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Lissandra BRUCH
Homero DEWES
11. Relação entre os signos e o vinho na história
DOI: http://dx.doi.org/10.17793/rjc.v1i1.378
11. A RELAÇÃO ENTRE OS SIGNOS E O VINHO NA HISTÓRIA
Kelly Lissandra Bruch1
Homero Dewes2
RESUMO
Desde o período pré‐histório, o homem já se identificava, marcava seus pertences e
escrevia sua trajetória por picturas e sinais. O presente trabalho refere‐se à evolução
que pode ser verificada no uso de signos para distinguir produtos, identificar sua posse,
indicar sua origem. Sem o objetivo de uma análise exaustiva, o que se busca é
demonstrar, por meio da descrição de fatos considerados relevantes, como o uso dos
signos distintivos de origem se deu na Antiguidade, na Idade Média e na Modernidade.
PALAVRAS‐CHAVE: marcas, vinhos, denominação de origem
ABSTRACT
Since the pre‐historic period, the man use to identify himself, marking his belongings
and writing his history by pictures and signs. This paper refers to the evolution that can
be observed in the use of signs to distinguish products, identify their possession,
indicate their origin. Without the goal of a complete analysis, the aim of this study is
demonstrate, through the description of facts deemed relevant, how the use of
distinctive signs of origin occurred in antiquity, the Middle Ages and Modernity.
KEYWORDS: trademarks, vines, appelation of origin
1
Doutora em Direito pela Université Rennes I, France em co‐tutela com a UFRGS. Graduada em Direito pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa (2001), Especialista em Direito e Negócios Internacionais pela UFSC
(2004), Mestre em Agronegócios pelo CEPAN/UFRGS (2006). Consultora jurídica do Instituto Brasileiro do
Vinho IBRAVIN desde 2005. Consultora técnica do Instituto Rio Grandense do Arroz IRGA desde 2010.
Professora da Faculdade Iguaçu, professora do MBA em Gestão e Comercialização para a Cadeia do Arroz do I‐
UMA, professora colaboradora no Programa de Mestrado Profissional em Biotecnologia e Gestão Vitivinícola
da UCS, membro da Comissão Especial de Propriedade Intelectual da OAB/RS, expert indicada pelo Governo
Brasileiro junto à Organização Internacional da Uva e do Vinho OIV, associada ao Conselho Nacional de
Pesquisa e Pós‐Graduação em Direito CONPEDI, integrante do Grupo de Pesquisa Pluralité des signes de
qualité et ajustements institutionnels en France et au Brésil projeto integrante do convênio CAPES‐COFECUB,
membro do corpo editorial e revisora de vários periódicos, além de autora de diversos artigos na área de
propriedade intelectual e agronegócios. Bolsista de Pós‐doutrado Júnior do CNPq e Pós‐Doutoranda em
Agronegócios CEPAN/UFRGS.
2
Professor orientador de mestrado e doutorado no Programa de Pós‐Graduação em Agronegócios e Diretor
do Centro de Estudos Interdisciplinares em Agronegócios na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Possui doutorado em Biologia ‐ University of California Los Angeles (1987), Pré e pós‐doutorado em análise de
proteínas no Instituto Max‐Planck de Bioquímica, Mastinsried‐Munique, mestrado em Ciências Biológicas
(Bioquimica) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1975), possui graduação em Farmácia
Bioquímica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1971), graduação em Farmácia pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (1969).
Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | Site: www.cesuca.edu.br 151
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Homero DEWES
11. Relação entre os signos e o vinho na história
Introdução
Este estudo desenvolve‐se mediante uma dentre inúmeros outros.9 Alguns autores vão
breve análise da história que interliga o ser mais longe e encontram na pré‐história
humano, o uso de signos, 3 os signos signos com significados relacionados à
distintivos de origem 4 e a vitivinicultura. 5 origem.10
Nesse sentido, aborda‐se, de maneira mais
pontual, o histórico que levou à criação, à Mesmo na Antiguidade pré‐clássica
consolidação e à delimitação dos signos podem ser encontradas referências a esse
distintivos de origem. Assim, inicia‐se com a tipo de signos, como no Código de Hamurabi,
presença dos signos distintivos de origem na notadamente, em dois dispositivos que
Antiguidade, para, em um segundo tratavam da proteção de ativos intangíveis
momento, considerá‐los no percurso da diferenciadores (gênero do qual os signos
Idade Média, finalizando com a sua incursão distintivos constituem uma das espécies).11
na Modernidade, à qual se acrescentam
alguns tópicos relevantes dos tempos atuais Nas Cidades‐Estado da Mesopotâmia
que servem de base para a compreensão do do século XX a.C. e seguintes, havia intenso
período contemporâneo. comércio promovido por particulares em
busca de ganhos privados.12 Essa prática de
comércio necessitava de um sistema de
registro que tinha duas finalidades: anotar as
1 – Dos tempos imemoriáveis à Antiguidade quantidades e mercadorias trocadas e saber a
quem cobrar se houvesse algum
Desde os primórdios, o ser humano descumprimento nas trocas. Para essas
busca “[...] atribuir status de propriedade a necessidades básicas, criaram‐se signos
produtos da mente”. 6 Os artesãos livres distintivos que identificavam tanto os
usavam símbolos que distinguiam seus produtos comercializados quanto os
produtos, bem como segredos de manufatura compradores e vendedores.
e produção de determinados objetos que
eram preservados no seio das famílias Esses signos, como o selo cilíndrico de
13
durante gerações. Isso pode ser encontrado Uruk, que data de cerca de 3200 a 3000
na cultura das mais diversas civilizações da a.C., possuíam uma função básica: dizer a
Antiguidade. Conforme já citado, no Antigo quem pertencia o produto.14 Aos poucos, tais
Testamento da Bíblia cristã, por exemplo, signos foram sendo aperfeiçoados para
encontram‐se indicações de sinais distintivos informar de onde vinha o produto, quem o
de origem para o vinho7 e o cedro do Líbano,8 havia comprado e até mesmo para apor
dados mais precisos sobre o fabricante do
3 9
Vide SANTAELLA, 2004. Vide VIVEZ, 1943. p. 5 e 6.
4 10
Vide PROT, 1997; VIVEZ, 1932; VIVEZ, 1943; CARVALHO, 2009. p. 468‐470.
11
PLAISANT, 1932; dentre outros. CARVALHO, 2009. p. 470.
5 12
Vide JOHNSON, 1990; GARRIER, 2008; VIDAL, 2001. CARVALHO, 2009. p. 471.
6 13
VARELLA, 1996. p. 26. Utilizado para marcar uma bola de barro que
7
BÍBLIA, 1993, OSEIAS, XIV, 7. fechava sacos de grãos.
8 14
BÍBLIA, 1993, Cânticos, III, 9, e Reis, V. 6. CARVALHO, 2009. p. 471‐473.
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produto e suas qualidades. produtos diferenciados, justamente, pela sua
origem, como o bronze de Corinto, os tecidos
Mesmo onde a troca de bens era da cidade de Mileto, as ostras de Brindisi, o
gerida pelos representantes dos templos ou mármore Carrara, as estatuetas de Tânagra
palácios, como foi o caso do Egito, 15 havia feitas de terracota, os tecidos de Sídon e as
signos, na forma de selos, que buscavam espadas de Cálcis. 18 Eram especialmente
atestar a origem e a qualidade dos produtos, conhecidos, em Roma, os vinhos de
especialmente, dos vinhos. E havia punições Falernum, 19 de Alba e de Sorrento, 20 que
exemplares para a violação do uso desses antes de indicar apenas o produtor,
signos, como pode ser verificado na “lei n. significavam a procedência e a qualidade do
227 do Código” de Hamurabi.16 produto.21
copo e servia comida em troca de dinheiro existência e da obrigatoriedade de
era considerada um sinônimo de fraudador. cumprimento de regulamentos referentes às
Cita o autor que os poetas cômicos, como normas de fabricação dos produtos,
Juvenal, colocavam em cena compradores garantindo‐lhes alguma qualidade ou padrão.
