os deslocamentos e as localizações do PC e dos trens.

3-17
ARTIGO IV

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO COMO FORÇA DE VIGILÂNCIA

3-11. GENERALIDADES

a. Vigiar é o grau de segurança adotado quando não se dispõe de meios para


cobrir ou proteger ou quando a natureza do terreno não indica a necessidade de uma
cobertura ou proteção.

b. A Força de Vigilância é a F Seg que proporciona um alerta, o mais cedo


possível, pela observação sobre uma área estendida à frente, no flanco ou à
retaguarda de uma força estacionada ou em movimento.

c. A F Vig retrai quando pressionada e mantém o contato com o Ini, não tendo
responsabilidade territorial entre ela e a tropa para qual opera.

d. As missões da força de vigilância têm por finalidade:


1) proporcionar um alerta oportuno da aproximação do inimigo;
2) obter e manter o contato visual com forças inimigas e informar sobre seu
deslocamento;
3) destruir ou repelir patrulhas inimigas; e
4) impedir o avanço das forças inimigas pelo emprego dos fogos de longo
alcance, tanto os de apoio como os orgânicos.

e. Uma missão de vigilância é dada quando, por economia de meios, uma extensa
área deve ser mantida sob observação e há poucos meios disponíveis para executar a
missão. A missão se traduz no estabelecimento de uma “cortina de vigilância” (fixa ou
móvel) que é executada pela instalação de uma série de postos de observação, que
cobrem as vias de acesso do inimigo. Patrulhas a pé, motorizadas e aéreas reconhecem
aquelas áreas que não podem ser observadas dos postos de observação.

f. Vigilância é o menor grau de segurança que pode ser proporcionado para uma
força. Este grau de segurança permite que o Cmt Esc Sp economize meios em parte da
frente e concentre o seu poder de combate na parte mais importante da Z Aç.

g. As operações de vigilância são de natureza defensiva porém possuem um caráter


dinâmico. Postos de observação estáticos são apenas, uma parte de todo o sistema de
vigilância. Ações ofensivas por parte da Res, ocupação de linhas de vigilância
subseqüentes e a aplicação de fogos diretos e indiretos são ações que deverão ser
executadas pelas F Vig.

h. As tropas mecanizadas, pelas suas características, são as mais aptas a realizar


este tipo de operação. Dentre estas características ressaltam de importância a
flexibilidade e as comunicações amplas e flexíveis.

i. A F Vig possui as seguintes missões:


1) manter uma contínua observação sobre as penetrantes que incidem na Z Aç do
Esc Sp e sobre os pontos críticos existentes no seu setor em todas as condições de

3-18
visibilidade;
2) dentro da sua capacidade e baseado nas diretrizes do Esc Sp, destruir ou
repelir os Elm Rec do Ini;
3) localizar o elemento testa da formação Ini e determinar a sua direção de
movimento;
4) manter o contato com o Ini identificado; e
5) proporcionar o alerta da aproximação do Ini.

j. A extensão da frente a ser vigiada é definida pelo Esc Sp baseada nos fatores da
decisão. Dentre estes fatores, em missões de Vig, o fator terreno é o preponderante pois
da sua análise são levantados os corredores de mobilidade do Ini.

l. A linha de vigilância é materializada por uma L Ct imposta pelo Esc Sp e tem a


característica restritiva de limitar o avanço da F Vig.

Sítio do Louco
Sítio do Louco

Fig. 3-6 Exemplo de um Linha de vigilância, composta por quatro P Obs.

m. Em operações de vigilância, a profundidade, isto é, a distância que a F Vig se


afasta do corpo principal, é definida pelo Cmt da força que a lançou.

n. Na faixa de terreno existente entre a linha de vigilância e o corpo principal, a F


Vig, manobrará para:
1) destruir os Elm Rec do Ini;
2) evitar que o Ini Pntr na sua Z Aç facilmente;
3) ocupar P Obs Altn; e

3-19
4) manter o Ctt com o Ini.

o. O Cmt Pel C Mec deverá esclarecer com o Esc Sp na Mis Vig o seguinte:
1) traçado geral da linha de vigilância;
2) a Z Aç do Pel (frente e profundidade);
3) as unidades a serem vigiadas;
4) a duração provável da missão;
5) os critérios para engajamento e destruição do Ini;
6) os critérios para desengajamento e mudança de posição; e
7) missões futuras do esquadrão.

p. Planejamento da Op Vig
1) O Cmt do Pel C Mec, inicialmente, faz um reconhecimento na Crt da A Op e
conclui sobre:
a) as principais vias de acesso do inimigo;
b) os pontos críticos para a F Ini em deslocamento;
c) área de interesse; e
d) prováveis áreas de engajamento.
2) Em decorrência da análise realizada acima e considerando os meios
existentes, o Cmt do Esqd divide a sua Z Aç entre os seus pelotões.
3) O Cmt do Esqd definirá em seu Plj a posição dos P Obs em áreas ou pontos,
que requeiram uma atenção especial.
4) Pontos de ligação são estabelecidos pelo Cmt do Esqd entre as Z Aç de seus
Pel. Um plano de patrulhamento detalhado, a fim de vigiar os espaços vazios, é
confeccionado pelo Cmt da F Vig e complementado pelos Cmt Pel.
5) No caso de uma F Vig Mv, o Itn Prog da F Seg será especificado pelo Cmt do
Esqd.
6) O Cmt da F Seg seleciona L Ct paralelas à linha de vigilância inicial a fim de
coordenar o retraimento do Esqd e de servir como linhas de vigilância subseqüentes.
7) O planejamento do emprego da Seç Vig Ter será orientado para aumentar a
capacidade de vigilância sobre os principais corredores de mobilidade do inimigo.
8) Os meios aéreos disponíveis podem ser empregados pelo Cmdo Rgt ou Esqd
para aumentar a capacidade de vigilância à frente da linha de vigilância.

q. O Cmt da F Vig definirá em suas diretrizes o seguinte:


1) Critérios de engajamento.
a) Qual o poder de combate do Ini que deverá ser engajado pelos Pel ?
b) Onde os Pel realizarão o seu engajamento?
2) Critérios de desengajamento.
a) Quais as condições para o desengajamento dos Pel ?
b) Como será mantido o Ctt durante a mudança da linha de vigilância?
3) Apoio de fogo.
a) Qual é a Prio Ap F?
b) Qual é o Ap F disponível?
c) Como serão apoiados os engajamentos?
d) Como serão apoiados os retraimentos?

r. As operações de vigilância, normalmente, desenvolvem-se em 04(quatro) fases:


1) deslocamento e ocupação da linha de vigilância;

3-20
2) observação e engajamento;
3) mudança de posição; e
4) acolhimento pelo corpo principal.

s. O Esqd C Mec desloca-se para a linha de vigilância inicial da seguinte forma:


1) Rlz uma Marcha Tática: o Esqd C Mec realiza uma M Tat até uma região,
próxima à linha de vigilância, onde desdobrará os seus meios a fim de ocupar o seu
dispositivo de vigilância. Este processo é o mais rápido, porém o menos seguro. Ele é
apropriado para situações em que o contato com o inimigo não é provável, o tempo para
ocupação da linha de vigilância é reduzido e existem Elm Ae conduzindo Op Rec ou Vig
Amv à frente da posição.
2) Rlz um Rec de Eixo: o Esqd C Mec desloca-se para a linha de vigilância inicial
empregando técnicas de Rec E. Este processo é mais lento do que a M Tat porém é mais
seguro. Ele é apropriado para situações em que o contato com o inimigo é pouco
provável, o tempo disponível é reduzido ou quando Elm Ae conduzem Op Rec Amv à
frente da posição.
3) Rlz um Rec Zona: o Rgt desloca-se realizando um Rec da região existente
entre a linha de vigilância e o corpo principal. A princípio este método é o mais adequado
pois a F Vig reconhece o terreno no qual combaterá. É o processo mais seguro. Este
processo é apropriado quando existe tempo disponível e a situação do inimigo é
desconhecida.

u. Ao atingir a linha de vigilância inicial o Esqd ocupa posição na linha de vigilância e


inicia o cumprimento da missão.

v. Uma vez estabelecido o contato com o Ini, a F Vig procura determinar o seu valor,
dispositivo, composição e direção do movimento.

w. Fogos das armas de apoio são realizados, o mais à frente possível, para
desorganizar o Ini. Nas áreas de engajamento são lançados fogos para destruir o Ini no
seu interior.

x. Em presença de F Ini superiores, o Pel C Mec retrai, Mdt O, e ocupa linhas de


vigilância sucessivas, mantendo o contato com o Ini. Nesta ocasião faz o máximo
emprego dos meios AC (VBR) e de Ap F (Mrt M) para dificultar a progressão do Ini.

y. O Pel C Mec executa o retardamento até ser acolhido pelo corpo principal.

z. A F Vig pode realizar a infiltração de Elm Rec com o objetivo de contatar o esforço
principal Ini. Precauções devem ser tomadas para assegurar que os elementos que se
infiltrarem não venham a comprometer a Mis F Vig.

aa. Quando o flanco de uma força em movimento deve ser vigiado, a missão é
conduzida como uma operação de flancoguarda móvel, com as seguintes ressalvas:
1) o Pel C Mec, normalmente, não tem responsabilidade pela área entre a força
protegida e o esquadrão, como acontece com a flancoguarda;
2) o Pel C Mec nem sempre estará dentro do alcance do apoio da força que se
beneficiada sua vigilância; e

3-21
3) a força de vigilância ocupa postos de observação sucessivos, ao longo do
flanco, em vez de posições de bloqueio.

3-12. VIGILÂNCIA DE COMBATE

a. Generalidades
A vigilância de combate compreende a observação sistemática e contínua de
áreas, eixos ou locais, tais como cruzamentos, pontes, aeroportos e outros tipos de
instalações específicas. Os fatores que influenciam a vigilância são: as condições de
visibilidade, o terreno, as coberturas naturais ou artificiais, as possibilidades de defesa
aérea do inimigo e os tipos de equipamentos de vigilância. A vigilância é conduzida por
todas as unidades de combate e constitui-se em meio para detecção e localização de
unidades, instalações e atividades do Ini.

b. Tipos de vigilância de combate


1) Visual — A vigilância visual é realizada pelas unidades terrestres e aéreas,
particularmente no cumprimento das missões de reconhecimento. A transmissão das
observações é feita rapidamente, por meio dos canais de informações ou de comando,
dependendo das ordens estabelecidas pelo escalão superior.
2) Eletrônica — É a vigilância realizada com a utilização de radares de vigilância
terrestre e sensores orgânicos, equipamentos infravermelhos, equipamentos de rádio-
escuta, Equip Vig e outros.
3) Fotográfica — A cobertura fotográfica realizada pelo Esqd no cumprimento das
missões de vigilância é, normalmente, limitada ao emprego de equipamento manual. A
cobertura fotográfica aérea é realizada pelas unidades da Força Aérea.

c. Missões de vigilância de combate


O Pel C Mec pode receber as seguintes missões de vigilância de combate,
enquanto executarem outras operações:
1) determinação, por meio da observação, de atividades de valor militar (mesmo
realizadas por civis) ou ausência dessas atividades, em determinadas áreas;
2) localização de alvos para serem atacados pela força aérea, fogos de artilharia,
agentes químicos, etc.;
3) observação e controle dos fogos indiretos orgânicos e não orgânicos ou
aéreos;
4) avaliação de danos;
5) localização e identificação de unidades inimigas; e
6) observação de vias de acesso do inimigo e vias de transportes.

d. Planejamento e conduta
1) As unidades de cavalaria mecanizada são as mais aptas para a execução de
missão de vigilância.
2) As considerações aplicáveis à vigilância de combate são similares àquelas de
vigilância. Determinadas operações de combate, tais como destruição de pequenos
elementos inimigos dentro das possibilidades da força, inerentes às operações de
vigilância, não são obrigatórias nas operações de vigilância de combate.
3) Para o cumprimento deste tipo de missão, o Pel C Mec adota um dispositivo
linear relativamente estático, podendo ser reforçado com equipamentos especiais de

3-22
vigilância terrestre.
4) O patrulhamento de eixos, normalmente, não está incluído dentro da missão de
vigilância de combate. No entanto, devem ser efetuados bloqueios de estrada nas
principais vias de acesso do inimigo.
5) A vigilância de combate é passiva. Quando houver necessidade de operações
de maior vulto, a área de responsabilidade do pelotão é reduzida.
6) Elementos do G Exp e do GC podem ser empregados à retaguarda das linhas
inimigas.
7) A pressão progressiva das forças inimigas em contato pode determinar uma
redução adicional da área ou forçar um retraimento.
8) O comandante do pelotão deve avaliar a situação tática continuamente e tomar
as providências necessárias para evitar um engajamento decisivo dos elementos do
pelotão.
9) Dentro dos requisitos exigidos para defesa própria, o comandante do pelotão
pode solicitar apoio de fogo, não orgânicos e disponíveis, para evitar o envolvimento dos
elementos empregados nas partes de observação.

3-13 CONTRA-RECONHECIMENTO

a. O contra-reconhecimento (C Rec) é um conjunto de medidas, ações e técnicas


especiais que permeiam as missões de Cobertura, Proteção e Vigilância, destinadas a
impedir, pelo combate, que elementos de reconhecimento do inimigo obtenham as
informações sobre as nossas forças ou região coberta, protegida ou vigiada pela Cav. O
C Rec não é, pois, um tipo de missão de Seg. Ele destina-se a destruir ou neutralizar os
Elm de Rec do Ini por meio de ações Ofs ou Def. Os Elm mais aptos para cumprir as
missões de C Rec são os Pel C Mec.

b. Em Operações Ofensivas, o C Rec tem a finalidade de procurar o contato com os


elementos de Rec Ini e a sua destruição ou neutralização pelo combate.

c. Em operações Defensivas, o C Rec tem a missão de evitar, se necessário pelo


combate, que os meios de Rec Ini penetrem em determinadas regiões ou partes da Z Aç
da SU ou do Esc Sp. O Rec pode ser conduzido à retaguarda de obstáculos naturais ou
artificiais, procurando canalizar as faixas de infiltração do Rec Ini para áreas de
engajamento, onde estes elementos serão destruídos ou neutralizados.

d. O valor e a composição dos elementos que conduzirão o C Rec e a natureza do


combate a ser realizado deverá ser previsto no planejamento da operação, em função do
estudo dos fatores da decisão, com predominância para o fator relativo à capacidade de
reconhecimento do inimigo.

e. O apoio da Av Ex e da F Ae aumenta a eficácia do combate de C Rec, seja pela


possibilidade de localização antecipada dos Elm Rec Ini e suas faixas de infiltração seja
pela destruição deste Ini pelo fogo das Anv.
f. A utilização de equipamentos de visão noturna, individuais e veiculares, aumenta
muito a eficácia do contra-reconhecimento, tendo em vista que possivelmente o inimigo
infiltrará os seus meios de reconhecimento à noite.

3-23
g. Planejamento e execução do contra-reconhecimento
1) No contra-reconhecimento o Pel poderá ser reforçado por elementos de apoio
ao combate, para detectar e destruir o reconhecimento inimigo.
2) Na Operação Ofensiva o Cmt Pel deverá atentar para a situação do inimigo,
dispositivo, valor, localização, composição, natureza, suas possibilidades e limitações.
Nos calcos deverão constar, no mínimo, os supostos itinerários de infiltração, os locais de
estabelecimento de P Obs, postos de escuta, radares e locais de interesse do Rec
inimigo.
3) Da ordem de contra-reconhecimento deverão constar:
a) o posicionamento dos radares de vigilância terrestre;
b) os reforços, caso necessários, aos elementos de combate (observadores de
Mrt e Art, radares, engenharia, armas anti-carro e outros que se fizerem necessários);
c) um completo estudo do inimigo, incluindo situação, possibilidades,
armamento, equipamento e outros dados;
d) o plano logístico de apoio (suprimento extra, estabelecimento de cachês ou
outros meios);
e) os itinerários de retraimento dos elementos de C Rec; e
f) as medidas de coordenação e controle necessárias para a coordenação do
movimento, fogos, apoio logístico e comunicações.
7) Os Elm de C Rec poderão estar operando dentro do Ap F da força do
enquadrante ou poderão deslocar-se bem à frente sob o apoio de seu próprio apoio de
fogo.
8) Seqüência para o Plj do C Rec:
a) estudo do Rec Ini e levantamento gráfico de suas possibilidades (itinerários
de infiltração, vias de acesso, regiões de interesse, prováveis P Obs, PE ou locais para
condução de fogos);
b) marcação de Áreas de Interesse sobre os Itn de Pntr do Rec Ini, com as
finalidades de observar sua infiltração e informar ao Cmt do C Rec ou reduzir o seu poder
de combate pela aplicação de fogos diretos e/ou indiretos;
c) reconhecimento de marcação de AE (Áreas de Engajamento) para
destruir o Rec Ini pelo fogo direto e indireto;
d) marcação de outras Mdd Coor e Ct que permitam o retraimento e
coordenação de fogos e movimento do Elm de C Rec;
e) identificação da localização dos radares de vigilância terrestre pelo
escalão superior;
g) estabelecimento de uma L Ct que limite o avanço da força de C Rec e
outra que balize seu retraimento;
h) planejamento do apoio logístico para a missão de C Rec;
i) estabelecimento da ordem de movimento do Elm C Rec (normalmente por
infiltração durante períodos de reduzida luminosidade ou à noite);
j) estabelecimento de "gatilhos" para as ações a serem desencadeadas, por
exemplo:
1) cada VBR deve retrair para a posição ALFA quando destruir dois veículos
do Ini.
2) P Obs 1 somente ocupa posição alternativa se o Ini não aparecer até
0300h.
3) Abrir fogo tão logo o veículo Ini entrar no alcance dos fogos diretos.
4) As prioridades de engajamento são: viaturas radares, viaturas de
exploradores, viaturas de engenharia e viaturas de detecção QBN.

3-24
CAPÍTULO 4

OPERAÇÕES OFENSIVAS

ARTIGO I

GENERALIDADES

4-1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. As operações ofensivas são essenciais para se obter resultados decisivos. Elas


visam basicamente destruir o inimigo, conquistar o terreno, manter a iniciativa das
operações, privar o inimigo de fontes de recursos, desviar a atenção do inimigo de outras
áreas ou esclarecer determinada situação.

b. A ofensiva exige iniciativa na condução das operações. O comandante do Pel C


Mec mantém a iniciativa através de ações rápidas e agressivas, da exploração dos pontos
fracos no dispositivo inimigo e de planos alternativos que permitam enfrentar, de imediato,
as mais diversas situações. A postura ofensiva inspira audácia, fortalece o espírito de
corpo e motiva o combatente.

c. Como as operações táticas ofensivas normalmente expõem o atacante, elas


exigem superioridade de poder de combate no local selecionado para o ataque. Esse fato,
e a necessidade de contar com forças disponíveis para aproveitar o êxito, implicam na
necessidade de aceitar riscos em outras partes não selecionadas da frente. O
comandante deve obter superioridade relativa de combate esmagadora em seu ataque
principal, a fim de destruir o inimigo no momento e local escolhidos.

d. Na parte selecionada da frente, o comandante deve evitar o local mais forte do


dispositivo inimigo, atrai-lo para fora de suas posições defensivas, isolá-lo de suas linhas
de suprimento e forçá-lo a lutar numa direção não planejada e em terreno não preparado
para a defesa. Agindo desta maneira, o inimigo ficará exposto e será surpreendido.
Sempre que possível, deve-se procurar atuar sobre o flanco e a retaguarda do inimigo.
Somente em situações excepcionais devem ser realizadas manobras frontais.

e. As operações táticas ofensivas são batalhas contínuas. Podem prolongar-se por


semanas mantendo o inimigo sob pressão constante e deixando-lhe poucas opções. Por

4-1
esse motivo, o comandante deve planejar sua operação como uma operação continuada,
de longa duração, com pouco ou nenhum tempo para descanso. O repouso da tropa,
principalmente dos elementos de comando e controle, deve ser previsto como parte
importante do planejamento, bem como o emprego de tropas descansadas, a alternância
ou combinação de diferentes formas de manobra ou tipos de operação, a substituição do
escalão de ataque e o estabelecimento de esquemas de sono e rotação de funções.
Estas medidas irão minorar os efeitos negativos da falta de sono no desempenho
individual e coletivo.

4-2. TIPOS DE OPERAÇÕES OFENSIVAS

a. Os tipos de operações ofensivas são as seguintes:


1) marcha para o combate;
2) reconhecimento em força;
3) ataque;
4) aproveitamento do êxito;
5) perseguição.

b. O Pel C Mec poderá participar de qualquer tipo de operação ofensiva.

4-3. FORMAS DE MANOBRA

a. Generalidades
1) Nas operações ofensivas, as forças atacantes manobram para obter uma
vantagem sobre o inimigo, para cerrar sobre ele e destruí-lo. Podem ser empregadas
cinco formas de manobra tática ofensiva: a PENETRAÇÃO, o ATAQUE FRONTAL, o
DESBORDAMENTO, o ENVOLVIMENTO e a INFILTRAÇÃO TÁTICA. As formas de
manobra são resultado de dois movimentos básicos: o movimento de flanco e o
movimento frontal.

Fig. 4-1. Formas de manobra tática nas operações ofensivas.

2) O Pel C Mec normalmente é empregado como fração subordinada ao Esqd


C Mec que atua enquadrado em uma força maior que poderá executar todas as formas de
manobra ofensivas. Esta força pode ser uma Bda Bld ou Bda Inf Mtz (Esqd C Mec

4-2
orgânico de Bda), ou ainda um R C Mec (Esqd C Mec orgânico de R C Mec). O Pel C Mec
pode, também, reforçar uma força superior de natureza diferente.
3) O Pel C Mec executa os tipos de ataque de flanco e frontal. Os movimentos de
flanco visam contornar o dispositivo do inimigo e atingir sua retaguarda, obrigando-o a
combater em uma situação desfavorável. O movimento frontal é orientado diretamente à
frente do inimigo, e é geralmente empregado quando a manobra de flanco não é possível.
4) Os movimentos de flanco são dirigidos no sentido de contornar o dispositivo
inimigo e alcançar objetivos em sua retaguarda imediata ou em maiores profundidades.
São executados, normalmente, para obrigar o inimigo a lutar em situação desfavorável. O
desbordamento e o envolvimento são formas básicas de manobra utilizadas quando se
executa um movimento de flanco, sendo os mais empregados pelo R C Mec.
5) A fim de compreender o quadro tático geral em que o Pel C Mec pode estar
enquadrado e facilitar o entendimento da “intenção do comandante”, a seguir são
apresentados detalhes das formas de manobra.

b. Desbordamento
1) Em um desbordamento, o ataque principal é dirigido para a conquista de um
objetivo à retaguarda imediata do inimigo, evitando sua principal posição defensiva,
cortando seus itinerários de fuga e sujeitando-o à destruição na própria posição.
2) Um ataque secundário fixa o inimigo para impedir seu retraimento e reduzir sua
possibilidade de reagir contra o ataque principal.
3) Para as tropas mecanizadas, o desbordamento é a forma de manobra que
maiores vantagens proporciona ao atacante, uma vez que:
a) oferece melhores condições para obtenção da surpresa;
b) ataca o ponto mais fraco do inimigo;
c) diminui o número de baixas do atacante;
d) proporciona resultados decisivos (destruição do inimigo);
e) dificulta ao inimigo reagir frontalmente;
f) obriga o inimigo a combater em mais de uma direção;
g) impede o inimigo de retrair e apresentar nova defesa; e
h) possibilita o cumprimento da missão em menor tempo.
4) São condições favoráveis à adoção de uma manobra de desbordamento:
a) existência de flanco vulnerável no dispositivo inimigo;
b) possibilidade de obtenção da surpresa;
c) disponibilidade de tempo para se efetuar o planejamento do ataque; e
d) terreno que permita o deslocamento através campo.

4-3
Fig. 4-2. Manobra tática de desbordamento simples.

5) O Pel C Mec, juntamente com a SU, dentro da manobra do escalão superior,


pode receber a missão de atacar o inimigo para fixá-lo frontalmente, ou ainda manobrar
para atacá-lo no flanco ou retaguarda. Quando uma SU estiver conduzindo um
desbordamento, um ou mais pelotões atacam o inimigo para fixá-lo frontalmente enquanto
o restante do Esqd manobra para atacá-lo no flanco ou retaguarda. Quando estiver
atacando para fixar o inimigo, a força atacante deve ter suficiente poder de combate para
mantê-lo decisivamente engajado, enquanto o desbordamento é realizado.
6) O desbordamento pode ser realizado embarcado ou desembarcado,
dependendo do terreno e do estudo de situação realizado.
7) As variantes do desbordamento incluem o duplo desbordamento e o cerco.
a) No duplo desbordamento o atacante deve buscar simultaneamente os dois
flancos da posição inimiga. Requer a existência de dois flancos que possibilitem a
realização do assalto e exige uma coordenação precisa para a concentração do poder de
combate e para.evitar o fratricídio. O duplo desbordamento é normalmente realizado a
partir do nível U.

4-4
Fig. 4-3. Manobra tática de duplo desbordamento.

c. Envolvimento
1) No envolvimento, a força atacante que contorna a principal força do inimigo,
realiza uma operação independente da força de fixação e conquista objetivos profundos
na retaguarda do inimigo, forçando-o a abandonar sua posição para ser destruído em
local e ocasião escolhidos pelo atacante.

Fig. 4-4. Manobra tática de envolvimento.

2) O envolvimento difere do desbordamento por não ser dirigido para destruir o


inimigo em sua posição defensiva. É uma forma de manobra que, devido a sua finalidade,
ao poder de combate empregado, ao grau de descentralização e à amplitude do
movimento, é normalmente realizada por escalões iguais ou superiores ao divisionário.

d. Penetração
1) Na penetração, a força atacante passa através da posição defensiva do
inimigo. A finalidade da manobra é romper o dispositivo do adversário, dividi-lo e derrotá-

4-5
lo por partes. Uma penetração, para ser bem sucedida, exige a concentração de forças
superiores no local selecionado para romper a defesa do inimigo.
2) O grupamento de forças normalmente empregado na penetração é dividido em:
a) ataque principal orientado para o objetivo decisivo;
b) ataque (s) secundário (s) para facilitar as ações do ataque principal;
c) reserva para manter a impulsão do ataque, alargar a brecha, repelir contra-
ataques e explorar o êxito;
d) base de fogos.
3) A penetração é feita em três etapas
a) rompimento da ADA da posição defensiva inimiga;
b) alargamento e manutenção da brecha;
c) conquista e manutenção de objetivos que quebrem a continuidade da
posição defensiva inimiga e criem condições para o aproveitamento do êxito.
4) Esta forma de manobra tática é indicada quando os flancos do inimigo são
inacessíveis, quando ele está desdobrado em larga frente, quando o terreno e a
observação forem favoráveis e quando se dispõe de forte apoio de fogo.
5) Se houver uma flagrante superioridade no poder de combate do atacante, uma
múltipla penetração poderá ser realizada. Em tal caso, as forças atacantes podem
convergir para um objetivo único e profundo ou conquistar objetivos independentes.
Quando for impraticável prosseguir com mais de uma penetração, a que apresentar maior
possibilidade de sucesso deve ser explorada.

ATAQUE
PCP

Fig. 4-5. Manobra tática de penetração.

6) A penetração só será empregada pelo escalão superior quando não for


possível a realização de desbordamentos ou envolvimentos.

e. Ataque frontal
1) São condições para a execução do ataque frontal:

4-6
a) A existência de inimigo reconhecidamente fraco, que não possui forças
concentradas à retaguarda;
b) A determinação da conquista de objetivos pouco profundos.
2) No ataque frontal, o inimigo é pressionado igualmente ao longo de toda a
frente, deixando, por conseguinte, de haver a caracterização de ataques principal e
secundário. É empregado para destruir ou capturar forças inimigas reconhecidamente
fracas ou para fixá-las em suas posições, mediante uma pressão contínua, a fim de evitar
seu desengajamento. Sua profundidade é reduzida, devendo a força atacante possuir
superioridade de meios.
3) É uma manobra normalmente executada por grandes comandos e, só deverá
ser adotada pelo escalão superior quando não for possível a realização de
desbordamentos ou envolvimentos.

Fig. 4-6. Manobra tática de ataque frontal.

f. Infiltração
1) A infiltração é uma forma de manobra tática ofensiva na qual se procura
desdobrar uma força à retaguarda de uma posição inimiga, por meio de um deslocamento
dissimulado, para que esta força cumpra missões que contribuam decisivamente para o
sucesso da manobra do escalão que a enquadra.

Fig. 4-7. Manobra tática de infiltração.

2) A forma de manobra tática ofensiva “INFILTRAÇÃO“, normalmente não será


realizada pelo Pel C Mec. Esta forma de manobra é mais adequada para as Unidades de
Infantaria Leve ou Motorizada.

4-7
3) Excepcionalmente, serão empregados pelotões provisórios para executar uma
infiltração e, neste caso, o Pel Fuz e o Pel Exp serão as peças de manobra mais
indicadas para cumprir a missão, embora de forma limitada.

4-4. FORMAÇÕES DE COMBATE

a. Considerações iniciais
1) Em conseqüência de sua organização e das missões que lhe são comuns, o
Pel C Mec não se adapta totalmente às formações de combate padronizadas. No entanto,
quando estiver constituído em pelotões provisórios, as formações prescritas para os
elementos CC e de fuzileiros blindados devem ser adotadas.
2) Em função da existência ou não de cobertas e do volume de fogo necessário
para assegurar sua progressão, o Pel C Mec, no cumprimento de suas missões, adota as
formações em cunha, em coluna e suas variações. Em princípio, por segurança, a
distância entre as viaturas deverá ser em torno de 100 m.
3) A formação de combate não é rígida. Freqüentemente, o inimigo ou o terreno
irá impor modificações nas formações adotadas inicialmente. Os pelotões não necessitam
adotar a mesma formação do Esqd. Na ofensiva, em terreno aberto, em princípio, a
formação básica do Pel C Mec deverá ser a formação em cunha, pois é a que oferece boa
potência de fogo à frente e nos flancos, segurança e facilidade para o comando e
controle. Em determinadas situações, outras formações poderão ser empregadas, como
as formações em coluna, particularmente em terreno restrito e variações dessas
formações básicas.
b. Formação em cunha (Esse tipo de formação deve ser utilizada por frações que
possuem viaturas blindadas, quando houver a substituição das viaturas do Grupo de
Exploradores por VBR(L) será oportuno, mas ainda não é caso.)

b. Formação em cunha
1) No combate moderno e não linear, em princípio, o Pel adotará a formação em
cunha, como formação padrão para o deslocamento em terreno aberto.
2) A formação em cunha possibilita o bom controle, dá profundidade ao
dispositivo, possibilita boa proteção à frente e nos flancos e permite ao Pel desdobrar-se
rapidamente para fazer face às ameaças vindas de qualquer direção.
3) As considerações que favorecem a adoção da formação em cunha são:
a) combate não linear;
b) situação tática podendo evoluir rapidamente;
c) boa visibilidade;
d) terreno aberto, possibilitando bastante espaço para a manobra da U;
e) poucas informações sobre a situação inimiga.

4-8
Fig. 4-8. Formação em cunha

c. Formação em coluna
1) A formação em coluna será adotada em situações especiais, particularmente
quando o Pel progredir em terreno restrito.
2) A formação em coluna possibilita o máximo controle, dá profundidade ao
dispositivo e permite ao Pel desdobrar-se rapidamente para fazer face às ameaças de
flanco.
3) Quando forçado pelo terreno e pela situação do inimigo, o comandante do Pel
poderá empregar uma formação em coluna, enfatizando indevidamente a segurança e a
flexibilidade a custo da velocidade e da colocação do máximo poder de fogo nos flancos.
4) As considerações que favorecem a adoção da formação em coluna são:
a) visibilidade reduzida;
b) espaço restrito para manobra;
c) defesas inimigas que devem ser atacadas em uma frente estreita;
d) reservas inimigas de valor e localização que possam proporcionar um
combate de encontro antecipado.

Fig. 4-9. Formação em coluna

4-9
e. Outras formações
O Pel C Mec poderá adotar, ainda, outras formações que se adeqüem mais à
manobra, às necessidades de controle, às possibilidades de ações do inimigo e à
situação tática em geral. Como exemplo podemos citar as formações em escalão.

f. Segurança
1) A segurança deve ser uma preocupação constante do comandante do Pel. Ela
tem que ser observada desde a ocupação da zona de reunião até o final da missão do
Pel.
2) A segurança pode ser obtida pela atribuição de missões específicas a
determinados elementos do pelotão e pelo próprio dispositivo adotado.
3) Um dispositivo em profundidade favorece a segurança, pois os elementos não
engajados poderão desdobrar-se rapidamente para enfrentar ameaças inimigas.
4) A segurança face a um flanco ameaçado poderá, também, ser proporcionada
pelo escalonamento de um elemento no flanco.

4-5. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

a. A coordenação e o controle do Pel C Mec durante as operações ofensivas são


assegurados pelo emprego adequado e oportuno dos meios de comunicações orgânicos,
pelo planejamento detalhado, sincronização, ordens de operações claras e pela adoção
de medidas de coordenação e controle.

b. Essas medidas de coordenação e controle garantem a cooperação e a


convergência de esforços, devendo ser o mínimo restritivas, de modo a não tolher a
liberdade de ação e a iniciativa dos elementos subordinados. Elas podem incluir: zona de
reunião, posição de ataque, linha de partida, limites, eixo de progressão, direções de
ataque, objetivo, ponto de coordenação, linha e ponto de controle e ponto de ligação.
1) Zona de reunião (Z Reu)
a) É a área na qual o Pel C Mec realiza seus preparativos para o combate.
Neste local são conduzidas atividades de manutenção do material, recebimento de
instruções, distribuição de munição e rações, descanso da tropa, etc.
b) As características desejáveis de uma zona de reunião são: favorecer
ocultação da observação aérea e terrestre inimiga, oferecer proteção contra tiros diretos,
possuir espaço suficiente para dispersão, ter dois ou mais itinerários de acesso,
apresentar solo consistente e possuir obstáculos naturais para proteção.
c) O Pel C Mec pode ocupar uma Z Reu isoladamente ou enquadrado no
escalão superior. O Cmt do Pel designa para cada grupo um setor de tiro. As frações irão
dispor seus componentes de forma a atender os princípios de segurança, preparativos
para o combate e descanso da tropa.
e) O comandante do pelotão deve atribuir setores de tiro para as Vtr Bld e GC
e/ou G Exp, determinando o aproveitamento de cobertas e abrigos naturais para proteção
de observação inimiga, preparação de posições de tiro, lançamento de obstáculos e
minas e o estabelecimento de postos de segurança. As VBR, as VBTP e os armamentos
coletivos devem ocupar posições de tiro que batam as prováveis vias de acesso do
inimigo, aproveitando ao máximo as características de cada armamento (VBR batem Via
A de carros inimigos e o armamento do GC e/ou G Exp e os Mrt cobrem os acessos de

4-10
tropa a pé). O Cmt Pel pode, ainda, determinar que parte do Pel guarneça o setor do
pelotão enquanto os demais integrantes do Pel executam as tarefas de preparação para o
combate, realizando os oportunos rodízios de função.
2) Posição de ataque (P Atq)
a) A P Atq é a última posição coberta e abrigada antes da linha de partida e
utilizada para facilitar o desenvolvimento da tropa no dispositivo estipulado para o início
do ataque.
b) A posição de ataque é ocupada durante o tempo mínimo necessário ao
desenvolvimento, coordenação e preparativos finais para o ataque, para que a
subunidade não se torne um alvo compensador aos tiros curvos do inimigo.
3) Linha de partida (LP)
a) Devem ser, preferencialmente, perpendicular à direção do ataque, facilmente
identificável no terreno, protegida dos tiros tensos, estarem sob controle das forças
amigas e ser atingida sem necessidade de combate.
b) O Pel C Mec no escalão de ataque deve cruzar a LP na hora do ataque
fixada na ordem de operações do Cmt Esc Sup.
c) A linha de partida pode não coincidir com a linha de contato com o inimigo.
4) Objetivo
a) É um acidente capital de amplitude compatível com o escalão considerado
que permitem a unidade de esforços, mudança de ritmo, direção e dispositivo, segurança
e controle.
b) O objetivo deve possuir as seguintes características:
(1) ser de fácil identificação;
(2) contribuir de modo marcante para o cumprimento da missão e facilitar as
operações futuras;
(3) ser possível sua conquista dentro das limitações de tempo e espaço
impostas.
c) A área designada como objetivo deve ser conquistada e controlada. Não é
necessária, entretanto, a ocupação física de toda a área. Quando essa área for grande, o
Pel conquista apenas o terreno dominante e controla o restante do terreno pelo fogo e por
outros meios.
d) O Pel C Mec pode receber do escalão superior à missão de fixar o inimigo
em sua zona de ação, recebendo ou não um objetivo para conquistar. Na manobra do
esquadrão quando a posição inimiga está a 2 Km ou mais da linha de partida,
normalmente será marcado um objetivo.
f) No esquema de manobra de um Esqd, o Pel C Mec poderá receber a ordem
de conquistar um objetivo e ficar ECD prosseguir para conquistar um outro objetivo
seguinte.
g) Os objetivos são numerados do próximo para o afastado e da esquerda para
a direita tomando-se a direção do inimigo.

4-11
Fig. 4-10. Mdd Coor Ct (Z Reu, Itn Prog, P Atq, LP, L Ct, P Ct e Obj)

5) Eixo de progressão
a) É fixado quando a utilização de uma determinada via de acesso facilita a
rápida conquista de um objetivo profundo ou quando não há restrição de fogos e
movimento lateral. Uma resistência inimiga fraca ou desorganizada favorece a utilização
do eixo de progressão.
b) A designação de um eixo de progressão dá uma orientação geral ao Pel C
Mec e assegura liberdade de ação no cumprimento da missão.

6) Zona de ação (Z Aç)


a) É a área sob responsabilidade operacional de determinada força. É definida
por limites e dentro dela o Pel C Mec tem liberdade completa para manobrar e efetuar
fogos.

4-12
Atq Pcp

Fig. 4-11. Mdd Coor Ct - Limites

7) Linha de controle (L Ct)


a) São empregadas para controlar e coordenar a progressão das frações. O
Pel C Mec ao atingir uma determinada L Ct, deve informar ao escalão superior e
prosseguir, somente detendo sua progressão quando receberem ordem para isto.
8) Ponto de controle (P Ct)
a) É um ponto bem caracterizado no terreno, situado na Z Aç, utilizado para:
orientação dos grupos, pedidos de apoio de fogo, informar localização e facilitar relatórios.
b) Possui as mesmas características de uma L Ct, servindo para substituí-la
quando não houver uma linha no terreno capaz de defini-la.

9) Ponto de ligação (P Lig)


a) É um ponto facilmente identificável no terreno onde duas ou mais frações
devem estabelecer contato físico e troca de informações.
b) A ligação entre essas frações só podem ser desfeitas mediante ordem do
escalão que determinou o ponto de ligação.
c) É empregado entre e a frente de objetivos afastados (mais de 4 km) e
quando se deseja o contato físico entre as tropas responsáveis pela conquista dos
objetivos.
d) No aproveitamento do êxito e perseguição deve ser utilizado somente
quando for imprescindível ao controle da manobra, de modo a evitar a perda da rapidez.

4-13
Fig. 4-12 Ponto de ligação Nr. 10.

10) Ponto de Coordenação


a) É utilizado para coordenar fogos entre tropas vizinhas.
b) É empregado entre e a frente de objetivos pouco afastados e que não seja
possível contato físico entre as tropas responsáveis pela conquista dos objetivos.

Fig. 4-13 Ponto de coordenação.

4-14
c. Os elementos subordinados deverão conhecer perfeitamente a “INTENÇÃO DO
COMANDANTE”. Isto permitirá que, mesmo com deficiências no sistema de
comunicações, os comandantes subordinados prossigam e cumpram a missão recebida,
com o máximo de liberdade de ação e iniciativa.

ARTIGO II

MARCHA PARA O COMBATE

4-6. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Conceito
1) Marcha para o combate (M Cmb) é uma marcha tática na direção do inimigo,
com a finalidade de obter ou restabelecer o contato com este e/ou assegurar vantagens
que facilitem as operações futuras.
2) As principais características da M Cmb são: a incerteza do desenrolar da
operação, evolução de ações descentralizadas para centralizadas, mudança rápida da
extensão e profundidade do dispositivo.
3) A M Cmb deve ser executada agressivamente, para se apossar do objetivo
antes que o inimigo possa reagir.

b. Classificação
1) Quanto à segurança
a) Coberta - A marcha é coberta quando, entre o inimigo e a tropa que a
realiza, existe uma força amiga capaz de lhe proporcionar a necessária segurança. À
noite, preferencialmente, deve ser executada a marcha coberta.
b) Descoberta - A marcha para o combate é descoberta quando não há tropa
amiga interposta ou quando a segurança por ela proporcionada for insuficiente.
Normalmente executada durante o dia.
2) Quanto ao dispositivo
a) Coluna - Facilita o controle e proporciona flexibilidade, impulsão e
segurança ao deslocamento. Admite, como variante, o dispositivo em escalão, o que
favorece o desenvolvimento para o flanco. Divide-se em:
(1) coluna de marcha – rapidez e conforto da tropa.
(2) coluna tática – rapidez e segurança.
(3) coluna de aproximação – segurança.
b) Linha - O dispositivo em linha dificulta as mudanças de direção e restringe
a capacidade de manobra, mas aumenta a rapidez do deslocamento e permite atribuir à
força um maior poderio de fogo à frente.
3) Quanto à possibilidade do contato
a) Contato remoto - o Contato (Ctt) é remoto, quando o Ini terrestre não pode
interferir no percurso considerado. Nesse tipo de Ctt, as ameaças Ini são:
(1) Força aérea;

4-15
(2) Projéteis dirigidos (mísseis);
(3) Sabotadores; e
(4) Espiões.
b) Contato pouco provável - o Ctt pouco provável quando há probabilidade do
Ini intervir durante o deslocamento e o Ctt embora não iminente é, no entanto, possível.
As ações do Ini poderão verificar-se por intermédio de:
(1) Patrulhas, particularmente motomecanizadas (MM);
(2) Ações de guerrilheiros;
(3) Unidades Aet.
c) Contato iminente - o Ctt é iminente quando o inimigo puder ser estabelecido
a curto prazo. O contato torna-se iminente a partir da linha de provável encontro (LPE),
linha do terreno onde se estima que possa haver o encontro inicial ou o restabelecimento
do contato com os primeiros elementos das forças inimigas.

c. Articulação
1) Normalmente, uma força que executa uma M Cmb, articula-se em um
grupamento principal ou grosso e em forças de segurança (proteção ou cobertura).
2) O grosso compreende a maioria do poder de combate da força, que deve ser
preservado para o emprego imediato pelo comandante, além dos órgãos de apoio
logístico. As peças de manobra do grosso são organizadas para o combate e colocadas
em posição que lhes permitam o máximo de flexibilidade de emprego, tanto durante o
deslocamento como depois de estabelecido o contato com o inimigo.
3) As F Seg, no nível U, são constituídas pelas forças de proteção (vanguarda,
retaguarda e flancoguarda) e F Vig.
4) A articulação visa a proporcionar:
a) avanço rápido e ininterrupto;
b) segurança adequada em todas as direções e melhores condições para
esclarecer a situação o mais cedo possível; e a
c) manutenção da maioria do poder de combate em condições de pronto
emprego.
5) Na execução da marcha para o combate, enquanto os elementos desdobrados
em primeiro escalão efetuam a devida proteção do grosso, este se desloca de região de
destino em região de destino.
6) As regiões de destino localizam-se, preferencialmente, em áreas capazes de
proporcionar um mínimo de segurança contra ações inimigas e as melhores condições
para o pronto emprego dos elementos de combate e de apoio.

4-16
Fig. 4-14. O R C Mec na M Cmb

4-7. O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA MARCHA PARA O COMBATE

a. Generalidades
1) O Pel na M Cmb atuará enquadrado em uma SU, normalmente, um Esqd C
Mec.
2) O Pel C Mec pode fazer parte do grosso da tropa ou atuar como parte da Força
de Segurança.

b. Medidas tomadas pelo Cmt Pel


1) Quando se deslocar como parte do grosso, cabe ao Cmt Pel tomar todas as
medidas necessárias face ao tipo de formação a ser adotada, no que se referir à rapidez,
conforto e segurança do Pel.
2) Caso faça parte do Destacamento de Segurança do Grosso, poderá atuar
como parte da Vanguarda, Flancoguarda ou Retaguarda.
a) Vanguarda – O Pel estará enquadrado na SU que constitui a vanguarda do
Rgt, sua missão será assegurar a progressão rápida e ininterrupta do grosso,
resguardando-o da observação terrestre, dos fogos diretos e de ataques de surpresa do
inimigo em sua frente. A menos que exista ordem em contrário, a Vgd ataca as
resistências inimigas que forem encontradas, a fim de abrir caminho para o grosso.
Estabelecido o contato, a vanguarda procura esclarecer a situação utilizando fogo e
manobra. Em presença de forças inimiga superior, ocupa terreno que favoreça o emprego
do grosso. Normalmente, o dispositivo de uma Vgd inclui, da frente para a retaguarda:
(1) escalão de reconhecimento;
(2) escalão de combate;
(3) reserva.
b) Flancoguarda – A segurança nos flancos do grosso do regimento é
normalmente estabelecida por um Pel das SU do grosso. Tem a missão de protegê-lo
contra a observação terrestre, os fogos diretos e os ataques de surpresa do inimigo. A

4-17
flancoguarda pode ser fixa ou móvel, conforme cumpra a sua missão em posição ou em
movimento. Os Pel da flancoguarda devem atuar a uma distância tal que permita ao
grosso da U o tempo e o espaço necessário para manobrar e fazer face à ameaça em seu
flanco. Em terreno aberto, esta distância pode estender-se a 5 Km ou mais do grosso,
conforme a distância de apoio do Pel Mrt P ou Art.
c) Retaguarda – A última SU do regimento destacará um Pel para compor a
sua retaguarda. Este Pel terá como missão protegê-lo contra a observação terrestre, os
fogos diretos e os ataques de surpresa do inimigo orientados sobre a sua retaguarda.
Este elemento deve permitir que a U possua o tempo e o espaço necessário para reagir
às ameaças que incidam em sua Rg.
d) Maiores detalhes - Para maiores detalhes da atuação do Pel C Mec na M
Cmb, veja no Cap. “SEGURANÇA”.

ARTIGO III

ATAQUE

4-8. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. A finalidade do ataque é derrotar, destruir ou neutralizar o inimigo.

b. Normalmente, o objetivo atribuído ao Pel C Mec será uma força inimiga. Em


função da localização dessa força, que poderá ser alterada pelo deslocamento do inimigo,
o Pel C Mec deverá orientar seu ataque.

c. Existem dois tipos de ataque: o ataque de oportunidade e o ataque coordenado.

d. A diferença entre o ataque coordenado e o ataque de oportunidade reside no


tempo para planejamento, coordenação e preparação antes da execução, ou seja, na
quantidade de tempo à disposição do comandante para essas atividades.