batendo em seus fornecedores desonestos Os vinhos desse período, por exemplo, para
que os haviam enganado sobre a origem e a serem consumidos, eram acrescidos de
qualidade do produto. Mas parecia que essas especiarias, de água do mar, entre outros
“sanções” privadas eram as únicas colocadas subterfúgios, para que sua apreciação se
em prática.40 Não foram encontrados relatos tornasse palatável.43
concretos relacionados com a aplicação de
sanções decorrentes da prática de fraudar a Certamente, novos estudos,
qualidade e, especialmente, a origem dos notadamente no âmbito da história do
produtos. direito, poderão auxiliar na compreensão
desse período. Com este breve relato
Carvalho 41 pondera que, certamente, procura‐se fornecer uma noção de como
deveria haver conflitos e, indubitavelmente, esses signos distintivos de origem eram
alguma forma de regulá‐los. As questões utilizados para significar o próprio objeto,
relacionadas com o comércio, todavia, “eram bem como sua origem, geográfica e fabril,
resolvidas pelos ediles curules, magistrados qualificando e distinguindo o produto em
de categoria inferior que zelavam sobre o face dos demais. Ressalta‐se, contudo, que
funcionamento dos mercados e proferiam essa identificação possuía um cunho
decisões arbitrais”. Portanto, como eles não estritamente comercial e privado.
inscreviam suas decisões e, provavelmente,
nenhum jurisconsulto teria julgado esses
temas, não há registros ou relatos.
2 – O percurso da Idade Média
Mas, mesmo sem a existência de
regulamentação de uso ou sanções, inúmeros A denominada, historicamente, Idade
eram os signos utilizados para designar Média (séculos V d.C a XV d.C.)44 agrega um
produtos provenientes de determinadas período que, sob o ponto de vista do uso dos
cidades ou regiões. Indo além dos vinhos, dos signos distintivos, pode ser subdividido em
alimentos e bebidas, essa prática era três: sistema da economia familiar (1);
empregada, inclusive, para identificar revolução comercial (2) e expansão da
produtos de origem não agrícola, como o revolução comercial (3). 45 Essa divisão é
ouro de Dalmatie, o papiro do vale do Nilo, os interessante porque demonstra claramente a
incensos da Arábia, a púrpura de Tyr, as passagem do sistema de signos usado na
pedras de Thasos, o mármore de Alexandria, Antiguidade para o sistema do período da
dentre outros.42 Revolução Industrial.
40 43
VIVEZ, 1943. p. 8. VIDAL, 2001. p. 10.
41 44
CARVALHO, 2009. p. 508‐509. Esta pode ser delimitada entre o fim do Império
42
“[...] la poupre de Tyr et de Milet, pour les robes Romano do Ocidente, no século V (em 476 d. C.), e
prétexte, les tuniques des magistrats et les o fim do Império Romano do Oriente, com
laticalves des sénateurs; souvent on essayait de a Queda de Constantinopla, no século XV (em1453
frauder em lui substituant une toison teinte du d.C.). Vide ALMEIDA, 2010. p. 40‐41.
45
vermillon d’Aquinum.” VIVEZ, 1943. p. 7. CARVALHO, 2009. p. 509‐599.
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Esse é o período em que também tem utilizavam nas suas armaduras, para poderem ser
reconhecidos durante as batalhas, e que
início um sistema, denominado heráldica, 50 passaram a ser utilizados como brasões de
família, criando a seu redor todo um sistema e
46
CARVALHO, 2009. p. 509. uma codificação que em muito influíram na
47
Também não deve ser esquecida nesse período a configuração do sistema de proteção de marcas.
influência muçulmana, que muito contagiou Vide CARVALHO, 2009. p. 515‐536.
51
Espanha e Portugal. CARVALHO, 2009. p. 512.
48 52
“Du vin païen ao vin chrétien.” GARRIER, 2008. p. CARVALHO, 2009. p. 512.
53
36‐38. Também denominadas de grêmios, guildas,
49
Vide GARRIER, 2008 e VIDAL, 2001. hansas, confrarias, métiers, jurandes, Handwerk
50
Em resumo, eram os sinais que os cavaleiros ou Innung. ALMEIDA, 2010. p. 47.