4-9. ATAQUE COORDENADO

a. Generalidades
1) Características
a) O ataque coordenado é uma operação ofensiva que consiste na
combinação do fogo, movimento e ação de choque contra uma resistência ou posição
defensiva do inimigo, sobre o qual as informações disponíveis indicam a necessidade de
um planejamento completo.
b) Sua realização efetiva-se depois de um reconhecimento completo, de
uma avaliação metódica do poder relativo de combate, da busca e levantamento de alvos
e de uma análise sistemática de todos os outros fatores que influenciam a decisão.
2) Objetivos do Atq Coor
a) Como objetivos do Atq Coor podemos definir:

4-18
- a conquista de uma área, e
- a destruição de uma força Ini.
3) Distribuição de forças - O Pel C Mec no ataque coordenado, normalmente,
constituirá dois grupamentos de forças: base de fogos e escalão de ataque. Poderá
também compor a reserva do Rgt.
a) Base de fogos
(1) A missão da base de fogos é neutralizar ou restringir o efeito dos
fogos inimigos e sua interferência na manobra do escalão de ataque, permitindo melhores
condições à progressão dos elementos de manobra (escalão de ataque e reserva)
(2) A base de fogos do Pel C Mec, normalmente, é constituída pela Pç
Ap, pelo GE e outros meios de apoio de fogo disponíveis, em apoio ou reforço. Poderá ser
integrada também, temporariamente, pelas VBR e outras armas, que por qualquer motivo,
não participem do escalão de ataque.
(3) As VBR não são incluídas, normalmente, na base de fogos, uma vez
que este emprego não permite aproveitar adequadamente suas características. Contudo,
quando o terreno, obstáculos e armas AC impeçam o seu emprego no escalão de ataque
e as mesmas possam efetivamente auxiliar a fixar ou destruir o Ini, elas poderão integrar
a base de fogos. As VBTP do GC, quando realizarem o ataque desembarcado, e da Pç
Ap, poderão, também, ser integradas à base de fogos.
(4) A base de fogos recebe alvos específicos e áreas nas quais deverá
atirar durante a progressão, o assalto e a consolidação do objetivo pelo escalão de
ataque. Sinais para suspensão ou deslocamento dos fogos, devem ser estabelecidos
previamente, assim como a quantidade de munição a ser consumida.
(5) A base de fogos deve proporcionar apoio de fogo contínuo e cerrado
ao escalão de ataque, desde a linha de partida até o objetivo. Para isto, ocupa as
posições que forem necessárias sem que se perca a continuidade do apoio de fogo,
realizando as mudanças de posição de forma fracionada. Tais posições devem possuir
bons campos de tiro, cobertas e abrigos. Além disso, devem ser escolhidas posições de
muda para todas as armas.
b) Escalão de ataque
(1) A missão do escalão de ataque é cerrar sobre o inimigo e destruí-lo
ou capturá-lo.
(2) O escalão de ataque deve receber o maior poder de combate
possível. Em princípio, deve ser integrado pelo combinado Seç VBR e GC.
(3) O escalão de ataque cerra sobre o inimigo o mais rápido e
diretamente que possa, para aproveitar os efeitos da atuação da base de fogos. Deve
procurar atacar o flanco do inimigo.
(4) Após transporem a linha de partida, os elementos do escalão de
ataque empregam o máximo de velocidade e de violência que forem capazes. A
progressão desses elementos deve ser regulada, de modo que abordem o objetivo
simultaneamente, possibilitando o apoio mútuo entre as VBR e os Fuz do GC.
(5) Quando restrições, impostas pelo terreno ou pela defesa anticarro
inimiga, impedirem que os elementos do escalão de ataque progridam emassados e
continuamente, esses elementos empregarão a técnica de fogo e movimento.
(6) Ao iniciar o assalto ao objetivo, os fogos de todas as armas do
escalão de ataque devem ser intensificados. Simultaneamente, a base de fogos
transporta seus tiros para os flancos e para além do objetivo. Tiros de tempo de artilharia
e de morteiro podem, também, ser empregados sobre as VBR e os fuzileiros blindados
embarcados.

4-19
(7) Os Fuz do GC permanecem a maior parte do ataque embarcados,
desembarcando somente quando a progressão das viaturas se tornar difícil ou muito
lenta, quando for necessária a remoção de obstáculos ou, quando a segurança
aproximada das VBR exigir a atuação dos Fuz , em estreito contato com elas, devendo,
então,desembarcar antes do objetivo. O desembarque dos Fuz, poderá ser realizado,
também, no interior do objetivo, para realizar a limpeza das resistências remanescentes
do inimigo ou, depois de ultrapassado o objetivo, quando realizarão o assalto na direção
contrária ao movimento inicial, surpreendendo as resistências remanescentes do inimigo
pela retaguarda, enfrentando menor número de obstáculos e armas automáticas com tiro
ajustado (deve haver acréscimo de Mdd Coor Ct na proporção da profundidade do
escalão de ataque para evitar o fratricídio).
(8) O combate embarcado dos Fuz Bld é realizado pelo emprego da
metralhadora da VBTP. Somente em situações especiais os Fuz deverão expor-se aos
fogos inimigos durante os deslocamentos embarcados, realizando o tiro com suas armas
individuais, pelas escotilhas ou seteiras de tiro.
(9) Caso se faça necessário, o ataque será feito a pé e, neste caso, o
Esc Atq será constituído, unicamente, pelo GE e GC.
(10) O Cmt Pel, normalmente, comandará o Esc Atq, embarcado na VBR
do Adj, controlando o fogo e o movimento. As Com não devem ser interrompidas e os
meios Com alternativos devem ser usados (desde que pré-convencionados). Bandeirolas,
artifícios pirotécnicos, etc., quando empregados, dão continuidade às Com do Pel no Atq,
possibilitando ao Cmt um maior controle de seu Pel, ao mesmo tempo em que lhe dará
maior flexibilidade no Atq, podendo corrigir ou mudar a atuação de suas frações.
c) Reserva
(1) O Pel C Mec pode ser componente da reserva do Rgt ou ser a própria
reserva, hipotecada do Esqd de origem. Diz-se que a reserva é hipotecada, quando uma
fração passa ao controle operacional de um comando superior que não é aquele
diretamente na qual é subordinado. Exemplo: um Pel C Mec como reserva do Rgt, passa
a ser subordinado diretamente pelo Cmdo da U, não passando pelo Cmt Esqd.
(2) No escalão Pel não existe reserva. Todas as frações orgânicas são
empregadas, ou no escalão de ataque, ou na base de fogos.
(3) A reserva constitui-se na porção da força mantida sob o controle do
Cmt para emprego em qualquer local da Z Ac, a fim de que o Cmt possa influir no
combate. É, normalmente, empregada para:
(a) explorar o êxito obtido pelas forças do escalão de ataque;
(b) reforçar elementos de primeiro escalão;
(c) manter ou aumentar a impulsão do ataque;
(d) manter o terreno conquistado pelo escalão de ataque;
(e) substituir elementos de primeiro escalão;
(f) destruir os contra-ataques inimigos; e
(g) proporcionar segurança nos flancos ou na retaguarda.
(4) A reserva, em princípio, deve contar com VBR e Fuz Bld em sua
composição. Um objetivo profundo, um limitado conhecimento do inimigo, a
disponibilidade de meios ou a impossibilidade de visualizar o ataque até o objetivo final
exige a manutenção de reserva mais forte.

4-20
Fig. 4-15. Distribuição de forças no ataque coordenado

b. Planejamento
1) Estudo de Situação
a) O sucesso do ataque depende, em grande parte, de um planejamento
judicioso. Planos bem concebidos e energicamente executados conduzirão ao sucesso no
cumprimento da missão.
b) O Cmt Pel, deve antes de fazer seu Plano de Atq, realizar uma estimativa
mental completa sobre a situação. Ele deve analisar a missão, a situação do Ini, o terreno
e as condições meteorológicas, os meios e o tempo (fatores de Decisão). Deve, ainda,
considerar, avaliar e comparar suas linhas de ação, a fim de decidir sobre qual é a de
mais provável sucesso. Neste trabalho deve ser assessorado pelos seus Cmt de fração.
2) Reconhecimentos
a) Quer o Pel ataque isolado ou quer ele esteja enquadrado em seu Esqd, é
importante que o Cmt Pel faça um reconhecimento na carta e no terreno, da área de
operações. Somente fazendo isso ele estará capacitado a fazer uma estimativa real da
situação. Estes reconhecimentos têm por finalidades:
(1) estudar o terreno, e
(2) verificar dispositivo, valor, localização e composição (DIVALOCOM) do
Ini.
b) O reconhecimento do terreno, para a elaboração do Plano de Atq
compreende:
(1) pontos ou zonas ocupadas pelo Ini;
(2) zonas batidas ou que possam ser batidas pelos fogos Ini;
(3) itinerários que se prestem à ação dos CC e aos contra-ataques do Ini;
(4) Via A as posições Ini;
(5) segurança dos flancos (do Ini);
(6) localização da nossa base de fogos (ou do Esqd), e
(7) localização das armas AC Ini.

4-21
c) Os reconhecimentos no terreno devem ser feitos de acordo com o
planejamento prévio, que abrangerá, entre outros aspectos horário, locais, itinerários,
número de participantes, transporte, medidas de segurança e ligações.
3) Plano de Ataque
a) O Plano Atq do Pel inclui o esquema de manobra e o plano de apoio de
fogos. Deve ser consolidado após a realização dos reconhecimentos e do estudo de
situação. O Plano de Atq do Pel deve ser simples, desde que contenha os seguintes
detalhes essenciais:
(1) Composição e localização da Base de Fogos, alvos a serem batidos,
número e tipo de granadas a serem disparadas e medidas de controle para abrirem,
alongarem ou transportarem os fogos;
(2) Composição do Esc Atq, a Dire Atq e, se for o caso, local de
desembarque do GC;
(3) Prescrições relativas à segurança durante o Atq, ações no Obj
(consolidação e reorganização) e previsão para prosseguir a progressão; e
(4) Definir, também, quem comandará os escalões.
b) Quando o Pel C Mec está incorporado ao Esqd, poderá ser empregado,
como um todo, na Base de Fogos, como parte do Esc Atq do Esqd ou integrando
Pelotões Provisórios.

c. Ordem de Operações
1) A O Op do Cmt Pel para o Atq é dada verbalmente e, de preferência, à vista do
terreno. Se não for possível, o Cmt Pel dará sua ordem em outro local conveniente,
utilizando carta, croquis da área e/ou caixão de areia, a fim de esboçar seu plano. Deve
abranger:
a) informações sobre o terreno e o Ini;
b) informações sobre tropas amigas;
c) missão do Pel;
d) hora de ataque;
e) linha de partida;
f) esquema de manobra;
g) eixos de progressão ou zona de ação e Obj;
h) fogos em apoio; e
i) segurança dos flancos e ligações com os Elm vizinhos.

d. Sincronização
1) Sincronização é o arranjo das atividades de todos os sistemas operacionais no
tempo e no espaço segundo a finalidade da missão. A sincronização envolve os conceitos
de sinergia e massa.
2) Sinergia significa dizer que o resultado de dois efeitos devidamente
combinados é maior que a simples soma dos resultados individuais. Este conceito e sua
devida aplicação nas operações do Pel C Mec implica em coordenar e sincronizar as
atividades da fração de modo a alcançar um resultado mais efetivo.
3) A sincronização inclui, ainda, o efeito de emassar o poder de combate no
momento e local decisivos, ou seja, obter-se um poder de combate vencedor.
4) O objetivo da sincronização é usar cada meio disponível onde, quando e da
maneira que melhor possa obter a superioridade de poder de combate. O seu resultado é
o uso coordenado e seqüenciado de todos os recursos para obter a máxima contribuição
para o sucesso.

4-22
5) Para alcançar-se a sinergia e o emassamento do poder de combate na
condução da sincronização, os comandantes de pelotões e frações devem:
a) conhecer as possibilidades, limitações, equipamentos e adestramento das
tropas amigas;
b) conhecer em detalhes a doutrina, organização, equipamentos e adestramento
do inimigo, tornando mais preciso o planejamento de ações que se contraponham às suas
atividades;
c) entender perfeitamente a intenção de seus comandantes, garantindo a clara
unidade de propósitos.
6) Uma das melhores formas de se garantir a sincronização dos elementos de
manobra com as atividades de combate e apoio ao combate é a execução de detalhados
ensaios.
7) A sincronização no Pel C Mec é desenvolvida em três fases:
a) durante o planejamento;
b) durante os ensaios; e
c) durante o combate propriamente dito.
8)Durante o planejamento, o Cmt Pel garante a sincronização através de seu
estudo de situação mais detalhado possível, planejando “o quê” fazer (ações a realizar) e
a seqüência que essas ações irão ocorrer. Levanta, também, as ações do inimigo que
requerem antecipações por parte das tropas amigas.
9) Na fase dos ensaios, o Cmt Pel deve confirmar se todas as ações previstas
para o combate são interagidas, de forma seqüenciada, com a provável atuação do
inimigo, possibilitando a introdução de modificações que venham a contribuir para
execução do planejamento inicial.
10) Os ensaios têm por finalidade introduzir modificações no planejamento e
certificar-se de que todos sabem o que fazer em todas as fases do combate e conhecer a
intenção do comandante.
11) Os ensaios devem ser executados com o Cmt Pel e Cmt de frações. Podem
ser conduzidos em caixões de areia, em cartas topográficas ou no próprio terreno.
12) Uma técnica eficiente de conduzir a sincronização durante os ensaios
consiste em fasear a operação e descrever a situação operacional, exigindo que cada
elemento dos sistemas operacionais explane suas ações frente àquele momento do
combate ou atuação do inimigo; o responsável pelo ensaio, então, verifica se está
havendo a integração necessária dos elementos subordinados e apresenta, a seguir, a
provável ação do inimigo para neutralizar cada um dos sistemas operacionais , levando o
Cmt Pel e os Cmt de frações a buscarem alternativas para a interferência inimiga.
13) A sincronização durante o combate propriamente dito tem como principal
ferramenta o estudo de situação continuado, ou seja, através das informações recebidas
do escalão superior e dos elementos subordinados da SU, analisa-se a nova situação do
inimigo, características do terreno (OCOAV), situação de seus pelotões e apoios e
introduzem-se as modificações necessárias no planejamento inicial, assegurando
completa coordenação de esforços e agilizando respostas às condutas do inimigo.
14) Ferramentas da sincronização
a) Matriz de sincronização
(1) É o documento empregado pelo Cmt Pel C Mec para auxiliar nas tarefas
de sincronização em todas as suas fases, apontando todas as medidas necessárias para
obter a sinergia e emassamento do poder de combate no âmbito do Pel. Não tem forma
padronizada, podendo ser adaptada ao sistema de trabalho do elemento responsável pela
sincronização e características da operação.

4-23
(2) Normalmente, é uma tabela aonde são anotados em uma coluna as
frações do Pel e na outra são lançados os eventos da operação ou fases da manobra,
hora ou atividade do inimigo. Não tem formato definido; pode-se conduzir a sincronização
combinando-se as frações do Pel com o tempo, as fases, os eventos, atividades do
inimigo, ou outra variável de preferência do Cmt Pel.

Fases Op Consolidação /
DSLC Z Reu – LP – Obj Conq Obj Reorganização
LP
AÇÃO REAÇÃO AÇÃO REAÇÃO AÇÃO REAÇÃO AÇÃO REAÇÃO
Sistemas / Frações AMIGA INI AMIGA INI AMIGA INI AMIGA INI
- Terreno
Inteligência - Sit Ini
- Rec
Cmt Pel

Seç VBR

G Exp

GC

Pç Ap
Tab. 4-1 Matriz de sincronização com fases das atividades amigas.

(3) observe que existem inúmeras opções para os dados a serem anotados
tanto na vertical quanto na horizontal da matriz.
(4) A matriz de sincronização pode ser utilizada para suplementar o calco de
operações e ordens verbais, porém não substitui a ordem de operações.

d. Execução
1) Da Z Reu à LP
a) Antes do Atq, normalmente o Pel encontra-se em Z Reu. As paradas nas P
Atq se limitam ao tempo indispensável para a adoção das formações de ataque.
b) O movimento da P Atq para a LP pode ser protegido pelos fogos da Pç Ap. O
Esc Atq cruza a LP durante ou após esta preparação.
c) O deslocamento para a LP é planejado de tal forma que os Elm do Esc de
Atq a ultrapassem, na hora determinada e em movimento contínuo.
2) Da LP ao Obj
a) O Esc Atq, sempre que possível, desloca-se em massa da LP para o
objetivo. Massa significa uma formação sem fragmentação, embora mantendo a
dispersão apropriada da força e seus componentes. Este deslocamento em massa
aproveita a potência de fogo e aumenta a ação de choque das VBR.
b) O Esc Atq deve cerrar sobre o objetivo no menor tempo possível. Quanto
mais tempo ficar exposto aos fogos inimigos tanto maiores serão suas perdas. O
movimento é realizado por itinerários que proporcionem cobertas e abrigos. O rápido
movimento e o uso de todos os fogos disponíveis multiplicam a ação de choque do
escalão de ataque. Se o Esc Atq tiver que empregar o fogo e o movimento para progredir,
deve haver ação de comando para assegurar que os movimentos sejam executados

4-24
rapidamente e que toda a força continue a avançar sobre o inimigo. Quando a situação
permitir ou na preparação para o assalto, o avanço em massa é retomado.
c) O Esc Atq submete o Ini ao máximo de fogos tão logo este fique dentro do
alcance eficaz de suas armas. O objetivo principal das VBR durante um ataque é a
destruição das viaturas blindadas inimigas, à maior distância possível. Elas poderão dirigir
seus fogos, também, sobre posições de armas anticarro e de outras armas coletivas, a fim
de facilitar a progressão do Pel. Os fogos das VBR são reforçados por todas as armas de
apoio disponíveis, impedindo o Mvt e a observação do inimigo e destruindo suas defesas.
Pode-se empregar fumígenos, a fim de dificultar a observação do ini e, também,
direcionar o Esc Atq para o Obj.
d) As VBTP acompanham as VBR a uma distância que permita o apoio dos
fuzileiros a essas viaturas, quando necessário. O armamento orgânico das VBTP deve ser
utilizado durante o ataque, em reforço aos fogos das VBR, procurando bater viaturas,
dotadas de blindagem leve ou não blindadas, equipes de armas anticarro, outras armas
coletivas e a infantaria inimiga desdobrada no terreno.
e) À medida que os elementos de primeiro escalão progridem, os fogos de
apoio são suspensos ou transportados a comando do Adj Pel (Cmt da Peça de Apoio,
Cmt do G Exp ou ainda Adj, desde que o Cmt Pel assuma seu lugar na VBR) que
observa a manobra e comanda a base de fogos. Esta ação é controlada pelo rádio,
observação ou sinais convencionados.
2) Assalto ao objetivo
a) Quando o Esc Atq se aproximar do objetivo os fogos de apoio da base de
fogos são intensificados. Assim que os elementos de primeiro escalão atingem uma
distância que permita o combate aproximado com o inimigo, o assalto é iniciado, e os
fogos de apoio são transportados para além e para os flancos do objetivo, a fim de isolá-
lo.
b) As VBR assaltam a P Def Ini evitando constituir-se em alvos estáticos,
progredindo em alta velocidade. Nesta fase do ataque é fundamental o apoio dos Fuz Bld
às VBR, seja pelo fogo do armamento das VBTP, destruindo as armas anticarro de curto
alcance do inimigo e posições de metralhadoras, não destruídas ou ultrapassadas pelas
VBR, seja pela ação dos Fuz desembarcados, empregando fogos de assalto e o combate
corpo a corpo, destruindo ou capturando as guarnições dos blindados inimigos destruídos
ou avariados, eliminando resistências remanescentes da P Def Ini nas trincheiras, abrigos
e dobras do terreno ou removendo obstáculos que impeçam a progressão das viaturas
blindadas.
c) De acordo com a situação tática e o terreno, os Fuz Bld poderão cruzar o
objetivo abrigado em suas viaturas blindadas, desembarcando após ultrapassá-lo e
assaltando-o pela retaguarda, a fim de destruir as resistências inimigas e limpar o
objetivo, contando, assim, com o fator surpresa e o efeito psicológico desmoralizante
sobre os defensores.
d) As VBR apóiam os Fuz Bld nas ações de limpeza do objetivo com extensa
utilização de suas metralhadoras. Antes mesmo que estas ações estejam concluídas,
estas viaturas deslocam-se para posições nos limites do objetivo ou em movimentos à
frente e afastados deste, onde se preparam para fazer face a contra-ataques ou para o
prosseguimento do ataque.
3) Ações no objetivo
a) Generalidades
(1) A efetiva ocupação do objetivo é uma fase crítica do ataque. Além de o
controle tornar-se difícil, esta é a oportunidade mais favorável para um inimigo agressivo

4-25
desencadear contra-ataques planejados, coordenados e apoiados por todos os seus
fogos disponíveis.
(2) Terminado o assalto, o Pel passa a executar as atividades denominadas
de “ações no objetivo”, que são a consolidação da posse do terreno conquistado e a
reorganização da fração.
b) Consolidação - A consolidação do objetivo compreende todas as medidas
executadas para assegurar a sua posse e fazer face aos possíveis contra-ataques e fogos
de aprofundamento do inimigo. Planos para consolidação devem constar da O Op. Estas
medidas podem variar desde o simples estabelecimento da segurança local até a
completa organização da posição para a defesa e, normalmente, incluem:
(1) segurança: proporcionada pelo estabelecimento de postos de
observação e setores de tiro;
(2) reconhecimento: além dos necessários à efetivação da segurança, são
realizados outros, visando ao aperfeiçoamento do dispositivo defensivo e ao cumprimento
de missões imediatas e futuras;
(3) tomada do dispositivo adequado para repelir C Atq: ocupar posições de
tiro onde possam bater as VA mais favoráveis ao inimigo.
(4) apoio de fogo: Identificar posições desenfiadas à frente do objetivo e
levantá-las como prováveis alvos para tiros indiretos da peça de apoio.
c) Reorganização - A reorganização compreende as medidas destinadas a
manter ou restabelecer a eficiência combativa e o controle do pelotão. Deve ser contínua
e compreende as medidas especificadas abaixo:
(1) relatórios - o Pel envia informações minuciosas ao Esc Sup sobre a
situação tática e logística, informando-o a respeito da missão, situação da tropa, dos
equipamentos e suprimentos (munição, combustível, pessoal e material);
(2) recompletamentos - os pedidos de recompletamentos são remetidos ao
Esc Sup o mais cedo possível;
(3) suprimentos - as reservas e dotações orgânicas são recompletadas na
medida do possível. Ressuprimentos, particularmente aqueles relativos à munição,
equipamentos, combustível e lubrificantes, são efetuados. A munição remanescente deve
ser redistribuída entre o Pel; e
(4) evacuação - são tomadas providências destinadas à identificação e
evacuação de mortos e feridos, prisioneiros de guerra e material danificado.
4) Prosseguimento do ataque
a) Como resultado do contínuo Estudo da Situação, por parte do Cmt Pel, seu
conhecimento dos planos e da intenção do Cmt Esqd e sua própria missão, é adotado um
dispositivo que permita ao Pel, rapidamente, prosseguir em suas operações.

e. Emprego das viaturas blindadas de reconhecimento e dos fuzileiros blindados


1) Generalidades
a) O Pel conduz as operações ofensivas, normalmente, empregando suas VBR
e seu GC, em princípio, combinados ou integrando pelotões provisórios no nível SU. A
chegada desses elementos ao objetivo deve ser regulada, de modo a se obter o máximo
efeito da ação de choque e da potência de fogo protegida por blindagem, próprias do
conjunto VBR - GC.
b) A escolha da formação de ataque para as VBR e GC, é baseada na
consideração da missão, situação do inimigo, terreno e meios, como também na potência
de fogo, segurança e controle desejados pelo Cmt numa determinada ação.

4-26
c) Em situações de rápido movimento, o avanço das VBR e do GC deverá ser
coordenado, combinando-se as formações de combate de cada elemento numa formação
mutuamente apoiada. Em princípio, as VBR precedem o GC, de modo que a força
atacante desloque-se reunida, para frente, como um todo.
d) Em situações de menor mobilidade, quando as VBR avançam por lanços, o
GC se desloca pelo mesmo processo, embarcado em sua viatura. Caso o GC tenha que
desembarcar de sua VBTP, o deslocamento por lanços aumentará a segurança dos Fuz
Bld e reduzirá o tempo em que ficarão expostos às armas de tiro direto. Neste caso, os
Fuz Bld ocuparão, normalmente, uma posição desenfiada atrás dos elementos VBR mais
à retaguarda. Em qualquer dos casos, a velocidade do movimento do GC deve ser
regulada, pelo comandante do Pel, para assegurar que esteja colocado em posição
favorável para juntar-se às VBR no assalto ao objetivo.
e) Sempre que possível, o Esc Atq avança em massa, sem parada. Contudo,
forçado pela ação inimiga, pelo terreno ou fogos insuficientes da base de fogos, poderá
ter que empregar a combinação do fogo e movimento.
f) A formação para o ataque deve permitir a coordenação e o apoio mútuo entre
os elementos de VBR e o GC.
g) A VBTP é concebida para proporcionar mobilidade tática e relativa proteção
contra estilhaços e fogos de armas portáteis. Sua perda reduz sensivelmente a
mobilidade dos Fuz Bld. O Cmt não deve, portanto, expô-las, desnecessariamente, aos
fogos AC do inimigo.
h) O Cmt do Pel deve regular a distância entre as VBR e o GC, antes de partir
para o ataque. Esta distância será baseada, principalmente, nas seguintes considerações:
(1) missão - se a missão exige rapidez, movimento cerradamente controlado
e se uma interferência ponderável do inimigo não é previsível, o GC poderá seguir a VBR
mais próximo do que quando os fogos AC eficazes estiverem dirigidos às VBR;
(2) tipo e possibilidades das armas AC do inimigo - se o inimigo estiver
equipado com armas AC de curto alcance, o GC poderá seguir as VBR mais próxima do
que se o Ini possuir armas AC de grande calibre, longo alcance e alta velocidade;
(3) tipo de terreno - se o terreno for ondulado e acidentado, fornecendo
posições desenfiadas, o GC poderá seguir a VBR mais próxima do que se o terreno for
aberto e relativamente nivelado ou plano; e
(4) ações do inimigo - a distância entre as VBR e Fuz Bld, dentro da
formação, não deverá ser tão grande, que possa permitir que o inimigo interponha uma
força considerável entre seus elementos, o que poderá conduzir a uma derrota por parte,
tanto das VBR como do GC.
i) Qualquer que seja o processo de ataque empregado, o GC e as VBR
deverão assaltar o objetivo juntos. O GC, em princípio, deverá assaltar o objetivo
embarcado. A resistência remanescente na área do objetivo, o terreno e a premência de
tempo devem ser considerados pelo Cmt Pel ao decidir pelo assalto a pé ou embarcado.
(1) Dar-se-á preferência a um assalto embarcado quando as resistências
remanescentes na área do objetivo não signifiquem grande ameaça aos blindados. Neste
caso a VBTP assaltará no intervalo e à retaguarda das VBR.
(2) A utilização deste processo permite o emprego de munição de tempo
pelo morteiro e artilharia durante o assalto. Tão logo possível o combinado VBR - GC
buscará uma posição que lhe permita observação e fogos no compartimento seguinte. Os
Fuz estarão aptos a participar, de imediato, da consolidação; enquanto parte deles faz a
proteção aproximada das VBR, outra parte realiza a limpeza do objetivo.

4-27
(3) Quando houver indícios de resistências remanescentes em condições de
causar sérios danos aos blindados, ou na impossibilidade de visualizar toda a área do
objetivo (matas, terreno acidentado, neblina ou áreas edificadas), o GC deverá assaltar a
pé, eliminando as resistências remanescentes e cerrando para junto das VBR na
consolidação. Parte dos fuzileiros poderá receber a missão de executar uma limpeza mais
detalhada da área do objetivo.
j) A decisão sobre quando e onde devem desembarcar os Fuz Bld, se isto for
necessário, cabe ao comandante do Pel e é baseada na situação existente, levando
sempre em consideração que o assalto embarcado é preferível ao desembarcado e, que
o assalto pelo flanco ou retaguarda do objetivo é mais eficaz que o assalto frontal.
2) Processos de ataque para VBR e Fuz Bld
a) Há três processos gerais para o emprego combinado das VBR e GC no
ataque:
(1) VBR e GC numa mesma direção;
(2) VBR e GC em duas direções convergentes; e
(3) as VBR somente apóiam pelo fogo.
b) Durante o ataque, poderão ser empregados um ou mais desses processos.
O Esc Atq e as frações que o integram devem ser capazes de mudar o seu processo de
ataque, caso isto se torne necessário, com a evolução do combate.
c) A escolha de um processo ou de uma combinação de processos de ataque
deve atender às considerações a seguir descritas:
(1) as VBR devem ser empregadas de modo que seja feita a máxima
utilização de sua mobilidade tática, potência de fogo, relativa proteção blindada,
velocidade e ação de choque;
(2) a velocidade de progressão do ataque deve ser a máxima permitida pelo
terreno e pela resistência do inimigo;
(3) o GC deverá permanecer embarcado o maior tempo possível, de modo
que:
(a) o Esc Atq possa progredir na velocidade das VBR e VBTP, para cerrar
sobre o Ini e destruí-lo;
(b) a mobilidade tática de ambos os elementos do combinado VBR - GC
seja mantida;
(c) as baixas, em regiões batidas por fogos de artilharia e de armas
portáteis, sejam minimizadas;
(d) possa ser utilizada munição de tempo nos fogos de morteiro e
artilharia, em apoio ao escalão de ataque; e
(e) não haja desgaste prematuro do GC, sendo sua energia conservada
para a ocasião em que tiverem que ser empregados.
d) O GC, normalmente, desembarca quando se torna necessário:
(1) evitar sua destruição por fogo AC inimigo;
(2) abrir ou remover obstáculos que impeçam o movimento das VBR e VBTP
para frente;
(3) cooperar na neutralização ou destruição das armas AC que detenham a
progressão das VBR e VBTP;
(4) participar de ataque através de regiões densamente matosas ou terreno
muito acidentado ou cortado;
(5) liderar um ataque através de cursos de água que não puderem ser
atravessados pelas VBTP;

4-28
(6) participar de ataques através de regiões fortificadas ou através de
localidades e vilas que não puderem ser desviadas;
(7) auxiliar a progressão das VBR sob certas condições de visibilidade
restrita e campos de tiro reduzidos (escuridão, fumaça, neblina, bosques densos, terreno
cortado); e
(8) realizar a limpeza de um objetivo e auxiliar na sua consolidação.
3) Ataque de VBR e GC numa única direção
a) Generalidades
(1) No ataque numa única direção, todo o Esc Atq utiliza a mesma via de
acesso para o objetivo. O GC opera embarcado, usando formações variadas em sua
progressão;
(2) Este processo proporciona melhor coordenação e controle, uma vez que
toda a força atacante se desloca numa única direção e sobre a mesma Via de Acesso.
Comparando com outros processos, permite apoio mútuo mais cerrado entre os
elementos da força atacante; e
(3) As condições que favorecem a adoção deste processo são:
(a) Ataque em terreno limpo e plano, onde as VBTP tenham dificuldades
para mascarar seu movimento; neste caso, as VBR proporcionarão proteção às VBTP;
(b) Disponibilidade de apenas uma via de acesso;
(c) O objetivo não pode ser flanqueado facilmente; e
(d) Necessidade de um maior controle de operação.

Fig. 4-16 VBR e GC numa mesma direção

b) Ataque com GC embarcado


(1) O ataque de VBR e GC embarcado poderá ser realizado combinando-se
estes elementos em uma única formação. As posições dos elementos na formação estão
subordinadas à situação tática. Normalmente, as VBR lideram, de modo a poderem
utilizar melhor sua potência de fogo. A VBTP deve ser disposta à retaguarda das VBR, de
modo que sua metralhadora orgânica possa aumentar os fogos das VBR, sem que tal
implique em excessiva exposição aos fogos AC do inimigo. Esta técnica somente poderá
ser utilizada quando a posição inimiga não apresentar sistema de defesa anticarro (DAC)
eficiente;

4-29
(2) Quando embarcados, o GC pode seguir as VBR por lanços. Esta técnica
contribui para o aumento da segurança da VBTP mas, acarreta redução da velocidade de
progressão;
(3) A distância entre as VBR e a VBTP não deve aumentar ao ponto de
permitir que elementos inimigos possam infiltrar-se entre eles, acarretando a perda da
possibilidade de apoio rápido às VBR pelos Fuz Bld; e
(4) Ao determinar as posições de VBR e VBTP nas formações blindadas, o
Cmt deve avaliar continuamente a necessidade de contar com a disponibilidade do apoio
dos Fuz Bld sem expor as VBTP ao fogo eficaz do inimigo.

Fig. 4-17 Ataque com GC embarcado

c) Ataque em movimentos por lanços


(1) O GC segue as VBR por lanços. Esta técnica de movimento aumenta a
segurança do GC. Enquanto as VBR avançam continuamente de um para outro acidente
do terreno, a VBTP deve deslocar-se rapidamente para posições desenfiadas à
retaguarda dos sucessivos acidentes do terreno; e
(2) O controle deve ser exercido de modo a assegurar a execução
coordenada do assalto, com as VBR precedendo o GC no objetivo. Isto normalmente
exigirá um aumento da velocidade das VBTP no final do movimento, de modo a cerrar
sobre as VBR na abordagem do objetivo.
d) Ataque com GC desembarcado
(1) Este processo poderá ser empregado em situações de pouca visibilidade,
como em bosques, localidades e neblina densa. Quando as VBR e Fuz Bld a pé
progridem juntos, os Fuz Bld poderão se colocar entre as VBR ou imediatamente a sua
retaguarda. Durante a progressão, a posição relativa das VBR e Fuz Bld é ajustada de
acordo com o terreno e a resistência inimiga. Durante o assalto, por exemplo, os Fuz Bld
deslocar-se-ão, normalmente, à retaguarda imediata das VBR, de modo a permitir cerrado
apoio mútuo, além de beneficiarem-se da proteção das VBR;
(2) Quando o terreno, obstáculos ou armas AC inimigas restringem ou detêm
o movimento das VBR, mas permitem o dos Fuz Bld desembarcados, aquelas poderão,
temporariamente, apoiar, pelo fogo, o avanço dos Fuz Bld. Quando o ataque dos Fuz Bld
tiver progredido suficientemente ou tiver sido removido o obstáculo que detinha as VBR,
estas deverão se deslocar para frente, ultrapassar os Fuz Bld e voltar a liderar o ataque.

4-30
Este tipo de ação não deve ser confundido com o processo em que as VBR somente
apóiam pelo fogo, já que a intenção é que as VBR participem do assalto ao objetivo;
(3) Quando as VBR assaltam sob proteção de munição de tempo de
artilharia e morteiros, os Fuz Bld seguem à retaguarda numa distância de segurança dos
arrebentamentos, eliminando ou capturando o pessoal inimigo remanescente; e
(4) A VBTP deve progredir logo atrás dos Fuz Bld desembarcados, para
estar prontamente disponível, quando necessária, para prosseguir no ataque ou para
auxiliar na consolidação do objetivo.

Fig. 4-18. Ataque com GC desembarcado

4) Ataque das VBR e GC em duas direções convergentes


a) Generalidades
(1) Normalmente serão empregados VBR e GC em uma mesma direção.
Poderão surgir situações em que seja necessário o emprego do GC em uma direção e
VBR em outra.
(2) A coordenação do assalto é mais difícil do que em outros processos.
(3) Este processo, normalmente, obtém o máximo efeito de surpresa.
Proporciona oportunidade para a força atacante golpear os flancos ou retaguarda do
inimigo, além de obrigá-lo a combater em duas direções.
(4) As condições que favorecem o emprego deste processo são:
(a) possibilidades de flanqueamento do objetivo;
(b) possibilidade de manutenção do controle a despeito das dificuldades.

4-31
Fig. 4-19. VBR e GC em duas direções convergentes

b) VBR com GC a pé por eixos diferentes


(1) O movimento de VBR e Fuz Bld a pé obedece as mesmas considerações
quanto ao emprego em um único eixo. Neste caso, parte ou totalidade dos exploradores
pode ser utilizada em reforço ao GC;
(2) Quando o Esc Sup é detido por fogos ou obstáculos AC inimigos, os Fuz
Bld a pé progridem utilizando via de acesso coberta, impraticável para as VBR e atacam o
flanco do inimigo. Nesta situação, as VBR apóiam pelo fogo, deslocando-se logo que
possível em direção ao objetivo; e
(3) Os elementos em cada Via de Acesso devem procurar a abordagem do
objetivo simultaneamente. O ataque poderá ser coordenado de tal modo que as VBR
cheguem primeiro ao objetivo e, os Fuz Bld posteriormente. Tal atitude permitirá o uso de
tiros com munição de tempo da artilharia e de morteiros durante a fase do assalto à
posição.

Fig. 4-20. VBR com GC a pé por eixos diferentes

4-32
c) VBR numa direção e GC na outra
(1) Este procedimento é empregado quando uma das Via de Acesso é
adequada para as VBR, mas acarreta excessiva exposição do GC e sua viatura, enquanto
a outra poderá ser utilizada pelo GC a pé, mas restringe ou impede o movimento das
VBR. Este processo torna crítica à coordenação VBR - GC para o assalto.
5) As VBR somente apóiam pelo fogo
a) Neste processo o GC, a pé, normalmente reforçado pelos exploradores,
ataca para conquistar o objetivo e as VBR os apóiam somente pelo fogo. As condições
que tornam necessária a utilização deste processo são:
(1) a existência de obstáculos que impeçam o movimento das viaturas no
ataque, obrigando a conquista de um objetivo para permitir a remoção dos obstáculos;
(2) terreno impraticável para as VBR que deve ser conquistado; e
(3) disponibilidade de munição.
b) Na transposição de curso de água, obstáculo às VBR, estas viaturas
deverão ocupar posições de tiro desenfiadas, de onde possam apoiar a travessia da
VBTP do GC.

Fig. 4-21. VBR somente apóiam pelo fogo

4-10. ATAQUE DE OPORTUNIDADE

a. Generalidades
1) O ataque de oportunidade caracteriza-se pela imediata expedição de missões
pela finalidade e de ordens fragmentárias, destinadas aos elementos de manobra e apoio
de fogo, privilegiando a rapidez, a iniciativa e a manutenção da impulsão, buscando, em
princípio, a execução de manobras desbordantes associadas à fixação do inimigo, com a
finalidade da força prosseguir no cumprimento da sua missão. Apesar de ser um ataque
possível de ser realizado por uma força de qualquer natureza, as tropas blindadas são as
mais aptas para executá-lo.
2) É um tipo de operação ofensiva empregada eventualmente pelas tropas
mecanizadas, para conquistar ou manter a iniciativa, ou para sustentar o ritmo das
operações, por vezes dentro do quadro tático de um Rec, Seg ou Mvt Rtg.
3) São características de um ataque de oportunidade:
a) emprego simultâneo de todas as peças de manobra, podendo, em algumas
situações, não constituir reserva. A Força atacante poderá ser totalmente desdobrada

4-33
para o ataque. As peças de manobra são empregadas como um todo e não de forma
parcelada;
b) prazo reduzido para planejamentos e reconhecimentos;
c) execução agressiva e rápida do ataque, sem dar tempo ao inimigo de
reorganizar-se ou rocar meios;
d) necessidade de abrir caminho para o prosseguimento na missão inicial, o
mais rápido possível;
e) expedição de missões pela finalidade e ordens fragmentárias; e
f) inimigo fraco, sobre o qual se dispõe de suficientes informações para realizar
o ataque.
4) Existem duas categorias de ataques de oportunidade, dependendo da situação
da força inimiga.
a) ataque contra uma força inimiga em movimento; e
b) ataque contra uma força inimiga estacionada.
5) Num ataque de oportunidade, o Pel C Mec distribui seus meios, normalmente,
pelo escalão de assalto e base de fogos.

b. Execução
1) Na execução de um ataque de oportunidade, as seguintes ações devem ser
realizadas pelo Pel:
a) reconhecer e determinar o valor, a composição, a atitude e a orientação
da força inimiga;
b) determinar se a força inimiga a ser atacada está apoiada por outras
forças próximas;
c) encontrar uma via de acesso coberta, que incida no flanco do inimigo e
possibilite o deslocamento em alta velocidade;
d) deslocar as VBR para uma posição dominante e atacar o inimigo pelo
fogo;
e) estabelecer uma base de fogos com o Mrt e o G Exp para destruir ou
anular todas as armas AC de longo alcance, de tiro direto e indireto, do inimigo que
possam ser observadas, antes que o escalão de ataque inicie seu ataque.
f) isolar a força inimiga que será atacada, de forma que outras forças
inimigas não possam apoiá-la;
g) atacar o inimigo pelo fogo ou pelo fogo e movimento; e
h) imediatamente após o êxito do ataque, estabelecer P Obs e bloquear as
vias de acesso que conduzam à posição conquistada.
2) A sincronização destas ações é a chave do ataque de oportunidade. O
sucesso deste ataque depende do sentimento do momento mais adequado, do correto
esclarecimento da situação e da habilidade do Cmt em empregar seus meios de combate
para cumprir as ações na seqüência correta. O poder de combate do Pel deve ser
empregado contra o inimigo com rapidez, explorando as situações que se apresentarem
buscando destruir rapidamente o inimigo sem lhe dar tempo para reagir.
3) As táticas para a condução do ataque devem observar três características
comuns:
a) conhecimento ou suspeita de que as armas AC inimigas estão anuladas
ou destruídas pelo fogo direto e/ou indireto, antes do escalão de ataque ser empregado;
b) o inimigo deve ser forçado a combater em duas direções; e
c) perda da capacidade de reação por parte das forças inimigas.

4-34
c. Conduta
1) Durante a execução de outras missões, o Grupo de Exploradores,
freqüentemente, estabelecerão contato com as forças inimigas. Ao esclarecer a situação,
o Cmt do Pel deve informar a situação ao Cmt Esqd e sugerir uma das seguintes linhas
de ação:
- Atacar diretamente da coluna da marcha;
- Reconhecer e bloquear o Ini e continuar mantendo o contato até que o
Esqd possa acorrer em apoio;
- Tentar romper o contato ou desviar a força Ini.
2) Caso seja adotada a linha de ação de atacar, o Cmt Pel desloca-se para
frente, faz um rápido Estudo de Situação e planeja seu Atq. Todos os informes sobre a
situação são imediatamente, transmitidos ao Cmt Esqd. Após isso, deverá reunir seus
Cmt de fração, transmitir suas ordens, estes, rapidamente, posicionarão suas frações
para executar um ataque de forma simples e no mais curto prazo possível.
3) Os elementos em contato continuam esclarecendo a situação o mais à frente
possível.
4) O Cmt Pel deve se estar na ação principal para facilitar a coordenação do
ataque.
5) O assalto será realizado sempre que possível embarcado.
6) O Cmt Pel empregará, normalmente, o G Exp e a Pç Ap na Base de Fogos,
no período em que a Seç VBR e o GC estarão se aproximando da resistência inimiga. Se
o terreno restringir o avanço da Seç VBR, o cmt Pel empregará o G Exp e o GC no seu
Esc Atq, como se Fuz a pé fosse, enquanto as VBR e as demais Vtr Bld são utilizadas na
Base de Fogos e devem cerrar para o objetivo quando a consolidação for iniciada.
7) O Mrt é desdobrado no terreno e prepara-se para bater pelo fogo as posições
inimigas e isolá-lo com fumaça, de modo a impedir a visão do Ini.
8) O G Exp fixa o inimigo através do fogo de suas Mtr.
9) O escalão de ataque transpõe a linha de partida rápida e agressivamente.
Todas as ações ofensivas seguem os mesmos fundamentos preconizados para o ataque
coordenado.

4-35
Fig. 4-22. Atq de oportunidade do Pel C Mec

10) Peculiaridades do ataque contra uma força em movimento


a) Quando duas forças oponentes deslocam-se de modo convergente, o
lado que vence é, normalmente, aquele que manobra rapidamente e ocupa posições
vantajosas para atacar o flanco do inimigo, obrigando-o a lutar em duas direções.
b) Planejamentos para enfrentar situações inopinadas e normas para reação
durante o contato devem estar previstas nas NGA do Pel.

4-11. EMPREGO DAS VIATURAS BLINDADAS DE RECONHECIMENTO E DOS


FUZILEIROS BLINDADOS EM REGIÕES COM OBSTÁCULOS

a. Generalidades - Em combate, o Pel C Mec irá se deparar com uma grande


variedade de obstáculos artificiais e naturais. Os obstáculos devem ser rapidamente
ultrapassados para conservar a iniciativa e manter a impulsão do ataque. O comandante
deve decidir rapidamente se irá desbordar, abrir uma passagem ou forçar a passagem
através do obstáculo. A opção de se forçar a passagem em um obstáculo só deverá ser
adotada se não for possível desbordá-lo ou abrir uma passagem, pois este processo
acarretará uma grande quantidade de perdas em pessoal e material. A urgência no
cumprimento da missão será fator decisivo na escolha do processo a ser adotado para se
ultrapassar um obstáculo.

b. Desbordando o obstáculo
1) Os obstáculos devem ser, sempre que possível, desbordados. Os fogos
ajustados do inimigo poderão ser evitados, deslocando-se a tropa por itinerários cobertos
e abrigados dos fogos diretos inimigos. O G Exp será empregado para reconhecer os
limites laterais do obstáculo, encontrar itinerários que possibilitem o desbordamento do
obstáculo, localizar as armas do inimigo e seus itinerários de contra-ataque na área do

4-36
obstáculo. Estes procedimentos devem fazer parte das NGA do Pel para se ganhar tempo
e evitar confusão.
2) Normalmente, o restante do Pel estabelecerá uma proteção face ao obstáculo,
manobrando para engajar o inimigo que bate o obstáculo pelo fogo. Ao mesmo tempo, o
G Exp iniciará os reconhecimentos laterais procurando encontrar itinerários que
possibilitem o desbordamento do obstáculo. O GC reconhece o obstáculo, para o caso do
desbordamento não ser realizado.

c. Abrindo passagens nos obstáculos


1) Generalidades
a) Na defensiva, a doutrina enfatiza o emprego de obstáculos em profundidade,
a fim de criar várias linhas de defesa e dar mais solidez à posição defensiva. O Pel
poderá se deparar com obstáculos junto à linha de contato ou em profundidade.
normalmente, poderão ser encontrados num campo de batalha, obstáculos do tipo:
(1) campo de minas;
(2) obstáculos de troncos ou trilhos, como abatizes, ouriços, estacas e
muros;
(3) fossos anticarro e crateras;
(4) obstáculos de arame; e
(5) obstáculos químicos (gás).
b) As tropas Bld são as mais aptas para realizarem a abertura de brechas em
obstáculos. A operação de abertura de brechas compreende o emprego de três forças
com missões distintas:
(1) Força de Apoio;
(2) Força de Abertura de Brechas; e
(3) Força de Assalto.
c) O emprego do Pel Mec, para abertura de brechas não é o mais adequado
porque o Pel não dispõe de equipamento especial (rolos e lâminas) para o teste da
brecha e também porque as viaturas blindadas sobre rodas não são eficientes nesta
tarefa. Em condições adversas ou em obstáculos de pequeno vulto, o Pel poderá compor
os três grupamentos de força e realizar uma abertura de brecha se for o caso.
d) A missão de Força de Apoio pode ser atribuída ao G Exp, a Pç Ap e as VBR,
com as restrições relativas à disponibilidade de munição e à possibilidade de
remuniciamento. Estes elementos terão a missão de fixar, destruir ou neutralizar o
inimigo, bem como realizar fogos de munição fumígena com a finalidade de permitir o
trabalho da Força de Abertura de Brechas.
e) A Força de Abertura de Brechas será composta pelo GC que portando
material adequado realizará a abertura de uma trilha e posteriormente o seu alargamento.
f) A Força de Assalto será composta pelo combinado VBR – GC e deverá
atacar o inimigo que protege o obstáculo, tão logo a brecha seja aberta. Deverão ser
guardadas as restrições impostas para o emprego de Vtr sobre rodas.

4-37
ARTIGO IV

APROVEITAMENTO DO ÊXITO

4-12. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Conceito
1) Aproveitamento do Êxito é a operação que se segue a um ataque bem
sucedido e que, normalmente, tem início quando a força inimiga se encontra em
dificuldades para manter suas posições. Caracteriza-se por um avanço contínuo e rápido
das forças amigas, com a finalidade de ampliar ao máximo as vantagens obtidas no
ataque e anular a capacidade inimiga de apresentar uma defesa organizada ou de realizar
um movimento retrógrado ordenado.
2) Constitui a fase decisiva da ofensiva. O sucesso da operação repousa na
judiciosa exploração das vantagens iniciais conseguidas pelo ataque. As missões das
forças de aproveitamento do êxito incluem a conquista rápida de objetivos profundos para
cortar as vias de transporte inimigas, desorganizar suas instalações de comando e
controle e a própria destruição do inimigo.
3) É no aproveitamento do êxito que a Cavalaria pode fazer o máximo uso de
suas possibilidades, mercê de suas principais características de mobilidade, ação de
choque, potência de fogo e proteção blindada, a qual, lhe permite uma extraordinária
flexibilidade e rapidez na ação.

b. Características
1) Planejamento centralizado e execução descentralizada;
2) Medidas de controle reduzidas ao mínimo;
3) Objetivos profundos;
4) Progressão rápida, contínua e em larga frente;
5) Ataques de oportunidade, por incursões rápidas e desbordamentos partindo da
coluna de marcha;
6) Missões atribuídas pela finalidade;
7) Ampla utilização de meios aéreos para reconhecimento e apoio de fogo;
8) Desbordamento e manutenção do contato em fortes pontos de resistência
inimiga.

c. Grupamento de Forças
1) O Pel C Mec não realiza uma Op Apvt Exi isoladamente, e sim enquadrado em
uma SU. São dois tipos de forças:
a) a força de aproveitamento do êxito (F Apvt Exi); e
b) a força de acompanhamento e apoio.
2) Ambas as forças deverão possuir alta mobilidade e são subordinadas
diretamente ao escalão que as lançou. Não há relação de comando entre ambas.

4-38
Fig. 4-23. Forças do Aprv Exi

d. Missões
1) Da força de aproveitamento do êxito
a) Conquistar objetivos profundos na retaguarda inimiga;
b) Cortar linhas de transporte e de suprimento inimigas;
c) Barrar ou cortar eixos de retraimento da força cercada;
d) Cercar e destruir forças inimigas; e
e) Desorganizar a capacidade de comando e de controle do inimigo.
2) Da força de acompanhamento e apoio
a) Manter aberta a brecha da penetração realizada pela força de
aproveitamento do êxito;
b) Assegurar a posse de acidentes capitais de interesse para a operação;
c) Limpar o terreno;
d) Substituir elementos da força de Apvt Exi que tenham sido deixados à
retaguarda;
e) Auxiliar em atividades de assuntos civis e de prisioneiros de guerra;
f) Proteger áreas e instalações à retaguarda da força de aproveitamento do
êxito;
g) Assegurar a liberação das vias de transporte; e
h) Bloquear o movimento das reservas inimigas para o interior da área.

4-13. O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA FORÇA DE APROVEITAMENTO


DO ÊXITO

a. Conduta
(1) Deverá utilizar ao máximo sua potência de fogo e ação de choque disponíveis
para destruir instalações e posições inimigas, sendo assim, uma larga utilização das VBR;
(2) Utilizar um dispositivo que melhor se aplique ao terreno;
(3) Ao deparar-se com o inimigo, esclarecer a situação rapidamente e informar seu
comandante imediato;

4-39
(4) Caso o inimigo seja fraco realizar um ataque de oportunidade ou desbordar,
visando atingir objetivos mais profundos;
(5) Caso o inimigo não seja fraco ou não seja possível realizar o desbordamento,
solicitar fogos fumígenos para dificultar a observação inimiga, desencadear fogos visando
fixar o inimigo e aguardar ordens de seu Cmt imediato para verificar como será procedido
o ataque a posição;
(6) Para o Pel C Mec, o Aproveitamento do Êxito é uma progressão contínua, sobre
posições sumárias do inimigo. Assim sendo, todas as táticas e técnicas utilizadas no
Reconhecimento e no Ataque Coordenado são utilizados neste tipo de operação. Para o
Pel C Mec, o Apvt Exi apresenta-se como um reconhecimento rápido e uma sucessão de
ataques de oportunidade sobre posições mais fracas do inimigo;

4-14. O PEL C MEC NA FORÇA DE ACOMPANHAMENTO E APOIO

a. Conduta
(1) Enquadrado em um Esc Sup, o Pel C Mec na força de acompanhamento e
apoio opera visando manter o contato ou destruir as forças inimigas que tenham sido
desbordadas pela força de aproveitamento do êxito.
(2) Opera, também, integrando as forças que realizam a segurança da força de
aproveitamento do êxito compondo a vanguarda, flancoguarda ou retaguarda.

ARTIGO V

PERSEGUIÇÃO

4-15. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Conceito
1) É a operação destinada a cercar e destruir uma força inimiga que tenta fugir.
Ocorre, normalmente, logo em seguida ao aproveitamento do êxito e difere deste por sua
finalidade principal, que é a de completar a destruição da força inimiga que está em
processo de desengajamento ou que tenta fugir.
2) Embora um objetivo no terreno possa ser designado, a força inimiga é seu
objetivo principal. A força de pressão direta empregada contra o inimigo que se retira deve
ser permanentemente mantida, enquanto a força de cerco corta as vias de retirada do
inimigo.
3) As unidades de Cavalaria poderão atuar como força de pressão direta ou,
preferentemente, como força de cerco.
b. Grupamento de Forças
1) Na Prsg, normalmente, são constituídas:
a) uma força de pressão direta; e
b) uma força de cerco.
2) A missão de força de pressão direta é evitar o desengajamento do Ini e impedir
que ele se reorganize e prepare novas defesas, infligindo-lhe o máximo de perdas. Os

4-40
Elm de primeiro escalão da força de pressão direta progridem rapidamente ao longo de
todas as estradas disponíveis, destruindo ou ultrapassando pequenos bolsões de
resistência, enquanto que as resistências maiores são reduzidas pelas unidades de
acompanhamento. A força de pressão direta desborda para atacar os flancos e
retaguarda dos últimos elementos inimigos, procurando atingir o seu grosso. Sua missão
final é a de servir de “martelo”, quando da destruição das forças Ini.
3) A missão da força do cerco é atingir a retaguarda do inimigo e bloquear a sua
fuga de forma que ele seja destruído entre a força de pressão direta e ela própria. A força
avança por eixos paralelos aos eixos de retirada do inimigo. Se a força de cerco não
puder ultrapassar o inimigo, ataca o flanco do seu grosso.

Fig. 4-24. Grupamento de Forças na perseguição

4-16. O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA PERSEGUIÇÃO

a. Generalidades
1) O Pel C Mec, enquadrado em uma SU, durante uma operação de perseguição,
pode receber missões de:
a) compor a segurança de um ou ambos os flancos da força de pressão direta
ou força de cerco;
b) reconhecimento, caso o inimigo tenha rompido o contato;
c) compor a força de pressão direta ou a força de cerco; e
d) integrar uma força de maior valor encarregada de realizar uma operação de
perseguição.
2) Na perseguição o Pel C Mec empregará sempre as mesmas táticas e técnicas
utilizadas durante a realização da marcha para o combate, do ataque e do aproveitamento
do êxito.

b. O Pel C Mec na força de pressão direta


1) Integrando a força de pressão direta, o Pel progride sobre com uma frente o
mais ampla possível. Realiza constantes ações ofensivas, durante o dia e durante a noite,
sobre a força de segurança de retaguarda do inimigo e busca, sempre que possível,
engajar o seu grosso. Uma inflexível pressão sobre o inimigo, além de impedir sua

4-41
reorganização e a preparação de novas defesas, serve para facilitar as ações da força de
cerco.

c. O Pel C Mec na força de cerco


1) O Pel C Mec pode fazer parte da força de cerco. Nesta situação, o Pel progride
ao longo de eixos paralelos às linhas do inimigo, para atingir o flanco do grosso das forças
que se retiram ou, principalmente, para conquistar desfiladeiros, pontes e outros
acidentes do terreno, com a finalidade de interceptar, o mais cedo possível, a fuga da
força principal do inimigo. Uma vez isto conseguido, o inimigo é destruído entre a força de
pressão e a de cerco.

ARTIGO VI

ATAQUE NOTURNO

4-17. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Generalidades
1) A ampla utilização de sofisticados equipamentos de visão noturna no combate
moderno ampliou consideravelmente as possibilidades táticas de atuação durante
períodos de visibilidade restrita, acrescentando grande importância às ações noturnas,
possibilitando a condução de combates continuados, mantendo constante pressão sobre
o inimigo.
2) A força que opera durante a noite com as mesmas possibilidades do combate
diurno estará apta para obter sucesso contra a força inimiga não adestrada e
desequipada para este tipo de ação.
3) Os veículos blindados equipados com dispositivo de visão noturna podem
realizar o tiro e a manobra quase como de dia. As restrições ainda presentes no combate
noturno dizem respeito à identificação e engajamento do alvo e ao alcance dos aparelhos
de visão noturna. Contudo, uma unidade mecanizada poderá utilizar o combate noturno
com mais liberdade de movimento e menor número de medidas de controle restritivas que
no passado.
4) Pela sua própria natureza, no entanto, as operações ofensivas noturnas
necessitam de maior preparação e medidas de controle, cuidadosamente concebidas, que
a maioria das operações diurnas.

b. Finalidade – Um ataque noturno será realizado para:


1) completar ou explorar um sucesso obtido em uma Op diurna e manter a
impulsão do ataque;
2) Conquistar regiões de grande significação para o prosseguimento do ataque,
evitando-se as pesadas perdas que, provavelmente, ocorreriam em um Ataque diurno;
3) obter a surpresa;
4) beneficiar-se de condições psicológicas favoráveis;
5) reduzir baixas quando do ataque a posições organizadas; e

4-42
6) compensar uma inferioridade em relação ao Ini, particularmente em meios
aéreos e viaturas blindadas.

c. Considerações
1) O ataque noturno (Atq Not) caracteriza-se pelo decréscimo da eficácia do tiro
sobre o inimigo e o correspondente aumento da importância do combate aproximado,
bem como pela dificuldade dos movimentos, da ação de comando e do controle.
2) O Atq Not exige maior tempo para o seu planejamento e tropas bem treinadas
e experimentadas em operações noturnas, para a sua execução.
3) O Atq Not pode ser iluminado (iluminação artificial) ou não iluminado. A
iluminação do campo de batalha permite reduzir, em parte, as deficiências próprias do
combate noturno, aumentando, com isso, a velocidade de progressão do GC. O ataque
não iluminado é realizado com mais lentidão, porém com maior probabilidade de obtenção
da surpresa.
4) Durante a execução do Atq Not, sobressaem as dificuldades relacionadas com
o Cmdo e Ct, orientação, coordenação de fogos, avaliação de distâncias e identificação
de forças amigas.
5) Atualmente, o combate noturno não iluminado tornou-se muito mais exeqüível,
com a utilização de equipamentos modernos de visão noturna, os quais minimizam em
parte as restrições decorrentes da pouca visibilidade durante a noite.
6) A iluminação artificial pode ser utilizada quando não houver disponibilidade
suficiente de equipamentos de visão noturna ou quando o inimigo dispuser desse
material.
7) Quando disponíveis, os equipamentos passivos de visão noturna poderão
diminuir sensivelmente os problemas decorrentes da escuridão. As distâncias de
detecção e de engajamento, a amplitude dos lanços e a utilização de itinerários cobertos
e abrigados sofrerão modificações obrigando a novos procedimentos.
8) Ao Atq Not aplicam-se as mesmas considerações referentes ao ataque diurno:
as mesmas formas de manobra, organização para o ataque e formações podem ser
empregadas. Entretanto, é desejável que as tropas atacantes estejam mais familiarizadas
com o terreno no qual atacarão. Quando possível, devem ser realizados ensaios nas
condições que mais se aproximem das condições reais de ataque. Nos ataques
iluminados, o GC, dependendo de outras considerações, poderá deslocar-se embarcado
em sua viatura blindada.
9) O Pel, quando equipado com VBTP não dotada de dispositivos veiculares de
visão noturna, conduzirá, normalmente, um ataque noturno com o GC desembarcado.
10) As VBR poderão ser empregados em combinação com a VBTP, como no
ataque diurno, desde que dotadas de equipamentos de visão noturna ou com iluminação
artificial do campo de batalha. Se esses equipamentos não estiverem disponíveis e o
ataque não puder ser iluminado, as VBR serão empregados para apoiar o GC apenas
pelo fogo.
11) Os Atq Not favorecem psicologicamente o atacante que sabe da sua
realização, enquanto que o defensor é assaltado por dúvidas, apreensão e medo do
desconhecido.
12) O sigilo e a surpresa são essenciais para que o ataque noturno seja
conduzido com um mínimo de baixas. A simplicidade do plano facilita a surpresa. Na
eventualidade da perda da surpresa, o plano deverá proporcionar os fogos, a manobra e a
ação de choque necessários à conquista do objetivo. O objetivo deverá ser facilmente

4-43
identificável à noite e suficientemente pequeno para que possa ser conquistado em um
único assalto.

d. Iluminação
1) Ataque não iluminado
a) Um Atq Not, não iluminado, é feito sob a proteção da escuridão, usando-se
somente a luz natural e os equipamentos de visão noturna veiculares e individuais. Este
ataque necessita de grande coordenação e de rigorosas medidas de manutenção do
controle, do movimento e da segurança durante a escuridão.
b) O objetivo designado sob essas condições poderá ser uma determinada
zona ou acidente do terreno, junto à frente inimiga, e de tal largura e profundidade que
possa ser conquistado em um simples assalto. Esse objetivo deverá ser bem definido e
facilmente identificável à noite.
c) É essencial a observação, durante o dia, do objetivo e do terreno à frente. A
direção é mantida por acidentes existentes, tais como estradas, cercas, sebes e outros
meios de fortuna, como fitas de demarcação, fios telefônicos, artifícios eletrônicos,
azimutes e distâncias. Os Atq Not não iluminados, não apoiados, são feitos quando as
considerações de sigilo os imponham.
2) Ataque iluminado
a) Os ataques iluminados são empregados quando o fator sigilo não seja
preponderante ou não se dispuser de equipamentos de visão noturna para a maioria do
escalão de ataque.
b) Num ataque iluminado são empregados na iluminação do campo de batalha
artifícios iluminativos lançados por Mrt, Art Cmp e pela F Ae.
c) Um Atq Not iluminado pode ter maior profundidade que um ataque não
iluminado. O prosseguimento do ataque sobre objetivos sucessivos pode ser feito
empregando-se a iluminação.

e. Medidas de Coordenação e Controle


1) Linha de Provável Desenvolvimento (LPD) - A linha provável de
desenvolvimento é uma linha previamente escolhida onde é tomado um dispositivo de
combate antes do assalto final. Deve ser apoiada em um acidente do terreno, facilmente
identificável à noite, e situado dentro da distância de assalto do objetivo.
2) Linha limite da progressão (LLP) - Para manter o controle e evitar que o
escalão de ataque seja atingido por fogos de proteção das tropas amigas, o Esc Sup deve
estabelecer um limite de progressão, tanto em profundidade como nos flancos do objetivo,
materializando-o por pontos característicos do terreno, identificáveis à noite.
3) Ponto de liberação da fração - O ponto de liberação da fração é o local onde o
comandante do Pel entrega aos Cmt de fração o controle do deslocamento para suas
respectivas zonas de desenvolvimento. Normalmente, esse ponto fica localizado entre a
linha de partida e a provável linha de desenvolvimento.

4-44
Fig. 4- 25. Mdd Coor Ct no Atq noturno.

4-18. PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO

a. O planejamento de um Atq Not deve começar o mais cedo possível, para permitir
a preparação do ataque ainda com luz do dia.

b. Os Atq Not são planejados basicamente do mesmo modo que os ataques diurnos,
e muitos princípios e técnicas para o ataque noturno são os mesmos aplicados para o
ataque diurno sob condições de visibilidade reduzida.

c. Os preparativos feitos pelo comandante de Pel para um Atq Not compreendem:


1) determinação da composição do escalão de ataque;
2) providências para ocupação da Z Reu;
3) imediata expedição de ordens;
4) a determinação dos limites do objetivo e a Via A mais favorável;
5) determinação do dispositivo do Esc Atq; localização da posição de ataque; da
linha de partida; da linha de provável desenvolvimento; do pontos de liberação das
frações; dos limites laterais exatos do objetivo do Pel e do limite de progressão;
6) o reconhecimento e o balizamento dos itinerários entre a Z Reu e a posição de
ataque;

4-45
7) a coordenação com as tropas amigas nas vizinhanças da posição de ataque e
na linha de partida; instruções para abertura de brechas à frente para a passagem de
tropa;
8) tipo de ataque; se iluminado ou não, se apoiado ou não;
9) reconhecimento e planejamento para assegurar a imediata coordenação e
execução de pormenores.

d. Nos Atq Not não iluminados, ou com iluminação limitada, as dificuldades em


controlar as mudanças de direção e a dificuldade de identificação restringem as
possibilidades de manobra. Para contornar essas dificuldades, os ataques noturnos são
feitos sem mudança de direção e com dispositivos relativamente cerrados.

e. O Esc Atq pode deslocar-se da Z Reu para uma posição de ataque segura, de
onde o ataque sobre o ponto fraco do inimigo será facilitado. Depois de ultrapassada a
LP, todos os deslocamentos na escuridão são feitos diretamente na direção dos objetivos,
sem qualquer mudança na direção.

f. Ao elaborar seu plano de manobra o Cmt Pel considera, além da amplitude e da


localização do objetivo:
1) hora de início do ataque;
2) dispositivo;
3) linha de partida;
4) posição de ataque;
5) ponto de liberação;
6) processo e velocidade de deslocamento;
7) linha de provável desenvolvimento;
8) limite de progressão; e
9) linhas de segurança para os tiros.

g. Devem ser previstos meios de identificação para todo o pessoal e viaturas.


Podem ser usados braçais, botões e cintos luminosos e dispositivos eletrônicos de
identificação. As viaturas devem ser marcadas na parte posterior.

h. O Atq Not a pé do Pel é, normalmente, conduzido em quatro fases: preparação,


progressão, assalto e consolidação / reorganização

4-19. RECONHECIMENTOS

a. Caso seja possível o Cmt do Pel deve realizar um reconhecimento no terreno,


buscando identificar:
1) Localização das medidas de coordenação e controle;
2) Situação, condições e particularidades do terreno em que irá atuar;
3) Balizamento dos pontos considerados críticos; e
4) Balizamento, se necessário, da direção geral de ataque.

b. Devem ser utilizados azimutes, odômetro das viaturas, processos expeditos,


carta-terreno e outros para facilitar sua orientação.

4-46
c. O comandante de pelotão deve levar para este reconhecimento ao menos os
comandantes das viaturas que compõem o Esc Atq e, se possível, seus motoristas.

d. Ensaio e sincronização são importantíssimos, como no ataque diurno.

4-20. EXECUÇÃO DO ATAQUE NOTURNO

a. Ataque noturno a pé (VBR na base de fogos)


1) Base de Fogos
a) A Base de Fogos será constituída, como no Atq diurno, da Seç VBR e da Pç
Ap.
b) A Seç VBR deverá balizar durante o dia, ou no período de tempo que
antecede ao Atq, diversas posições de tiro. Após cada série de tiros (conforme a situação,
a cada tiro), a VBR deverá retrair para uma posição desenfiada e ocupar outra posição
(de Muda), a fim de que o clarão do disparo não denuncie a sua posição.
c) O alongamento dos fogos será executado a partir de um horário pré-
determinado e não pela observação da progressão do Esc Atq.
2) Progressão
a) O Esc Atq composto pelo GC e G Exp, desembarcados, desloca-se
furtivamente, transpondo a linha de partida e progredindo na direção do inimigo em
coluna, por ser este o dispositivo de mais fácil controle para o Cmt Pel. Tal dispositivo é
mantido até que seja atingido o ponto de liberação ou seja forçado o desenvolvimento
pela ação inimiga. Se o objetivo estiver próximo da LP ou se for previsto um iminente
contato com o inimigo, poderá ser conveniente à progressão, a partir da LP, com os
grupos justapostos, cada um deles em coluna. Ao ser atingida a linha de
desenvolvimento, ou se o inimigo descobrir o ataque antes que ela seja alcançada, o
assalto será iniciado.
3) Assalto
a) O desenvolvimento para o assalto pode ser forçado pela ação inimiga ou
executado quando da chegada à linha de desenvolvimento. É feito, nesta linha, com
rapidez e em silêncio; qualquer parada prolongada nesta fase do ataque aumenta a
possibilidade de quebra do sigilo. Devem ser tomadas precauções para evitar um assalto
prematuro, causado por tiros feitos a esmo pelo inimigo.
b) Após o desenvolvimento, a progressão é retomada, até que seja encontrada
resistência inimiga, quando o assalto será iniciado. Nesta fase, todas as frações
assaltantes pressionam com a maior rapidez possível.
c) Todo esforço deve ser feito para manter a formação em linha e evitar que se
transforme em grupos isolados. Uma ação agressiva do comando é essencial nessa
ocasião.
d) O assalto, normalmente, é realizado com os grupos de combate e
exploradores em linha, para obter a máxima potência de fogo e ação de choque.
e) As Viaturas Blindadas de Reconhecimento devem ficar em condições de
emprego logo após a conquista do objetivo.
4) Consolidação e reorganização
a) A fase de consolidação e reorganização é semelhante à realizada no ataque
diurno, necessitando, entretanto, de um planejamento mais detalhado.
b) A consolidação começa logo que o objetivo tenha sido conquistado. Os Cmt
de fração reúnem seus elementos e os dispõem em condições de enfrentar os contra-

4-47
ataques inimigos. A peça de apoio fica em condições de bater as prováveis vias de
acesso do inimigo. As VBR cerram para o objetivo por itinerários balizados pelos GC. Ao
amanhecer, todos os elementos deverão estar em posição. Os ajustes finais nas posições
das armas são feitos quando houver luminosidade suficiente para se identificar os
objetivos a serem batidos.
c) Devem ser incluídos no planejamento do Atq Not a pé:
(1) pontos de ligação entre elementos vizinhos e sinais de reconhecimento;
(2) guias para conduzir as viaturas blindadas e a peça de apoio através dos
obstáculos para as suas posições finais na consolidação;
(3) os itinerários de cada fração ou a ordem de deslocamento; e
(4) limite para a progressão.
b. Ataque noturno embarcado
1)Base de Fogos
a) A Base de Fogos será constituída da Pç Ap e das Mtr L do G Exp, enquanto
o restante do pessoal do G Exp pode ser utilizado como guia do Esc Atq.
(1) Progressão
(a) A formação adotada pelos elementos de manobra será ditada pelo
alcance de seus equipamentos de visão noturna veiculares, devendo permitir o controle e
a coordenação do Esc Atq.
(b) Uma progressão cautelosa é essencial para o sigilo. Quando as frações
de assalto atingem o ponto de liberação, à retaguarda da linha de provável
desenvolvimento, abandonam a formação adotada para o deslocamento entre a Z Reu e
a Linha Provável de Desenvolvimento (LPD), normalmente a formação em coluna,
adotando a formação escolhida para o ataque. Ao atingir a linha de desenvolvimento,
normalmente, será adotada a formação em linha para o assalto. Os Cmt de viaturas
verificam constantemente a direção de ataque.
(c) A ação das patrulhas ou postos de vigias inimigos pode forçar o
desenvolvimento do Esc Atq, antes da linha prevista.
(d) Se possível, o Esc Atq retorna ao dispositivo previsto inicialmente para o
ataque, após a resistência ter sido reduzida.
(e) A progressão poderá ser realizada com a seção VBR, em linha, seguida
pelo GC, embarcado.
(f) O GC permanece embarcado até o momento do assalto, desembarcando
durante a progressão, quando necessário, para apoiar as VBR na remoção de obstáculos
ou na eliminação de armas AC inimigas. No Atq Not o GC, normalmente, desembarca das
Vtr Bld antes do Objetivo.
(g) O armamento orgânico da VBTP é empregado para aumentar os fogos
das VBR.
2) Assalto
a) Quando o GC desembarca da VBTP torna-se difícil a manutenção do
controle e a coordenação das diversas peças de manobra, exigindo do Cmt Pel e de
grupo um rígido controle sobre seus homens, uma preocupação constante com as
medidas de coordenação e controle estabelecidas e a identificação amigo / inimigo, para
evitar o fratricídio.
b) O assalto ao objetivo é feito pelas VBR, seguidas pelo GC desembarcado e
pela VBTP.
c) A velocidade das VBR deverá ser regulada de modo a evitar um excessivo
afastamento do GC a pé. Normalmente, se estabelecerá um limite no terreno para a

4-48
progressão com vistas a evitar a perda do controle quando o escalão de ataque
ultrapassar o objetivo.
d) No assalto, ruídos (sirene) e tiros traçantes podem ser empregados, com
efeito psicológico desmoralizante sobre o inimigo. Todo esforço deve ser feito para manter
a formação em linha e evitar que se transforme em grupos isolados. Uma ação agressiva
do comando é essencial nessa ocasião.
3) Ações após a conquista do objetivo
a) Após a conquista do objetivo, são adotadas medidas similares àquelas
empregadas no ataque diurno. Preferencialmente, as VBR ocupam posições à frente do
objetivo conquistado.
b) A consolidação começa logo que o objetivo tenha sido conquistado. Os Cmt
de fração reúnem seus elementos e os dispõem em condições de enfrentar os contra-
ataques inimigos. A peça de apoio fica, em condições de bater as prováveis vias de
acesso do inimigo. Ao amanhecer, todos os elementos deverão estar em posição e são
feitos ajustes finais nas posições.

4-49
CAPÍTULO 5

OPERAÇÕES DEFENSIVAS

ARTIGO I

GENERALIDADES

5-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. As operações defensivas constituem-se em atitudes temporárias adotadas pela


Força Terrestre, enquanto são criadas condições favoráveis para empreender a ofensiva.

b. As finalidades das operações defensivas são:


1) criar condições favoráveis para o desenvolvimento das futuras operações
ofensivas, ganhando tempo necessário à sua execução ou canalizando e desgastando as
forças inimigas;
2) impedir a entrada de forças inimigas em determinada área;
3) economizar forças numa área para aplicá-las em outra;
4) destruir ou cercar forças inimigas; e
5) reduzir a capacidade de combate do inimigo, sujeitando as forças defensivas a
um mínimo de perdas.

5-2. TIPOS DE OPERAÇÕES DEFENSIVAS

a. As operações defensivas, em seu sentido mais amplo, abrangem todas as ações


que oferecem um determinado grau de resistência contra uma força atacante.

b. Compreendem dois tipos de operações:


1) defesa em posição; e
2) movimentos retrógrados.

5-1
c. Formas de manobra
1) Defesa em posição — A defesa em posição compreende duas formas de
manobra:
a) defesa de área; e
b) defesa móvel
(1) A Def Mv visa mais a destruição do Ini do que a manutenção do terreno.
É uma combinação de ações ofensivas, defensivas e retardadoras.
(2) A Divisão de Exército (DE) é o menor escalão capaz de conduzir tal
operação, embora as unidades e grandes unidades de Cav possam empregar técnicas de
Def Mv.

2) Movimentos retrógrados — As formas das operações de movimentos


retrógrados são:
a) ação retardadora;
b) retraimento; e
c) retirada.

5-3. FUNDAMENTOS DA DEFENSIVA

a. O planejamento, a organização e a conduta da defesa baseiam-se na missão, no


inimigo, no terreno, nos meios, no tempo disponível, nos fundamentos e nos fatores a
seguir enumerados:
1) apropriada utilização do terreno - O terreno é o principal fator na seleção da
posição defensiva e na localização e distribuição das forças. O defensor procura controlar
acidentes do terreno essenciais à observação, às comunicações e à manobra da reserva,
negando ao inimigo a utilização do que possa comprometer o sucesso da defesa. Toda
vantagem deve ser tirada dos obstáculos naturais e artificiais, que aumentam o poder
defensivo das posições, ou conduzem o inimigo para regiões favoráveis às ações de
contra-ataques. Os obstáculos desempenham um forte apoio ao esquema defensivo,
inclusive na distribuição das forças em posição e de reserva. As distribuições das tropas,
dos meios de vigilância de combate e do fogo, baseiam-se na avaliação das vias de
acesso do inimigo e nos acidentes capitais do terreno. A análise do terreno deve
considerar os seguintes aspectos:
a) acidentes capitais;
b) observação e campos de tiro;
c) cobertas e abrigos;
d) obstáculos; e
e) vias de acesso.
2) segurança - Precauções devem ser tomadas para evitar a surpresa tática, uma
vez que o atacante normalmente detém a iniciativa da hora, do local, da direção e da
potência de ataque. Os comandantes devem providenciar a segurança em todas as
direções para obter um alerta, o mais cedo possível, e informações seguras da
aproximação das forças inimigas. Todos os escalões são responsáveis por sua própria
segurança.
3) defesa em todas as direções - Embora a defesa seja organizada com vistas a
barrar a via de acesso mais favorável ao atacante, o inimigo pode atuar por uma direção
não esperada ou considerada viável, inclusive à retaguarda da posição defensiva,
empregando um envolvimento ou por ação de guerrilha em larga escala. O defensor deve

5-2
ser capaz de engajar-se em qualquer direção, não permitindo ao inimigo obter uma
vantagem decisiva pela surpresa ou direção do ataque. A defesa em todas as direções é
alcançada por um dispositivo defensivo inicial cuidadoso.
4) defesa em profundidade - A organização da posição defensiva em
profundidade é essencial. Sendo admissível um sucesso inicial do inimigo, que lhe
propicie uma penetração na área de defesa avançada, deve o defensor estar preparado
para bloqueá-lo em sucessivas linhas do terreno à retaguarda. O desdobramento de
forças em profundidade é obtido pela preparação de posições suplementares, pela
manobra dos elementos avançados para posições alternativas e pelo emprego das
reservas.
5) flexibilidade - A defesa deve ser organizada permitindo modificações no plano
de emprego de forças e dos fogos, a fim de conter o ataque inimigo à medida que ele se
desenvolva.
6) presteza - O sucesso da ação defensiva depende da aplicação de poder de
combate superior nos momentos decisivos. Tanto os elementos de manobra como os
elementos de apoio de fogo, devem ser capazes de atender com presteza às
necessidades do comandante, para que esta superioridade possa ser obtida na hora e
local apropriados.
7) dispersão - Em ambiente de guerra convencional, a dispersão decorre da
precariedade dos meios em relação aos grandes espaços. O cumprimento da missão é
primordial; é secundário o grau de risco em aceitar uma menor dispersão. A dispersão
em profundidade é preferível à dispersão em largura, pois evita que as frentes se tornem
muito extensas para o defensor; proporciona mais meios para a reserva; evita
movimentos laterais face a um ataque inimigo; facilita a descoberta e a destruição de
elementos de infiltração e proporciona um melhor dispositivo de forças para a realização
de contra-ataques. A dispersão em largura leva os pelotões avançados a se arriscarem a
um isolamento e, em conseqüência, a serem batidas por partes, após a penetração
inimiga. A distância entre os pelotões deve ser compatível com a possibilidade de
proporcionar massa suficiente para cumprir a missão do esquadrão e de fornecer uma
força de manobra ofensiva em tempo oportuno.
8) máximo emprego da ação ofensiva - Na defesa, toda oportunidade deve ser
aproveitada para tirar a iniciativa do inimigo e destruí-lo. A defesa deve ser preparada
para a execução de ações ofensivas, sempre que a oportunidade para isto se apresentar.
9) integração e coordenação das medidas defensivas - O plano de defesa como
um todo abarca a integração e coordenação cuidadosa de todas as medidas defensivas.
a) O planejamento dos fogos é conduzido e coordenado em todos os escalões.
Deve proporcionar um contínuo apoio de fogo às forças da área de segurança, da área de
defesa e da área de reserva. Os fogos são também planejados para controlar as brechas
e cobrir as barreiras.
b) Quando o tempo permitir, obstáculos naturais são suplementados por
campos minados e outros obstáculos artificiais. As barreiras são organizadas para
restringir o movimento inimigo, sem interferir, contudo, no planejamento da manobra
defensiva, particularmente os contra-ataques.
c) Todos os meios de vigilância de combate são coordenados intimamente e
incorporados ao plano de defesa.
10) tempo - O tempo disponível para o planejamento, a preparação e a ocupação
da posição defensiva é de capital importância e freqüentemente determina o tipo de
defesa a ser usado.

5-3
11) apoio mútuo - A distribuição das forças e o planejamento dos fogos em
largura e profundidade asseguram apoio mútuo entre as forças. O defensor organiza-se
no terreno de modo a proporcionar apoio mútuo entre os diversos núcleos de defesa, a
fim de permitir que qualquer um deles possa realizar fogos à frente e nos flancos dos que
lhe são adjacentes. A observância deste princípio permite submeter um núcleo
conquistado pelo inimigo aos fogos de flanqueamento dos núcleos vizinhos. O apoio
mútuo ainda permite que, submergindo um determinado núcleo, o inimigo possa ser
contido pelos fogos dos elementos que estão imediatamente à retaguarda.

5-4. O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NAS OPERAÇÕES DEFENSIVAS

a. Operar defensivamente pode ser uma missão imposta ao Pel ou uma ação forçada
pelo Ini.

b. As seguintes missões básicas poderão ser impostas ao Pel C Mec na Def;


1) impedir a posse de uma região vital, pelo Ini (com limitação);
2) proteger um flanco;
3) deter uma F Ini;
4) desgastar ou desorganizar, ao máximo, o Ini; e
5) estabelecer sua própria segurança.

c. O Pel C Mec, normalmente , participa de uma Aç integrando uma força maior (no
mínimo Esqd). O Pel se defender-se-á sozinho quando atacado pelo Ini, em sua posição
de bloqueio (P Blq), ou quando estiver participando de uma P Def.

d. Quando o Pel participa de uma Def A, ele poderá ser empregado como:
1) parte das F Seg da A Seg: na constituição das F Cob, PAG, PAvçd e F
SEGAR;
2) parte das forças em 1º Esc da ADA; e
3) parte da Res da A Res.

e. O Cmt Pel deve estar preparado para coordenar os seus fogos com os das
forças adjacentes, receber outras missões de seu Cmt Esqd e coordenar com ele a
segurança em todas as direções do Esqd.

ARTIGO II

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA DEFESA DE ÁREA

5-5. CONCEITO

a. A Def A é baseada no princípio da manutenção do terreno por um período de


tempo necessário e pré-determidado.

5-4
b. Neste tipo de defesa, as posições avançadas são fortes e se deseja o Ini à frente
do Limite Anterior da Área de Defesa Avançada (LAADA).

c. É normal para os escalões Rgt e menores receber como imposição, o local a


defender.

d. A P Def deve ficar em terreno dominante.

e. Os núcleos de aprofundamento são localizadas sobre os acidentes capitais que


permitam limitar as penetrações inimigas no interior da posição.

Fig. 5-1. Posições de Aprofundamento

f. A Área Defensiva de um Def A é organizada em:


1) área de segurança (A Seg) é a que se estende à frente do limite anterior da
área de defesa avançada (LAADA) até onde forem empregados elementos de segurança
estabelecidos pela U. As forças de segurança são compostas de elementos que alertam
sobre a aproximação do Ini, desorganizando-o e iludindo-o quanto à verdadeira
localização da P Def. As forças de segurança podem ser compostas pela força de
cobertura, postos avançados gerais (PAG) e postos avançados de combate (PAvçC);
2) área de Defesa Avançada (ADA) estende-se do seu limite anterior (LAADA)
para a retaguarda, englobando as SU de primeiro escalão. As forças da área de defesa
avançada são compostas de elementos encarregados da defesa imediata dessa área;
3) área de reserva (A Res): estende-se da retaguarda das SU em primeiro
escalão até o limite de retaguarda do Rgt. As forças de reserva ocupam regiões na área
de reserva (área de retaguarda) e dão profundidade a posição defensiva.
a) A P Def é constituída pela ADA e pela A Res.

5-5
Fig. 5-2. Organização de uma Posição Defensiva

5-6. RECONHECIMENTO E SELEÇÃO DA POSIÇÃO DEFENSIVA

a. Quando receber uma missão de Def, o Cmt Pel, acompanhado de seus Cmt de
frações, deverá fazer um minucioso reconhecimento do setor a ser defendido.

b . Esta P Def deve:


1) controlar a área na qual está localizada;
2) tirar o máximo proveito dos obstáculos naturais;
3) ter bons campos de tiro;
4) permitir boa observação;
5) oferecer cobertas e abrigos; e
6) possuir caminho desenfiado para sua ocupação.
Obs - terreno à frente deve forçar a canalização do Ini e oferecer o menor número
de cobertas possível.

5-7. PREPARAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E OCUPAÇÃO DA POSIÇÃO DEFENSIVA

a. Planejamento
1) Planos detalhados devem ser feitos para o tiro de todas as armas do Pel. Cabe
ao Cmt Pel designar setores de tiro para cada fração do Pel, indicando-lhes, também, a
linha de proteção final (LPF).

b. Organização do Terreno (OT) para a Def


1) As medidas para aumentar os efeitos dos fogos têm precedência sobre todos
os outros trabalhos na Def. O terreno é organizado para permitir a colocação de fogos
ajustados sobre o Ini, diminuir o efeito de seus fogos, impedir o seu Mvt e facilitar o das
forças amigas. A camuflagem deve ser usada em todas as oportunidades, dando ênfase

5-6
ao ocultamento à observação aérea. Todo o esforço é feito para aproveitar as cobertas e
abrigos naturais.
2) A prioridade normal de trabalho é:
a) limpeza dos campos de tiro;
b) preparação das P Def;
c) melhoramento das P Def;
d) preparação dos Itn para suprimento e evacuação; e
e) estabelecimento de um sistema de Com, dando-se ênfase para o “alerta”
sobre aproximação Ini.

c. O Cmt Pel designa área de responsabilidade para cada fração de seu Pel. A
segurança à frente e aos flancos da posição são dadas pelo estabelecimento de P Obs,
com a finalidade de darem o “alerta” oportuno da aproximação do Ini. À noite, são
utilizados Postos de Escuta em vez de Postos de Observação. As Pa são utilizadas para
a abertura das áreas ocultas à observação.

d. A Seç VBR é o núcleo de defesa do Pel. Ao seu redor é organizada a P Def do


Pel. A Pos Pcp da Seç VBR deve cobrir as prováveis Via acesso de Bld Ini ao interior da
nossa P Def. As posições suplementares são selecionadas para cobrirem outras
prováveis Via A Ini (de valor secundário), que não puderem ser batidos das Pos Pcp. Uma
posição de muda, que cobre os mesmos alvos da posição principal, porém em local
diferente, também deverá ser escolhida para a Seç VBR.

3 2 1

1
Fig. 5-3. Organização da Posição de Tiro de uma VBR

5-7
e. Cada fração do Pel melhora suas P Def, tão logo sejam ocupadas. Pos Pcp, de
muda e suplementares são selecionadas para cada VBR ou arma automática. Na
constituição de obstáculos,é dada prioridade às melhores Via A para o Ini.

f. Para a escolha do local exato de cada VBR, os seguintes fatores devem ser
levados em conta:
1) a distância entre eles deve ser suficientemente grande para que se possa
caracterizar uma boa dispersão, mais ou menos 400m;
2) tal distância também deve ser suficientemente curta, de forma que o apoio
mútuo necessário e fundamental para as VBR da seção não seja prejudicado e, ainda,
que nas situações de limitada visibilidade, os roteiros de tiro não se tornem inúteis, devido
à mudança de posição das VBR. Para contornar este problema, torna-se necessária a
confecção de dois roteiros de tiro: um, durante o dia, quando as VBR poderão estar mais
afastadas e outro, ao entardecer, para ser utilizado à noite, quando a distância entre as
VBR deve ser diminuída. O roteiro de tiro deverá ser feito em cada VBR, tanto para o Can
como para as Mtr.
3) Caberá à guarnição de cada VBR fazer a sua segurança local. Assim sendo,
pelo menos um Elm da guarnição permanecerá na torre do Bld em estado de alerta.

OBSERVAÇÕES:
a) a posição de muda deve ser ocupada quando a missão não puder mais ser
cumprida da posição principal, em virtude da Aç Ini sobre ela. A posição de muda e o seu
Itn de ocupação são selecionados e reconhecidos pelo Cmt VBR, devendo ficar dentro da
área de responsabilidade da Seç VBR.
b) o Cmt VBR é quem decide quando a posição não pode mais ser mantida e,
por sua própria iniciativa, determina a mudança para a posição de muda, devendo
informar a sua decisão ao Cmt Seç VBR, logo que puder. No decorrer das ações, caso
sua nova posição se torne insustentável, o procedimento poderá ser o inverso, com a
VBR voltando à sua Pos Pcp.
c) Não há distância determinada para a posição de muda em relação à
principal. No entanto, deve-se considerar que o Ini estará observando as proximidades da
Pos Pcp.
d) As posições suplementares são ocupadas somente Mdt O do Cmt Pel.

g. O GC deve ser localizado de modo a proporcionar o máximo de seu poder de fogo


à frente e aos flancos da P Def do Pel e, ainda, proteger as VBR da ação de armas
portáteis anti-carro. O Cmt Pel designa, inicialmente, as posições principal, de muda e
suplementar, cabendo ao Cmt GC reconhecê-las, dispondo seu Fuzil Automático Pesado
(FAP) e seus homens face às prováveis Via A da Inf Ini. Os atiradores de granadas de
bocal (Gr Bo) devem ser dispostos de modo a cobrir as prováveis vias de acesso de Bld,
quando utilizar as granadas de bocal anticarro (Gr Bo AC), e atuarão nos ângulos mortos
do terreno com granadas de bocal anti-pessoal (Gr Bo AP). A VBTP, caso o terreno o
permita, pode ser empregada na área do GC , aumentando o poder de fogo do Pel. A Mtr
desembarcada tira, de certa forma, a proteção da VBTP. Caso isso se torne necessário, a
esquadra de Exploradores do GC poderá fazer às vezes de guarnição da Mtr, instalando-
a no terreno. A VBTP, sem sua Mtr poderá servir na evacuação de feridos ou ainda de “P
Obs” abrigado para o Cmt Pel, além de aumentar os meios Com Pel. Roteiros de tiro
devem ser preparados para o FAP e para a Mtr da VBTP, assim como para os atiradores
de Gr Bo. O Cmt GC deve se instalar onde possa melhor controlar a ação de seu grupo.

5-8
Pelo menos um homem em cada Esquadra do GC deve estar permanentemente alerta. A
organização do GC, nas situações de visibilidade reduzida, deve ser alterada, a fim de dar
maior proteção às VBR e aos próprios homens do GC. Nesse caso torna-se necessária a
confecção de roteiros de tiro para as duas situações, nos moldes do que é feito para a
Seç VBR.

h. O G Exp faz a segurança do Pel. Pode , no entanto, ser empregado como seções
de metralhadora (Seç Mtr). Quando empregado para prover a segurança do Pel, instala-
se em P Obs, à frente ou flancos da P Def Pel. À noite, estes P Obs transformam-se em
PE descendo de suas posições para as prováveis Via A do Ini à posição. Conforme a
situação, a guarnição de uma Vtr Rad pode ser suficiente para dar o alarme da
aproximação do Ini, enquanto o restante do G Exp pode ser empregado para fortalecer ou
aprofundar a P Def do Pel. Quando o G Exp for utilizado como Seç Mtr, ele poderá ser
empregado como um todo ou fracionado por peça de metralhadora. Após designadas pelo
Cmt Pel, as posições principal, de muda e suplementar, serão reconhecidas e
estabelecidas pelo Cmt G Exp.

i. A Pç Ap proporciona apoio de fogo indireto para o Pel batendo as prováveis Via A


do Ini, principalmente os ângulos mortos do terreno, onde os Can das VBR não têm ação.
Atua, também, com fogos de barragem (fogos lineares, constituindo uma barreira
destinada a proteger as tropas amigas e impedir o movimento através das linhas e áreas
defensivas) à frente da P Def do Pel. Normalmente, a Pç Ap é responsável pela
segurança da retaguarda da posição. Normalmente a Pç Ap é empregada sob controle do
Esqd, quando o Pel estiver ocupando parte do setor da SU. Quando a Pç Ap permanecer
sob o controle do Pel, cabe ao Cmt Pel, designar as Pos Pcp e secundárias. Caso
necessário, o Cmt Pç Ap seleciona as posições de muda.

l. As Vtr não empregadas na segurança e na P Def do Pel deverão ficar à


retaguarda, numa posição coberta e, se possível, desenfiadas.

m. O Pel C Mec tem capacidade para preparar obstáculos e lançar campos de minas
reduzidos. O emprego de demolições para a destruição de pontes, derrubada de árvores
e aberturas de crateras em estradas deve ser bem estudado pelo Cmt Pel. O emprego de
tais demolições é coordenado pelo Chefe da 3ª Seção – S/3 – e executado de acordo
com o plano geral de defesa e plano de destruições. O Cmt Pel poderá instalar um campo
de minas para sua proteção, quando for autorizado pelo escalão superior. Tal campo deve
ser batido por fogos diretos. O emprego de fumaça (das granadas fumígenas de Mrt ou de
Art) pode ser planejado para reduzir a observação e confundir as F Ini. Todo o tempo
disponível deverá ser empregado no fortalecimento da P Def do Pel.