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onde as invenções, as inovações e, mesmo, pano deveria ter por extensão de pano, ou
os usos e costumes para o fabrico de indicando o método que deveria ser
produtos ou prestação de serviços eram tidos empregado para a fabricação de ferramentas,
como monopólio próprio, e não dos por exemplo, equipara‐se tanto aos
inventores ou artesãos que ali atuavam.54 regulamentos de uso das marcas de
certificação quanto ao das indicações
É no âmbito dessas corporações que geográficas atuais. 57 Trata‐se, inclusive, de
aparece o que se pode denominar, hoje, de um prelúdio das atuais normas técnicas. 58
marca coletiva ou marca de certificação: as Isso, possivelmente, distingue tais signos
marcas corporativas. 55 Elas eram utilizadas daqueles utilizados na Antiguidade.
para distinguir os produtos fabricados por
uma corporação de uma cidade dos da Para diferenciar um produto de uma
corporação de outra cidade. Possuíam corporação, era costume a utilização de um
Estatutos e Ordenações que detalhavam signo na forma de um selo que, muitas vezes,
todos os aspectos e operações da produção, se constituía no nome da própria cidade ou
fixando as normas que seus associados da localidade. Via de regra, a ele se
deviam cumprir para fabricar os produtos e agregavam a designação genérica do
para comercializá‐los. 56 Percebe‐se aí um produto, figuras ou, mesmo, representações
aspecto bastante particular: os regulamentos do produto. O objetivo dessa estratégia era
de uso, ditando a quantidade de fios que um resguardar o bom nome da corporação, bem
como a boa fama dos produtos feitos por
54
PÉREZ ÁLVAREZ, 2009. Segundo Roubier (1952, p.
seus afiliados e, consequentemente, a da
79), “l’usage des marques paraît d’ailleurs avoir cidade onde estava instalada, distinguindo
été général à cette époque, et coïncide avec le seus produtos dos demais e indicando sua
développement des ghildes, corporations et corps origem.59
de métier dans les pays d’Europe; on em a relevé
des traces nombreuses dans les villes Nesse primeiro momento, pode‐se
commerçantes de la mer du Nord (Anvers,
Amsterdam, etc...) e dans les cités maritimes
verificar que as chamadas marcas
italiennes (Gênes, Venise, etc...) aussi bien chez les corporativas nada mais eram que signos que
artisans que chez les commerçants, e no remetiam à indicação da cidade onde o
seulement por des produits fabriqués, mais pour produto era fabricado e à corporação que
des produits naturels (beurre, fromage, etc...)”. regulava a sua fabricação.60
55
Ladas (1930, p. 7‐8) ressalta que o uso desses
signos distintivos eram muito mais obrigatórios
que voluntários, e seu objetivo era a prevenção
Contudo, com a florescência do
contra fraudes. Agora, aqueles que imitavam ou comércio, também se multiplicaram os
usavam essas marcas sem possuírem o direito a
tanto, eram tanto ou mais severamente punidos
57
que aqueles que produziam produtos sem BELTRAN, CHAUVEAU, GALVEZ‐BEHAR, 2001. p.
autorização – posto que a produção era um 88‐89.
58
monopólio corporativo. Tal sistema de Vide ZIBETTI, 2009; ZIBETTI e BRUCH, 2010.
59
corporações, no inglês denominado de gilds, teve LAGO GIL, 2006. p. 36.
60
como objetivo de criação um controle da Um exemplo é uma Carta Real, de 1386, em que D.
produção, mas acabou por tornar‐se um Pedro IV, rei de Aragón, de Valencia, de Mallorca,
monopólio de produção que, inclusive, excluía a de Cerdeña y Córcega, Conde Barcelona, de
possibilidade de estrangeiros poderem produzir Rosellon y de Cerdaña, ordenava que os tecelões
em um território de uma determinada corporação. apusessem a marca da cidade em certas peças de
Para Ladas, esse foi um forte instrumento no tecidos, a fim de se evitarem fraudes e enganos.
desenvolvimento da proteção internacional da CERQUEIRA, 1946, p. 344. Cerqueira indica, para
propriedade industrial de maneira geral. complementação deste estudo histórico‐
56
PÉREZ ÁLVAREZ, 2009. documental, PELLA, 1911.