5-9
Fig. 5-4. Posição Defensiva do Pel C Mec (organização)

5-8. ELEMENTOS EM APOIO

a. Um observador avançado (OA) de Art fica, normalmente, junto ao Esqd, para


participar do planejamento e receber os pedidos de fogos de Art para os Elm do Esqd. O
Cmt Pel, normalmente, faz seus pedidos de tiro ao Cmt Esqd, quando for o caso.

5-9. CONDUTA DO PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA DEFESA

a. Organização da posição
1) O sucesso da defensiva do Pel depende da organização da posição e do
emprego do poder de fogo disponível. A atitude defensiva deve ser conduzida com
agressividade.
2) Cabe ao Cmt Pel tirar vantagem dos erros do Ini. Deve-se estar engajado com
o Ini desde que ele se coloque sob nossos fogos.
3) O Pel continua a defender sua posição até que receba ordem para retrair. No
interior da posição, entretanto, o Cmt Pel pode e deve modificar seu dispositivo defensivo,
de acordo com a situação.

b. Coordernação de fogo
1) Os fogos defensivos do Pel são coordenados de modo a permitir seu máximo
efeito, tanto de dia como à noite (roteiro de tiro). Apoiando-se mutuamente, as VBR
cobrem as prováveis Via A de Bld Ini.
2) A Pç Ap visa os ângulos mortos, nos quais o Ini possa estar se reunindo ou
progredindo.

5-10
c. Segurança
Nas situações defensivas, o Pel provê sua própria segurança local. Os
exploradores, normalmente, fazem a segurança da frente e dos flancos e a Pç Ap protege
a retaguarda.

ARTIGO III

MOVIMENTOS RETRÓGRADOS

5-10. CONCEITO E FINALIDADES DOS MOVIMENTOS RETRÓGRADOS

a. Generalidades
Movimento retrógrado é qualquer movimento organizado de uma força para a
retaguarda ou para longe do inimigo, forçado por este ou executado voluntariamente. Um
movimento retrógrado bem planejado e bem executado pode proporcionar excelentes
oportunidades para infligir consideráveis danos à tropa e ao material inimigo.

b. Finalidades
1) Os movimentos retrógrados são conduzidos obedecendo a uma ou mais das
seguintes finalidades:
a) inquietar, desgastar, resistir, retardar e infligir baixas ao inimigo;
b) conduzir o inimigo a uma situação desfavorável;
c) permitir o emprego da força ou de uma parte da mesma em outro local;
d) evitar o combate sob condições desfavoráveis;
e) ganhar tempo, sem engajar-se decisivamente em combate;
f) desengajar-se do combate;
g) adaptar-se aos movimentos de outras tropas amigas; e
h) encurtar as vias de transporte.

5-11. TIPOS DE MOVIMENTOS RETRÓGRADOS

a. Os movimentos retrógrados são classificados em três tipos: ação retardadora,


retraimento e retirada.
1) Ação retardadora - É o tipo de movimento retrógrado no qual a força em
contato troca espaço por tempo, procurando infligir o máximo de danos ao inimigo, sem
se deixar engajar decisivamente. Nesta manobra o mínimo de espaço é trocado por um
máximo de tempo.
2) Retraimento - É o tipo de movimento retrógrado no qual toda ou parte de uma
força desdobrada rompe o contato com o inimigo e desloca-se para a retaguarda, porém
mantendo o contato visual. Pode ser executado com ou sem pressão do Ini, durante o dia
ou à noite. A despeito do tipo de retraimento que se realize, o contato, por meio da
observação, é mantido com as forças inimigas, para possibilitar a tomada de medidas de
segurança e dissimulação.

5-11
3) Retirada - É o tipo de movimento retrógrado no qual uma força, que não está
em contato, desloca-se para longe do inimigo, segundo um plano bem definido, com a
finalidade de evitar um combate decisivo em condições desfavoráveis. A retirada pode ser
feita seguindo-se a um retraimento. Quando a retirada se segue a um retraimento, ela tem
início logo que o grosso, depois de romper o contato, tenha formado as colunas de
marcha. Normalmente, é executada para permitir que as operações futuras de combate
sejam conduzidas sob condições mais favoráveis ou em local, ou oportunidade mais
conveniente.

5-12. ESTUDO DO TERRENO E DAS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

a. Terreno
1) A utilização apropriada do terreno é vital à força que realiza um movimento
retrógrado, por propiciar a oportunidade de causar grande retardamento a uma força
inimiga e infligir-lhe danos consideráveis. Para o estudo do terreno devem ser
considerados os seguintes aspectos:
a) observação e campos de tiro;
b) cobertas e abrigos;
c) obstáculos;
d) acidentes capitais; e
e) vias de acesso.
2) O terreno é selecionado, preferencialmente, com uma compartimentação
transversal à direção do inimigo, buscando-se a observação e os campos de tiro
profundos, bem como a máxima utilização de cobertas e abrigos, objetivando-se bater o
inimigo desde o mais longe possível, porém, negando-lhe a observação direta à posição,
e obrigá-lo constantemente a se desdobrar para fazer face a sucessivas ameaças.
3) Os obstáculos naturais devem ser intensamente explorados para retardar o
avanço do inimigo. Os obstáculos artificiais são colocados de forma a tirar o máximo
proveito dos obstáculos naturais, e, da mesma forma que estes, são empregados para
retardar o movimento inimigo, nas vias de acesso favoráveis, ou canalizar o seu
movimento para aquelas que, de acordo com os interesses da manobra, o coloquem em
condição desfavorável. Estes obstáculos devem ser localizados de forma a não interferir
em operações futuras. Os obstáculos são utilizados ainda para proteger flancos expostos.
Os melhores resultados são alcançados com o menor trabalho possível e maior rapidez,
através da utilização de campos de minas, de áreas minadas e de destruições.
4) Conveniente rede de estradas e terreno de boa trafegabilidade facilita o
movimento, proporcionam rapidez aos deslocamentos, favorecem o controle da operação,
permitem uma dispersão ampla e apresentam melhores condições para manobra, quer na
ocupação das posições de retardamento e no retraimento das mesmas, quer nas ações
da reserva.

b. Condições meteorológicas
1) Boas condições meteorológicas favorecem a observação e aumentam o efeito
dos fogos e dos agentes químicos. A execução das manobras planejadas, bem como o
apoio logístico, são facilitados.
2) Condições meteorológicas desfavoráveis dificultam a observação, reduzem os
efeitos dos fogos, limitam o movimento através do campo, diminuem a eficiência do
pessoal e dos equipamentos e aumentam os problemas de comando e controle.

5-12
3) A observação cuidadosa do início e fim do crepúsculo náutico, bem como das
fases da lua, proporcionam os indicativos de luminosidade da zona de ação.
4) A direção e a velocidade dos ventos devem ser acompanhadas
sistematicamente, considerando-se o continuado uso dos fumígenos neste tipo de
operação.
5) Deve-se levar em conta, entretanto, que nem sempre as melhores condições
meteorológicas são as desejadas para a unidade empenhada num movimento retrógrado,
porquanto o mau tempo reduz a liberdade de ação do atacante, aspecto que contribui
para favorecer o defensor.

5-13. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

a. O Pel C Mec, realizando um movimento retrógrado, normalmente, será


desdobrado em larga frente. Geralmente, os movimentos retrógrados consistem de ações
descentralizadas dentro do quadro geral da manobra, por isso mesmo, os comandos
subordinados atuam com liberdade de ação para que possam explorar vantagens locais.
Portanto, cresce de importância à coordenação e o controle da operação, para evitar que
o inimigo isole, desborde ou realize penetrações que possam ameaçar o cumprimento da
missão como um todo.

b. O rádio é o principal meio de comunicação empregado para o controle e a


coordenação da manobra. O Cmt Esqd receberá na O Op Cmt Rgt as prescrições rádio e
as repassará aos Cmt Pel. Além disso, o planejamento de freqüências alternativas para
os Pel, com seus respectivos horários para troca, bem como a exploração de mensagens
pré-estabelecidas contribuirão para a segurança das comunicações.

c. É de suma importância que o Cmt Pel esteja perfeitamente ciente do conceito da


operação e da intenção do comandante. Este tipo de operação exige um planejamento
centralizado, o mais detalhado possível, e uma execução descentralizada.

d. As principais medidas de coordenação e controle nos movimentos retrógrados


são:
1) pontos – limite
a) É usado na defesa para fixar o local onde deve ocorrer a coordenação do
dispositivo e dos fogos de apoio de duas frações vizinhas, a fim de estabelecer a
continuidade de apoio mútuo;
b) Serve para determinar o traçado geral posição de retardamento.

2) posições de retardamento
a) Temos a posição inicial de retardamento (PIR) onde ocorrerá o primeiro Ctt
com o Ini pela tropa que Rtrd e as posições de retardamento seguintes (P2, P3, etc.).
b) O terreno favorável a uma boa posição de retardamento deve oferecer uma
ou mais das características abaixo indicadas, as quais permitem infligir grande número de
perdas ao inimigo, além de retardar ao máximo a sua ação:
(1) linha de alturas perpendiculares à direção de atuação do inimigo;
(2) obstáculos à frente e nos flancos, principalmente rios obstáculos;
(3) elevações que permitam boas condições de observação e bons
campos de tiro;

5-13
(4) itinerários desenfiados para os deslocamentos (retraimentos e rocadas);
(5) boa rede de estradas e condições de transitabilidade através.

3) limites
a) É a linha, balizada no terreno, definidora de responsabilidade territorial, entre
um escalão considerado e seus vizinhos.

4) prazos de retardamento
a) O prazo a ganhar no decurso da missão é considerado entre a posição
inicial de retardamento (PIR) e a última posição. Este período deve ser repartido pelas
posições de retardamento escolhidas, observando-se a compatibilidade dessas posições
para ganhar o respectivo tempo, e procurando-se ganhar o prazo o mais à frente possível.
Para efeito do planejamento inicial, o prazo a ganhar é sempre computado nas posições
de retardamento principais: o prazo circunstancial ganho no retardamento entre as
posições somente será considerado no planejamento para a tomada de decisões de
conduta.

Fig. 5-5. pontos - limite; limites; posições de Rtrd; limites; e prazo de Rtrd.

5) pontos de controle
a) Ponto bem caracterizado no terreno, ao longo da Z Aç, itinerário ou eixo de
progressão, utilizado como medida de controle para informar, rapidamente, a localização
precisa de frações, bem como o curso de sua progressão;
b) Não acarreta qualquer restrição ao movimento ou progressão, a não ser que
haja determinação específica do escalão superior;
c) Os pontos de controle devem ser diferenciados entre si por um número
colocado no interior de um círculo.

5-14
Fig. 5-6. pontos de controle.

6) pontos de ligação
a) Ponto facilmente identificável no terreno, indicativo do local onde duas ou
mais frações devem estabelecer ligação física. São diferenciados dos outros por um
número colocado no interior de um retângulo.

Fig. 5-7. pontos de ligação.

7) linha de controle intermediária;


a) Linha, normalmente balizada por acidentes do terreno, utilizada para
controlar e coordenar a progressão de uma ou mais peças de manobra.
b) Ao serem empregadas na ação retardadora, podem ser transformadas em
posições de retardamento, devendo, neste caso, ter a indicação de até quando a linha
deve ser mantida por nossas forças.

Fig. 5-8. linha de controle intermediária;

5-15
8) itinerários de retraimento
a) São caminhos designados através da posição à retaguarda e que facilitam
um retraimento ordenado e contínuo.

9) zonas de reunião
a) É uma área em que uma fração é reunida, em condições de receber missão
de combate ou para preparar-se para o cumprimento da missão recebida.

10) pontos de passagem


a) Estes pontos de controle específicos são localizados na posição de
retardamento, e através deles as forças são acolhidas.

5-14. PLANEJAMENTO DOS MOVIMENTOS RETRÓGRADOS

a. O planejamento de um movimento retrógrado deve ser meticuloso e completo.

b. O Cmt Esqd iniciará o seu planejamento levando em consideração a segurança


de sua tropa e que medidas de coordenação e controle restritivas prejudicam a iniciativa e
a flexibilidade por parte de seus comandantes de Pel.

5-15. RETRAIMENTO

a. O Pel C Mec, em uma operação de retraimento, executa um movimento para


longe do inimigo para preservar ou recuperar a liberdade de ação, sempre enquadrado
numa SU.

b. O retraimento poderá ser diurno ou noturno e executado com ou sem pressão do


inimigo.

c. O retraimento diurno deve ser evitado, sempre que possível, para fugir aos fogos
observados do inimigo e à atuação de sua força aérea, ambos capazes de causar
pesadas baixas ou provocar a perda da liberdade de manobra.

d. Quando o retraimento diurno for inadiável, ressalta-se a importância do emprego


de minas AC pelo Pel e da utilização do Ap fogo de artilharia pelo Esqd.

e. Em qualquer retraimento, todos os meios capazes de reduzir a observação


inimiga (fumígenos, por exemplo) devem ser utilizados, particularmente quando houver
perda do sigilo da operação.

f. Sempre que possível, o retraimento sem pressão do inimigo será executado a


noite. Este tipo é vantajoso em relação aos executados sob pressão, pois o comandante
conserva a iniciativa e pode escolher o momento do início da operação. A dissimulação é
facilitada e a eficiência dos fogos inimigos observados é reduzida, uma vez que o
comando da força que retrai pode beneficiar-se ao máximo da escuridão noturna e dos
períodos de pouca visibilidade.

5-16
g. Em qualquer das situações em que o retraimento é executado, o contato pelo fogo
e o contato visual com o inimigo deve ser mantido, a fim de proporcionar dissimulação,
segurança e contribuir para evitar um rápido avanço do oponente. Uma força deve prover
segurança e dissimulação, para que as tropas em contato possam executar seu
retraimento sem que o inimigo cerre rapidamente sobre elas.

h. Em um retraimento, a situação em que ele é executado - com ou sem a pressão


do inimigo - condiciona as medidas de controle e coordenação a serem utilizadas que, de
acordo com a situação, serão menos ou mais restritivas.

5-16. RETRAIMENTO SEM PRESSÃO DO INIMIGO

a. Um retraimento sem pressão, normalmente, é conduzido à noite ou sob outras


condições de pouca visibilidade, o que torna o controle mais difícil e o movimento mais
vagaroso.

b. O Cmt Esqd destaca parte de suas forças para permanecer em contato com o
inimigo. Estas forças são chamadas destacamento de contato. Elas proporcionam
segurança e protegem o retraimento do grosso da SU.

c. A composição, normalmente, é de cerca de um terço dos elementos de manobra e


será designada pelo Cmt Pel.

d. O Cmt SU determina o Cmt do efetivo do Esqd, que comporá o destacamento de


contato, podendo ser o S Cmt Esqd ou o Ten Cmt do Pel da Z Aç Pcp.

e. O destacamento de contato tem por missões:


1) manter a fisionomia da frente (comunicações, fogos e outras atividades);
2) retardar e iludir o inimigo, de forma a evitar sua interferência durante o
retraimento; e
3) ficar em condições de atuar como retaguarda do grosso da força.

f. O destacamento de contato pode obter a simulação e sigilo necessários ao


cumprimento de sua missão da seguinte forma:
1) simulação de fogos de apoio normais;
2) execução normal de patrulhamento;
3) supressão de ruídos feitos pelas tropas que retraem;
4) utilização de posições simuladas; e
5) tráfego normal de mensagens transmitidas por rádio.

g. Os Pel, menos o D Ctt, deslocam-se simultaneamente através dos itinerários de


retraimento previamente reconhecidos e da forma mais discreta possível até uma Z Reu à
retaguarda, formando colunas de marcha para iniciar a retirada para longe do Ini. As Z
Reu são ocupadas por um tempo mínimo necessário. Depois de formada a coluna de
marcha, o movimento posterior é efetuado de maneira semelhante ao de uma retirada.

h. O Cmt Pel deve executar os seus reconhecimentos e planejamentos durante o


dia, visualizando um Ret com e um Ret sem pressão do inimigo, passando os seus planos

5-17
iniciais para os seus Cmt de fração, de forma a facilitar as ações futuras, a retirada de
dúvidas e até a retificação do planejamento.

i. Normalmente a hora do retraimento é determinada pelo escalão superior.

j. Faseamento do Ret sem pressão (nível U)


1) 1ª fase - retraimento dos trens de estacionamento, dos trens de combate e do
posto de comando do Rgt;
2) 2ª fase - retraimento dos Pel das subunidades em primeiro escalão, menos o
destacamento de contato; e
3) 3ª fase - retraimento do destacamento de contato dos Pel enquadrados nas
SU.

Fig. 5-9. Retraimento sem pressão do inimigo (1ª fase)

Fig. 5-10. Retraimento sem pressão do inimigo (2ª fase)

5-18
Fig. 5-11. Retraimento sem pressão do inimigo (3ª fase)

k. Exemplo de faseamento do Ret sem pressão (nível Pel)


1) 1ª fase - retraimento da Pç de Ap e do G Exp;
2) 2ª fase - retraimento do GC; e
3) 3ª fase - retraimento do destacamento de contato (Seç VBR).

PIR

Esq GC

Esq GC

PIR

Fig. 5-12. Retraimento sem pressão do inimigo (1ª fase)

5-19
PIR

Esq GC

Esq GC

PIR

Fig. 5-13. Retraimento sem pressão do inimigo (2ª fase)

PIR

PIR
Fig. 5-14. Retraimento sem pressão do inimigo (3ª fase)

l. Todo o esforço deve ser feito para que os elementos do destacamento de contato
tenham mobilidade superior a do inimigo.

m. Após o retraimento dos elementos de 1º escalão, o destacamento de contato


assume a responsabilidade total da zona de ação do pelotão.

5-20
n. O retraimento do destacamento de contato deve ser iniciado a tempo de não
permitir que o movimento seja executado sob pressão do inimigo.

o. Se o retraimento for noturno, os fogos devem ser utilizados para abafar o ruído
dos motores das viaturas.

p. Se o retraimento for descoberto pelo inimigo, o Pel passa a executá-lo utilizando


as técnicas de um retraimento sob pressão.

5-17. RETRAIMENTO SOB PRESSÃO DO INIMIGO

a. No retraimento sob pressão do inimigo, os elementos do Pel retraem combatendo,


utilizando táticas de retardamento. O Pel C Mec é apto a executar retraimento sob
pressão do inimigo, em razão de sua relativa proteção blindada, mobilidade e potência de
fogo. Um alto grau de coordenação e uma criteriosa utilização do terreno e dos obstáculos
são essenciais ao sucesso da operação.

b. O movimento do Pel inicia-se mediante ordem do Cmt SU, via rádio, através da
Utlz de mensagem pré-estabelecida.

c. Caso elementos da SU estejam fortemente engajados, o Cmt Esqd, normalmente,


ordena que o Pel menos engajado retraia primeiro. Se a pressão do inimigo for igual em
toda a frente, o Cmt SU pode determinar que todos os pelotões retraiam ao mesmo
tempo.

d. O grau de pressão do inimigo determina a maneira pela qual os pelotões retraem


para a retaguarda. Um Pel que não esteja engajado fortemente pode retrair como um
todo; sob grande pressão do inimigo, o pelotão retrai usando fogo e manobra.

e. O Cmt SU pode, ainda, determinar que os pelotões apóiem-se mutuamente para


romper o contato com o inimigo através do fogo e manobra, realizando um movimento tipo
“marcha de papagaio” para a retaguarda. Este procedimento só é recomendado caso o
Esqd possua um Pel que esteja aprofundando a posição de outro , pois a coordenação
desta manobra requer um planejamento muito detalhado e perfeito conhecimento das
ações da Tr amiga.

f. O Cmt Rgt pode decidir por Utlz uma F Ptç para que o grosso do Rgt retraia com
um maior grau de Seg. Para a decisão de constituir ou não uma força de proteção com
sua reserva, o Cmt Rgt deverá levar em conta o seguinte:
1) forças disponíveis para constituir a força de proteção;
2) tempo disponível para desdobrar essa força;
3) aproveitamento do terreno;
4) existência ou não de uma força de segurança da Bda;
5) possibilidade do Ini; e
6) duração da missão.

g. O Pel C Mec pode estar enquadrado no Esqd Res que receba a missão de
constituir a F Ptç ou pertencer a um Esqd integrante do grosso que retrai sob pressão.

5-21
Nesse caso torna-se imperiosa a coordenação e o controle na execução do acolhimento a
fim de se evitar fratricídio.

h. Um contra ataque da F Ptç, a objetivo limitado, poderá se tornar necessário para


desengajar elementos de um Esqd.

i. Assim que o grosso tenha ultimado seu Ret, a F Ptç emprega a técnica de fogo e
movimento para a retaguarda até que seja acolhida ou até desengajar o Ini.

j. Rompendo contato com o Ini, o Pel constitui sua coluna de marcha e continua o
Mvt para a retaguarda.

5-18. RETIRADA

a. É um tipo de Mvt Rtg, no qual uma força não em contato, desloca-se para longe
do Ini, a fim de evitar o combate decisivo em condições desfavoráveis. A Rda pode ser
feita seguindo-se a um Ret.

b. Normalmente, uma Rda é executada para permitir que operações futuras de


combate sejam conduzidas sob condições mais favoráveis ou em local ou oportunidade
mais conveniente.

c. A retirada pode ser realizada com as seguintes finalidades:


a) ampliar a distância entre o inimigo e a força amiga;
b) reduzir a distância de apoio entre forças amigas;
c) assegurar um terreno mais favorável;
d) adaptar-se a um reajustamento de dispositivo do escalão superior; e
e) permitir o emprego da força em outro local.

d. As medidas de coordenação e controle utilizadas em uma retirada são os


itinerários de retraimento, as linhas de controle e os postos de bloqueio e controle de
estradas (PBCE).

e. Numa Rda, as forças são organizadas em grosso e F Seg e seu dispositivo é


inverso daquele empregado na marcha para o combate. São designados itinerários e
objetivos de marcha ou posições à retaguarda para os elementos que marcham com o
grosso. O controle deve ser descentralizado no estágio inicial da retirada, passando
gradativamente à centralização, à medida que aumenta a distância do inimigo.

f. A segurança do grosso numa Rda é realizada por meio de operações de


vanguarda, flancoguarda e retaguarda.

g. Atuando como Elm de manobra de seu Esqd, o Pel C Mec poderá executar as
seguintes missões, quando seu Esqd receber uma missão de Seg da tropa que se retira:
1) atuar como Vgd ou fazer parte dela;
2) atuar como parte de uma flancoguarda; e
3) atuar ou fazer parte da Rtgd.

5-22
5-19. AÇÃO RETARDADORA

a. Generalidades
1) Uma ação retardadora exige, normalmente, o emprego dos princípios da
defesa em cada posição de retardamento. Em sua execução, são conduzidas ações
ofensivas e defensivas.
A ação em cada posição deve obrigar o inimigo a desdobrar-se prematuramente e
a perder tempo na preparação do seu ataque.
Obstáculos sumariamente preparados, tais como abatizes, minas AC e AP ou
barricadas, são improvisados para retardar ou parar temporariamente a progressão do Ini.
2) Normalmente, as posições de retardamento do Rgt não são organizadas em
profundidade. Utiliza-se o máximo poder de combate em primeiro escalão sobre as
prováveis vias de acesso do inimigo. O Pel C Mec, neste tipo de operação pode estar
ocupando uma posição de retardamento ou integrando o Esqd reserva do regimento.
3) Normalmente os pelotões são distribuídos de forma que cada um barre uma
penetrante. A frente distribuída a cada Pel C Mec varia de 1500 a 2000 metros e as
posições de retardamento são geralmente estabelecidas em distâncias de 8 a 12Km,
podendo chegar a 15Km de acordo com o terreno e a artilharia empregada.
4) A ação retardadora pode englobar, nas fases de seu desenvolvimento, os
outros dois tipos de movimentos retrógrados: o retraimento entre as posições de
retardamento e a retirada para a posição posterior, após ser acolhido na posição à sua
retaguarda.
5) O Pel C Mec na Aç Rtrd, normalmente, atua como Elm de manobra de seu
Esqd, recebendo deste uma Z Aç, na qual conduzirá uma Aç Rtrd, sob sua coordenação e
controle.
6) O Pel empenhado, numa Aç Rtrd, retarda o Ini em uma série de posições
sucessivas, ao longo de seu eixo de retraimento. Por ser uma fração relativamente
pequena, deverá conduzir uma Aç Rtrd em um só eixo ou provável Via A Ini.
7) Quando o Esc Sp estabelece um prazo a ganhar na missão como um todo, o
Cmt Rgt estima um prazo a ser ganho em cada posição de retardamento. O esforço deve
ser no sentido de ganhar o maior prazo nas posições mais avançadas, especialmente na
PIR, o que proporciona maior flexibilidade.
8) A hora do dispositivo pronto na PIR é de, no mínimo, 02 (duas) horas antes da
hora em que se estima a abordagem da PIR pelo Ini.
9) Na ação retardadora o Pel oferece o máximo de resistência organizada na
posição inicial de retardamento (PIR) e continua a oferecer resistência em cada uma das
posições de retardamento seguintes (P2, P3, etc.).
10) O pelotão não retrai até que seja autorizado pelo escalão superior.

5-20. RECONHECIMENTO E PREPARAÇÃO DE UMA POSIÇÃO DE RETARDAMENTO

a. O Cmt Esqd emite sua ordem aos Cmt Pel informando a Z Aç, P Rtrd, medidas de
coordenação e controle e o prazo de retardamento em cada posição. Após seu estudo de
situação, o Cmt Pel emitirá a sua ordem ao pelotão.

b. O principal objetivo da fixação do prazo de Rtrd, em que o Ini deve ser mantido à
frente de uma P Rtrd, é a coordenação entre as forças adjacentes (os outros Pel). O Pel
só retrai mediante ordem do Cmt de Esqd, mesmo que o tempo de retardamento já tenha
sido ganho. O Pel detém o Ini à frente da posição, pelo maior tempo possível;

5-23
c. A PIR deve ser reconhecida e organizada pelo Cmt Pel, por ser a P Rtrd mais
importante, onde se obterá a surpresa sobre o Ini. O Cmt Pel determina a posição exata
das armas, Vtr e homens.

d. As demais posições de retardamento são ocupadas de maneira similar à PIR.


São estudadas na carta pelo Cmt Pel e seu Adj, aproveitando o deslocamento para a PIR
para indicá-las no terreno, retificando o Plj, SFC. As demais P Rtrd serão reconhecidas e
preparadas pelo Sgt Adj Pel. Os caminhos que conduzem a estas novas posições
também devem ser reconhecidos previamente. Estas devem ser as características para
os itinerários de retraimento:
1) proporcionar abrigos contra os fogos Ini;
2) proporcionar cobertas face à observação Ini;
3) conduzir, diretamente, à P Rtrd seguinte; e
4) possuir boa trafegabilidade.

e. Tão logo o Pel ocupe uma das P Rtrd (a partir da PIR) o Sgt Adj deverá deslocar-
se para a próxima, utilizando-se de uma Vtr equipada com rádio (pode ser a do Cmt Pel).
O Adj conduz consigo um integrante de cada fração para reconhecer a localização exata
de cada peça de manobra do Pel na P Rtrd a ser Ocp, devendo também:
1) selecionar as posições principais, de muda e suplementares para as VBR e
para a VBTP, face à principal Via A ini;
2) selecionar uma posição para o GC (desembarcado);
3) selecionar P Obs para as Pa G Exp (à frente e nos flancos da P Rtrd);
4) selecionar itinerários de retraimento para as Pa G Exp (cobertos);
5) orientar os Mil que o acompanharam a servirem de guias para orientar o Pel
para as nova posição e dar-lhes instruções referentes aos setores de tiro e itinerários de
retraimento.
6) iniciar, auxiliado pelos homens que trouxe consigo, os melhoramentos
necessários na posição (de acordo com o tempo disponível).

f. Os fatores a serem considerados para a ocupação de um P Rtrd incluem:


1) posições de tiro principais;
2) posições de muda;
3) posições suplementares;
4) observação;
5) campos de tiro longínquos;
6) cobertas e abrigos;
7) desenfiamento de torres e de couraças;
8) preparação de roteiros de tiro;
9) segurança (incluindo P Obs, Pa e emprego do GC para a proteção das VBR); e
10) coordenação, com outros Elm, incluindo os de apoio de fogo.

g. O Cmt Pel deve estar em constante ligação com o Sgt Adj, devendo conservá-lo
informado da situação e avisar quando o Pel começar o Ret.

5-24
5-21. ORGANIZAÇÃO E OCUPAÇÃO DE UMA POSIÇÃO DE RETARDAMENTO

a. A ocupação das P Rtrd é planejada e conduzida, de acordo com os princípios da


defesa. Entretanto, deve ser dada maior ênfase ao engajamento do Ini no alcance
máximo do armamento e no dispositivo do Pel, de modo a permitir o Ret planejado para a
próxima posição, em boas condições. O Plj da ocupação das P Rtrd deve ser feita em
conjunto, pelo Cmt e seu Sgt Adj, pois, caso o Cmt Pel seja posto fora de combate, o Sgt
Adj saberá como as posições estão organizadas.

b. O Cmt Pel deve orientar suas frações no sentido de que a ocupação das posições
deve ser feita de forma a explorar, da melhor maneira, as cobertas, abrigos e obstáculos
existentes, procurando bater o inimigo o mais a frente possível. Para isso, a ocupação
deve ser feita com posições preparadas na crista topográfica das elevações e com
posições de espera na contra encosta. As metralhadoras devem ser empregadas na
proteção dos flancos; o GC deve ser empregado no patrulhamento e ocupando posições
que impeçam a infiltração de patrulhas de reconhecimento do inimigo. O G Exp também
pode executar patrulhas, bem como efetuar as ligações impostas pelo Cmt Esqd. A
preparação da posição de tiro principal deve ser, continuamente melhorada, devendo
ocorrer, com relação às posições de muda e suplementar, dentro do tempo disponível. Os
Elm das VBR e da VBTP devem reconhecer, perfeitamente, os caminhos para estas
posições.

c. A Seç VBR é posicionada para cobrir o eixo principal de penetração, constituindo


o núcleo da posição do pelotão.
As VBR e as demais armas abrem fogo quando o inimigo estiver dentro de seus
alcances eficazes.
Os Ch de VBR devem procurar a colocação de seus Bld com desenfiamento de
couraças, próximos às cristas topográficas das elevações, de modo a obter campos de
tiro profundos e fácil acesso aos itinerários de retraimento abrigados. Em alguns casos, o
terreno poderá permitir que as VBR (núcleo da Aç Rtrd) sejam colocadas em uma posição
coberta e abrigada à retaguarda, deslocando-se, quando necessário, para as posições de
tiro. Durante a ação, as VBR poderão utilizar as posições de tiro principais e de muda ou
as posições suplementares, conforme a situação exigir.

Fig.5-15. Pos abrigada de VBR.

5-25
d. O GC desembarcado, em posição à frente das VBR, faz a proteção aproximada
destas e bate as Via A favoráveis à Inf Ini.

e. O G Exp, com suas Pa posicionadas em P Obs, tão longe quanto a situação e o


terreno permitam, fornece a segurança dos flancos da P Rtrd. Na PIR, os exploradores
devem operar à frente da posição, proporcionando alerta antecipado da aproximação do
inimigo. Nesta posição inicial de retardamento, enquanto estiverem à frente da posição,
permanecerão camuflados no Ter, cobertos e, se possível, abrigados, só atirando para
sua sobrevivência ou por ordem do Cmt Pel.
As Pa devem estar bem afastadas, de modo que possam informar qualquer
tentativa de envolvimento ou desbordamento da posição, por parte do Ini. As Pa G Exp
retraem através da P Rtrd, informando o movimento do Ini durante o Ret.
As Pa G Exp conduzem e corrigem os tiros da Pç Ap.

f. A Pç Ap, de uma posição desenfiada, fica ECD bater à frente da posição, desde o
alcance máximo de utilização até alvos imediatos à P Rtrd, proporcionando, também,
segurança à retaguarda. Na PIR, enquanto houver segurança proporcionada pelas Pa G
Exp, a Pç Ap pode ser colocada à frente da posição (Posição Inicial) para bater o Ini o
mais à frente possível através de fogos de longo alcance.

Fig.5-16. Organização do Pel na Aç Rtrd.

5-26
g. Faseamento do Retraimento da P Rtrd:
1) 1ª fase - O G Exp, normalmente, é a primeira fração do Pel a retrair. Desloca-
se, rapidamente, para a próxima posição, a fim de cobrir o Ret do restante do Pel.
Quando todos os Elm do Pel já tiverem retraído e em posição, o G Exp novamente toma
posição nos flancos, estabelecendo seus novos P Obs.
2) 2ª fase - A Pç Ap é a seguinte a retrair. Logo que termina o seu Ret, a Pç atua
com granadas fumígenas, se necessário, para cobrir o retardamento da Seç VBR e do
GC. Toma, ainda, sob seus fogos o Ini que possa estar seguindo os Elm do Pel que por
último, retraem.
3) 3ª e 4ª fases - O GC e a Seç VBR, normalmente, são os últimos Elm a
retraírem, tendo em vista que dispõem de relativa proteção blindada face aos tiros das
armas de pequeno calibre ou estilhaços de Art. Em terreno razoavelmente limpo ou
durante o dia, o GC retrai em primeiro lugar. Em terreno coberto ou à noite, o GC
permanece em posição até que a Seç VBR retraia.

PIR

Esq GC

Esq GC

PIR

Fig. 5-17. Retraimento da P Rtrd (1ª fase)

5-27
PIR

Esq GC

Esq GC

PIR

Fig. 5-18. Retraimento da P Rtrd (2ª fase)

PIR

Esq GC

Esq GC

PIR
Fig. 5-19. Retraimento da P Rtrd (3ª fase)

5-28
PIR

PIR
Fig. 5-20. Retraimento da P Rtrd (4ª fase)

5-29
CAPÍTULO 6

SEGURANÇA DA ÁREA DE RETAGUARDA

ARTIGO I

GENERALIDADES

6-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Força de Defesa da Área de Retaguarda é a F Seg que protege as unidades da


Área de Retaguarda contra os ataques de F Ini aeroterrestres e aeromóveis, de força de
guerrilha (F Guer) e de infiltrações de tropas especiais. Além disso, protege, também, as
instalações e os eixos terrestres por onde se deslocam os suprimentos e os
recompletamentos.

b. Devido a sua grande mobilidade e capacidade de compor seus meios,


constituindo grupamentos ou Pel provisórios de carros, fuzileiros, morteiros ou
exploradores, o R C Mec e, por conseqüência, o Esqd C Mec são, particularmente, aptos
a atuarem como F DEFAR.

c. As seguintes missões poderão ser impostas a uma F DEFAR:


1) segurança e manutenção de vias de transporte e eixos de suprimento (E Sup);
2) escolta de comboios;
3) segurança de instalações;
4) vigilância de regiões favoráveis ao estabelecimento de bases de guerrilheiros,
zonas de lançamento, de pouso de helicópteros ou de aterragem de aeronaves; e
5) localização, fixação e destruição de forças convencionais ou irregulares Ini.

6-2. PLANEJAMENTO DE UMA OPERAÇÃO DE DEFAR

a. Ligações - Ao receber a missão, o Cmt F DEFAR deverá ligar-se com:


1) os Cmt de tropas da área;
2) os diretores ou responsáveis pelas instalações de serviço da área;
3) os elementos de informações do escalão apoiado (E2); e
4) unidades da Força Aérea e unidades de Polícia do Exército.

6-1
b. Levantamentos - O Cmt da F DEFAR, antes de dispor os seus Elm no terreno,
deverá fazer um estudo abrangendo os seguintes tópicos:
1) as vias de transporte e de suprimento a serem mantidas;
2) instalações civis a serem asseguradas;
3) prováveis zonas de lançamento (ZL) existentes na área;
4) prováveis zonas de pouso de helicóptero (ZPH) existentes na área;
5) prováveis locais de homizio de guerrilheiros existentes na área; e
6) pontos dominantes do terreno onde será indispensável a instalação de PO.

6-3. EXECUÇÃO DE UMA OPERAÇÃO DE DEFAR

a. A F DEFAR deverá instalar uma rede de PO e Pa, além de manter uma reserva
forte e móvel em ponto central. A vigilância não deve ser estabelecida nos limites da área
e sim no seu interior, sobre as ZL, ZPH, locais de homizio de guerrilheiros e sobre a rede
de estradas e E Sup do setor, ou ainda, protegendo as instalações a serem mantidas. As
instalações militares da área de retaguarda, normalmente agrupadas na Área de Apoio
Logístico (A Ap Log), possuem sua própria segurança. O Cmt da F DEFAR divide a área
entre os seus elementos subordinados, e estes deverão manter suas próprias reservas
ficando em condições de atuarem imediatamente sobre o Ini. A reação imediata será o
tipo de ação a ser desenvolvida pela F DEFAR, seja como um todo ou através de seus
Esqd ou Pel, agindo isolados. O Ini detectado deve ser imediatamente atacado.

b. Segurança das vias de transporte: o método empregado varia com o terreno e a


extensão das vias. Normalmente, são lançados P Obs nos pontos capitais do terreno e
uma reserva móvel é mantida, localizada em posição central, além do lançamento de
patrulhamento em toda a área em questão.

c. Escolta de comboio: a Força de DEFAR realiza escolta para comboios que se


desloquem através da área. Normalmente, quem desempenha esta tarefa é a tropa em
reserva.

d. Segurança de Instalações: a segurança de uma instalação é constituída, em


princípio, por um sistema de P Obs em torno na instalação, combinado com um
patrulhamento constante. Uma reserva é mantida e o fogo da Pç Ap é ajustado para os
itinerários que forneçam boa cobertura para elementos Ini, que se desloquem a pé. Deve-
se entender as instalações da Área de Retaguarda como um Ponto Sensível, logo o
raciocínio para a construção do esquema de segurança dessas instalações assemelha-se
bastante ao de um Ponto de Segurança Estático(PSE), das Operações de Garantia da Lei
e da Ordem.

e. Segurança contra Forças Inimigas Aeroterrestres, Aeromóveis e Forças de


Guerrilha: os P Obs devem ser localizados com vistas sobre as prováveis ZL, ZPH e
áreas de reunião de guerrilheiros e de tropas especiais. O itinerário de patrulhamento
deve, sempre que possível, contemplar essas áreas, principalmente as prováveis área de
reunião e homizio de guerrilheiros e de tropas especiais. Importante ter em mente que o
lançamento de tropas Aet é, na grande maioria das vezes, precedido por uma infiltração
de tropas precursoras, que tem como objetivo o reconhecimento e a operação das Zonas

6-2
de Lançamento. Pode-se elaborar, juntamente com as tropas de engenharia do escalão
enquadrante, um sistema de obstáculos contra F Aet e Amv nas prováveis ZL e ZPH do
setor. Uma reserva deve ser mantida em posição central no setor a ser protegido.

f. O sucesso de uma F DEFAR em ações contra F Amv ou Aet depende, também,


de um rápido desdobramento e da imposição do máximo de fogo sobre elas, durante as
fases de lançamento ou aterragem ou, ainda, no momento da reorganização. Da mesma
forma, ao receber informes sobre guerrilheiros, o Cmt F DEFAR deverá estar ECD agir no
menor tempo possível. Os Cmt Esqd ou Pel não deverão aguardar ordens do escalão
superior para atuar contra qualquer Ini que surja na área de retaguarda, ou qualquer setor
sob sua responsabilidade.

6-4. O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA SEGURANÇA DE UM SETOR DA


ÁREA DA RETAGUARDA

a. Normalmente, a menor fração a receber uma área ou setor, é o Esqd C Mec. O


Cmt Esqd, após seu estudo de situação, poderá tomar as seguintes decisões:
1) desarticular seus Pel constituindo grupamentos ou pelotões provisórios de Exp,
de CC, de Fuz Bld ou de Mrt, centralizando, dessa forma, a sua reserva (1 Pel VBR em
reserva, por exemplo);
2) manter os Pel constituídos dividindo o setor entre os pelotões,
descentralizando, assim, a sua reserva. Por essa hipótese torna-se claro que o Pel C
Mec, além de agir enquadrado por seu Esqd, também poderá atuar de forma
independente.

b. Ao reconhecer um setor que lhe foi imposto, o Cmt Pel C Mec deverá:
1) determinar quais as prováveis ZL, ZPH, e se há algum local favorável à
dissimulação de tropas irregulares (áreas de homizio);
2) determinar os pontos dominantes do terreno que tenham comandamento sobre
as regiões levantadas;
3) determinar os elementos designados para os P Obs;
4) determinar os Itn iniciais das Pa; e
5) levantar concentrações para a Pç Ap, local desta e do seu P Obs (que é
também o do Cmt Pel, isto porque a reserva e a Pç Ap, localizar-se-ão próximos ao PC
Pel).

6-5. POSTOS DE OBSERVAÇÃO

a. Nas operações de DEFAR, pode-se empregar até 4 (quatro) P Obs como sendo
ou número aceitável. Pode-se empregar o G Exp, O GC e, até mesmo, a Peça de Apoio,
se necessário;

b. À noite ou nas situações de pouca visibilidade, os P Obs transformam-se em PE,


e descem para prováveis vias de acesso inimigas, observadas durante o dia.

6-6. PATRULHAS

6-3
a. As Ptr ligarão os P Obs e vasculharão as áreas não avistadas por aqueles. Há
necessidade de se alterar, com freqüência, o horário e o itinerário das Pa, para evitar as
ações inimigas;

b. As Pa a pé, quando necessárias, serão executadas pelos elementos do GC que


não estiverem empenhados no P Obs, tendo em vista que o GC poderá ser utilizado a
qualquer momento em apoio às VBR, que fazem parte da reserva. As Ptr a pé deverão
ser de itinerário reduzido e restritas aos locais desenfiados do P Obs do GC. De
preferência, o contato visual deverá ser mantido;

c. As Ptr motorizadas serão executadas pelo G Exp, ou mesmo pelas VBTP do GC


ou da peça, mobiliadas pelo GC ou por uma das suas esquadras.

Mec X

Mec

Fig 6.1- O Pel C Mec na Seg de um Setor de Área de Retaguarda.

6-7. DETERMINAÇÃO DAS ZONAS DE LANÇAMENTO (ZL) E ZONAS DE POUSO DE


HELICÓPTEROS (ZPH)

a. Zona de Lançamento de tropa Pqdt: As áreas favoráveis ao lançamento de


tropas Pqdt devem ser limpas e pouco acidentadas. São desfavoráveis as regiões de
bosques, mata densa, regiões pantanosas, edificadas e acidentadas. As estradas, cursos
de água e linhas eletrificadas limitam as ZL. A contar destes acidentes, é marcada uma
distância de segurança da ordem de 100 a 150 m. As ZL mínimas têm as seguintes
dimensões:
1) ZL Pel: 1200 m x 200 m;
2) ZL Cia: 1200 m x 400 m; e
3) ZL simultânea: 1800 m x 1900 m.

6-4
b. Zona de Pouso de Helicópteros: Para a aterragem de helicópteros, a área deve
ter um diâmetro mínimo de 50 m. Para cada metro de altura de um obstáculo, a distância
de Segurança deverá ser da ordem de 5 (cinco) metros (triângulo retângulo. Ver
caderneta da SIEsp).

c. Atuação do Cmt Pel: antes de dar ordem ao seu Pel, o Cmt deverá efetuar o
levantamento de seu setor. Após isso, o Cmt fará sua ordem, na qual deverá constar:
1) plano ou calco com a localização dos P Obs;
2) Itn inicial das Pa;
3) localização da Pç Ap e do seu P Obs;
4) concentrações para a Pç Ap;
5) sub-setores ou objetivos principais dos P Obs;
6) sistema de alarme;
7) emprego da rede de rádio; e
8) plano de atuação face às situações possíveis.

d. Plano de atuação face às situações possíveis: no plano de atuação, o Cmt Pel


deverá levar em conta que a reação imediata é a melhor linha de ação para seu Pel.
Deverá, pois, planejar a atuação do Pel face a qualquer ZL, ZPH e prever locais dentro do
seu setor em que possa atuar com vantagem e surpresa contra tropas irregulares que se
desloquem nele (local para emboscada). Cada parte do plano de atuação da reserva
inclui designação de objetivos ou eixo de progressão, linhas de partida e itinerários para
as linhas de partida:
1) Pos Atq designadas para coordenar os elementos da reserva.
2) as Zonas de Reunião (Z Reu), quando utilizadas, devem ser localizadas o mais
próximo possível das ZL. Uma Z Reu pode ser designada para cada objetivo. No entanto
uma pode servir a vários objetivos.
3) os Itn devem ser facilmente identificáveis, devendo ser reconhecidos e, se
possível, balizados.
4) as VBR constituem a melhor força de choque da reserva do Pel. Devem ser
empregadas rapidamente, para obter efeito de choque, potência de fogo e mobilidade.

e. Segurança de instalações: o Pel C Mec pode ser empregado para proteger uma
instalação da Área de Retaguarda, tal como uma instalação de suprimentos. O dispositivo
a ser tomado é semelhante ao de uma defesa circular. O Cmt Pel assegura o alerta contra
a aproximação do Ini pelo estabelecimento de um sistema de P Obs em torno da
instalação e contínuo patrulhamento. Deverá ser mantida uma reserva forte, em posição
central, para proteger a instalação. A Pç Ap pode ser empregada para prover
concentrações sobre as vias de acesso mais prováveis do Ini, em particular sobre aquelas
que forneçam boas cobertas para a aproximação de Ini a pé (raciocinar como PSE das
Op GLO).

6-8 SEGURANÇA DE EIXOS DE SUPRIMENTO

a. No estabelecimento da Seg de um Eixo, a técnica a ser usada depende de alguns


fatores, a saber:
1) terreno e tipo de eixo;
2) extensão do eixo;

6-5
3) tipo de atividade Ini esperada; e
4) rede de estradas que incidem sobre o eixo.

b. O eixo a ser protegido poderá estar classificado numa das três situações abaixo:
1) Situação Vermelha: nosso controle na área é mínimo. As estradas não são
usadas freqüentemente e o Ini possui grande poder para emboscada e interdição do eixo.
2) Situação Amarela : já possuímos um relativo controle da área; no entanto, o Ini
também possui considerável poder para emboscadas e interdição de eixos. As estradas
são abertas periodicamente para o movimento de comboios e fechadas logo após.
3) Situação Verde: nosso controle da área é elevado. A possibilidade, de
emboscada é mínima. Há uma fluência normal de tráfego, mas ainda existe probabilidade
de interdição de eixo. Nenhum eixo é 100% seguro.

c. Planejamento e Execução
1) Situação Vermelha: a abertura do eixo para o tráfego, exige operações de
vulto. Estas operações normalmente envolvem o estabelecimento de bases de combate
de valor Esqd, instaladas ao longo do eixo, ECD se apoiarem, mutuamente. Um dos
objetivos dessas operações é provocar uma reação do Ini, que, uma vez obtida, possa
criar situações que permitam a sua destruição. Patrulhamentos, emboscadas e
operações ofensivas locais são realizadas próximas ao eixo. Certos melhoramentos
podem ser feitos e com isso poderemos transformar uma situação vermelha em amarela,
ou seja, tomar medidas de segurança para proteger instalações vitais como pontes,
viadutos, entroncamentos rodoviários, etc. Sempre que possível, as margens do eixo
devem ser limpas de vegetação numa faixa de 100 a 300m. As equipes de trabalho são
dotadas de uma segurança aproximada. Pode-se evacuar os civis moradores na faixa.
Devem ser constituídas reservas para explorar o contato com o Ini.
2) Situação Amarela: dois métodos básicos podem ser usados: Postos de
segurança temporários e Postos de Segurança fixos.
a) Postos de Segurança Temporários (PST) são empregados quando o volume
de tráfego é intenso e o número de escoltas mobiliza grande efetivos. Para economizar
pessoal, pode-se "limpar" o eixo com uma força de combate, deixando os PST para
manter o controle e oferecer relativa segurança. Estes PST podem ser constituídos de
uma ou mais viaturas (Vtr ou Ptr G Exp). São previstos horários de abertura e de
fechamento do eixo. Ao final do período de abertura, os PST se retiram para uma base
mais segura (Z Reu). Um Pel C Mec pode ser o elemento que percorra o eixo antes de
sua abertura, a fim de "limpá-lo". Antes dos PST se retirarem, uma equipe deve retirar do
eixo as Vtr em pane, recuperando-as ou rebocando-as para uma base segura. Os
comboios que se deslocam pelo eixo estabelecem contato com os PST, informando sua
progressão e a sua saída da área. Uma força de reação, localizada junto ao PC, deve
estar em condições de ser empregada.

6-6
1
1
Mec
Mec

Mec

Mec

Fig 6.2 - 1º Pel C Mec executando um Rec para “limpar” o eixo. 2º Pel ocupando uma Z
Reu ao longo do eixo.

Mec

Fig 6.3 – Após a limpeza do eixo, o 2º Pel C Mec opera os PST ao longo do eixo para
garantir a trafegabilidade

6-7
2

Mec

Fig 6.4 – 2º Pel C Mec mantém os PST, proporcionando segurança, enquanto o eixo
permanece aberto. Outro Pel executa a Escolta de Comboio ao longo do eixo.

Mec

Fig 6.5 – Findo o horário de funcionamento do eixo, o Pel retrai para a Z Reu. A operação
se repetirá nos horários em que o eixo precisar permanecer aberto.

6-8
b) Os Postos de Segurança Fixos (PSF) são aplicáveis quando o eixo possui
pontos críticos como pontes, cortes de estradas, desfiladeiros, etc, cuja destruição
interditaria o eixo por um longo tempo e exigiria grande esforço da engenharia para
recuperá-lo. O efetivo normalmente é o de um Pel C Mec para cada 32 km e as posições
podem ser melhoradas com obstáculos, fortificações e, se autorizado, campos de minas.
Um PSF envia Ptr ao longo do eixo e suas adjacências. Se postos não puderem controlar
toda a estrada durante a noite, operações de limpeza serão necessárias durante o dia.
Para favorecer a rapidez, essas operações devem partir, simultaneamente, de todos os
postos. Patrulhamento constante entre os PSF reduz, significativamente, as
oportunidades do Ini realizar interdições. Durante o movimento através da área, os
comboios devem estabelecer o contato com os PSF. As Vtr em pane deverão ser
rebocadas para perto do próximo posto, enquanto aguardam evacuação. Deve ser
mantida uma força de reação, se possível numa posição central, ECD agir em qualquer
ponto do eixo. São vantagens e desvantagens dos PSF:
(1) proporcionam maior grau de segurança e controle que os PST;
(2) são particularmente indicados para eixos que possuam tráfego pesado e
apresente pontos críticos como pontes, passagens difíceis, etc; e
(3) mantém estática uma força de certo valor de combate por um tempo
considerável, não aproveitando a grande mobilidade que dispõe um Pfl C Mec.

2 1

Mec Mec

Fig 6.6 – 1º Pel C Mec ocupando PSF enquanto 2º Pel é mantido como reserva

3) Situação Verde: as medidas de segurança limitam-se a reconhecimentos


constantes para assinalar trechos minados ou possíveis operações de interdição do eixo.
Outras medidas de precaução:
a) localizar forças na área ECD serem empregadas rapidamente; e
b) controlar o tráfego com a Polícia do Exército, para aumentar a segurança e
capacidade do eixo.

6-9
6.9 ESCOLTA DE COMBOIO

a. Uma emboscada cuidadosamente planejada é difícil de ser enfrentada e


geralmente proporciona ao Ini oportunidade de saquear e destruir nossos suprimentos
e/ou causar pesadas baixas às nossas tropas. Cada Cmt de Comboio deve prever a
possibilidade de ser emboscado e preparar as contramedidas necessárias para fazer
frente ao problema, seja desencorajando o Ini, seja reagindo para tornar mínimas as
perdas.

b. A composição e valor da escolta dependerá, normalmente, dos fatores da


decisão: missão, inimigo, terreno e meios. A composição, normalmente inclui:
1) comando;
2) viaturas blindadas (VBR e VBTP);
3) fuzileiros blindados (GC);
4) engenharia de combate; e
5) apoio de fogo.

c. Os elementos que compõe a escolta deverão ser dispersos no interior da


coluna do comboio, numa formação variável. Deve haver sempre um Elm BId à testa do
comboio e um forte Elm de Atq que se desloque à Rg, onde terá o máximo de
flexibilidade. Um Pel C Mec protege um comboio na ordem de 10 (dez) a 20 (vinte) Vtr. A
medida mais importante nesse tipo de operação é, sem dúvida, a dispersão do comboio.
Quando se planeja uma emboscada, normalmente, as dimensões da área de destruição
(zona de matar) são reduzidas. Quando o comboio possui grande dispersão, o número de
viaturas dentro da zona de matar será mínimo, dimuniuindo possíveis perdas.

d. Comando: é essencial que seja único, sendo ideal que seja o mesmo para a
escolta e o comboio. Quando o comboio for organizado em unidades de marcha (UM),
cada uma terá sua escolta e seu Cmt estará subordinado a um comando geral de todo o
comboio. A cadeia de comando deverá ser do conhecimento de todos.

e. Comunicações: um eficiente e seguro sistema de Com entre os Elm do


comboio, escolta, postos de segurança e Força de Reação é imprescindível. Todos os
meios de Com devem ser previstos em caso de falha nas Com Rádio (Sinalização ótica e
acústica, mensageiros, etc).

f. Força de Reação: deve ser prevista, sempre que possível, uma força de reação.
Localizada numa parte central do eixo. Caso não a receba do Esc Sup, o próprio Cmt da
escolta poderá organizar a sua força de reação. Deve ser preparada em detalhes, contra
qualquer ação Ini. O comando e o controle, tanto da força de reação como da escolta,
deve caber ao mesmo Elm, que deve se deslocar junto a esta.

g. Medidas de Proteção: as medidas de dissimulação visam negar informações


precisas ao Ini, já que a falta de informes cria um clima de insegurança e desencoraja a
realização de emboscadas. Vejamos algumas delas:
1) máximo cuidado sobre o sigilo dos deslocamentos de viaturas. Se houver
adestramento para isso, deve-se utilizar o escurecimento total;
2) divulgar falsas informações;
3) variar a formação das UM;

6-10
4) dar uma falsa impressão de força ou fraqueza. (Exemplo: escolta poderosa no
início do deslocamento que abandona o comboio durante o Itn, deixando uma escolta
mais fraca protegê-lo até o destino);
5) simular a presença de armas automáticas nas Vtr de suprimento;
6) variar, continuamente, as medidas de segurança, como horários, itinerários,
etc;
7) conhecer detalhadamente as possibilidades do Ini;e
8) colher informações precisas sobre as atividades do Ini.

Zona de Matar

Fig 6.7 – A dispersão do comboio é a medida mais eficiente de contra-emboscada. A


dirpersão proporciona um mínimo de Vtr na Zona de Matar.

g. Outras medidas práticas:


1) os toldos e cajados das Vtr Mtz devem ser retirados, se posível, e as tampas
traseiras devem ser presas na posição horizontal, facilitando um eventual desembarque e
reação da tropa embarcada;
2) os faróis devem ser desligados nos deslocamentos noturnos (escurecimento
total). A tropa deve ser adestrada para esse tipo de situação;
3) todos os homens devem saber como agir em caso de emboscada;
4) as mochilas ou sacos individuais, devem ser acondicionados sob os bancos
das Vtr Mtz, para que não dificultem o desembargue;
5) nos locais de prováveis emboscadas, poderá ser mantido fogo contínuo
sobre os flancos, mediante ordem do Cmt comboio (e da escolta), até que a área tenha
sido ultrapassada.

h. Organização do comboio:
1) designar vigias para cada Vtr Mtz, a fim de operar as armas automáticas e
lançar granadas fumígenas e/ou defensivas;
2) manter ligação rádio entre todos os elementos;

6-11
3) distribuir as Vtr BId em vários pontos do comboio, principalmente à frente e à
retaguarda (romper abatizes, garantir a mobilidade);
4) cada Vtr Mtz terá um chefe, que não viajará na boleia.

i. Medidas de coordenação e controle:


1) linhas de controle;
2) pontos de controle;
3) distância mínima entre Vtr;
4) ação em caso de emboscada; e
5) sinais convencionados.

j. Conduta em caso de emboscada (usar-se-á a denominação Vtr para os Elm do


comboio não empenhados na Escolta): As Vtr surpreendidas dentro da zona de
destruição ou zona de matar, deverão, imediatamente, evadir-se do local, avançando para
a frente. As Vtr que não tenham atingido a zona de matar farão alto, até que o eixo seja
liberado. O alto deve ser feito fora da estrada para não dificultar o emprego da ecolta. Os
Elm da escolta apanhados dentro da zona de matar farão imediatamente frente à
emboscada: Reação Imediata. As frações da escolta que tiverem ultrapassado a zona de
matar ou que não a tenham atingido, deverão atacar os Elm da emboscada, procurando
cortar as suas vias de retraimento e atacando violentamente os flancos da posição Ini.
Durante o contato, toda a potência de fogo deve ser dirigida contra a força de emboscada.
Logo após, deve-se transportra essa potência de fogo para bater as vias de retraimento
do Ini (Pç Ap). A força de reação, sob o comando direto do Cmt da escolta, será
empregada contra os flancos e retaguarda da posição de emboscada. Após ter sido
recalcada toda a força de emboscada, pequenos destacamentos de segurança deverão
ser posicionados para cobrir a reorganização do comboio. O Cmt do comboio relata o
ocorrido ao Esc Sup. Os Ini, por ventura capturados, deverão ser interrogados sobre a
localização da Z Reu, ou PRPO, onde a fração emboscante deveria reunir-se após a
emboscada.

l. Caso faça parte do comboio alguma tropa motorizada, sua ação poderá, em
princípio ser a seguinte:
1) cada Vtr terá os seus vigias, com armas automáticas, granadas fumígenas e
defensivas;
2) no momento que for desencadeada a emboscada, os vigias farão fogo
cerrado, juntamente com os demais ocupantes da Vtr, sobre as prováveis posições Ini,
além de lançarem as granadas de que dispõem;
3) os motoristas devem acelerar as Vtr para tentar abandonar a zona de matar.
Qualquer imobilização da Vtr momentaneamente ou não, deverá corresponder ao sinal
para que seus ocupantes desembarquem e partam num ataque frontal às posições Ini.
Cabe aos vigias apoiarem este desembarque;
4) caso a Vtr consiga abandonar a zona de matar ou se encontre fora da mesma
por ocasião da emboscada, seus ocupantes devem desembarcar imediatamente e
realizar ataques ao flanco ou à retaguarda da posição Ini.

6-12
Zona de Matar

Fig 6.8 – Elementos dentro da zona de matar reagem imediatamente. Elementos fora da
zona de matar tentam flanquear o inimigo.

OBSERVAÇÃO:
As ações da escolta, bem como as da tropa motorizada e dos Elm das Vtr
(motoristas e vigias), deverão ser exaustivamente ensaiadas, em exercícios que
antecedam à partida do comboio, considerando que durante a emboscada não haverá
tempo para expedição de ordens.

l. Proteção de um comboio por um fraco destacamento de Seg: Muitas vezes a


situação tática, as condições do Itn de marcha e o efetivo em tropa mostram a fragilidade
dos nossos meios, caso seja necessário enfrentar uma emboscada. Quando tal fato
ocorre, deve-se fazer o seguinte:

1) colocar parte das tropas disponíveis bem à frente do comboio. No caso de se


empregar o G Exp nessa missão, este poderá ser acompanhado do GC ou de tropa
motorizada, caso esta última faça parte do comboio. O G Exp faz um minucioso
reconhecimento do Itn podendo, inclusive, deixar postos de segurança onde julgue ser
necessário, utilizando para tal, os elementos do GC ou da tropa motorizada;
2) o restante da tropa segue infiltrado no comboio e, também, cerca de três
minutos à retaguarda;
3) os dois elementos mantêm o contato pelo rádio. Caso este contato não possa
ser mantido, cabe ao Cmt da escolta adotar um dispositivo que lhe permita fazer frente à

6-13
uma ação inopinada do Ini, não devendo, portanto, manter sua tropa à retaguarda do
comboio, e sim, distribuída ao longo dele, com a Seç VBR à testa da coluna;
4) o deslocamento do comboio é feito numa velocidade relativamente alta. Os
desfiladeiros deverão ser reconhecidos e, após lançada uma segurança ao longo das
suas escarpas, atravessados com a máxima velocidade permitida.

6-14
CAPÍTULO 7

APOIO AO COMBATE E LOGÍSTICA

ARTIGO I

GENERALIDADES

7-1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. O sistema de combate é integrado por sete sistemas operacionais: Comando e


Controle; Manobra; Apoio de Fogo; Inteligência; Defesa Antiaérea; Mobilidade; Contra-
mobilidade e Proteção e Apoio Logístico. Tais sistemas devem ser integrados para apoiar
os elementos de manobra.

b. No nível pelotão, a coordenação se detém principalmente nos sistemas


operacionais manobra, comando e controle, apoio de fogo e apoio logístico.

c. É da responsabilidade do Cmt Pel providenciar os primeiros socorros aos seus


homens e evacuar os feridos da forma mais rápida possível. Deve controlar a quantidade
de munição do pelotão e providenciar a tempo os pedidos de remuniciamento. Deve ter
perfeito conhecimento, também, do estado do material e do armamento do pelotão e
solicitar o recompletamento da dotação sempre que necessário, esclarecendo se o
material foi perdido, destruído ou encontra-se em mau estado. O Cmt Pel solicita o
suprimento de água sempre que necessário e, em operações defensivas, calcula e
requisita o material de fortificação necessário para a organização do núcleo de defesa. No
tocante às atividades de pessoal, o Cmt Pel deve dar especial atenção à manutenção da
disciplina e da moral da tropa, além do controle de efetivos. Em todas essas atividades é
auxiliado pelo sargento adjunto.

7-1
ARTIGO II

COMUNICAÇÕES

7-2. GENERALIDADES

a. Comando e Controle (C²) é um sistema através do qual as atividades são


coordenadas e conduzidas para o cumprimento da missão. Esse processo abrange
pessoal, equipamento, comunicações, instalações e procedimentos necessários para a
análise de informações a fim de planejar, expedir ordens, fiscalizar e controlar as
operações.

b. O sistema operacional de Comando e Controle depende da eficácia das


comunicações, que devem ser flexíveis, confiáveis e exploradas com segurança. Os
meios de comunicações utilizados pelo Pelotão de Cavalaria Mecanizado compreendem o
sistema rádio, o sistema físico e os mensageiros, além dos meios acústicos e visuais.

c. O esquadrão é responsável pelo estabelecimento das comunicações com o


pelotão. As comunicações entre os pelotões vizinhos são estabelecidas conforme a
determinação do comando do esquadrão. Na ausência de instruções específicas, o
pelotão é responsável pela ligação com o seu vizinho da direita. O comandante do pelotão
deve, ainda, estabelecer as ligações com os seus elementos subordinados (patrulhas do
G Exp, Seç VBR, GC e Pç Ap) e com os elementos recebidos em reforço.

d. Os meios de Com que o Pel dispõe têm que atender aos seguintes princípios:
1) Continuidade: as ligações, sendo fundamentais para o sucesso de qualquer
operação, devem ser mantidas a qualquer custo;
2) Rapidez: o sistema de Com deve proporcionar rapidez às ligações. Isto
significa que as ligações necessitam de oportunidade, isto é, devem ser estabelecidas em
tempo útil para os efeitos desejados; e
3) Segurança: todas as medidas são tomadas para proteger os sistemas de Com,
de modo a impedir, ou pelo menos dificultar, a obtenção de informações pelo inimigo. A
segurança preserva a liberdade de ação do comando e garante a surpresa.

7-3. MATERIAL DE COMUNICAÇÕES

a. Conforme a tabela 3-1, o Pel C Mec utiliza os meios físicos (fio), rádio, visuais e
mensageiros. Dependendo da situação tática do Pel, determinado meio será priorizado
em detrimento de outros.

7-2
OUTROS
FRAÇÃO MEIO RÁDIO MEIO FISICO MENSAGEIROS
MEIOS
1 (um) rádio do
grupo 3
1 (uma) central
veicular e 1
telefônica, 1 (uma)
(um) rádio do
régua terminal, 1
grupo 2
(um) telefone
veicular ou 2
Gp portátil, 1(uma)
(dois) rádios do
Cmdo bobina, 1 (uma)
grupo 3
desenroladeira e
veiculares.
aproximadamente
1 (um) rádio do
400 m de FDT
grupo 2 portátil.
Todos VHF-
FM.
4 (quatro)
1 (um) telefone
rádios do grupo
portátil, 1(uma)
2 veiculares e
bobina, 1 (uma)
1 (um) rádio do
GE desenroladeira e,
grupo 2
aproximadamente,
portáteis. Bandeirolas,
2000 m de FDT,
Todos VHF- painéis,
por patrulha. Mensageiros
FM. fumígenos e
especiais
2 (dois) rádios 1 (um) telefone artifícios
do grupo 2 portátil, 1(uma) pirotécnicos
veiculares. bobina, 1 (uma)
Seç VBR
Todos VHF- desenroladeira e,
FM. aproximadamente,
400 m de FDT
1 (um) rádio do
1 (um) telefone
grupo 2
portátil, 1(uma)
veicular e 1
bobina, 1 (uma)
GC (um) rádio do
desenroladeira e,
grupo 2 portátil.
aproximadamente,
Todos VHF-
400 m de FDT
FM.
1 (um) rádio do
1 (um) telefone
grupo 2
portátil, 1(uma)
veicular e 1
bobina, 1 (uma)
Pç Ap (um) rádio do
desenroladeira e,
grupo 2 portátil.
aproximadamente,
Todos VHF-
400 m de FDT
FM.
Tab. 7-1. Distribuição do material de comunicações do Pel C Mec

7-3
7-4. O APOIO DE COMUNICAÇÕES NAS MISSÕES DO PELOTÃO

a. Sistema Físico
1) As comunicações fio proporcionam boa confiabilidade e são menos vulneráveis
à ação inimiga do que o rádio. Entretanto, o sistema físico é pouco flexível e requer
instalação demorada.
2). O pelotão de cavalaria mecanizado está ligado ao esquadrão por meio de um
circuito tronco, que interliga as respectivas centrais telefônicas. A partir da central do
pelotão, são lançados ramais para as frações.
3) Normalmente, os meios físicos são empregados quando o Pel está em uma
situação estática, tal como, ocupação de zona de reunião (Z Reu), posição de bloqueio (P
Blq), posição de retardamento (P Rtrd), posição defensiva (P Def), Posto de Bloqueio e
Controle de Estradas (PBCE), Posto de Segurança Estático (PSE) ou na reserva. A
quantidade e a qualidade dos circuitos dar-se-ão de acordo com o tempo disponível para
a instalação e a situação do Pel.
4) É instalado por um militar de cada fração e pelo Rádio-Operador (R Op) do Cmt
Pel. A central telefônica é instalada nas proximidades da viatura do Cmt Pel e operada
pelo seu R Op.
5) A exploração do sistema físico também requer a adoção de medidas de
segurança. As linhas devem ser constantemente patrulhadas.

Fig. 7-1. Diagrama dos Circuitos do Pel C Mec

7-4
b. Sistema Rádio
1) As comunicações rádio proporcionam grande flexibilidade e rapidez, porém são
pouco confiáveis e vulneráveis à guerra eletrônica. O rádio é considerado o menos seguro
dos meios de comunicações. Normalmente, é empregado em situações de movimento,
por permitir grande flexibilidade para o exercício do comando e controle.
2) O pelotão de cavalaria mecanizado participa da rede de comando do esquadrão
com um rádio do grupo 3 (VHF – FM), veicular. Internamente, o pelotão opera a sua rede
de comando com oito rádios do grupo 2 (VHF – FM) veicular, promovendo a ligação do
comandante do pelotão com seu adjunto e demais comandantes de fração. Cada fração
dispõe ainda de rádios portáteis para serem utilizados quando estiverem desembarcadas.

Fig. 7-2. Diagrama da Rede Rádio do Cmt


Esqd

3) É fundamental a adoção de medidas de segurança na exploração do rádio a


fim de preservar a surpresa e de evitar ou dificultar ao inimigo a obtenção de informações
sobre a nossa tropa e sobre as nossas atividades. Essas medidas, chamadas de Medidas
de Proteção Eletrônica (MPE), podem ser: adoção de prescrições rádio, autenticação de
postos-rádio e de mensagens, utilização de mensagens pré-estabelecidas, codificadas ou
criptografadas, mudança de freqüência e indicativos, transmissão de mensagens falsas e
transmissão de mensagens curtas, dentre outras.
4) O esquadrão, em princípio, estabelece as prescrições rádio a serem seguidas
pelo pelotão em determinada operação. O uso das prescrições rádio visa a restringir o
emprego do rádio em razão dos meios de guerra eletrônica do inimigo.

7-5
Fig. 7-3. Diagrama da Rede Rádio do Cmt Pel

5) Os equipamentos portáteis são empregados pelas frações que estão


desembarcadas e necessitam manter as ligações, como, por exemplo, durante um ataque
desembarcado para coordenação dos fogos da Pç Ap.
6) O meio rádio é empregado nas seguintes ocasiões:
a) durante os deslocamentos;
b) após o contato com o inimigo e somente para os elementos em contato;
c) após o início de um ataque;
d) diante da necessidade de alarme imediato sobre ataques aéreos, QBN,
blindados, desbordamentos ou flanqueamentos das posições de nossas tropas;
e) para manutenção da fisionomia da frente; e
f) outras situações, reguladas pelas IEComElt, IPCom e outros documentos de
comunicações do Esc Sup.

7) Devem-se evitar os testes das freqüências de operação e das redes durante a


ocupação das posições estáticas.

c. Sistemas de Mensageiros
1) O mensageiro é o mais seguro meio de comunicação. Proporciona boa
flexibilidade e grande confiabilidade, sendo imune à guerra eletrônica. Porém, a
transmissão das mensagens é demorada e o mensageiro pode ser alvo de emboscadas
ou fogos inimigos.
2) Normalmente, é empregado para a transmissão de mensagens extensas
(documentos) e gráficas (esboços ou esquemas de manobra), ou como meio alternativo
para os sistemas rádio e físico.
3) No pelotão de cavalaria mecanizado, são empregados apenas os mensageiros
especiais, que são escalados, eventualmente, para a transmissão de mensagens. O
comandante do pelotão deve designar um de seus homens como mensageiro, exceto o
radioperador, pois este é o responsável pela ligação do pelotão com o esquadrão.
4) Os mensageiros devem ser amplamente empregados em qualquer situação.
Qualquer militar pode ser mensageiro, podendo inclusive utilizar as viaturas leves quando
necessitar de deslocamento motorizado. Esse meio deve ser empregado tanto em

7-6
situações estáticas quanto em situações em que o Pel necessite mobilidade e
flexibilidade.

d. Outros meios
1) Os meios visuais são empregados quando há limitação imposta pela situação e
pelas prescrições rádio, por exemplo, durante os deslocamentos, quando o emprego do
rádio é restrito.
2) Para essas situações, devem ser utilizados bandeirolas e painéis.
3) Sinais visuais pré-estabelecidos, principalmente, os painéis, são utilizados para
identificar colunas amigas ou determinadas viaturas.
4) As bandeirolas são utilizadas na coordenação e controle das frações do Pel,
por exemplo: desembarcar, avançar, ou reunir uma determinada fração, abrir e cerrar
distâncias, informar o Ctt com inimigo, dentre outros.
5) Devem ser evitados durante as situações estáticas, tendo em vista que o
máximo empenho deve ser realizado a fim de evitar que seja revelada ao inimigo a
posição de nosso Pel e a concentração de nossa tropa.
6) A tabela abaixo relaciona os diversos meios às prescrições rádio impostas pelo
escalão superior:

PRESCRIÇÃO MEIO
CARACTERÍSTICA EMPREGO
RÁDIO ALTERNATIVO
Geralmente, é
empregado para todas Utilização de
SILÊNCIO as frações, à exceção mensageiros.
Transceptores desligados.
ABSOLUTO do Gp Comando. Instalação de
Nas Z Reu, P Def, P circuitos telefônicos
Bloq, P Rtrd e Reserva. quando o tempo e
Transceptores ligados. Nas Z Reu, P Def, P a situação
SILÊNCIO Permitida a escuta. Bloq, P Rtrd e Reserva. permitirem.
Proibido a transmissão. Antes do Ctt com o Ini.
Transceptores ligados. Usado durante os Utilização de
Permitida somente a deslocamentos e bandeirolas,
RESTRITO
transmissão de mensagens quando imposto pelo painéis e
urgentes e urgentíssimas. Esc Sup. mensageiros.
Somente para
elementos em Ctt e
Mesmo sob essa
enquanto durar o Ctt.
Exploração permitida sem prescrição,
LIVRE Após quebra do sigilo e
restrições. observar as MPE
após o
das transmissões.
desencadeamento do
ataque.
Tab 7-2. Emprego dos outros meios de Com em função das prescrições rádio impostas ao Pel C
Mec.

7-7
ARTIGO III

LOGÍSTICA

7-5 GENERALIDADES

a. Logística é o conjunto de medidas e ações que mantém capacidade operacional


da tropa. Abrange sete funções:
1) Saúde
2) Suprimento
3) Manutenção
4) Engenharia (não é realizada no nível pelotão)
5) Transporte (não é realizada no nível pelotão)
6) Recursos Humanos
7) Salvamento

b. No nível Pel, o Cmt Pel, Adj Pel e os Cmt de Grupos possuem elevado número de
encargos logísticos. Neste nível, a logística envolve quatro das sete funções existentes:
1) Recursos humanos: no controle de pessoal.
2) Saúde: na evacuação dos feridos.
3) Suprimento: pedidos e recebimentos de Sup Cl I, III, V e X.
4) Manutenção: manutenção de todo o material do Pel e o processo de
suprimento de manutenção e evacuação de material.

7-6 FUNÇÃO LOGÍSTICA DE SAÚDE

a. Os feridos têm o primeiro atendimento realizado pelos integrantes do pelotão ou


dependendo da situação, os próprios feridos realizam os primeiros socorros. Logo após,
serão conduzidos ao refúgio de feridos da SU, onde serão preparados para a evacuação.

b. Em operações dinâmicas ofensivas, normalmente o ferido é deixado em um ponto


onde será apanhado pela turma de evacuação do Esqd.

c. Durante o ataque, geralmente, o ferido é evacuado durante a reorganização, pois


é o momento oportuno para a turma de evacuação do Esqd cerrar para a região do
objetivo.

7-8
7-7 FUNÇÃO LOGÍSTICA DE RECURSOS HUMANOS

a. Na função logística de recursos humanos, no nível Pel, é executado o controle de


efetivos.

b. Controle de efetivos
Os Cmt de Pel devem informar, diariamente, a situação do efetivo para o Cmt
Esqd. Devem informar todas as alterações relativas ao pessoal. O mapa da força também
deve ser remetido ao Esc Sup.

7-8 FUNÇÃO LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO

a. A manutenção visa manter o máximo de equipamentos em condições de operar,


sendo ideal que sejam solucionadas as panes o mais próximo dos elementos de 1º
escalão. A responsabilidade da manutenção é do comando em todos os níveis e isso
inclui providências que permitam sanar as panes, o mais rápido possível, fazendo com
que o material volte a operar o quanto antes.

b. Manutenção de viaturas
A manutenção preventiva é de responsabilidade da guarnição, a qual deve ser
realizada preferencialmente na Z Reu ou na reorganização. Durante a realização desta
atividade, devem ser levantadas as necessidades de suprimento que deverão vir nas Vtr
dos pacotes logísticos (Pac Log). Quando a pane exceder a capacidade da guarnição de
saná-la, o Cmt Pel solicita ao Cmt Esqd apoio em Mnt Vtr.

c. Manutenção de Armamento e Instrumentos Óticos e de Direção de Tiro (IODT)


No caso dos armamentos, a manutenção orgânica preventiva será realizada pela
guarnição; no caso do IODT, serão realizados apenas procedimentos técnicos visando à
identificação da pane. Caso haja um dano no material, o fato deve ser comunicado ao
escalão superior para que este tome as providências. Estes procedimentos devem ser
realizados preferencialmente nas Z Reu ou na reorganização.

d. Material de Comunicações
A manutenção orgânica preventiva do equipamento de comunicações é encargo
do usuário, como no armamento, IODT e viaturas e deve ser realizada nas Z Reu e
durante a reorganização. Caso seja constatada uma pane, o equipamento será recolhido,
em coordenação com Adj Pel, para ser conduzido à ATC.

7-9 FUNÇÃO LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO

a. A Função Logística de Suprimento trata da previsão e provisão do material, de


todas as classes, necessário às organizações e às forças apoiadas. Tem como atividades
o planejamento, o processamento e o controle dos suprimentos.

b. A palavra “suprimento” pode ser, também, empregada com o sentido geral de


item, artigo ou material.

7-9
c. A Função Logística de Suprimento buscará, sempre, eficácia e economia, com a
obtenção dos melhores resultados com os menores dispêndios.

d. Classificação dos suprimentos


1) Objetivando maiores facilidades na administração e no controle dos
suprimentos, dois sistemas são usados para classificá-los:
a) Sistema de Classificação Militar; e
b) Sistema de Classificação por Catalogação.

2) Sistema de Classificação Militar


a) Considerando a necessidade de agruparem-se meios afins, de efetuarem-se
treinamentos direcionados e, também, considerando as particularidades das operações,
os suprimentos são organizados em classes.
b) Classes de suprimentos
- Classe I - Material de Subsistência (inclui ração animal).
-.Classe.II - Material de Intendência (inclui fardamento, equipamento, móveis,
utensílios, material de acampamento, material de expediente, material de escritório e
publicações).
- Classe III - Combustíveis e Lubrificantes.
- Classe IV - Material de Construção.
- Classe V - Armamento e Munição (inclusive QBN).
- Classe VI - Material de Engenharia e Cartografia.
- Classe VII - Material de Comunicações, Eletrônica e Informática.
- Classe VIII - Material de Saúde (humana e veterinária).
- Classe IX - Material de Motomecanização e de Aviação.
- Classe X - Material não incluído nas demais classes.

e. Processos de suprimento
A seção de comando do Esqd distribui os suprimentos aos pelotões. Após um
estudo de situação, o Cmt SU adotará um processo de modo que os pelotões sejam
ressupridos.
1) Pacotes logísticos (Pac Log)
O Pac Log é o conjunto de suprimentos necessários para uma subunidade, em
determinado período de tempo, normalmente para uma jornada completa, e para
determinada operação de combate, mais as viaturas logísticas do Esqd C Ap para
transportá-los até os Esqd C Mec. É importante frisar que o Pac Log não é um processo
de suprimento. É apenas uma forma de composição de suprimentos.
2) Entrega de Suprimento na Posição
O Enc Mat organiza o comboio de suprimentos e desloca-se para a retaguarda
dos pelotões, sem que para isso exponha as viaturas para o inimigo. Este processo é
normalmente utilizado quando o terreno permitir que as viaturas aproximem-se dos
pelotões por um caminho desenfiado ou quando o contato com o inimigo for iminente e
houver a necessidade de estar em posição no mais curto espaço de tempo.
O Adj Pel coordena esta atividade com o encarregado de material do Esqd.

7-10
Fig. 7-5. Entrega de suprimento na posição

2) Entrega de Suprimento Fora da Posição


O Enc Mat dispõe as viaturas do Pac Log em um dispositivo que se assemelha
a uma linha de servir, onde os pelotões serão ressupridos com a necessidade de cada
um. Para que não haja um engarrafamento de viaturas no local do ressuprimento, e nem
a saída de todo o pelotão da posição, afetando assim a segurança do dispositivo; o S Cmt
Esqd escala a ordem das frações para o ressuprimento. Dentro desta diretriz do S Cmt, o
Cmt de Pel realiza esta atividade por “faxina”, ou seja, somente sai uma viatura após o
retorno de outra. Um cuidado importante é que haverá grande movimentação de viaturas,
devendo haver uma preocupação relativa à camuflagem da posição por parte de todos.
Este processo é adotado quando o terreno não permitir a aproximação das
viaturas de ressuprimento na posição dos pelotões, ou quando o contato com o inimigo for
remoto e permitir que os pelotões possam ausentar-se por pouco tempo da posição, ou
quando houver algum tipo de suprimento que estiver desembarcado; por exemplo,
suprimento classe V.

7-11
Fig. 7-6. Entrega de suprimento fora da posição

3) Entrega de Suprimento Pré-Posicionado


Neste processo, o Enc Mat organiza pacotes de suprimento, geralmente Cl III e
V, e deixa em uma posição pré-determinada para que os pelotões possam apanhá-los.
Um fator importante que deve ser levado em conta é a atitude da população civil da área
de conflito em relação a essas atividades; caso sejam contrários, o ideal é não utilizar
este processo. Normalmente utiliza-se este processo em operações de movimento
retrógrado.
A posição do suprimento é um local onde, provavelmente, o Pel irá cessar o
Mvt. No caso de um Mvt Rtg, será uma posição de retardamento. Depois de recebido o
suprimento, o Adj Pel organiza a distribuição por “faxina”.

7-12
Fig. 7-7. Entrega de suprimento pré-posicionado

f. Pedidos de suprimento
1) Suprimento Classe I
a) Ração
- As rações, normalmente utilizadas pelo Pel, classificam-se em rações
normais (R-1A e R-1B) e em rações operacionais (R-2A, R-2B, R-3 e AE).
- Durante o combate, normalmente, a alimentação dos elementos de 1º
Escalão será constituída por rações operacionais.
- A distribuição de rações normais à tropa dependerá da situação tática (Tr
em Z Reu ou nas situações estáticas do combate), da disponibilidade de água tratada
para a sua confecção e de ordem do escalão superior.
b) Suprimento automático ou a pedido
- Sempre que possível, não haverá pedido de Sup Cl I, pois o Sup será
automático entre o escalão superior e o escalão subordinado.
- O suprimento automático compreende as rações necessárias para o
consumo imediato. Baseia-se no efetivo existente, informado a partir do Mapa da Força
ou de qualquer outro documento sobre efetivo do Pel padronizado pelo Cmt SU.
2) Suprimento Classe III
a) O Adj Pel verifica junto com os Cmt Gp a quantidade existente de
combustível. Consolida os dados e envia, diariamente, para o S Cmt Esqd, a quantidade
de combustível, juntamente com a necessidade de combustível e de óleos lubrificantes.
b) O reabastecimento das viaturas será feito, sempre que possível, à noite.
3) Suprimento Classe V

7-13
a) O pedido desta classe de suprimento é feito por informações diárias de
consumo de munição e necessidade.
b) Em princípio, o Pel pede a munição de que necessita para completar a sua
dotação de acordo com a NGA da OM.
4) Suprimento de peças e conjuntos de reparação
a) Geralmente, os pedidos são informais e, sempre que possível, devem ser
substituídos pela troca direta do material danificado por material em condições de uso.
5) Suprimento de produtos acabados de pequeno vulto
a) Estes suprimentos são reunidos em um só grupo, para maior simplicidade,
considerando que o seu consumo é relativamente baixo e o seu tratamento praticamente
o mesmo. Os Pel solicitam ao Cmt Esqd de acordo com suas necessidades.
6) Suprimento Classe X
a) Suprimento de água
(1) A distribuição do suprimento de água, normalmente, é feita juntamente
com o suprimento Cl I.
8) Material salvado e capturado
a) Material salvado
(1) O material salvado constitui valiosa fonte de suprimento.
(2) Nas Operações Ofensivas o material salvado é deixado em um local e
informado ao S Cmt Esqd que tomará as devidas providências.
(3) Nos Mvt Rtg, o material salvado é transportado pelo Pel e entregue na
ATSU. Quando não for possível o transporte deste material, é adotada a mesma
sistemática das Op Ofs.
b) Material capturado
(1) Com o material capturado ao inimigo, procede-se da mesma forma que
para o material salvado, exceto no que se refere às amostras de materiais novos, que
devem ser imediatamente encaminhadas, após o conhecimento do S2, aos órgãos
técnicos do escalão superior.

7-14
CAPÍTULO 8

TRABALHO DE COMANDO

ARTIGO I

GENERALIDADES

8-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Após a emissão da decisão do Cmt de Rgt, os Cmt de Esqd emitirão as ordens às


respectivas SU.

b. O Cmt SU deverá extrair da decisão do Cmt de Rgt dados e ordens específicas à


seu Esqd e a zona de ação sob sua responsabilidade. Após a emissão da ordem ao Esqd,
os Cmt de Pel emitirão aos respectivos pelotões a ordem de pelotão.

c. A emissão da ordem ao pelotão será feita verbalmente, isto não restringe ao Cmt
Pel utilizar todos os meios audiovisuais necessários ao bom entendimento, por parte do
Pel, da missão a ser cumprida. O fato de a ordem ser verbal, significa que não há
necessidade do Cmt Pel redigir um documento oficial do tipo ordem de operações. Por
esse mesmo motivo, pode-se afimar que não existe um modelo “padrão” de ordem ao
pelotão.

d. Apesar de não existir obrigatoriedade de se seguir um modelo padronizado para


emissão da ordem ao pelotão, é interessante que o Cmt Pel possua um “memento” que
oriente o seu planejamento. O modelo descrito a seguir é um guia para orientar o
comandante do pelotão, a fim de que ele não se esqueça de abordar todos os detalhes
importantes para o cumprimento da missão.

e. . A essência, neste escalão, não é a forma, mas sim o conteúdo da ordem. Em


situações de premência de tempo, o modelo a seguir apresentado pode ser simplificado.

8-1
ARTIGO II

PLANEJAMENTO

8-2. TRABALHO DE COMANDO

a. Com o objetivo de auxiliar e orientar o Cmt Pel no planejamento de sua missão,


serão apresentados procedimentos usuais que normatizam o planejamento das atividades
compreendidas entre o recebimento da missão e a partida para o cumprimento dele.

b. O trabalho de comando, normalmente, segue a seguinte seqüência:


1) Recebimento de missão.
2) Normas de comando:
a) estudo sucinto da missão;
b) planejamento da utilização do tempo;
c) planejamento preliminar;
d) ordem preparatória;
e) reconhecimento no terreno ou na carta;
f) estudo detalhado da missão;
g) ordem ao pelotão;
h) inspeção inicial;
i) ensaio e sincronização; e
j) inspeção final.
3) Execução
a) partida para o cumprimento da missão.

8-3. RECEBIMENTO DA MISSÃO

O comandante do Pel Deverá:


a. Assegurar-se da perfeita compreensão da missão recebida e da intenção do Cmt
Esqd (Anotar os dados mais importantes, ordens particulares ou fragmentárias).

b. Levantar as ações a realizar: Impostas e Deduzidas (todas as ações táticas),


dentro da seqüência de ações.

c. Acertar os relógios.

d. Ligar-se com os elementos vizinhos e observadores avançados, se for o caso do


Pel.

e. Verificar se há elementos retirados (perda de frações, que não é comum de


acontecer).

f. Fazer todas as anotações, compreender as instruções, ordens e informações


recebidas fazer perguntas para eliminar possíveis dúvidas. Compreender bem a sua
missão.

8-2
g. Levar para o recebimento da missão aquele pessoal que será importante para o
cumprimento dela: Adj e Cmt dos grupos, se for o caso.

h. Identificar os acidentes do terreno na sua zona de ação e fora dela, de interesse


ao seu Pel. Verifique a frente e a profundidade.

i. Realizar um estudo sucinto do terreno, da carta, de fotos aéreas e de mapas.


Marque na carta as medidas de coordenação e controle impostas e as que pretender
determinar.

j. Conduzir papel, prancheta, caneta, carta topográfica, binóculo, bússola, relógio e


acetato.

k. Retirar suas dúvidas sobre:

INIMIGO - Localização, identificação, grau de instrução, peculiaridades e


deficiências, possibilidades e limitações, capacidade de reforço;
- Moral, material, equipamento e armamento; e
- Atividade da F Ae.
AMIGO - Localização de tropas amigas, zona de ação (limites), outras
tropas na área, reforço amigo;
- Apoio de fogo amigo, elementos infiltrados, simpatizantes,
guias e informantes; e
- Prescrições quanto a presos e mortos (amigos e inimigos).
TERRENO - Obs e campos de tiro, cobertas e abrigos, obstáculos,
acidentes capitais;
- Vias de acesso (faixas de infiltração e rotas de aproximação
aérea);
- Possibilidades de reconhecimento; e
- Disponibilidades de cartas, fotografias e imagens de satélite
da área de operações (Zona de ação + Área de interesse).
CONDIÇÕES - Início do crepúsculo matutino náutico (ICMN);
METEOROLÓGICAS - Fim do crepúsculo vespertino náutico (FCVN);
- Lua (luminosidade);
- Ventos, chuvas (precipitação), temperatura; e
- Influência do gradiente térmico no emprego dos fumígenos
(lapse, inversão ou neutralidade).
POPULAÇÃO - Atitude perante a tropa, localização e população, atividade
predominante; e
- Existência na área de operações, procedimentos e condutas a
serem adotadas.
MEIOS - Cartas, croquis, fotografias, relatórios e outros;
DISPONÍVEIS - Meios para deslocamento;
- Guias, práticos, interpretes e especialistas;
- Material, armamento e equipamento individual;
- Restrições impostas pelo comando; e
- Como se processará o ressuprimento, reabastecimento e
evacuação da tropa.

8-3
ELEMENTOS A - Identificação, características e fotos;
CONTACTAR, - Senha, contra-senha e sinal de reconhecimento;
RESGATAR E/OU - Sinal de ponto limpo e ativado; e
CAPTURAR - Estória-cobertura.
REGRAS DE - Condutas de engajamento com o inimigo e forças adversas
ENGAJAMENTO (passeatas, manifestações, emboscadas, etc).
COMANDO E - IECOM (instruções a serem empregadas);
CONTROLE - Horários de ligação, localização do PC; e
- Senha, contra-senha e sinal de reconhecimento, acerto dos
relógios.
COORDENAÇÃO e - Horários impostos, ultrapassagem de elementos amigos,
CONTROLE quadro horário, “briefing”;
- Ligações com tropas amigas, medidas impostas no calco de
operações; e
- Tipo de escurecimento utilizado durante o deslocamento (total
ou parcial).
Tab. 8-1 Itens a serem observados durante o recebimento da missão

8-4. ESTUDO SUCINTO DA MISSÃO

a. Nesta fase o Cmt Pel deverá, com brevidade, analisar a missão e procurar
responder as seguintes perguntas:
1) o que fazer? (ações impostas e deduzidas);
2) quando? (prazos e horários impostos);
3) onde? (levantar a localização e situação da área de operações, obj, distâncias,
tempo de deslocamento); e
4) como? (visualização inicial do esquema de manobra do Cmt Esqd).

b. As respostas às perguntas auxiliarão o Cmt Pel no estudo sucinto da missão.


Esse estudo se faz necessário, principalmente, para analisar o tempo disponível para
planejar e cumprir a missão.

8-5. PLANEJAMENTO DA UTILIZAÇÃO DO TEMPO

O comandante deverá:
a. Preparar o quadro-horário na ordem inversa (não necessita ser sofisticado,
aproveitar o máximo do tempo para reconhecer e preparar a tropa). Não esqueçer de
colocar no quadro horário o tempo para emissão das ordens, refeições, contatos, briefing,
preparação das viaturas, deslocamentos, ocupação das posições, cumprimento da
missão, etc. Deve-se utilizar o adjunto de Pel para preparar as medidas administrativas
(logísticas e de pessoal) O Cmt Pel deve preocupar-se com a manobra.

8-4
b. Deve prever tempo para o ensaio dos grupos e para o ensaio da sincronização do
Pelotão. (Rec de ponte, colocação de cargas, ocupação de P Blq, ataque do Pel, etc.)

TEMPO DE AS ATIVIDADE
- Preparação e entrega do relatório/Mnt Vtr, Armt e Eqp.
- Ações a realizar em final de missão.
- Ocupação de P Blq/ Conq Obj/ Ret/ Rda/ Pross.
- Rec de eixo, zona, área, até a L Ct final.
- Desloc da Z Reu até L Ct incial.
- Partida da Z Reu.
- Insp final (reajustes).
- Ensaio da sincronização de todo o Pel.
- Ensaios dos grupos e de missões específicas.
- Inspeção inicial (material / aprestamento).
- Emissão da O ao Pel.
- Planejamento detalhado / Aprestamento Pel e Mnt Vtr.
- Emissão da O Prep.
- Planejamento preliminar.
- Planejamento da utilização do tempo.
- Estudo sumário da missão.
- Recebimento da missão.
Tab. 8-2 Sugestão de quadro horário

8-6. PLANEJAMENTO PRELIMINAR

a. Para realizar o planejamento preliminar, o Cmt Pel deve analisar o chamado


MITEME.

b. Missão: O que fazer? (Tipo de missão, EEI, ações a realizar em final de missão)
Quando? Onde e por onde? Como? Quem faz o quê?

c. Inimigo: (DIVALOCOM OU DICOVAP) – dispositivo (onde e como está


desdobrado, frente, profundidade), valor (SU/Pel/GC), composição (CC, C Mec, Fuz),
atividades recentes e atuais e particularidades (peculiaridades e deficiências).

d. Terreno e condições meteorológicas: (OCOAV) (observação e campos de tiro:


Possibilidade de observação inimiga na nossa Z Aç, prováveis locais de PO amigo e
inimigo, localização provável das armas automáticas de tiro curvo e direto; cobertas e
abrigos: P Atq, de localização da reserva, posição de ressuprimento; obstáculos:
necessidade agravá-los ou melhorá-los para passagem da tropa amiga, balizar pontos de
passagem; acidentes capitais: entroncamentos de estradas e trilhas, clareiras, campos de
pouso, passagens de rios que obriguem o desembarque da tropa para ultrapassá-lo,
localidades, elevações próprias a emboscadas, etc.; vias de acesso para progressão de
SU /Pel inimigo/amigo), crepúsculo, luar, vento, gradiente, temperatura, precipitação.

e. Meios: Pessoal e material (disponibilidade x necessidades), prazos e imposições

f. Tempo: tempo disponível para planejar, emitir ordens, partir, cumprir a missão,etc.