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61
ROUBIER, 1952. p. 79: “D’ailleurs à cette époque, il
Isso foi relevante, especialmente, para
faut distinguer deux sortes de marques: la marque identificar a responsabilidade pelo produto.
publicque ou corporative, qui était celle du corps Essas eram as antigas marcas de fábrica e
de métier, et la marque privée, c’est‐à‐dire la marca de comércio, que tinham como um de
marque individuelle de chaque artisan, qui servait seus fundamentos identificar a origem de
de signe distinctif à l’interieur de la corporation. La
première n’était pas une marque de fabrique au
fabrico e de comercialização do produto.65
sens actuel du mot, elle avait pour but de certifier
que le produit avait été fabriqué conformément Chega o momento em que começa a
aux règlements minutieux qui existaient alors au haver uma descolagem entre a marca
sein de chaque corporation. Quant à la seconde, corporativa – que indicava a corporação –, a
elle paraît bien avoir été obligatóire à cette origem geográfica do produto e as marcas de
époque, toutu ao moins dans un certain nombre
d’industries ou de pays, mais en tous cas celui qui
fabrico e comercio – que apontavam quem
avait adopté un marque ne pouvait plus en havia fabricado e quem havia comercializado
changer, afin qu’on eût bien l’assurance que
l’objet était de sa fabrication propre.”
62 65
LAGO GIL, 2006. p. 36. Vide também CARVALHO, As marcas de fábrica e de comércio acabaram por
2009. se transformar em marcas de produtos (e,
63
LAGO GIL, 2006. p. 36. posteriormente, de serviços) em face da evolução
64
Esses sinais não eram, originariamente, marcas de na forma de se realizarem as trocas comerciais,
uma empresa, produto ou serviço. Esse tipo de bem como na forma de identificar os produtos e
identidade surge muito posteriormente. serviços.
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o produto. Todavia, mesmo as marcas de ou signos para que o comprador soubesse
fábrica e de comércio continuavam a utilizar que se tratava de fabricação sua. Essa prática
um elemento identificador da origem, posto favorecia a procura e a venda dos produtos.
que, normalmente, o signo utilizado se Uma das formas citadas para executar essa
referia à pessoa do comerciante, a seu nome identificação consistia em utilizar um
ou a alguma característica sua, guardando recipiente diferenciado onde se colocavam os
ainda uma identidade com a origem do grandes vinhos de Bourgogne,
produto em questão. especialmente, os de Beaune – como se fazia
com as ânforas. Reconhecida tal notoriedade,
Para Cerqueira,66 foi na Idade Média, poderia ser declarado que seria proibido a
portanto, que “se originou o uso das marcas qualquer outro produtor usar um signo como
de fábrica, pelo menos com caráter mais este – a garrafa bordalesa para Bordeaux, por
aproximado ao de que hoje se revestem e exemplo – porque isso seria de interesse
com função análoga a que desempenham no geral e para o bem comum. 70 Não havia,
mundo moderno”. Todavia, embora porém, leis com tal determinação. Isso era
existissem essas marcas de fábrica e, tratado muito mais como princípio de ordem
posteriormente, de comércio, nenhuma lei moral do que como um problema jurídico,
ou privilégio as protegia propriamente.67 ressalta o autor.71 Com o tempo, as sanções
passam a aparecer, inclusive, para esses
Em alguns lugares, esta identificação casos e, especialmente, por meio das
individual, juntamente com o signo da fiscalizações relacionadas com o pagamento
corporação, passou a ser obrigatória, de taxas.
havendo sanções pelo seu não uso – como a
perda do próprio produto para o fabricante
ou comerciante que não respeitasse a
determinação, em regra de origem real.68 2.3 – Expansão da Revolução Comercial
produção e comércio.79 motivou a edição da Loi du 22 germinal,82 ano
XI.83 A Lei do 25 germinal do ano XI previu
Todos os signos utilizados para ainda a condenação dos contrafatores a
identificar os produtos de qualidade, seja o penas extremamente severas, porém elas
recipiente (a garrafa bordalesa), o nome da acabaram não sendo aplicadas.84
região (Champagne, Bordeaux, Porto, Jerez,
etc.), sejam outros signos figurativos ou Este período é marcado por um
mistos, foram importantes para a primeiro momento, que engloba a situação
consolidação da qualidade dos produtos e da de inexistência de qualquer controle à a
reputação dessas regiões. necessária implementação de um controle
por meio da proteção negativa aos signos
distintivos (1). Posteriormente inicia‐se a fase
que abarca a proteção positiva destes (2).