8-5
8-7. ORDEM PREPARATÓRIA

a. Deve ser expedida imediatamente após o Cmt (de qualquer escalão) tomar
conhecimento da ordem de operações ou da ordem preparatória do escalão superior.
Será realizada com o máximo emprego de meios audiovisuais.

b. Ela fornece aos elementos subordinados informações antecipadas de uma ação


prevista, de forma a proporcionar-lhe mais tempo para os preparativos necessários,
principalmente em termos de material.

c. O importante a ser dito na ordem preparatória é tudo aquilo que, por algum
motivo, conduziu o Cmt Pel a modificar os procedimentos já pré-estabelecidos na NGA e
no QO do Pel.

d. A ordem preparatória tratará, exclusivamente, de assuntos “administrativos e


logísticos” que visam, preparar o pelotão para receber a ordem ao pelotão.

e. O Cmt Pel, juntamente com o Adj, durante a ordem preparatória, deverá expor
assuntos do tipo: quem vai onde, quem leva o que, quem está envolvido diretamente na
preparação da ordem ao Pel e qual o quadro horário do Pel.

f. Exemplo de uma ordem preparatória simples:


1) Situação (situar a SU/Pel no terreno, caixão de areia, croquis, etc.)
a. Forças Inimigas (breve explanação).
b. Forças Amigas (breve explanação).
2) Missão
a) De posse da missão do escalão superior, levantar a missão da SU/Pel,
respondendo as seguintes perguntas:
(1) o que fazer? Idt as ações impostas (verbos da missão) e visualizar as
ações complementares (ações deduzidas) necessárias ao cumprimento da missão;
(2) quando? Prazos e horários impostos ou necessários para o cumprimento
da missão;
(3) onde? Levantar a localização e situação do objetivo; e
(4) como? Visualização inicial do esquema de manobra (termos gerais, sem
detalhamento);
3) Organização (composição dos meios da SU/Pel. Elementos recebidos em
reforço, ação de conjunto ou apoio direto).
a) Quadro horário (aquilo que interessa de imediato).
b) QOPM (Quadro de Organização de Pessoal e Material).
c) Uniforme, equipamento individual, armamento e munição, material de
comunicações, material especial, ração e água (para toda missão) e descanso da tropa.
d) Planejamento do reconhecimento:
(1) no terreno (SFC)? Na carta? Foi autorizado pelo escalão superior?
(2) o que reconhecer?
(3) quem participa do Rec? Rec quando e como reconhecer?
(4) prever ligação rádio.
(5) prever quem leva o que? e

8-6
(6) onde o Cmt SU/Pel estará durante o planejamento detalhado.
4) Comunicações
a) Definir as instruções da IECOM que serão utilizadas senhas, quadro da rede
rádio, indicativos, autenticações, prescrição rádio, mensagens pré-estabelecidas,
criptografia, preparação dos equipamentos rádio, preparação do extrato da IECOM e dos
rádios).
5) Logística (Adjunto)
a) Atribuir responsabilidades.
b) Designar o gerente ou sê-lo.
c) Refeições (conforme quadro horário), preparação de Sup Cl I (ração), Cl III
(combustíveis e lubrificantes) e Cl V (determinar tipo e quantidade de munição
necessária), Cl IX (Viaturas) e Cl X(água).
d) Manutenção de 1º escalão nos carros e armamentos. Verificar as condições
do motor. Plenar reservatórios de combustível devem estar plenos.
6) Atribuir responsabilidades ao pelotão:
a) Montar caixão de areia, montar croqui ou outros meios visuais para auxiliar a
ordem ao Esqd/pelotão (missão, ordem de movimento, quadro-horário, Z Reu, Extrato da
IECOM, composição dos meios, plano de carregamento e embarque, etc.).
b) Preparação das cartas e GPS.
c) Preparo e teste de equipamentos e armamentos.
d) Manutenção de 1º escalão das viaturas a serem empregadas.
e) Preparação dos grupos com missões específicas.
f) Regulagem da aparelhagem de pontaria.
g) Equipar viaturas.
7) Ao final verifique se realmente não ficaram dúvidas (faça perguntas) e os
relógios devem ser acertados.

8-8. RECONHECIMENTO NO TERRENO OU NA CARTA

a. O ideal é que se realize o reconhecimento no terreno. Em missões do tipo Rec,


Seg e aproveitamento do êxito, por exemplo, acredita-se que esse reconhecimento só é
possível de ser realizado através de imagens aéreas, fotografias, croquis, fotos de
satélites ou através das cartas topográficas ou meios aéreos disponíveis.

b. Caso o Cmt Pel possa realizar o Rec no terreno, é importante que ele verifique se
não há restrições impostas pelo Cmt SU e defina quem deve participar do Rec.

c. Estando no terreno, é importante que o Cmt Pel ocupe um posto de observação e


procure identificar os acidentes planimétricos e altimétricos. Caso seja possível, realize
um giro do horizonte com ponto estação, direção geral do norte, detalhes planimétricos
(rios, córregos e estradas), detalhes altimétricos (da esquerda para direita e do próximo
para o afastado). Leve os Cmt de fração se possível. Realize o giro do horizonte com
eles. Observe a situação e a missão no terreno (se possível).

d. É importante ainda que se verifiquem os seguintes aspectos: os itinerários a


percorrer, os pontos a reconhecer dentro do tempo disponível. Vários são os itens a
reconhecer, como por exemplo: Itinerário a ser percorrido, eixo de progressão de uma P
Atq até a LP, limites, necessidade de balizamento em algum ponto, ponto de

8-7
desembarque de fuzileiros, acidentes capitais (fora da Z Aç ou locais de onde possa
sofrer tiros de flanco), setores de tiro dos pelotões, direção geral de ataque (pontos nítidos
que devam ser buscados de forma a orientar a direção do ataque), obstáculos na Z Aç e
formas de transpô-los, medidas de coordenação e controle, condições de trafegabilidade
do terreno, presença ou não de regiões urbanas, possíveis localizações e atuação do
inimigo (emboscadas AC, posições de retardamento ou de bloqueio), posições de
elementos vizinhos, objetivo, pontos críticos (pontes, desfiladeiros, regiões banhadas e
matosas), posições dos seus núcleos de defesa (Pel e GC), ângulos mortos, posição das
viaturas, alvos prioritários, locais dos pontos de coordenação de fogos, escolha de postos
de observação e postos de escuta.

8-9. ESTUDO DETALHADO

a. O estudo detalhado será analisado na seguinte seqüência:


1) missão;
2) análise do terreno;
3) análise das condições meteorológicas e atmosféricas;
4) integração do terreno e das condições meteorológicas e atmosféricas;
5) análise da situação do inimigo e de suas linhas de ação;
6) análise de nossa situação e de nossas linhas de ação;
7) comparação das L Aç Levantadas e Análise das L Ac do Inimigo; e
8) decisão.

b. Missão
1) Recebida do Cmt SU.
2) Qual a intenção do Cmt Esqd.
3) Ações a realizar – “levantar todas as ações táticas a realizar”.
a) Impostas (Expressas no enunciado, verbos da missão).
b) Deduzidas (Não expressas, mas imprescindíveis).
Obs: Considerar as ações táticas
c) “Ação Tática” - Toda ação de combate que implica em Mvt tático e na
articulação de peças de manobra ou de Ap fogo, Nec a execução de Op militar, podendo
as tropas que a empreendem combater ou não.. Exemplos de ação tática: Reconhecer,
Atacar, Defender, Apossar-se, Conquistar, Manter, Ultrapassar, Ligar-se, Proteger-se ou
Cobrir-se, Substituir em Posição, Aproveitar o Êxito, Ficar ECD Ap Ultrapassagem, Ficar
ECD Prosseguir, Reforçar, Retardar, Retrair, Retirar-se, Acolher, Estabelecer PAG ou
PAC, Vigiar.
4) Seqüência das ações
5) Condições de execução
a) Quadro horário até o início das Op (horários impostos, horário do
cumprimento da missão, Nº de horas disponíveis para preparação e início da Op, Nº.
horas de luz Nec aos Rec);
b) A Op e Z Aç (Elm Viz);
c) Facilidades e restrições (Apoios recebidos, Obj impostos, Mdd Coor Ct
impostas no calco de Op).

8-8
c. Análise do terreno
a) Vegetação
Classificação
Efeitos
IMPEDITIVO Grupo de árvores que impeçam o emprego de forças Bld ou
dificultem o Mvt de tropas a pé.
RESTRITIVO Árvores espaçadas com reduzido diâmetro (para forças Bld).
ADEQUADO Árvores com diâmetros reduzidos e espaçadas não interferindo no
emprego de Vtr ou tropa a pé.
Tab. 8-3. Restrições impostas pela vegetação

b) Relevo e orografia (compartimentos declives e aclives)

Inclinação Grau Efeitos


0% - 10% 0º - 6º - Adequado para qualquer tropa.
- Restritivo para Vtr sobre rodas.
10% - 30% 6º - 17º
- Adequado para Vtr sobre lagartas.
- Restritivo para Vtr sobre rodas.
30% - 45% 17º - 26º
- Restritivo para Vtr sobre lagartas.
- Impeditivo para Vtr sobre rodas.
Superior a 45% Superior a 26º - Impeditivo para Vtr sobre lagartas.
- Restritivo para tropa a pé.
Tab. 8-4. Restrições impostas pelo relevo

8-9
c) Hidrografia

Elementos VAU Observação

Combatente a pé 1,00m 1) Considera-se, para o vau, corrente moderada


Vtr ¼ e ¾ Ton SR e Art AR 0,60m (menor que 1,5 m/s), fundo firme e margens
Vtr 2 ½ Ton a 5 Ton 0,75m favoráveis.
VBR CASCAVEL 1,10m 2) Anfíbio:
a) Flutua em Prof maior que 1,60 m.
VBTP URUTU * 1,10m
b) Entre 1,10 e 1,60 m, com a hélice ligada,
VBTP M 113 ** 1,60m conseguem transpor o curso de água com
VBC CC M41 C 1,00m dificuldade.
VBC CC Leopard 1 1,20m*** c) Velocidade na água de 2,5 m/s.
2,25m**** 3) Anfíbio
VBC CC M 60 A3 1,20m*** a) Flutua em Prof maior que 2,00 m.
2,40m**** b) Entre 1,60 m e 2,00 consegue transpor o
curso de água com dificuldade.
c) Inclinação Max da segunda margem de 50%
(para travessia de vau).
4) Sem preparação do CC. ***
5) Com PREPARACAO do CC. ****
Tab. 8-5. Restrições impostas pela hidrografia

d) Solo

RESISTÊNCIA DO SOLO
Classificação Resistência em kg/Cm2
Rochoso 7 – 50
Pedregoso 5–7
Arenoso (grosso) 4–5
Arenoso (fino) 2–3
Argiloso com Areia 2–3
Argiloso compacto 2–3
Argiloso Úmido 0,5 – 1
Lamacento 0,5 – 1
Pantanoso Menos de 0,5
PRESSAO SOBRE O SOLO
TIPO DE VIATURA PRESSAO EM Kg/Cm2
LEVE 0,3
M 113 0,5
M 41 C 0,8
Leopard I A1 0,9
M 60 A3 TTS 0,9

Tab. 8-6. Restrições impostas pelo solo

8-10
e) Análise do terreno (OCOAV) na área de operações
1) Observação e campos de tiro
(a) Na Obs interessam os PO e seu domínio de vistas. Nos campos de tiro: a
influência do terreno na utilização de tiro tenso e curvo.
2) Cobertas e abrigos
3) Obstáculos
(a) Podem proporcionar vantagem ou desvantagem, deve-se analisar quanto
à influência no movimento, analisando se os obstáculos são transversais ou longitudinais
ao nosso movimento ou movimento do inimigo, ressaltando os que oferecem proteção ou
dissociam (não permitem o apoio mútuo).
4) Acidentes capitais
(a) Acidentes do terreno, cuja posse, conquista ou manutenção, asseguram
vantagem marcante para qualquer dos contendores. Considerar as vantagens do Acdt Cpt
em nossas mãos e as desvantagens do mesmo acidente, se nas mãos do Ini.

f. Análise das condições meteorológicas e atmosférica


1) Condições meteorológicas
a) Crepúsculo:
(1) Astronômico - Proporciona pouca ou nenhuma luz, para fins militares =
escuridão;
(2) Náutico - Iluminação suficiente para Mvt limita a visão até 400m e permite
Mvt de Tr nas condições diurnas; e
(3) Civil - Luz suficiente para a execução de Atv diurnas; início e fim do
período de iluminação natural, suficiente para reconhecimentos de quaisquer natureza.
Fases da Lua (LUAR: Luminosidade da Lua que só é percebida durante a noite e varia
com as fases da Lua).

(1) Fases da Lua:


- Lua cheia - Luar de 1800h até 0600h (Aprox. toda a noite).
- Quarto Minguante – 0000h até 1200h.
- Lua nova – 0600h até 1800h.
- Quarto Crescente – 1200h até 2400h.
(2) Lunação completa - Aprox. 28 dias, cada fase dura aprox. 7 dias.
(3) Período de luar - Aprox. 12 horas de duração.
Tab. 8-7. Fases da Lua

2) Condições Atmosféricas
a) Temperatura, vento (direção e velocidade), precipitação (chuva, geada,
neve, furacão), nebulosidade (nevoeiro, neblina, céu claro ou carregado), gradiente e
umidade.
b) As condições atmosféricas podem:
(1) causar variações no terreno, principalmente quanto à transitabilidade;
(2) atuar no gradiente térmico (fumígenos);
(3) atuar sobre a eficiência do pessoal (resistência, moral, saúde,
capacidade combativa) e material (funcionamento do equipamento);

8-11
(4) atuar no alcance e efeito das armas e gases;
(5) atuar na eficácia dos postos de escuta e observação;
(6) atuar no emprego da tropa (lançamento de tropas e suprimentos, apoio
de fogo e transporte);
(7) atuar nas horas disponíveis para montagem e/ou condução das Op;
(8) atuar no emprego de Mrt e Art;
(9) atuar na observação, deslocamentos e ações noturnas;
(10) atuar na surpresa ou sigilo;
(11) atuar na velocidade e movimento da tropa; e
(12) atuar no consumo de água e na qualidade do Sup alimentício.

(c) Temperatura

GRADIENTE
-“INVERSÃO” - Temperatura do terreno (solo) mais fria que o ar.
-“NEUTRALIDADE” - Terreno e camada de ar com a mesma temperatura.
-“LAPSE”- Temperatura do terreno mais quente que a do ar.
- FAVORÁVEL (ao uso de Fum) - inversão ou Neutralidade.
- DESACONSELHÁVEL – Lapse.
Tab. 8-8. Efeitos sobre os gradientes de temperatura

(d) Vento (velocidade e conseqüência)


Considerar a direção do vento: Vento de N, Vento de SW.
Velocidade do vento em “nós”: 1m/s = 2 nós = 4 Km/h
Vento em Nós Observação visual Efeito
Dificulta o Estb e a Mnt de
0a2 CALMO Fumaça eleva-se verticalmente.
um mascaramento eficiente.
Ocorre ligeiro desvio na elevação Dificulta o Estb e a Mnt de
3a5 ARAGEM
da fumaça. um mascaramento eficiente
Sente-se o vento no rosto. As Possibilita, em melhores
MUITO
6a8 folhas das árvores são levemente condições, o emprego de
FRACO
agitadas. fumígenos.
As folhas dos arbustos ficam em
Neutraliza o gradiente de
9 a 11 FRACO agitação contínua. As bandeiras
temperatura.
começam a se estender.
Movem-se os galhos das árvores.
Impede o lançamento de
12 a 16 MODERADO Poeira e pedaços de papel são
pára-quedistas.
levantados.
As palmeiras tendem as formar um
17 a 20 FRESCO cocar de índio. Formação de -
ondas sobre os lagos.
O vento agita os galhos mais
21 a 25 FORTE -
grossos das a árvores
Tab. 8-9. Restrições impostas pelo vento.

8-12
g. Integração do terreno e das condições meteorológicas e atmosféricas
1) O importante é identificar as restrições ao movimento. Considerar a natureza
da tropa. O terreno pode ser impeditivo, restritivo ou adequado.
2) O Cmt Pel deverá realizar uma análise dos efeitos no terreno, das condições
meteorológicas e atmosféricas na R de Op, buscando identificar as vantagens e
desvantagens para o cumprimento de sua missão.

h. Análise da situação do inimigo e de suas linhas de ação


1) Dispositivo (localização, frente, profundidade);
2) Composição (CC, C Mec, Inf Bld);
3) Valor (U / SU / Pel / GC / seção);
4) Atv Imp, recentes e atuais;
5) Peculiaridades e deficiências; e
6) Possibilidade do Inimigo
a) Enumeração - Que? Quando? Onde? e Com que valor?
b) Vulnerabilidades
c) Montagem e analise das prováveis linhas de ação do Ini

i. Análise de nossa situação e de nossas linhas de ação


1) Efetivo
2) Composição
3) Dispositivo
4) Situação logística
5) Condições de Tempo e Espaço
6) Análise de nossas linhas de ação
a) Cada L Aç deve ser lógica, viável e permitir o cumprimento integral da
missão. Tirar vantagem do terreno e observar o poder relativo de Cmb. Que ação a
realizar? Quando realizar? Por onde realizar? Como realizar?

j. Comparação das L Aç Levantadas e Análise das L Aç do Inimigo


1) Levantar as vantagens e desvantagens de cada L Aç (Item g.), confrontando-as
com a provável L Aç do inimigo (item f.). Ao final, deve-se concluir pela melhor L Ac.
a) L Aç Nr. 1x L Ac Ini: Vantagens e desvantagens
b) L Aç Nr. 2 x L Ac Ini: Vantagens e desvantagens
c) Conclusão: a melhor L Aç é a Nr.
2) Para cada provável possibilidade do Ini, deve-se agir ou reagir de forma que
ele não possa anular a minha manobra

k. Decisão
1) Deve responder:
a) quê? (todas as ações a realizar - verbo infinitivo);
b) quando? (início da missão ou Dspo pronto, horários impostos);
c) onde? (por onde e para onde);
d) como? (define o Dspo a adotar); e
e) para que? (define a finalidade da missão).

8-13
8-10. ORDEM AO PELOTÃO

a. Sempre verbal, se possível à luz do terreno, caso contrário à ordem ao pelotão


deve ser emitida com a máxima utilização de meios audiovisuais e caixão de areia.

b. A ordem ao pelotão será emitida na seguinte seqüência: (SIMEXLOCOM)


7) Situação;
8) Missão;
9) Execução;
10) Logística; e
11) Comando e controle.

c. Situação
1) Forças amigas:
a) Missão do escalão superior;
b) Forcas vizinhas (imites, zona de ação);
c) Missão e vias de acesso dos outros pelotões;
d) Elementos de apoio de fogo; e
e) Força aérea e aviação.
2) Forças inimigas
a) Dispositivo, composição, valor, natureza, atividades recentes e atuais,
particularidades;
b) Identificação e armamento;
c) Possibilidades e limitações;
d) Força aérea

d. Missão
1) Recebida do escalão superior.

e. Execução
1) Conceito da operação
a) Manobra (explorar sucintamente como pretende cumprir a missão na
seqüência cronológica das ações, sem ressaltar detalhes de coordenação ou missões
especificas das frações. Abordar de forma resumida os aspectos que esclareçam aquilo
que foi definido na decisão).

2) Elementos Subordinados
a) Se for o caso, o Cmt Pel deverá enumerar as missões específicas de cada
grupo. As atividades, do que será desempenhado, devem ser pormenorizadas desde a Z
Reu até o cumprimento da missão. Procure detalhar as ações e coordenações
necessárias.
b) Procurar ressaltar os seguintes aspectos: Itn Prog, Hora do início da missão
(L Ct inicial e final), P Atq, eixos a serem reconhecidos, zonas, etc.,tipo de segurança, de
ataque, etc. EEI, o que se deve fazer em final de missão, formação inicial e ordem de
movimento, condutas em áreas perigosas e pontos críticos, quem vai por onde e com
quem, Mdd Coor Ct, técnicas especiais, ações comuns e complementares, objetivos a
conquistar, obstáculos para transpor, posições para ocupar, ligações para serem
realizadas, ataque principal, ataque secundário, emprego do Mrt, núcleos de defesa,
núcleos de defesa em aprofundamento, e outros.

8-14
3) Prescrições diversas
a) Medidas de coordenação e controle;
b) Formações e técnicas de movimentos;
c) Posições de tiro a serem ocupadas (se for o caso);
d) Roteiro, esboço de tiro e plano de fogos do Pel;
e) Prio dos trabalhos de OT;
f) Prescrições para o pernoite;
g) Sinal para mudança de posição;
j) Medidas de segurança;
k) Elementos essenciais de inteligência;
l) Rodízio de material pesado;
m) Reorganização e consolidação;
n) Contato com o inimigo;
o) Conduta com mortos e feridos amigos e inimigos, capturados (revista,
sepultamento); e
p) Defesa contra aviação.
(1) observação e ações a executar

f. Logística
1) Generalidades
a) Localização da ATSU.
b) Composição da ATSU (instalações logísticas).
c) Citar as missões que o Adj Pel deve providenciar. Como será
desencadeado o ressuprimento do Pel.
2) Suprimento
a) Classe I
(1) Processo de distribuição do suprimento.
(2) Plano de alimentação.
(3) Local de consumo das refeições.
(4) Método de apanha das refeições.
b) Classe III
(1) Processo de distribuição do suprimento.
(2) Regime de tanque no reabastecimento (pleno ou menor).
(3) Nível mínimo de tanque (3/4, 1/2 ou 1/4).
c) Classe V
(1) Processo de distribuição do suprimento.
(2) Restrição de munição.
(3) Composição da turma de remuniciamento do pelotão.
d) Classe X (água)
(1) Processo de distribuição do suprimento.
(2) Método de reabastecimento (cantis ou camburões).
(3) Consumo d’água de fontes locais.
3). Transporte
a) Plano de embarque do pelotão.
b) Local de estacionamento das viaturas .
4) Manutenção
a) Evacuação de material danificado ou em pane.
b) Material salvado ou capturado (procedimentos).

8-15
5) Saúde
a) Evacuação de feridos e doentes.
b) Localização do posto de socorro do regimento (PSR).
6) Pessoal
a) Controle de efetivo
(1) Situação de pessoal do pelotão (hora da informação para a SU).
(2) Controle de elementos baixados.
b) Recompletamento
(1) Hora e local de recebimento dos recompletamentos.
(2) Redistribuição de pessoal no pelotão.
c) Sepultamento
(1) Identificação, registro e espólio (procedimentos).
(2) Evacuação de mortos.
d) Prisioneiros de Guerra
(1) Revista e imobilização (procedimentos).
(2) Evacuação de PG.

g. Comando e comunicações
1) Rede rádio do pelotão e da SU
a) Indicativos e freqüências (Pcp, alt, Esc Sp...).
b) Procedimentos quanto às interferências.
c) Códigos e autenticações.
2) Extratos e mudanças das IECom
3) Prescrições quanto ao uso do rádio
a) Regime.
b) Abertura da rede.
4) Sinais a braços, bandeirolas ou lanternas.
5) Senha, contra-senha e sinal de Rec.
6) Cadeia de comando.
7) Controle (checar relógio).
8) Anexos (DRR, QRR).
9) Sistema físico.
10) Medidas de proteção eletrônica.

h. Será apresentado abaixo o extrato de uma ordem ao pelotão e do seu respectivo


caixão de areia “esquema de manobra”. Estes documentos servirão como base da
organização dos meios audiovisuais da ordem ao Pel e fazem parte do conceito da
operação. Estes planejamentos são produzidos após o recebimento da missão do Cmt
Esqd. A ordem ao pelotão resume os aspectos da missão do Esqd, inerentes única e
exclusivamente ao Pel em questão. O caixão de areia é produzido através da filtragem
das medidas de coordenação e controle existentes no esquema de manobra do Cmt Esqd
e inerentes apenas ao pelotão em questão.

8-16
Extrato da Ordem ao 1° Pel C Mec

A fim de cooperar com o 1º Esqd C Mec na missão de Reconhecer os eixos


que demandam para o Norte, o 1º Pel C Mec vai:
1) Realizar uma marcha em coluna tática da atual Z Reu até a L Ct
LANÇA, pelo Itn Prog VELAME e, a partir de D/0600, Rec eixo e zona entre as
L Ct LANÇA e L Ct SELA, devendo cumprir a sua missão em 03 fases:
1ª Fase: entre as L Ct LANÇA e L Ct CAVALO, Rec o Eixo FITA, devendo
informar sobre as condições de trafegabilidade e sua adequabilidade para as
tropas da DE.
2ª Fase: entre as L Ct CAVALO e L Ct COICE, Rec a zona de ação, devendo
informar sobre:
- as condições de trafegabilidade e sua adequabilidade para as tropas da
DE;
- a localização, composição e valor do inimigo;
- a existência de penetrantes alternativas a partir da RJ 161 na direção da
localidade de Tróia do Leste;
- a existência de regiões de passagens sobre o Rib LEONI;
3ª Fase: entre as L Ct COICE e L Ct SELA, Rec o Eixo FITA com o 1º Pel C
Mec, devendo informar sobre as condições de trafegabilidade e sua
adequabilidade para as tropas da DE.
2) Atingir a LCt SELA até D/1600.
3) Ligar-se com o 2º Esqd C Mec a W nos P Lig 1 ,3 ,5 e 7 e com o 2 Pel C
Mec a E nos P Lig 2, 4, 6 e 8;
4) Em fim de missão Conquistar O1, devendo ficar ECD prosseguir para
Norte em missão de Rec.
4) Logística
- (omitido)
5) Comando e comunicações
- (omitido)
Tab. 8-10. Extrato da ordem ao Pel

8-17
LCt SELA

LCt SELA

Mo do Japonês

LCt COICE
LCt COICE

LCt CAVALO
LCt CAVALO

Faz do Juan

Faz do TITO

LCt LANÇA LCt LANÇA

Fig. 8-1 Caixão de Areia do Cmt Pel

8-18
8-11. INSPEÇÃO INICIAL

a. Após a emissão da ordem ao pelotão, o Cmt Pel deverá rapidamente realizar uma
inspeção inicial, a fim de verificarem possíveis ajustes a serem providenciados antes da
realização do ensaio da sincronização.

8-12. ENSAIO DA SINCRONIZAÇÀO

a. O Cmt Pel deverá conduzir o ensaio da sincronização. Esta é a última fase do


trabalho de comando e tem como principal objetivo consolidar e sincronizar
sequencialmente, as ordens transmitidas na O Pel.

c. O ensaio da sincronização é organizado tomando-se por base fases da manobra


e a “linha do tempo”. As referidas fases da manobra serão baseadas em medidas de
coordenação e controle e/ou acidentes nítidos do terreno (L Ct, LP/LC, P Atq, Z Reu,
ravinas que dissociam o Mvt, Obst naturais que dissociam a manobra, etc.)

d. O Cmt Pel deverá analisar a manobra e faseá-la para fins da execução da


sincronização.

e. O Cmt Pel deverá formar as guarnições com o pessoal desembarcado, conforme


a formação de combate a ser adotada pelo Pel em cada uma das fases, conforme a linha
do tempo. A partir deste momento dá-se início ao ensaio da sincronização, que
transcorrerá por fases e dentro da seqüência de execução, por parte das frações do Pel.

f. Para fins de ilustração, considerar-se-á um Pel C Mec tendo recebido, em sua Z


Reu, a missão de realizar um Ataque Coordenado na COTA da ÁGUIA. A sincronização
dar-se-á da seguinte forma:

FASES e
AÇÕES A REALIZAR
LINHA DO TEMPO
Guarnições desembarcadas adotam o mesmo dispositivo das Vtr.
1ª Fase: Z Reu
(Fig. 9-2)
Guarnições deslocam-se, desembarcadas, seguindo a O Mvt,
2ª Fase: Itn Prog
prevista pelo Cmt Pel para esta fase. (Fig. 9-3)
Partindo da formação utilizada no Itn Prog, as guarnições tomarão o
3ª Fase: P Atq
dispositivo previsto para o início do Atq. (Fig. 9-4)
Guarnições ultrapassam a LP / LC na formação prevista,
4ª Fase: LP / LC movimentando-se conforme a maneabilidade indicada para cada
fração conforme a O Pel. (Fig. 9-5)
Guarnições adotam a formação previstas para as ações de
5ª Fase: Obj
consolidação e reorganização. (Fig. 9-6)

8-19
1ª Fase – Z Reu

Pç Mrt GC

Gp Cmdo

G Exp
Seç VBR

Fig. 8-2 Pel C Mec desembarcado na Z Reu.

2ªFase – Itn Prog

Gp Cmdo

2ª Pa G Exp Pç Mrt
GC Seç VBR 1ª Pa G Exp

Fig. 8-3 Pel C Mec na O Mvt prevista para a progressão pelo Itn Prog.

8-20
3ªFase – P Atq

1ª Gp 2ª
VBR Cmdo VBR

2ª Pa G Exp
1ª Pa G Exp
GC

Pç Mrt

Fig. 8-4 Pel C Mec na formação prevista na P Atq.

4ªFase – Rompimento da LP / LC

1ª VBR

2ª VBR
Gp
Cmdo
2ª Pa G Exp
1ª Pa G Exp

GC

Pç Mrt

Fig. 8-5 Pel C Mec na formação prevista para conquistar o objetivo.

8-21
5ª Fase – Consolidação e reorganização

1ª VBR 2ª VBR
Gp
Cmdo

2ª Pa G Exp 1ª Pa G Exp
Cota da
Águia

GC

Pç Mrt

Fig. 8-6 Pel C Mec desdobrado nas ações de consolidação do objetivo.

8-13. INSPEÇÃO FINAL E PARTIDA

a. Findo o ensaio da sincronização o pelotão, até então desembarcado, retorna para


as suas viaturas e realiza a última conferência e aguarda o horário pré-estabelecido para
partir para o cumprimento da missão.

8-14. ORDENS FRAGMENTÁRIAS

a. Conceito
Ordens fragmentárias são intervenções de comando que alteram o planejamento
inicial, conferindo nova orientação ao desenrolar das ações. Elas foram desenvolvidas
como uma ferramenta do Cmt para acompanhar o ritmo do combate blindado, que se
caracteriza por constantes alterações na situação tática. As O Frag, ressalte-se bem, não
substituem, de forma alguma, o planejamento do Cmt SU mas sim, constituem-se em
valiosíssimo instrumento para que este possa agir face às manobras inimigas.

b. Vantagens:
1) aceleram o ritmo das operações militares; e
2) aceleram a flexibilidade para o comando.

8-22
c. Desvantagens:
1) vulnerável às ações de guerra eletrônica;
2) possibilidade de não compreensão pelos escalões subordinados; e
3) necessidade de adestramento do Comandante e da tropa.

d. Metodologia
1) Ao emitir uma ordem fragmentária, deve-se um tempo de retardo entre o alerta
e a situação. Assim que as frações escutarem o alerta de ordem fragmentária, deverão
desdobrar no terreno, apanhar material de anotação e acompanhar a decisão de seu
comandante.
Na emissão da ordem fragmentária, segue-se a mesma seqüência da ordem de
operações, sendo que os parágrafos 4° e 5° serão om itidos. Os parágrafos 1°, 2° e 3° são
imprescindíveis, porém não há necessidade de repetição de comandos anteriores. Dados
importantes quanto à situação inimiga (tipo de viaturas, quantidade, localização e atitude)
não devem ser omitidos.
A fim de facilitar a transmissão da ordem pelo meio rádio, deve-se maximizar o
emprego de normas gerais de ação, bem como adotar sistemas de tela código para
transmissão de posições.
IMPORTANTE: não há uma padronização rígida para este tipo de ordem, o mais
importante é o entendimento mútuo. Deve-se ter o cuidado para não esquecer nenhum
elemento da subunidade ou pelotão (no caso do Esqd, é comum o Cmt esquecer da Seç
Cmdo e do OA),
A emissão de boas ordens fragmentárias é uma habilidade difícil. Como tal, deve
ser objeto de treinamento constante por parte dos Cmt SU. Como metodologia de
instrução, a manobra mais simples de aprendizado é o caixão de areia. Nele, o Cmt SU
deve reunir seus Cmt de fração, criar situações e emitir ordens. Em um primeiro estágio,
em claro e sem preocupação com a concisão (palavras e expressões repetidas ou
inúteis). O importante é não esquecer nenhuma fração e certificar-se de que todos
entenderam o que fazer. Nesta primeira fase, as NGA devem ser padronizadas
Num segundo momento, o Cmt deve preocupar-se em torná-la mais concisa,
eliminando palavras redundantes ou desnecessárias, além de adequar-se ao tempo de 3
a 5 segundos em que o botão transmissor deverá permanecer apertado. Para tanto, a
ordem deve ser fracionada ("brife" um sinal qualquer para que os subordinados
reconheçam o término da transmissão a fim de evitar interrupções).
Num terceiro estágio, separar todos os comandantes de fração de forma que
ninguém tenha contato visual e treinar os mesmos procedimentos anteriormente citados
utilizando rádios portáteis. Um outro militar deverá criar situações para os Pel transmitirem
para o Cmt SU, de forma que estes possam tomar decisões e retransmiti-las, sendo que
os Pel deverão também emitir suas ordens fragmentárias. Dessa forma fecha-se o ciclo
de reação às evoluções da situação tática. Nesta fase, a ênfase deve ser dada ao
entendimento das ordens e à precisão da transmissão dos informes. Em um primeiro
momento não há a necessidade de pressionar o tempo, mas, com o adestramento, este
fator deverá ser inserido até atingir um padrão que varie de 3 a 5 minutos (apenas
referência, na verdade, quanto mais rápido melhor, sem perder o parâmetro do exeqüível)
para decisão e transmissão da ordem. Somente após o domínio do ciclo supracitado,
deve-se introduzir o sistema de mensagens pré-estabelecidas.
Em uma quarta fase, operar no terreno e observar como os Cmt de Pel/Seç Cmdo
se desenvolvem. Importante: cobrar dos subordinados o sinal de entendido ou não.
Somente a partir daí iniciar a utilização de códigos de mensagens preestabelecidas. Um

8-23
teste eficaz para as habilidades será quando alguém criar uma situação tática e, no
máximo, três minutos, o Comandante consegue tomar uma decisão e transmitir sua
ordem.

2) Orientação através do ponto de referência


a) Finalidade: designação rápida de um ponto.
b) Facilitar a transmissão pelo rádio.

A D
A

B C

Designação A +5 - 2 Designação D -6-7

e. Exemplo Nr1 de Ordem Fragmentária de Pel C Mec

SEQÜÊNCIA FALA NO RÁDIO COMENTÁRIOS


ALERTA Pel atenção o frag! CHAMADA PARA QUE OS
SUBORDINADOS ESTEJAM
ATENTOS
SITUAÇÃO UMA VBTP INI EM POS DEF EM C+4+5 DIZER DIVALOCOM E ATITUDE
DO INI ESPECIFICANDO TIPO
DE VTR E ARMAMENTO
MISSÃO Minha intenção é: ATACAR PARA DESTRUIR O DIZER SUA INTENÇÃO DE
INIMIGO FORMA CLARA
EXECUÇÃO Para isso: NÃO HÁ UMA SEQÜÊNCIA
G Exp ocupa posição em d-1+2 RÍGIDA PARA ESTE COMANDO.
Realiza base de fogos IMPORTANTE É DIZER O QUE
Abri fogo tão logo posição seja ocupada CADA FRAÇÃO FARÁ
Cessa fogo mediante ordem CLARAMENTE.
Pç Ap realizar base de fogos da atual posição
imediatamente. NÃO ESQUECER NENHUM
Cessar fogo mediante ordem. ELEMENTO DO PEL
Seç VBR atacar liderando a formação. Direção de
ataque. ESPECIFICAR A DIREÇÃO DE
C+2+1; b+2-1. ATAQUE
Início Atq Mdo O.
GC atacar à retaguarda da Seç VBR. Direção de DEFINIR UMA REGRA DE
ataque c+2+1; b+2-1. Início Mdo. Desembarcar a ENGAJAMENTO
meu comando.
Não há tropa amiga à frente
Fogo à vontade!
FINALIZAÇÃO Câmbio FRAÇÕES DIZEM SE
ENTENDERAM E CUMPREM A
MISSÃO

8-24
SEQÜÊNCIA FALA NO RÁDIO COMENTÁRIOS
ALERTA PEL ATENÇÃO O FRAG! CHAMADA PARA QUE OS
SUBORDINADOS ESTEJAM
ATENTOS
SITUAÇÃO DUAS VBR E UMA VBTP INI com FUZ DIZER DI VA LO COM E
DESEMBARCADOS EM POS DEF EM C+4+5 ATITUDE DO INI
UMA VBTP RETRAI DE S PARA N ESPECIFICANDO TIPO DE VTR
E ARMAMENTO
MISSÃO MINHA INTENÇÃO É: FIXAR O INIMIGO DIZER SUA INTENÇÃO DE
FORMA CLARA
EXECUÇÃO PARA ISSO: NÃO HÁ UMA SEQÜÊNCIA
GE realizar base de fogos nas atuais posições RÍGIDA PARA ESTE COMANDO.
desde já IMPORTANTE É DIZER O QUE
cessar fogo MDO CADA FRAÇÃO FARÁ
VBR ocupar posição em D-2+4 CLARAMENTE.
Abrir fogo imediatamente
Cessar fogo MDO NÃO ESQUECER NENHUM
GC acompanhar VBR ELEMENTO DO PEL
PÇ AP ocupar Pos em D-2+5
Abrir fogo imediatamente em C-2+3 cessar MDO ESPECIFICAR A DIREÇÃO DE
não há tropa amiga à frente ATAQUE
fogo à vontade!
DEFINIR UMA REGRA DE
ENGAJAMENTO
FINALIZAÇÃO Câmbio FRAÇÕES DIZEM SE
ENTENDERAM E CUMPREM A
MISSÃO

8-25
ANEXO A

O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO EM OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI


E DA ORDEM

A-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. A base legal para o emprego da F Ter nas ações de GLO encontra-se no Art 142
da Constituição da República Federativa do BRASIL, de 05 de outubro de 1988 e
complementada por outros artigos, decretos e leis. Haja visto, a possibilidade de novas
leis serem criadas e outras serem revogadas, o amparo legal, hoje (Jul de 2006), em vigor
esta sendo citado no apêndice Nr 1 do referente anexo. Diante disto, o que pode ser hoje
a última palavra em termos de legislação, no decorrer da vida útil documento, as
referências legais alinhavadas podem perder a sua validade e induzir ao erro:

b. O mais importante do que o amparo legal é o comandante do Pel C Mec, ter o


conhecimento detalhado e exato das REGRAS DE ENGAJAMENTO que serão utilizadas
durante determinada operação/ação. Essas regras deverão ser claras, precisas, concisas
e expedidas a todos os integrantes do pelotão. Qualquer dúvida deverá ser esclarecida
com o escalão superior. Após isso o Pelotão deverá treinar exaustivamente essas regras
de engajamento.

A-2. CONCEITOS BÁSICOS

a. Garantia da Lei e da Ordem - Atuação coordenada das Forças Armadas e dos


órgãos de segurança pública na execução de ações e medidas provenientes de todas as
expressões do poder nacional em caráter integrado e realçado na expressão militar. Tem
por finalidade a garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem.

b. Situação de Normalidade
1) Situação na qual os indivíduos, grupos sociais e a Nação sentem-se seguros
para concretizar suas aspirações, interesses e objetivos, porque o Estado, em seu sentido
mais amplo, mantém a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio. As
forças adversas (F Adv) podem estar atuantes, sem entretanto, ameaçar a estabilidade
institucional do País. No plano legal, caracteriza-se pela plena vigência das garantias
individuais e pela não utilização das salvaguardas constitucionais. Nesta situação, a ação

1
da F Ter pode ser determinada, caso se caracterize o comprometimento da ordem
pública.

2) Deve-se considerar que as ações de GLO poderão desenvolver-se dentro de


um quadro de normalidade institucional onde não será adotada nenhuma salvaguarda
constitucional. É importante ressaltar também, que o emprego da F Ter estará respaldado
por instrumento jurídico definido, quando da emissão da ordem do Presidente da
República e, ainda, que já terão sido esgotadas todas as possibilidades de solução
através do emprego de meios de segurança pública.

3) No planejamento das ações é preciso compreender que os “oponentes”


enfrentados pela tropa não serão unicamente as F Adv - segmentos radicais infiltrados em
grupos - e sim, toda a massa popular que é por eles manobrada.

4) As lideranças das F Adv, normalmente, conhecem as técnicas capazes de inibir


a liberdade de manobra do Cmt da tropa. Para isso, não hesitam em colocar na “linha de
contato” as mulheres, crianças, deficientes físicos e idosos.

5) Normalmente, dispõem de uma rede de informantes bem montada, possuem


bons contatos nos meios de comunicação social e um excelente assessoramento e
cobertura jurídica.

6) Acostumados a enfrentamentos violentos com o aparelho policial, a F Adv


torna-se vulnerável a ações alternativas em que a tropa não faça uso de medidas de
força. São vulneráveis, também, à possibilidade de identificação feita através de
fotografias e/ou filmagens.

7) Talvez a consideração de maior importância sobre os oponentes, é que, em


sua quase totalidade, serão constituídos por brasileiros. Não podem e não devem ser
tratados como inimigos, pois se assim a tropa os considerar, talvez, esteja vencendo-os
naquele momento, mas, contribuirão de maneira decisiva para a consecução do objetivo
final das F Adv. Este aspecto deve estar muito claro na mente daqueles que forem
planejar e executar ações de GLO contra F Adv.

8) Em situação de normalidade, os instrumentos de que dispõem os governos


para a preservação da Ordem Pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio são:
a) Polícia Federal;
b) Polícia Rodoviária Federal e Estadual;
c) Polícia Ferroviária Federal;
d) Polícias Militares;
e) Polícias Civis;
f) Corpo de bombeiros;
h) Defesa Civil; e
g) Guardas Municipais.

9) As ações que podem comprometer a Ordem Pública de modo a justificar a


intervenção das Forcas Armadas são:
a) Greves ilegais em setores essenciais;
b) Saques;

2
c) Ocupações ilegais de propriedades públicas e privadas;
d) Invasões de terras;
e) Bloqueios de ruas e estradas;
f) Seqüestros;
g) Terrorismo seletivo;
h) Narcotráfico;
i) Crime organizado; e
j) Qualquer ação que caracterize uma desestabilização do poder nacional.

c. Situação de Não-Normalidade - Situação na qual as F Adv, de forma potencial ou


real, comprometem gravemente a ordem pública, chegando a ameaçar, ainda que
potencialmente, a estabilidade institucional, a integridade e a soberania nacionais
acarretando grave comprometimento da ordem pública, comprometimento da ordem
interna ou o grave comprometimento da ordem interna. No plano legal, caracteriza-se pela
decretação das salvaguardas constitucionais, a intervenção federal, o estado de defesa
ou o estado de sítio.

d. Ações e Medidas Preventivas - As ações e medidas preventivas têm caráter


permanente e, normalmente, restringem-se às atividades de inteligência e comunicação
social. Algumas operações tipo polícia, de menor porte, poderão ser realizadas, em
caráter episódico, num quadro de cooperação com os governos estaduais ou com o
Ministério da Justiça, visando evitar o agravamento da perturbação da ordem.

e. Nas atividades de inteligência, o Pel C Mec se limita a repassar ao Esc Sp, os


informes levantados (coleta de informações) sem haver a necessidade de buscar essas
informações através de operações e pedidos de busca.

f. Nas atividades de comunicação social, o Pel C Mec fará a segurança da tropa


encarregada de realizar a ação cívico-social (ACISO) ou fará a distribuição e divulgação
através de aparelhos de som e folhetos, das informações que interessam à população civil
local.
g. As ações e medidas operativas (tipo polícia) deverão ser em caráter episódico e
poderão ocorrer:
1) numa situação de normalidade, num quadro de cooperação com os governos
estaduais ou com o Ministério da Justiça, apoiando e/ou coordenando as ações dos
órgãos de segurança pública, e, até mesmo, atuando por meio de medidas operativas; ou

2) numa situação de não-normalidade, com aplicação de salvaguardas


constitucionais. As ações e medidas operativas conduzidas na situação de não-
normalidade serão executadas dentro de uma Zona de Operações (Z Op), que será
delimitada, na área conturbada, com base no ato legal da autoridade que determinou o
emprego da F Ter.

h. A Força Adversa - a definição de F Adv abrange todos os segmentos que,


utilizando procedimentos ilegais, comprometem a ordem pública ou a ordem interna do
país.

3
A-3. FUNDAMENTOS DOUTRINÁRIOS DA GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

a. Máximo Emprego da Inteligência


1) Nas ações de GLO, o uso da força deve ser restrito ao mínimo absolutamente
indispensável. Para que isso ocorra, é imprescindível a disponibilidade dos
conhecimentos necessários sobre as F Adv. Esses conhecimentos devem ser buscados
de forma permanente, por meio de adequadas operações de inteligência;

2) O emprego de ações em força sem o adequado apoio de inteligência poderá


conduzir a F Ter à desmoralização, ao antagonismo com a opinião pública e ao
insucesso.

3) A inteligência para o Pel C Mec, se limita à coleta de informações.

b. Limitação do Uso da Força e das Restrições à População


1) Na GLO, a execução de ações em força pode vir a ser fator de desgaste para
as forças legais. Esse desgaste tende a aumentar com o passar do tempo e se alimenta
de fatos, desde situações graves, como a morte de inocentes, até a execução de medidas
simples que afetem a rotina da população, como a identificação dos moradores de uma
determinada comunidade.

c. Máximo Emprego da Dissuasão - O poder de dissuasão deve ser explorado ao


máximo visando-se evitar a adoção de medidas operativas. Quando estas forem
adotadas, a força legal deve procurar limitar o uso da força e das restrições à vida normal
da população. A dissuasão é obtida por meio da utilização do emprego da MASSA, que
fica caracterizado ao se atribuir uma ampla superioridade de meios às forças legais em
relação às F Adv. A Cavalaria caracteriza-se pela ação de choque (proteção blindada e
poder de fogo), entretanto nem todo o armamento do Pel Mec poderá ser empregado na
GLO. A VBR CASCAVEL e a VBTP URUTU poderão ser utilizadas, junto com a tropa,
como meio de dissuasão e transporte, entretanto seus armamentos pesados (canhão 90
mm e Mtr .50) não poderão ser empregados contra a F Adv, pelo seu elevado poder de
destruição e morte, excedendo em demasia o uso gradativo da força.

d. Máximo Emprego da Comunicação Social - O êxito das ações de GLO depende


do apoio da população. O uso adequado e intensivo da Comunicação Social, em seu
sentido mais abrangente (Relações Públicas e Informações Públicas), é básico para a
conquista e manutenção do apoio da população, bem como, para desenvolver nela uma
atitude contrária às F Adv.

e. A definição da responsabilidade da negociação.


1) Nas ações de GLO o uso da força deverá ser sempre precedido de
negociação, com a finalidade de preservar a integridade física de pessoas e/ou bens, bem
como de preservar a imagem da F Ter.