3 – A modernidade liberal Concomitante a este processo, desenvolve‐se
nos países da Common Law uma lógica
O ciclo monopolístico das corporações
distinta para a proteção dos signos
de ofício rompe‐se apenas com a sua forçada
distintivos, baseados na proteção ao
extinção, já terminada a Idade Média.
consumidor e no combate à concorrência
Embora em cada Estado europeu a história
desleal (3). Por fim, um problema comum
tenha tido suas nuances próprias, é na
atinge todos os produtores de vitis vinifera: a
França, em pleno auge da Revolução
Phyloxera, e com isso, uma nova história da
Francesa, pelo Décret d’Allarde, de 2‐17 de
vitivinicultura começa a ser contada (4).
março de 1791, que a liberdade de
comercializar e de produzir é proclamada por
meio da abolição dos privilégios das
corporações de ofício e da extinção de seus 3.1 – Da ausência de controle à proteção
maîtrises e jurandes. No mesmo ano, a lei Le negativa
Chapelier, de 14‐17 de junho, é adotada,
interditando o retorno das corporações ou de Esse período de que se está tratando
quaisquer agremiações que pudessem é, particularmente, marcante, pois rompe
dificultar a liberdade já alcançada.80 com uma lógica quase milenar de monopólios
e privilégios, passando da existência e
Contudo houve problemas em se
passar de uma regulação absoluta para a 82
ausência total de qualquer regulamentação. Germinal = sétimo mês do calendário republicano.
83
12 de abril de 1803. CARVALHO, 2009. p. 587.
Essa falta de normas, segundo Carvalho, 81
“Esta lei tratava da organização da indústria, da
“levou à contrafação generalizada, o que proteção dos trabalhadores, do contrato de
aprendizagem e das ‘marcas particulares’. [...]
Esta lei reafirma a interdição de reagrupamento
dos trabalhadores, do que se dissume a
vinicoles” en Champagne, especialmente no ilegalidade dos sindicatos. Ela faz também da
tocante ao trabalho para eliminar as borbulhas greve um delito. Mas, sobretudo, ela institui um
do champagne – o que não conseguiu – e, novo sistema de controle mais estrito dos
posteriormente, a adoção de seus métodos para trabalhadores: o trabalhador livre.” (tradução da
o aperfeiçoamento do produto. VIDAL, 2008. p. autora). Disponível em: <
22‐23. http://www.linternaute.com/histoire/categorie/
79
VIDAL, 2008 evenement/114/1/a/53003/apparition_du_livret
80
Vide FRISON‐ROCHE e PAYET, 2006. p. 1 ; _ouvrier.shtml>. Acesso em: 06 ago. 2010.
84
CERQUEIRA, 1946. p. 34l. BELTRAN, CHAUVEAU e GALVEZ‐BEHAR, 2001. p.
81
CARVALHO, 2009. p. 587. 90.
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inglesa, as quais acabam por contaminar A essa se segue a Lei de 23 de junho
diversos continentes e provocam a crise dos de 1857, da França,94 editada por Napoleão
anciens régimes. Certamente, esse contexto III, a qual só veio a ser alterada em 1964.
possibilitou a ascenção da burguesia, do Trata‐se de uma lei que inspirou, voluntária
liberalismo e da ideia de propriedade de ou involuntariamente, a maioria das
maneira bastante evidente. regulamentações nacionais dos demais
Estados, especialmente, pelos inúmeros
acordos bilaterais que a França passou a
celebrar com outros Estados, com a
3.2 – O início de uma proteção positiva finalidade de proteger seus signos distintivos
e as marcas de seus nacionais.
Já em meados do século XIX,
configura‐se a possibilidade de se estabelecer Contudo, ao contrário do verificado
uma proteção positiva para signos distintivos, durante a Idade Média, seu foco era a
primeiramente reservada às marcas de proteção de signos que servissem para
fábrica e de comércio. Essa tendência parece distinguir produtos individuais. Segundo
ter contaminado toda a Europa, posto que, a Carvalho,95 vincula‐se “a função das marcas à
partir da década de 1850, inúmeras distinção de produtos e serviços entre
legislações passaram a ser elaboradas nesse concorrentes”. As garantias da origem –
sentido, no entanto cada uma em seu especialmente geográfica e da qualidade do
contexto específico. produto – perdem lugar para a
distinguibilidade entre concorrentes, em uma
A esse respeito destaca‐se a Real
lógica claramente liberal, com a lei aplicável
Ordem de 20 de novembro de 1850, da
somente para marcas individuais.
Espanha, editada por Isabel II com força de
Lei. Essa ordem determinava as regras para a Essa garantia de proteção, contudo,
concessão de marcas de fábrica no país, de não significava, ainda, o registro obrigatório.
forma bastante detalhada: com registro Assim como na Real Ordem de 1859, da
centralizado, possibilidade de oposição e Espanha, o registro era necessário para que o
proibição de registro de insignias oficiais, seu “proprietário” pudesse exercer o seu
dentre outras características. O registro era direito contra terceiros. No caso francês, o
feito no Conservatório de Artes da registro se dava nos Tribunais de Comércio
Universidade de Madri. A usurpação de uma do domicílio do comerciante ou industrial,
marca era punida: dava‐se por meio do artigo com validade de quinze anos. Essa mesma
217 do Código Penal espanhol de 1848. 92 prerrogativa era estendida aos estrangeiros
Com a Real Ordem de 29 de setembro de domiciliados ou estabelecidos na França e
1880, também se estende tal proteção às para outros estrangeiros, dependendo de
marcas de comércio.93 acordos bilaterais ou da aplicação do
princípio da reciprocidade para marcas
francesas.96
92
Real decreto estabelecendo as regras para a
concessão de marcas de fábrica na Espanha. SAÍZ Após, têm‐se, dentre outras, a Lei n.
93
GONÁLEZ, 1996. p. 77. 4577 de 30 de agosto de 1868, da Itália;97 a
Faz‐se especial referência a essa norma por
verificar‐se ser ela a primeira editada no período
94
moderno e ser anterior à lei de marcas francesa, VEIGA JUNIOR, 1887. p. 127‐136.
95
de 1857, que, em regra, os autores consideram CARVALHO, 2009. p. 598.
96
como a primeira lei de marcas desse período. CARVALHO, 2009. p. 589.
97
Vide CARVALHO, 2009. Legge 30 agosto 1868, n. 4577, concernente i
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11. Relação entre os signos e o vinho na história
Lei Imperial de 30 de novembro de 1874, da época também, na Inglaterra, os tribunais
Alemanha;98 a Lei de 4 de junho de 1883, de iniciaram a regulação do uso dos signos,
Portugal;99 a Lei de 25 de agosto de 1883, da punindo casos de fraude e confusão – o
Inglaterra.100 primeiro caso, de 1837, denominou‐se
Thompson v. Winchester. 103 É esse que dá
origem à construção jurisprudencial sobre o
tema.
3.3 – A lógica da Common Law
Nos EUA e no Reino Unido, só foram
Com relação, especificamente, ao aprovadas leis após a celebração de acordos
Reino Unido, a situação era um pouco bilaterais firmados com terceiros Estados.
diferenciada. Não havendo revolução, foi a Tais acordos garantiam mais direitos aos
tradição que levou, gradualmente, às estrangeiros do que aos nacionais desses
adaptações e mudanças nas tratativas dos Estados em seu próprio território. 104 Foi
signos, como é da lógica da Common Law. necessário, desta forma, garantir uma
Nesse sentido, devem ser citados os casos igualdade de direitos.
Day v. Day, de 1816, que, de forma indireta,
protegeu uma marca, e Edmonds v. Benbow, Verifica‐se, assim, uma formação
de 1821, que, de forma direta, protegeu a relativamente diversa da proteção dos signos
marca The Real John Bull para um jornal. Só distintivos nesta segunda fase. De um lado,
em 1875, a Inglaterra adota sua primeira no caso da França, há uma ruptura abrupta e
Trade Mark Registration Act .101 a busca de uma nova forma de proteção dos
signos; de outro, nos Estados da Common
Já nos EUA, em 1791, um grupo de Law, uma relação de lenta continuidade e
fabricantes de velas requereu um direito evolução com base na construção
exclusivo de denominar seus produtos com jurisprudencial.