2) O emprego da força é uma conseqüência da falência da negociação e


admitem a possibilidade de danos à integridade física de pessoas e/ou bens.

3) A negociação deve ser conduzida por pessoas habilitadas e autorizadas.


Negociar não é atribuição do comandante da força empregada. O Pel C Mec

4
proporcionará nesses casos somente segurança ao(s) negociador(es) ou mesmo atuará
como elemento de dissuasão durante as negociações.

A-4. ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS

a. Comunicação Social
1) A defesa dos direitos humanos e proteção das minorias são alguns dos temas
que sempre terão espaço nas manchetes da mídia nacional e internacional, não
importando a verdadeira história de cada caso ou fato.

2) A população brasileira verá, através da mídia, a atuação da tropa federal


quando empregada contra F Adv.

3) Assim, é preciso que o apoio da população seja considerado um objetivo tático


a ser conquistado a cada novo dia. Um simples incidente, intencionalmente explorado na
mídia, poderá macular a imagem da instituição, prejudicando o precioso e imprescindível
apoio da população.

4) A mídia é um vetor poderoso de sucesso e será capaz de transformar uma


vitória no campo militar em derrota sob a ótica política e da opinião pública.

5) Desta forma, é imperativo que os comandos em todos os níveis aprendam e se


adestrem no trato com os profissionais da imprensa, fazendo da convivência com eles
uma rotina operacional.

6) Toda informação, desde que autorizada sua divulgação, deverá ser repassada
aos profissionais da imprensa, de forma a evitar que determinado fato ocorrido seja
manipulado ou divulgado de forma negativa para a imagem da tropa.

7) Na execução de operações de GLO, após a quebra do sigilo, não devem ser


impostas proibições ao livre exercício do jornalismo. Não se deve temer a filmagem das
atividades da tropa. Esta, bem adestrada e bem comandada, saberá empregar a medida
de força necessária e suficiente. Por outro lado, a filmagem dos acontecimentos por
profissionais da imprensa dará credibilidade a uma futura comprovação dos fatos, se
argüidos juridicamente.

8) A opinião pública e a mídia, mal trabalhadas e colocadas em campo oposto ao


da F Ter, serão fatores de limitação à liberdade de manobra dos Cmt de tropa empregada
em ações GLO.

9) Deve ser colocado para a mídia, que a tropa não realiza ações contra
movimentos sociais, reivindicações ou idéias. As ações realizadas restringem-se à
garantia da lei e da ordem. Na mesma linha, deve ser colocado que os supostos direitos
da F Adv não podem se sobrepor ao ordenamento jurídico vigente, nem aos direitos de
terceiros.

10) Em resumo, os profissionais da mídia devem ser bem tratados e todos os fatos
e informações deverão ser levados ao conhecimento dos mesmos, desde que autorizados

5
pelo escalão superior, a fim de evitar a “invenção” de estórias por parte da mídia sobre
determinada matéria.

11) Cabe ressaltar que o Cmt Pel C Mec e seus integrantes não estarão
autorizados a conceder entrevistas. Normalmente, em situações de emprego da tropa, um
oficial superior ou o próprio Cmt de OM receberá esta tarefa. Tanto os Rgt como a Bda,
possuem em seus quadros de funções, militares responsáveis pelas relações publicas.
Aos elementos do Pel C Mec deverão ser orientados a repassarem a imprensa a seguinte
mensagem: “Não estou autorizado a conceder entrevistas, qualquer questão sobre este
assunto deverá ser tratado no comando da(o) Bda C Mec (ou do RC Mec)”.

12) A tropa estará sempre sendo observada pela população local, logo, uma tropa
bem fardada e equipada, adestrada e disciplinada, com um padrão de conduta ilibada,
procurando sempre a correção de atitudes e de procedimentos, causará um impacto
positivo e transmitirá confiança e seriedade para o povo. Este aspecto favorece tanto a
dissuasão, como cria um ambiente de respeito aos militares que estarão ocupando ruas,
em contato direto com a população. Exemplos de atitudes que, sendo realizadas na
presença do civil, podem difamar a imagem e consequentemente desgastar o respeito da
tropa:
a) Militar mal fardado, mal equipado e desarmado;
b) A tropa demonstrando cansaço e dormindo dentro de viatura ou na própria
calcada da rua, em, locais visíveis pela população;
c) Militar com o capacete fora de ajuste na cabeça;
d) Militar despreparado para o trato com a população durante um bloqueio de
vias urbanas, atuando de forma insegura ao solicitar que um motorista apresente
documentação do seu veículo ou que desça do carro;
e) Falta de ação de comando no trato com civil, sem perder entretanto o
respeito;
f) Desentendimentos entre os militares ocupantes de uma posição,
demonstrando falta de coordenação e espírito de corpo da tropa;
g) Descontentamento da tropa ou de determinado militar em virtude de estar
ocupando posição, sem rodízio, por um longo período ou por não haver ainda recebido
sua alimentação;
h) Condutas e procedimentos errôneos durante as operações; e
i) A utilização de gírias ou expressões pejorativas para o trato com a
população. Ex: “Bacana, campeão, malandro, compadre”.

b. Inteligência
1) A atividade de inteligência nas ações de GLO, no nível pelotão, estará limitada
a coleta e busca de informações, ou seja, informar os fatos ocorridos de forma clara e
precisa, sem conter opiniões ou análises, procurando esclarecer da melhor forma possível
cada situação. Não deve haver, por parte do Cmt Pel C Mec, a preocupação em produzir
conhecimentos, executando ações de busca.

2) Deve-se procurar esclarecer sempre cada situação. A produção de


conhecimentos não é missão do Pel C Mec. O maior aliado do Pel na obtenção de
informes/informações é a população local e as denúncias anônimas.

c. Negociação

6
1) Nas operações de garantia da lei e da ordem o Cmt Pel não será responsável
pelas negociações, cabendo ao Pel apenas a realizar a segurança dos negociadores e
atuar com o objetivo de dissuadir a força adversa.

A-5. ESTUDO DE SITUAÇÃO DA OPERAÇÃO

a. No estudo de situação da operação devem ser considerados:


1) Quanto à missão
a) definir com exatidão e clareza as ações a realizar;
b) as Regras de Engajamento que deverão ser empregadas; e
c) normalmente estará ligada à missão de PACIFICAR.

2) Quanto aos oponentes


a) identificação dos líderes (fotografias);
b) sinalização visual empregada para identificação das lideranças durante as
manifestações;
c) meios que empregam para conduzir a massa (carros de som, megafones,
sinais, etc.);
d) existência de: estrangeiros, mulheres e crianças, deficientes físicos e idosos;
e) qual a forma de atuação? Possuem armas de fogo?
f) como funciona o apoio logístico (alimentação, medicamentos, etc.)?

3) Quanto ao terreno
a) dimensões e acessos da área ocupada - como fazer o isolamento?
b) Itinerários de fuga da área ocupada;
c) características da área (urbana - rural): edificações, bosques, cursos de água,
transitabilidade, características das ruas (comprimento e largura), e outros;
d) previsão das condições meteorológicas.

4) Quanto aos meios


a) necessidade de maximizar o emprego do Princípio da Massa;
b) a tropa possui experiência nesse tipo de operação?
c) disponibilidade de helicópteros como meio de observação e informação para a
tropa que se encontra no solo, das atividades, localização e conduta da força adversa;
d) presença da Polícia Militar (PM) em controle operacional das Forças
Armadas;
e) representantes dos organismos governamentais ligados ao problema (IBAMA,
FUNAI, e outros);
f) assessoria jurídica;
g) representação do poder Judiciário - constituição de um “cartório móvel”;
h) disponibilidade de instalações, recursos e pessoal para atendimento médico a
elementos da F Adv que necessitarem, ou resolverem desistir de participar das ações ou
para aqueles atingidos acidentalmente (dano colateral) pela tropa, durante uma
determinada ação;
i) transporte civil para evacuação ou deslocamento da massa popular, se for o
caso;
j) pessoal militar de assessoria de comunicação social e representantes da
imprensa;

7
k) o Pel C Mec poderá receber equipamento, armamento e munição especiais,
para emprego na GLO, principalmente o grupo de exploradores e o grupo de combate,
materiais tais como: colete balístico nível III, equipamento de proteção individual,
capacete com viseira frontal, ombreira, protetor de mãos, caneleira, joelheira, cotoveleira,
escudo de proteção balístico nível III com visor, cassetete, bastão tonfa, cassetete
elétrico, mascara contra gases, balaclava, algemas descartáveis, granadas de efeito
moral, de luz e som, lacrimogêneas, fuzil lançador de granadas fumígenas, espingarda
calibre 12 com projétil de borracha, rádio portátil, spray de pimenta, detector de matais
portátil, concertinas de 15 metros e outros (operações em áreas urbanas);
l) É importante que junto com a instrução de adestramento em GLO, que os
integrantes do Pel C Mec se adestrem com o equipamento e armamento acima referidos,
a fim de habilitá-los ao uso e emprego destes;
m) A tropa deve possuir equipamentos de som portáteis e de boa potência, para
que as determinações e mensagens, do Cmt da Tropa (Cmt da Unidade ou negociador),
sejam ouvidas pelos integrantes da F Adv. Esse equipamento de som poderá ser
instalado em uma viatura URUTU ou outra viatura em apoio ao Pel; e
n) a tropa deve possuir elementos especializados em fotografia e filmagem.

Fig. A-1. Materiais especiais para ações de GLO em áreas urbanas

5) Quanto ao tempo - conhecer e definir os prazos para:


a) ensaios;
b) aprestamento da tropa e ambientação;
c) deslocamento até a região da operação;

8
d) tomada do dispositivo;
e) efetivar o cumprimento da missão; e
f) a subsistência da F Adv com os meios disponíveis no local em que serão
isolados.

b. No estudo de situação, deve-se procurar uma linha de ação sem que haja, em
primeiro momento, o confronto físico entre a tropa e a massa conduzida pela F Adv.
Assim, deve-se planejar a operação executando as seguintes ações:
1) demonstração de força;
2) negociações; e
3) emprego da tropa.

A-6. FASES DO EMPREGO DO Pel C Mec

a. As fases são:
1) recebimento da missão;
2) retirada de dúvidas;
3) planejamento sumário da missão;
4) ordem preparatória e aprestamentos;
5) reconhecimentos;
6) planejamento detalhado da missão;
7) emissão de ordens de operações (ou ordem fragmentária, no caso de operações
continuadas)
8) ensaios e treinamentos;
9) inspeção de material, equipamento e armamento;
10) O deslocamento para a área-problema;
a) Poderá ser ostensivo ou sigiloso. Preferencialmente, será ostensivo visando
causar impacto e fazer com que as F Adv saibam que o Exército está chegando.

b) Deve-se prever a aproximação por mais de um itinerário.

c) A chegada da tropa ao local-problema deve ser enérgica nas atitudes e


movimentos, sem no entanto ser agressiva. A agressividade vai surgir, à medida que a
força precisar ser, gradativamente aumentada;
11) execução da operação propriamente dita: posto de bloqueio e controle de
estrada (PBCE/PBCVU/PBCVU); identificação de pessoas e controle de movimentos;
demonstração de força; patrulhamento de vias; segurança de áreas e instalações (pontos
sensíveis); controle de distúrbios; escolta de comboio, e outros;
12) lavratura de Auto de Prisão em Flagrante (APF) e socorro médico aos
elementos feridos; e
13) regresso, manutenção e relatórios.

9
A-7. USO DA FORÇA E REGRAS DE ENGAJAMENTO

a. Partindo de uma atuação pacífica da tropa até atingir uma situação em que seja
necessário o emprego do armamento letal, diversas etapas serão percorridas.

USO GRADATIVO
DA FORÇA

b. Quanto ao USO DA FORÇA podemos considerar:


1) Força – uso, ou ameaça de uso, de meios físicos para alcançar um objetivo
autorizado.
2) Força desarmada – uso de força física, antes do uso da “força armada”.
3) Força não letal – nível de força que não é pretendida nem desejável para
causar morte, independente se a morte realmente ocorra.
4) Força mínima – mínimo grau de força autorizada necessária e razoável em
determinadas circunstâncias, para alcançar o objetivo. O mínimo grau de força é aplicável
sempre quando a força for usada. O mínimo de força pode ser a força letal, se apropriada.
5) Força armada – uso de armas, inclusive armas de fogo e baionetas, para
alcançar um objetivo autorizado.
6) Força letal – nível de força pretendido ou desejável para causar morte,
independente se a morte realmente ocorra. Este é o último grau de força.

c. Tiros de alerta – tiro curto executado em um ponto de pontaria seguro, para evitar
danos pessoais ou colaterais.

d. Defesa própria – uso de necessária e razoável força, incluindo força letal, por um
indivíduo ou uma unidade, com o propósito de proteger a si próprio, determinada unidade
ou pessoal protegido contra um ato ou intenção hostil.

e. Proporcionalidade – quantidade de força considerada de razoável intensidade,


duração e magnitude para alcançar um objetivo autorizado.

f. Percepção razoável – condições e circunstâncias que levam um comandante ou


um indivíduo a concluir que a ameaça existe.

g. Identificação positiva - identificação assegurada do que se procura (pode ser


procurado um objeto, uma pessoa ou um local) por meios específicos. Isso pode ser
conseguido por qualquer dos seguintes métodos: visual, medidas de apoio eletrônico,
correlação com plano de vôo, imagem termal, análise acústica passiva ou procedimentos
de identificação amigo ou inimigo.

h. Intenção hostil – ameaça de iminente uso da força, demonstrado por ações que
parecem ser preparatórias para um ato hostil. Uma percepção razoável do ato hostil é
necessária, antes que o uso da força seja autorizado. A consideração se um ato é ou não
hostil deve ser julgado pelo comandante da cena operacional, com base em um ou na

10
combinação dos seguintes fatores: capacidade e preparo da ameaça; evidência disponível
que indica uma intenção de ataque (percepção razoável); e precedente histórico dentro da
Área de Responsabilidade da Missão. Exemplos:
1) dirigir ameaças/desafios/provocações/agressões verbais, e outros;
2) portar ostensivamente arma de fogo, arma branca, pedra, paus, faca, facão,
enxada, foice, e outros.

i. Ato hostil – uma ação cuja intenção é causar morte, dano pessoal ou destruição
de uma propriedade considerada. Exemplos:
1) apontar arma de fogo dentro de seu alcance de utilização;
2) realizar disparos de arma de fogo, mesmo que para o alto;
3) lançar pedras, paus e outros; acender coquetel molotov;
4) erguer ameaçadoramente, à curta distância, faca, facão, enxada, foice e
outros;
5) avançar (ir de encontro) dirigindo ameaças, desafios, provocações verbais, e
outros;
6) instalar, detonar ou lançarem explosivos (inclusive fogos de artifício);
7) lançar veículo deliberadamente na direção de pessoal ou instalações;
8) depredar, invadir, destruir instalações e logradouros públicos; e
9) bloquear vias de circulação empregando ou não obstáculos.

j. Dano colateral - perda acidental de vida de civil, prejuízo a civis ou dano a


propriedade civil não objeto de um alvo autorizado.

k. O Cmt Pel C Mec deverá esclarecer as seguintes dúvidas:


1) O que devo considerar como ato e intenção hostil?
2) Qual o grau do uso (gradativo) da força que devo empregar?
3) Situações para abertura de fogo?
4) Situações que caracterizam a legítima defesa?
5) Como proceder na prisão em flagrante delito?
6) Como proceder na confecção do auto de prisão?
7) Procedimentos em caso de provocação?
8) Quais as regras de engajamento?
9) Tipo de armamento que estou autorizado a conduzir e empregar?
10) Equipamentos a serem fornecidos para a tropa?
11) Tempo para ensaio das ações com o Pel?

l. Para a abertura de fogo deve-se ficar atento a:


1) Só abrir fogo em última instância para ferir, visando incapacitar e não a matar
os agitadores. É interessante que o Pel receba uma instrução sobre os locais que
provavelmente irão incapacitar o agressor. Em princípio, direcionar o(s) tiro(s) para os
membros inferiores. Em caso do agressor estar embarcado em algum veículo que seja
lançado sobre a tropa, procurar incapacitá-lo atingindo o motor/pneu, visando pará-lo.

2) Se o militar for obrigado a abrir fogo, deve:


a) atirar somente o necessário, interrompendo o fogo quando o agressor
houver parado de atirar;
b) utilizar sempre a força mínima visando a ferir e não a matar o agressor;
c) atirar somente na direção do agressor claramente identificado;

11
d) realizar disparos intermitentes (fogo automático, só em último caso);
e) tomar todas as precauções razoáveis para não ferir outra pessoa além do
agressor; e
f) fazê-lo apenas em obediência a ordem direta do Oficial ou militar mais antigo
presente, exceto se, excepcionalmente, estiver sozinho;

3) O militar nunca deve empregar a força como meio de retaliação.

A-8. USO DA FORÇA

a. Limitação do Uso da Força e das Restrições à População.


1) Na GLO, a execução de ações em força pode vir a ser fator de desgaste para
as forças legais. Esse desgaste cresce vertiginosamente com o passar do tempo e se
alimenta de fatos, desde situações graves, como a morte de inocentes, até a execução de
medidas simples que afetem a rotina da população.

2) A necessidade de evitar o desgaste da força legal impõe a limitação, ao


mínimo necessário do emprego de ações em força ou que sejam restritivas à população.
3) Especial atenção deve ser dada pelo Cmt Pel e comandantes de
seções/grupos a fim de evitar o “DANO COLATERAL”. Na execução de determinada
operação, deve-se ter o devido cuidado para não vir a ferir ou matar, acidentalmente, uma
pessoa inocente. Caso venha a ocorrer, tal fato poderá ser explorado pela mídia e pela F
Adv, causando revolta na população local, desgastando a imagem e colocando a opinião
pública contra o Exército, podendo levar a desmoralização da tropa.
4) Nas regras de engajamento do escalão superior deverão constar medidas que
regulem a graduação da força a ser empregada pela tropa. Exemplo para o
PBCE/PBCVU:

12
USO GRADATIVO DA FORÇA DO PARA O 23º RC Mec
(regra geral)
1º Negociação verbal e/ou demonstração visual.
2º Uso da força desarmada.
3º Carregamento de armas .
4º Tiros de alerta para o alto .
5º Uso da força armada (alertando antes de atirar): “TROPA FEDERAL,
PARE OU ATIRO".
Uso gradativo da força para o PBCE/PBCVU
1º Uso de sinalização de PARE e outros (conforme normas do CONTRAN).
2º Uso de Concertina.
3º Emprego de câmeras (foto e vídeo).
4º Uso de quebra-molas (sacos de areia).
5º Uso de latões para forçar o trajeto em zigue-zaque.
6º Emprego de veículos mecanizados como barreiras.
7º Emprego de “fura pneu” nas entradas e saídas do posto.
8º Calar baionetas.
9º Spray de gás (através das janelas).
10º Tiro para o alto.
11º Atire para parar o veículo.
12º Uso de força letal.

A-9. REGRAS DE ENGAJAMENTO

a. Quanto às regras de engajamento - considerar a necessidade de:


1) estabelecer limites de tolerância que anteceda o início do engajamento tático;

2) definir o procedimento da tropa caso se faça necessário o emprego da força,


em princípio, nas seguintes situações:
- autodefesa contra ataques diretos ou ameaça concreta contra sua
integridade física;
- evitar o seu desarmamento;
- evitar a captura de qualquer um dos seus integrantes;
- monitorar e acompanhar manifestações de qualquer natureza;
- impedir o ataque ou tentativa de invasão às suas instalações;
- manter ocupada posições importantes para o cumprimento da missão;e
- evitar ações hostis que impeçam o cumprimento da missão.
3) serem específicas para cada tipo de operação;

4) as regras devem ser do conhecimento de todos os militares envolvidos na


operação (do mais baixo ao mais alto escalão);

5) serem do conhecimento de todas as autoridades civis e militares envolvidas;

6) serem escritas sob a forma de procedimentos detalhados por parte da tropa,


se possível, com exemplos de casos esquemáticos;

13
7) abranger o maior número de situações possíveis de ocorrência em cada Op;

8) serem consolidadas em documento elaborado pelo comandante da tropa


durante a operação (COTer, C Mil A, DE e Bda);

9) As regras de engajamento devem ser elaboradas de forma a orientar as


ações do pelotão e proporcionar um uso da força compatível com cada situação que se
apresente. Exemplos de regras de engajamento:

REGRAS DE ENGAJAMENTO PARA O 23º RC Mec


1. Nível da força:
.......
Regra Nr 1.5 - O uso da força (não incluindo força letal) para prevenir a passagem forçada de
um indivíduo por bloqueio de estrada, PBCE/PBCVU ou cordão de isolamento, cujo
estabelecimento tenha sido determinado pelo escalão superior, está autorizada;
Regra Nr 1.6 - O uso gradativo da força, incluindo força letal, para prevenir ou acabar com
atos de agitação civil está autorizada;
Regra Nr 1.7 - O uso da força, excluindo força letal, para prevenir a fuga de qualquer
elemento preso ou detido, na dependência de ser transferido para as autoridades civis
apropriadas, está autorizada;
Regra Nr 1.8 - O uso gradativo da força, incluindo força letal, para proteger indivíduos
designados pelo escalão superior, em consulta ao Cmt da OM, contra um ato ou intenção
hostil está autorizada.
.......
2. Detenção de indivíduos:
.......
Regra Nr 2.6 - A detenção de indivíduos ou grupos que cometam ato hostil ou demonstrem
intenção hostil contra alguém, alguma unidade ou pessoal da tropa do Exército, durante uma
operação militar, está autorizada;
Regra Nr 2.7 - A detenção de indivíduos ou grupos que tentem forçar passagem por um
bloqueio de estradas, PBCE/PBCVU ou cordão de isolamento, cujo estabelecimento tenha
sido determinado pelo Comandante da Força, está autorizada;
Regra Nr 2.8 - A busca, incluindo em pessoas detidas, por armas, munições e explosivos está
autorizada.
Regra Nr 2.9 - A detenção de indivíduos ou grupos que cometam ato hostil ou demonstrem
intenção hostil contra pontos sensíveis, instalações, equipamentos, áreas ou pertences
designados pelo SRSG, em consulta ao Comandante da Força, está autorizada.
.......
3. Busca e apreensão:
.......

14
10) Para cada ação das Regras de Engajamento, devem-se elaborar possíveis
situações que possam ocorrer como exemplo para a tropa, exemplo:
Situação Hipotética Conduta
1. Um veículo que se aproxima do 1. Empregue técnicas graduais de resposta
PBCE/PBCVU, acelera e tenta romper a definidas para o PBCE/PBCVU. Considere
barreira na via. O veículo bate e o motorista as técnicas mais severas como o uso de
se fere. fogo direto para parar o veículo.

2. Uma equipe responsável pelo ACISO vai 2. Seja educado, informe o ocorrido. Tente
até um orfanato e é impedida por um grupo obter o nome e o endereço dos líderes e
de pessoas de ter acesso ao local. O líder respeitosamente retire-se da área. Trate
comunitário local. Ele informa que a tropa todas as pessoas com respeito e dignidade.
não é bem vinda e que os militares estão
violando seus direitos.
3.Tiros são disparados do meio da multidão.
3.Abrigue-se, trate os feridos e informe o
Cmt SU. Caso o atirador seja identificado,
use a força letal se necessário. Usando a
força letal, os alvos deverão ser engajados
somente com fogo sob pontaria.
4. Você entra numa casa e alguém foge 4. Informe ao Comandante do Esqd. Tente
pela porta do fundo. fornecer uma descrição da pessoa. Não
persiga o elemento. Um indivíduo fugindo
de um isolamento não é uma ameaça,
apenas um suspeito. O uso da força letal
não está autorizada.
5. Durante uma ação da tropa, uma viatura 5. Informe, preste os primeiros socorros e
atropela um pedestre. solicite evacuação médica. Se a tropa
causou os ferimentos, será responsável
pela sua solução. Esteja preparado para
usar as técnicas de resposta gradual para
controle de multidão.
Obs: sempre tente localizar um familiar ou
vizinho para seguir com a pessoa, se ela for
removida do local.

11) Diversas outras situações hipotéticas poderão ser criadas para ensaio do
pelotão como forma de adestramento, exemplo:
12) Devem-se preconizar os princípios para a "utilização do armamento”. Exemplo
de regras para utilização do armamento pelo 23º RC Mec:

REGRAS QUANTO AO USO E EMPREGO DO ARMAMENTO DO 23º RC Mec


REGRA Nr 1 Em Em vigor
vigor Mdt O
1.1 – A pontaria indiscriminada na direção de X
qualquer pessoa é proibida.
1.2 – Atirar com armas fora de treinamentos X
organizados e diferente da forma autorizada por
estas regras é proibido.

15
1.3 – Tiros de alerta estão autorizados. X
1.4 – O uso de lasers para pontaria, identificação de X
alcance e tiro está autorizado.
1.5 – O transporte de armas pessoais alimentadas X
está autorizado.
1.6 - Armas pessoais devem ser transportadas e ter X
um carregador municiado ou munição enfitada
inserida ou presa ao armamento. Entretanto, a arma
não deve estar engatilhada e nenhuma munição
deve estar na abertura ou na câmara do
armamento.
1.7 - Armas a tira-colo devem ser transportadas por X
todo o pessoal servindo na unidade, mas a munição
deve ser transportada separadamente do
armamento.
1.8 - Armas pessoais devem ser transportadas de X
uma forma não ofensiva.
1. ...-...
Regra Nr 2 Em Em vigor
Vigor Mdt O
2.1 – O uso de equipamentos e agentes para X
controle de distúrbio está autorizado.
2.2 Nenhuma arma de controle de distúrbio deve X
ser transportada.

2.3 Armas de controle de distúrbios devem ser X


fornecidas às patrulhas, grupos e seções, mas são
transportadas nos veículos próprios e devem
permanecer fora da vista de pessoal não
pertencente à tropa.
2.4 Armas de controle de distúrbios devem ser X
transportadas abertamente.
2. ...-.....
Regra Nr 3 Em Em vigor
Vigor Mdt O
....... ....... .........

A-10. OPERAÇÕES TIPO POLÍCIA

a. As principais missões em GLO que poderão ser desempenhadas pelo Pel C Mec
são:
1) controlar a população;
2) proporcionar segurança à tropa, às autoridades, às instalações, aos serviços
essenciais, à população e às vias de transportes;
3) isolar a F Adv de seus apoios;
4) impedir a saída de elementos da F Adv de uma Z Op;
5) dissuadir a população fazendo-a desistir da sua intenção;

16
6) diminuir o poder de combate da F Adv e restringir sua liberdade de atuação;
7) apreender material e suprimentos da F Adv; e
8) levantar os locais para bloqueios de estrada.

b. Para isto, o Pel C Mec desempenhará, entre outras, as seguintes ações:


1) estabelecer Postos de Bloqueio e Controle de Estradas (PBCE/PBCVU), em
vias urbanas, área rural e rodovias;
2) realizar Busca e Apreensão de Pessoas, Armamento, Munição e Outros
Materiais, interdição e vasculhamento de áreas;
3) identificar e controlar pessoas;
4) controlar distúrbios;
5) realizar Op de Demonstração de Força;
6) realizar o patrulhamento de vias;
7) realizar escoltas de comboio; e
8) realizar a Segurança de Áreas e Instalações (segurança de pontos sensíveis).

A-11. POSTO DE BLOQUEIO E CONTROLE DE ESTRADA (PBCE/PBCVU), EM VIAS


URBANAS, ÁREA RURAL E RODOVIAS

a. Os PBCE/PBCVU são estabelecidos através do emprego de barreiras para


controlar o movimento da população da área; capturar membros e material diversos da F
Adv; isolar a F Adv na área de operações, impedindo a entrada de seus apoios e reforços;
obter informes; bloquear acessos e restringir a liberdade de movimento das F Adv; tudo
com a finalidade de apoiar as operações de GLO.

b. Um PBCE/PBCVU será instalado por determinação do comando da Unidade,


com a finalidade de cumprir uma ou mais das seguintes missões:
1) controlar o movimento ao longo de um eixo específico;
2) realizar um monitoramento contínuo do movimento em uma estrada;
3) bloquear veículos ou pessoal suspeito;
4) prevenir a evasão de material controlado;
5) impedir a entrada de civis ou militares não autorizados em uma área
específica;
6) inspecionar veículos e pessoal com relação ao transporte de armas, munição
e explosivos;
7) assegurar o uso correto dos eixos pelo tráfego civil e militar; e
8) reagir, no caso de tentativa de fuga, resistência à prisão e ataque ás tropas.

c. O Pel responsável pelo PBCE/PBCVU deve procurar:


1) ocupar diversos pontos de bloqueio, em uma única jornada, para estabelecer,
por um curto espaço de tempo e em horários inopinados, as revistas; ou ocupar um ponto
fixo durante grande parte do dia/noite para executar o PBCE/PBCVU;
2) verificar todos que passam, apenas os suspeitos ou de forma aleatória os
indivíduos a serem revistados;
3) executar ações rápidas e eficientes;
4) manter uma atitude impessoal , respeitosa e enérgica;
5) instruir sua fração de forma apropriada;

17
6) estar apoiado, sempre que possível por Órgãos de Segurança Pública (OSP),
com jurisdição sobre a área (Polícia Federal, Receita Federal, Polícia Rodoviária
Federal, Polícia Militar e outros). Tais elementos atuarão junto com o grupo de revista
e identificação, e serão encarregados das providências legais face a irregularidades de
maior probabilidade de ocorrência. Essa providência cresce de importância em
situação de normalidade, visando preservar os procedimentos legais;
7) ter pleno conhecimento da adoção de Mdd jurídicas.

d. Os PBCE/PBCVU podem ser permanentes ou temporários e seu efetivo pode


variar de um grupo de combate a um pelotão.

e. Os PBCE/PBCVU devem ser estabelecidos em locais onde as estradas


canalizam o movimento, de maneira a dificultar seu desbordamento por parte dos
usuários da estrada e devem contar com uma pequena força de reação, capaz de
perseguir e capturar elementos que tentem se evadir do local, evitando a revista e/ou
identificação.

g. Se for considerada a possibilidade de efetuar revista em pessoas, o grupo de


revista e identificação deve contar com pessoas do sexo feminino.

h. As F Adv na circulação de vias urbanas poderá:


1) estar realizando transporte clandestino de material;
2) estar realizando transporte de simpatizantes, colaboradores e outros;
3) tentando escapar (fugitivos e procurados);
4) resistir à prisão;
5) realizar atos de sabotagem e terrorismo; e
6) outras atividades.

i. Documentos que deverão constar no PBCE/PBCVU:


1) mandado (assinado por juiz de direito) autorizando a execução do bloqueio, se
for o caso;
2) APF (só para crime militar, caso contrário o preso deve ser encaminhado à
polícia judiciária);
3) nota de culpa e termo de apreensão;
4) ficha controle de circulação de veículos e pedestres.

Obs: Será importante a instalação na área de operações, de uma “delegacia


itinerante”, para onde deverão ser conduzidos os ilícitos que venham a ocorrer e que
possa dar suporte jurídico ao Cmt Pel.

18
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
CMS - 3ª RM - 6ª DE - 8ª Bda Inf Mtz
8º ESQUADRÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

PBCE _______________________________________

Identidade CNH Característica


Nome do MOTORISTA Origem Destino GDH OBS
órgão Certificado de Prop do Veiculo

Fig. A-2. Exemplo de Ficha Controle de Circulação de Veículos e Pedestres

A-12. MEDIDAS DE PLANEJAMENTO DO PBCE/PBCVU

a. Um PBCE/PBCVU será, normalmente, montado próximo à uma cidade ou à uma


instalação e, para que tenha sucesso, deverá atuar no eixo principal que demanda à estas
áreas. Poderá também ser montado sobre pontos sensíveis de um eixo (pontes,
desfiladeiros e outros), a fim de cooperar na segurança do fluxo de suprimento da
Unidade ou Esc Sp.

b. A disposição das instalações do PBCE/PBCVU e o nível de preparação deste


ponto dependerão da quantidade de tráfego esperado e da duração da operação.
Independente do tipo, todos os PBCE/PBCVU deverão possuir as seguintes instalações:
1) barreiras na via (sinalização conforme padronização e regulamentação do
Conselho Nacional de Transito);
2) áreas de inspeção;
3) posições de tiro e de segurança; e
4) área de apreensão.

c. Um PBCE/PBCVU, quando em sua organização mais completa, conta com:


1) grupo de comando, normalmente o Cmt Pel, Adjunto e o seu rádio operador;
2) grupo de revista (revistadores, anotadores, controladores de tráfego);
3) grupo de segurança (sentinelas); e
4) grupo de cobertura (reação).

19
Cmt Pel GE
e
GC
VBR Pç de Ap
Gp Cmdo

Gp Revista Gp Cobertura
Gp Seg

Seg Gp Rev
Revistadores Eqp Patrulha
(Seg Afastada)
Seg Aprox

Anotadores

Balizadores F de Reação

Fig. A-3. Organograma do Pel C Mec no PBCE/PBCVU

d. No entanto, esta organização pode variar conforme os seguintes aspectos:


1) fluxo da rodovia a ser bloqueada;
2) número de vias de acesso que incidem sobre o posto;
3) missão imposta ao Rgt pelo Esc Sp; e
4) tempo de duração da missão.

A-13. EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO

a. Barreiras na via:
1) Um PBCE/PBCVU / PBCVU é montado colocando-se duas linhas paralelas de
barreiras cada qual com um intervalo. Estas barreiras devem ser suficientemente grandes
e profundas para impedir que uma viatura consiga desviá-las. A distância entre essas
barreiras deve ser tal, que obrigue que o deslocamento entre elas seja executado em
baixa velocidade.
2) Uma barreira de toras e tonéis deve ser colocada entre as duas barreiras
principais, as quais podem ser feitas utilizando as viaturas blindadas do pelotão. Estas
barreiras intermediárias têm como objetivo o controle do movimento da área de inspeção
até a saída do PBCE/PBCVU/PBCVU.
3) Deve ser instalado nas entradas da barreira, dispositivos como o “jacaré” ou
outro qualquer meio qualquer, a fim de furar os pneus dos veículos que tentem fugir do
bloqueio.

20
4) Antes e após a barreira, deverão ser posicionadas placas de sinalização em
conformidade com o Código de Trânsito.

Fig. A-4. Posto de Bloqueio e Controle de Vias Urbanas

b. Áreas de inspeções:
1) quando da montagem das áreas de inspeção, deverão ser previstas pelo
menos três tipos de áreas de inspeção: veículos, pessoal e pessoal que necessita de
interrogatório detalhado;
2) devem ser colocados obstáculos em locais adequados, empregando placas de
aviso e instalando dispositivos de iluminação e de alarme.
c. Posição de tiro e segurança:
1) as metralhadoras, desembarcadas, deverão ser posicionadas de modo que
possam bater, preferencialmente, as entradas e as saídas do PBCVU. Com as
metralhadoras embarcadas, a patrulha do grupo de exploradores ganha em mobilidade e
facilidade para alcançar o eixo e, rapidamente, partir em uma perseguição, se for o caso;
2) uma patrulha do G Exp poderá posicionar as suas metralhadoras,
desembarcadas, na entrada e na saída do Posto. A outra patrulha poderá se posicionar
com o comandante do G Exp, em posição elevada e central, em condições de controlar as
atividades e servir de força de perseguição.
3) As metralhadoras .50 deverão ser usadas embarcadas nas VBTP, como forma
de dissuadir a F Adv caso venha a se aproximar do bloqueio. Em virtude do calibre da
metralhadora .50, que poderá extrapolar o uso gradativo da força, dependendo da
característica da F Adv, poderá ser adaptada a metralhadora 7,62 mm MAG, na torre da
VBTP, a fim de ser utilizada como armamento orgânico do grupo de combate.

21
Fig. A-5. Adaptação da metralhadora MAG no reparo da Mtr .50 da VBTP URUTU

d. Área de apreensão:
1) Uma área de apreensão será montada tanto na entrada quanto na saída do
PBCE e terá como objetivo guardar as viaturas não liberadas. Normalmente, esta área
ficará entre as barreiras e a área de inspeção deverá estar na linha de tiro das
metralhadoras;
2) Outra área destinada às pessoas presas deve ser prevista, dentro do local do
PBCE/PBCVU/PBCVU, até que seja providenciada a transferência para locais mais
adequados junto ao Escalão Superior.

e. Exemplo de procedimento de revista no PBCE/PBCVU/PBCVU:


1) ao aproximar-se um veiculo, a sentinela da entrada (balizador) deverá sinalizar
para que a mesma pare no local de inspeção. A seguir, a equipe designada
(inspecionadores) procederá à verificação da viatura e do pessoal nela existente,
utilizando espelhos, cães, ou qualquer outro material considerado necessário. Suspeitos
serão entrevistados de forma reservada.
2) ao término da revista, o veículo e seus ocupantes deverão ser liberados.

22
Fig. A-5. Exemplos de Abordagem de veículos

f. Grupo de Comando:
1) será constituído, normalmente, pelo Cmt Pel, Adj e um rádio-operador e será
posicionado num local que lhe permita controlar todas as atividades;
2) É responsável pelos suprimentos Cl I, III e V; por manter as comunicações; e
por providenciar os materiais de fortificação necessários para a operação.

g. Grupo de segurança (sentinelas) – GC - deverá:


1) manter permanente vigilância, destacando equipes de patrulha, a pé, nos
limites curtos do PBCE/PBCVU/PBCVU e ficar em condições de substituir os demais
grupos nas suas funções;
2) reagir prontamente no caso de fuga, resistência à prisão ou à busca, ameaça à
integridade dos elementos do Pel, conforme as regras de engajamento;
3) proteger o material apreendido e fazer a guarda do pessoal detido, além de
proporcionar segurança aproximada do grupo de revista;
4) fazer o patrulhamento das imediações;
5) localizar e construir os abrigos;
6) colocar adequadamente os obstáculos;
7) localizar e instalar adequadamente as armas coletivas;
8) camuflar corretamente a posição;

23
9) estabelecer e operar um Posto de Coleta de Presos (pode ser utilizado uma
VBTP URUTU como prisão provisória); manter e conduzir presos;
11) reagir prontamente no caso de fuga; resistência à prisão ou ameaça à
integridade dos elementos da turma de revista; ou incursões a área do Pel.
12) manter as comunicações com o Cmt Pel e com as demais turmas.

h. Grupo de revista – Seção VBR:


1) composto por revistadores, anotadores, controladores de tráfego (balizadores);
2) prepara as instalações e locais destinados à revista de pessoal e Vtr;
3) coloca obstáculos em locais adequados. Utilizam armas portáteis (Pst 9 mm);
4) posiciona as placas de aviso;
5) instala dispositivos de alarme e de iluminação;
6) identifica e revista pessoal e viaturas;
7) apreende material ilegal e de propaganda subversiva e obtém informes;
8) prendem suspeitos (simpatizantes, colaboradores, e F Adv);
9) trata convenientemente a população civil;
10) balizam e controlam o trafego de veículos na aproximação e saída do
PBCE/PBCVU. Permanecem com colete de sinalização e armados de pistola. Utilizam
também capacete e colete balístico, como todo o pelotão;
11) mantém permanente vigilância;
12) providenciam para que as mulheres sejam revistadas por mulheres ou por
médicos;
13) deve ser escalado um graduado, devidamente preparado, a fim de entrevistar
elementos suspeitos. Uma relação de perguntas deverá ser previamente preparada e a
entrevista ocorrerá dentro de uma barraca. Uma guarda deverá ser montada a fim de
evitar a fuga do suspeito.
14) deve ser estabelecida uma guarda a fim de proteger o material detido.
15) pode utilizar as próprias viaturas para montar o obstáculo, de modo a obrigar
que os veículos reduzam a velocidade ao aproximarem-se do PBCE/PBCVU.
16) deve ser dada especial atenção aos procedimentos de revista e ao trato com
o público.

i. Procedimentos na revista:
1) o militar que fizer a vistoria no interior do veículo deverá olhar com atenção
dentro do painel. Para tal, deverá deitar-se de costas sobre o assento dianteiro, apoiado
com uma das mãos no volante ou no painel;
2) se o extintor estiver no seu suporte, solicitar ao motorista que abra sua capa de
proteção (sua cobertura);
3) verificar, se houver, o espaço entre os bancos dianteiros;
4) olhar sob os bancos dianteiros e enfiar as mãos entre as molas apalpando-as.
lembrar que é um local ideal para se fixar pequenos objetos;
5) levantar os tapetes dianteiros;
6) mesmo que o veículo não seja suspeito, verificar os elementos de fixação da
forração lateral e do teto. Se ela foi retirada há pouco tempo, poderá apresentar
características que denunciam o fato, como a falta de sujeira acumulada nas emendas,
cabeças de parafusos apresentando-se novas, encaixes com diferenças e outros;
7) não esquecer de olhar ambos os lados do quebra-sol, pois se pode fixar até um
revólver neste acessório;
8) o porta-luvas poderá ter fundo falso. Comparar sua extensão interna e externa;

24
9) verificar se o rádio, toca fitas realmente o são, pois poderão ser somente a
tampa de um fundo falso;
10) se for “jipe”, não deverá ser esquecido o alojamento das ferramentas sob o
assento dianteiro;
11) Inspecionar os cinzeiros;
12) utilizar a “mesa espelhada” para verificar o fundo do veiculo;
13) Inspecionar o motor, tendo especial cuidado com acessórios que não sejam
comuns; e
14) atentar para as calotas bojudas, pára-lamas e pára-choques, porta-malas.

Obs: O grupo de segurança, deverá estar atento a todos os movimentos, ações e, até
mesmo, às intenções de motoristas e passageiros. Este grupo deverá agir por
iniciativaprópria, independente de ordem, para que o grupo de vistoria não seja
surpreendido por uma reação hostil. A revista deverá ser sob as vistas do motorista
detentor do veículo.

Fig. A-6. Revista de veículo

j. A revista de pessoal:
1) revistar bolsos, bolsa, carteira, bolos, tortas, marmitas, livros e outros; todo
volume onde possa ser colocado um objeto escondido em um interior falso.
2) verificar costuras de bainha de calça, forro de chapéu, gola de camisa e outros.

25
Fig. A-7. Revista de pessoal

Fig. A-8. Pontos de esconderijo de objetos

k. Grupo de cobertura (reação) deverá:


1) permanecer em local abrigado e em condições de reforçar qualquer grupo do
PBCE/PBCVU. Deve estar pronto para assumir qualquer frente da missão;
2) localizar e construir abrigos; localizar e instalar as armas coletivas;
4) camuflar corretamente a posição; manter permanente vigilância;
5) manter as comunicações com o Cmt Pel e demais turmas;
6) reagir prontamente no caso de tentativa de evitar o bloqueio ou passagem
suicida (regras de engajamento);
7) cumprir as normas de procedimento das regras de engajamento;
8) constituir equipes de patrulha nos limites mais afastados do
PBCE/PBCVU/PBCVU. Para isso, o GE se torna a fração mais apta para essa missão por
dispor de viaturas leves, podendo facilmente cobrir uma área maior em um curto espaço
de tempo.

26
9) perseguir e capturar elementos (dentro das regras de engajamento) que
tentem se evadir do local, evitando a revista e identificação.

Fig. A-9. Posto de Bloqueio e Controle de Vias Urbanas

MATERIAL
1. Placa de sinalização.
2. Cones e coletes.
3. Lanternas, latas de
óleo.
4. Fura pneu.
5. Tonel.
6. Ouriço.
7. Cavalo de frisa.
8. Arma automática.
9. Sacos de areia.
10. Concertina.
11. Mesa espelhada.

ÁREA
12. Revista de Vtr.
13. Revista de pessoal
(Masc).
14. Revista de pessoal
(Fem).
15. Vtr apreendidas.
16 16. Pessoal detido.
17. Alojamento.

ORGANIZAÇÃO
A. Grupo de Comando.
B. Turma de Cobertura.
C. Turma de segurança.
E Turma de revista .
F. Anotadores.
G. Controladores de
transito.

Fig. A-10.. Esquema de ocupação de um PBCE/PBCVU

27
Fig. A-11. Posto de sentinela

10) Seqüência de atividades para mobiliar o posto:


1ª Atividade: mobiliar a estrutura de balizamento e as áreas de revista, de
triagem;
2ª Atividade: se na parte da manhã, montagem da área de estacionamento; e
3ª Atividade: montagem do dispositivo de iluminação do posto.
Obs: inverter a 2ª e 3ª caso o posto for mobiliado na parte da tarde.

l. Conduta no PBCE/PBCVU/PBCVU:
1) à aproximação de uma viatura, o sentinela da entrada deverá sinalizar para que
a mesma se dirija e pare no local de inspeção. A seguir, a equipe designada procederá à
verificação da viatura e do pessoal nela existente, utilizando espelhos, cães, e qualquer
outro material considerado necessário;
2) mulheres e elementos considerados suspeitos deverão ser encaminhados aos
locais apropriados para isto (áreas de detenção e de revista de mulheres);
3) evitar discussões com os apressados. A autoridade deve ter atitude sempre
enérgica, mas educada, e assim nunca perderá a razão.
4) considerar que há interesse em obter o apoio e a simpatia da população,
evitando o tratamento rude e desatencioso. Deve-se ter cuidado especial com crianças e
idosos, para não assusta-los.
5) em horários de grande fluxo de tráfego, verificar os suspeitos e os demais de
forma aleatória, evitando congestionamentos desnecessários. Deve-se ter cuidado
especial nos períodos noturnos e com veículos trafegando em alta velocidade, onde
deverá ser empregado o material de iluminação.
6) evitar a abertura de volumes e caixas, só o fazendo quando houver fortes
indícios de que se trata de material ilícito. Inspecionar detalhadamente o interior dos
veículos suspeitos. Interrogar as pessoas sempre isoladamente, confrontando as
informações.

m. Lembretes:
1) conduza um gerador;
2) faça a ligação fio entre os grupos;
3) empregue filmadora e máquina fotográfica para registrar, como testemunha, a
correção de suas atitudes e ações (aspecto legal);

28
4) faça o balizamento noturno e a sinalização de trânsito de acordo com as
normas do CONTRAN;
5) mude a localização dos postos;
6) indique local para descanso e rancho (coberto das vistas da população);
7) conduza a documentação necessária, CPM, CPPM, CF 88, Normas
Jurídicas, regras de engajamento e outros;
8) lembre a missão que cada militar deverá cumprir;
10) crie uma ordem de fluxo de pessoal e de viatura dentro do PBCE/PBCVU;
11) solicite apoio das polícias Federal, Rodoviária, Militar, Civil, policiais
femininos e demais OSP;
12) realize a revista de um veículo na presença do proprietário e de uma
testemunha, se possível;
13) posicione o PBCE/PBCVU em pontos onde haja surpresa para quem se
aproxima e com espaço suficiente para montar o dispositivo;
14) oriente aos revistadores para que utilizem luvas cirúrgicas;
15) as próprias Vtr do Pel C Mec podem ser empregadas como barreiras e
instalações improvisadas no PBCE/PBCVU;
16) utilize o G Exp para o patrulhamento ostensivo (melhores viaturas);
17) Utilize os elementos da Seção VBR para mobiliar o Gp de Revista, devido
ao seu armamento (canhão 90 e Mrt MAG coaxial e antiaérea que não será utilizado
contra F Adv) e ao grau de instrução e experiência de seus integrantes (dois sargentos
e dois cabos); e
18) mantenha a integridade tática na divisão dos grupos.
n. Material sugerido:
1) barricada para canalizar o trânsito;
2) fura pneu (pode ser complementado com as Vtr Bld);
3) ouriço, concertinas, tonel de combustível;
4) cavalo de Frisa, sacos de areia, carrinho de espelho;
5) cones e coletes de sinalização;
6) lanternas, latas de óleo e estopas e material de iluminação noturna elétrico.