suas marcas. Esse pedido resultou em um
relatório de Thomas Jefferson, o qual Um ponto em comum, contudo,
pugnava pela competência federal para evidencia‐se: a migração progressiva para a
promover uma lei que protegesse marcas possibilidade e posterior obrigatoriedade do
utilizadas no comércio, entre os vários registro dos signos distintivos, a fim de
Estados daquela Federação, com as tribos assegurar a garantia de sua proteção.
indígenas e com Estados estrangeiros. Isso,
entretanto, só ocorreu em 1870. 102 Nessa
3.4 – Um problema em comum: a Phyloxera
marchi ed i segni distintivi di fabbrica. GHIRON,
1929. Appendice n. 5. Vide DI FRANCO, 1907. p.
39 e seg. Nesse período, na segunda metade do
98
VEIGA JUNIOR, 1887. p. 137‐145. século XIX, começa uma história bastante
99
ASCENSÃO, 2002. p. 21. peculiar para a vitivinicultura mundial, a qual
100
VEIGA JUNIOR, 1887. p. 153‐164. precisa ser explanada para que se
101
CARVALHO, 2009. p. 593.
102 compreendam os motivos por que, após
Esta lei foi, posteriormente, declarada
inconstitucional, pois a Constituição americana milênios de uso, finalmente se consolida a
não admitia a proteção perpétua de um direito proteção positiva das indicações geográficas
de propriedade imaterial, como seria o caso das vitivinícolas.
marcas, sendo, em momento subsequente,
substituída por uma lei de 1905, estando hoje
103
vigente o Lanham Act, de 1946, com todas as CARVALHO, 2009. p. 594‐595.
104
suas ulteriores modificações. CARVALHO, 2009. p. 594‐595.
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11. Relação entre os signos e o vinho na história
constantes.122 das “appellations d’origine”.125
concessão de privilégios para que apenas Coimbra Editora. Coimbra: Almedina, 2010.
determinado grupo tenha o direito de apor 1475 p.
sobre seus produtos o signo de uso exclusivo.
São o mercado, as crises e a própria evolução ALMEIDA, Alberto Francisco Ribeiro de.
dos produtos que moldam, em cada Estado, Denominação de origem e Marca. Série
sua forma peculiar de proteção, seja ela Stvdia Ivridica n. 39, Coimbra: Universidade
negativa ou positiva. de Coimbra, 1999. 446 p.
Todavia, embora a existência de ALMEIDA, Alberto Francisco Ribeiro de. IG,
algum tipo de proteção seja um avanço, a indicação de proveniência e denominação de
disparidade que ela alcança provoca, em um origem: os nomes geográficos na propriedade
segundo momento, um descompasso no industrial. In:
âmbito internacional. Isso ocorre porque, ao
circularem internacionalmente, os produtos ALVAREZ ENRÍQUEZ, Carmen Paz. Derecho
levam – especialmente os vinhos – o seu del vinho: denominaciones de origen.
signo distintivo de origem a destacá‐los, Santiago: Editora Jurídica de Chile, 2001. 150
dentre os demais, no mercado. Desse modo, p.
não havendo uma proteção internacional,
ASCENSÃO, José de Olivera. Concorrência
mas local, a exclusividade do uso do signo
Desleal. Coimbra: Almedina, 2002.
não tem sua garantia definida. Pelo contrário,
se um determinado signo é uma AUBOUIN, Jean‐Michel. Le droit au nom de
denominação de origem em um Estado, em Cognac. Paris: Sirey, 1951. 357 p.
outro pode esse mesmo signo ser
considerado como um descritivo do próprio AUBY, Jean‐Marie; PLAISANT, Robert. Le droit
produto ou, pior, ter sido apropriado des appellations d´origine: l´appelltion
localmente por outro titular, impedindo o cognac. Paris: Libraries Techniques, 1974. 444
verdadeiro de utilizá‐lo. p.
LEMA DEVESA, Carlos. Las medidas O’CONNOR, Bernard. The Law of
provisionales em el acuerdo sobre los ADPIC. geographical Indications. London: Cameron
In: IGLESIAS PRADA, Juan Luis (Dir.). Los May, 2006. 500 p.
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