A-14. EMPREGO DE PBCE/PBCVU COM OS MEIOS ORGÂNICOS DO PELOTAO DE


CAVALARIA MECANIZADO

a. Para que o Pel C Mec possa conduzir todos os meios relacionados


anteriormente, será necessário o apoio de uma viatura 5 toneladas (caminhão), além do
mais, um posto de bloqueio, como mostra a figura A-8, leva algum tempo para ser
montado e desmontado, e, normalmente, um Pel C Mec após ocupar determinado ponto
no terreno, rapidamente perde o fator surpresa, já que a notícia se espalhará e os
elementos da F Adv tomarão as devidas precauções para evitar passar neste local. Por
isso, o Pel deve procurar montar, em apenas uma jornada, diversos pontos de bloqueio,
em diferentes locais, mobilizando e desmobilizando rapidamente esses postos, com o
mínimo de material necessário e, de preferência, que possa ser embarcado ou conduzido
nas suas próprias viaturas orgânicas. O objetivo principal é manter a iniciativa e a
surpresa das ações. O sucesso da ação está em aproveitar ao máximo as características
de proteção blindada e de mobilidade das viaturas do Pel C Mec nos postos de bloqueio.

29
1
F 2

8 FA 6
4
7
4 C, D
E

2 F
1 9C B

Fig. A-12. PBCE/PBCVU utilizando as viaturas blindadas como limitadores de velocidade

MATERIAL ÁREA ORGANIZAÇÃO


1. Placa de sinalização. 8. Revista de Vtr. A. Grupo de Comando.
2. Cones e coletes. 9. Vtr apreendidas e pessoal B. Turma de Cobertura.
3. Fura pneu (- - - - - - - - - -). detido. C. Turma de segurança.
4. Arma automática. D Turma de revista.
5. Concertina E. Anotadores.
6. Mesa espelhada. F. Controladores
7. As Vtr da Pa do G Exp e da de trânsito.
Seç VBR substituem os tonéis,
a fim de limitar a velocidade
dos veículos dentro do
PBCE/PBCVU.
Obs: Caso haja necessidade poderão ser conduzidas e montadas barracas. Para que não
haja perda de tempo na mudança da posição, procura-se ocupar o PBCE/PBCVU em
locais que possuam construções, a fim de serem utilizadas como áreas de revista e
detenção de presos.

b. Os poucos materiais empregados serão conduzidos nas próprias viaturas do Pel C


Mec. Dessa forma se ganha tempo, surpresa e sigilo das ações.

30
Fig. A-13. VBTP URUTU conduzindo seu próprio material de PBCE/PBCVU. Materiais
diversos para utilização em PBCE/PBCVU (cones, ouriços, cavalos de frisa, placas de
sinalização)

PBCE montado pelo Pel C Mec Cavalos de frisa improvisados

Postes de iluminação improvisados Placas de redução gradativa de velocidade

31
A-15. PRESCRIÇÕES DIVERSAS

a. Ao tratar com preso ou detido:


1) levantar informações;
2) obedecer à legislação vigente no país (leis e códigos);
3) não permitir o uso de violência na conduta com o prisioneiro;
4) respeitar a honra e a pessoa do prisioneiro;
5) tomar medidas para preservação da integridade do prisioneiro, não o expondo
a riscos desnecessários;
6) tratar convenientemente o prisioneiro, quanto à alimentação, alojamento e
saúde; e
7) permanecer com o preso o menor tempo possível, procurando evacuá -lo, com
o apoio da polícia se possível, o quanto antes.

b. Observações quanto a conduta em geral dos integrantes do PBCE/PBCVU:


1) evite discussões com os apressados, não se deve esquecer que a autoridade,
sendo enérgica mas educada, nunca perderá a razão;
2) considere que há interesse em manter ou obter o apoio e a simpatia da
população, evitando o tratamento rude e desatencioso;
3) demonstre autoridade e confiança sem apresentar agressividade, tendp cuidado
especial com crianças e idosos, para não assustá-los;
4) tenha cuidado especial nos períodos noturnos e com veículos trafegando em
alta velocidade. Em horários de grande fluxo de tráfego, verifique os suspeitos e os
demais de forma aleatória, evitando congestionamentos desnecessários;
5) evite a abertura de volumes e caixas, só o fazendo quando houver fortes
indícios de que se trata de material ilícito, inspecionando detalhadamente o interior dos
veículos suspeitos;
6) interrogue as pessoas sempre isoladamente, confrontando as informações;
7) procure estabelecer contato e contar com o apoio dos OSP;
8) conduza gerador para o balizamento noturno; filmadora e máquina fotográfica
(registrar o aspecto legal da operação);
9) determine a ligação fio entre os grupos;
10) mude a localização do posto, sempre que possível, principalmente à noite, de
acordo com o planejamento;
11) faça previsão de local para descanso e rancho;
12) conduza a documentação necessária para a missão (CPM, CPPM,
Constituição Federal, normas Jurídicas do Comando de Área, regras de engajamento,
condutas em situações criticas, emprego do armamento, uso da força e outros);
13) crie uma ordem de fluxo de pessoal e de viatura dentro do
PBCE/PBCVU/PBCVU; e
14) utilize um computador para confecção da documentação.

Obs: Sempre que possível o Pel C Mec não deve estar responsável pela burocracia
jurídica, ao realizar a detenção ou apreensão de um ilícito no PBCE/PBCVU/PBCVU. Para
isto, devem ser destinados outros elementos do regimento ou do esquadrão a que ele
está subordinado, apoiados por “delegacias itinerantes” constituídas pelos OSP. O ilícito
deverá ser deslocado até o OSP responsável, caso não haja representante no local. Estas
medidas visam agilizar e minimizar erros nos processos jurídicos, como, por exemplo,
uma prisão em flagrante delito. O Cmt Pel não deve abandonar o PBCE/PBCVU para

32
conduzir um preso (voz de prisão). Para conduzir um detido ao OSP responsável, o
comandante de pelotão deve fazer uso de um dos seus sargentos.

A-16. OPERAÇÕES DE BUSCA E APREENSÃO E VASCULHAMENTO DE ÁREAS

a. As operações de busca e apreensão destinam-se a aprisionar membros da F Adv


e a apreender o seu armamento, munição e outros itens de posse não permitida à
população e a restringir a liberdade de ação da F Adv.

b. As operações de busca e apreensão devem ser realizadas em plena


conformidade com os dispositivos legais de garantia das pessoas – mandados judiciais e
outras providências definidas na lei - particularmente quando a operação é executada nas
condições de normalidade.

c. Regras de conduta e de engajamento deverão estar bem definidas e devem ser


do conhecimento de toda a tropa.

d. Quando da efetuação de prisão em flagrante, deve-se tomar as devidas


precauções para que o Cmt Pel não seja desviado da área de operações, a fim de cumprir
as formalidades de condutor do preso. Para evitar que o Cmt Pel dê a voz de prisão a
determinado elemento e tenha que conduzi-lo para o local onde será formalizada a prisão,
é importante que o Cmt Pel retire todas as dúvidas com núcleo de assessoria jurídica da
Brigada a que pertence e com seu comandante imediato. O ideal é que o Cmt Pel, na
necessidade de realizar um flagrante delito, determine que algum dos seus Cmt de
grupo/seção dê a voz de prisão e atue como condutor da pessoa presa. Após a saída de
um Cmt de grupo, a fim de conduzir o preso, outro Cmt de grupo/seção assume a sua
função.
e. A existência de uma “delegacia itinerante” por parte da Brigada/Regimento, em
conjunto com os Órgãos de Segurança Publica, facilitará a ação da prisão em flagrante
delito por parte do Pel.

f. Os comandantes devem tomar todos os cuidados devidos para evitar situações


em que a conduta da tropa seja questionada, principalmente no que se refere ao
tratamento das pessoas e o respeito à propriedade alheia.

g. A busca e apreensão pode ser realizada em um local determinado e com


objetivos (pessoal e/ou material) bem definidos, ou abranger grandes áreas rurais ou
urbanas.

h. Nas operações de busca e apreensão e vasculhamento de áreas, o Pel C Mec


poderá atuar em uma das seguintes forças: cerco, incursão, vasculhamento e segurança.

I . Dentro de um Esqd C Mec, cada Pel assume uma dessa forças, em formação de
Pel C Mec ou constituindo Pel Provs.

j. Ao elemento de cerco cabe isolar a área onde se realiza a busca e apreensão,


seja ela uma casa, um bairro ou uma localidade. Para a ação em um bairro, deve-se:
1) verificar se a largura das ruas permite o emprego das viaturas do Pel;

33
2) reconhecer o tamanho do bairro, a fim de que o efetivo do Pel C Mec seja
apropriado para isolar todas as ruas, becos, entradas e saídas do bairro;
3) definir por meio de fotografias os itinerários de entrada e rotas de fuga do bairro;
4) determinar as ruas e os becos onde serão posicionados as viaturas e os
fuzileiros desembarcados; e
5) definir as principais edificações onde poderão ser dispostos os atiradores e
observadores do Pel. Esses elementos serão conduzidos pelas viaturas blindadas do Pel
até a entrada do edifício que será utilizado como posto de observação e tiro e,
posteriormente, resgatado por estas mesmas viaturas. Deverá existir comunicação entre
todos as viaturas blindadas e as esquadras/patrulhas que estarão desembarcadas.

Fig A-14. Ocupação de quadras de um bairro para interdição

k. Os fuzileiros e/ou patrulheiros que desembarquem com a finalidade de vigiar


becos e ruas, deverão estar devidamente abrigados nas construções das ruas.

Fig. A-15. Ocupação de observadores nos telhados e posicionamento abrigado do


fuzileiro ocupando as ruas

34
Fig. A-16. Viaturas blindadas do GC e da peça de apoio ocupando posições para
desembarque da tropa, em segurança, em uma rua

Legenda:

Rota de aproximação

Rota de fuga

Fig. A-17. Itinerários de acesso e de fuga, principal e alternativo dos pontos de cerco

35
l. O pelotão fechará os acessos a determinada área empregando suas viaturas
blindadas e outros materiais de fácil e rápido emprego, como as concertinas e cavalo de
frisa.

m. O elemento de incursão tem por missão penetrar na área isolada e realizar


efetivamente a busca e a apreensão do pessoal ou material. Normalmente uma tropa
especializada realiza a “entrada tática” e o Pel C Mec, na seqüência, realiza o
vasculhamento.

n. A “entrada tática” no local suspeito (“aparelho”) presume grande risco, logo, o Pel
C Mec somente realizará este tipo de ação com muito adestramento da tropa e com o uso
de equipamentos e munições especiais. Por essa razão, delega-se esta tarefa a tropas
especializadas. Após o investimento dessa tropa, o Pel C Mec, com seu grupo de
combate e exploradores, executa um vasculhamento no local.

o. As Vtr Bld do Pel poderão ser empregadas para a abertura de locais suspeitos.
Cabe ressaltar que toda entrada em propriedade particular deve estar amparada por
ordem do Esc Sp (determinação judicial) ou regras de engajamento. p. a força de
vasculhamento deverá revistar todos os locais suspeitos de uma residência ou rua, como
por exemplo: bueiros, lustres, caixa d'água e outros, ou seja, locais onde possa ser
escondido algum objeto ilícito.

Fig. A-18. Tropa especializada se deslocando para realizar a entrada tática no “aparelho”

36
APARELHO – Imóvel utilizado pelas forças
adversas para a pratica de atividades ilegais.

Fig. A-19. Vtr do Pel C Mec realizando a abertura forçada de um “aparelho”

q. a força de segurança atua como reserva e deve estar pronta para enfrentar
eventuais resistências e proteger, evacuar ou substituir as demais forças. O Pel C Mec
poderá ser o elemento reserva do Regimento ou do Esqd que executa essa operação.

r. O Pel C Mec atuará basicamente nas forças de: cerco, vasculhamento e


segurança.

s. As operações de busca e apreensão encerram grande potencial de desgaste para


a força legal, principalmente quando conduzidas em área urbana, por isso, devem ser
cuidadosamente planejadas, possuir objetivos bem definidos e estar apoiadas em
adequadas operações de inteligência.

A-17. INTERDIÇÃO DE ÁREA

a. As ações de interdição de áreas visam impedir o acesso de pessoas não


autorizadas à áreas ou instalações de vital importância na situação considerada.

b. As mesmas considerações sobre cerco (isolamento) são aplicáveis para a


interdição, sendo que neste caso, a entrada de pessoas e veículos a determinada área
será restrita ou impeditiva. Poderá ser interditado tanto o acesso a uma instalação como a
um quarteirão ou bairro.

c. A interdição deverá ser bem executada de forma a evitar a evacuação. As


evacuações visam retirar pessoas de áreas ou instalações onde sua presença não seja
permitida. Nas ações de evacuação, é muito provável que ocorra confronto da força legal
com elementos neutros ou inocentes úteis, dessa maneira as ações de evacuação são
muito propícias à intenção da F Adv de criar “mártires” para o movimento. Em virtude
disso, crescem de importância as ações de interdição, evitando que posteriormente seja
necessário realizar uma evacuação.

37
d. As interdições são medidas preventivas, enquanto as evacuações são medidas
corretivas, assim é evidente que as primeiras apresentam menores risco de desgaste para
a força legal e, conseqüentemente devem ser priorizadas nos planejamentos.

e. As interdições, sempre que possível, devem ser instaladas durante os horários


de menor movimento (madrugadas) e de surpresa, de modo a evitar atritos da tropa que
realiza a interdição com civis em trânsito no local ou que procuram evitar o
estabelecimento da interdição.

Fig. A-20. O Pel C Mec empregando suas Vtr Bld para isolar uma rua

f. Deve-se dar especial atenção aos residentes dentro da área em que é conduzida
a interdição. Os moradores deverão ser cadastrados e identificados para poder circular
pelas barreiras (se for o caso).

A-18. IDENTIFICAÇÃO DE PESSOAS E CONTROLE DE MOVIMENTOS

a. A identificação de pessoas e controle de movimentos visa identificar e aprisionar


membros da F Adv.

b. A identificação de pessoas pode ser feita em PBCE/PBCVU ou em


patrulhamentos.

c. Os elementos que executam a identificação devem ser instruídos sobre as formas


legais de identificação das pessoas e a validação dos documentos possíveis de serem
usados pela população local.

d. O controle de movimentos é feito normalmente em PBCE/PBCVU/PBCVU e pode


ser apoiado em medidas restritivas, como proibição de acesso a determinadas áreas,
toque de recolher e outras providências.

e. As medidas de controle de movimento devem ser objeto de planejamento


detalhado e integrado com órgãos policiais e de administração civil, de modo a reduzir ao
mínimo os transtornos à população.

f. Os integrantes do Pel C Mec deverão memorizar as faces dos procurados, para


isto, deve-se utilizar cartazes espalhados pela base em locais como entrada de rancho,

38
banheiros, entrada de alojamentos e até mesmo colocar essas faces nos naipes do
baralho a ser distribuído a tropa como diversão.

Fig. A-21. Cartaz com criminosos procurados

A-19. O Pel C Mec NAS OPERAÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS

a. Tais ações são freqüentemente empregadas em operações de GLO e podem ser


executadas em situação de normalidade.

b. Os meios da F Ter só devem ser empregados em ações de controle de distúrbios


depois de esgotados os meios da Polícia Militar, mediante ordem judicial, ou quando o
distúrbio ocorrer em área sujeita à administração militar.

c. Para o Pel C Mec atuar no controle de distúrbios deverá estar dotado de


equipamentos, armamentos e munições especiais. Dependendo da reação das F Adv, o
Pel, dentro do uso gradativo da força, poderá empregar até mesmo o seu armamento
orgânico (fuzil e Mtr MAG), a fim de proteger a tropa.

d. A população tentará desestabilizar a tropa através de xingamentos, ofensas e


atirando objetos diversos. Cabe a tropa estar preparada para essa situação, sabendo que
vai sofrer todo tipo de pressão psicológica não podendo reagir, sob o risco de perder a
razão e a F Adv conseguir o seu objetivo.

e. A princípio, o Pel C Mec apenas deverá monitorar uma passeata ou manifestação,


entretanto, essa concentração de populares na rua poderá ser conduzida, pela F Adv,
para realizar saques, depredações e agressões.

39
f. Iniciando com a advertência, passando pelo gás lacrimogêneo e terminando com o
tiro de fuzil e de metralhadora, o uso gradativo da força deverá ser proporcional a atuação
da F Adv.

Organização

Força OCD

Força de Força de Força de


Força de
Isolamento Choque Reação
Cerco

Reserva Eqp Obs e Eqp Apoio


Base de F

Fig. A-22. Cronograma das forças

g. Em uma operação de controle de distúrbios, são constituídas as seguintes


forças/equipe:

1) Força de choque: é constituída, normalmente, por tropas de choque (PE ou Gd),


devidamente equipados (capacete com viseira, cacetete, máscara contra gases, outros
equipamentos de proteção individual). Sua ação é sempre vigorosa, visando dispersar a
turba.

2) Equipe de observação e base de fogos: realizam a identificação dos agitadores,


alvejam e atiram mediante ordem (atiradores de escol) buscando, a princípio, incapacitar,
não eliminar.

3) Força de cerco: executa o cerco da área conturbada através da ocupação de


posições de bloqueio nos acessos imediatos ao redor da turba, impedindo que a turba se
evada por esses acessos ou que outros elementos adentrem e se se juntem a turba. A
força de cerco deve manter uma dessas vias livres como rota de fuga planejada para a
evasão da massa que não quer o confronto.

4) Força de isolamento: Estabelecem PBCE/PBCVU e posições de bloqueio em


locais um pouco mais afastados dos bloqueios realizados para força de cerco, com a
finalidade de desviar o tráfego de veículos (evitar a entrada de veículos à área de
operações).

5) Força de reação: Tropas em segundo escalão empregadas caso a força de


choque seja hostilizada com amas de fogo que superem sua capacidade de ação.

40
6) Força de reserva: força de características semelhantes à Força de Reação. Deve
ficar em condições de reforçar as posições de cerco, da força de reação ou atuar em área
próxima.

7) Equipe de apoio: Composta de pessoal de saúde, bombeiros, operações


psicológicas, Elm da Justiça, Sv gerais, etc.

h. O Pel C Mec nas operações de controle de distúrbios poderá constituir


qualquer uma dessas forças, com as seguintes ressalvas:
1) para a força de choque, o Pel apoiará a ação da tropa de polícia, de
guardas ou hipomóvel, por meio de suas viatura blindadas, de forma a dissuadir as F Adv,
abrir barreiras impostas pelos manifestantes e proteger com sua blindagem a ação da
tropa a pé.
2) para a equipe de observadores e apoio de fogo, o Pel está apto a
observar e informar através de postos de observação a atividade da turba. Entretanto,
para integrar os elementos do apoio de fogo (atiradores de escol), somente aqueles
habilitados e adestrados em cursos e estágios destinados a esse fim poderão ser
empregados.

i. força de isolamento e de cerco: Dispondo de um grande número de viaturas, o


Pel C Mec pode rapidamente se desdobrar e bloquear um grande número de vias de
acesso. Para isso, pode empregar:
1) patrulhas do G Exp nas vias de acesso secundárias.
2) as VBR podem bloquear a via de acesso principal, apoiadas por elementos
do GC. Nessa via, deve permanecer também o Grupo de Comando.
3) o GC, com a VBTP URUTU, apoiando a Seção VBR na via de acesso
principal.
4) a VBTP da peça de apoio pode também fechar mais uma via de acesso,
apoiada ou não por uma esquadra do GC.

j. Integridade tática: Ao dispor a tropa barrando diversas vias de acesso, deve-


se ter a preocupação por parte do comando em manter a integridade tática das frações,
para um maior controle de efetivos e de viaturas.

k. força de reação ou reserva: No caso da turba hostilizar com armas de fogo, o


Pel C Mec, por possuir diversas viaturas blindadas, pode com mais facilidade entrar na
área do conflito e dispersar a turba.

l. as VBR apoiarão com sua proteção blindada, sirenes, faróis de busca, ruído
dos motores e com o seu armamento para causar um forte impacto psicológico na turba,
facilitando sua dispersão. Pode ainda fazer uso dos lançadores de fumígenos para lançá-
los sobre a turba.

j. A utilização de armas de fogo deve ser adiada o máximo possível, e


somente ser empregada mediante ordem do Cmt de Pel, amparado nas regras de
engajamento.

41
k. O GC deve utilizar o máximo possível da proteção blindada para chegar à
área do conflito, Após sua chegada, deve atuar desembarcado, realizando a proteção
aproximada das VBR.

l. A VBTP do GC e da peça de apoio, juntamente com suas guarnições, podem


ser empregadas tanto como fator de dissuasão e proteção, como também para resgatar
elementos feridos em posições avançadas, além de servir de prisão.

m. O GE pode tanto apoiar a ação ocupando posições de tiro, empregado


como sessões de metralhadoras em locais de dominância, como também embarcado, na
perseguição e busca de elementos que por ventura tenham furado o cerco, ou ainda
apoiando de forma mais direta a ação da força de reação ou reserva.

n. Princípio da massa: O emprego das viaturas blindadas em conjunto durante


a ação, além de propiciar para as frações proteção, oferece grande vantagem de
observação, além de criar forte impacto psicológico sobre a turba. A utilização do princípio
da massa visa criar o máximo efeito dissuasório, de modo a cumprir a missão pacífica e
rapidamente.

o. O Pel C Mec pode ainda, em casos excepcionais, ser empregado como força
de choque. Deve se ressaltar porém que não é a tropa mais adequada para essa missão.

p. A utilização das viaturas, pode, por outro lado, ser empregada com sucesso,
tanto na dispersão da turba, como para efeito dissuasório.

q. Dessa forma, o emprego do Pel C Mec na Força de Choque, deve ser


restringido sempre que possível à utilização das viaturas e da tropa embarcada ou na
equipe de apoio de fogo.

Fig. A-23. Distúrbio civil

42
A-20. DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA

a. As demonstrações de força visam dissuadir a F Adv e/ou as pessoas que ela


conduz de atitudes que possam ocasionar confronto com a força legal.

b. A ação de demonstração de força é realizada pela exposição à observação dos


elementos que se opõe à força legal de uma tropa de efetivo, atitude, armamento e
material capazes de convencê-los que será inútil opor-se a ação dessa tropa.

c. O emprego de tropas blindadas ou mecanizadas, com viaturas sobre rodas e o


sobrevôo de aeronaves têm grande poder dissuasório e são muito eficientes neste tipo de
ação. Por esse motivo, o Pel C Mec se constitui o elemento perfeito para atingir essa
condição.

d. As demonstrações de força devem ser apoiadas por operações psicológicas e


ação cívico-social.

A-21. PATRULHAMENTO MECANIZADO DE VIAS URBANAS E RODOVIAS

a. O Pel C Mec realizará o patrulhamento nas vias urbanas, principalmente nos


locais de maior risco para a tropa, quando o risco aumenta pela escuridão, e o trânsito de
veículos diminui, facilitando o movimento das viaturas blindadas.

b. Manifestantes poderão bloquear vias urbanas e/ou estradas, causando


transtorno, dificultando ou até mesmo impedindo a prestação de serviços e também
criando obstáculos para que as forças de legais se aproximem da turba.

c. O principal objetivo do pelotão será o de garantir uma tranqüilidade a localidade,


realizando um policiamento ostensivo, percorrendo um itinerário variado e pré-definido.
d. Esse patrulhamento visa dar maior segurança a população e evitar que as F Adv
tenham liberdade e se aproveitem da escuridão para realizar ações ilícitas como
vandalismo, saques, assaltos, seqüestros e fechamento de ruas por meio de barricadas.

Fig. A-24. Barricadas impostas por manifestantes

43
Fig. A-25. O Pel C Mec abrindo barricada composta por um veículo, em ações de controle
de distúrbios ou patrulhamento de vias

e. Todas as viaturas poderão participar do patrulhamento, entretanto as mais aptas


são as Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal URUTU do grupo de combate e da
peça de apoio e as viaturas blindadas leves do grupo de exploradores. Esse
patrulhamento poderá ser individual, entretanto, o mais seguro será lançar uma dupla de
viaturas para cada rua patrulhada.

f. As viaturas deverão possuir material de comunicações para atuar em áreas


urbanas, além de equipamento de iluminação externa (farol de busca).

Fig. A-26. Vtr do GC e da peça de apoio realizando patrulhamento

g. Os maiores riscos ao Pel C Mec durante o patrulhamento são: as barricadas, as


emboscadas, os fossos, os atiradores de escol, o arremesso de coquetéis Molotov e os
materiais utilizados para obstruir ruas.

44
Fig. A-27. Fosso anti-carro em via urbana

h. Normalmente pneus queimados, latões com material inflamável e até carcaças de


veículos são utilizados pelos manifestantes para bloquear o acesso das Vtr do Pel.
Entretanto esse materiais não constituem obstáculo para as Vtr Bld do Pel C Mec.
Utilizando fateixas presas em cabos de aço para puxar os obstáculos maiores ou mesmo
empurrando com os próprios carros os obstáculos, é possível romper os bloqueios. A
atenção deve estar no pneu, pois ele poderá ser rasgado com os destroços de uma
carcaça abandonada na rua.

A-22. SEGURANÇA DE ÁREAS E INSTALAÇÕES (PONTOS SENSÍVEIS)

a. Definição de ponto sensível (PS): qualquer ponto cuja destruição ou


neutralização possa gerar danos significativos de cunho econômico, militar e para o moral
e o bem estar da população.

b. Tipos de pontos sensíveis:


1) militares e governamentais;
2) serviços públicos (água, luz, gás);
3) setor de telecomunicações (telefonia rádio e televisão);
4) setor de combustíveis;
5) transportes (aeroportos, portos, pontes);
6) hospitais e bancos.

45
Fig. A-27. Pontos Sensíveis

A-23. ORGANIZAÇÃO DA TROPA NO POSTO DE SEGURANÇA ESTÁTICO

a. Um grupo de comando, grupo de sentinela (grupo de exploradores e grupo de


combate), grupo de choque e grupo de patrulha.

b. O Pel C Mec poderá atuar em cada uma dessas forças, passando a peça de
apoio para um desse grupos.

c. A seção VBR será pouco empregada nesse tipo de ação, limitando-se a ocupar
postos de observação dentro do PSE, de forma que a VBR CASCAVEL permaneça
protegida dentro da instalação, já que o fuzileiro estará empenhado em outras tarefas,
principalmente na defesa do próprio Posto de Segurança Estático.

A-24. CONDUTA DA TROPA NO POSTO DE SEGURANÇA ESTÁTICO

a. O dispositivo a ser empregado é semelhante ao de uma defesa circular.

b. O Cmt Pel assegura o alerta contra a aproximação das F Adv pelo


estabelecimento de um sistema de PO em torno da instalação (em pontos altos da
mesma) e o contínuo patrulhamento.

46
c. Caso possível, o que usualmente não ocorrerá em virtude do efetivo do Pel,
deverá ser mantida uma reserva, em posição central, para proteger a instalação. Caso
seja necessário, deverá ser feito contato com o comando do esquadrão para que o
pelotão seja reforçado com fuzileiros, a fim de suprir as eventuais necessidades de
pessoal ou, se for o caso, criar uma força de reserva.

d. Patrulhas a pé entre os postos de observação poderão ser planejadas, caso


existam obstáculos que impeçam o contato visual entre os PO.

e. Os morteiros e o canhão 90 mm do Pel dificilmente serão empregados contra F


Adv (lembrar do grau de uso da força). A peça de apoio atuará empregando seus
armamentos individuais, sua viatura blindada, armamentos e munições especiais para
operações de GLO (armamento não-letal) e os carros da seção de viaturas blindadas
serão empregados como meio de dissuasão e bloqueio.

f. Para a constituição dos grupos, deverá ser mantida a integridade tática das
frações, porém nada impede ao Cmt de reforçar um grupo, em função da sua missão a
cumprir.

g. Elementos conhecedores das instalações poderão assessorar o comandante da


fração em tudo aquilo que disser respeito ao Ponto Sensível.

Fig. A-28. Grupo de Combate ocupando um PSE

h. Missões dos elementos subordinados:


1) Grupo de comando (Cmt Pel, Adj Pel ,R Op, padioleiro, mensageiro, e outros):
a) estabelecer ligações e comunicações com todos os grupos;
b) coordenar e controlar o Pel;
c) providenciar os meios necessários para a execução da missão.

2) Grupo de sentinela (GC):


a) vasculhar, minuciosamente, todas as instalações do ponto sensível (se for
o caso, acompanhado de um técnico);

47
b) estabelecer a defesa circular aproximada e os postos de controle de
circulação, se for o caso;
c) estabelecer barreiras e outras medidas de proteção aproximada; e
d) controlar a circulação de pessoal no interior do PSE.

3) Grupo de patrulha (GE):


a) revistar suspeitos nas proximidades do PSE;
b) estabelecer a defesa circular afastada;
c) lançar patrulhas (a pé ou motorizadas);
d) estabelecer PBCE/PBCVU de Vtr e pessoal nas vias de acesso ao Ponto
Sensível;
e) aprisionar elementos suspeitos nas proximidades do Ponto Sensível;
f) instalar obstáculos nos itinerários de acesso;
g) limpar os campos de tiro e obstáculos, conforme as necessidades do grupo
de sentinela; e
h) supervisionar o controle de áreas proibidas.

4) Grupo de choque (VBR e peça de apoio):


a) atuar como forca de reação;
b) realizar o cerco inicial, isolando o PSE até que o Grupo de Sentinela esteja
posicionado (para essa missão pode contar com o apoio do Gp de Patrulha – GE);
c) reforçar o controle de algum ponto crítico vulnerável, no interior do PSE,
Mdt O;
d) reforçar a defesa do perímetro, Mdt O;
e) reforçar o Gp de Patrulha, Mdt O;
f) constituir-se numa Força de Reação, ECD deslocar-se, rapidamente, para
qualquer setor, em perseguição ao inimigo que tentar evadir-se, após atentar contra o
PS. Nesse deslocamento pode empregar a própria VBTP Urutu da Pç de Apoio; e
h) ficar ECD atuar em controle de distúrbios, empregando as viaturas e
apoiado por elementos do GC e da Pç Ap.

Fig. A-29. Posto de sentinela em um PSE

48
g. Seqüência das ações:
1) Recebimento da missão:
a) sanar dúvidas;
b) solicitar fotos, mapas e plantas baixas do ponto sensível;
c) analisar as características do PSE, por meio de: plantas, croquis e
fotografias.

2) Planejamento:
a) verificar locais de estacionamento de viaturas;
b) constatar se o Itn de deslocamento comporta a passagem dos blindados
(Pcp pontes);
c) levantar se as viaturas blindadas conseguem passar facilmente pelas
entradas do PSE;
d) analisar a situação do inimigo, em ligação com o S/2;
e) realizar os reconhecimentos, SFC;
f) possibilitar o reconhecimento detalhado do PSE verificando o tipo, natureza,
importância, finalidade e características gerais do PSE;
g) verificar os meios de transporte disponíveis;
h) verificar o itinerário de ida e de volta e vias de acesso;
i) verificar as regras de engajamento, particularmente, ações em caso de
emboscada;
j) verificar locais adequados para colocação de obstáculos;
k) dividir os grupos e dispositivo a ser adotado;
l) localizar os grupos no PSE;
m) prever a Ocp dos locais com comandamento sobre o PSE;
n) prever o emprego das comunicações e ligações com o escalão superior;
o) importante que todos integrantes do Pel conheçam pontos vitais do PSE;
p) solicitar a presença de especialistas da própria OM, como comunicantes,
eletricistas, enfermeiros, saúde, e manutenção de vtr, etc.;
q) prever o local do rancho longe das vistas da população; e
r) realizar o estudo de situação; ensaios e inspeções.

3) Deslocamento:
a) verificar a situação no momento para definir o grau de segurança a adotar;
b) verificar os Itn alternativos;
c) empregar Vtr reservas; e
d) prever condutas alternativas em caso de pane de Vtr.

4) Ocupação:
a) a ocupação deve ser, sempre que possível, durante horários de menor
movimento (madrugadas), procurando a surpresa, a fim de evitar atritos da tropa que a
realiza com civis em trânsito no local, ou que procurem evitar o estabelecimento do
PSE;
b) realizar a ligação com o responsável pelo PSE;
c) reconhecer o PSE com os Cmt de grupo e peritos, se for o caso;
d) ocupar o PSE na seqüência (1º grupo de choque, grupo de sentinela e grupo de
patrulha);
e) confeccionar esquema de defesa do PSE;

49
f) adotar medidas de controle de pessoal;
g) executar patrulhamento;
h) lançar obstáculos;
i) estabelecer sistema de alarmes;
j) variar as medidas de segurança; e
k) não dificultar a rotina do PSE.
l) os horários e itinerários das rondas e trocas de guarda devem ser alterados
constantemente, para se evitar o estabelecimento de rotinas;
m) limpar dos campos de tiro;
n) durante a noite as viaturas devem permanecer com os faróis virados para as
áreas críticas; e
o) iluminar com holofotes as áreas críticas pelo grupo de sentinela.

5) Ligações e comunicações:
a) são ações descentralizadas;
b) manter contato com Cmt Gp e com escalão superior; e
c) utilizar meio fio, rádio e mensageiro.

6) Equipamento e armamento: meios para identificação e controle de pessoal; meios


para confecção de alarmes; material de saúde; material de comunicações; ferramentas
de sapa; equipamento de combate a incêndio; gerador; máscara contra gases;
binóculo; OVN; material para iluminação; algemas; material de PBCE/PBCVU/PBCVU;
sacos de areia; armamento de dotação; armamento e munição não letal; equipamento
de proteção para controle de distúrbios; máquina fotográfica digital; filmadora; GPS e
material para o conforto da tropa e outros.

7) Após a ocupação do PSE:


a) executar a limpeza das áreas que favoreçam a execução de fogos a curta
distância sobre o PSE;
b) providenciar para que a presença dos blindados não atrapalhe o andamento
normal da Atv diárias do PS:
c) acionar o sistema de alarme, com a finalidade de treinar os grupos e deixá-los
sempre ECD emprego;
d) simular incidentes nos diversos pontos vulneráveis ou críticos; e
e) prever modificações freqüentes dos itinerários de patrulhas, dos postos móveis
dos sentinelas, da localização de postos fixos, dos horários de mudança de guarda e
da utilização de senha e contra-senha (diárias), a fim de dificultar ao inimigo a
obtenção de informações sobre o dispositivo e ações no PSE.

50
APÊNDICE AO ANEXO A

a) Amparo legal para as Op de Garantia da Lei e da Ordem


1) Art Nr. 144 da Constituição Federal;
2) Lei Complementar (LC) Nr. 97, de 09 de agosto de 1999;
3) Decreto Nr 3.897, de 24 Ago 01;
4) Lei Nr 9.028, de 12 de abril de 1995;
5) Decreto Nr 4.411, de 07 Out 02;
6) Decreto Nr 4.412, de 07 Out 02;
7) Lei Nr 10.683, de 28 Mai 03;
8) Lei Complementar Nr 117, de 2 Set 04;
9) Art Nr 34 do Estatuto do Índio (Lei Nr 6.001, de 19 de Dez de 1973);
10) Apoio ao combate a delitos transfronteiriços e ambientais (Lei Nr 10.683/03);
11) Decreto Nr 895/93;
12) Art Nr 23 do Código Eleitoral, (Lei Nr 4.737, de 15 de julho de 1965);
13) Art Nr 22 da Lei Nr 9.028, de 12 de abril de 1995;
14) Lei Nr 6.634, de 2 de maio de 1979, que dispõe sobre a Faixa de Fronteira, e
altera o Decreto-lei Nr 1.135, de 3 de dezembro de 1970;
15) Parecer Nr 025, de 10 de agosto de 2001, da Advocacia Geral da União
(AGU), aprovado pelo Presidente da República;
16) SIPLEX1 – Missão do Exercito;
17) Decreto Nr 3.897, de 24 Ago 01 (fixa diretrizes para o emprego das FA na
GLO);
18) Doutrina ALFA – Missão do Exército na defesa interna;
19) Instruções Provisórias Operações de Garantia da Lei e da Ordem - Portaria
Nº. 034-EME-Res, de 24 de maio de 2002; e
20) PORTARIA Nº. 111-EME-Res, de 18 Ago 1998.

Observação: O amparo legal acima citado foi atualizado em Julho de 2006.

51
ANEXO B
DOCUMENTOS DO PELOTÃO

B.1 ROTEIRO e ESBOÇO DE TIRO DAS ARMAS DO PELOTÃO CAVALARIA MECANIZADO

1. ROTEIRO DE TIRO DA Mtr MAG E DA Mtr .50

Data:
Peça:
ROTEIRO DE TIRO Mtr
Posição:
Ch Pç:
Missão de Tiro Amarração
Tiro Diurno Tiro Noturno
Missão

Alongar
Tática

(Quando
Abertura
Objetivo

Regime
Gênero
Alvo

A Leitura dos
(Onde
atirar)

atirar)

Alça de
Mun
Transportar Ponto

Deriva

Baliza
Índice
L Mecanismos Ângulo de

Rfr
da
Suspender Azimute de
Ç Elevação
Cessar Direção Elevação Pontaria
A
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
OBSERVAÇÕES: Rubrica Ch Pç:
____________________

1-1
2. ESBOÇO DE TIRO DA Mtr MAG e DA Mtr .50

Data: ESBOÇO DE TIRO Mtr


Peça:
Posição:
Ch Pç:

’’’ Az ’’’ Az

1200 1100 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
1200

OBSERVAÇÕES: Rubrica Ch Pç:

____________________

1-2
3. ROTEIRO DE TIRO DO Mrt 81mm

Data: ROTEIRO DE TIRO Mrt


Peça:
Posição:
Ch Pç:
Descrição Comando de Tiro
Alvo do Alcance Azimute Peças que Granada Ponto Peças Espécie de Tiro Graduação
Alvo seguem o e Deriva de que Processo Controle Carga de Alça Execução
Comando Espoleta Pontaria Atiram de Tiro Tempo
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
OBSERVAÇÕES: Rubrica Ch Pç:

____________________

1-3
4. ESBOÇO DE TIRO DO Mrt 81mm

Data: ESBOÇO DE TIRO Mrt


Peça:
Posição:
Ch Pç:

’’’ Az ’’’ Az

OBSERVAÇÕES: Rubrica Ch Pç:

____________________

1-4
5. ESBOÇO e ROTEIRO DE TIRO DO CAN 90mm

ESBOÇO DE TIRO
Data: CC: Canhão
Posição: Cmt CC:

ESQUERDA DIREITA

ALVO DESCRIÇÃO DIREÇÃO ALCANCE ELEVAÇÃO MUNIÇÃO OBSERVAÇÃO

ALVO - ALCANCE - ELEVAÇÃO - MUN.

DIREÇÃO

OBSERVAÇÕES: Rubrica Cmt CC:

____________________

1-5
6. EXEMPLO DE PLANO DE FOGOS DO PEL C MEC

1. CROQUI Setor de Tiro


Elemento
Esquerdo Direito
L
Casa
N 1º Pa G Exp Casa Cratera

2º Pa G Exp Pinheiro Bambual


Cratera

GC Cratera Pinheiro

Entroncamento
9
Árvore
1ª VBR Casa
Seca

A Árvore Entronca-
Seca 2ª VBR Bambual
mento
P
Pinheiro
A
9

Árvore
Seç Mrt Árvore seca
Bambual frondosa
L

1-6
ANEXO C

ESCOLA DA GUARNIÇÃO

C-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. A escola da guarnição consiste em movimentos de ordem unida padronizados


que podem ser utilizados para a verificação do nível de adestramento da fração.

b. Emprega-se a escola da guarnição, sobretudo, durante a realização de inspeções,


formaturas, demonstrações e ao início e ao término de exercícios do pelotão, tornando-se
ferramenta importante no emprego de guarnições ainda inexperientes.

c. Operacionalmente, a escola da guarnição, quando empregada de forma


simplificada, torna-se eficiente para reorganizações, conferências de efetivo e
verificações do apronto operacional do pelotão

C-2. COMANDOS UTILIZADOS NA ESCOLA DA GUARNIÇÃO

a. Os comandos mais utilizados para a execução da escola da guarnição são os


seguintes:
1) Para entrar em forma – “GUARNIÇÃO À DIREITA (ESQUERDA, FRENTE OU
RETAGUARDA) DA VIATURA, EM FORMA!”
2) Para sair de forma – “GUARNIÇÃO, FORA DE FORMA, MARCHE!”
3) Para embarcar – “PREPARAR PARA EMBARCAR! EMBARCAR!”
4) Para desembarcar – “PREPARAR PARA DESEMBARCAR! EM FORMA À
DIREITA (ESQUERDA, FRENTE OU RETAGUARDA) DA VIATURA! DESEMBARCAR!”
5) Para enunciar funções – “PELOTÃO (SEÇÃO, GRUPO, PEÇA OU GUARNIÇÃO),
ENUNCIAR FUNÇÕES!”

b. Os comandos poderão ser emitidos à voz, por gestos ou por bandeirolas.

C-3. EXECUÇÃO DOS COMANDOS

a. Serão abordadas, nos itens abaixo, as ações correspondentes aos comandos


abordados no item B-2.
1) Entrar e sair de forma: as guarnições entram e saem de forma conforme o
previsto.
2) Embarcar: após o comando de “Preparar para embarcar!”, toma-se a posição de
sentido, fazem-se voltas volver na direção do seu deslocamento e tomam posição de
acelerado. Após o comando de “Embarcar!”, rompem marcha e desloca-se em passo
acelerado realizando o embarque na viatura. Os comandantes de VBR, GC e Pç Ap
tomam seus lugares nas torres e torretas.
3) Desembarcar: após o comando de “Preparar para desembarcar!”, quem estiver
com o equipamento de intercom desconecta o seu fone e são abertas as portas e
escotilhas. Após o comando de “Desembarcar!”, todos tomam, com vivacidade, as
posições previstas.

C-1
4) Enunciar funções: este comando deve ser emitido preferencialmente com as
guarnições em linha. Após o comando de “Pelotão, enunciar funções!”, o Cmt Pel toma a
posição de sentido, levanta o braço esquerdo com o punho cerrado e enuncia seu posto,
nome e função, sendo seguido um a um pelos demais integrantes do pelotão, na ordem
das frações e dentro da antigüidade de cada elemento da fração. Se o comando for
emitido somente para a guarnição, o procedimento é o mesmo, iniciando-se pelo
comandante da guarnição.

C -4 FORMATURA DO GRUPO DE COMANDO

a. A guarnição do Grupo de Comando entra em forma à esquerda (direita, frente ou


retaguarda) da viatura no dispositivo demonstrado na Fig B-1.

Fig.C-1 Formatura do Gp Cmdo

b. Ao comando de “Embarcar!”, o Motr embarcará pela porta da esquerda, o Cmt Pel


embarcará pela porta da direita e o Rad Op, pela retaguarda da viatura.

C-5 FORMATURA DO GRUPO DE EXPLORADORES

a. As guarnições do Grupo de Exploradores adotam os dispositivos demonstrados


na Fig B-2 para a entrada em forma à esquerda, à direita, à frente ou à retaguarda da
viatura, bem como para o embarque.

C-2
Fig.C-2 Formatura de guarnição do G Exp

Fig.C-3 Exemplo de formatura do G Exp à esquerda das viaturas

b. Ao comando de “Embarcar!” o motorista da viatura embarcará pela porta da


esquerda, o chefe da viatura (Sgt Cmt G Exp, Cb Aux ou Sd Exp) embarcará pela porta
da direita e o soldado atirador embarcará pela retaguarda da viatura.

C-6 FORMATURA DA SEÇÃO DE VIATURAS BLINDADAS DE RECONHECIMENTO

a. Para a formatura da fração, as guarnições da Seção VBR adotam os dispositivos


demonstrados na Fig B-4.

C-3
Fig. C-4 Formatura da guarnição da VBR

b. O embarque da guarnição na viatura é realizado pela parte da frente da mesma


ao comando de “Embarcar!”.

C-7 FORMATURA DO GRUPO DE COMBATE

a. A Fig B-5 demonstra os dispositivos que o Grupo de Combate adota para a


formatura à esquerda, à direita, à frente e à retaguarda da viatura.

Fig. C-5 Formatura do Grupo de Combate

C-4
b. Ao comando de “Embarcar!”, as esquadras embarcam pela porta traseira da
VBTP, o motorista embarca pela frente da viatura, ocupando o seu compartimento, o
soldado atirador da Mtr .50 embarca pela porta lateral direita e o Cmt GC, pela porta
lateral esquerda, tomando posição na torreta da viatura.

C-8 FORMATURA DA PEÇA DE APOIO

a. Na Fig B-6 está demonstrado o posicionamento dos integrantes da Peça de


Apoio na formatura da guarnição.

Fig C-6 Formatura da Peça de Apoio

b. Ao comando de “Embarcar!”, o Cmt Pç Ap embarca pela porta lateral da direita e


ocupa sua posição na torreta da viatura, o Sd Atdr, o Aux Atdr e o Mun embarcam pela
porta traseira e o Motorista embarca pela porta lateral da esquerda.

C-5
ANEXO D
CÓDIGO DE BANDEIROLAS

Fig. D-1. Desembarcar e assaltar tempo 1

Fig. D-2. Desembarcar e assaltar tempo 2

D-1
Fig. D-3. Desembarcar tempo 1

Fig. D-4. Desembarcar tempo 2

D-2
Fig. D-5. 1ª Seção avançar

Fig. D-6. Em Linha

D-3
Fig. D-7. 2ª Seção Avançar

Fig. D-8. Alto

D-4
Fig. D-9. Ligar Motores

Fig. D-10. Em Coluna

D-5
Fig. D-11. Em Cunha

Fig. D-12. Diminuir Velocidade

D-6
Fig. D-13. Aumentar Velocidade

Fig. D-14. Embarcar Tempo 1

D-7
Fig. D-15. Embarcar tempo 2

Fig. D-16. Em Losango

D-8
Fig. D-17. Abrir Distância Tempo 1

Fig. D-18. Abrir Distâncias

D-9
Fig. D-19. Alerta Aéreo

Fig. D-20. Alerta QBN

D - 10
Fig. D-21. Cortar Motores

Fig. D-22. Escalão a Esquerda

D - 11
Fig. D-23. Escalão a Direita

Fig. D-24. Campo Minado

D - 12
Fig. D-25. Cunha Invertida

Fig. D-26. GE Inimiga Atuando

D - 13
Fig. D-27. Abandonar Eixo

D - 14

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